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21/02/2016 1 Revisão de Radiologia Torácica Revisão de literatura RADIOLOGIA TORÁCICA REVISÃO TEÓRICA Goodman, Lawrence R. Felson‟s principles of chest roentgenology. Philadelphia: Saunders/Elsevier, 2007 Benjamim Felson (1913-1988) Renomado radiologista tóracico de Cincinnati responsável por muitos dos termos de uso cotidiano na comunidade anglófona de radiologistas. Dr. Felson is seen here discussing an x- ray in 1978. (From the Benjamin Felson archival collection) FELSON, Benjamin; FELSON, Henry. Localization of Intrathoracic Lesions by Means of the Postero-Anterior Roentgenogram: The Silhouette Sign 1.Radiology, v. 55, n. 3, p. 363-374, 1950. 21/02/2016 2 Padrões Radiológicos • Se parte de um pulmão é hiperdensa (padrão alveolar, consolidação, densidade de líquido, sem ar), ela pode afetar nossa habilidade de ver estruturas adjacentes. • Podemos usar essas alterações para auxiliar-nos a detectar e localizar doenças no pulmão. (GOODMAN, 2007) Padrões Radiológicos • Existem cinco densidades radiológicas básicas. Em ordem de aumento de densidade elas são _______________, _______________,_______________, _______________, _______________. (GOODMAN, 2007) gás gordura líquido/tecidos moles ossos metal/constraste • A imagem demonstra um tubo de testes contendo, de cima para baixo, ar, óleo (gordura), água e metal (ou osso). • Cálcio é o exemplo de densidade de metal presente no corpo. • Observe a superfície distinta entre cada densidade. Aplicação • Estruturas anatômicas são reconhecidas em uma radiografia por suas diferenças de densidade. • Essas quatro densidades básicas mantêm o radiologista no emprego. (GOODMAN, 2007) • Radiografia de Tórax. • O coração e músculos possuem densidade de tecidos moles. • O pulmão e a bolha gástrica possuem densidade de gases/ar. • Os planos adiposos entre os músculos são fracamente visíveis. • O “L” possuem densidade metálica e as costelas possuem densidade de metal. • O coração, aorta e diafragmas são vistos delimitados devido sua densidade de tecidos moles estar adjacente à densidade de ar. • A parede interna do estômago é visível devido o conteúdo de ar estar em contato com a parede de tecidos moles. • De mesma forma, o fígado e o diafragma direito não podem ser discernidos, devido ambos possuírem densidade de tecidos moles. 21/02/2016 3 Assim • O coração, aorta e sangue, assim como o fígado, baço e músculos, são todos de densidade de tecidos moles. • De mesma forma é o pulmão sem ar. • Duas substâncias de mesma densidade, em contato direto, não podem ser diferenciadas entre si em uma radiografia. • Esse fenômeno, a perda da silhueta (contorno) radiográfico, é o sinal da silhueta. (GOODMAN, 2007) • Duas caixas, criando um modelo do coração e aorta. • O coração e aorta ascendente estão na mesma caixa, enquanto a descendente está em outra. • Conclusão: uma interface não é visível quando duas áreas de densidade similar tocam-se. • Radiografia lateral de tórax com aorta de paredes ateroscleróticas (calcificadas). • O coração e aorta ascendente são anteriores (A) e a aorta descendente é posterior (D). • Sinal da Silhueta „normal‟: coração está sobre a parte anterior do diafragma esquerdo. Interfaces • Lobo médio e língula estão em contato com o coração, e são estruturas anteriores. • Lobos inferiores são inferiores e posteriores à fissura oblíqua, não estão em contato com as bordas cardíacas que são anteriores, mas estão em contato com o diafragma. • Doenças no lobo inferior sobrepõe-se ao hilo e coração, mas não obscurecem suas silhuetas por não estarem em contato direto. • A aorta descendente não é visível quando há uma consolidação de lobo inferior. (GOODMAN, 