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NULIDADES DO NEGÓCIO JURÍDICO 2 DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO Coação (arts. 151 a 156, CC) • qualquer pressão física ou moral exercida sobre a pessoa, os bens ou a honra de um contratante para obrigá-lo a efetivar um negócio jurídico. • É ameaça com que se constrange alguém a prática de um negócio jurídico (BONFIM, 2008) leila beuttenmüller 3 DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO • 3) Coação - tipos: Coação física Coação psicológica 4 DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO Coação física ou vis absoluta • É o constrangimento corporal que retira toda a capacidade de querer, implicando ausência total de consentimento, pois não há opção de escolha. • Não há manifestação de vontade livre, espontânea e de boa fé. • Assim torna o negócio jurídico inexistente e não simplesmente anulável. 5 DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO Coação física ou vis absoluta • Ex. João não quer vender um imóvel a Isaías e este leva o contrato para João e aponta uma arma para sua cabeça e o faz assinar o contrato. • Aqui não há a manifestação da vontade, pois João apenas assinou o contrato de forma mecânica, desprovido de vontade. • Esta espécie de violência não permite ao coagido liberdade de escolha, pois passa a ser mero instrumento nas mãos do coator. 6 DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO Coação moral ou vis compulsiva – • Coação psicológica: é aquela que incute na vítima um temor constante e capaz de perturbar seu espírito, fazendo com que ela manifeste seu consentimento de maneira viciada. • A coação atua sobre a vontande da vítima, sem aniquilar o consentimento, pois conserva ela uma relativa liberdade, podendo optar entre a realização do negócio que lhe é exigido e o dano com que é ameaçado. 7 DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO Coação moral ou vis compulsiva – • Ex. Quero comprar um imóvel de Jose, faço todas as propostas possíveis, contudo ele não quer realizar o negócio jurídico. Então procuro algo que faça com que Jose me venda o imóvel. Descubro que o mesmo está tendo um caso com sua secretária e ameaço Jose, que caso não realize o négócio jurídico, vou contar a sua esposa demosntrando fotos. 8 DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO Coação moral ou vis compulsiva – • Então embora a ameaça constitua um fato grave, este fato deixa uma opção ao coagido, pois o coagido pode optar por realizar o negócio jurídico ou arcar com as consequencias da ameaça. • Assim na coação moral, permite que o coagido emita uma vontande, embora maculada, acarretando a anulabilidade do negócio. 9 DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO Coação – requisitos- artigo 151 do CC/02: • a) a coação deve ser a causa determinante do negócio jurídico; • b) deve incutir à vítima a um temor justificado; • c) o temor deve dizer a respeito a um dano iminente; • d) o dano deve ser considerável ou grave; 10 DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO Coação – causa determinante do negócio jurídico. • Deve haver nexo causal entre o meio intimidativo e o ato realizado pela vítima. • Há necessidade da existência de liame de causalidade entre a violência e a declaração de vontade. 11 DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO Coação – causar a vítima um temor justificado. • Como a morte, cárcere privado, mutilação, escândalo etc. • Entretanto aqui afasta-se da regra geral que temos como referência a figura do homem médio para análise dos defeitos do negócio jurídico, pois para apreciar a coação deve o juiz atentar para as circunstâncias do fato e condições pessoais da vítima. 12 DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO Coação – causar a vítima um temor justificado. • Os indíviduos reagem diferentemente diante da violência, assim, o juiz deverá examinar, cada caso individual, a maior ou menor repercusão da ameaça • Conforme artigo 152 do CC/2002, compete ao magistrado a responsabilidade de apreciar o grau de ameaça. • A mesma ameaça que um homem repele, cala o ânimo de uma jovem; o mesmo indíviduo que em circunstâncias normais de saúde ri de uma ameaça pode sentir-se atemorizado quando debilitado por uma doença. 13 DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO Coação – o temor deve dizer respeito a um dano iminente. • O dano deve ser atual e inevitável, pois a ameaça de um mal impossível, remoto ou evitavél, não constitui coação capaz de viciar o ato. • Para Espínola o mal é iminente sempre que o coacto não tiver meios para evitá-lo, quer com os recursos próprios, quer com o auxílio de outrem ou da autoridade pública. • É necessário, ainda que a vítima esteja convencida de que corre perigo, se não concordar com o negócio extorquido. 14 DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO Coação – dano deve ser considerável ou grave. • Sendo moral a ameaça se dirige contra a vida, liberdade, honra da vitima ou de qualquer pessoa da sua familia, ou patrimonial, se a caoção disser respeito aos seus bens. • Ex. ameaça de depredar ou incendiar um prédio pertencente à vítima. • O dano ameaçado deve ser efetivo ou potencial a um bem patrimonial ou pessoal 15 DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO Coação – dano atinge pessoa não pertencente a família da vitima. • Artigo 151 , parágrafo único do CC/2002 • O magistrado, com base nas circunstâncias,a analisando a relação de afetividade, decidira com equidade, se houve, ou não, vis compulsiva. 16 DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO Não se considera Coação – art. 153 do CC/2002 • A ameaça de um exercício normal de um direito; • O simples temor reverencial. • *** A ameaça deve ser injusta. 17 DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO Exercício normal de um direito. • Se a ordem jurídica reconhece o legítimo e regular exercício de um direito, não se poderá considerar abusiva a ameaça de seu exercício. • Ex. um locatário, tornando-se inadimplente, não poderá afirmar haver sido coagido pelo fato de o locador advertir- lo de que “se não pagar os aluguéis, recorrerá a Justiça”. • Contudo o exercício do direito deve ser realizado de forma justa, sem abuso. 18 DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO Simples temor reverencial. • O receio de desgostar pai,mãe ou pessoas a quem deve obediência e respeito é incapaz de viciar o negócio jurídico, desde que não seja acompanhado de ameaças ou intimidação. • O termor reverencial pode constituir causa eficiente da declaraçao da vontade, mas por não ser grave o efeito da desobediência, não representa vício do querer. 19 DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO Coação exercida por terceiro • A coação exercido por terceiro vicia o negócio jurídico, causando a sua anulabilidade, se dela devesse ou tivesse conhecimento o contratante que dela se aproveitar. Artigo 154 CC/2002 • Caso quem aproveite o negócio jurídico desconheça da coação o negócio jurídico não será anulado, o autor da coação responderá por perdas e danos. Artigo 155 do CC/2002 20 DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO EXERCÍCIOS
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