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1 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS SÉRGIO WEINE PAULINO CHAVES UNIDADE 05 - INSTALAÇÕES DE RECALQUE MOSSORÓ - RN 2012 2 SUMÁRIO 5.1 BOMBAS HIDRÁULICAS ..................................................................................... 3 5.1.1 Conceito de bombas ............................................................................................... 3 5.1.2 Classificação das bombas ....................................................................................... 3 5.1.2.1 Bombas volumétricas ............................................................................................... 3 5.1.2.2 Turbobombas ou Bombas hidrodinâmicas ................................................................ 3 5.1.3 Classificação das bombas hidrodinâmicas ............................................................ 5 5.1.3.1 Quanto à trajetória do fluido dentro do rotor ........................................................... 5 5.1.3.2 Quanto ao número de entradas para sucção ............................................................. 7 5.1.3.3 Quanto ao número de rotores dentro da carcaça ...................................................... 8 5.1.3.4 Quanto ao posicionamento do eixo ........................................................................... 9 5.1.3.5 Quanto ao tipo de rotor .......................................................................................... 10 5.1.3.6 Quanto à posição do eixo da bomba em relação ao nível do fluido ......................... 11 5.2 PARTES COMPONENTES DE UMA INSTALAÇÃO DE RECALQUE .............. 12 5.2.1 Altura manométrica ............................................................................................. 12 5.2.1.1 Conceito ................................................................................................................. 12 5.2.1.2 Primeira expressão da altura manométrica ............................................................ 13 5.2.1.3 Segunda expressão da altura manométrica ............................................................. 14 5.2.2 Escolha da bomba e potência necessária ao seu funcionamento ........................ 14 5.2.2.1 Vazão a ser recalcada ............................................................................................ 14 5.2.2.2 Altura manométrica da instalação .......................................................................... 14 5.2.2.3 Potência necessária ao funcionamento da bomba ................................................... 14 5.2.3 Curvas características das bombas ...................................................................... 18 5.2.3.1 Exemplo de curva característica completa ............................................................. 18 5.2.3.2 Escolha da bomba .................................................................................................. 20 5.2.4 Altura de instalação da bomba ............................................................................ 29 5.2.4.1 Altura máxima de sucção das bombas .................................................................... 29 5.2.4.2 NPSH Requerido e NPSH Disponível ..................................................................... 33 5.2.4.3 Medidas para combater a cavitação ....................................................................... 35 5.3 REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 37 3 5.1 BOMBAS HIDRÁULICAS 5.1.1 Conceito de bombas São máquinas que recebem trabalho mecânico e o transformam em energia hidráulica, comunicando ao fluido o acréscimo de energia. 5.1.2 Classificação das bombas 5.1.2.1 Bombas volumétricas São bombas em que seu órgão fornece energia ao fluido em forma de pressão. Esse intercâmbio de energia é estático e o movimento é alternativo. As bombas de êmbolo ou pistão (Figura 5.1) e as bombas de diafragma são exemplos desses tipos de bombas. Figura 5.1 – Esquema de uma bomba de êmbolo com respectivo princípio de funcionamento Fonte: (B) MEDEIROS FILHO (2009). 5.1.2.2 Turbobombas ou Bombas hidrodinâmicas São bombas em que seu órgão fornece energia ao fluido em forma de cinética, sempre com movimento rotativo. Os principais componentes das bombas hidrodinâmicas são o rotor e o difusor (Figura 5.2). O rotor é o órgão móvel da bomba, responsável pela formação de uma depressão no seu centro para aspirar o fluido e de uma sobrepressão na periferia para recalcá-lo. O difusor ou voluta é um canal de seção crescente, no sentido do escoamento, que recebe o (A) (B) fluido vindo do rotor, em forma de energia cinética, e o na forma de energia de pressão. Figura 5.2 – Esquema de uma bomba Fonte: (A) MEDEIROS FILHO (2009) <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAe5uUAD/bomba fluido vindo do rotor, em forma de energia cinética, e o encaminha à tubulação de