2007) 21/02/2016 4 Interfaces • A borda cardíaca superior e aorta ascendente são estruturas anteriores à direita. • A aorta ascendente é posterior e à esquerda. • Lateralmente, o botão aórtico e a traqueia estão no meio do tórax. • O lobo superior direito ocupa o meio e ápice do tórax, delimitado pela fissura horizontal e anterior à fissura oblíqua. Consolidações do lobo superior direito causam sinal da silhueta na aorta ascendente e interface traqueopulmonar direita. • O lobo superior esquerdo ocupa posição anterior e medio- superior. Consolidação da parte superior desse lobo oblitera átrio esquerdo, botão aórtico e mediastino médio. (GOODMAN, 2007) 21/02/2016 5 Woman in labor: “Can‟t. Shouldn‟t. Didn‟t. Won‟t.” Husband: “Doctor, what‟s wrong with my wife?” Obstetrician: “Contractions!” Revisão • Pelas descrições do filme em PA, localize a lesão: • (a) Consolidação pulmonar oblitera borda cardíaca esquerda: _______________ • (b) Consolidação pulmonar oblitera o botão aórtico: _________________ • (c) Uma pneumonia na base pulmonar direita falham em obliterar o coração: ____________________________ • (d) Uma pneumonia na base pulmonar esquerda oblitera o coração: _______________ • (e) Uma pneumonia obscurece a aorta descendente: _________________ (GOODMAN, 2007) língula lobo superior esquerdo lobo inferior direito (provavelmente) lobo médio lobo inferior esquerdo Interfaces • Na radiografia normal, nós vemos a traqueia e brônquios proximais devido eles estarem envolvidos por tecidos moles do mediastino. No pulmão, entretanto, os brônquios não são visíveis. As únicas estruturas que se ramificam visíveis nos pulmões são os vasos sanguíneos (densidade de tecidos moles) contornados por ar. (GOODMAN, 2007) Brônquios: tubulares à direita (mesmo plano) e circulares à esquerda (perpendiculares ao plano) Broncogramas Aéreos • Podemos ver brônquios normais em uma radiografia? Claro que podemos! • Quando o pulmão está consolidado e os alvéolos contêm ar, o pulmão denso delineia os brônquios cheios de ar. • A visualização do ar em brônquios intrapulmonares é o sinal do broncograma aéreo. (GOODMAN, 2007) 21/02/2016 6 Brônquio(B) e Vaso(V) antes e depois da consolidação Quando não há broncograma aéreo • Consolidações pulmonares periféricas ou doença intersticial não causam opacificação suficiente para produzir um broncograma aéreo. • Condições que hiperinsuflam os pulmões não causam broncogramas aéreos. (GOODMAN, 2007) Outros usos • Existem outros usos para o broncograma aéreo? Se você ver brônquios cheios de ar que estão muito próximos, isso é evidência de colapso pulmonar. Esse aglomerado de broncogramas aéreos é sugestivo de atelectasia não obstrutiva. • Várias doenças podem causar bronquiectasia. Ao invés dos brônquios afinarem-se, eles dilatam-se, mesmo seus segmentos periféricos. (GOODMAN, 2007) • Bronquiectasia é difícil de diagnosticar em radiografias. • É perceptível brônquios dilatados e espessados. • Em TC • Brônquios percorrendo o plano axial são tubulares (seta reta) e brônquios perpendiculares são circulares (seta curva). • A outra TC mostra brônquios dilatados cheios de secreção. 21/02/2016 7 Efeito de Adição Efeito Tangencial Nível hidroaéreo Padrões de Lesões Pulmonares 21/02/2016 8 • O ar nos pulmões é substituído por material com densidade de tecidos moles, como sangue, exsudato ou células neoplásicas. • A atenuação aumentada do parênquima pulmonar causa obscurecimento dos vasos pulmonares, sem perda significante de volume, no segmento afetado. • Aerobroncogramas podem ser encontrados; • Distribuição lobar ou segmentar;• Bordas mal-definidas; • Nódulos nos espaços aéreos; • Tendência a coalescer; • Distribuição em asa-de-morcego ou em