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ÁLGEBRA LINEAR 1 Exercícios Programados 16 – EP16 – 20/05/2014 Resolução 1. Seja T: 33 uma transformação linear cuja imagem seja dada pelo conjunto Im(T) = {(x,y,z) 3 | x + y + z = 0}. (a) Determine uma base para Im(T). (b) Que tipo de objeto geométrico representa Im(T)? (c) Utilize o Teorema do Núcleo e da Imagem para responder que tipo de objeto geométrico representa N(T). (d) Dê exemplo de outra transformação linear com o conjunto imagem dado acima. (e) Determine uma base para N(T). Solução: (a) Dado (x,y,z) Im(T), (x,y,z) = (–y –z,y,z) = y(-1,1,0) + z(-1,0,1). Os vetores (-1,1,0) e (-1,0,1) são LI e geram a imgem de T, logo {(-1,1,0), (-1,0,1)} é uma base para Im(T). (b) dim Im(T) = 2, assim a imagem de T é um plano que passa pela origem. (c) Pelo Teorema do Núcleo e da Imagem, dim 3 = dim N(T) + dim Im(T) 3 = dim N(T) + 2 dim N(T) = 1. Assim, o núcleo de T é uma reta passando pela origem. (d) Escolhendo a base canônica de 3 e estabelecendo T(1,0,0) = (0,0,0), T(0,1,0) = (- 1,1,0) e T(0,0,1) = (-1,0,1) (*) teremos: (x,y,z) = x(1,0,0) + y(0,1,0) + z(0,0,1) T(x,y,z) = xT(1,0,0) + yT(0,1,0) + zT(0,0,1) T(x,y,z) = x(0,0,0) + y(-1,1,0) + z(-1,0,1) = (-y-z, y, z). Obs: (1) Qualquer vetor v Im(T) é da forma v = (–y –z,y,z) com y,z . Logo, uma transformação com o conjunto imagem dado pode ser diretamente obtida por considerar T(x,y,z) = (–y –z,y,z). (2) Discuta com o seu tutor e/ou colegas sobre por que uma das imagens em (*) foi definida pelo (0,0,0) e quais seriam as outras possibilidades de estabelecer a transformação. (e) Dado (x,y,z) N(T), T(x,y,z) = (–y –z,y,z) = (0,0,0) y = z = 0 e x . Logo {(1,0,0)} é uma base para N(T). 2. A recíproca da propriedade “se VUT : é uma transformação linear então VUT 0)0( ” não é válida, ou seja, não é verdade que “se a transformação VUT : satisfaz VUT 0)0( então T é linear”. Forneça um contra-exemplo para mostrar que essa afirmação é falsa. Solução: Considere 23: T tal que ),(),,( 2 zyxzyxT . Embora )0,0()0,0,0( T , T não é linear. De fato, T não preserva a multiplicação por escalar: dados o escalar 2 e o vetor (2,0,-1): T(2.(2,0,-1)) = T(4,0,-2) = (16,-2) diferente de 2.T(2,0,-1) = 2.(4,-1) = (8,-2). 3. Dê exemplo de uma transformação linear: (a) sobrejetiva e não injetiva. (b) injetiva e não sobrejetiva. (c) T: 22 satisfazendo N(T) = Im(T). Solução. (a) Considere 2:T , definida por xyxT ),( . i) T é linear. De fato, T preserva a adição de vetores: dados (x,y) e (x’,y’) em 2 , T( (x,y) + (x’,y’) ) = T(x+x’,y+y’) = x+x’ = T(x,y) + T(x’,y’). T preserva a multiplicação por escalar: dados e 2),( yx , T( .