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23/02/2016 1 Radiologia Musculoesquelética LESÕES ÓSSEAS CÍSTICAS BENIGNAS Lesões ósseas císticas/líticas benignas - FEGNOMASHIC F Displasia fibrosa Ausência de reação perióstea E Encondroma 1. Calcificações presentes (exceto falanges) 2. Indolor (ausência de periostite) G Granuloma Eosinofílico Tumor de Células Gigantes Idade < 30 anos 1. Epífises fechadas 2. Faz contato com a superfície articular (ossos longos) 3. Bem definido com margem não-esclerótica (ossos longos) 4. Excêntrico N Fibroma não-ossificante 1. Idade < 30 2. Indolor (ausência de periostite) 3. De base cortical O Osteoblastoma Lembrado quando é mencionado o cisto ósseo aneurismático (COA) – especialmente nos elementos posteriores da coluna vertebral M Doenças metastáticas e mieloma Idade > 40 anos A Cisto ósseo aneurismático 1. Expansivo 2. Idade < 30 anos S Cisto ósseo solitário 1. Central 2. Idade < 30 anos H Hiperparatireoidismo (tumor marrom) Deve haver outras evidências de hiperparatireoidismo I Infecções Mencionar sempre C Condoblastoma Condromixoide 1. Idade < 30 anos 2. Epifisário Ausência de calcificação de matriz Displasia Fibrosa • Congênito benigno • Várias aparências: irregular, discretamente transparente, esparsa, esclerótica, expansiva, múltiplas, etc. • Não há periostite • Sem degeneração maligna • Não é dolorosa (exceto se houver fratura) • Predileção pela pelve, fêmur proximal, costelas e crânio • Quando acomete pelve, tende a acometer o fêmur ipsilateral • Aspecto lítico expansivo nas costelas posteriores e escleróticas nas anteriores • Matriz de vidro fosco ou enfumaçada (calcificação da matriz) Adamantinoma • Tumor maligno • Lesão na tíbia similar à displasia fibrosa • Exclusivamente na tíbia e maxilar • Raro Síndrome de McCune-Albright • Displasia fibrosa poliostótica em associação a manchas café-com-leite na pele e à puberdade precoce • Tendem a ocorrer unilateralmente • Querubismo – displasia fibrosa no maxilar – Criança com bochechas salientes e olhar “angelical” – Lesões regridem com a idade adulta 23/02/2016 2 Encondroma • Ocorre em qualquer osso formado a partir da cartilagem • Centrais, excêntricos, expansivos ou não-expansivos • Matriz condroide calcificada (exceto falanges) • Lesão cística benigna mais comum das falanges • DDx infarto ósseo (borda serpiginosa, densamente esclerótica e bem definida) • Formação de endósteo em concha • DDx condrossarcoma (dor, periostite) Encondroma • Doença de Ollier – Encondromas múltiplos • Síndrome de Maffucci – Múltiplos encondromas associados a hemangiomas nos tecidos moles Granuloma Eosinofílico • Forma de histiocitose X – Pode ser lítica ou esclerótica – Bem definida ou indistinta – Pode ter ou não borda esclerótica – Pode causar ou não reação periosteal – Quando presente, periostite é benigna (espessa, uniforme, ondulada), mas pode ser lamelada ou amorfa • Pacientes < 30 anos (< 20 anos) – Ocasionalmente há sequestro ósseo – Pode ou não associar-se a dor • DDx Sarcoma de Ewing (lesão permeante), [osteomilelite, linfoma, fibrossarcoma, osteoma osteoide (sequestro)] Tumor de Células Gigantes • Rara • Não é possível afirmar malignidade e benignidade por Rx • Critérios (4) – Pacientes com epífises fechadas – Lesão epifisária, faz contato com superfície articular – Excentricamente localizada (porém se grande, difícil afirmar) – Deve ter zona de transição nítida, não esclerótica Fibroma não-ossificante • Lesão óssea mais comum na radiologia • Assintomáticas benignas • Metáfise de ossos longos • Provenientes do córtex • Borda esclerótica fina, em concha, levemente expansiva • 20% das crianças (regride espontaneamente) • Raramente > 30 anos • “Defeito fibroso cortical” (< 2cm comp., porém hist. iguais) • Podem consolidar e desaparecer (20-30 anos) Osteoblastoma • Raros – Similares a grandes osteomas osteoides (“osteomas osteoides gignates”) – Simulam cistos ósseos aneurismáticos; expansivos, aspecto em “bolha de sabão” • DDx (elementos posteriores da coluna vertebral) – Osteoblastoma – COA – TB 23/02/2016 3 Doença metastática • Sempre considerar em caso de lesão lítica • Idade > 40 anos • Pode simular lesão benigna • Qualquer aspecto radiográfico Mieloma • Processo permeante difuso nos ossos • Pacientes > 40 anos • Pode ser inicialmente solitário ou múltiplas lesões líticas • Plasmocitomas: lesões líticas vesiculares (> 35 anos; pode preceder mieloma em 3-5 anos) Cisto ósseo aneurismático • Sempre aneurismáticos ou expansivos • Pacientes < 30 anos • Níveis hidroaéreos à TC e RM (inespecífico) • Primários – Nenhuma causa ou condição associada conhecida • Secundários – Ocorrendo em associação a tumores de células gigantes, osteossarcomas, etc • Dor • Qualquer parte do esqueleto Cisto ósseo solitário • Cisto ósseo simples ou cisto ósseo unicametal (um compartimento, mas não necessariamente) • Sempre central • 2/3 a 3/4 no úmero proximal e fêmur proximal • Assintomáticos (exceto em fraturas) – sem periostite • Sinal do fragmento caído – Córtex desprendido – afunda na lesão pendente – Lesão cheia de líquido, portanto • < 30 anos • Maioria das vezes em ossos longos, mas podem ocorrer em qualquer osso • Começam no disco epifisário Hiperparatireoidismo (Tumor Marrom) • Variáveis aparências (de puramente lítico a esclerótico) • Reação óssea subperióstea é patognomônico – Pesquisar nas falanges, clavículas distais, aspecto proximal das tíbias e articulações sacroilíacas • Fises com aparência desgrenhada e rota • Osteoporose ou osteosclerose pode sugerir osteodistrofia renal com HPT secundário Infecções/Osteomielite • Aspecto variável – Qualquer paciente, qualquer idade – Pode ou não ser expansiva – Borda esclerótica ou não esclerótica – Pode ou não ter periostite – Obliteração dos coxins adiposos (também ocorre em tumores ou GE) • Pode afetar articulações próximas (perda de cartilagem, derrame articular) • Sequestro ósseo comum (DDx GE, linfoma, fibrossarcoma) 23/02/2016 4 Condroblastoma • Raro • Unicamente nas epífises (extremamente raro nas metáfises) • < 30 anos • 40-60% calcificam • DDx (lesões líticas nas epífises) – Infecção – Condroblastoma – Tumorde céls gigantes • Considerar possibilidade de cisto subcondral ou geodo [doenças degenerativas articulares (estreitamento articular, esclerose, osteófitos), AR, pseudogota, necrose avascular] Fibroma condromixoide • Raro • DDx Assemelham-se aos fibromas não-ossificantes • Qualquer idade • Entendem-se às epífises • Dor • Aussência de calcificação de matriz (apesar de cartilaginosa) Outras