borboleta; • Mudança rápida com o tempo. Opacidades alveolares (air filling) 21/02/2016 9 Padrões Radiológicos Usual interstitial pneumonia (UIP). A: PA chest radiograph shows medium to coarse reticular ILD with honeycombing, in a predominantly bibasilar and subpleural distribution. Lung volumes are decreased. • Idiopathic pulmonary fibrosis. Small volume lungs with extensive • reticular shadowing and early „honeycombs‟ in the lower zones. • Processos que espessam ou revestem o interstício parenquimatoso do pulmão, produzindo uma fina rede de linhas, com espaços transparentes intervenientes da ordem de 1 a 2 mm de diâmetro. • Pode ser determinado por preenchimento ou colapso parcial dos alvéolos, por espessamento intersticial, por aumento do volume sanguíneo capilar, ou por expiração normal. Pode vir acompanhado de broncograma aéreo, o que muitas vezes leva a confundir com áreas de consolidação; porém, o que o diferencia destas é a identificação das marcas vasculares na opacidade em vidro fosco. Reticular Fina (Ground-glass) • Os espaços intervenientes tem 3 a 10 mm de diâmetro. • Caracteriza-se pela presença de espaços císticos com ar, de paredes fibrosas finas e bem-definidas, delineadas pelo epitélio bronquiolar. Resulta da destruição de alvéolos e perda da arquitetura acinar e é associada com fibrose pulmonar. • Apresenta um padrão característico na TCAR, com cistos subpleurais com paredes espessas que compartilham paredes e, quando avançado, geralmente formam empilhamentos em camadas múltiplas. Reticular Média (honeycomb) Imagem localizada de rariografia frontal do tórax mostra padrão reticular basal em paciente portador de fibrose pulmonar idiopática. No corte de TC na plano coronal é possível observar o padrão de cistos de faveolamento na periferia dos pulmões. 21/02/2016 10 • Um padrão intersticial reticulonodular é producido pela sobreposição de sombras reticulares, ou pela presença de sombras reticulares e nódulos pulmonares. Enquanto é relativamente comum em uma radiografia torácica, poucas doenças possuem esse padrão-patológico. Exemplos: silicose, sarcoidose pulmonar, linfagite carcinomatosa. Padrão Retículo-nodular Reticular Grosseiro • Espaços císticos causados por destruição de parênquima. Ex.: pneumonia intersticial usual, sarcoidose pulmonar, histocitose das células de Langerhan do pulmão. • Constituem pequenas lesões arredondadas no interstício pulmonar. São homogêneos (não apresentam bronquiologramas ou alveologramas aéreos) e bem definidos, suas margens são nítidas e circundadas por pulmão aerado. • Opacidades miliares (<2mm) • Micronódulos (2 a 7 mm) • Nódulos ( 7 a 30 mm) • Massas tumorais (> 30 mm) Opacidades nodulares CASO 1 Caso – História Clínica • Homem de 27 anos, alto e magro, aparentemente saudável. Sem doenças pulmonares subjacentes. • Veio ao hospital sob a reclamação de pleurodinia que durava por duas semanas, sem lembrar o começo da dor aguda. • Aparentemente, estava em boa condição. • Após o exame clínico, o único achado patológico era o decréscimo dos murmúrios no pulmão direito. • Testes laboratoriais foram normais. MICHAELIDES ET AL. (2008) 21/02/2016 11 Processamento digital da imagem Diagnóstico mais provável ? Discussão e Evolução • Radiografia de tórax mostrou um grande pneumotórax do lado direito. • Grande pneumotórax na direita, com desvio da traqueia para a esquerda. • Hiperemia passiva no pulmão esquerdo. MICHAELIDES ET AL. (2008) Seguimento • Imediatamente admitido na sala de cirurgia, onde foi feita a aplicação de pressão negativa por meio de um cateter de drenagem 40F. • Após 35 minutos, ele estava sintomático, tosse seca aguda, pleurodinia direita, dispneia, mas hemodinamicamente estável. • Foi