(x,y)) = T( .x, .y) = .x = .T(x,y). ii) T é sobrejetora: dado x , considere o par (x,y) de 2 , T(x,y) = x. Obs: Aqui foi usada a definição de sobrejetividade: considerando VUT : uma transformação linear, T é sobrejetora se dado Vv , existe Uu tal que vuT )( . Veja que isso indica que )Im(TV . Como VT )Im( então V = Im(T). iii) T não é injetora: Pelo Teorema do Núcleo e da Imagem, dim 2 = dim N(T) + dim Im(T). Como T é sobrejetora, Im(T) = , então dim Im(T) = 1. Logo dim N(T) = 1, isso implica que T não é injetora. Outra maneira de fazer: T(1,0) = 1 = T(1,2), isso indica que T não é injetora. Obs: Foi usada a definição de injetividade: considerando VUT : uma transformação linear, T é injetora se dados 'uu em U, )'()( uTuT . No nosso caso, exibimos um exemplo que mostra que a essa condição não se verifica. (b) Considere 2: T , definida por ),()( xxxT . i) T é linear. De fato: T preserva a adição de vetores: dados x e y em , T(x+y) = (x+y,x+y) = (x,x) + (y,y) = T(x) + T(y). T preserva a multiplicação por escalar: dados e x , T( . x) = ( . x, . x) = . (x,x) = . T(x). ii) T é injetora: dados yx em , (x,x) ≠ (y,y), logo T(x) ≠ T(y). iii) T não é sobrejetora: dado (1,2) 2 , não existe x tal que (1,2) = (x,x) = T(x). Obs: O elemento (1,2) que pertence ao contradomínio de T não pertence à imagem de T, assim não se tem )Im(2 T . Outra maneira de fazer: Como T é injetora, N(T) = {0}, logo dim N(T) = 0. Do Teorema do Núcleo e da Imagem, dim = dim N(T) + dim Im(T). Assim, dim Im(T) = 1 < 2 = dim 2 , logo T não é sobrejetora. (c) Considere T: 22 e N(T) = Im(T) = [(1,0)]. A dimensão desses subespaços é 1. Considerando a base canônica do domínio de T, que é 2 , devemos estabelecer que: T(1,0) = (0,0) e T(0,1)=(1,0). Dado (x,y) 2 : (x,y) = x(1,0) + y(0,1). Aplicando T, temos: T(x,y) = T( x(1,0) + y(0,1) ) = T( x(1,0) ) + T( y(0,1) ) = xT(1,0) + yT(0,1) = x(0,0) + y(1,0) = (y,0). Logo uma transformação que satisfaz as condições dadas é T(x,y) = (y,0). Discuta com o seu tutor e/ou colegas que estabelecendo T(1,0) = (0,0) e T(0,1)=(1,0), a condição N(T) = Im(T) = [(1,0)] será satisfeita. 4. Considere o operador linear 33: T definida por yxzyxzyxT ,2,,, . (a) Determine a matriz associada a T em relação às bases 1,0,1(),3,1,2,0,0,1 A e )1,1,1(,0,1,0,1,0,1 B : BAT ,][ . (b) Usando a matriz encontrada em (a), determine BT )]4,1,4([ . (c) Verifique se o operador T é inversível. Caso seja encontre uma fórmula para seu inverso. Solução: a) Denotando a matriz associada a T em relação às bases A e B por BAT ,][ , as suas colunas são compostas pelas coordenadas das imagens dos vetores de A em relação à base B: ||| )]1,0,1([)]3,1,2([)]0,0,1([ ||| ][ , BBBBA TTTT T(1,0,0) = (1,0,1) = 1.(1,0,1) + 0.(0,1,0) + 0.(1,1,-1), então 0 0 1 )]0,0,1([ BT T(2,-1,3) = (1,6,3) = 2.(1,0,1) + 7.(0,1,0) + -1.(1,1,-1), então 1 7 2 )]3,1,2([ BT T(1,0,1) = (1,2,1) = 1(1,0,1) + 2.(0,1,0) + 0.(1,1,-1), então 0 2 1 )]1,2,1([ BT Assim, 010 270 121 ][ ,BAT . (b) Usando a relação ABAB vTvT ][][)]([ , : 1 1 1 )4,1,4(][ AAv pois (4,-1,4) = (1,0,0) + (2,-1,3) + (1,0,1). Então BT )]4,1,4([ 1 9 4 1 1 1 . 010 270 121 . Obs: Se as bases para o domínio e contradomínio fossem as mesmas, por exemplo, A, a notação para a representação matricial e para a relação acima seriam, respectivamente: AT][ e AAA vTvT ][][)]([ . (c) Nesse caso, como o objetivo é determinar a expressão de 1T , caso T seja inversível, usaremos a matriz canônica de T: 011 200 011 ][T . Como 04 011 200 011 , então T é inversível. Obteremos a matriz canônica de 1T e depois sua expressão: 100 010 001 011 200 011 010 100 001 200 011 011 010 101 001 200020 011 02/10 2/102/1 001 100 010 011 02/10 2/102/1 2/102/1 100 010 001 Logo, [ 1T ] = 02/10 2/102/1 2/102/1 e ). 