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Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 0- Preliminares Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 11/10/08 0-1 Livro: Remoção de sedimentos em BMPs 10 de outubro de 2008 Engenheiro Plínio Tomaz Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 0- Preliminares Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 11/10/08 0-2 Introdução Os assuntos que iremos tratar se referem a poluição difusa, que é aquela gerada pelo escoamento superficial da água em zonas urbanas e provém de atividades que depositam poluentes, de forma esparsa, sobre a área de contribuição da bacia hidrográfica. Os primeiros 10minutos de chuva lavam a rua e carregam poluentes, que é o denominado first flush. O dr. Robert Pitt em 2004 em pesquisas de 21 parâmetros demonstrou que este escoamento inicial carrega poluentes conforme Tomaz, 2006. A solução para a melhoria da qualidade das águas pluviais é fazer o tratamento é através das BMPs para áreas de bacias até 2km2 (200ha). Assim devem ser tratadas as águas pluviais proveniente do first flush e o restante ser lançado diretamente ao curso de água ou lago próximo. “BMP (Best Management Practices): traduz-se por melhor técnica de gerenciamento ou medidas ótimas para gerenciamento de cargas difusas”. As BMPs são medidas e práticas destinadas a melhorar a qualidade das águas pluviais. Apesar de inúmeros fenômenos que ocorrem nas BMPs, a sedimentação é o mais importante, pois está provado que quando se depositam sedimentos menores que 100μm que são o TSS (sólidos totais em suspensão), os mesmos arrastam consigo uma grande parte dos metais pesados, nitrogênio, fósforo e outros poluentes. É importante em determinadas BMPs, prever a porcentagem de sedimentos removidos e retidos. • Bacia de detenção seca, que é aquela que detém as águas pluviais e só deixa passar a vazão de pico do pré-desenvolvimento. • Bacia de detenção estendida que detém por um período de 24h o volume denominado WQv para melhoria da qualidade das águas pluviais. • Bacia de retenção que pode ser uma wetland ou uma bacia de retenção molhada que não tem vegetação e ambas possuem um volume permanente denominado WQv e um volume temporário também WQv. Incluímos também a caixa de retenção de óleos e sedimentos, a teoria de Stokes, os princípios de Allen Hazen sobre sedimentação e o Método Simples de Schueler. A teoria de Schueler feita em 1987 é usada para a determinação do first flush, isto é, a altura da lâmina de água em milímetros que é responsável por 90% das precipitações e que irá deter 80% do TSS (sólido total em suspensão). O depósito de sedimentos pode ser feito durante as precipitações ou no intervalo das mesmas, chamando a primeira de condições dinâmicas e a segunda de condições quiescentes. Outra importância da remoção dos sedimentos é que nas BMPs citadas devem possuir a montante o pré-tratamento, que é a remoção de sedimentos grosseiros, ou sejam, aqueles maiores que 125μm. Neste trabalho temos como objetivo mostrar a facilidade dos cálculos de estimativa de remoção de sedimentos nas BMPs. Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 0- Preliminares Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 11/10/08 0-3 Dentre os vários métodos existentes bem como softwares americanos todos possuem falhas devido a dificuldade do conhecimento científico sobre o problema. A influência da forma do reservatório, da área da superfície, do tempo de detenção, do tamanho das partículas existentes no local, o problema da ressuspensão de sedimentos tudo isto causam inúmeras dificuldades para se ter como exatidão a eficiência da sedimentação. Uma maneira prática e também sujeita a erros é o método de Akan que está no Capítulo 3 deste livro, pois é fácil de ser aplicado e o método do Capítulo 19 devido a Chen. As bacias de detenção estendida conforme Stahre e Urbonas, 1990 in Haan et al, 1994 remove 50% a 70% de sólidos totais em suspensão (TSS), 10% a 20% de fósforo total, 10% a 20% de nitrogênio, 20% a 40% de matéria orgânica, 75% a 90% de chumbo, 30% a 60% de zinco, 50% a 70% de hidrocarbonetos e 50% a 90% de bactérias. Os capítulos foram feitos de maneira que possam ser lidos separadamente. O autor se desculpa pelos gráficos em inglês. Agradeço a Deus, o Grande Arquiteto do Universo, a oportunidade de poder contribuir na procura do conhecimento com a publicação deste livro. Guarulhos, 10 de outubro de 2008 Engenheiro civil Plínio Tomaz Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 0- Preliminares Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 11/10/08 0-4 PLÍNIO TOMAZ COMUNICAÇAO COM O AUTOR Engenheiro civil Plínio Tomaz e-mail: pliniotomaz@uol.com.br Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 0- Preliminares Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 11/10/08 0-5 I Dream of Tahoe ® By: Charles R. Goldman I dream of Tahoe wherever I may go I dream this dream of Tahoe in sunshine or in snow I see the cobalt waters in the alpine afterglow Where pine and aspen forests take many years to grow And I’ll return to Tahoe from wherever I may go Yes I’ll return to Tahoe despite where winds may blow And although my travels wander across the land and sea My memories of Tahoe will always stay with me The air is clear and brilliant where Sierra meets the sky It fills me with a sadness when I must say goodbye But if we keep its blueness this lake will never die And the children of our children will never have to cry Nota: este poema foi escrito pelo dr. Charles R. Goldman que conheci num seminário internacional de recursos hídricos. O dr. Charles é o responsável pela recuperação do Lago Tahoe nos Estados Unidos e um dia recebeu o presidente Bill Clinton e o vice Al Gore em seu barco de pesquisa. Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 0- Preliminares Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 11/10/08 0-6 Prefácio Os aspectos espetaculares das sucessivas crises do petróleo, com a escassez imediata e o aumento dos preços, fizeram com que grande parte da população mundial acreditasse que o esgotamento das reservas naturais do planeta era parte de uma questão energética, que poderia ser resolvida através do aporte tecnológico. De forma silenciosa, contudo, uma outra escassez avançava, sem ser vislumbrada em toda sua ameaça: a falta de água potável. Pela própria natureza da Terra, a água doce, potável e de qualidade encontra-se distribuída de forma bastante desigual. As regiões setentrionais do planeta, embora com grandes rios – Tamisa, Danúbio, Reno, Volga,– ou na América – o São Lourenço, Mississipi, Missouri – concentram grandes aglomerações demográficas, que consomem volumes crescentes de água potável. Além disso, a generalização da agricultura moderna – subsidiada com milhares e milhares de dólares, tanto na União Européia, quanto nos EUA – ampliou tremendamente o consumo de água. Muitas vezes, a riqueza produzida por tal agricultura subsidiada não paga os imensos gastos de armazenamento, dutos e limpeza investidos no processo de sua própria disponibilização. O consumo de água dobra a cada 20 anos; 50% da água que vai para os grandes centros urbanos são desperdiçadas. Mais de 25% da população da Terra não tem acesso à água potável. Em 70 regiões do planeta existem conflitos pelo controle da água potável. No Brasil, cerca de 70% da água está localizada na região Norte, onde vivem aproximadamente 75% da população. Os 30% restantes dos recursos hídricos estão nas demais regiões,onde vivem 93% da população brasileira. Conseqüentemente, cada vez mais importante se torna promover o seu uso eficiente. Isto significa que não se pode desperdiçar o precioso líquido e que a sua qualidade deve ser adequada ao tipo de utilização. Mesmo ao nível doméstico há utilizações, como a limpeza, por exemplo, onde não é exigível uma qualidade aos níveis de portabilidade da água. Neste contexto, começam a ganhar mais popularidade soluções alternativas, como o aproveitamento de águas das chuvas e de águas cinzentas. No entanto, convém notar que após um período significativo sem chover é natural que as superfícies de captação apresentem alguma sujidade, podendo a mesma ser arrastada pela água. Em princípio, para aplicações domésticas convirá rejeitar essas primeiras águas de lavagem (“first-flush”) para o que existem diversas soluções. O presente trabalho - Remoção de sedimentos em BMPs - de autoria do insigne Engenheiro Plínio Tomaz, seu décimo e-book, trata dos vários métodos existentes com a finalidade de quantificar esses sedimentos depositados pelas chuvas nas bacias hidrográficas, melhorando a qualidade das águas para captação e consumo. Honrou-nos o professor, com a solicitação de que prefaciássemos o presente trabalho. Quando, no inicio de 2008 assumimos a Comissão de Meio Ambiente do CREA SP, firmamos o compromisso de sociabilizar o máximo possível informações de boas práticas ambientais. Lembramos logo de Mestre Plínio, sempre nos brindando com seus trabalhos quando das reuniões de Câmara e Plenária. Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 0- Preliminares Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 11/10/08 0-7 Solicitado a colaborar com a Comissão, prontamente nos atendeu e hoje todos podem contar com seus livros digitais publicados no site da Comissão, no Portal do CREA SP. Certamente esta será apenas mais uma das publicações com que poderemos contar. Outras estão a caminho. Assim, desejo que todos - profissionais alunos e militantes ambientais aproveitem ao máximo os ensinamentos de nosso caro professor. Santos, outubro de 2008 Zildéte Teixeira F. Prado Engª Civ e Meio Ambiente Coordenadora CMA CREA-SP Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 0- Preliminares Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 11/10/08 0-8 Capítulos Ordem Assunto 0 Preliminares 1 Remoção de sedimentos em bacias de detenção estendida conforme Papa, 1999 2 Remoção de sedimentos em bacias de retenção conforme EPA, 1986 3 Remoção de sedimentos em bacias de detenção estendida conforme Akan 4 Remoção de sedimentos em bacias de detenção seca conforme EPA, 2004 5 Método RUSLE (equação revisada universal de perda de solo) 6 Estimativa da carga do poluente pelo Método Simples de Schueler 7 Carga de sólidos devido ao runoff 8 Lei de Stokes 9 Principio de Allen Hazen sobre sedimentação 10 Remoção de sedimentos em bacias de retenção conforme EPA, 2004 11 Remoção de sedimentos em pré-tratamento 12 Pré-tratamento 13 Cerca de sedimentos 14 Caixa de retenção de óleo e sedimentos 15 Pesquisas efetuadas sobre TSS (sólidos totais em suspensão) 16 Método de Brune 17 Método de Churchill 18 Método de Maryland 19 Remoção de sedimentos em bacias de detenção conforme Chen,1975 20 Remoção de sedimento em faixa de filtro gramada 21 Canal gramado Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 