recalque na forma de energia de pressão. Esquema de uma bomba com os principais componentes: rotor e difusor (voluta) MEDEIROS FILHO (2009); (B) Autor desconhecido: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAe5uUAD/bomba-centrifuga-alternada>. (A) 4 encaminha à tubulação de recalque, com os principais componentes: rotor e difusor (voluta). (B) 5 5.1.3 Classificação das bombas hidrodinâmicas 5.1.3.1 Quanto à trajetória do fluido dentro do rotor a) Bombas radiais ou centrífugas: são bombas que o fluido entra no rotor na direção axial e sai na direção radial, predominando a força centrífuga. Caracterizam-se pelo recalque de pequenas vazões em grandes alturas (Figura 5.3). Figura 5.3 – Esquema do rotor de bomba com fluxos radial. Fonte: SILVA (2003). b) Bombas axiais: são bombas que o fluido entra no rotor na direção axial e sai também na direção axial, predominando a força sustentação. Caracterizam-se pelo recalque de grandes vazões em pequenas alturas (Figura 5.4). Figura 5.4 – Esquema do rotor de bomba com fluxos axial. Fonte: SILVA (2003). 6 c) Bombas diagonais ou de fluxo misto: são bombas que o fluido entra no rotor na direção axial e sai na direção diagonal, entre a axial e radial. Nesse caso, atuam as forças centrífuga e sustentação. Caracterizam-se pelo recalque de médias vazões em médias alturas (Figura 5.5). Figura 5.5 – Esquema do rotor de bomba com fluxos diagonal. Fonte: SILVA (2003). 7 5.1.3.2 Quanto ao número de entradas para sucção a) Bombas de entrada unilateral ou sucção simples: a entrada do fluido dar-se por meio de uma única boca de sucção (Figura 5.6). Figura 5.6 – Esquema do rotor de bomba com sucção simples Fonte: ALVARADO (2008). b) Bombas de entrada bilateral ou sucção dupla: a entrada do fluido dar-se por meio de duas bocas de sucção, paralelamente ao eixo de rotação. Esta configuração equivale a dois rotores simples montados em paralelo. O rotor de sucção dupla apresenta a vantagem de proporcionar equilíbrio dos empuxos axiais, o que acarreta uma melhoria no rendimento da bomba, eliminando a necessidade de rolamento de grande dimensão para o suporte axial sobre o eixo (Figura 5.7). Figura 5.7 – Esquema do rotor de bomba com sucção dupla Fonte: (A) <http://www.excellbombas.com.br/blog/index.php/bomba-abs/>; (B) < (A) (B) 5.1.3.3 Quanto ao número de rotores dentro da carcaça a) Bombas de simples estágio Teoricamente é possível projetar uma bomba com um único estágio para qualquer situação de alturamanométrica e de vazão. No entanto, as dimensões excessivas e o baixo rendimento fazem com os fabricantes limitem a altura manométrica para 100 m Figura 5.8 – Esquema do rotor de bomba com b) Bombas de múltiplos estágios É o resultado da associação de rotores em série dentro da carcaça. Essa associação permite a elevação do fluido a alturas maiores que 100 m, sendo associação (Figura 5.9). Figura 5.9 – Esquema de uma bomba 4 Rotores Radiais ou (Bomba de 4 Estágios) Quanto ao número de rotores dentro da carcaça simples estágio: contém um único rotor dentro da carcaça. Teoricamente é possível projetar uma bomba com um único estágio para qualquer situação de altura manométrica e de vazão. No entanto, as dimensões excessivas e o baixo rendimento antes limitem a altura manométrica para 100 m (Figura 5.8). Esquema do rotor de bomba com simples estágio. múltiplos estágios: contém dois ou mais rotores dentro da carcaça É o resultado da associação de rotores em série dentro da carcaça. Essa associação permite a elevação do fluido a alturas maiores que 100 m, sendo o rotor radial o indicado para esta bomba de múltiplos estágios acoplado a um motor elétrico. Rotor Radial ou (Bomba de 1 Estágio) 8 : contém um único rotor dentro da carcaça. Teoricamente é possível projetar uma bomba com um único estágio para qualquer situação de altura manométrica e de vazão. No entanto, as dimensões excessivas e o baixo rendimento (Figura 5.8). contém dois ou mais rotores dentro da carcaça. É o resultado da associação de rotores em série dentro da carcaça. Essa associação permite o rotor radial o indicado para esta 9 5.1.3.4 Quanto ao posicionamento do eixo a) Bomba de eixo horizontal: é a concepção construtiva mais comum (Figura 5.10). Figura 5.10 – Esquema de bomba com eixo horizontal. b) Bomba de eixo vertical: usada normalmente na extração de fluidos de poços profundos(Figura 5.11). Figura 5.11 – Esquema de bombas com eixo vertical Fonte adaptada: MEDEIROS FILHO (2009) Corpo da Bomba Coluna Cabeçote de Descarga Motor 10 5.1.3.5 Quanto ao tipo de rotor a) Rotor fechado: possui discos dianteiros com palhetas fixas em ambos, evitando a recirculação do fluido ou o retorno à boca de sucção da bomba . (Figura 5.12 A). b) Rotor semi-fechado: possui apenas um disco onde são afixadas as palhetas (Figura 5.12 B). c) Rotor aberto: possui apenas palhetas fixas no acoplamento do eixo da bomba. É utilizado em bomba