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Técnico em Enfermagem Módulo I PSICOLOGIA APLICADA À ENFERMAGEM Psicologia A Psicologia é derivada de palavras gregas que significam "estudo da mente ou da alma". Hoje em dia é comumente definida como a ciência que estuda o comportamento humano. Estudo a Psicologia Os profissionais desta área estudam os mais variados temas do comportamento humano, tais como o desenvolvimento, as bases fisiológicas do comportamento, a aprendizagem, a percepção, a consciência, a memória, o pensamento, a linguagem, a motivação, a emoção, a inteligência, a personalidade, o ajustamento, o comportamento anormal, o tratamento do comportamento anormal, as influências sociais, o comportamento social, etc. Aplicações da Psicologia A psicologia é freqüentemente aplicada na indústria, na educação, na engenharia, na saúde, em assuntos de consumo e em muitas outras áreas. Você é um profissional da área da saúde e, portanto, lidará com pessoas e irá se interagir com o ser humano. O profissional de saúde deve sentir-se bem consigo mesmo se pretende fazer alguém sentir-se bem. Ele não é um robô, nem tampouco o são as pessoas com quem trabalham pacientes, médicos, supervisores, enfermeiras, auxiliares de enfermagem e familiares dos pacientes, cada um é um ser humano, semelhante e ao mesmo tempo diferente dos demais seres humanos. Psicologia do senso comum O conhecimento do senso comum é intuitivo, espontâneo, de tentativas e erros. É um conhecimento importante porque sem ele a nossa vida no dia-a-dia seria muito complicada. O senso comum é o tipo de conhecimento que vamos acumulando no nosso cotidiano. Psicologia como ciência A ciência proporciona diretrizes lógicas para avaliar a evidência e técnicas bem raciocinadas para verificar seus princípios. Quando buscamos definir, descrever e prever comportamentos estamos fazendo ciência. São observações sistematizadas, conhecimento metodológico, experimentado, testado, comprovado. Psicologia como ciência Características que descrevem a Psicologia como ciência: • Objeto específico de estudo = homem (no sentido mais amplo). • Linguagem precisa e rigorosa = não utiliza termos do senso comum sem preocupação conceitual. • Métodos e técnicas específicas = entrevistas estruturais, testes, técnicas de terapia. • Processo cumulativo do conhecimento = Um novo conhecimento é produzido sempre a partir de algo anteriormente desenvolvido. • Objetividade = possibilidade de verificação com o máximo de isenção de emoção possível. Psicólogos, Psiquiatras e Psicanalistas Psicólogo O psicólogo está voltado para trabalhar aspectos emocionais. Ele faz uma faculdade de Psicologia com duração média de 5 anos. Ou seja, o interesse do psicólogo, é observar e compreender o comportamento, que é um conjunto de atividades que podem ser observadas por outra pessoa, com ou sem ajuda de instrumentos. A metodologia, para codificar os comportamentos, pode se dividida em: observação naturalista, testes, método experimental e método clínico. Psicólogos, Psiquiatras e Psicanalistas Psiquiatra O psiquiatra é um médico que, após ter concluído sua formação em Medicina, opta por estudar os transtornos mentais e por isso pode receitar medicamentos. Psicanalista O psicanalista é o profissional que utiliza um método de tratamento baseado na teoria psicanalítica desenvolvida por Sigmund Freud. Áreas da Psicologia Psicologia Biológica; Psicologia Experimental; Psicologia Social; Psicologia Clínica; Psicologia Escolar ; Psicologia Educacional; Psicologia Organizacional; Psicologia do Esporte; Psicologia da Saúde e Hospitalar. Processos Psicológicos Comportamento - Conjunto de respostas do indivíduo em decorrência de estímulos do meio social em que vive. Comportamento Inato (natural) - Aquele apresentado por todos os seres da mesma espécie diante de uma estimulação. Comportamento Adquirido (aprendido) - Ocorre através de aprendizado. Cognição - É o ato ou processo de conhecer, que envolve atenção, percepção, memória, raciocínio, juízo, imaginação, pensamento e linguagem. Processos Psicológicos Sensação - Captação das informações através dos sentidos (audição, visão, tato, olfato, paladar, sentido cenestésico e vestibular). Percepção - Consiste na aquisição, interpretação, seleção e organização das informações obtidas pelos sentidos. Aprendizagem - Significa mudança relativamente permanente no comportamento, que resulta da prática. Existem 4 espécies de aprendizagem: Habituação, Condicionamento Clássico, Condicionamento