realizada outra radiografia para verificar. MICHAELIDES ET AL. (2008) 21/02/2016 12 Diagnóstico mais provável ? Edema Pulmonar por Reexpansão • A radiografia de tórax demonstra opacidades broncoalveolares no pulmão direito. • A rápida reexpansão gerou infiltrações broncoalveolares (edema pulmonar) no pulmão direito. • Após 24 horas, foi realizada nova radiografia de tórax. MICHAELIDES ET AL. (2008) Diagnóstico mais provável ? Radiografia Normal de Tórax • É demonstrada a completa remissão dos infiltrados pulmonares. • O cateter foi reposicionado. MICHAELIDES ET AL. (2008) Discussão 21/02/2016 13 Edema pulmonar por reexpansão • Fatores predisponentes: – Duração prolongada do pneumotórax – Grande pneumotórax – Jovens (<40 anos) – Rápida reexpansão Michaelides M, Kakani S, Retsilas I (2008, Jun 6). Unilateral pulmonary edema after rapid re-expansion of spontaneous pneumothorax, {Online}. DOI: 10.1594/EURORAD/CASE.5343 MICHAELIDES ET AL. (2008) PNEUMOTÓRAX Discussão Definição • Acúmulo de ar dentro da cavidade pleural. • Comumente é uma complicação de trauma torácico. • (PLANNER, 2007) • Pneumotórax refere-se a ar ou gás na cavidade pleural e pode ser espontâneo, traumático ou terapêutico. • (ROBBINS, 2010) (PLANNER, 2007; ROBBINS, 2010) Etiologia • Pneumotórax Traumático: É a causa mais comum de pneumotórax. Podem causar Pneumotórax por dois mecanismos diferentes: – elevacão aguda da pressão intratorácica – laceracão da árvore brônquica – Fratura de costela pode lacerar o pulmão e causar pneumotórax. • Pneumotórax espontâneo (Primário): Os pacientes apresentam, com frequência, blebs ou bolhas nos ápices pulmonares, responsáveis pela ocorrência de pneumotórax espontâneo. • Pneumotórax espontâneo (Secundário): Muitos apresentam bolhas, cistos ou cavidades associados. • Pneumotórax hipertensivo: Decorre de um defeito pleural tipo válvula de retencão. (BRANT, 2012) Fisiopatologia • O pneumotórax espontâneo pode complicar qualquer forma de doença pulmonar que cause ruptura de um alvéolo. • Uma cavidade de abscesso que se comunique diretamente com o espaço pleural ou com o tecido intersticial pulmonar também pode levar ao escape de ar. • Na última circunstância, o ar pode dissecar a substância pulmonar ou voltar pelo mediastino (enfisema intersticial), eventualmente entrando na cavidade pleural. • O pneumotórax mais comumente associa-se a enfisema, asma e tuberculose. (ROBBINS, 2010) Classificação • Três tipos: – Simples – sem comunicação com atmosfera ou mediastino. Sem deslocamento da linha média. Bordas da pleura visceral são visíveis. Perda de volume no lado afetado (hemidiafragma elevado). – Comunicante – defeitos na parede torácica estão presentes. – Tensão – acúmulo progressivo de ar sob pressão dentro da cavidade pleural; leva à deslocamento do mediastino com compressão do pulmão contralateral e grandes vasos. Assim, está associado com deslocamento do mediastino para o lado contralateral. Procurar por aumento de lucência no recesso costofrênico (sinal do sulco profundo). (PLANNER, 2007) 21/02/2016 14 Curso Clínico • Pode apresentar o mesmo significado clínico que uma coleção de líquidos nos pulmões, por causar compressão, colapso e atelectasia. • (ROBBINS, 2010) (ROBBINS, 2010) Achados Radiológicos • Ortostatismo: – Pulmão é desviado inferior e medialmente – Pleura visceral é visível – Ausência do trama vascular após a pleura visceral • Decúbito: – Pulmão é desviado lateral e posteriormente – Hemitórax comprometido hipodenso – Bordas do diafragmae mediastino mais bem definidas – Sinal do Sulco Profundo: sulco costodiafragmático profundo (BRANT, 2012; PLANNER, 2007) Pleura visceral Pneumotórax simples. A borda pulmonar direita é fracamente