lesões • Anatomia patológica • Gânglio intra-ósseo, pseudotumor da hemofilia, hemangioendotelioma, fibroma ossificante, lipoma intra-ósseo, tumor do glomo, neurofibroma, granuloma plasmocitário, schwanoma Resumo • Lesões <30 anos – GE – COA – FNO – Condroblastoma – Cisto ósseo solitário • Lesões que não apresentam dor ou periostite – Displasia fibrosa – Encondroma – FNO – Cisto ósseo solitário Resumo • Lesões “automáticas” (características) – Idade <30 anos • Infecções • GE – Idade > 40 anos • Infecções • Doenças metastáticas e mieloma • Lesões epifisárias – Infecções – Tumor céls gigantes – Condroblastoma – geodo Resumo • Lesões múltiplas (FEEMHI) – Displasia fibrosa – GE – Encondroma – Doençasmetastáticas e mieloma – HPT (tumor marrom) – Infecções • Lesões císticas benignas das costelas (FAME) – Displasia fibrosa – COA – Doenças metastáticas e mieloma – Encondroma e GE 23/02/2016 5 TUMORES ÓSSEOS E DOS TECIDOS MOLES MALIGNOS Achados radiológicos • Não muito comuns • Critérios agressivo vs lento • Critérios maligno vs benigno – Destruição cortical – Periostite – Orientação ou eixo da lesão – Zona de transição Achados radiológicos • Destruição cortical – Extensa destruição cortical – Ampla zona de transição • Periostite – Benigno (lento) – periostite espessa, ondulada, uniforme ou densa (deposição e remodelagem) – Maligno (mais agudo) – lamelada (bulbo de cebola) ou amorfa (raios de sol) • Orientação ou eixo da lesão – Ao longo do eixo ao invés de circular pode ser benigna – Não muito preciso Achados radiológicos • Zona de transição – Mais confiável – Interface patológico e anatômico – Estreita (definida) ou larga (indefinida) – Estreita tende a ser benigno – Larga tende a ser agressiva • Lesões permeativas – Múltiplas pequenas cavidades – Borda não perceptível, zona de transição larga Achados radiológicos • Jack Eideiken: 4.000 tumores malignos; 80% Dx baseados na idade • 1-30 anos – Sarcoma de Ewing, sarcoma osteogênico • 30-40 anos – Tumor de céls gigantes, sarcoma paraosteal, fibrossarcoma, histiocitoma fibroso maligno, linfoma primário do osso • Acima de 40 anos – Condrossarcoma, doença metastática, mieloma Achados Radiológicos • IRM – Avaliação da extensão – Controvérsias benigno vs maligno – Benignas tendem a ser bem marginadas, exibir sinal uniforme e homogêneo, não envolver estruturas neuromusculares e não invadir o osso – Malignas possuem margens irregulares, sinal heterogêneo, podem envolver estruturas neuromusculares e invadir o osso – Tumores geralmente possuem sinal baixo em T1 e alto em T2 23/02/2016 6 Osteossarcoma • Maligno primário mais comum • < 30 anos • > 60 anos: secundário a doença de Paget e radioterapia • Geralmente na extremidade de ossos longos (mas também em qualquer localização) • Destrutivas, com esclerose óbvia (neoformação) ou esclerose reativa • Podem ser totalmente líticos (osteossarcomas telangiectásicos) • IRM: grande componente de tecido mole com sinal alto e baixo heretogêneo em T1 e T2 Osteossarcoma paraosteal • DDx osteossarcoma central • Origina-se do periósteo e cresce fora do osso • Circunda a diáfise sem penetrar no córtex • Grupo etário mais avançado • Não tão agressivo e fatal, se distante da medular • Parte posterior do fêmur (próxima ao joelho) é localização comum DDx osteossarcoma paraosteal • Tumor desmoide cortical – Lesão por avulsão benigna – Pode assumir aspecto histológico maligno • Miosite ossificante – Podem ser confundidas histologicamente com tumores malignos Sarcoma de Ewing • Lesão permeativa na diáfise de um osso de criança • <20 anos • 40% na diáfise, restante na metáfise e metadiáfise • Pode causar neoformação reacional (parcialmente esclerótica ou focal) • Reação periosteal em bulbo de cebola, raio de sol, amorfa • Raramente, reação periosteal de aspecto benigno (DDx infecção e GE) • Permeativa (DDx infecção e GE) • Excluído em reação periosteal benigna definida ou sequestro Condrossarcomas • > 40 anos • Pode ocorrer em crianças • DDx encondroma – IRM massa de tecido mole ou edema • Dx em lesões dolorosas, com características agressivas definidas (periostite e destruição) • Sempre considerar na presença de massa óssea ou tecido mole com calcificação amorfa semelhante a floco de neve (> 40 anos) • DDx (na ausência de matriz condroide calcificada) doença metastática, plasmocitoma, fibrossarcoma, histiocitoma fibroso maligno ou infecção Tumor de céls gigantes maligno • 15% são malignos (? - recidiva) • Maligno e benigno idênticos: radiológico e anatopatológico • > 40 anos 23/02/2016 7 Fibrossarcoma • Tumores malignos líticos • Não produzem matriz osteoide ou condroide • Verdadeiros (raros) e histiocitomas fibrosos malignos (HFM, maioria) • Sem neoformação óssea reacional • Aspecto permeativo, carcomida ou área bem definida de lise • Predominam > 40 anos • Raramente possuem sequestro ósseo Histiocitoma fibroso maligno • Aspecto similar aos fibrossarcomas • Lesões líticas variáveis (permeativas à definidas) • Raramente, sequestro ósseo Tumor desmoide • Fibrossarcoma de meio grau • Fibrose desmoplástica ou fibromatose agressiva • Mais comuns nos tecidos moles, incomuns no esqueleto ósseo • Líticas quando presentes nos ossos, mas bem definidas (lentas) • Periostite benigna – espículas espessas ou espigas • Aspecto multilocular, com septos espessos • Lentos e não metastizam • Podem estender-se aos tecidos moles • Podem exibir sequestro ósseo Linfoma primário do osso (sarcoma de céls reticulares) • Similar ao sarcoma de Ewing • Assintomáticos • Único tumor que afeta grande quantidade de tecido ósseo sem causar sintomas Doença metastática • > 40 anos • Qualquer aspecto • Podem simular lesão benigna ou tumor ósseo primário agressivo • Dificilmente pode-se estabelecer a origem • Múltiplos focos escleróticos – Próstata (homem) – DDx pulmão, intestino, etc – Câncer de mama (mulher) Mieloma • > 40 anos (35 anos) • Aspecto permeativo difuso (DDx Ewing, linfoma primário) • Frequentemente acomete calvária • Raramente, múltiplos focos escleróticos (DDx mets. difusa) • Plasmocitoma – Quando ocorre com lesão lítica – Aspecto benigno ou agressivo – Preceder mieloma em 3-5 anos 23/02/2016 8 Tumores dos tecidos moles • Sem DDx útil e conciso • Histiocitoma fibroso maligno e lipossarcoma (pode ou não ter gordura) • Sarcomas sinoviais ou sinoviomas (raramente originam-se em articulações; frequentemente adjacentes) • Osteocondromatose sinovial (articular benigna; metaplasia da sinóvia – múltiplos corpos livres calcificados em uma articulação; quando não calcificam, podem