de pequena dimensão, com pouca resistência e baixo rendimento. Dificultar o entupimento da bomba, podendo ser usado para bombeamento de fluidos sujos (Figura 5.12 C). Figura 5.12 – Esquema de diferentes tipos de rotores: (A) Fechado, (B) Semi-Fechado e (C) Aberto Fonte: MEDEIROS FILHO (2009). (A) (B) (C) 11 5.1.3.6 Quanto à posição do eixo da bomba em relação ao nível do fluido a) Bomba de sucção positiva: o eixo da bomba situa-se acima do nível do fluido no reservatório de sucção (Figura 5.13). Figura 5.13 – Esquema de bomba com sucção positiva. b) Bomba de sucção negativa: o eixo da bomba situa-se abaixo do nível do fluido no reservatório de sucção. Nessa condição, a bomba é considerada afogada (Figura 5.14). Figura 5.14 – Esquema de bomba com sucção negativa. 12 5.2 PARTES COMPONENTES DE UMA INSTALAÇÃO DE RECALQUE 5.3.1 Altura manométrica 5.3.1.1 Conceito É a diferença de nível entre dois pontos, poço de sucção e reservatório de chegada, mais as perdas de carga em todo percurso (perdas contínuas e localizadas). Pode-se dizer que a altura manométrica “Hm” é a distância vertical que o conjunto motor-bomba deverá vencer para levar a vazão de um ponto para outro. Figura 5.15 – Esquema de instalação de um sistema de recalque com sucções positiva e negativa (FONTE: Manual de Bombas KSB). 13 5.3.1.2 Primeira expressão da altura manométrica É utilizada para o caso da bomba em funcionamento. Desse modo, a equação de Bernoulli, aplicada nas seções de entrada “e” e saída “s” da bomba, com referência no ponto “e”, fornece: ��� 2� � �� � � � � � � � � 2� � � � � …………… . . ………………………………………… . �5.1� � � � � � ��� 2� � � � �� � � � �………… .……………………… . .………………… . �5.2� onde: � � � ��� 2� � 0………………………… . . …………… .………………………………………… . �5.3� � � �� � � � � � � ………………………… .……… .………………………………………… . �5.4� � � � 0………………………… . . …………… .………………………………… .……… . �5.5� Substituindo as expressões 5.3, 5.4 e 5.5 na equação 5.2, temos: � � � � �� ……………………………… .……… .………………………………………… . �5.6� que permite calcular a altura manométrica “Hm” já instalada, pelas leituras do vacuômetro “V” e manômetro “M”. OBS.: Nas bombas de sucção positiva, a pressão no ponto “e” é negativa, já no caso das bombas de sucção negativa ou afogadas, o valor da pressão pode ser negativo o positivo. 5.3.1.3 Segunda expressão da altura manométrica A equação de Bernoulli é aplicada entres os pontos “1”, superfície livre do fluido, e “2”, saída da canalização, com referência no ponto “1”: ��� 2� � �� � � � � � � ��� 2� � �� � � � � ������…………… . . …………………………… . �5.7� � � �� � � ��� 2� � �� � �� � � � � � � ������. ………………………………………… . �5.8� 14 onde: ��� � ��� 2� � �� 2�……………………… . .…………… .……… .………………………………… . �5.9� �� � �� � � �#$% � �#$% � …………………………… .……………………………………… . �5.10� � � � � & ……………………… .. …… .……… .………………………………… .…… . �5.11� Computando a expressão 5.9, perda de carga localizada na saída da canalização, na perda de carga total e substituindo as expressões 5.10 e 5.11 na equação 5.8, temos: � � & � ������…………………… .……… .………………………………………… . �5.12� que permite calcular a altura manométrica “Hm” da bomba a ser instalada. 5.3.2 Escolha da bomba e potência necessária ao seu funcionamento Basicamente, a seleção de uma bomba para determinada situação é função da vazão a ser recalcada “Q” e da altura manométrica “Hm”. Essas variáveis são utilizadas para determinação da potência necessária da bomba. 5.3.2.1 Vazão a ser recalcada A vazão a ser recalcada depende, essencialmente, de três elementos: consumo diário de instalação, jornada de trabalho da bomba e número de bombas em funcionamento (bombas em paralelo). A associação de bombas, que preconiza a utilização de duas ou mais bombas, não será abordada nesse material. 5.3.2.2 Altura manométrica da instalação O levantamento topográfico do perfil do terreno permite determinar o desnível geométrico da instalação “HG”, o comprimento das tubulações de sucção e de recalque e o número de peças especiais dessas tubulações. Com os comprimentos das tubulações e o número de peças, a perda de carga é facilmente calculada pelo conhecimento dos diâmetros de sucção e de recalque. Dessa forma, com conhecimento do “HG” e “Hf”, a altura manométrica pode ser calculada por meio da equação 5.12. 5.3.2.3 Potência necessária ao funcionamento da bomba 15 a) Potência hidráulica: é a potência que o fluido recebe do órgão transmissor de energia. '()* � � + �………………………… .……… .………………………………………… . �5.13� onde: PotH = potência hidráulica, watts; γ = peso específico do fluido, N.m-3; � � , � …………………………………… .……… .………………………………………… . �5.14� ou seja: ρ = massa específica do fluido, kgf.m-3; g = aceleração da gravidade, m.s-2; continuando: Q = vazão recalcada, m3.s-1; Hm = altura manométrica, m. b) Potência absorvida: é a potência que o eixo da bomba absorve. '()- � '()*./ ……………… . . ………… . . . ……… .