0- Preliminares Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 11/10/08 0-9 CURRICULUM VITAE O engenheiro civil Plínio Tomaz nasceu em Guarulhos e estudou na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Fez cursos de pós-graduação na Politécnica e na Faculdade de Saúde Pública. Foi superintendente e diretor de obras do SAAE onde se aposentou e depois trabalhou no Ministério de Minas e Energia. • Fundador da Associação de Engenheiros e Arquitetos e Agrônomos de Guarulhos em 1967. • Foi professor de Hidráulica Aplicada na FATEC e na CETESB. • Atualmente é: • Diretor de Recursos Hídricos Saneamento e Energia da FAEASP (Federação das Associações de Engenharia e Arquitetura do Estado de São Paulo) • Diretor de Recursos Hídricos e Meio Ambiente da ACE-Associação Comercial e Empresarial • Membro da Academia Guarulhense de Letras • Assessor especial de meio ambiente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Guarulhos • Conselheiro do CADES- Conselho Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da PMSP representado o CREASP • Coordenador do Grupo de Trabalho do CREASP sobre Fiscalização em Bacias Hidrográficas • Membro do Sub-comitê de Bacia Alto Tietê-Cabeceiras • Presidente do Conselho Deliberativo do Serviço Autônomo de Água e Esgotos de Guarulhos • Ex-professor da FIG, UNG, FATEC e CETESB Escreveu 6 livros de engenharia civil - “Conservação da Água” - “Previsão de consumo de água” - “Economia de água” - “Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais” - “Aproveitamento de água de chuva” - “Poluição difusa” Onze livros eletrônicos em acrobat reader disponível gratuitamente na Internet - Balanço Hídrico 237páginas A4 - BMPs-Best Management Practices 176 páginas A4 - Critério Unificado 327 páginas A4 -- Golpes de aríete em casas de bombas 105 páginas A4 - Análise da qualidade da água de rios e impactos de nitrogênio e fósforo rios e córregos 109páginas A4 - Curso de Manejo de águas pluviais 1019 páginas A4 - Água-pague menos: tratamento de esgotos e reúso 133 páginas A4 -Aproveitamento de água de chuva 250páginas A4 -Previsão de consumo de água em gramados 168 páginas A4 -Curso de Redes de esgotos 591 páginas A4 -Curso de Redes de água 829 páginas A4 -Evapotranspiração -Remoção de sedimentos em BMPs Guarulhos, 11 outubro de 2008 Plínio Tomaz Consultor Senior Engenheiro Civil CREA-SP 0600195922 Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 0- Preliminares Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 11/10/08 0-10 Capítulo 0-Preliminares 0.1 Introdução Há uma grande dificuldade de se calcular com precisão a remoção de sedimentos em uma bacia de detenção estendida. A bacia de detenção estendida é aquela projetada para deter vazões de pico de enchentes e só deixar passar a vazão de pré-desenvolvimento para melhorar a qualidade das águas pluviais. O reservatório se enche e depois esvazia num tempo determinado pelo projetista, ficando depois vazio. O tempo de detenção de modo geral está entre 24h a 48h. e o período de retorno usado varia de 10 a 25anos. O reservatório de detenção estendido é uma das BMPs mais usadas nos Estados Unidos e Europa, motivo pelo qual se faz necessário estimar da melhor maneira possível a porcentagem de remoção de sólidos totais em suspensão, que é o chamado TSS. Salientamos que é reconhecido por todos os especialistas no assunto, que a remoção dos poluentes é proporcional a remoção dos sólidos totais em suspensão (TSS) nas águas pluviais, pois os poluentes aderem as partículas sólidas e se depositam no fundo do reservatório. Desta maneira é importante que quanto maior for a remoção de TSS maior será a remoção de fósforo, nitrogênio e outros poluentes. Os reservatórios de detenção estendido tem a função de mitigar os impactos do runoff urbano nos corpos receptores de água que são os rios, córregos e lagos. 0.2 Critérios de dimensionamento adotado para reservatório de detenção estendido O cálculo detalhado de reservatório de detenção estendido poderá ser visto no livro Poluição Difusa de Tomaz, 2006. No cálculo é aplicado o conceito de pré e pós desenvolvimento de maneira a se ter impacto zero. Volume paramelhoria da qualidade das águas pluviais Os critérios estão baseados em Schueler, 1987 com os seguintes parâmetros: Rv= coeficiente volumétrico Rv= 0,05 +0,009 x AI AI= área impermeável em porcentagem O volume para melhoria da qualidade das águas pluviais é dado por: WQv= (P/1000) x Rv x A (m2) Sendo: WQv= volume para melhoria da qualidade das águas pluviais (m3) P= 25mm= first flush para a Região Metropolitana de São Paulo- RMSP A= área da bacia (m2) A profundidade do reservatório varia de 1,00m a 1,50m e o tempo de esvaziamento geralmente adotado é de 24h. A vazão média Qm é o volume WQv dividido pelo número de segundos em 24h Qm= WQv/86400s Sendo a altura do reservatório h, o cálculo é feito com orifício: Q= Cd x Ao x (2gh)0,5 Cd=0,62 Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 0- Preliminares Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 11/10/08 0-11 Ao= área da seção transversal= π D2/4 Na prática costuma-se calcular de duas maneiras o valor de d. a) d=profundidade do reservatório h =altura na equação do orifício h= d/2 (usa-se como altura a metade) Q=Qm b) Q= 2 x Qm (usa-se como vazão o dobro da vazão média, mas usa-se a altura máxima d) h=d Tempo de esvaziamento Genericamente para qualquer seção transversal As, o tempo de esvaziamento em segundos de qualquer reservatório pode ser calculado pela Equação (0.1), conforme Malásia, 2000. t=[1 / Cd . Ao .