simular sinovite vilonodular pigmentada) • Sinovite vilonodular pigmentada (benigno; tecidos mole sinovial provoca edema e dor articular; raramente erosões articulares; extremamente raro calcificações; baixo sinal revestindo a sinóvia em T1 e T2 por depósitos de hemossiderina, DDx artrite hemossiderótica – sangramento crônico na articulação, muito raro) • Hemangiomas (flebólitos associados; produzem cavidades corticais no osso adjacente; padrão permeativo ou carcomido – pseudopermeativo) • Cistos sinoviais atípicos (p.ex. Baker) – massas de tecido mole; intensidade alta em T2, homogêneo e septado; presença de coleção de líquido com gadolíneo. DDx sarcomas sinoviais e tumores neurais (massa sólida que simula coleção) TRAUMATISMO ESQUELÉTICO Traumatismo esquelético • Sempre fazer radiografias ortogonais • 10% das vezes existem achados pouco evidentes de outra lesão • Associação frequente com corpos estranhos, luxações ou outras fraturas • TC ou IRM se Rx não confirmar a clínica – Apenas quando é justificável por mudança na terapêutica Coluna cervical • Hx: acidente automobilístico, dor no pescoço, déficit neurológico • Lateral inicialmente: manter o paciente imobilizado, antes das demais séries (risco de fratura cervical) • Visualizar os 7 corpos vertebrais; se necessário, rebaixar os ombros • Investigar as 5 linhas paralelas – Linha 1: tecidos moles pré-vertebrais (face posterior das vias respiratórias), afastado alguns milímetros das 3-4 vértebras, depoisafasta-se da cartilagem laríngea; menos de um corpo vertebral de distância à superfície anterior das vértebras C3-4 à C7, contorno regular – Linha 2: porção anterior dos corpos vertebrais, regular e ininterrupta; osteófitos podem interrompê-la e ultrapassá-la, ignorá-los. Quando interrompida por outras causas é sinal de lesão grave Coluna cervical – Linha 3: porção posterior dos corpos vertebrais; ininterrupta, se interrompida, sinal de lesão grave – Linha 4: conecta a junção da lâmina com processos espinhosos (espino- laminal); entre 3 e 4 está a medula espinal, desalinhamento sugere compressão dela – Linha 5: pontas dos processos espinhosos; dimensões e aspectos variáveis, sendo C7 a maior • Depois, avaliar C1-C2: arco anterior de C1 não deve estar mais de 2,5 mm do dente do áxis (em crianças pode ser 5 mm), suspeitar de comprometimento do ligamento transverso entre C1 e C2 • Espaços discais: alargamento ou estreitamento (doença degenerativa – procurar osteófitos e esclerose) Fratura de Jefferson • Golpe aplicado no topo da cabeça: massas laterais de C1 afastam-se rompendo o anel ósseo de C1 • Não se parte apenas em um lugar, mas em vários, geralmente • Todos os anéis vertebrais rompem-se obrigatoriamente em dois pontos ou mais; comportamento similar para o anel ósseo da pelve • TC demonstra o anel ósseo e massas de tecidos moles associados • Rx demonstra massas laterais de C1 ultrapassando bordas do corpo de C2 • Assimetrias dos espaços de cada lado do dente do áxis não é suficiente, pode ser anatômico (rotação, fixação rotatória da articulação atlanto- axial) 23/02/2016 9 Fixação rotatória da articulação atlanto-axial • Articulação atlanto-axial se torna fixa e corpos C1-C2 movem-se em bloco • Dx incidências odontoides com boca aberta • Na odontoide normal espaços laterais ao dente do axis são iguais; na rotação, o lado ipsilateral aumenta • Na fixação, um dos espaços é maior, mesmo na rotação para o lado oposto • Raramente, associa-se à ruptura dos ligamentos transversos em C1-C2 Fratura do “Escavador de Argila” • Fratura do processo espinhoso de C6 ou C7 • Jogam argila com pás sobre os ombros, a argila pode “grudar” nas pás • Ligamentos supra-espinhosos são submetidos à força imensa, “puxando” os processos espinhosos e provocando avulsam. Fratura do “Enforcado” • Grave e instável • Hiperextensão e afastamento da porção superior da coluna cervical • Fratura dos elementos posteriores do corpo da vértebra C2 associada ao deslocamento anterior do corpo de C2 sobre C3 Fratura por flexão do tipo “em lágrima” • Ruptura dos ligamentos posteriores associada à compressão anterior de um corpo vertebral • Deslocamento da porção posterior do corpo vertebral dentro do canal central Bloqueio unilateral dos processos articulares das vértebras • Flexão associada com rotação: ruptura dos ligamentos dos processos articulares das vértebras e luxação dos processos articulares • Fixação dos processos articulares em posição cavalgada (causa alguma estabilização, impedindo lesões adicionais) • Raramente, pode ser bilateral “Lesão do cinto de segurança” • Hiperflexão na altura da cintura (cinto horizontal) • Afastamento dos ligamentos posteriores e compressão anterior dos corpos vertebrais • Lesões nos níveis T12, L1 ou L2 • Variações: fratura da porção posterior do corpo vertebral (Smith), fratura através dos processos espinhosos (Chance), fraturas horizontais dos pedículos, lâminas e processos transversos 23/02/2016 10 Espondilólise • Defeito ou falha na porção da pars interarticulares da lâmina • Incidências oblíquas: terrier escocês – processo transverso (nariz), pedículo (olho), processo articular inferior (pata dianteira), processo articular superior (orelha), parte interarticular (pescoço) • Espondilólise: falha de continuidade do pescoço do cão (coleira) • Etiologia congênita ou pós-traumática • Pode ser assintomática • Pode simular sinais e sintomas discais • Se for bilateral e o corpo vertebral superior deslizar à frente do inferior, há espondilolistese – pode ou não ser sintomática; se grave, pode causar estenose dos neuroforames (compressão das raízes nervosas na porção central do canal vertebral) Outras anormalidades • Fraturas por compressão anterior em cunha da coluna vertebral: principalmente na junção toracolombar (lesões antigas); costumar ser incidental; se for aguda e deixada sem proteção, pode evoluir para um colapso tardio e consequentes déficits neurológicos graves (doença de Kümel) – 1 a 2 semanas após traumatismo inicial. Relatar como fratura de idade indeterminada que necessita de correlação clínica. Se não houver dor ou comprometimento neurológico, TC/RM não adiciona informações. • Fusão da coluna vertebral por espondilite anquilosante e hiperostose esquelética idiopática difusa correm um risco muito alto de fraturas vertebrais por trauma mínimo. TC/RM obrigatórias caso Rx negativo. Mão e Punho • Fratura de Bennett – Fratura da base do polegar, que avança para dentro da articulação carpometacarpal – Devido a inserção dos fortes adutores do