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0 
 
 
 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAMETRO 
 BACHARELADO EM ENFERMAGEM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTÁGIO CURRICULAR II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MANAUS 
2019 
1 
 
 
 
ALÍCIA ARAÚJO FERREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO DE CASO: SUICÍDIO INFANTIL – TRANSTORNO DE 
PERSONALIDADE BORDERLINE. 
 
 
 
Estudo de Caso realizado no mês de setembro 
de 2019, no SPA Enfa. Eliememe Mady – SPA do 
Galiléia, e no CAIC Dr. Moura Tapajós, para obtenção 
de nota do Estágio Curricular II em Saúde da Criança, 
sob orientação da Enfa. Vanderlúcia Marques. 
 
 
 
 
 
MANAUS 
2019 
2 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO 
1. ESTUDO DE CASO CLÍNICO 
1.1 Anamnese 
1.2 Queixa Principal 
1.3 História da Doença Atual 
1.4 História Pregressa 
1.5 História Imunológica 
1.6 História Alimentar 
1.7 Exame Clínico Diário 
1.8 Exame Físico 
2. FISIOPATOLOGIA DO TRANSTORNO BIPOLAR E DA DEPRESSÃO 
3. DIAGNÓSTICO 
4. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
5. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO 
6. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA EM ENFERMAGEM 
7. EVOLUÇÃO DE ENFERMAGEM 
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
REFERÊNCIAS 
 
 
3 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 A ideação suicida é comum na idade escolar e na adolescência; as tentativas, porém, 
são raras em crianças pequenas. Tentativas de suicídio consumado aumentam com a idade, 
tornando-se comuns durante a adolescência. 
Crianças suicidam com fatores desencadeantes: discussão com os pais, problemas 
escolares, perda de entes queridos e mudanças significativas na família e transtornos de 
personalidade. 
Os transtornos mentais mais comumente associados ao comportamento suicida são 
depressão, mania ou hipomania, estados mistos ou ciclagem rápida, transtornos de conduta e 
abuso de drogas (Shafer, 2001). Mas crianças e adolescentes com humor irritável, agitação 
psicomotora, delírios, crise de violência súbita e alucinações auditivas também apresentam alto 
risco de suicídio a curto prazo. 
O suicídio tem sido um tema bastante debatido nos dias atuais e uma das justificativas 
para isso são as estimativas apresentadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de que, 
no ano de 2020, cerca de 1,53 milhão de pessoas cometerão suicídio, o que representa um ato 
suicida a cada dois segundos (BERTOLOTE; FLEISHMANN, 2002 apud MELEIRO et. al, 
2004). 
Ainda segundo a OMS e o Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério 
da Saúde (SIM/MS), no Brasil esse índice aumentou em 21% entre os anos de 1980 e 2000, 
representado em sua maior parte por indivíduos do sexo masculino. Já na população 
adolescente, Abasse et al (2009), cita que houve um aumento da taxa de suicídio de 47,5% no 
período entre os anos 2000 e 2004. Este fato pode estar relacionado ao fato de que a fase da 
adolescência é marcada por um período de desenvolvimento e transição, que refletem em 
alterações físicas, psíquicas e sociais, onde as relações podem vir acompanhadas de conflitos, 
dúvidas e angústias. Tendo em vista esses fatores a ideação suicida na adolescência pode ser 
subestimada com relação ao comportamento autodestrutivo, a mudança e a construção dos 
ideais de vida 
Mesmo com números crescentes falar sobre a morte ou sobre os motivos que levaram 
o indivíduo a atentar contra a própria vida são assuntos que não são vivenciados com clareza na 
sociedade, não são comentados, investigados e apresentados da mesma maneira que se pode 
observar em campanhas de conscientização da população para com outras doenças e 
comorbidades (BARBOSA; MACEDO; SILVEIRA, 2011). 
4 
 
 
 