visível em filme inspiratório. Em expiração, o pneumotórax torna-se claramente evidente. Pneumotórax de tensão Caso 01 - Grande pneumotórax do lado esquerdo com deslocamento contralateral do mediastino. Caso 02 – Barotrauma associado com ventilação resulta em acúmulo de ar dentro do espaço pleural com egresso limitado de ar. Como resultado, há deslocamento mediastinal contralateral. Há sinal do sulco profundo associado. Pneumothorax Complicating ARDS. Posteroanterior chest film in a 41-year-old woman with ARDS and recurrent pneumothoraces reveals a left apical (straight arrows) and subpulmonic (curved arrow) pneumothorax despite the presence of a chest tube. 21/02/2016 15 EDEMA PULMONAR Discussão Tipos de Edema Pulmonar • Edema hidrodinâmico – Aumento de pressão hidrostática (aumento da pressão venosa pulmonar): insuficiência esquerda, sobrecarga de volume, obstrução de veia pulmonar; – Decréscimo da pressão oncótica: hipoalbuminemia, síndrome nefrótica, doença hepática, perda de proteínas por enteropatias; – Obstrução linfática • Edema por lesão microvascular (lesão alveolar) – Infecções, aspiração de líquido, inalação de gases, choque, trauma, radiação; • Edema de causa indeterminada – Altas altitudes – neurogênico (ROBBINS, 2010) Linhas de Kerley • Linhas A de Kerley: opacidades lineares que estendem-se da periferia aos hilos; são causados por distensão dos canais anastomóticos entre linfáticos periféricos e centrais. • Linhas B de Kerley: linhas horizontais curtas, situam-se perpendicularmente à superfície pleural na base pulmonar; elas representam edema do septo interlobular. • Linhas C de Kerley são opacidades reticulares na base do pulmão, representando linhas B de Kerley na superfície. • Esses sinais radiológicos sugerem edema pulmonar cardiogênico. (BRANT,2012) Edema • Edema intersticial agudo – Espessamento septal (interlobulares); – Líquido nas fissuras; – Derrame pleural; • Edema alveolar – Opacidades do espaço aéreo - centrais (asa de borboleta); – Derrame pleural; – Cardiomegalia; – Cefalização do fluxo (vasos dos lobos superiores mais calibrosos). (BRANT,2012) Linhas A de Kerley (setas) Linhas B de Kerley (cabeças de seta brancas) Linhas C de Kerley (cabeças de seta pretas) • Edema alveolar (setas brancas) e edema intersticial (setas prestas). 21/02/2016 16 Padrão em asa de morcego/borboleta CASO 2 Caso • Paciente apresentando dispneia leve e dificuldade para exercitar-se. 93 94 Opções A. Embolia séptica B. Osteossarcoma metástico C. Tuberculose “velha” D. Exposição à asbestos 95 Diagnóstico mais provável ? 21/02/2016 17 Discussão Doença pleural associada à asbesto • Sais de ácido salicílico • 90% dos asbestos nos USA são asbestos brancos (chrysotile) ocorrendo em trabalhadores automotivos e da construção • Partículas de asbestos invocam resposta hemorrágica nos pulmões – Fibras são cobertas com material similar à ferritina, resultando em corpos ferruginosos – Produzem seus danos em bronquíolos e alvéolos • Afeta lobos inferiores primeiro • A presenção de mudanças no parênquima diferenciam asbestoses de doença pleural relacionada à asbestose. – Opacidades são pequenas e com formato irregular. – Silhueta cardíaca pode tornar-se indefinida. 