polegar na base do polegar, é quase impossível evitar que o metacarpal deslize e perca o alinhamento apropriado. – Necessário fixação interna • Fratura de Rolando – Fratura cominutiva da base do polegar que estende-se para a articulação • Pseudofratura de Bennett – Fratura da base do polegar que não compromete a articulação Mão e Punho • Dedo em martelo ou dedo do jogador de baseball – Lesão por avulsão na base da falange distal no ponto onde insere-se o tendão extensor do dedo – Falange distal flexiona sem oposição, podendo resultar em deformidade em flexão e incapacidade de flexionar falange distal • Fratura da lâmina volar – Fratura na face bolar da base das articulações interfalangicas e metacarpofalângicas decorrente de avulsão da lâmina voltar – Lâmina volar: densa faixa fibrocartilaginosa que recobre a articulação na face volar e pode ficar interposta na articulação quando é interrompida • Fratura por avulsão do osso piramidal – Pequeno fragmento de osso no dorso do punho (patognomônimo) Mão e Punho • “Polegar do Guarda-caça” – Avulsão da face ulnar da primeira articulação metacarpofalângica – Ponto de inserção do ligamento colateral ulnar do polegar – Se rompido, função do polegar é prejudicada – Nome devido os guarda-caças ingleses quebrarem pescoços de coelhos entre o polegar e o indicador – gerando a fratura • Luxação semilunar/Perissemilunar – Queda sobre o braço esticado: fraturas e luxações do punho – Rompimento dos ligamentos do capitato e semilunar, afastando o capitado da articulação em forma de xícara do semilunar – Deslocamento dorsal (deslocamento no sentido volar do capitato; luxação perissemilunar) – Caso o capitato empurre o semilunar no sentido volar e para cima há luxação do semilunar – Fraturas associadas: trasescafoide, capitato, estiloide radial, piramidal Fratura do hâmulo do hamato • Incidência do túnel do carpo • Frequentemente causada por queda sobre mão espalmada • Jogadores de baseball, tenis e golfe: movimentos circulares excessivos podem fazer o bastão comprimir o hâmulo • Manutenção da atividade física podem resultar na ausência de consolidação da fratura 23/02/2016 11 Subluxação Rotatória do Osso Escafoide (navicular) • Lesão secundária à queda sobre mão espalmada • Ruptura do ligamento escafo-semilunar, permitindo que o escafoide (navicular) gire no sentido dorsal • Sinal de Terry Thomas: espaço entre o escafoide e semilunar, similar à uma diástase de incisivos frontais Fratura do Escafoide(navicular) • Potencialmente grave pela elevada taxa de necrose avascular associada • Costuma ser visualizada devido osteoporose por desuso e hiperemia em torno do local da fratura • Em caso de NAV, o fragmento proximal sofre necrose, devido o suprimento sanguíneo começar distalmente • NAV evidenciada pela redução de densidade proximal em comparação com outros carpais Malácia de Kienböck • NAV em outros carpais • Traumática, mas também possivelmente idiopática • Aumento da densidade do semilunar, que pode ou não evoluir para colapso e fragmentação • Associação com discrepâncias do comprimento do rádio e ulna na altura da articulação radiocarpal: variância ulnar negativa e variância ulnar positiva Fratura de Colles/Smith • Fratura da porção distal do rádio e da ulna depois de uma queda sobre a mão espalmada • Ângulação dorsal da porção distal do antebraço e punho (Colles) • Angulação volar da porção distal do antebraço e punho (Smith) • Colles é mais frequente que Smith • Raramente, rádio e ulna sofrem uma agressão traumática e a força sobre os osso provoca arqueamento em vez de fratura (deformidade plástica arqueada do antebraço) Fratura de Monteggia/Galeazzi • Fratura de Monteggia – Fratura da ulna associada à luxação proximal do rádio – A luxação da cabeça do rádio pode não ser evidenciada no exame físico, resultando em NAV e disfunção do cotovelo • Fratura de Galeazzi – Fratura do rádio associada à porção distal da ulna – Menos comum que Monggia – Deslocamento posterior do coxim adiposo posterior da fossa do olécrano, tornando-o visível (articulação distendida por sangue) – Nos adultos a fratura é quase sempre na cabeça do rádio e nas crianças é supracondilar – Coxim adiposo anterior também pode ser deslocado, habitualmente é visto como pequeno triângulo anterior à porção distal da diáfise do úmero. Quando há derrame, ele é deslocado para cima e longe do úmero – “Sinal da Vela” Luxação do ombro • Anterior é 10 vezes mais frequente que a posterior • Uso da incidência transescapular (Y) • Anterior – Braço é abduzido e rodado externamente com força – Cabeça do úmero inferior e medial à cavidade glenoide – Deformidade de Hill-Sachs: indentação póstero-superior da cabeça do úmero devido o úmero chocar-se com o lábio inferior da cavidade glenoide – Deformidade de Bankart: fragmentação ou irregularidade da porção inferior da cavidade glenoide – Jogadores de futebol americano, remadores e esquiadores • Posterior – Cabeça do úmero superposta à cavidade glenoide – Sinal da “Crescente” 23/02/2016 12 Pelve • Fraturas sacrais – 50% dos casos de fratura da pelve – Acompanhar linhas arqueadas do sacro bilateralmente para ver descontinuidade • Fraturas sacrais por estresse (ou fadiga/insuficiência) – Pacientes com osteoporose – Esclerose linear ou de distribuição heterogênea nas asas do sacro – pode ou não apresentar ruptura cortical radiográfica – DDx doença metastática (localização, aspecto e história de radioterapia) – Sinal de Honda à cintigrafia óssea, casos de fraturas sacrais bilaterais – Sinal baixo em T1 Pelve • Lesão por avulsão – Aspecto agressivo às vezes – Locais frequentes são o ísquio, espinhas ilíacas anterior superior e anterior inferior e crista ilíaca – Frequentes em atletas de longa distância, corredores de velocidade, corredores em pista de obstáculos, ginastas e chefes de torcida organizada – Outra localidade é a sínfise púbica; ultramaratonistas, esquiadores (cross- country), jogadores de futebol; pode ocorrer OA – esclerose, estreitamento do espaço articular e osteofitos Membro inferior • Fraturas por estresse (ou fadiga) – Dor no quadril/perna – Mais grave, porém rara, é a do colo do fêmur – Podem ocorrer na porção distal da diáfise do fêmur, nos terços proximal, médio e distal da tíbia – Risco de fratura completa com manutenção do estresse – Esclerose em osso que sustenta peso apresenta padrão linear ou oblíqua deve ser suspeitada como fratura por estresse – Pode ter aspecto de lesão agressiva, com periostite agressiva e sem linearidade definida com esclerose – Dx difícil