Este fato pode ser explicado pelo preconceito, estigma e receio de instigação do ato 
suicida existentes ainda hoje dentro da sociedade e das famílias, gerando assim um tabu em 
torno do assunto. Existe ainda uma banalização das expressões do desejo de morte e da 
depressão, que são um dos principais fatores envolvidos na ideação suicida. Além disso, a falta 
de informação com relação ao manejo destas situações, faz com que o assunto se torne evitado 
e até mesmo velado. O suicídio tem se tornado um problema de saúde pública devido ao seu 
crescimento significativo nas últimas décadas, tendo uma predominância em ocorrências no 
sexo masculino, porém com transição de idosos para adolescentes de idades acima de 14 anos 
(SIM/MS, 2000). 
De acordo com a cartilha de prevenção ao suicídio voltada para conselheiros publicada 
em 2006 pela OMS, a adolescência é uma fase propensa aos pensamentos suicidas devido às 
mudanças que ocorrem durante a sua passagem. 
Fatores complexos como as mudanças no humor em virtude de transtornos de 
personalidade, problemas sociais e comportamentais, o uso de substâncias, associados à fatores 
como uma vida familiar conturbada, bullying, estresse e baixo rendimento escolar podem 
acarretar em sentimentos de desesperança e desamparo, resultando na tentativa de suicídio 
(OMS, 2006). 
Ainda de acordo com a OMS, entre os adolescentes o ato suicida está amplamente 
relacionado ao histórico de doenças psiquiátricas na família, negligência ou abuso sexual na 
infância, baixo nível de apoio parental, problemas com a lei ou disciplinares, contato com 
armas de fogo, abuso psicológico por parte de colegas ou familiares, tentativa anterior e 
suicídio de familiares ou conhecidos. 
O momento de passagem da infância para adolescência gera problemas existenciais, 
que podem levar os adolescentes a apresentarem pensamentos suicidas em baixa frequência e 
de forma esporádica, isso é caracterizado como parte normal do processo de entender o 
significado da sua existência ou da sua morte, além disso nessa fase existe a dependência e a 
independência extremas e esses anseios podem ou não ser relatados a família (MOREIRA; 
BASTOS, 2015). 
O adolescente entra em conflito consigo mesmo a partir do momento em que não se 
identifica mais como criança, porém também ainda não possui habilidades sociais e psíquicas 
necessárias para a resolução de problemas complexos da vida adulta. Por isso, na adolescência 
é comum a manifestação de sentimentos ambivalentes e comportamentos autodestrutivos. Estes 
comportamentos tendem a se dissipar conforme o amadurecimento do indivíduo, porém quando 
o adolescente não consegue elaborar soluções para os problemas dessa transição a não ser pela 
5 
 
 
 
finalização da vida, esta questão precisa ser acompanhada de forma mais próxima e de maneira 
mais efetiva. Muitos dos comportamentos apresentados pelos adolescentes, segundo Moreira e 
Bastos (2015), são típicos dessa fase, por isso deve-se atentar às frustrações demonstradas, para 
identificar o que é patológico do que não é. 
Uma vez que o adolescente executa o ato, o impacto da ação suicida, mesmo quando 
não efetivado, reflete não apenas no próprio indivíduo mas nos familiares, amigos e demais 
pessoas que socialmente o acompanham, gerando consequências tanto materiais quanto 
psicológicas, ou seja, não é somente a pessoa que produz o ato que sofre (WENZEL; BROWN; 
BECK, 2010). Devido a isso, os mesmos autores enfatizam ainda que o acompanhamento 
realizado ao paciente com ideação suicida deve ser estendido também aos familiares ou 
acompanhantes, pois a falta de informações a respeito do risco de ocorrer uma nova tentativa e 
também, a importância de verificar comportamentos que podem ser destrutivos como 
isolamento social, ideias de autopunição, verbalizações sobre o desejo de morrer, tristeza 
acentuada e desesperança são fatores que podem levar o sujeito a efetivação do suicídio ou a 
uma nova tentativa (WENZEL; BROWN; BECK, 2010). 
A identificação que o adolescente faz através do reconhecimento das relações sociais 
são fundamentais para a formação da subjetividade e construção da resiliência e capacidade de 
resolução de conflitos, que se dá a partir da sua inserção e significância nos grupos aos quais 
pertence e que lhe fornecem suporte emocional, afetivo, psicológico e social. 
Segundo Moreirae Bastos (2015) e Wang e Ramadam (2004) é preciso entender a 
subjetividade e a história que desencadeou a ação, considerando que a morte para a maioria dos 
indivíduos é temida, porém para outros, pode surgir em sua história como um fim para o 
sofrimento para o qual não havia mais solução, sendo um alívio ou um ato de desespero e 
insanidade momentânea. 
Com isso fica evidente a dificuldade de abordagem do sujeito com um único motivo, 
porque cada ser humano é único, com suas limitações e capacidades. 
6 
 
 
 
1. ESTUDO DE CASO CLÍNICO 
 
1.1 Anamnese 
 
Data da admissão: 10/09/19, adolescente AOPCR, feminina, 13 anos, parda, natural de 
Manacapuru-AM, residente no bairro Cidade Nova, estudante, deu entrada no SPA Enfa. 
Eliememe Mady com indícios de tentativa de suicídio, hipocorada, dispinéica, taquicárdica, 
hipoglicêmica, estado nutricional abaixo do padrão, lesão no pescoço causada com material 
perfurocortante. A tia materna da adolescente informou que a mesma confessou que pegou uma 
espécie de faca que estava sobre a bancada da cozinha e decidiu intentar contra a própria vida, 
pois os coleguinhas de escola a discriminavam muito por ser extremamente magra. Reforçou, 
ainda que a sobrinha sempre falava que queria morrer por se achar feia e magra demais. Ela foi 
examinada e avaliada pelo médico cururgião plantonista que a encaminhou para a emergência e 
para cuidados psicológicos. 
 