Operante, Aprendizagem Complexa. Processos Psicológicos Memória - A memória é a capacidade de reter, recuperar, armazenar e evocar informações disponíveis, seja internamente, no cérebro (memória humana), seja externamente, em dispositivos artificiais (memória artificial). Inteligência - A capacidade mental de raciocinar, planejar, resolver problemas, abstrair ideias, compreender ideias, linguagens e aprender. Pensamento - Um processo mental que permite aos seres modelarem o mundo e com isso lidar com ele de uma forma efetiva e de acordo com suas metas, planos e desejos. Processos Psicológicos Raciocínio - Fazer juízo de algo pelo uso da razão. Motivação - São fatores que energizam e direcionam o conhecimento lhe dando um rumo. Linguagem - É qualquer e todo sistema de signos que serve de meio de comunicação de ideias ou sentimentos. Os elementos constitutivos da linguagem são os gestos, sinais, sons, símbolos ou palavras, usados para representar conceitos de comunicação, ideias, significados e pensamentos. Processos Psicológicos Emoções - A palavra emoção provém do Latim emotionem "movimento, comoção, ato de mover". São reações psicofisiológicas básicas experimentadas ao longo da vida, podendo ser provocados por situações previstas ou inesperadas. As reações orgânicas que acompanham as emoções são batimento cardíaco, tremor, riso, choro, lágrima, expressões faciais. Sentimentos - São reações afetivas onde não existem tantas reações fisiológicas quanto nas emoções. Além disso, os sentimentos se mostram muito mais duradouros, além de infinitamente mais numerosos. Principais teorias da psicologia moderna Teoria Behaviorista - Tem como nome principal John Watson e desenvolveu-se de forma grandiosa nos Estados Unidos. Em função de suas aplicações práticas, tornou-se importante por ter definido o fator psicológico, a partir da noção de comportamento (behavior). Teoria Gestaltista (Gestalt - Psicologia Da Forma) - Postulou a necessidade de se compreender o homem como uma totalidade. A gestalt é a tendência teórica mais ligada à filosofia. Principais teorias da psicologia moderna Teoria Psicanalítica - Método de associação livre, no qual, o paciente é instruído a dizer tudo o que lhe vier a mente, assim se pode detectar temas mais consistentes, manifestações de desejos inconscientes. Para Freud, a maioria dos eventos psicológicos é causada, por impulsos insatisfeitos e desejos inconscientes. Estrutura da personalidade por Freud São três os sistemas principais que regem o comportamento humano: Id - É a instância mais primitiva da personalidade, a partir dele o ego e o superego desenvolvem-se. Consiste em impulsos biológicos básicos, como: comer, beber, eliminar resíduos e obter prazer (sexual).No id, habitam tanto sentimentos amorosos quanto agressivos, o id opera sobre o princípio do prazer. Estrutura da personalidade por Freud Ego - Obedece ao princípio da realidade e é um mediador das demandas do id, às realidade do mundo e às exigências do superego. Superego - Julga se as ações são corretas ou não. É a internalização das regras sociais. Os verbos que regem os princípios são: ID (Gratificar), EGO (Adiar) e SUPEREGO (Julgar). Dinâmica da personalidade Mecanismos de defesa psíquica • Recalque - Exclusão da consciência de tudo queé doloroso. • Racionalização - Designar motivos para o que fez. • Formação Reativa - Reação contrária à realidade. • Projeção - Colocar no outro qualidades indesejáveis que não gostamos em nós mesmos. • Intelectualização - Ter uma explicação intelectualizada para tudo. • Negação – Negar um acontecimento real como por exemplo os pais de uma criança terminal recusa-se a admitir, que há algo errado com seu filho. • Deslocamento - A raiva de alguém é dirigida a um objeto ou outra pessoa. Fases do desenvolvimento humano Pré-natal Infância - de zero a 12 anos Adolescência - dos 12 aos 18 ou 21 anos Idade adulta - dos 21 aos 60 anos Velhice - dos 60 ou mais. Fases do desenvolvimento humano Maturidade emocional - Diz respeito à expressão e ao controle das emoções nas diversas idades. Parte fundamental da vida humana. Maturidade social - Compreende a evolução da sociabilidade, no sentido de superação do egocentrismo infantil, na contribuição para o bem-estar social e a participação nas decisões de interesse social. Maturidade física - Engloba o desenvolvimento das características físicas, estatura, peso, sexo, ser canhoto, etc. Maturidade intelectual - Refere-se à maneira como a pessoa vai conhecendo a si mesma e ao