(2.g ) 0,5] . ∫ y1 y2 As dy/ y 0,5 Equação (0.1) Quando a superfície da água é constante, isto é, as paredes são verticais, então a equação acima fica: t= [2 . As . (y1 0,5 - y2 0,5 )] / [Cd . Ao .(2.g ) 0,5] Sendo: Ao= área da seção transversal do orifício (m2); Cd= 0,62 coeficiente de descarga; As= área transversal do reservatório na profundidade y (m2); t= tempo de esvaziamento (segundos); y1= altura da água no inicio (m); y2= altura do nível de água no fim (m) e g= aceleração da gravidade (g=9,81m/s2) O orifício mínimo deve ter diâmetro ≥ 50mm. 0.3 Distribuição das partículas e velocidade de sedimentação Tenho conhecimento de pesquisas nos Estados Unidos publicado pela EPA, 1986 e no Canadá publicada em 1994 pelo Ministério do Meio Ambiente e Energia de Ontário (MOEE). Estas pesquisas mostram o comportamento da velocidade de sedimentação das águas pluviais dependendo do tamanho das partículas. Com a falta de pesquisas existentes em todo o Brasil, admitiremos como base as últimas pesquisas, isto é, aquelas feitas no Canadá em 1994, portanto, mais recente. Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 0- Preliminares Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 11/10/08 0-12 Tabela 0.1- Partículas, porcentagens de massas e velocidade de sedimentação no Canadá em 1999 Fração (%) de massa de partículas Vs velocidade de sedimentação (mm) (m/h) ≤ 20mm 20 0,000914 20<x≤40 10 0,0468 40<x≤ 60 10 0,0914 60<x≤ 0,13 20 0,457 0,13<x≤ 0,40 20 2,13 0,40<x≤ 4,0 20 19,8 Total= 100 Fonte: Papa, et al, 1999 Aproveitamos a oportunidade para informar sobre os dados de partículas, porcentagens e velocidade de sedimentação conforme EPA, 1986 que usa cinco frações de 20% de massa cada conforme Tabela (0.2). Tabela 0.2- Partículas, porcentagens de massas e velocidade de sedimentação nos Estados Unidos. Fração (%) de massa de partículas Vs velocidade de sedimentação (%) (%) (m/h) 1 0 a 20% 20 0,0009 2 20% a 40% 20 0,09 3 40% a 60% 20 0,45 4 60% a 80% 20 2,1 5 80% a 100% 20 19,5 Total= 100 Fonte: EPA, 1986 Remoção de partículas das águas pluviais Considerando uma área urbana as precipitações que caem nas casas, ruas, avenidas e estradas, parques, etc transportam sólidos, variando desde argila até agregados maiores. As variações do diâmetro das partículas dependem do local, do vento, das precipitações e de outras variáveis. Infelizmente não temos pesquisas em todo o Brasil e mostraremos somente as pesquisas americanas que são as seis curvas mostradas na Figura (0.1). Conforme Rinker, 2004 a primeira curva da distribuição das partículas de monitoramento do Stormceptor refere-se a uma firma americana que faz produtos para a decantação de sólidos usadas muito em estradas de rodagens. A segunda é da EPA, 1986 devido ao trabalho coordenado por E. Driscoll. A terceira curva de partículas é a do NURP, 1986 que fez inúmeras pesquisas. A quarta curva de partículas é do MRSC, 2000- Municipal Research& Services de Washington que fez pesquisa somente em um local. Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 0- Preliminares Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 11/10/08 0-13 A quinta curva é a do projeto Stormceptor que é uma firma americana de equipamentos, baseada no MOE (Ministry of Environment Stormwater Practices Manual de 1994) de Ontário. e que por sua vez é baseada na Usepa, 1983. A sexta curva é J. Sansolone e foi feita uma pesquisa somente em determinado local, não tendo portanto, muita importância. Figura 0.1- Comparação da distribuição do tamanho de partículas de águas pluviais nos Estados Unidos conforme Rinker, 2004. Rinker, 2004 em suas pesquisas concluiu que para a melhoria da qualidade das águas pluviais, capturaando partículas <100μm, se depositarão de 50% a 100% das partículas. Rinker, 2004 salienta ainda que Walker, 1997 associou a deposição de metais e outros poluentes em águas pluviais quando houver deposição de partículas menores que 100μm. Salientamos que adotamos para pré-tratamento a deposição de partículas maiores que 125μm. Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 0- Preliminares Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 11/10/08 0-14 0.4 Bibliografia e livros consultados -HAAN, C.T. et al. Design Hydrology and sedimentology for small catachments. Academic Press, 1994, 588páginas, ISBN 13:978-0-12-312340-4 -PAPA, FABIAN et al. Detention time selection for stormwater quality control ponds. 31/july/1999. Can. J. Civ. Eng. 26:72-82 (1999). -RINKER, 2004. Particle size distribution (PSD) in stormwater runoff. http://www.rinkermaterials.com/ProdsServices/downloads/InfoBriefs_Series/IS%20601%2 0Particle%20Size%20Distribution%20_PSD_%20in%20Stormwater%20Run.pdf -TOMAZ, PLINIO. Poluição Difusa. Navegar Editora, 2006. -USEPA. Methodology for analysis of detention basins for control for urban runoff quality. EPA 440/5-87-001 setembro 1986. Coordenado por Eugene D. Driscoll baseado n as pesquisas de Dominic M. DeToro e Mitchell Small. -USEPA. Stormwater Best management practice design guide. Volume 2- Vegetative biofilters. EPA/600/R-04/121A setembro 2004. -USEPA. Stormwater Best management practice design guide. Volume 3- Basin Best management practices. EPA/600/R-04/121B setembro 2004. -USEPA. Stormwater Best management practice design guide. Volume 1- General Considerations EPA/600/R-04/121 setembro 2004. Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 01- Remoção de sedimentos em bacias de detenção estendida conforme Papa, 1999 Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 15/09/08 1-1 Capítulo 01-Remoção de sedimentos em bacias de detenção estendida conforme Papa, 1999. 1.1 Introdução A bacia de detenção estendida é aquela projetada para deter vazões de pico de enchentes e só deixar passar a vazão de pré-desenvolvimento e melhorar a qualidade das águas pluviais. O reservatório se enche e depoisesvazia num tempo determinado pelo projetista ficando depois vazio. O tempo de detenção de modo geral está entre 24h a 48h. e o período de retorno usado varia de 10anos a 25anos. 1.2 Eficiência da remoção Para a eficiência vamos mostrar a conhecida equação de Fair e Geyer, 1954: η= 1 – [( 1+ Vs/ (n x Q/A)] –n Sendo: η= eficiência dinâmica da deposição para remoção de sólidos em suspensão (fração que varia de 0 a 1) Vs=velocidade de sedimentação (m/h) n= fator de turbulência de Fair e Geyer, 1954 sendo usualmente admitido n=3 para “boa performance” Q=vazão no reservatório (m3/h). Geralmente é a vazão de saída de pré-desenvolvimento. A= área da superfície do reservatório (m2) Podemos ainda fazer: Q/A = hA/ ts Sendo: hA =profundidade do reservatório (m) ts= tempo médio de detenção (h) td= tempo de esvaziamento do reservatório quando está cheio e não há vazão de entrada até estar completamente vazio (h) O ts médio de detenção das águas pluviais no reservatório é aproximadamente a média de dois extremos (ts=0 e tsmax): ts= (1/2) x td Fazendo as substituições temos: η= 1 – [( 1+Vs/ (n x Q/A)] –n η= 1 – [( 1+Vs/ (n x hA/ ts)] –n η= 1 – [( 1+(Vs x td)/ (2xn x hA)] –n A última equação vale para uma determinada velocidade de sedimentação Vs, mas para todas temos que fazer a somatória para se obter a eficiência global Ed. É importante observar que na equação abaixo já está multiplicada pela fração Fi. Ed= Σ Fi { 1 – [( 1+ (Vsi x td)/ (2xn x hA)] }–n Sendo: Fi= as frações da porcentagem das partículas (0,20; 0,10; 0,10;0,20;0,20;0,20) Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 01- Remoção de sedimentos em bacias de detenção estendida conforme Papa, 1999 Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 15/09/08 1-2 Exemplo 1.1 Calcular a remoção de TSS de uma área de 100ha com dados de pesquisas do Canadá, 1994 com área impermeável de 60% onde se calculou um reservatório de detenção estendido com 14.800m3, diâmetro da tubulação de saída adotado de D=0,30m. Profundidade de 1,40m e área as superfície de 10.571m2. Tempo de esvaziamento t= [2 . As . (y1 0,5 - y2 0,5 )] / [Cd . Ao .(2.g ) 0,5] Cd=0,62 y1=1,40m Ao= π x D2/4= 3,1416/ 0,302/4=0,070686m2 As=10571m2 t= [2 x10571 (1,4 0,5 - 0 0,5 )] / [0,62x0,070686x(2x9,81) 0,5] =128.870s= 35,8h Nota: achamos o tempo de esvaziamento t=35,8h que é maior que 24h. Caso queiramos valor mais próximo de 24h adotaríamos D=0,35m. Edi= Fi { 1 – [( 1+ (Vsi x td)/ (2 x n x hA)]} –n Para a primeira linha Fi=0,20 (20%) Edi= 0,20 { 1 – [( 1+ (0,000914 x 35,8)/ (2 x 3 x 1,40)] }–3 Edi= 0,0023 Tabela 1.1- Resumo dos cálculos baseado em dados de Ontário Fração (%) de massa de partículas Vs velocidade de sedimentação tempo de esvaziamento td n Profundidade reservatório hA Eficiência por fração (mm) (%) (m/h) (h) (m) TSS ≤ 20mm 20 0,000914 35,8 3 1,4 0,0023 20<x≤40 10 0,0468 35,8 3 1,4 0,0420 40<x≤ 60 10 0,0914 35,8 3 1,4 0,0627 60<x≤ 0,13 20 0,457 35,8 3 1,4 0,1922 0,13<x≤ 0,40 20 2,13 35,8 3 1,4 0,1998 0,40<x≤ 4,0 20 19,8 35,8 3 1,4 0,2000 Total= 100 Soma=Ed= 0,6991 Eficiência= 69,91 Conclusão: a eficiência na remoção do reservatório de detenção estendido é a soma da eficiência das frações: 69,91% Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 01- Remoção de sedimentos em bacias de detenção estendida conforme Papa, 1999 Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 15/09/08 1-3 Exemplo 1.2 Calcular a remoção de TSS de uma área de 100ha com dados de pesquisas nos Estados Unidos, 1986, com área impermeável de 60% onde se calculou um reservatório de detenção estendido com 14.800m3, diâmetro da tubulação de saída adotado de D=0,30m. Profundidade de 1,40m e área superfície As=10.571m2. Nota: a diferença entre este exemplo e o anterior são as velocidades de sedimentação. Tabela 1.2- Resumo dos cálculos baseado em dados de USA, 1986 Fração (%) de massa de partículas Vs velocidade de sedimentação tempo de esvaziamento td n h A Eficiência por fração (%) (m/h) (h) (m) 1 20 0,0009 35,8 3 1,4 0,0023 2 20 0,09 35,8 3 1,4 0,1245 3 20 0,45 35,8 3 1,4 0,1919 4 20 2,1 35,8 3 1,4 0,1998 5 20 19,5 35,8 3 1,4 0,2000 Total= 100 Soma=Ed= 0,7185 Eficiência= 71,85 Conclusão: a eficiência na remoção do reservatório de detenção estendido é de 71,85% Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 01- Remoção de sedimentos em bacias de detenção estendida conforme Papa, 1999 Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 15/09/08 1-4 1.3 Bibliografia e livros consultados -HAAN, C.T. et al. Design Hydrology and sedimentology for small catachments. Academic Press, 1994, 588páginas, ISBN 13:978-0-12-312340-4 -PAPA, FABIAN et al. Detention time selection for stormwater quality control ponds. 