1.2 Queixa Principal 
 
Incisão superficial no pescoço a esquerda. 
. 
1.3 História da Doença Atual 
 
A adolescente encontra-se em quadro depressivo por transtorno de personalidade 
Borderline. 
 
1.4 História Pregressa 
 
Tia verbalizou que por ser muito magra, a jovem vem sofrendo bullyng e 
discriminação na escola a mais de dois anos e que a adolescente passou a ter comportamento de 
tristeza e apatia com relatos de vontade de morrer e que já havia intentado contra sua própria 
vida no mês de fevereiro deste ano quando, na oportunidade, mutilou um dos pulsos. 
 
1.5 História Imunológica 
 
Cartão vacinal não atualizado. 
7 
 
 
 
1.6 História Alimentar 
 
Nutrição muito abaixo do padrão. 
 
1.7 Exame Clínico Diário 
 
Acopanhamento nutricional especializado. 
Acompanhamento Psicológico especializado diário e sempre que necessário. 
Acompanhamento diário com a Enfermagem para realização de curativos 
Acopanhamento de SSVV de 6/6 h. 
 
1.8 Exame Físico 
 
Impressão geral: peso 38Kg, altura, 1,52 m, consciente, orientada em tempo e espaço, 
apática, afebril, leve hipotermia, hipocorada, hipoglicêmica, bradipneica, braditensa, estado 
nutricional muito abaixo do padrão, derme desidratada. Mucosas: hipocoradas, couro cabeludo 
íntegro, higiene oral satisfatória. Cabeça e crânio: orofaringe normal sem uso de prótes, 
pescoço com lesão por material perfurocortante a esquerda, expansão toráxica lenta. Mamas: 
sem anormalidades. Sistema cardiovascular: bradicárdica. Trato Urinário: diurese presente, 
evacuações presentes. Órgãos genitais: preservados. Aparelho locomotor: músculos e ossos 
preservados. MMSS: músculos e ossos preservados. MMII: com mobilidade preservada. 
SSVV: T 34,0ºC, PA: 94x61mmHg, R: 15 rpm, P: 58 bpm, Glicemia Capilar: 60 mg/dL. 
 
 
2. FISIOPATOLOGIA DO TRANSTORNO DE PERSONALIDAE BORDERLINE E 
DA DEPRESSÃO 
 
A bioquímica tem sido um dos campos mais frutíferos no estudo da fisiopatologia 
da Depressão, ainda que os achados não permitam grandes conclusões. As primeiras hipóteses 
biológicas da fisiopatologia dos Transtornos Afetivos nasceram juntamente com o estudo dos 
possíveis mecanismos de ação dos antidepressivos. 
As primeiras hipóteses biológicas foram da deficiência de catecolaminas, logo seguida 
pela hipóteses da deficiência de indolaminas. Esta hipótese postulava, em síntese, que a 
8 
 
 
 
depressão seria o resultado de um déficit central de noradrenalina, e que a mania poderia dever-
se a um excesso cerebral desse neurotransmissor. 
Acreditava-se, e ainda muitos acreditam, que a depressão estaria relacionada ao 
funcionamento bioquímico inadequado da atividade de neurotransmissores, notadamente 
da serotonina, noradrenalina e dopamina. E de fato, a hipótese de hipofuncionamento dos 
sistemas de neurotransmissores ganhou mais credibilidade depois que alguns antidepressivos 
agiam aumentando esses neurotransmissores e, concomitantemente, melhorando a depressão. 
Entretanto, estas hipóteses não explicavam a falta de eficácia imediata dos tratamentos 
antidepressivos, apesar desses medicamentos aumentarem as concentrações sinápticas 
de serotonina e de noradrenalina quase imediatamente. 
Realmente, hoje se aceita mais a idéia de que o aumento da disponibilidade de 
neurotransmissores melhora o quadro depressivo, que é o que fazem os antidepressivos. Isso 
parece indiscutível. Mas, cada vez mais, aceita-se a idéia de que a depressão não pode ser 
atribuída exclusivamente ao hipofuncionamento desses neurotransmissores ou à diminuição de 
seus níveis no cérebro. Pode tratar-se de uma fisiopatologia multifatorial. 
A idéia de que outros mecanismos podem estar envolvidos na origem 
da Depressão começou a ser melhor pensada depois de se constatar que os níveis dos 
neurotransmissores aumentam 3 horas depois de tomados os antidepressivos, mas a melhora da 
depressão só acontece de 2 a 3 semanas depois. Porque essa discrepância entre aumento de 
neurotransmissores e melhora da depressão? Isso não se sabe ao certo. 
Outro achado que suscitava dúvidas sobre a causa exclusiva da hipofunção de 
neurotransmissores, foi que a deficiência de noradrenalina e/ou de serotonina, assim como de 
seus metabólitos no líquido cefalorraquidiano (LCR), no sangue ou na urina, nunca foi 
consistentemente demonstrada em pacientes depressivos, apesar dos múltiplos esforços nesse 
sentido. Os trabalhos que atestavam eventual deficiência de catecolaminas e metabólitos em 
pacientes deprimidos não eram confirmadas por outros estudos. 
 