na fase inicial, mais fácil com o passar do tempo (1-2 semanas) – DDx (fratura por estresse do calcâneo) esporão do calcâneo, fasciite plantar Membro inferior • Fratura do quadril: ocorre em populações idosas; Geralmente negativa radiograficamente; Pesquisar por IRM • Fratura do platô tibial: Procurar por nível hidroadiposo em Rx com mesa transversal – indica extravasamento de gordura da medula para dentro da articulação • Fratura de Linsfranc (cirurgião de Napolesão que amputava porção anterior de pés com gangrena dos pododáctilos por congelamento) – Fratura grave no pé que não aparecem em Rx, devido pouca ou nenhuma luxação (deslocamento); Fratura-luxação tarsometatarsal – Borda do metatarsal II deve estar alinhada com a borda medial do cuneiforme intermédio – caso contrário, indica a fratura • Fratura do calcâneo: Ângulo de Böhler menor que 20º indica compressão do calcâneo – lesões por salto ARTRITE Osteoartrite (OA) • Doença articular degenerativa – artrite mais comum • Causada por traumatismo, hereditária (primária – mulheres de meia idade) • Estreitamento do espaço articular, esclerose e osteofitose • Esclerose em graus variáveis (exceto em associação com osteoporose) • Osteófitos também diminuídos na osteoporose • Pode ocorrer em qualquer articulação, mais comum nas mãos, joelhos, quadris e coluna vertebral • Hiperostose esquelética idiopática difusa – Único distúrbio que osteófitos ocorrem na ausência de estreitamento articular e esclerose – Não tão dolorosa ou incapacitante quanto a OA 23/02/2016 13 Osteoartrite Primária • Familiar, quase exclusivamente mulheres de meia-idade • Observada apenas nas mãos • Afeta IFD, IFP e base do polegar, bilateral e simetricamente • Osteoartrite erosiva (artrite de Kellgren) – Subtipo muito doloroso e debilitante – Associada a osteoporose grave das mãos e erosões – Rara Osteoartrite (OA) • Algumas articulações possuem erosão como característica de OA também: ATM, acromioclavicular, sacroilíacas e sínfise púbica • Com frequência existe cisto subcondral ou geodo (rocha vulcânica com bolhas de gás no interior) • Geodos – Formações císticas ao redor das articulações – Líquido sinovial forçado contra o osso subcondral – coleção cística de líquido articular é formada – Contusão óssea – formação de cisto no osso contuso – Raramente causam problemas (exc. Dx de algo mais “sinistro”) Artrite Reumatoide • Doença do tecido conjuntivo • Etiologia desconhecida • Pode acometer qualquer articulação sinovial do corpo • Edema de tecidos moles, osteoporose, estreitamento do espaço articular e erosões marginais • Mãos: processo proximal, bilateral simétrico • Grandes articulações: estreitamento do espaço articular, associação com osteoporose; pode ou não haver erosões – marginais (ie. distantes da área que sustenta peso) • Ombro elevado: DDx AR, DDPC, ruptura do manguito rotador • Quando velha, sobreposição com AO secundária: esclerose e osteófitos diminuídos, mas redução do espaço articular avançada Espondiloartropatias HLA-27 • Variantes reumatoides; soronegativas para fator reumatoide • Espondilite anquilosante (EA), doença intestinal inflamatória (DII), artrite psoriática (AP) e síndrome de Reiter (artrite reativa) • Anquilose óssea, formação proliferativa de osso novo e comprometimento predominantemente axial • Sindesmófitos como lesão característica – Ossificação paravertebral semelhante a um osteófito, mas vertical – Osteófitos emponte e sindesmófitos grandes são parecidos – Classificados em marginais e simétricos (origem na borda ou margem do corpo vertebral adjacente, sempre bilaterais e simétricos; p.ex. EA e DII) ou não-marginais e assimétricos (grandes e volumosos; surgem do corpo vertebral, distantes da placa terminal ou margem, unilaterais ou assimétricos; p.ex. AP, Reiter) Espondiloartropatias HLA-27 • Comprometimento das articulações sacrolilíacas (SI) é comum nessas doenças – Padrões semelhantes aos da coluna • DDx Doença articular das SI: EA, DII, AP, Reiter, Infecção, OA, Gota • EA e DII: simétrica e bilaterais, inicialmente erosiva, progride com esclerose e fusão; muito raramente unilaterais ou assimétricas • AP e Reiter: unilateral ou bilateral (50%), não classicamente assimétrico • TC: visualização não obstruída da articulação • Raramente acometem grandes articulações (exceto EA, sendo similar a AR; 50% desses pacientes possuem quadris acometidos) Espondiloartropatias HLA-27 • Comprometimento de pequenas articulações não é comum na EA e DII. • AP produz artropatia distinta – predomínio distal, erosões proliferativa (margens felpudas com tufos de periostite emanando), edema de tecidos moles e periostite. Formas graves associadas à anquilose. • Reiter é similar a AP, mas acomete mais pés. Comumente afeta a articulação interfalângica do hálux. 23/02/2016 14 Artrite induzida por cristais - Gota • Doença metabólica que resulta em hiperuricemia e deposição de cristais de urato monossódico em diferentes partes do corpo (principalmentecartilagem articular) • 5-6 para provocar doença radiologicamente evidente • Erosões bem definidas, com bordas escleróticas ou salientes, nódulos de tecido mole (calcificam na insuficiência renal), distribuição aleatória nas mãos, sem osteoporose pronunciada • Tipicamente afeta a articulação metatarsofalângica do hálux • Condocalcinose • 40% possuem DDPC concomitante Artrite induzida por cristais Pseudogota (DDPC) / Pseudo-Charcot (presença de tato) • Dor, Calcificação das cartilagens, Destruição articular • Dor inespecífica, pode simular gota, infecção e outras artrites • Condrocalcinose pode ocorrer em qualquer articulação (mas principalmente compartimentos medial e lateral do joelho, fibrocartilagem triangular do punho e sínfise púbica) • DDx (deposição de cristais nos tecidos moles) hidroxiapatita de cálcio (tendinite cálcica) – não acomete cartilagens articulares; exceto por raros casos • Causa OA secundária, acometendo principalmente ombro, cotovelo, art. radiocarpal no punho, art. patelofemoral e as metacarpofalângicas. • Alto grau de associação com: HPT primário, gota e hemocromatose (concomitantes) Colagenoses • Esclerodermia (ES), lupus eritematoso sistêmico (LES), dermatomiosite e doença mista do tecido conjuntivo (DMTC) • Osteoporose e perda de tecidos moles • Erosões não são características das lesões • ES e dermatomiosite: calcificações de tecidos moles; subcutâneas na ES e intramusculares na dermatomiosite • LES: acentuado desvio ulnar das falanges • DMTC é a superposição de ES, LES, polimiosite e AR Sarcoidose • Deposição