…………………………………………. �5.15� onde: PotA = potência absorvida, watts; ηB = rendimento da bomba, adimensional. c) Potência mínima do motor: é a potência teórica transmitida pelo motor ao eixo da bomba. '()0 � '()- � 1(2�3………… . . …… .……… .………………………………………… . �5.16� onde: PotM. = potência mínima do motor, watts; Folga = taxa da potência absorvida, watts; 1(2�3 � '()- 4�35�6�100 7……………………… .……… .……………………………… . �5.17� ou seja: Margem = margem de segurança recomendável para motores, % (Tabela 5.1). 16 Tabela 5.1 – Margem de segurança recomendável para motores elétricos em função da potência absorvida (PotA), em cavalo vapor (cv) PotA (cv) Margem (%) 0 – 2 50 2 – 5 30 5 – 10 20 10 – 20 15 20 - Acima 10 Notações: O motor que aciona a bomba deverá trabalhar sempre com uma folga, ou margem de segurança, a qual evitará que ele venha, por uma razão qualquer, operar com sobrecarga. Portanto, recomenda-se que a potência absorvida seja acrescida de uma folga, conforme especificação na Tabela 5.1; Para motores a combustão (Figura 5.16): recomenda-se uma margem de segurança de 25%, para o óleo diesel, e 50%, para a gasolina, independentemente da potência absorvida calculada. Figura 5.16 – Esquema de motores a combustão. d) Potência nominal do motor: é a potência nominal (PotN) é potência instalada do motor, cujo padrão é estabelecido pelos fabricantes de motores e normatizada pela ABNT – PB 38 de 1970 (Tabela 5.2). Tabela 5.2 – Potências nominais, em cavalo vapor (cv), padronizadas pelos fabricantes de motores elétricos e normatizadas pela ABNT 1/12a 1/8b 1/6 1/4 1/3 1/2 3/4 1 1 1/2 2 3 4 5 6 7 1/2 10 12 15 20 25 30 40 50 60 75 100 125 150 200 250 300 350 425 475 530 600 675 750 850 950 17 Exemplo 5.1 – Para uma altura manométrica de 52 m, a vazão é de 12 m3.h-1 e o rendimento de 60%. Determine a potência nominal ou instalada do motor elétrico. Solução: + � 12 � 8 9 : 1 9 3600 ; + � 0,0033 �8. ;� � '()* � 9810 =�8 . 0,0033 �8 ; . 52 � '()* � 1683, 40 >3)); ./ � 60%100% ./ � 0,60 '()- � 1683,40 >3));0,60 '()- � 2805,67 >3)); '()- � 2805,67 >3)); : 1 @�735 >3)); '()- � 3,82 @� '()- A �35�6� � 30% �B3C623 5.1� 1(2�3 � 3,82 @� 4 30%100%7 1(2�3 � 1,15 @� '()0 � 3,82 @� � 1,15 @� '()0 � 4,97 @� 4,0 D '()0 D 5,0 @� �B3C623 5.2� '()E � 5,0 @� 18 5.3.3 Curvas características das bombas Denomina-se Curvas Características de uma máquina hidráulica, as representações gráficas ou em forma de tabela das funções que relacionam os diversos parâmetros envolvidos em seu funcionamento. Essas representações constituem-se numa relação entre vazão recalcada, a altura manométrica, a potência absorvida, o rendimento e, às vezes, a altura máxima de sucção requerida (NPSHr), pela bomba (Figura 5.17). Figura 5.17 – Aspecto das curvas características de uma bomba centrífuga. Pode-se dizer que as curvas características constituem-se no retrato de funcionamento das bombas, nas mais diversas situações. Essas curvas são obtidas experimentalmente em bancadas de ensaio dos fabricantes, no qual, para cada vazão recalcada, são medidas a vazão e a altura de elevação, com auxílio de manômetros, e o torque no eixo da máquina, com uso de um torquímetro. A medida da potência mecânica absorvida pela bomba pode ser feita medindo-se a rotação, com uso de um rotâmetro, e o torque no eixo. O rendimento global da bomba é a relação entre a potência útil ou hidráulica e a potência mecânica absorvida. Os resultados mais comuns são: Hm = f(Q), Pot = f(Q) e η = f(Q). 5.3.3.1 Exemplo de curva característica completa A Figura 5.18 apresenta uma família de curvas características, diagrama em colina, da bomba KSB, modelo Meganorm (80-250), na rotação de 1750 rpm, para diâmetros do rotor (φ) na faixa de 220 a 266 mm, indicando as linhas de isorrendimentos, a curva da altura máxima de sucção requerida pela bomba (NPSHr) e as curvas de potência absorvida. Pot = f(Q) η = f(Q) Hm = f(Q) 19 Figura 5.18 – Curvas características de uma bomba KSB, modelo Meganorm (80-250), na rotação de 1750 rpm, com diferentes diâmetros de rotores, obtida para os parâmetros de altura manométrica, rendimento, altura máxima de sucção e potência absorvida, em função da vazão. 20 5.3.3.2 Escolha da bomba De acordo com Porto (2004), a especificação de uma bomba para atender certa condição de projeto é uma dos principais problemas práticos em vários campos da engenharia. Para os principais tipos de bombas, fixada uma determinada rotação, os catálogos dos fabricantes apresentam os mosaicos de utilização, que são gráficos de altura total de elevação (Hm) em função da vazão (Q) em que é mostrada a faixa de utilização (Hm e Q) de cada tipo de bomba. A Figura 5.19 apresenta o mosaico de utilização das bombas KSB centrífugas, modelo ETA, de 1, 2 e 3 estágios, eixo horizontal, na rotação de 1750 rpm. Cada bomba da série é referenciada no mosaico por um código com dois ou três números, o primeiro representa o diâmetro nominal do flange (ou boca) de recalque (mm), o segundo, a