FONTE: www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=57 
 
Em situação 
normal, sem Depressão, o 
número de neuroreceptores 
no neurônio 2 (pós-
sináptico) é normal. 
9 
 
 
 
Os avanços recentes no conhecimento da complexa regulação da síntese dos 
neurotransmissores e de sua liberação a nível sináptico, os conhecimentos dos neuroreceptores 
pré e pós-sinápticos, juntamente com as interações desses neuroreceptores com os sistemas de 
segundos e terceiros mensageiros, assim como as relações dos diferentes neurotransmissores 
entre si e com outras substâncias, entre muitos outros achados, obrigam a modificar as 
hipóteses biológicas mais antigas sobre a fisiopatologia dos Transtornos Afetivos. 
Mas, apesar dessas novas e esperançosas hipóteses mais modernas, vários 
neurotransmissores (serotonina, noradrenalina, dopamina, GABA, acetilcolina) e 
neuropeptídeos (somatostatina, vasopresina, colecistocinina, opióides endógenos, etc) 
continuam se relacionando atualmente, de uma forma direta ou indireta, na patogenia 
dos Transtornos Afetivos. 
Entre essas substâncias, aquelas que parecem continuar mais implicadas em 
investigações são os neurotransmissores noradrenérgicos e, sobretudo, a serotonina, ainda que o 
modelo baseado na carência dessas substâncias tenha cedido terreno a teorias baseadas no 
desequilíbrio entre os sistemas de neurotransmissão e na desregulação dos neuroreceptores, os 
quais comandam a atividade desses neurotransmissores. 
 
FONTE: www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=57 
 
Na Depressão, à 
medida em que escasseiam os 
neurotransmissores, aumen-
tam os neuroreceptores. 
 
Portanto, hoje em dia a tônica das hipóteses recai sobre os neuroreceptores, os quais, 
ao invés de estruturas rígidas, passam a ser considerados estruturas plásticas que se adaptam e 
respondem à homeostasia orgânica e às alterações dos neurotransmissores. 
Existem dados sugestivos de que as alterações do sistemade neurotransmissores podem ocorrer como conseqüência de mudanças no número e/ou na 
sensibilidade dos neuroreceptores pré e pós-sinápticos no Sistema Nervoso Central, sem que 
haja, obrigatoriamente, uma alteração na quantidade do próprio neurotransmissor. As hipóteses 
10 
 
 
 
baseadas na "deficiência" de neurotransmissores têm sido, pois, substituídas por hipóteses mais 
enfocadas nos neuroreceptores. 
Estas novas hipóteses sugerem que a Depressão poderia estar relacionada mais à uma 
desregulação da sensibilidade do neuroreceptor do que com deficiências do neurotransmissor, e 
que a demora dos efeitos terapêuticos do tratamento antidepressivo estaria relacionado com 
alterações na sensibilidade dos neuroreceptores dependentes do tempo de uso dos 
medicamentos. Outra idéia é a de que os neuroreceptores, por serem proteínas, têm sua 
quantidade aumentada ou diminuída apenas por síntese ou degradação e, ao tratar-se de um 
processo que consome tempo, este poderia ser a causa da lenta ação terapêutica dos 
antidepressivos. 
Os neuroreceptores têm como missão, receber mensagens químicas específicas e 
traduzi-las nas correspondentes respostas neuronais pós-sinápticas. Acredita-se que a superfície 
externa do neuroreceptor serve para reconhecer e unir-se ao neurotransmissor, enquanto a 
superfície interna efetua as alterações intracelulares esperadas. 
Cada neuroreceptor tem no mínimo dois componentes, um de reconhecimento e outro 
efetor (superfície externa e interna, respectivamente), e existe um conjunto mais o menos 
complexo de componentes intermediários em dependência do tipo de neuroreceptor. Seriam 
os neuroreceptores, mais que os neurotransmissores, que determinariam 
qual neurotransmissor atuará sobre a célula e, curiosamente, se essa ação será excitatória ou 
inibitória. 
Ainda sobre neuroreceptores e ação dos antidepressivos, tem-se suposto que os 
antidepressivos tricíclicos inibem imediatamente o mecanismo de recaptação 
de noradrenalina e/ou de serotonina pelo neurônio pré-sináptico, o que originaria um aumento 
da disponibilidade desses neurotransmissores (noradrenalina e serotonina) para serem captados 
pelos neuroreceptores pós-sinápticos. Como resposta, estes neurônios pós-sinápticos acabam 
por reduzir o número de seus neuroreceptores e, muito possivelmente, também da sensibilidade 
e atividade deles (dowm regulation). 
A correlação encontrada entre a dowm regulatiom dos neuroreceptores pós-sinápticos 
e a resposta clínica aos antidepressivos é provavelmente um dos poucos dados que sugerem um 
papel direto do sistema noradrenérgico na depressão. 
Descobriu-se também a existência de auto-receptores inibidores no neurônio pré-
sináptico, o qual se estimularia com o aumento na concentração do neurotransmissor no espaço 
intersináptico e inibiria a liberação do mesmo neurotransmissor pelo neurônio pré-sináptico 
(dai o nome auto-receptor). 
11 
 