mundo que a cerca. O desenvolvimento mental Estabeleceu para cada estágio um período correspondentes à idade cronológica: • Estágio da Inteligência Sensório-Motor: até dois anos. • Estágio da Inteligência Simbólica ou Pré-Operatória: de 2 a 7-8 anos. • Estágio da Inteligência Operatória Concreta: de 7-8 anos a 11-12 anos. • Estágio da Inteligência Operatória Formal: a partir de 12 anos com patamar de equilíbrio por volta dos 14-15 anos. Fatores que Influenciam o Desenvolvimento Humano Hereditariedade - A carga genética estabelece o potencial do indivíduo, que pode ou não se desenvolver. A inteligência pode desenvolver-se de acordo com as condições do meio em que se encontra. Crescimento orgânico - Refere-se ao aspecto físico. Maturação neurológica - É o que torna possível determinado padrão de comportamento. Meio - Conjunto de influências e estimulação ambientais que altera os padrões de comportamento do indivíduo. Aspectos do Desenvolvimento Humano Aspecto; Aspecto intelectual; Aspecto afetivo-emocional; Aspecto social. Problemas Sociais e a Área de Saúde SAÚDE É um processo da existência humana, relacionado à consciência individual e coletiva e às condições de vida. Se expressa histórica, social e culturalmente de forma singular, subjetiva e objetiva na interação dos indivíduos e da coletividade com o ambiente. Caracteriza-se pela capacidade do ser humano em realizar seus objetivos vitais durante sua existência, em condições sociais, culturais e ambientais diversas. Problemas Sociais e a Área de Saúde SAÚDE É um processo da existência humana, relacionado à consciência individual e coletiva e às condições de vida. Se expressa histórica, social e culturalmente de forma singular, subjetiva e objetiva na interação dos indivíduos e da coletividade com o ambiente. Caracteriza-se pela capacidade do ser humano em realizar seus objetivos vitais durante sua existência, em condições sociais, culturais e ambientais diversas. Problemas Sociais e a Área de Saúde DOENÇA Do latim dolentia, cujo significado é dor. Ao longo dos anos o conceito de doença evoluiu dentro do critério estritamente organicista para uma visão psicossocial, onde a influência da própria natureza humana é levada em consideração. A doença é vista pelo indivíduo como uma ameaça do destino. Ela modifica a relação do paciente com o mundo e consigo mesmo. Desencadeia uma série de sentimentos como impotência, desesperança, desvalorização, temor, apreensão. Postura das instituições de saúde Apatia - Quando o prestador assume baixo interesse pelo usuário, não demonstrando empenho em satisfazê-lo. Dispensa - Ocorre quando o profissional demonstra a intenção de não assumir o cliente, excluindo-se de procurar solução imediata para seu caso. Frieza - É o trato impessoal, frio e formal, gerando distanciamento entre o usuário e os profissionais de saúde. Condescendência - Tratar o cliente com atitude paternalista mesclada de certa irresponsabilidade. Postura das instituições de saúde Automatismo - Apesar de personalizado, cada cliente na maioria das vezes é tratado como apenas mais um caso. Passeio - É entendido como transferência de responsabilidades, principalmente quando “jogam” o paciente de um médico a outro ou de um hospital a outro, como forma acobertar deficiências no atendimento que levam a falhas no diagnóstico Fatores determinantes da saúde Biologia humana Ambiente Estilo de vida Atenção primária à saúde Níveis possíveis de atuação profissional Atenuação; Compensação; Reabilitação; Recuperação; Prevenção; Manutenção; Promoção. A instituição hospitalar Devido a alta competitividade do mercado de saúde, a velocidade das informações e mudanças acompanha esta realidade, o ambiente hospitalar inserido neste contexto, além de atender aspectos físicos, deverá principalmente estar atento ao aspecto humano como hospitalidade e qualidade no atendimento para ter maior êxito no mercado globalizado. O ambiente hospitalar é, sem dúvida, difícil. Portanto, Amenizar a dor e o sofrimento, através de mudanças na Arquitetura e atendimento; podem tornam o tempo de internação mais agradável para pacientes e familiares. Esse atendimento envolve mudanças no elemento humano. Comportamento do paciente com problemas emocionais Paciente depressivo – sintomas: • Tristeza persistente. • Sentimento de desesperança, pessimismo. • Sentimento de culpa, inutilidade, desamparo. • Perda de interesse ou prazer em atividades que anteriormente eram sentidas como prazerosas, incluindo a atividade sexual. • Insônia