31/july/1999. Can. J. Civ. Eng. 26:72-82 (1999). -RINKER, 2004. Particle size distribution (PSD) in stormwater runoff. http://www.rinkermaterials.com/ProdsServices/downloads/InfoBriefs_Series/IS%20601%2 0Particle%20Size%20Distribution%20_PSD_%20in%20Stormwater%20Run.pdf -TOMAZ, PLINIO. Poluição Difusa. Navegar Editora, 2006. -USEPA. Methodology for analysis of detention basins for control for urban runoff quality. EPA 440/5-87-001 setembro 1986. Coordenado por Eugene D. Driscoll baseado n as pesquisas de Dominic M. DeToro e Mitchell Small. -USEPA. Stormwater Best management practice design guide. Volume 2- Vegetative biofilters. EPA/600/R-04/121A setembro 2004. -USEPA. Stormwater Best management practice design guide. Volume 3- Basin Best management practices. EPA/600/R-04/121B setembro 2004. -USEPA. Stormwater Best management practice design guide. Volume 1- General Considerations EPA/600/R-04/121 setembro 2004. Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 02- Remoção de sedimentos em bacias de retenção conforme EPA, 1986 Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 15/09/08 2-1 Capitulo 02-Remoção de sedimentos em bacias de retenção conforme EPA, 1986 2.1 Introdução A bacia de retenção é aquela projetada para deter vazões de pico de enchentes e que tem um volume permanente denominado volume WQv para melhoria da qualidade das águas pluviais. Aplica-se também a casos semelhantes como as wetlands. Teremos constante o volume permanente WQv e um volume WQv temporário. 2.2 Eficiência da remoção A remoção de bacias de retenção são feitas em duas condições básicas. A primeira é a condição dinâmica, isto é, quando está chovendo e a segunda é quando não há chuvas e temos o intervalo entre as chuvas, sendo esta situação chamada de quiescente. A remoção de sedimentos pode ser para uma tormenta como é comumente avaliado ou a longo prazo como é o exemplo da EPA, 1986 que iremos mostrar. 2.3 Eficiência da remoção na condição dinâmica A condição dinâmica de sedimentação ocorre quando está chovendo na bacia. Para a eficiência vamos mostrar a conhecida equação de Fair e Geyer, 1954: R= 1 – [( 1+ Vs/ (n x Q/A)] –n Sendo: R= eficiência dinâmica da deposição para remoção de sólidos em suspensão (0 a 1) Vs=velocidade de sedimentação (m/h) n= fator de turbulência de Fair e Geyer, 1954 que mede o grau de turbulência ou curto circuito que tende a reduzir a eficiência da remoção de sólidos. Usualmente admitido n=3 n=1 (condições pobres) n=3 (condições boas) n>5 (condições muito boa) Q=vazão no reservatório (m3/h) A= área da superfície do reservatório (m2) 2.4 Eficiência devido as condições quiescentes No intervalos entre as chuvas que geralmente é de 3 a 4 dias estamos na condição quiescentes e a deposição de sólidos se processa de maneira diferente da condição turbulenta quando há chuvas.As chuvas possuem duração de 4h a 6h em média. A equação fundamental para as condições quiescentes è: Ω= Vs x A Sendo: Ω= taxa de remoção de sólidos (m3/h) Vs= velocidade de sedimentação de determinada partícula (m/h) A= área da superfície do reservatório permanente (m2) 2.5 Combinação das condições turbulentas e quiescentes Podemos combinar as duas condições. Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 02- Remoção de sedimentos em bacias de retenção conforme EPA, 1986 Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 15/09/08 2-2 Exemplo 2.1- Exemplo adaptado da USEPA, 1986 Em uma área residencial com 4ha, coeficiente de runoff C=Rv=0,25, queremos a eficiência de um reservatório de retenção (wet pond) com reservatório permanente e temporário com volume de 142m3 cada, profundidade média de 1,20m, área de superfície da represa de 113m2 que tem 7,5m x 15m. Também é fornecida os seguintes dados estatísticos: Tabela 2.3- Dados estatísticos da região que se está estudando Parâmetros Valores Coeficiente de variação Precipitação média anual Volume V (mm) 13,5 1,44 Intensidade de chuva I (mm/h) 2,18 1,31 Duração da chuva D (h) 7,2h 1,09 Intervalo Δ (h) 85h 1,00 Média de precipitação que produzem runoff num determinado evento A base dos estudos da EPA, 1986 é obter usando a função gama a média da precipitação que produz runoff para um determinado evento proposto por DiToro e Smal in EPA, 1986. Assim é obtida a média e o coeficiente de variação. É um valor difícil de se obter, pois durante o ano temos época em que chove mais e outra em que chove menos, daí ser difícil de ser obter um valor médio, o tempo de duração médio de uma chuva, o intervalo entre as chuvas e a intensidade relativa aos dados obtidos e tudo com o seu coeficiente de variação. Coeficiente de variação O coeficiente de variação é um adimensional definido assim: Coeficiente de variação= desvio padrão/ média Nota: uma das grandes dificuldades deste método é obter os valores e coeficientes de variação que estão na Tabela (2.3) Estimamos para a Região Metropolitana de São Paulo- RMSP Tabela (2.4). Tabela 2.4- Dados estatísticos estimativos para a RMSP Parâmetros Valores Coeficiente de variação precipitação média Volume V (mm) 6,99 1,31 Intensidade de chuva I (mm/h)* 1,75 1,14 Duração da chuva D (h) * 4h 1,14 Intervalo Δ (h) 65h (2,72dias) 1,23 (*): estimativa Vamos estimar a redução de sólidos em suspensão TSS através de vários passos. Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 02- Remoção de sedimentos em bacias de retenção conforme EPA, 1986 Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 15/09/08 2-3 Primeiro passo: Usaremos as Figuras 2, 3, 4 e 8 do trabalho da EPA, 1986 e que conservaremos o nome original da figura e que serão colocadas abaixo. Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 02- Remoção de sedimentos em bacias de retenção conforme EPA, 1986 Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 15/09/08 2-4 Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 02- Remoção de sedimentos em bacias de retenção conforme EPA, 1986 Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 15/09/08 2-5 Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 02- Remoção de sedimentos em bacias de retenção conforme EPA, 1986 Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 15/09/08 2-6 Segundo Passo Vamos calcular a vazão e, m3/h usando o método racional. QR= CIA QR= vazão de pico (m3/h) C= coeficiente de runoff= 0,25 I= intensidade de chuva= 2,18mm/h A= área da bacia= 4ha x 10000m2 QR= CIA QR= 0,25 x (2,18/1000)mm/h x 4x10000m2=21,8m3/h Admitiremos que o coeficiente de variação de QR seja CVq CVq=1,31 Cálculo de VR O volume médio de runoff VR é dado pela equação: VR= V x Rv x Área da bacia VR= (13,5mm/1000) x 0,25 x 4ha x 10000m2= 135m3 Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 02- Remoção de sedimentos em bacias de retenção conforme EPA, 1986 Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 15/09/08 2-7 Terceiro Passo Trata-se do cálculo da remoção sob condições dinâmicas, isto é, quando está chovendo. QR/ A = 21,8m3/h/ 113m2= 0,19m/h (0,62 ft/h) Usando a Figura 8 que está no primeiro Passo, entraremos com o valor de Q/A =0,62 ft/h e acharemos para cada velocidade de sedimentação o valor da eficiência da remoção por sedimentação e teremos a Tabela (2.5). Tabela 2.5- Valores obtidos da Figura 8 que está no primeiro passo Velocidade de sedimentação ft/h RM (%) Obtido da Figura 8 0,03 5 0,3 40 1,5 90 7 100 65 100 Usando agora a Figura 2 para o cálculo da média de remoção RL. Estimamos que os valores de Z são de 100% para todas os tamanhos das frações e obteremos: Para RM=5 teremos Z= 100 RM/Z= 5/100= 0,05 que corresponde a 5% Usando CNq=1,31 achamos na Figura 2 o valor RL=5% Para RM=40 teremos Z= 100 RM/Z= 40/100= 0,40 que corresponde a 40% Usando CNq=1,31 achamos na Figura 2 o valor RL=23% Para RM=90 teremos Z= 100 RM/Z= 90/100= 0,90 que corresponde a 90% Usando CNq=1,31 achamos na Figura 2 o valor RL=77% Para RM=100 teremos Z= 100 RM/Z=100/100= 1,00 que corresponde a 100% Usando CNq=1,31 achamos na Figura 2 o valor RL=100% Teremos então a Tabela (2.6) Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 02- Remoção de sedimentos em bacias de retenção conforme EPA, 1986 Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 15/09/08 2-8 Tabela 2.6- Valores obtidos da Figura 8 que está no primeiro passo Velocidade de sedimentação ft/h RM (%) Obtido da Figura 8 RL (%) Obtido da Figura 2 0,03 5 5 0,3 40 23 1,5 90 77 7 100 100 65 100 100 Portanto, a média de remoção dos sedimentos a longo prazo RL no regime turbulento será de 61%. (5+23+77+100+100)/5 = 61% A fração que não será removida será: fD= (100-61)/100= 0,39 Quarto Passo Para as condições quiescentes, isto é, no intervalo entre as chuvas teremos: VB/VR= 142m3/ 135m2 VR= 135m3 VB=142m3 (volume do reservatório permanente do reservatório de detenção) Admitiremos CVv= 1,44 A taxa de remoção de sólidos Ω é dada pela equação: Ω= Vs x A E= Δ x Ω/ VR Sendo: E= taxa de esvaziamento Δ= intervalo médio entre as chuvas= 85h VR=135m3 (runoff) Para a primeira fração do solo teremos: Ω= Vs x A Ω= 0,009m/h x 113m3=1,017m3/h E= Δ xΩ/ VR E= 85h x 1,017m3/h/ 135m3= 0,64 Com o valor de E=0,64 entramos na Figura 4 e com VB/VR=1,04 achamos VE/VR=0,5. E assim por diante. Para E=6,4 e VB/VR=1,04 achamos VE/VR=1,04 Colocando na Tabela (2.7) temos: Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 02- Remoção de sedimentos em bacias de retenção conforme EPA, 1986 Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 15/09/08 2-9 Tabela 2.7-Valores de VE/VR Fração Ω (m3/h) E VE/VR Figura 4 1 1,02 0,64 0,5 2 10,17 6,40 1,0 3 50,85 32,02 1,04 4 237,30 149,41 1,04 5 2203,50 1387,39 1,04 Usando agora a Figura 3 com CVv=1,44 e com os valores de VE/VR achamos a Tabela (2.8). Tabela 2.8-Valores de VE/VR e % REM Fração VE/VR Figura 4 % REM Figura 3 1 0,5 35 2 1,0 54 3 1,04 56 4 1,04 56 5 1,04 56 A média de remoção é: (35+54+56+56+56)/5= 51% A fração não removida é: fQ= (100- 51)/100= 0,49 Quinto Passo Vamos combinar a remoção dinâmica e a condição quiescente e para isto vamos usar a fração que não foi removida. Fração não removida na condição quiescente= fQ= 0,49 Fração não removida na condiçãodinâmica= fD=0,39 Porcentagem removida= E= [1- (fQx fD)] x 100 Porcentagem removida= E= [1- (0,49x 0,39)] x 100 Porcentagem removida= E= [1- 0,19] x 100=81% Portanto, a remoção de sólidos em suspensão TSS do reservatório permanente da bacia de retenção é de 81%. Notemos que a remoção quiescente é maior que a dinâmica. 2.5 Conclusão Haan et al, 1994 diz que a estimativa da eficiência de deposição de sedimentos da EPA, 1986 é grosseira servindo somente para uma aproximação do problema. Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 02- Remoção de sedimentos em bacias de retenção conforme EPA, 1986 Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 15/09/08 2-10 2.6 Bibliografia e livros consultados -AKAN A. OSMAN. Urban stormwater hydrology. 1993, 268páginas -HAAN, C.T. et al. Design Hydrology and sedimentology for small catchments. Academic Press, 1994, 588páginas, ISBN 13:978-0-12-312340-4 -PAPA, FABIAN et al. Detention time selectiion for stormwater quality control ponds. 