 
 
Enfim, as hipóteses da desregulação no número e na sensibilidade 
do neuroreceptor sugerem que, em síntese, as deficiências funcionais na neurotransmissão 
podem ocorrer mesmo com níveis normais de neurotransmissores, e não têm sido conclusivos 
os estudos para identificar uma clara evidência entre as deficiências catecolaminas e 
indolaminas nos pacientes depressivos. 
 
 
3. DIAGNÓSTICO 
 
O diagnóstico da depressão é clínico, feito pelo médico após coleta completa da 
história do paciente e realização de um exame do estado mental. Não existe exames 
laboratoriais específicos para diagnosticar depressão. 
Subtipos de Depressão: 
Distimia: É um quadro mais leve e crônico. As alterações estão presentes na maior 
parte do dia, todos os dias, por, no mínimo, dois anos. Podem ocorrer oscilações, mas 
prevalecem às queixas de cansaço e desânimo durante a maior parte do tempo. Geralmente, 
se mostram como pessoas excessivamente preocupadas, que apresentam um sentimento 
persistente de preocupação. As alterações de apetite, libido e psicomotoras não são 
frequentes, é mais comum sintomas como letargia e falta de prazer pelas coisas que antes 
eram prazerosas. Na maioria dos casos, se inicia na adolescência ou no princípio da idade 
adulta. 
Depressão endógena: Caracteriza-se pela predominância de sintomas como perda de 
interesse ou prazer em atividades normalmente agradáveis, piora pela manhã, falta de 
reatividade do humor, lentidão psicomotora, queixas de esquecimento, perda de apetite 
importante e perda de peso, muita desanimo e tristeza. 
Depressão Atípica: Apresenta uma inversão dos sintomas: aumento de apetite e/ou 
ganho de peso, dificuldade para conciliar o sono ou sonolência, sensação de corpo pesado , 
sensibilidade exagerada à rejeição, responde de forma negativa aos estímulos ambientais. 
Depressão sazonal: Caracteriza-se pelo início no outono/inverno e pela remissão na 
primavera, sendo incomum no verão. A prevalência é maior entre jovens que vivem em 
maiores latitudes. Os sintomas mais comuns são: apatia, diminuição da atividade, isolamento 
social, diminuição da libido, sonolência, aumento do apetite, “fissura” por carbohidratos e 
ganho de peso. Para diagnóstico esses episódios devem se repetir por dois anos 
consecutivamente, sem quaisquer episódios não sazonais durante esse período. 
12 
 
 
 
Depressão psicótica: É um quadro grave, caracterizado pela presença de delírios e 
alucinações. Os delírios são representados por ideias de pecado, doença incurável, pobreza e 
desastres iminentes. Pode apresentar alucinações auditivas. 
Depressão secundária: Caracterizada por síndromes depressivas associadas ou 
causadas por doenças medico-sistêmicas e/ou por medicamentos. 
Depressão Bipolar: A maioria dos pacientes bipolares inicia a doença com um 
episódio depressivo, enquanto mais precoce o início, maior a chance de que o indivíduo seja 
bipolar. História familiar de bipolaridade, de depressão maior, de abuso de substâncias, 
transtorno de ansiedade, são indícios de evolução bipolar. 
Infelizmente, a Síndrome de Borderline é muitas vezes sub-diagnosticada ou mal 
diagnosticada. Um psiquiatra ou psicólogo pode diagnosticar o transtorno com base em uma 
entrevista completa e um exame médico abrangente. A análise clínica pode ajudar a descartar 
outras possíveis doenças e transtornos. 
O profissional de saúde mental licenciado pode perguntar sobre sintomas e histórico 
médico pessoais e familiares, incluindo qualquer histórico de doenças mentais. Esta informação 
pode ajudar o profissional a decidir sobre o melhor tratamento. É importante fazer exames 
fisiológicos, como hemograma e sorologia, para a exclusão de outras doenças, pois as suas 
características são semelhantes a outras doenças, como depressão ou esquizofrenia, por 
exemplo. 
 
