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Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Carlito Calil Junior – EESC USP Francisco A. Rocco Lahr – EESC USP Sérgio Brazolin – IPT/ABPM SP Madeiras na Construção Civil Capítulo 37 Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Razões para empregar a madeira na Construção Civil - fácil trabalhabilidade - ótima relação entre densidade e resistência/rigidez - suficiente disponibilidade - possibilidade de perene renovação - baixo consumo energético em sua produção Conceituação inicial Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Materiais estruturais – dados comparativos Material A B C D E F G Concreto 2,4 1,92 20 20 0,096 8 8,3 Aço 7,8 234,00 250 210 0,936 32 26,9 Madeira – Conífera 0,6 0,60 50 10 0,012 83 16,7 Madeira – Dicotiledônea 0,9 0,63 75 15 0,008 83 16,7 •A: densidade do material (g/cm³) •B: energia consumida na produção (10³ MJ/m³) •C: resistência (MPa) •D: módulo de elasticidade (10³ MPa) •E: relação entre energia consumida na produção e resistência (B/C) •F: relação entre resistência e densidade (C/A) •G: relação entre módulo de elasticidade e densidade (D/A) Quadro 1 – Materiais estruturais – dados comparativos (CALIL JR e DIAS, 1997). Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Conceituação inicial Algumas restrições para o emprego da madeira • Material inflamável (tratamento retardante resolve) • Material biodegradável (tratamento preservativo resolve) • Insuficiente divulgação das informações tecnológicas já disponíveis acerca de seu comportamento sob as diferentes condições de serviço • Número reduzido projetos específicos desenvolvidos por profissionais habilitados Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Comportamento da madeira sob fogo Figura 1 – Resistência ao fogo (RITTER, 1990). Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Aspectos anatômicos das coníferas Figura 2 – Aspectos anatômicos das coníferas (TAYLOR, 1978). Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Aspectos anatômicos das dicotiledôneas Figura 2 – Aspectos anatômicos das dicotiledôneas (TAYLOR, 1978). Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Características físicas da madeira Fatores que influenciam as propriedades da madeira - Local de origem: temperatura, chuvas - Solo: tipo e condições de umidade - Posição da árvore em relação à floresta - Peculiaridades do manejo aplicado à floresta - Idade da árvore - Posição da peça em relação à altura e ao diâmetro da árvore - Amostragem adotada para a caracterização Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Umidade da Madeira - Aspectos da relação água – madeira - Água livre - Madeira “verde” - Ponto de saturação - Água de impregnação - Umidade de equilíbrio ao ar - Madeira totalmente seca - Secagem – processo importante Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Aspectos favoráveis da secagem da madeira • Redução da movimentação dimensional, permitindo a obtenção de peças cujo desempenho, nas condições de uso, será potencialmente mais adequado • Possibilidade de melhor desempenho de acabamentos, como tintas, vernizes e produtos ignífugos • Redução da probabilidade de ataque de fungos • Aumento da eficácia da impregnação da madeira contra a demanda biológica • Aumento dos valores correspondentes às propriedades de resistência e de elasticidade Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Estimativa da umidade de peças de madeira - Método da secagem em estufa (Gravimétrico) onde: mi : massa inicial da amostra ms : massa da madeira seca - Estimativa da umidade usando medidores elétricos 100 m mm (%)U s si Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Densidade de massa da madeira (ou Densidade) - Densidade Real - Densidade Básica - Densidade Aparente (referida à umidade de 12%) Onde: m12 = massa da amostra à umidade de 12% V12 = volume da amostra à umidade de 12% 12 12 ap V m (g/cm³) Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Influência da umidade na densidade Diagrama de Kollmann Figura 4 – Diagrama de Kollmann (LONGSDON, 1998). Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Variação dimensional da madeira • Principais causas • Ortotropia: decorrência da constituição anatômica • Direções principais: axial, radial e tangencial Tangencial (T) Longitudinal (L) Radial (R) Figura 5 – Coordenadas para definição das propriedades da madeira (BODIG e JAYNE, 1982). Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Retração na madeira • Aspectos anatômicos provocam diferentes retrações nas três direções principais Direção Retração total Longitudinal 0,1 a 0,9 Radial 2,4 a 11,0 Tangencial 3,5 a 15,0 Volumétrica 6,0 a 27,0 Quadro 2 – Porcentagens s de retração (Galvão e Jankowsky, 1985). Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Quadro de porcentagens de retração de algumas espécies de madeira Espécie T (%) R (%) T/R Cedro 5,3 4,0 1,3 Cupiúba 7,1 4,3 1,7 Eucalipto Citriodora 9,6 6,5 1,5 Eucalipto Tereticornis 16,7 7,3 2,3 Ipê 7,8 5,1 1,5 Jatobá 6,9 3,6 1,9 Mogno 4,1 3,0 1,4 Sucupira 7,3 5,9 1,2 Tatajuba 5,9 4,1 1,4 Quadro 3 – Variação dimensional de algumas espécies brasileiras. Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Determinação das porcentagens de retração e de inchamento - Porcentagens de retração total ou deformações específicas de retração (r,j), com j = 1 para a direção longitudinal; j = 2 para a direção radial e j = 3 para a direção tangencial, calculadas pela expressão a seguir. - Idem para determinar as porcentagens de inchamento total ou deformações específicas de inchamento (i,j) • dimensão linear, para U igual ou superior ao PS; • dimensão linear, para U igual a 0%. 100 L LL asec,i asec,isat,i j,r sat,iL asec,iL 100 sec, sec,, , ai aisati ji L LL Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Defeitos decorrentes do processo de secagem Encanoamento Arqueamento Figura 6 – Defeitos de secagem (MAINIERI, 1983). Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Defeitos decorrentes do processo de secagem Encurvamento Torcimento Figura 6 (continuação) – Defeitos de secagem (MAINIERI, 1983). Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Propriedades de resistência e de elasticidade Compressão • Nas peças solicitadas à compressão paralela às fibras, as forças agem paralelamente à direção dos elementos anatômicos responsáveis pela resistência, o que confere uma grande resistência à madeira. • Na solicitação normal, a madeira apresenta valores de resistência menores que os de compressão paralela, pois a força é aplicada na direção perpendicular ao comprimento das fibras, provocando esmagamento. Os valores de resistência à compressão normal às fibras são da ordem de 1/4 dos valores apresentados pela madeira na compressão paralela. A figura a seguir mostra o comportamentoda madeira quando solicitada à compressão paralela (A) ou normal (B) às fibras. Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Propriedades de resistência e de elasticidade Compressão Figura 7– Comportamento da madeira na compressão (RITTER, 1990). Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Propriedades de resistência e de elasticidade Tração • Nas peças de madeira podem ocorrer: tração paralela ou tração perpendicular às fibras. As propriedades referentes a essas solicitações diferem significativamente. • A ruptura por tração paralela às fibras pode ocorrer por deslizamento entre as fibras ou ruptura de suas paredes. Nos dois casos, a deformação é baixa e a resistência é elevada (parte A da figura a seguir). • Na tração normal, a madeira apresenta baixa resistência, pois os esforços atuam na direção perpendicular às fibras, tendendo a separá-las, com pequenas deformações (parte B da figura a seguir). Assim, devem ser evitadas, em projeto, situações que conduzam a tal solicitação. Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Propriedades de resistência e de elasticidade Tração •A •B Figura 9 – Tração na madeira (RITTER, 1990). Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Propriedades de resistência e de elasticidade Cisalhamento • A direção do plano de atuação das tensões de cisalhamento tem influência direta na resistência da madeira para esse tipo de solicitação. Quando o plano é perpendicular às fibras (A), a madeira apresenta alta resistência pelo fato de a ruptura implicar cisalhamento desses elementos. Antes da ruptura por cisalhamento, certamente a peça apresentará problemas de resistência na compressão normal. • Quando o plano das tensões de cisalhamento é paralelo às fibras, duas situações podem ocorrer. Quando a direção das tensões coincide com a direção das fibras, o cisalhamento é horizontal (B). Se a direção é perpendicular (C), os elementos tendem a rolar uns sobre os outros (rolling shear). • A figura a seguir mostra os tipos de cisalhamento A, B e C . A menor resistência se verifica no cisalhamento horizontal. Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Propriedades de resistência e de elasticidade Cisalhamento •A •B •C Figura 10 – Cisalhamento na madeira (RITTER, 1990). Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Propriedades de resistência e de elasticidade Flexão simples • Quando a madeira é solicitada à flexão simples, ocorrem quatro tipos de esforços: compressão paralela às fibras, tração paralela às fibras, cisalhamento horizontal e, nas regiões dos apoios, compressão normal às fibras. • A ruptura em peças de madeira solicitadas à flexão ocorre pela formação de minúsculas falhas de compressão seguidas pelo desenvolvimento de enrugamentos de compressão macroscópicos. Esse fenômeno gera o aumento da área comprimida na seção e a redução da área tracionada, o que pode levar à ruptura por tração. Ver figura a seguir. Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Propriedades de resistência e de elasticidade Flexão simples Figura 11 – Flexão na madeira (RITTER, 1990). Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Propriedades de resistência e de elasticidade Torção e resistência ao choque • O comportamento da madeira solicitada por torção ainda não é muito conhecido. A norma brasileira recomenda evitar a torção de equilíbrio em peças de madeira, em virtude do risco de ruptura por tração normal às fibras decorrente do estado múltiplo de tensões atuante. • A resistência ao choque é entendida como a capacidade do material absorver energia pela deformação. A madeira é material de ótima resistência ao choque. • Para a quantificação das propriedades de resistência e de elasticidade da madeira, são adotadas as recomendações do Anexo B: Determinação das propriedades das madeiras para projeto de estruturas, da NBR 7190, ABNT. Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Fatores que provocam influências nas propriedades da madeira • Fatores anatômicos • Densidade • Inclinação das fibras • Nós Figura 12 – Presença de nós na madeira (MAINIERI, 1983). Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Fatores que provocam influências nas propriedades da madeira • Fatores anatômicos • Defeitos naturais da madeira • Presença de medula • Faixas de parênquima (c) Figura 13 – (b) Presença de medula; (c) Faixas de parênquima (MAINIERI, 1983). (c) (b) Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Fatores que provocam influências nas propriedades da madeira Perfurações pequenas Perfurações grandes Podridão Mancha Figura 14 – Ataques biológicos (MAINIERI, 1983). Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Fatores que provocam influências nas propriedades da madeira • Fatores ambientais e de utilização • Umidade • Defeitos de secagem – ver comentários anteriores • Defeitos de processamento Arestas quebradas Variação da seção transversal Figura 15 – Defeitos de processamento (MAINIERI, 1983). Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Preservação de madeira PRESERVAÇÃO DE MADEIRAS É O CONJUNTO DE MEDIDAS PREVENTIVAS E CURATIVAS PARA CONTROLE DE AGENTES BIOLÓGICOS, FÍSICOS E QUÍMICOS QUE AFETAM AS PROPRIEDADES DA MADEIRA, OU SEJA SUA DURABILIDADE Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia • elaboração do projeto com foco para diminuição dos processos de instalação e desenvolvimento de organismos xilófagos; • definição do nível de desempenho necessário para o componente ou estrutura de madeira, tais como: vida útil, responsabilidade estrutural, garantias comerciais e legais, entre outras; • avaliação dos riscos biológicos aos quais a madeira será submetida durante a sua vida útil – ataque de fungos e insetos xilófagos e perfuradores marinhos; • determinação da necessidade de tratamento preservativo, em função da durabilidade natural e tratabilidade do cerne e alburno das espécies botânicas que serão utilizadas; • definição do(s) tratamento(s) preservativos, em função das seguintes escolhas: • espécie botânica que deve permitir este tratamento (tratabilidade), • umidade da madeira no momento do tratamento, • processo de aplicação do produto de preservação, • parâmetros de qualidade necessários: retenção e penetração do produto preservativo na madeira, • produto preservativo que satisfaça à classe de risco determinada. Etapas importantes em um projeto de construção com madeira Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia nãosim não Escolha do processo de tratamento e do produto preservativo Tratamento preservativo desnecessário Madeira suficientemente impregnável ? (Tratabilidade) sim Durabilidade natural é adequada? Escolha da espécie de madeira Definição da aplicação da madeira e classes de risco prováveis Definição da Classe de Risco PROJETO (conceito) Seqüência de decisão Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia • Ferramenta simplificada para a tomada de decisão (produtor e usuário) • Uso racional e inteligente da madeira na construção civil • Garantia de maior durabilidade das construções Sistema de Classes de Risco Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor:Geraldo C. Isaia CLASSES DE RISCO CLASSE DE RISCO (CR) CONDIÇÃO DE USO ORGANISMO XILÓFAGO 1 Interior de construções, fora de contato com o solo, fundações ou alvenaria, protegida das fontes internas de