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A PSICOLOGIA HUMANISTA 1 A Psicologia humanista tem seus primórdios datados no final da década de 1950 e início dos anos 1960. Entretanto, desde a década de 1940 já se pensavam novas formas de clinicar. Tal perspectiva filosófico-psicológica surge como uma resposta ao domínio que se tinha na Psicologia entre o Comportamentalismo e a Psicanálise, consideradas teorias rivais e que repercutiam a lógica estadunidense e a europeia, respectivamente. Falaremos, além dos aspectos que permeiam essa abordagem, sobre dois de seus principais representantes: Carl Rogers e Abraham Maslow. 2 2 CARL ROGERS Foi em 11 de dezembro de 1940 que Carl Rogers (1902-1987) deu sua famosa conferência e expôs pontos que trilhavam um caminho para além da lógica psicólogo (senhor do suposto saber) e paciente. Sua proposta terapêutica dava mais ênfase na situação atual do indivíduo e defendia a tendência à autorrealização que toda vida humana tem. 3 3 CARL ROGERS A terapia deixava de ser um lugar de tratar doenças e tornava-se um lugar de autocompreensão para os indivíduos perceberem os vastos recursos que possuem dentro de si para modificação de seus comportamentos e atitudes. Para tal mudança, entretanto, era necessário haver um clima facilitador de crescimento para o ser. 4 4 CARL ROGERS Sua forma de terapia foi se desenvolvendo cada vez mais ao longo das décadas, até ser nomeada como Abordagem Centrada na Pessoa (ACP). Nessa psicoterapia, por exemplo, o indivíduo que frequenta não é chamado de “paciente” (assim como em outras) mas sim de “cliente”; pois, entende-se que ele está passando por um aconselhamento não diretivo para explorar suas potencialidades. 5 5 CARL ROGERS Para que a modificação dos autoconceitos ocorra (ROGERS, 1983), deve haver três condições para que se crie um clima facilitador de crescimento pessoal: 6 6 PRIMEIRO ELEMENTO: “Pode ser chamado de autenticidade, sinceridade ou congruência. Quanto mais o terapeuta for ele mesmo na relação com o outro e puder remover as barreiras da lógica profissional, mais isso significa que ele está vivendo a essência daquele momento. O terapeuta se faz transparente para o cliente. E, do mesmo modo, o que o cliente vive pode se tornar consciente e ser vivido na relação terapeuta-cliente, e assim comunicado se for de seu desejo. Tudo isso demonstra uma correspondência que se dá em um nível profundo, influenciando a consciência do cliente”. 7 7 ACEITAÇÃO INCONDICIONAL: “Isto ocorre quando o terapeuta tem uma atitude ‘positiva e aceitadora’ em relação ao que quer que o cliente seja naquele momento. Quando a postura terapêutica se demonstra dessa forma, a possibilidade de ocorrer uma mudança positiva é maior. Nesse aspecto, é importante que o cliente expresse qualquer sentimento que esteja sentindo: ressentimento, raiva, medo, orgulho, amor etc. O terapeuta deve ter uma consideração integral e não condicional pelo cliente” (ROGERS, 1983, p.39). 8 8 COMPREENSÃO EMPÁTICA: “Para que isto ocorra é necessário que o terapeuta tenha uma escuta sensível e ativa ao que chega até a ele. Quando está em sua melhor forma, o terapeuta pode entrar tão profundamente no mundo interno do paciente que se torna capaz de esclarecer não só o significado daquilo que o cliente está consciente como também do que se encontra abaixo do nível de consciência” (ROGERS, 1983, p.39). 9 9 CARL ROGERS: Uma das questões mais interessantes na proposta de Rogers é que ela parece poder ser aplicada a relações humanas cotidianas – e não necessariamente terapêuticas – desde a relação entre as pessoas que convivem muito tempo em um mesmo espaço, como uma família, por exemplo; até estruturas mais tecnicamente elaboradas, como o Ensino Institucional. 10 10 CARL ROGERS: É nesse sentido que encontra a Aprendizagem Centrada no Aluno ou, como é chamada comumente, a Tendência Pedagógica chamada Liberal Renovadora Não diretiva. Claramente inspirada no pensamento de Rogers, será a base para a Escola Nova, que influenciará tanto o ensino no Brasil a partir dos anos 1930. 11 11 12 12 Rogers (1997, p. 19-25) afirma: “Na minha relação com as pessoas, descobri que não ajuda, a longo prazo, agir como se eu fosse alguma coisa que não sou. Descobri que sou mais eficaz quando posso ouvir a mim mesmo, aceitando-me; e assim posso ser eu mesmo. Atribuo um enorme valor ao fato de poder permitir compreender uma outra pessoa. Verifiquei ser enriquecedor abrir canais dos quais os outros possam comunicar os seus sentimentos, seus mundos perceptivos particulares. É sempre altamente enriquecedor aceitar outra pessoa. Quanto mais aberto estou às realidades em mim e nos outros, menos me vejo procurando, a todo custo, remediar as coisas. “Não posso fazer mais nada do que tentar viver segundo minha própria interpretação da presente significação de minha existência, e tentar dar aos outros a permissão e a liberdade de desenvolverem a sua própria liberdade interior para que possam atingir uma interpretação significativa de sua própria existência.” (ROGERS, 1997, p. 32) 13 13 Abraham Maslow Abraham Maslow (1908-1970), também conhecido como o Pai da Psicologia humanista foi, sobretudo, um estudioso e observador aficionado pelo comportamento humano. Filho de pais imigrantes judeus, Maslow nasceu no Brooklyn e sofreu discriminação durante diversos momentos de sua vida. Isso o fez, talvez como uma força motriz, tentar entender o ser humano e devotar-se aos livros e às bibliotecas. Inicialmente, estudava Direito, mas posteriormente assumiu sua paixão pela Psicologia, até obter seu Ph.D. em 1934 e começar a lecionar em 1937. 14 14 Abraham Maslow Mesmo Maslow sendo um pesquisador exímio e docente notável, a pouca afinidade com tais teorias vigentes tendiam a levá-lo a um isolamento profissional e intelectual. Seus artigos, por consequência, não encontravam ressonância para publicação na maior parte das revistas técnicas de Psicologia. Entretanto, foi no final da década de 1950 que Maslow decidiu fundar sua própria revista de Psicologia humanista. 15 15 Abraham Maslow Indo na contramão dos saberes psicanalíticos (que coloca a satisfação das pulsões como aspecto central da teoria) e dos comportamentalistas (que procuram satisfazer as necessidades fisiológicas do ser humano), o Humanismo trata de descobrir os propósitos do indivíduo na busca de sua autorrealização. 16 16 HUMANISTA: Em suma, a filosofia humanista se expressa através da fidelidade consigo mesmo, para descobrir quem realmente somos e para, a partir disso, trabalhar nossa psique. 17 17 HUMANISTA: Para melhor compreensão de como seria a autorrealização humana por essa perspectiva, é necessário observar a esquematização criada por Maslow, de uma pirâmide de necessidades humanas, também conhecida como Pirâmide de Maslow ou Hierarquia de necessidades de Maslow: 18 18 HUMANISTA: 19 19 20 O homem criativo não é o homem comum ao qual se acrescentou algo; o homem criativo é o homem comum do qual nada se tirou. (MASLOW apud PREDEBON, 1998, p. 34) 20 21 21 Obrigada! 20XX 22 22 image1.jpeg image2.jpeg image3.jpeg image4.jpeg image5.jpeg image6.png