 
4. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
 
As manifestações clínicas da depressão são: 
 Humor depressivo: sensação de tristeza, autodesvalorização e sentimento de 
culpa. Acreditam que perderam, de forma irreversível, a capacidade de sentir prazer ou 
alegria. Tudo parece vazio, o mundo é visto sem cores, sem matizes de alegria. Muitos se 
mostram mais apáticos do que tristes, referindo “sentimento de falta de sentimento”. Julgam-
se um peso para os familiares e amigos, invocam a morte como forma de alívio para si e 
familiares. Fazem avaliação negativa acerca de si mesmo, do mundo e do futuro Percebem as 
dificuldades como intransponíveis, tendo o desejo de por fim a um estado penoso. Os 
pensamentos suicidas variam desde o desejo de estar morto até planos detalhados de se matar. 
Esses pensamentos devem ser sistematicamente investigados. 
https://www.vittude.com/blog/13-sintomas-de-depressao/
https://www.vittude.com/blog/esquizofrenia-tipos-sintomas-tratamentos/
13 
 
 
 
 Retardo motor, falta de energia, preguiça ou cansaço excessivo, lentificação do 
pensamento, falta de concentração, queixas de falta de memória, de vontade e de iniciativa. 
 Insônia ou sonolência. A insônia geralmenteé intermediária ou terminal. A 
sonolência está mais associada à depressão chamada Atípica. 
 Apetite: geralmente diminuído, podendo ocorrer em algumas formas de 
depressão aumento do apetite, com maior interesse por carbohidratos e doces. 
 Redução do interesse sexual. 
 Dores e sintomas físicos difusos como mal estar, cansaço, queixas digestivas, 
dor no peito, taquicardia, sudorese. 
Já as pessoas Borderline podem sofrer mudanças extremas de humor e podem 
demonstrar incertezas sobre quem são. Como resultado, seus interesses e valores podem mudar 
rapidamente. 
Os principais sinais incluem: 
 Esforços frenéticos para evitar o abandono real ou imaginário. O medo do 
abandono provoca uma necessidade elevada de nunca se sentirem sozinhas, rejeitadas ou sem 
apoio. 
 Um padrão de relações intensas e instáveis com familiares, amigos e entes 
queridos, muitas vezes passando de extrema proximidade e amor (idealização) a extrema fúria 
ou ódio (desvalorização). Impulsividade: idealizam pessoas, se apaixonam e desapaixonam de 
modo fulminante. Rapidamente desenvolvem admiração e desencanto por alguém. 
 Auto-imagem distorcida e instabilidade em relação a si mesmo. 
Baixa autoestima. 
 Comportamentos impulsivos e muitas vezes perigosos, como gastar 
compulsivamente, praticar sexo sem proteção, abusar de álcool e drogas, conduzir de forma 
imprudente e compulsão. 
 Comportamentos suicidas recorrentes ou ameaças ou comportamentos 
autodestrutivos, como a automutilação. Muitos se machucam, queimam, furam, cutucam por 
vontade de sentir dor. Não é incomum ouvir relatos como “a dor no corpo é melhor que a dor 
na alma”. 
 Humor intenso e altamente variável, com cada episódio durando de algumas 
horas a alguns dias. 
 Sentimentos recorrentes de vazio e solidão. Possuem alta sensibilidade à 
rejeição. Pequenas rejeições provocam grandes tempestades emocionais. Uma viagem de 
https://www.vittude.com/blog/atitudes-para-aumentar-autoestima/
https://www.vittude.com/blog/automutilacao/
14 
 
 
 
negócios do parceiro pode desencadear reação completamente desproporcional como acusações 
de rejeição, de abandono e de egoísmo. 
 Fúria, ódio ou raiva intensa ou problemas/dificuldades para controlar a raiva 
 Presença de pensamentos paranóicos relacionados ao estresse 
 Mais raramente podem apresentar episódios psicóticos 
Eventos aparentemente comuns podem desencadear sintomas. Por exemplo, as pessoas 
com Síndrome de Borderline podem sentir-se irritadas e angustiadas por pequenas separações – 
como férias, viagens de negócios ou mudanças bruscas de planos – de pessoas a quem se 
sentem próximas. Estudos mostram que as pessoas com este transtorno podem ver raiva em um 
rosto emocionalmente neutro e têm uma reação mais forte às palavras com significados 
negativos do que as pessoas que não possuem o transtorno. 
Os portadores desse transtorno têm medo que as as emoções fujam do seu controle, 
demonstrando tendência para se tornarem irracionais em situações de maior estresse e criando 
uma grande dependência dos outros para conseguirem manterem-se estáveis. 
Alguns desses sinais podem ser experimentados por pessoas com outros distúrbios e 
mesmo por pessoas sem nenhum transtorno mental. Isto não significa que eles podem ter a 
Síndrome de Borderline. É importante que um psicólogo ou psiquiatra realize uma avaliação 
completa para determinar diagnosticar um quadro de Transtorno de Personalidade Borderline. 
Somente um psicólogo ou psiquiatra devidamente habilitado deve orientar as opções corretas 
de tratamento. 
 