de tecido granulomatoso no corpo • Pulmões e ossos • Predileção pelas mãos – Lesões líticas no córtex – Aspecto reticulado – Nódulos cutâneos associados nas mãos Hemocromatose • Deposição excessiva de ferro em todos os tecidos do corpo – fibrose e falência dos órgãos • Artropatia em 20-50% dos pacientes – mãos • Alterações de OA acometendo metacarpofalângicas II, III e IV • Até 50% também possuem DDPC (pesquisar condrocalcinose) • Retificação da cabeça dos ossos metacarpais: aumentadas e semelhantes a um bloco, por formação de osteófitos (pentes – formato incomum) Artropatia neuropática ou de Charcot • Destruição, luxação e novo osso heterotópico (débris/detrito) • Destruição articular excessiva devido à ação muscular inacurada • Achados variáveis de acordo com o estágio de evolução • O tipo mais comum é a do pé diabético; tipicamente afeta tarsometatarsais I e II, como fratura de Lisfranc • Tabes dorsalis da sífilis é raro 23/02/2016 15 Hemofilia, artrite reumatoide juvenil e paralisia • Radiologicamente indistinguíveis • ARJ e hemofilia – Crescimento excessivo de extremidades dos ossos (aumento das epífises, talvez por hiperemia ou desuso) associado a diáfise grácil – Pode ou não haver destruição articular – Alargamento da fossa intercondilar do joelho (clássico) • Desuso ou paralisia – Crescimento excessivo das extremidades dos ossos Osteocondromatose sinovial • Relativamente comum • Causada por metaplasia da sinóvia, resultando em focos de cartilagem na articulação • Mais comum no joelho, quadril e cotovelo • Esses depósitos podem calcificar, até 30% dos casos não calcificam • Causa derrame articular • Calcificações começam na sinóvia e tendem a destacar-se na articulação – sintomas de fragmentos livres (“joint mice”) • Condromatose sinovial tumefativa – Agrupamento denso dos corpos livres Sinovite vilonodular pigmentada (SVNP) • Processo inflamatório crônico raro da sinóvia • Causa proliferação sinovia • Ocorre edema articular, massas lobulares da sinóvia, dor e destruição articular • Raramente, calcifica • “Tumor de céls. gigantes da bainha tendínea” / “xantoma da bainha tendínea” quando ocorre em uma bainha tendínea (comum) • DDx osteocondromatose sinovial • IRM – Hemossiderina de hipossinal revestindo a sinóvia em T1 e T2 Atrofia de Sudeck • Síndrome do ombro e da mão / distrofia simpática reflexa • Surge após trauma mínimo de um membro • Causa dor, edema e disfunção • Rx – Osteoporose grave em placas – Edema de tecidos moles • Afeta parte distal de um membro, tipicamente • A dor pode desaparecer e a osteoporose pode persistir • Edema pode desaparecer e a pele ficar atrófica Derrames articulares • Geralmente clinicamente óbvios • Derrame no cotovelo: – indica fraturas; causa deslocamento dos coxins gordurosos • Derrame no quadril – Associado a dor – Deslocamento das faixas de gordura no quadril (?) – coxim adiposo do obturador interno (raramente observável) • Derrame no joelho – Medida da distância entre o coxim gorduroso suprapatelar e coxim gorduroso femoral anterior > 10 mm (normal < 5mm) – Valores intermediários equívocos, não alteram a conduta Necrose avascular (NAV) ou osteonecrose • Pode ocorrer em qualquer articulação • Várias causas • Achados (apenas um dos lados da articulação) – Derrame articular é o sinal mais precoce – Densidade em placas ou mosqueada • Joelho: côndilo • Quadril: toda a cabeça do fêmur – Radiotransparência subcondral: linha fina ao longo da superfície articular – Colapso da superfície articular e fragmentação da articulação • IRM – No quadril, possui sinal baixo ou misto em T1, na porção ântero-superior da cabeça do fêmur 23/02/2016 16 Necrose avascular (NAV) ou osteonecrose • NAV pode ter cistos subcondrais ou geodos • DDx Articulação normal com geodo: AR, NAV, OA, DDPC • IRM: baixo sinal em T1 nas áreas de NAV • Vários ossos com NAV receberam epônimos • Osteocondrite dissecante – Forma de NAV menor e focal – Etiologia possivelmente traumática ou idiopática – Mais frequente no joelho, epicôndilo medial – Menos frequente no domos do tálus e capítulo do úmero – Destacamento de fragmento de osso – fragmento livre na articulação (corpo livre) DOENÇA METABÓLICA DO OSSO Osteoporose • Redução da quantidade de osso (osteopenia) • Primária (senil ou envelhecimento) • Secundária (tireotoxicose,doença renal) – 5% dos casos • Adelgaçamento do córtex (mais confiável no metacarpo II, parte média da diáfise – normalmente 1/4 a 1/3 da espessura) • Osteoporose por desuso – Qualquer idade – Mais rápido, confere aspecto salpicado ao osso (formação de cavidades intracorticais) – Pode simular lesão permeativa (pseudopermeativa – cavidades na cortical) – DDx (pseudopermeativos) osteoporose agressiva, hemangioma (hiperemia focal ou tunelização dos vasos através do córtex) e irradiação (morte de osteócitos, tamanhos variáveis) Osteomalacia • Osteoide excessivo não mineralizado • Osteodistrofia renal é a causa mais comum • Achados idênticos à osteoporose • Patognomônimo: fratura de Looser (através das grandes suturas osteoides – fêmur, pelve e escápula) • Nas crianças é chamada raquitismo (epífises alargadas e irregulares, ossos longos arqueados – amolecimento ósseo; também pode ser causada por doença renal, doença biliar ou insuficiência dietética) Hiperparatireoidismo • Excesso de paratormônio, com reabsorção osteoclástica do osso • Primário: adenomas e hiperplasia da glândula paratireoide; 40% possuem anormalidades ósseas • Secundário: secreção excessiva de PTH pelas paratireoides por hipocalcemia; doença renal • Patognomônimo: reabsorção subperiosteal • Mais comum na face radial das falanges médias da mão • Também observável em qualquer osso longo do corpo; comumente na face medial da porção proximal da tíbia, nas sacroilíacas e porção distal da clavícula • Pode haver osteoesclerose difusa, comum na coluna (“coluna em camiseta de rúgbi”) Hiperparatireoidismo • Tumores marrons – lesões císticas frequentemente expansivas de aspecto agressivo • Rx reabserção óssea subperióstea, tumores marrons, oesteoesclerose, calcificações e fraturas de Looser 23/02/2016 17 Hipoparatireoidismo, Pseudo-hipoparatireoidismo e pseudopseudo-hipoparatireoidismo • Hipoparatireoidismo – Deficiência das paratireoides que secretam pouco PTH – Poucas alterações esquelética – Calvária pode espessar-se – Calcificação dos gânglios da base • PHP – paratireoides normais, mas existe incapacidade congênita dos tecidos responderem ao PTH; pacientes obesos, face redonda, baixa estatura e braquidactilia; ossos tubulares das