ou sonolência excessiva. • Perda do apetite e/ou ganho consideravelmente significativo - 5% do peso anterior, em um espaço de tempo de 1 mês. • Diminuição de energia, desânimo. • Inquietação, irritabilidade. • Ideias de morte ou tentativas de suicídio. Comportamento do paciente com problemas emocionais Paciente ansioso: Quando a ansiedade torna-se frequente pode se transformar em um transtorno com sintomas como : • fadiga, tensão muscular, arrepios, • boca seca, dores, insônia, mãos úmidas, frio, • falta de ar ou sensação de sufoco, • picadas nas mãos e nos pés, confusão, • instabilidade ou sensação de desmaio, • dores no peito e palpitações, afrontamentos, • Suores e/ou contrações ou tremores incontroláveis, • necessidade urgente de defecar ou urinar, • dificuldade em engolir, • sensação de ter um "nó" na garganta, • dificuldades para relaxar e/ou dormir. Comportamento do paciente com problemas emocionais Paciente estressado: Quando a ansiedade torna-se frequente pode se transformar em um transtorno com sintomas como : • Fadiga; tensão muscular; arrepios; • boca seca; dores; insônia; mãos úmidas, frio; • falta de ar ou sensação de sufoco; • picadas nas mãos e nos pés; confusão; • instabilidade ou sensação de desmaio; • dores no peito e palpitações; afrontamentos; • Suores e/ou contrações ou tremores incontroláveis; • necessidade urgente de defecar ou urinar; • dificuldade em engolir; • sensação de ter um "nó" na garganta; • dificuldades para relaxar e/ou dormir. Pacientes infantis Efeitos da hospitalização em crianças: • Negação da doença ; • Distúrbios neuróticos; Revolta; • Comportamento esquizoide; • Culpa e sensação de punição; • Frustração de sonhos e projetos; • Ansiedade; • Privação de realização; Depressão; • Regressão e busca de proteção; • Projeção; • Intolerância emociona; Solidão; • Intensificação do sofrimento físico; • Medo do desconhecido; Negativismo. Pacientes infantis Efeitos da privação materna Angústia,carência afetiva, sentimento de vingança, culpa e depressão, distúrbios emocionais, sensação de abandono, personalidade instável, inapetência, perda de peso, falta de iniciativa apatia, distúrbio do sono, diminuição da vocalização, depressão, tristeza, atraso no desenvolvimento, regressão no processo de maturação afetiva, agressividade, manifestação psicossomática. Pacientes infantis Preparo para a hospitalização de crianças • O preparo deve ser realizado pelos pais, pois são considerados pessoas mais importantes e significativas para o paciente, para isto devem receber apoio e preparo para o desempenho de determinada tarefa. • As informações devem ser reais e fornecidas de acordo com o nível de entendimento, sendo necessário repeti-la quantas vezes for necessário. • Esclarecer sobre o aspecto temporário da situação e incluir preparação para a volta para casa. • Franqueza sobre o aspecto da dor, da separação e das visitas. • Em crianças maiores de 5 anos, é importante realizar esta tarefa com ajuda de figuras, desenhos e dramatização Pacientes infantis A enfermagem e a criança hospitalizada • Especialização; • Compreender as etapas de vida que a criança está vivendo; • Ter visão global, criança-família; • Propiciar reconhecimento do ambiente; • Possibilitar acesso à recreação; • Deixar a criança em posição confortável; • Utilizar linguagem e tom de voz adequados; • Evitar manuseio desnecessário; • Evitar esquecimentos dos horários de medicação. Pacientes infantis Reações da equipe na relação com uma criança terminal • Identificação com a morte e o sofrimento; • Culpa pelo “sofrimento administrado”; • Impotência; • Afastamento; • Negação/ “Conspiração do Silêncio”; • Agressividade e autoritarismo como defesa; • Comportamentos estereotipados; • Superproteção como remissão da culpa. Pacientes infantis Efeitos da hospitalização em adolescentes • Consciência da transformação do próprio corpo, timidez pela falta de privacidade do ambiente hospitalar. • Reações descontroladas em relação à própria doença e a dos outros. • Dificuldade de relacionamento, por conta da ociosidade física e da imobilização causada pela doença. Paciente Adultos Sua reação à doença dependerá: • Da natureza da doença; • Da significação da doença; • Do medo do desconhecido; • Da interpretação do diagnóstico. Paciente Adultos Comportamento do adulto hospitalizado • Por tornar-se dependente dos cuidados dos outros, o adulto poderá regredir em suas reações, considerando a interrupção forçada a sua vida habitual. As regressões podem se apresentar como: Passividade e dependência, não fazendo nada por si, exigindo atenção permanente. Comportamento de irritação e irracionalidade. Hiper ansiedade e temores. Paciente Adultos Comportamento do adulto hospitalizado • Há duas teorias que reconhecem o processo de envelhecimento: Reconhece como etapa final da vida. Concebe como uma fase da sabedoria, da maturidade e da serenidade. Paciente Adultos Comportamento do adulto hospitalizado • Existem dois tipos de paciente idoso: Amado e preservado por seus familiares é levado ao médico ou hospital, ao mínimo sinal de doença. Os parentes ainda permanecem atentos a sua evolução e participam efetivamente de sua melhora. A família quer se livrar, interna ou abandona na sala de emergência e só aparece dias depois. Ao perceberem a rejeição de seus familiares, frequentemente entregam-se a doença ou mesmo à morte. Paciente Adultos O conflito com a doença do idoso • Conflito consigo mesmo - Tudo perde o sentido para o paciente, porque a situação é vista como uma situação de perigo. • Conflito com o seu meio ambiente - É necessário dizer ao doente toda a verdade sobre sua doença, mas não se deve esconder o fim que se aproxima. • Conflito com o leito - O leito não convida, há sempre o cheiro de cânfora dos medicamentos ou pior, nem a água de colônia consegue retirar. • Conflito com seu corpo - Seu corpo torna-se frágil e inerte, é um objeto preso pela doença. Abordagem assistencial holística aos pacientes O cliente por sua vez, ao ser hospitalizado, sente-se alienado e sensibilizado, pois fica afastado de seu ambiente familiar e comunidade, sofre a dor física, o medo da morte, a inquietude pelos entes queridos, preocupação pelo futuro, sentimentos de inferioridade, além de tornar- se frágil e vulnerável. Assim, surge a necessidade do enfermeiro estabelecer metas em sua prática assistencial que viabilizem integrar todas as dimensões do cliente, necessárias para proporcionar qualidade de vida durante o processo de hospitalização. Abordagem assistencial holística aos pacientes Freud, em 1914, em seu livro "Sobre o Narcisismo: uma introdução", já definia bem o sentimento de um indivíduo atormentado pela dor: "deixa de se interessar pelas coisas do mundo externo porque não dizem respeito ao seu sofrimento; (...) enquanto sofre, deixa de amar". A doença é vista pelo indivíduo como uma ameaça do destino. Ela modifica a relação do paciente com o mundo e consigo mesmo. Desencadeia uma série de sentimentos como impotência, desesperança, desvalorização, temor, apreensão, etc. Abordagem assistencial holística aos pacientes É uma dolorosa ferida no sentimento de onipotência e de imortalidade. É claro que o tipo e intensidade das reações vão variar de acordo com uma série de características da doença e do próprio indivíduo: • Caráter breve e duradouro da doença e seu prognóstico; • Personalidade e capacidade de tolerância a frustrações do indivíduo ; • Relação com o médico e demais membros da equipe de saúde. Abordagem assistencial holística aos pacientes Pode-se dizer que tais reações variam em torno de três possibilidades: • Pacientes que se entregam à doença, à dor e ao desespero; são aqueles que não lutam; • Pacientes que tratam a doença como se fosse banal, mesmo sendo grave; • Pacientes que promovem mudanças em sua vida, tentando se adaptar à situação adversa. Abordagem assistencial holística aos pacientes Apesar de todo esse sofrimento provocado pelo fato de se estar doente, pode-se dizer que os pacientes têm certos "ganhos": • Gratificações primarias: refere-se ao conflito inicial (interno) que gerou o sintoma psíquico. Evitando o contato com a ansiedade que o conflito gera, a pessoa "desenvolve" o sintoma e concentra sua atenção nele (e não no conflito e na ansiedade). • Gratificações secundárias: relacionam-se aos ganhos externos que a pessoa recebe em consequência da doença: mais atenção, afastamento do trabalho ou de alguém, ganhos materiais, etc. Abordagem assistencial holística aos pacientes Assim, independente dos "ganhos" obtidos, todo processo de adoecer ativa mecanismos fisiológicos para restabelecer a homeostase e mobiliza defesas psicológicas no paciente. Entre as possíveis reações emocionais podemos destacar: • Regressão; • Negação; • Minimização; • Raiva e Culpa; • Depressão; • Doctor Shopping; • Rejeição; • Pensamento mágico; • Aceitação; Abordagem assistencial holística aos pacientes Paradigma do holismo: A solidariedade e a benevolência para com o próximo são imprescindíveis para a valorização