 
 
https://www.vittude.com/blog/psicopatia-como-identificar-um-psicopata/
https://www.vittude.com/blog/estresse-saiba-como-ele-afeta-sua-saude/
https://www.vittude.com/blog/diferenca-psicologo-e-psiquiatra/
15 
 
 
 
5. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO 
 
Grupo 
Farmacológico 
Medicamento Posologia 
Via de 
adm 
Mecanismo de Ação 
Cuidados de 
Enfermagem 
Horário 
Analgésico 
Antipirético 
Dipirona 1ml IV 
Inibir a ciclooxigenase, síntese do tromboxano, a 
agregação plaquetária induzida pelo ácido araquidônico e a 
síntese total de prostaglandina E1 e E2. A ação da droga pode 
ser tanto central como periférica. Há evidências de que a ação 
central da dipirona no hipotálamo reduz a febre. 
Administrar 
lentamente 
para evitar 
reações 
adversas 
08h 16h 
24h 
Antibiótico Metronidazol 500 mg EV Anti-infeccioso que apresenta atividade antimicrobiana, 
que abrange exclusivamente microorganismos anaeróbios, e 
atividade antiparasitária. A absorção máxima ocorre ao final 
da infusão 
Administrar 
lentamente 
para evitar 
reações 
adversas 
09h 17h 
01h 
Benzodiazepina Diazepan 3,8 mg IM 
O diazepam, assim como outros benzodiazepínicos, atua 
nos receptores gabaérgicos, aumentando a afinidade dos 
mesmos pelo neurotransmissor GABA. Pode afetar, também, 
o metabolismo da progesterona e causar influências 
no sistema reprodutor. 
Administrar 
lentamente 
para evitar 
reações 
adversas 
09h 
 
 
16 
 
 
 
6. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 
 
Para desenvolver as Prescrições e diagnósticos de Enfermagem foi utilizado o sistema NANDA - North American Nursing Diagnoses 
Association, 2018-2020, usando-se as etapas de Anamnese e Exame Fisico, Diagnósticos de Enfermagem, Planejamento e Resultados Esperados, 
Implementação da Assistência de Enfermagem com Prescrição de Enfermagem e a Avaliação da Assistência de Enfermagem. 
 
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM 
ACHADOS DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM 
Relato verbal de 
inconformidade com sua 
imagem corporal 
Distúrbio na imagem corporal evidenciado por Sentimento negativo em relação ao corpo relacionado a 
alteração na autopercepção (00118) 
Domínio 6 Conforto 
Classe 3 Conforto físico 
PLANEJAMENTO INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM HORÁRIO 
Aceitação melhorada de sua 
imagem corporal 
 
 Ofertar acompanhamento psicológico especializado – Psicologia 
 
 Incentivar paciente a manter o acompanhamento psicológico – 
Enfermagem 
 
 Orientar a família a buscar acompanhamento nutricional e psicológico 
especializados para a adolescente - Enfermagem 
 
09 
 
09h 
 
 
09h 
17 
 
 
 
ACHADOS DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM 
Glicemia abaixo dos 
parâmetros normais: 60 
mg/dL 
Risco de glicemia instável evidenciado por ingestão alimentar insuficiente (00179) 
Domínio 2 Nutrição 
Classe 4 Metabolismo 
PLANEJAMENTO INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM HORÁRIO 
Promover uma melhora no 
quadro de hipoglicemia 
 
 Promover acompanhamento nutricional adequado – Nutrição 
 
 Motivar a família monitorar a alimentação da jovem – Enfermagem 
 
 Incentivar a adolescente a alimentar-se de forma adequada e saudável - 
Enfermagem 
 
09h 
 
09h 
 
 
09h 
ACHADOS DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM 
Lesão na pele 
Risco de infecção evidenciado por alteração na integridade da pele associado a procedimento invasivo (0004) 
Domínio 11 Segurança/Proteção 
Classe 1 Infecção 
PLANEJAMENTO INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM HORÁRIO 
Diminuir o risco de infecção 
 