mãos e pés estão curtos • PPHP – sem anormalidades nos tecidos; quadro semelhante ao PHP morfologicamente Hiperfunção da hipófise • Adenoma secretor ou hiperplasia do lobo anterior – aceleramento do crescimento ósseo: gigantismo (antes de fechar epífises) ou acromegalia • Acromegalia: • Calvária espessada, aumento dos seios e sela turca • Prognatismo da mandíbula • Tufos terminais das falanges distais sofrem hipertrofia – aparência em pá • Hipertrofia da cartilagem articular hialina em alguns casos • OA precoce (cartilagem hialina anormal) • Tecidos moles hipertrofiados Hiperfunção da glândula tireoide • Em crianças: hipertireoidismo pode resultar na aceleração da maturação do esqueleto – raro • Adultos: acropatia tireoidea – após tireoidectomia, causa desconhecida – Periostite nos metacarpos e falanges das mãos e pés – Sempre acomete a face ulnar do metacarpo V – DDx (periostite difusa) osteoartropatia pulmonar hipertrófica, paquidermoperiostite (forma rara de periostite idiopática com espessamento da pele) Hipofunção da tireoide • Cretinismo • Atraso da maturação do esqueleto em crianças • Retardo na ossificação dos centros epifisários, aparecimento ocasional de epífises “pontilhadas” • Atraso no fechamento das epífises – ausência do fechamento aos 30-40 em alguns casos Osteoesclerose • Aumento difuso da densidade óssea • DDx (esclerose óssea difusa) osteodistrofia renal, anemia falciforme, mielofibrose, osteopetrose, picnodisostose, carcinoma metastático, mastocitose, doença de Paget, atletas, fluorose • Osteodistrofia renal: todas as causas de HPT podem causar osteoesclerose; a mais comum é a doença renal; 10-20% dos pacientes com osteodistrofia renal (associada à osteopenia - reabsorção óssea subperiosteal, mais precoce e constante na borda radial das falanges médias das mãos) • Anemia falciforme: causa não conhecida de esclerose; investigar infartos ósseos e deformidades das placas terminais vertebrais (vértebras de peixe); NAV do quadril é achado associado Osteoesclerose • Mielofibrose: metaplasia mieloide agnogênica; fibrose progressiva da medula óssea; > 50 anos; anemia, esplenomegalia e hematopoiese extramedular • Osteopetrose: hereditária; ossos extremamente densos; congênita (ao nascimento, pode ser letal; icterícia, anemia, hepatoesplenomegalia e infecções); tardia (crianças e adultos; clínica mais leve); aspecto de osso dentro de osso nos corpos vertebrais, vértebras “em sanduíche” • Picnodisostose/Sind. Toulouse-Lautrec: congênita; ossos densos, menos comum que a osteopetrose; mandíbulas curtas e hipoplásicas; patognomônimo acroosteólise com esclerose; falanges terminais com aparência de giz colocado em apontador (pontiagudas e densas) 23/02/2016 18 Osteoesclerose • Carcinoma metastático: próstata ou mama; esclerose difusa; investigar destruição cortical e componentes líticos • Mastocitose: raro; aumento uniforme da densidade óssea; pacientes possuem dobras espessadas do intestino delgado com nódulos; urticária pigmentosa é uma lesão cutânea caracterísitca • Doença de Paget: – Doença difusa é rara – Classicamente caracteriza-se por aumento ósseo – Mais comum na pelve, onde a linha terminal na abertura pélvica deve estar espessada (quase sempre está) – Três fases: lítica (borda pontiaguda, borda em forma de chama ou de folha de grama), esclerótica e lítico-esclerótica mista – Com exceção da tíbia, sempre começa nas extremidades Osteoesclerose • Atletas: hipertrofia dos ossos por estresse; aumento da espessura da cortical e osteoesclerose difusa aparente • Fluorose: ingestão crônica de fluoreto; ocorre calcificação ligamentosa. Calcificação do ligamento sacrotuberal é considerada característica DIAGNÓSTICOS INCONTESTÁVEI S Diagnósticos incontestáveis • Lesões pós-traumáticas • Variantes normais • Lesões verdadeiras, mas obviamente benignas Miosite ossificante • Calcificação circunferencial com um centro radiotransparente • Reação periosteal pode acompanhar • Comportamento agressivo • A calcificação pode ser muito tênue para ser identificada • TC útil, recomendação de imagens tardias (1 ou 2 semanas depois da primeira imagem) • IRM não detecta calcificações, mostrará edema, que pode estender-se além da borda calcificada Lesão por avulsão • Comportamento agressivo • Localização característica nos locais de inserção de ligamentos e tendões • Aquisição de imagens tardias pode ser útil 23/02/2016 19 Desmoide cortical • Processo na crista supracondilar medial da porção distal do fêmur • Resultado de avulsão do músculo adutor magno • Pode simular lesão agressiva ou maligna • Apenas ocorrem no epicôndilo póstero-medial do fêmur • Pode ou não causar dor • Pode ou não haver reação periosteal • Acomete pessoas jovens • Sintomáticos podem melhorar com repouso • Achado incidental na IRM Traumatismo • Aparecimento de geodos císticos ou cistos endocondrais próximos às articulações • Devido geodos ocorrerem em doenças articulares degenerativas, procurar por outros sinais: estreitamento do espaço articular, esclerose, osteófitos • Geodos podem ser encontrados em pessoas com doença por cristais de pirofosfato diidratado de cálcio, doença reumatoide e necrose avascular. Esclerose vertebral discogênica • DDx doença metastática • Maisfrequentemente esclerótica e focal • Sempre é adjacente a uma placa terminal e o espaço discal deve estar estreito • Osteofitose é um achado contínuo • Variante do nódulo de Schmorl • Raramente é lítica ou lítico-esclerótica mista • Ocorre em mulheres de meia-idade com lombalgia crônica Fratura • Frequentemente é causa de osteoesclerose substancial e periostite • Pode simular tumor ósseo primário • Sem imobilização, pode evoluir para calo exuberante (similar a periostite agressiva ou neoformação óssea tumoral) Pseudoluxação do úmero • Fratura associada a hemartrose • Distensão da articulação • Migração da cabeça do úmero para baixo • Ocorre subluxação inferior • Necessário incidência transescapular ou axial Defeito dorsal da patela • Defeito lítico no quadrante externo superior da patela • Pode simular foco de infecção, osteocondrite dissecante ou condroblastoma • Variante normal do desenvolvimento • Sinal baixo em T1 e alto em T2 23/02/2016 20 Pseudocisto do úmero • Confundida com lesão lítica patológica • Variação anatômica por aumento do osso esponjoso na região da tuberosidade maior do úmero, criando aspecto mais transparente • Quando existem hiperemia e desuso por problemas do manguito rotador ou transtorno do ombro, fica mais evidente Os odontoideum • Variação normal da coluna