do ser humano, estabelecendo, dessa forma, uma relação de ajuda e empatia, fazendo com que a humanização seja a base da profissão de enfermagem. Competência emocional nas situações de crise, perda e morte Aspectos são fundamentais para o estabelecimento de uma relação de vínculo terapêutico: • Empatia: saber se colocar no lugar do outro (percebê-lo segundo seu ponto de vista). • Comunicação afetiva no que se refere a aspectos verbais, visuais e não-verbais. • Administração adequada das emoções: tristeza, alegria, raiva, ansiedade. • Administração adequada dos conflitos e frustrações. Paciente terminal e morte Também chamados de “desenganados”, são aqueles portadores de uma doença incurável e que olevará a morte. Na maioria das vezes, a conduta médica é de protestos e negativas. Os médicos alegam que ocultar do paciente esta informação é um “ato de caridade”, ou então que sua atitude o levará mais rapidamente à morte, podendo até induzi-lo ao suicídio. Isso acontece principalmente por conta do desconhecimento da realidade psicológica do paciente terminal. Comunica-lo de que está com uma doença que vai levá-lo óbito existe toda uma responsabilidade e apoio que não deve ser negado. Paciente terminal e morte Elisabeth Kubler-Ross observa que ao receberer a notícia de que estão com uma doença incurável, o paciente passa por 5 fases: • Negação; • Raiva; • Negociação; • Interiorização; • Aceitação. Paciente terminal e morte Fatores relacioandos a atmosfera curativa: • Intenção e vontade de viver. • Propósito de viver, algo que valide o viver. • Disposição para si voltar para dentro de si e resgatar a sabedoria interna. • Pensamentos positivos. • Autoaprovação e auto aceitação. • Vivência do tempo presente e libertação dos ressentimentos. Paciente terminal e morte É importante ressaltar que todo ser vivo precisa ser cuidado, alimentado afetivamente, pois essa é a essência da vida humana e o cuidado afetivo é aquele, no qual as inteligências intra e interpessoal são continuamente estimuladas, proporcionando uma melhora daquele que cuida e daquele que é cuidado. Humanização e assistência Para o dicionário, humanização é o ato de humanizar, que por sua vez significa: • Tornar humano; dar condição humana a; humanar. • Tornar benévolo, afável, tratável; humanar. • Fazer adquirir hábitos sociais polidos; civilizar. • Amansar (animais). • Tornar-se humano; humanar-se. Humanização e assistência O compromisso com a pessoa que sofre depende de alguns (ou todos) tipos de motivação: • Compaixão piedosa por quem sofre; • Ideia de que assim contribuímos para o bem comum e para o bem-estar em geral; • Paixão pela investigação científica; • Motivação de compromisso pode resultar da solidariedade genuína. Humanização e motivação Hierarquia da satisfação, segundo Maslow: • Necessidades básicas e fisiológicas; • Necessidade de segurança; • Necessidades sociais; • Necessidade do ego; • Necessidade de auto realização. Humanização e motivação Pirâmide de Maslow: Humanização e motivação Alguns comportamentos observados em terapia podem ser indicadores do nível de motivação: • Concordar com o terapeuta • Expressar vontade de mudar ou ser ajudado • Estar incomodado com sua situação pessoal • Seguir os conselhos do terapeuta. Humanização e ética Na relação da administração com os trabalhadores Dos trabalhadores entre si Dos trabalhadores com os pacientes. Humanização no hospital A humanização no hospital deve partir do princípio de que cada paciente necessita continuar vivendo como ser humano; Faz parte da humanização hospitalar a criação de condições que respeitem o direito das pessoas a um ambiente humano propício a viver com dignidade e a morrer com tranqüilidade, quando a hora chegar. Humanização e enfermagem A tecnologia se faz essencial, desejável e necessária à modernização do atendimento aos pacientes no centro cirúrgico, tornando-se útil para prolongar a vida e diminuir o sofrimento de muitas pessoas. É importante considerar que não se deve deixar o paciente de lado dando prioridade aos aparelhos, “de nada adianta ser um humanista e observar o homem que morre por falta de tecnologia, nem ser rico em tecnologia apenas para observar os homens que vivem e morrem indignamente”. Considerações importantes sobre o profissional de saúde Analisar os aspectos psicológicos da relação do enfermeiro com o paciente, familiar/cuidador e equipe profissional. Atuar considerando as dificuldades e possibilidades emocionais do paciente e família. Identificar a reação do