98 Achados em imagem • Todos os pacientes, com doença pleural associada à asbestos possuem, por definição, algum envolvimento pleural. • Envolvimento pleural sem doença do parênquima é comum • Placas pleurais parietais no pulmão médio é a mais comum desordem relacionada à asbestos e é usualmente bilateral Elas ocorrem mais frequentemente nos 6-9 interespaços usualmente deixando o ápices e bases pulmonares e o envolve a pleura parietal • Espessamento pleural difuso: menos comum que as placas; envolve a pleura diafragmática, aumenta ângulo costofrênico • Calcificação pleural: ocorre em 50 % das doenças relacionadas à asbestos, especialmente na pleura diafragmática 99 Pleural calcification, asbestos exposure. White arrow points to a calcified pleural plaque of asbestos- related pleural disease seen en face. The overall appearance of the plaque has been likened to a holly leaf (“folhas finas”) and the dense white edge of the plaque is called a rolled edge (“magem folheada”). The black arrows point to many of the calcified pleural plaques seen in profile. 100 CAPELOZZI, VERA LUIZA. Asbesto, asbestose e câncer: critérios diagnósticos. J. Pneumologia [online]. 2001, vol.27, n.4, pp. 206-218. ISSN 1678-4642. Four doctors are duck hunting. As the ducks fly over, the internist says, “It looks like a duck, smells like a duck, and quacks like a duck. I just need a second opinion.” By the time he is ready, the ducks are gone. The radiologist says, “It looks like a duck, smells like a duck, and quacks like a duck. I need another view.” By the time he is ready, the ducks are gone. The surgeon just shoots and says, “Holy mackerel, what did I just shoot?” The pathologist says, “I think they were ducks, but I will need more tissue.” 21/02/2016 18 CASO 3 CASO • Mulher de 62 anos com enfisema 104 105 Fro n tal C h est R ad io grap h w ith C lo se -U p 106 Opções A. Actinomicose B. Capa pleural apical C. Tumor de Pancoast D. Tuberculose “antiga” (curada) E. Metastases F. Lipoma Pleural 107 Opções A. Actinomycosis (infecção bacteriana – causa abcessos pulmonares ou cavidades pulmonares) B. Apical Pleural Cap (densidade curva no ápice pulmonar) C. Tumor de Pancoast (sem destruição de arcos costais) D. Old Tuberculosis (nódulos pulmonares para-hilares ou nos lobos superiores) E. Metastasis (são associadas com destruição de costelas) F. Pleural Lipoma (lesões convexas de crescimento lento que formam ângulos obtusos com a pleura) 108 21/02/2016 19 Diagnóstico mais provável ? Lipoma pleural (Considerações Gerais) • Tumor benigno da pleura mais comum • Acredita-se que origina-se na pleura parietal estendendo-se aos espaços subpleurais, pleurais ou extrapleurais. • Lento crescimento, encapsulado • Pode tornar-se razoavelmente grande 110 Pleural Lipoma. Above: White arrow points to a soft tissue mass in the right lung apex along the lateral chest wall which forms obtuse angles where it meets the chest wall (yellow arrows) suggesting a pleural or extrapleural location. 111 Achados em Imagem • Interfaces com o pulmão lisas • Levemente convexa • Usualmente com orientação vertical relativa à parede torácica • Bordas formam um ângulo obtuso com a parede torácica – Lesões no parênquima provocam, classicamente, ângulos obtusos. • Sem erosão de costelas ou destruição óssea • A massa irá aparentar mais densa que gordura em uma radiografia convencional devido sua interface com ar pulmonar. • Em TC, possui densidade lipídica(−50 to −120 HU) 112 • Achados clínicos : usualmente sem sintomas. Quando existem, podem ser tosse, dor nas costas, dispnéia em esforço ou tórax “pesado”. • Diagnóstico diferencial: – Metastases -- associated with rib destruction – Extrapleural hematoma – Neurofibromas – Pleural fibroma – For diaphragmatic lipomas (most posterolateral and on the left), the differential includes hernia or eventration 113 CASO 4 21/02/201620 Opções • A. Noz aspirada • B. Pneumonia • C. Pseudotumour • D. Artefato Diagnóstico mais provável ? Pseudotumour • Frontal and lateral views of an 89 year-old female with an oval soft tissue density superimposed on the minor fissure on both the frontal and lateral views. The lesion has slight "points" where it abuts the minor fissure, a sign of a "pseudotumour" or "vanishing tumour" in the minor fissure. There are usually more signs associated with congestive heart failure than are seen in this patient. 