2 , 2 , 2 (),,(1 yzxzx zyxT 5. Considerando as bases 1,0,1(),3,1,2,0,0,1 A e )1,0,0(,0,1,0,0,0,1B . (a) Determine a matriz de mudança da base A para a base B, BAI ,][ . (b) Determine a matriz de mudança da base B para a base A, ABI ,][ . (c) Calcule Bv][ sabendo que 3 2 1 ][ Av . Solução: (a) Analogamente ao que foi feito no item a), a matriz de mudança da base A para a base B é dada por: ||| )]1,0,1[()]3,1,2[()]0,0,1[( ||| ||| )]1,0,1([)]3,1,2([)]0,0,1([ ||| ][ , BBBBBBBA IIII , Em que I é a transformação identidade definida em 3 . Assim, (1,0,0) = 1.(1,0,0) + 0.(0,1,0) + 0.(0,0,1), então 0 0 1 )]0,0,1[( B . Veja que, como a base B é a base canônica de 3 , as entradas x, y e z de um vetor (x,y,z) coincidem com as coordenadas em relação a esta base (B), então 3 1 2 )]3,1,2[( B e 1 0 1 )]1,0,1[( B e 130 010 121 ][ ,BAI . (b) Há duas maneiras de determinar a matriz ABI ,][ : i) podemos seguir o mesmo procedimento do item (a), levando em conta que agora teremos que determinar as coordenadas dos vetores da base canônica em relação à base A: ||| )]1,0,0[()]0,1,0[()]0,0,1[( ||| ][ , AAAABI ii) Lembrando que a matriz ABI ,][ é a inversa de BAI ,][ , podemos calcular a inversa desta última que foi obtida no item (a). Vamos seguir o caminho apontado em ii): 130 010 111 100 010 001 130 010 021 100 010 101 100 010 001 130 010 121 ][ , II BA Logo, 130 010 111 ][ ,ABI . (c) Usando a fórmula BABA vvI ][][][ , , temos: 9 2 8 3 2 1 . 130 010 121 . 6. Considere a base },{ 21 vvS de 2 dada por ),1,1(1 v )0,1(2 v . Seja 22: T a transformação linear tal que ),0,1()( 1 vT )1,2()( 2 vT . (a) Encontre uma fórmula para yxT , ; depois use esta fórmula para calcular 3,2 T . (b) Verifique se o operador T é inversível. Caso seja inversível encontre uma fórmula para seu inverso, .,1 yxT Solução: (a) Expressando yx, como combinação linear dos vetores 21,vv , temos: 21, bvavyx . Equacionando temos, ya xba , então yxbya , e portanto .0,11,1, yxyyx Assim, xyyxyxyvTyxvyTbvavTyxT ,21,20,1)()()()(, 2121 . A partir desta fórmula obtemos .5,73,2 T (b) Sendo 11 12 T a matriz canônica de T, det[T]= 1 0. Logo, T é inversível. Obteremos a matriz canônica de 1T e, a partir dela, a expressão de 1T : 10 01 11 12 01 10 12 11 01 10 12 11 01 10 12 11 21 10 10 11 21 11 10 01 yxyxyxT 2,,1 . 7. Qual será a imagem do vetor (1,1) após sofrer uma rotação de 60º, no sentido anti-horário, seguida de uma reflexão em relação ao eixo dos x? Apresente a resolução completa. Solução: A rotação de 60º é dada pela matriz 2 1 2 3 2 3 2 1 )60cos()60( )60()60cos( oo oo sen sen A . A reflexão em relação ao eixo dos x é dada por 10 01 B . Logo, a matriz que representa a seqüência é dada pelo produto das matrizes 10 01 BA 2 1 2 3 2 3 2 1 = 2 1 2 3 2 3 2 1 . Portanto, o vetor (1,1) terá como imagem o vetor: 2 13 2 31 1 1 2 1 2 3 2 3 2 1
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