paciente mediante o encaminhamento para uma unidade de cuidados paliativos. Discutir o papel do técnico de enfermagem na evolução da doença do paciente (metástase). Considerações importantes sobre o profissional de saúde Participar junto à família no processo, da trajetória de perdas (físicas, sociais, espirituais). Conhecer o histórico da Tanatologia (o lidar com a morte). Avaliar a importância do envolvimento familiar no tratamento do paciente oncológico. Discutir o impacto que o câncer causa nos profissionais que lidam diretamente com o paciente oncológico. Dificuldades do acolhimento em saúde Falta de recursos humanos; Falta de medicações, principalmente a de uso crônico (aumenta a procura no acolhimento devido às intercorrências pela falta do medicamento); Equipe com pouco envolvimento com o trabalhador do acolhimento (o profissional do acolhimento não tem liberdade para discutir casos, condutas e dúvidas); Falta de supervisão do enfermeiro (quando o responsável pelo acolhimento é o auxiliar de enfermagem); Falta de infraestrutura (sala de espera e sala de acolhimento); Dificuldades do acolhimento em saúde A inexistência de vagas para os casos agudos que chegam no acolhimento (ou sistema de referenciamento); A organização de agendas que não permitem a marcação de primeira consulta para casos não agudos, mas que necessitam de consulta médica; Profissional não preparado para a escuta do paciente; Falta de rodízio diário no acolhimento entre todos que o executam, pois o acolhimento é um espaço de conflitos, escuta permanente do sofrimento humano e um espaço de afetividade para alguns usuários (com o rodízio diário ou até mais de uma vez ao dia pode-se atenuar este estresse para o trabalhador do acolhimento); Dificuldades do acolhimento em saúde Abordando a postura profissional e ética. Podendo utilizar trechos do código de deontologia da enfermagem e outros textos que abordem principalmente o processo de trabalho. Processo de escuta onde se deve garantir: Que os usuários se expressem abertamente. Saber que segundo os grandes pensadores 50% de uma pergunta é a resposta. Portanto, antes de tomar as decisões, deve-se escutar o paciente sobre sua sugestão de conduta, e finalmente, ver sua operacionalização no serviço. Dificuldades do acolhimento em saúde O acolhimento é um espaço onde se pode utilizar o processo educativo e muitas informações podem ser dadas ao paciente, contribuindo para a vigilância a saúde. O real interesse em estar resolvendo as questões que são colocadas pelo o usuário ou reconhecimento que necessita de ajuda para resolver ou encaminhar de acordo com a necessidade. Ter prazer e estar satisfeito em estar executando o acolhimento (não ser um espaço de sofrimento ou conflitos). Escutar, escutar e escutar. Repensar como se está fazendo o acolhimento (refletir/ agir-refletir/agir...). Dificuldades do acolhimento em saúde Saber administrar problemas e conflitos. Cuidar de si mesmo, reconhecendo quando não estiver bem ou com impossibilidade de executar o acolhimento. Ser gentil, tratar o usuário como a si mesmo ou com empatia. Respeitar a fala do usuário e lembrar que existe o subjetivo das pessoas e que nem tudo é dito e que existem as urgências subjetivas e individuais que diferem das nossas. Por exemplo: uma dermatite pode não ser um caso de urgência para nós, mas para o usuário pode o ser e, a partir de uma frustração por não conseguir solução para seu problema, pode gerar conflito. Devemos esclarecer bem as condutas com o usuário e quando necessário, justificá-las. Dificuldades do acolhimento em saúde Ampliar a percepção, sair do limite (ter uma mente aberta). Estabelecer uma relação de confiança com usuário e de respeito. Ter garantido também um espaço de fala (reuniões onde se pode falar abertamente, inclusive dos erros e sucessos e avaliar as atividades de enfermagem como um todo; as reuniões de equipe de enfermagem). Ambientehospitalar A complexidade do relacionamento humano; O poder da sua comunicação; Saber trabalhar com pessoas diferentes; O enfrentamento de situações conflituosas; Atitudes proativas levam ao reconhecimento profissional; A sintonia com os objetivos da empresa; Desenvolver seu marketing de relacionamento; A importância de fazer e pensar criativamente; Estar motivado a trabalhar, apesar de problemas pessoas; Busca constante pela qualidade de vida. Postura profissional na área de saúde A primeira impressão que uma pessoa tem dos profissionais de saúde é imprescindível para a continuidade do