família de diâmetro do rotor (cm ou mm) e o terceiro, quando aplicável, o número de estágios. Em geral, os fabricantes apresentam, para cada bomba em série, curvas características para diversos diâmetros de rotor, no mesmo corpo da bomba, a fim de adaptar as características da bomba às condições de instalação e funcionamento. Figura 5.19 - Mosaico de seleção de bombas centrífugas, marca KSB, modelo ETA, na rotação de 1750 rpm. 21 Uma vez conhecida a vazão necessária de bombeamento e a altura total de elevação, e ainda, escolhida a velocidade de rotação, o mosaico de utilização permite a pré-seleção da bomba pelo código. A escolha definitiva, com a determinação do diâmetro do rotor, rendimento no ponto de funcionamento, potência absorvida e outros dados de interesse, denominados como características operacionais, é feita pela consulta, no catálogo, ao diagrama em colina relativo à bomba pré-escolhida, como, por exemplo, na Figura 5.20. a) Características operacionais das bombas: Para definir as características operacionais de uma bomba pré-selecionada, será utilizada a bomba centrífuga da marca KSB, modelo ETA (50-33/2), conforme a Figura 5.20. • Rotações - n = 1710 e 1120 rpm; • Número de estágios - i = 2 rotores; • Diâmetro do rotor - φ = 160 a 260 mm; • Rendimento - η = 50 a 71%, na rotação de 1710 rpm, e η = 50 a 69%, na rotação de 1120 rpm; • Potência absorvida- PotA = 0,6 a 10 cv; • Altura máxima de sucção - NPSHr = 2 a 9,2 m. 22 Exemplo 5.2 – Para uma altura manométrica de 46 m e uma vazão de 35 m3.h-1. Selecione a bomba, defina suas características operacionais e determine a potência nominal ou instalada do motor elétrico. Solução: a) Seleção ou escolha da bomba: A pré-seleção da bomba é feita, em um mosaico de utilização, encontrando-se o ponto que corresponde a coordenada cartesiana da vazão (Q = 35 m3.h-1) com a altura manométrica (Hm = 46 m). Dessa forma, pode-se selecionar, conforme a Figura 5.19, duas bombas: � �35@3 FGH � �(I62( JBK �50 � 33/2� � �35@3 FGH � �(I62( JBK �50 � 33/3� b) Características operacionais da bomba: Com as curvas características dos dois modelos de bombas pré-selecionados, obtêm-se os dados ou características operacionais para Q = 35 m3.h-1 e Hm = 46 m. �35@3 FGH,�(I62( JBK �50 � 33/2� A �1M�N53 5.20� • Rotações - n = 1710 rpm; • Número de estágios - i = 2 rotores; • Diâmetro do rotor - φ = 260 mm; • Rendimento - η = 71%; • Potência absorvida - PotA = 8 cv; • Alturamáxima de sucção - NPSHr = 8 m. �35@3 FGH,�(I62( JBK �50 � 33/3� A �1M�N53 5.21� • Rotações - n = 1710 rpm; • Número de estágios - i = 3 rotores; • Diâmetro do rotor - φ = entre 200 e 220 mm; • Rendimento - η = 69%; • Potência absorvida - PotA = 10 cv; • Altura máxima de sucção - NPSHr = 8 m. O ponto do projeto Q = 35 m3.h-1 e Hm = 46 m coincidiu com a curva característica da bomba KSB, modelo ETA (50-33/2). Diferente disso, na bomba KSB, modelo ETA 23 (50-33/3), o ponto do projeto, que corresponde a Q = 35 m3.h-1 e Hm = 46 m, não coincidiu com a curva característica da bomba, ou seja, o ponto caiu entre as curvas dos diâmetros (φ = 200 mm e φ = 220 mm). Nesse caso, a escolha da bomba é feita considerando-se sempre a curva característica situada acima e mais próxima do ponto do projeto (φ = 220 mm). Esse critério garante que a bomba será capaz de atender a vazão e a altura manométrica com folga, ao passo que uma alternativa contrária levaria a uma bomba que não teria a capacidade para atender ao ponto de projeto. A escolha da bomba depende, também, de outros fatores como: rendimento, disponibilidade no comércio, preço de aquisição etc. c) Potência nominal: + � 35 � 8 9 : 1 9 3600 ; + � 0,0097 �8. ;� � '()* � 9810 =�8 . 0,0097 �8 ; . 46 � '()* � 4377, 22 >3)); ./ � 71%100% ./ � 0,71 '()- � 4377,22 >3));0,71 '()- � 6165,10 >3)); '()- � 6165,10 >3)); : 1 @�735 >3)); '()- � 8,39 @� '()- A �35�6� � 20% �B3C623 5.1� 1(2�3 � 8,39 @� 4 20%100%7 1(2�3 � 1,68 @� '()0 � 8,39 @� � 1,68 @� '()0 � 10,1 @� '()EO D '()0 D '()E �B3C623 5.2� 10,0 D '()0 D 12,0 @� '()E � 12,0 @� Observações: A potência mínima do motor está entre os valores da potência nominal, 10 < PotM < 12 cv, conforme a Tabela 5.2. A escolha da potência nominal é feita normalmente com base no maior potência. 24 Figura 5.20 – Curvas características de uma bomba centrífuga da marca KSB, modelo ETA (50-33/2). 25 Figura 5.21 – Curvas características de uma bomba centrífuga da marca KSB, modelo ETA (50-33/3) e número de rotações 1.710 rpm. Novo Ponto de Funcionamento Q = 37 m3.h-1; Hm = 47 m Pontos da Curva Característica da Tubulação 26 b) Ponto do projeto: Como discutido no exemplo 5.2, o ponto do projeto normalmente não coincidi com a curva característica da bomba. Assim, o projetista pode ter duas opções para o cálculo da potência nominal do motor: a) adotar a bomba cuja curva característica se situe imediatamente acima do ponto do projeto, como foi feito no exemplo 5.2, e; b) adotar o ponto do projeto inicial, obtendo a curva característica da bomba que passa por esse ponto. Esta última opção pode ser conseguida variando-se a rotação do rotor, mantendo o diâmetro do rotor constante, ou variando-se o diâmetro do rotor, mantendo o número de rotações constantes. Vale salientar que qualquer uma das opções escolhidas terá influência na potência exigida pela bomba e, conseqüentemente, na potência do motor a ser adquirido. 