umidade. Locais livres do acesso de cupins-subterrâneos ou arborícolas. Cupins-de-madeira-seca Brocas-de-madeira 2 Interior de construções, em contato com a alvenaria, sem contato com o solo ou fundações, protegidos das intempéries e das fontes internas de umidade. Cupins-de-madeira-seca Brocas-de-madeira Cupins-subterrâneos e arborícolas 3 Interior de construções, fora de contato com o solo e continuamente protegidos das intempéries, que podem, ocasionalmente, ser expostos a fontes de umidade. Cupins-de-madeira-seca Brocas-de-madeira Cupins-subterrâneos e-arborícolas Fungos emboloradores/manchadores e apodrecedores 4 Uso exterior, fora de contato com o solo e sujeitos a intempéries. Cupins-de-madeira-seca Brocas-de-madeira Cupins-subterrâneos e-arborícolas Fungos emboloradores/manchadores e apodrecedores 5 Contato com o solo, água doce e outras situações favoráveis à deterioração, como engaste em concreto e alvenaria. Cupins-de-madeira-seca Brocas-de-madeira Cupins-subterrâneos e cupins-arborícolas Fungos emboloradores/manchadores e apodrecedores 6 Exposição à água salgada ou salobra. Perfuradores marinhos Fungos emboloradores/manchadores e apodrecedores Quadro 4 Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia O sistema de classes de risco proposto leva em consideração: • Presença do(s) organismo(s) xilófago(s) • Durabilidade natural da madeira • Tratabilidade da madeira • Condições de uso/exposição da madeira Sistema de Classes de Risco Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Fungos Emboloradores e Manchadores Ilustração: LÉLIS, A. T. et al., 2001 •Organismos xilófagos Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Fungos Apodrecedores Ilustração: IPT/2007 Ilustração: IPT/2007 Ilustração: IPT/2007 •Organismos xilófagos Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Brocas-de-Madeira Ilustração: IPT/2007 Ilustração: IPT/2007 •Organismos xilófagos Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Cupim-de-Madeira-Seca Ilustração: IPT/2007 Ilustração: IPT/2007 Ilustração: IPT/2007 •Organismos xilófagos Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Cupim-Arborícola Ilustração: IPT/2007 Ilustração: IPT/2007 •Organismos xilófagos Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Cupim-Subterrâneo Ilustração: IPT/2007 Ilustração: IPT/2007 Ilustração: IPT/2007 •Organismos xilófagos Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Perfuradores Marinhos •Organismos xilófagos Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Durabilidade natural da madeira • Característica intrínseca do cerne/espécie, que confere resistência ao ataque dos organismos xilófagos • O alburno de qualquer espécie de madeira é considerado de baixa durabilidade natural, ou seja, baixa resistência ao ataque de organismos xilófagos • O tratamento preservativo faz-se necessário se a espécie escolhida não é naturalmente durável para a classe de risco considerada e/ou se a madeira contém porções de alburno. Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Tratabilidade da madeira • Impregnabilidade da madeira com produtos preservativos - característica intrínseca da espécie de madeira • Na prática o cerne das madeiras de folhosas é não tratável e o alburno é tratável. • Na medida em que a espécie selecionada não é suficientemente tratável e de baixa durabilidade natural, não é possível ter-se certeza do seu tempo de vida útil. Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Método de tratamento Para os componentes de madeira de maior responsabilidade estrutural e sujeitas a uma maior agressividade biológica (CR 4, 5 e 6), é recomendado o tratamento sob pressão com produtos preservativos de natureza hidrossolúvel e/ou oleosa Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Parâmetros de qualidade do tratamento preservativo •Os principais parâmetros de qualidade para a madeira preservada são a penetração e a retenção do preservativo absorvido no processo de tratamento. • A penetração é definida como sendo a profundidade alcançada pelo preservativo ou pelo(s) seu(s) ingrediente(s) ativo(s) na madeira, expressa em milímetros (mm). • A retenção é a quantidade do preservativo ou do seu(s) ingrediente(s) ativo(s), contida de maneira uniforme num determinado volume da madeira, expressa em quilogramas de ingrediente ativo por metro cúbico de madeira tratável (kg/ m³). A especificação de um tratamento preservativo, baseado nas classes de risco, deve requerer penetração e retenção adequadas que dependem do método de tratamento escolhido. Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Classe de risco versus tratamento preservativo • Classe de risco 4 APLICAÇÃO MÉTODO DE TRATAMENTO PRESERVATIVO Inseticida/Fungicida RETENÇÃO MÍNIMA kg/m3 (i.a.) PENETRAÇÃO Madeira serrada, roliça e laminada (seca) Sob pressão (a) CCA – C ou CCB 4,0 ou 6,5 (b) 100 % do alburno e porção permeável do cerne Óleo creosoto (c) 96 Painel compensado CCA – C ou CCB 4,0 ou 6,5 (b) 100 % do alburno e porção permeável do cerne • Classe de risco 5 APLICAÇÃO MÉTODO DE TRATAMENTO PRESERVATIVO Inseticida/fungicida RETENÇÃO MÍNIMA kg/m3 (i.a.) PENETRAÇÃO Madeira serrada, roliça, laminada e Painel compensado Sob pressão (a) CCA – C 6,5 9,6 (b) 12,8 (e) 100 % do alburno e porção permeável do cerne CCB (d) Óleo creosoto (c) 96 130 (b) 192 (e) Quadro 5 Quadro 6 Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Classe de risco versus tratamento preservativo • Classe de risco 6 • Observações para as classes de risco 4, 5 e 6: a) No caso de espécies de folhosas, o cerne é normalmente não tratável, mesmo sob pressão; portanto, uma maior vida útil do componente depende da alta durabilidade natural dessa porção da madeira. No caso de madeiras permeáveis, como o pinus, ou o alburno da maioria das espécies de folhosas, é possível a total impregnação com o produto preservativo. b) Essa retenção de produto preservativo é recomendada para componentes estruturais de difícil manutenção, reparo ou substituição e críticos para o desempenho e segurança do sistema construtivo. c) Devido à sua natureza oleosa e propriedades químicas, a peça de madeira tratada com óleo creosoto pode apresentar problemas de exsudação do produto (migração para a superfície), além de não permitir acabamento com tintas, stains e vernizes. Portanto, recomenda-se seu uso nos componentes que não entram em contato direto com as pessoas e/ou animais. d) Carecem de informações sobre o uso da madeira tratada com o produto preservativo CCB em contato direto com a água doce, salobra ou salgada. e) Essa retenção de produto preservativo é recomendada para componentes estruturais críticos, como estacas de fundações totalmente ou parcialmente enterradas no solo ou em contato com água doce, utilizados em locais de clima severo e ambiente com alto potencial de biodeterioração por fungos e insetos xilófagos. f)O método de duplo-tratamento com os produtos preservativos CCA e óleo creosoto deve ser adotado em regiões de ocorrência de Sphaeroma terebrans e Limnoria tripunctata e na ausência de informações sobre esses organismos xilófagos no local de uso da madeira. APLICAÇÃO MÉTODO DE TRATAMENTO PRESERVATIVO RETENÇÃO MÍNIMA kg/m3 (i.a.) PENETRAÇÃO Madeira serrada, Madeira roliça e Painel compensado Sob pressão (a) CCA – C 40,0 100 % do alburno e porção permeável do cerne Óleo creosoto 400,0 Sob pressão duplo tratamento (a) (f) CCA – C e 24 Óleo creosoto 320 Quadro 7 Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Classes de risco – precauções gerais As seguintes precauções gerais devem ser tomadas na utilização do sistema de classes de risco para definição do produto preservativo, do método de tratamento, da retenção e da penetração do produto preservativo na madeira: • Adotar a classe de risco mais agressiva quando diferentes partes de um mesmo componente apresentam diferentes classes de risco. • Situações em que um componente fora de contato com o solo for submetido a intenso umedecimento, considerar uma situação equivalente ao contato com o solo ou água doce. • Com componentes inacessíveis quando em serviço ou quando sua falha apresente conseqüências sérias, é aconselhável considerar o uso de madeira de alta durabilidade natural ou um tratamento preservativo que proporcione maior retenção e penetração do produto preservativo na madeira. • A diferente durabilidade natural e tratabilidade do alburno e cerne devem ser sempre consideradas. • Se o risco de lixiviação do produto preservativo existe, considerar a proteção dos componentes durante construção e/ou transporte. • Fatores como manuseio das peças tratadas, como cortes ou furações, a integridade de acabamentos ou a compatibilidade do produto preservativo com o acabamento podem afetar o desempenho da madeira preservada. É recomendado que todos os furos, entalhes ou chanfros, necessários em um componente de madeira, sejam realizados antes do tratamento preservativo. • Adotar um sistema de secagem adequado para a produção de madeira tratada de boa qualidade e, conseqüentemente, do produto final. Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Madeira de reflorestamento – pinus e eucalipto • Madeiras de ciclo curto que representam um real compromisso com o meio ambiente • O uso do eucalipto (peças roliças) e de pinus, tratados sob pressão, representa uma excelente alternativa de material de engenharia na construção civil
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