cervical (pode ser pós-traumática) • Processo odontoide não fundido que pode mover-se para frente em relação ao corpo de C2 com a flexão e pode simular uma fratura do processo odontoide • Alguns casos precisam de fixação cirúrgica • Borda inferior é lisa, frequentemente com cortical bem definida, do processo odontoide e arco posterior de C1 hipertrofiado e com camada cortical densa Fibroma não ossificante • Idênticos a defeitos corticais fibrosos • < 30 anos • Lesões líticas localizadas no córtex da metáfise de um osso longo e borda bem recortada e definida, com frequência esclerótica e com discreta expansão cortical • Involuem sendo preenchidos por osso novo (esclerose) • Não provocam sintomas • Eventualmente causam fratura patológica • Podem ter grandes dimensões • Raramente são múltiplos Ilhotas ósseas ou Enostoses • Não são problema diagnóstico até 1 cm • Podem crescer até o tamanho de uma bola de golfe, tendo aspecto de metástases escleróticas • São assintomáticos • DDx ilhotas ósseas gigantes • Sempre são oblongas, com eixo longo no eixo de tensão do osso • Bordas apresentam trabéculas ósseas estendendo-se da lesão ao osso normal de forma espiculada Cistos ósseos unicamerais • Curetados profilaticamente e preenchidos para evitar deformidades • No calcâneo, recebem tratamento conservador • Sempre ocorrem na porção antero-inferior do calcâneo, área não submetida à muita tensão • O pseudotumor do calcâneo é encontrado na mesma posição por ausência de tensão e da consequente atrofia das trabéculas • Ambas são assintomáticas • Muito raramente ocorrem fraturas Infarto ósseo • Inicialmente pode exibir padrão lítico-esclerótico misto ou heterogêneo ou aspecto de processo infiltrativo • Processo múltiplo, localizado na região diáfiso-metafisária de um osso longo • Associado a doenças subjacentes, como anemia falciforme ou LES • IRM definitiva para evitar biópsia 23/02/2016 21 OUTRAS LESÕES ÓSSEAS Acondroplasia • Causa mais comum de nanismo • Hereditária, congênita • Insuficiência de formação de osso endocondral • Fêmures e úmeros são os mais comprometidos • Coluna tipicamente possui estreitamento das distâncias interpediculares no sentido causal (contrário do normal) • Os ossos longos são curtos, mas sua largura é normal – aspecto espesso Exostose hereditária múltipla ou aclasia diafisária • Hereditária, pode acometer múltiplos membros de uma família com múltiplos osteocondromas ou exostoses • Osteocondroma: excrescência óssea com cápsula de cartilagem que pode exibir aspecto séssil ou pedunculado • Na forma hereditária múltipla, joelhos estão quase sempre acometidos • Subtubulação (diâmetro alargado) sempre é encontrado no local da exostose • Lesões mais axiais são propensas a sofrer degeneração maligna, menos provável nas periféricas Melorreostose • Transtorno idiopático raro • Osso novo cortical espessado que acumula-se próximo às extremidades dos ossos longos, geralmente apenas de um lado • Aspecto em vela de cera derretendo • Pode acometer vários óssos adjacentes e ser sintomática Mucolipossacaridoses (Síndromes de Morquio, Huler e Hunter) • Armazenamento anormal e excreção na urina de vários mucopolissacarídeos, como sulfato de queratano (Morquio) e sulfato de heparano (Hurler) • Baixa estatura (colunas vertebrais encurtadas) • Morquio – Platispondilia (achatamento generalizado dos corpos vertebrais) associada a projeção anterior central ou “bico de papagaio” • Hurler e Hunter – Platispondilia associada à projeção ântero-inferior – Pelve em aspecto similar ao da acondroplasia, com alargamento em forma de leque das asas do íleo e cabeça do fêmur alargada – Base proximal pontiaguda do metacarpal V, com aspecto sulcado na face ulnar Necrose avascular ou Osteonecrose • Ausência de irrigação sanguínea seguida por morte óssea e colapso ósseo em uma superfície articular • Etiologias: traumatismo, uso de esteroides, uso de AAS, colagenoses, alcoolismo e causas idiopáticas • Varia de esclerose heterogênea até colapso e fragmentação da superfície articular • Pouco antes do colapso, uma imagem radiotransparente subcondral pode ser vista – sinal tardio e inconstante 23/02/2016 22 Osteoartropatia pulmonar hipertrófica • Baqueteamento dos dedos e periostite (membros), associada ou não a dor óssea • Encontrada em pacientes com câncer de pulmão, bronquiectasia, transtornos GI e doenças hepáticas • DDx (periostite em osso longo sem anormalidade óssea subjacente) osteoartropatia pulmonar hipertrófica, estase venosa, acropaquia tireoidea, paquidermoperiostose e traumatismo Osteoma osteoide • Etiologia desconhecida, < 30 anos • Lesão dolorosa, 80% corticais • Tratado com excisão cirúrgica ou ablação térmica • Tipicamente lesão esclerótica, de base cortical, em osso longo; apresenta pequena área de radiotransparência em seu interior (nicho, causador da dor e esclerose reativa circundante) • Se o nicho estiver na medular ao invés da cortical ou em articulação, há muito menos esclerose reativa. • O nicho pode ser radiotransparente – aspecto de sequestro; se calcificar- se completamente e fundir-se à esclerose • Sinal da dupla intensidade: captação de contraste no nicho, dentro da área de esclerose reativa Osteopatia estriada ou doença de Voorhoeve • Múltiplas faixas lineares – 2 a 3 mm de espessura, alinhadas ao longo do eixo longitudinal de um osso • Encontrada em múltiplos ossos longos e não provoca sintomas • Achado incidental Osteopoiquilose • Transtorno hereditário assintomático • Múltiplas e reduzidas (3-10 mm) densidades ósseas escleróticas encontradas primariamente nas extremidades dos ossos longos e da pelve • Sem importância clínica • DDx metástases osteoblásticas difusas Osteoporose transitória do quadril • Processo idiopático com dor no quadril sem condição subjacente ou outras alterações, exceto osteoporose limitada ao quadril doloroso • Fase precoce da NAV (?) • Sinal baixo em T1 na cabeça e colo do fêmir • Autolimitada com resolução plena • Mais frequente em homens Paquidermoperiostose • Rara enfermidade familiar com espessamento da pele dos membros e face, baqueteamente digital e periostite disseminada • Reaçãoperiosteal similar à osteoartropatia hipertrófica, mas apenas ocasionalmente dolorosa 23/02/2016 23 Sarcoidose • Doença granulomatosa não-caseosa • Mãos mais frequentemente acometidas • Coluna vertebral e ossos longo são pouco lesionados • Padrão reticular característico na destruição óssea das mãos • Múltiplas falanges são acometidas, em uma ou ambas mãos
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