1ª Opção: adotar a bomba cuja curva característica se situe imediatamente acima do ponto do projeto. Para este caso, o novo ponto de projeto será obtido pelo traçado da curva característica da tubulação, descrita pela equação geral: � � & � � ………………… . . …… .……… .………………………………………… . �5.18� onde: Hm . = altura manométrica, m; HG = desnível geométrico, m; & � P � Q …………………… . . …… .……… .………………………………………… . �5.19� ou seja: HS = altura de sucção, m; HR = altura de recalque, m. continuando: � � FR +S………………… . . …… .…………… .………………………………………… . �5.20� onde: K’ = constante que caracteriza a tubulação, adimensional; Q = vazão, m3.h-1; n = expoente da velocidade ou da vazão na expressão geral de perda de carga (Tabela 5.3). A constante que caracteriza a tubulação pode ser obtida substituindo a equação 5.20 na equação 5.18, dessa forma: FR � � � &+S ………………… . . …… . .……… .………………………………………… . �5.21� 27 Retornando com o valor de K’ na equação 5.20, encontra-se o Hf que juntamente com o HG descreverá a curva característica particular da tubulação, ou seja: � � & � FR +S…………… . . . . …… .……… .………………………………………… . �5.22� sendo Hm em metros, K’ adimensional e Q metro cúbico por hora. Tabela 5.3 – Valores do expoente “n” da velocidade ou da vazão em algumas fórmulas práticas de perda de carga Fórmulas práticas n Darcy-Weisback 2 Hazen-Williams 1,85 Flamant 1,76 Fair-Whipple-Hsiao 1,88 2ª Opção: adotar o ponto de projeto inicial e obter a curva característica da bomba que passa por esse ponto. Dois recursos são muito utilizados na prática, ou seja: variar a rotação do rotor da bomba e variar o diâmetro do rotor da bomba, operação conhecida como usinagem ou corte do rotor. Mas, no presente momento, essas metodologias não serão abordadas nesse material didático. Exemplo 5.3 – Para uma altura manométrica de 46 m e uma vazão de 35 m3.h-1, tem-se uma perda de carga de 10 m. A bomba selecionada possui as seguintes características operacionais: Marca KSB, Modelo ETA (50-33/3), número de rotações igual a 1710 rpm e diâmetro do rotor 220 mm. Determine a vazão e a altura manométrica no ponto do projeto (ou de funcionamento) e a potência nominal do motor elétrico. Solução: a) Curva característica da tubulação: � � & � � T & � � � � & � 46 � 10 & � 36 � FR � � � &+� FR � 46 � 3635� FU � 0,008163 � � & � FR +� � � 36 � 0,008163 +� 28 Atribuindo-se a curva características da tubulação valores de vazão, determinam-se as alturas manométricas equivalentes. Esses valores serão levados a curva característica da bomba para traçar a curva característica da tubulação, dessa forma, o resultado da interseção entre as curvas definirá o novo ponto do projeto. Para isso, será necessário montar um quadro para auxiliar nos cálculos. Q (m3.h-1) 0 10 20 30 40 50 Hm (m) 36 37 39 43 49 56 1º Ponto: Q = 0 m3.h-1 � � 36 � 0,008163 �0�� � 36 � V 6º Ponto: Q = 50 m3.h-1 � � 36 � 0,008163 �40�� � 56 � b) Novo ponto do projeto: • Vazão - Q = 37 m3.h-1; • Altura manométrica - Hm = 47 m; • Rendimento - η = 68,5%; c) Potência nominal: + � 37 � 8 9 : 1 9 3600 ; + � 0,0103 �8. ;� � '()* � 9810 =�8 . 0,0103 �8 ; . 47 � '()* � 4610, 70 >3)); ./ � 68,5%100% ./ � 0,685 '()- � 4610,70 >3));0,685 '()- � 6730,95 >3)); '()- � 6730,95 >3)); : 1 @�735 >3)); '()- � 9,16 @� '()- A �35�6� � 20% �B3C623 5.1� 1(2�3 � 9,16 @� 4 20%100%7 29 1(2�3 � 1,83 @� '()0 � 9,16 @� � 1,83 @� '()0 � 11,0 @� '()EO D '()0 D '()E �B3C623 5.2� 10,0 D '()0 D 12,0 @� '()E � 12,0 @� Observações: Se o ponto do projeto inicial tivesse sido considerado para o cálculo das potências da bomba e do motor, talvez as potências fossem insuficientes para atender o novo ponto do projeto, o que fatalmente provocaria sobrecarga no motor. Sendo do interesse do técnico, a vazão inicial de 35 m3.h-1 poderá ser obtida fechando- se a válvula de gaveta, até que a altura manométrica seja de 48 m, conforme a Figura 5.21. Como conseqüência dessa manobra, existirá perda de carga acidental (localizada), mudando para a esquerda a curva característica da tubulação, que se torna mais inclinada. O valor da altura manométrica, no caso, 48 m, poderá ser controlado por um manômetro e um vacuômetro, ambos instalados, respectivamente, na saída e na entrada da bomba. Assim, como, o valor da vazão, no caso, 35 m3.h-1, também poderá ser obtido mediante a instalação de um medidor de vazão ou deum hidrômetro, na saída da bomba, o que é mais aconselhável. 