21/02/2016 21 Pseudotumour / Vanishing Tumor of the Lung • Sharply marginated collection of pleural fluid contained either within an interlobar pulmonary fissure or in a subpleural location adjacent to a fissure • Result from transudation from the pulmonary vascular space • Commonly manifest as incidental radiographic findings in patients with congestive heart failure – Other causes of transudates include • Hypoalbuminemia • Renal insufficiency • Imaging findings • o Lenticular or biconvex contour • o Located along the course of interlobar fissures • § Most occur in the minor (horizontal) fissure (more than 75%) and are seen on both the frontal and lateral radiograph • § Those that occur in the oblique or major fissure may only be seen on the lateral view well • § Infrequently, they occur in the horizontal and oblique fissures simultaneously • o Most are less than 4 cm in size • Management • o The underlying condition is managed • o Typically an incidental finding that has minimal impact on patient management • · Patients who develop pseudotumors tend to develop time repeatedly when the underlying condition causing the transudate (like CHF) returns • · Pseudotumors may be erroneously diagnosed as parenchymal lung nodules or masses • · Presence of an interlobar pleural effusion does not always correspond to the severity of the left heart failure • o Occasionally, it may be the only sign of cardiac decompensation • Clinical Pearl: “Pseudotumors” are most commonly encountered in congestive heart failure. As the congestive heart failure resolves, the loculated fluid disappears (“vanishing tumor”). (GOODMAN, 2007) 21/02/2016 22 Referências Específicas • BRANT, William E.; HELMS, Clyde A. (Ed.). Fundamentals of diagnostic radiology. Lippincott Williams & Wilkins, 2012. • COLLINS, Jannette; STERN, Eric J. (Ed.). Chest radiology: the essentials. Lippincott Williams & Wilkins, 2008. • DRAKE, Richard; VOGL, A. Wayne; MITCHELL, Adam WM. Gray's anatomy for students. Elsevier Health Sciences, 2009. • JUHL, John H.; CRUMMY, Andew B.; KUHLMAN, Janet E. Interpretação radiológica. Interpretação radiológica, 2000. • PLANNER, Andrew; UTHAPPA, Mangerira C.; MISRA, Rakesh R. A–Z of Chest Radiology. Cambridge University Press, 2007. • STANDRING, Susan. Gray‟s anatomy. The anatomical basis of clinical practice, v. 3, 2008. • WEBB, Wayne Richard; BRANT, William E.; MAJOR, Nancy M. Fundamentals of body CT. Elsevier Health Sciences, 2006. • WEBB, W. Richard; HIGGINS, Charles B. 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Achados • Extensivas massas pleurais lobuladas frequentemente extendendo-se sobre a superfície mediastinal pleural. • Perda de volume no pulmão. • Assoacia-se à efusão pleural. • Calcificações pleurais (25%). • Extensão através de fissuras interlobulares e destruição de costelas (20%). 21/02/2016 23 Diagnóstico Diferencial • Fibrose pleural pós-infecciosa • Pós-empiema • Doença pleural metastática Mesotelioma. Massas pleurais lobuladas na zona superior esquerda. Nesse caso, há massas lobuladas mais extensivas, confinando o pulmão direito. 136 137 138 21/02/2016 24 139 140 Mesotelioma pleural com metástases ósseas e em linfonodos • Em TC, foi revelado estado avançado de uma afecção malígna da pleura no pulmão direito, caracterizada por perda de volume no hemi-tórax, um envolvimento do hemitórax, parede torácica, mediastino e diafragma. Foram perceptíveis áreas osteolíticas no corpo do esterno, C7, D2 e D11. 141
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