atendimento. Na atualidade o profissional não deve ser comum. Se ele for comum, não estará fazendo seu trabalho, que é atender. Quando pensamos em atendimento, logo pensamos em servir, estiver à disposição, ser solícito. Entre as pessoas que não atendem bem, encontramos várias razões. Geralmente é desconhecimento ou falta de treinamento adequado. Dificuldade do trabalho grupal no ambiente hospitalar Falta de habilidade técnica para executar os procedimentos. Não ter segurança, confiança e autonomia para o desenvolvimento de um trabalho competente. Falta de habilidade para manter um relacionamento harmonioso com o colega. Perda de tempo necessário aos cuidados com o paciente, em decorrências de fofocas inúteis. Irresponsabilidade e falta de sensibilidade com os problemas alheios. Dificuldade do trabalho grupal no ambiente hospitalar Disputa pela atenção de superiores. Incapacidade para solicitar ajuda do colega por atitude orgulhosa. Não gostar do que faz e colocar a responsabilidade pela insatisfação pessoal e profissional no colega de trabalho. Invejar a estrutura de vida dos colegas de trabalho. Ser antiético. Gestão de conflitos Se quer uma resolução objetiva do problema; Há ambiente de confiança; Quando há interesse de manter relacionamentos futuros Confronto com diálogo aberto; Promoção de resoluções definitivas para o problema em questão. Convencer e ser convencido de que não há derrotados; Juntos todos lucram mais. Disposições do enfermeiro ao exercer a liderança Conhecer o significado de liderança atribuído pelos enfermeiros. Identificar as dificuldades enfrentadas pelos enfermeiros no exercício da liderança. É preciso que todos os enfermeiros/líderes tenham consciência das responsabilidades que lhe são atribuídas na função de liderança. O cenário para os profissionais da saúde, onde predomina uma liderança autocrática, é extremamente complexo e exige dos enfermeiros/líderes capacidade de reflexão para entender os problemas de cada membro da equipe de trabalho. Comunicação e assistência humanizada A comunicação verbal é a expressão da fala e a fala é a ponte entre o coração e o outro. O modo da fala reflete, também, a relação que ela está construindo com o profissional da saúde: Se for arrogante, submisso, sedutor, isolado, agressivo, defendido ou participativo. No processo de trabalho a comunicação passa a ser um instrumento utilizado pelos profissionais de enfermagem como um meio para realizar suas tarefas em equipe, mesmo porque este trabalho fundamenta-se na interação coletiva entre os seus integrantes. Perfil do técnico em enfermagem Realização de procedimentos da área da saúde - Em sua formação, o técnico de enfermagem aprende a realizar uma série de procedimentos que podem ser estritamente necessários à saúde do idoso, como aferição da pressão arterial, verificação de sinais vitais, realização de testes de glicemia, administração de medicamentos (especialmente injetáveis), dar banho de leito, cuidar de diferentes tipos de sondas, fazer curativos, cuidar de possíveis úlceras de pressão (as temíveis escaras) e principalmente prevenir para que as mesmas apareçam, em caso de necessidade cuidar do soro ou do equipamento de oxigênio. Perfil do técnico em enfermagem Postura ética - Além de aprender procedimentos técnicos, o técnico de enfermagem também aprende a agir segundo os pressupostos éticos expressos no Código de Ética do Profissional da Enfermagem, por exemplo, resguardando a intimidade do paciente em procedimentos que o exponha, mantendo sigilo quanto a informações referentes ao paciente, agindo com respeito, competência e integridade. Isto é essencial, pois este profissional pode vir a trabalhar no domicílio e assim ter um contato muito direto não apenas com a privacidade do paciente como também da intimidade de toda a família, o que não pode ser repassado a outras pessoas. Perfil do técnico em enfermagem Agir de maneira humanizada com o paciente e a família - Buscando não atender apenas o órgão do idoso que está doente, mas o ser humano como um todo, tratando-o pelo nome, não o infantilizando, sendo cuidadoso, agindo para diminuir seu sofrimento e melhorar sua qualidade de vida, sendo criativo para atender às suas necessidades e lidar com seus devaneios. No trato com a família também é necessário ser muito humano, lembrando-se sempre que problemas de saúde podem afastar os membros de uma família, causar estresse e sofrimento entre os familiares do adoentado.
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