5.3.4 Altura de instalação da bomba 5.3.4.1 Altura máxima de sucção das bombas A altura máxima de sucção da bomba é estabelecida, para evitar o fenômeno de cavitação. Esse fenômeno ocorre quando a pressão absoluta do líquido na entrada da bomba é inferior à pressão de vapor. Considerando a Figura 5.22, que mostra a tubulação de sucção de uma bomba recalcando água de um reservatório aberto e mantido em nível constante, e aplicando a equação de energia nas seções “SL”, superfície livre do líquido, e “e”, entrada da bomba, com referência em “SL”, têm-se: �PW� 2� � �PW � � PW � ��� 2� � �� � � � � 9��PW���…………… . .……………………………… . �5.23� 30 Figura 5.22 – Esquema de bomba com sucção positiva. Como a pressão efetiva (pSL/γ) é igual a zero, pois o reservatório de captação está sobre influência da pressão atmosférica (patm), tem-se, somando (patm/γ) em ambos os membros da equação 5.23: �PW� 2� � �#$% � � PW � ��� 2� � ��#$% � ��� � � � � 9��PW���……… .……………………… . �5.24� �PW� 2� � �#$% � � 0 � ��� 2� � �#X � � P � 9�P …………… .…………………… . .…………… . �5.25� onde: patm = pressão atmosférica; pabs = pressão absoluta na entrada da bomba; HS = altura geométrica da sucção; hfS = perda de carga na sucção. Explicitando “HS” na equação 5.25, chega-se a: P � �PW � � ��� 2� � �#$% � �#X � � 9� ………… .……………………… . . …………………�5.26� Altura geométrica da sucção (HS) Superfície livre (SL) Entrada da Bomba Saída do Rotor 31 Se fosse possível desprezar a variação de energia cinética e as perdas de carga, a equação 5.26 poderia ser descrita com: P � �#$% � �#X � …………………… .………… .……………………… . .………………… �5.27� Para as condições ideais de temperatura e pressão, tem-se: patm = 1,0 atm = 10,33 m.c.a (metro de coluna de água)= 10.330 kgf.m-2 (Nível do mar); pabs = 0 (Vácuo perfeito) e; γ = 1.000 kgf.m-3 (Peso específico da água à 4°C). Substituindo esses valores na equação 5.27, temos: P � 10.330 Y���� � 0 1.000 Y���8 � 10,33 �. @. 3 ��32(5 )6ó5M@(� Essa seria a altura máxima de sucção (teórica) com que poderia ser instalada uma bomba comum. Na prática, não são desprezíveis as perdas de carga e, às vezes, a variação de energia cinética. Também, são considerados, a pressão absoluta na entrada da bomba maior que a pressão de vapor da água, a pressão atmosférica local menor que a pressão atmosférica ao nível do mar e a temperatura da água superior a 4°C. Tudo isso, faz com que o “HS” seja menor que o valor teórico, podendo-se adotar, na prática, valores iguais ou menores que 5 m para instalações usuais. Retomando a equação 5.26, como a pressão absoluta (pabs) é igual a pressão de vapor (pV) e altura de sucção (HS) é igual a altura máxima de sucção (HSmáx), pode-se escrever: P%á\ ] �PW � � ��� 2� � �#$% � �^ � � 9� ………… .…………………… . . …………………�5.28� onde: HSmáx = altura máxima de sucção, m; vSL = velocidade na superfície livre, m.s-1; ve = velocidade na entrada da bomba, m.s-1; patm = pressão atmosférica local, kgf.m-2 (Tabela 5.4 ou equação 5.28); pV = pressão de vapor, kgf.m-2 (Tabela 5.5); γ = peso específico da água, kgf.m-3; 32 hfS = perda de carga na sucção, m. Nota-se, pela equação 5.28, que a pressão de vapor, a velocidade na entrada da bomba e a perda de carga agem desfavoravelmente à altura de sucção, ou seja, quanto maiores, menor deverá ser a altura máxima de sucção. Os valores de “ve" e “hfS” poderão ser reduzidos, utilizando-se tubulações de sucção com diâmetros maiores que os diâmetros das tubulações de recalque. O valor de “pv" poderá ser reduzido, operando-se com líquidos à baixa temperatura. Ainda, na equação 5.28, a pressão atmosférica e pressão de vapor são encontradas, respectivamente, nas Tabelas 5.4 e 5.5. Na falta de um valor específico na Tabela 5.4, a “patm”, em metros, poderá se calculada por: �#$% � � 10,33 � 0,0012 K………… .…………………… . . …………………………………�5.29� sendo “A”a altitude do local em metros. Tabela 5.4 – Pressão atmosférica em função da altitude do local Altitude Pressão atmosférica (m) (kgf.m-2) (m.c.a) 0 10.330 10,33 300 9.960 9,96 600 9.590 9,59 900 9.220 9,22 1.200 8.880 8,88 1.500 8.540 8,54 1.800 8.200 8,20 2.100 7.890 7,89 2.400 7.580 7,58 2.700 7.310 7,31 3.000 7.030 7,03 33 Tabela 5.5 – Pressão de vapor e densidade da água em função da temperatura Temperatura Pressão de vapor Densidade (°C) (kgf.m-2) (m.c.a) 15 174 0,17 0,999 20 238 0,24 0,998 25 322 0,32 0,997 30 429 0,43 0,996 35 572 0,57 0,994 40 750 0,75 0,992 45 974 0,97 0,990 50 1.255 1,25 0,988 55 1.602 1,60 0,986 60 2.028 2,03 0,983 65 2.547 2,55 0,981 70 3.175 3,17 0,978 75 3.929 3,93 0,975 80 4.828 4,83 0,972 85 5.694 5,69 0,969 90 7.149 7,15 0,965 95 8.620 8,62 0,962 100 10.333 10,33 0,958 105 12.320 12,32 0,955 110 14.609 14,61 0,951 115 17.260 17,26 0,947 120 20.270 20,27 0,943 5.3.4.2 NPSH Requerido e NPSH Disponível O NPSH (net positive suction head) é uma sigla americana, para a qual não se conseguiu tradução satisfatória para o português. Tentou-se traduzi-lá para APLS (altura positiva líquida de sucção), ficando sem o devido sentido físico. Portanto, continua sendo conhecida como NPSH, ou seja, altura que limita a altura de sucção da bomba (altura máxima de sucção da bomba). Em relação à equação 5.23, levou-se em conta apenas a perda de carga existente até a entrada da bomba, conforme mostra a Figura 5.22. Considerando que as bolsas de vapor serão levadas para a saída do rotor, deve-se adicionar à referida equação a perda de carga “∆H*” que leva em conta a perda entre a entrada da bomba e a saída do rotor, porque é na saída do rotor que ocorre o colapso das bolhas. Essa perda (∆H*) não é calculada pelas equações usuais. Dessa forma, levando em conta a equação 5.23 e as considerações utilizadas para se obter a altura máxima de sucção, a equação 5.28 pode ser reescrita do seguinte modo: P%á\ ] �PW � � ��� 2� � �#$% � �^ � � 9� � ∆ `………… .… .………… . . …………………�5.30� e separando, para o primeiro membro, as grandezas relacionadas com a bomba, e para o segundo membro, as grandezas que dependem das condições locais de instalação (condições 34 ambientais), tem-se, desprezando (vSL2/2g), por ser muito pequeno, e substituindo “HSmáx” por “HS”, ∆ ` � �� � 2� ] �#$% � �^ � � P � 9� ……………… . . …… .…………… . . …………………�5.31� sendo: ∆ ` � �� � 2� � ='G a ……………… . . …………………… . . . …………… . . …………………�5.32� �#$% � �^ � � P � 9� � ='G b ………………… . . …… .…………… . . ………………… �5.33� O NPSH requerido pela bomba, equação 5.32, poderá ser fornecido pelo fabricante ou calculado com auxílio de equações (não demonstradas nesse conteúdo). Já o NPSH disponível na instalação, equação 5.33, é uma preocupação do projetista do sistema de recalque. Para que a bomba trabalhe sem cavitar, deve ser atendida a seguinte condição: ='G a ] ='G b ……………… . . …… .…………………… . . ………… . .…………………�5.34� Caso contrário haverá cavitação, ou seja, pequenas implosões no interior da bomba que desgastam o rotor e, conseqüentemente, reduz a vazão da bomba. Exemplo 5.4 – Para uma vazão de 35 m3.h-1 e com diâmetro do rotor de 200 mm, tem-se um NPSH requerido de 5,75 m. A altitude do local de instalação é de 900 m acima do nível do mar e a temperatura da água de 30°C. Com a altura manométrica na sucção de 5 m, sendo o desnível geométrico de 4 m e a perda de carga de 1 m, calcule o NPSH disponível (verificando se haverá cavitação)e a máxima altura de sucção (mantendo a perda de carga em 1 m). Solução: a) NPSH disponível: ='G I � �#$% � �^� � P � 9� ='G I � 9.220 Y��.� �� � 429 Y��.��� 1.000 Y��.��8 � 4 � � 1 � ='G I � 3,79 � 35 b) Bomba sem cavitação: ='G a ] ='G b 5,75 � ] 3,79 � Para que a bomba trabalhe sem cavitar, o NPSH requerido no máximo pode apresentar o mesmo valor do NPSH disponível. Portanto, pode-se concluir que a bomba instalada dessa maneira trabalhará com cavitação. c) Máxima altura de sucção: A máxima altura de sucção pode ser obtida substituindo, na equação, o valor do NPSH disponível pelo NPSH requerido. Dessa forma, a altura de sucção definirá a altura da instalação da bomba. Caso a altura de sucção apresente um valor negativo, medidas deverão ser tomadas para combater a cavitação, como exemplo, a instalação da bomba afogada (ou com sucção negativa). ='G b � ='G a � 5,75 � 5,75 � � 9.220 Y��.� �� � 429 Y��.��� 1.000 Y��.��8 � P � 1 � P � 9.220 Y��.� �� � 429 Y��.��� 1.000 Y��.��8 � 5,75 � � 1 � P � 2 � 5.3.4.3 Medidas para combater a cavitação • Bombear líquidos com baixa temperatura, pois quanto menor a temperatura menor a pressão de vapor; • Reduzir a altura de sucção e o comprimento desta tubulação, aproximando ao máximo a bomba da captação; • Selecionar o diâmetro da tubulação de sucção, de modo que não ultrapasse a velocidade de 2 m.s-1; • Usar uma redução excêntrica na entrada da bomba, para evitar a formação de bolsas de ar; • Instalar a válvula de pé no início da tubulação de sucção, tomando-se o cuidado de evitar sob emergência e, a conseqüente sucção de ar; • Instalar casa de bomba flutuante no reservatório de captação; 36 • Construir casa de bomba enterrada, ou seja, abaixo da superfície livre do líquido, no reservatório de captação e; • Utilizar bombas auxiliares no bombeamento, como a associação de bombas em série. 37 5.3 REFERÊNCIAS MEDEIROS FILHO, CF. Abastecimento de água, Campina Grande: UFCG, 2009. Disponível em: <http://www.dec.ufcg.edu.br/saneamento/Abastece.pdf> Acesso em 19 nov. 2012. ALVARADO, BK. Thermodynamic, EUA: Atlantic Internacional University, 2008. Disponível em: <http://www.aiu.edu/publications/student/spanish/180- 207/THERMODYNAMIC.html> Acesso em 19 nov. 2012. SILVA, MA. Manual de treinamento: seleção e aplicação de bombas centrífugas, KSB Bombas Hidráulicas S/A: Centro de Treinamento do Produto. 5. ed. 2003. Disponível em: <http://www.escoladavida.eng.br/mecfluquimica/segundo2008/manual_de_treinamento.pdf> Acesso em 19 nov. 2012.
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