 Monitorar sinais flogísticos– Enfermagem 
 
 Realizar curativo diário –Enfermagem 
 
08h 20h 
 
09h 
18 
 
 
 
 
 Avaliar e registrar sinais e sintomas de infecção - Enfermagem 
 
08h 20h 
ACHADOS DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM 
Impulsividade 
Controle de impulsos ineficaz associado a transtorno de personalidade(00214) 
Domínio 5. Percepção/cognição 
Classe 4. Cognição 
 
PLANEJAMENTO INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM HORÁRIO 
Proporcionar melhora no 
quador de impulsividade 
Proporcionar ambiente calmo e arejado – Enfermeiro 
 
Aconselhar paciente a receber tratamento psicológico específico – Enfermeiro 
 
Motivar paciente a expor suas emoções e dificuldades emocionais - Psicologia 
08h 20h 
 
09h 
 
09h 
ACHADOS DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM 
Relatos de dor 
Dor caracterizada por expressão facial de dor (00132) 
Domínio 12. Conforto 
Classe 1. Conforto físicoPLANEJAMENTO INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM HORÁRIO 
O paciente deverá apresentar 
melhora no quadro de dor 
Ofertar analgesia conforme prescrição - Enfermeiro 
 
Encorajar paciente a buscar melhor posição no leito - Enfermeiro 
 
08h 14h 20h 02h 
 
08h 
 
19 
 
 
 
Ofertar compressas frias - Enfermeiro Sempre que necessário 
AVALIAÇÃO 
A implementação dos cuidados de enfermagem com o apoio dos demais profissionais da saúde propiciará a paciente uma recuperação 
mais rápida em seu quadro geral de saúde, trazendo um grande benefício a adolescente quanto ao enfrentamento das questões relacionadas a 
depressão e ao transtorno de personalidade BORDERLINE, bem como promover um melhor enfrentamento em relação a sua autopercepção. 
 
20 
 
 
 
7. EVOLUÇÃO DE ENFERMAGEM 
 
Adolescente no leito, lúcida, orientada em tempo e espaço, verbalizando, humor 
agitada, afebril, acianótica, anictérica, hipocorada, normocárdica, eupineica ao ar ambiente, 
estado nutricional abaixo do satisfatório e alimentando-se por via oral, porém não tendo boa 
aceitação da dieta, deambulando normalmente, couro cabeludo íntegro, globos oculares 
normais com pupilas isocórica, narinas pérvias, orofaringe inalteradas sem uso de prótese, 
pescoço com cicatriz provocada por incisão de material perfurocortante, pavilhões auriculares 
normais e funcionantes, tórax simétrico com expansibilidade normal, mamas preservadas e sem 
alterações, abdome plano e timpânico à percussão, intestino funcionante com eliminações 
presentes, genitália preservada, eliminações urinárias espontâneas e sem alterações, MMSS 
com força motora preservada e presença de HV circulante a E, MMII com força motora 
preservada. AC: RCR / Bulhas Normofonéticas em 2 tempos, AP: Murmúrios Vesiculares 
Presentes / Sem Ruídos Adventícios. SSVV PA: 94x62mmHg, T: 34,9ºC, FC: 90bpm, FR: 20 
irm. Glicemia capilar: 81mg/dL 
 
 
21 
 
 
 
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Buscando conceituar o suicídio deparamos com pensamentos conservadores, 
idealizando o evento de forma pré-disponível do ser, uma forma de conferir a responsabilidade 
do ato em parcelas em que a sociedade e o próprio indivíduo teriam sua responsabilidade. 
Objetivamente foram pesquisados fatores que possibilite o entendimento de tentativas, em sua 
maioria consumada para o suicídio e como este evento atinge familiares e profissionais 
envolvidos em tabus sociais, não atentando para os sinais e sintomas que só se torna evidentes 
após o ato consumado. 
A explicação sobre fatores de risco toma direções que convergem em que, discussões 
sobre a prevenção é de ordem pública, por se tratar de um evento que atinge diversas classes 
sociais e tem seu aumento preocupante, tirando precocemente do convívio social, jovens que 
economicamente estão em plena atividade, fator preocupante das autoridades, que através de 
políticas voltadas para prevenção e pósvenção, buscando estratégias que possibilitem diminuir 
os casos de tentativas de suicídio e suicídios, sem distinção de sexo, raça, idade e gênero. 
Amparo especializado aos familiares através de profissionais de saúde capacitados, 
tendo a sensibilidade dos que promovem a prevenção de que, estes profissionais por estarem 
diretamente assistindo as necessidades alheias e somadas com suas próprias necessidades, o 
torna um profissional de risco para o evento abordado. 
 
22 
 
 
 
REFERENCIAS 
 
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adolescentes em Minas Gerais, Brasil. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro , v. 14, n. 2, p. 
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