31/july/1999. Can. J. Civ. Eng. 26:72-82 (1999). -TOMAZ, PLINIO. Poluição Difusa. Navegar Editora, 2006. -USEPA. Methodology for analysis of detention basins for controlo for urban runoff quality. EPA 440/5-87-001 setembro 1986. Coordenado por Eugene D. Driscoll baseado n as pesquisas de Dominic M. DeToro e Mitchell Small. -USEPA. Stormwater Best management practice design guide. Volume 2- Vegetative biofilters. EPA/600/R-04/121A setembro 2004. -USEPA. Stormwater Best management practice design guide. Volume 3- Basin Best management practices. EPA/600/R-04/121B setembro 2004. -USEPA. Stormwater Best management practice design guide. Volume 1- General Considerations EPA/600/R-04/121 setembro 2004. Remoção de sedimentos em BMPs Capitulo 03- Remoção de sedimentos em bacias de detenção estendida conforme AKAN Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 16/09/08 3-1 Capitulo 03-Remoção de sedimentos em bacias de detenção estendida conforme Akan 3.1 Introdução A bacia de detenção estendida é aquela projetada para deter vazões de pico de enchentes e para melhorar a qualidade das águas pluviais. O reservatório se enche e depois esvazia num tempo determinado pelo projetista ficando depois vazio. 3.2- Baseado em Akan, 1993 Determinar a eficiência da remoção de sólidos em suspensão TSS de um reservatório de detenção estendida com profundidade de 0,41m. A profundidade de 0,41m é a profundidade da água após período de 9h com 90% de saída do reservatório. Nota: observe que Akan considera que depois de 9h o volume no reservatório de detenção estendido tenha 90% do volume do reservatório. Este é um critério de Akan e não um critério geral. Vamos explicar as 6 colunas da Tabela (3.1). Coluna 1- fração de 1 a 5 conforme Usepa, 1986 Coluna 2- Velocidade de sedimentação da Usepa, 1986 em m/h Coluna 3- Profundidade do reservatório de detenção estendido Coluna 4- tempo de detenção em horas calculado dividindo-se a profundidade do reservatório pela velocidade de sedimentação. Tempo de detenção (h)= 0,41m/ 0,009m/h= 45,56 h Coluna 5- considera-se que se deposita em 9h cerca de 90% dos sólidos e daí colocamos o valor 9h. Coluna 6- a fração removida para cada fração é obtida assim: Fração removida= 0,90 x 9h / 45,56h= 0,18 Como o tempo de detenção é menor que 9h, então a fração removida é 0,90 para as demais frações. Tabela 3.1- Cálculos Fração Vs (m/h) Profundidade (m) Tempo de detenção (h) 90% tempo de detenção Fração removida (1) (2) (3) (4) (5) (6) 1 0,009 0,41 45,56 9 0,18 2 0,09 0,41 4,56 9 0,90 3 0,45 0,41 0,91 9 0,90 4 2,1 0,41 0,20 9 0,90 5 19,5 0,41 0,02 9 0,90 Média= 0,76 Eficiência na remoção= 75,56 Na coluna 6 temos a media aritmética das frações removidas que é 0,7556, que corresponde a remoção de 75.56% que é a solução do problema. Observe-se a simplicidade para os cálculos, mesmo usando informações da Usepa, 1986. Remoção de sedimentos em BMPs Capitulo 03- Remoção de sedimentos em bacias de detenção estendida conforme AKAN Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 16/09/08 3-2 Exemplo 3.1 Determinar a eficiência da remoção de sólidos em suspensão TSS de um reservatório de detenção estendida com profundidade de 1,40m e o tempo de esvaziamento com tubulação de 0,30m é de 38horas. Considera-se que a fração removida seja de 90% conforme Akan quando o tempo de detenção for menor que 38horas que é o tempo de esvaziamento. Em resumo teremos uma eficiência 76,40% conforme Tabela (3.2). Tabela 3.2- Cálculos Fração Vs (m/h) Profundidade (m) Tempo de detenção (h) Tempo de esvaziamento Fração removida 1 0,009 1,40 155,56 38 0,22 2 0,09 1,40 15,56 38 0,90 3 0,45 1,40 3,11 38 0,90 4 2,1 1,40 0,67 38 0,90 5 19,5 1,40 0,07 38 0,90 Média= 0,76 Eficiência na remoção= 76,40 Para a primeira linha teremos: Fração= 0,9 x 38/155,56=0,22 Para a segunda linha: Fração= 0,9 x tempo de esvaziamento/ tempo de detenção Fração = 0,9 x 38h/15,56h=2,2> 1. Portanto, a fração removida é 90% (0,90). Portanto, para as demais linhas a fração removida será 0,90. Remoção de sedimentos em BMPs Capitulo 03- Remoção de sedimentos em bacias de detenção estendida conforme AKAN Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 16/09/08 3-3 Exemplo 3.2 Determinar a eficiência da remoção de sólidos em suspensão TSS de um reservatório de detenção seca (não é detenção estendida) com profundidade de 1,40m e o tempo de esvaziamento é de 1,58h. Em resumo teremos uma eficiência 47,15% conforme Tabela (3.5). Tabela 3.5- Cálculo do reservatório de detenção seco Fração Vs (m/h) Profundidade (m) Tempo de detenção (h) Tempo de esvaziamento (h) Fração removida 1 0,009 1,40 155,56 1,58 0,01 2 0,09 1,40 15,56 1,58 0,09 3 0,45 1,40 3,11 1,58 0,46 4 2,1 1,40 0,67 1,58 0,90 5 19,5 1,40 0,07 1,58 0,90 Media= 0,47 Eficiência na remoção= 47,15 Exemplo 3.3 Determinar a eficiência da remoção de sólidos em suspensão TSS de um reservatório de detenção estendida com profundidade de 1,40m e o tempo de esvaziamento é de 24,0h. Em resumo teremos uma eficiência 74,78% conforme Tabela (3.6). Tabela 3.6- Cálculo do reservatório de detenção estendido Fração Vs (m/h) Profundidade (m) Tempo de detenção (h) Tempo de esvaziamento (h) Fração removida 1 0,009 1,40 155,56 24 0,14 2 0,09 1,40 15,56 24 0,90 3 0,45 1,40 3,11 24 0,90 4 2,1 1,40 0,67 24 0,90 5 19,5 1,40 0,07 24 0,90 Media= 0,75 Eficiência na remoção= 74,78 Comparando-se a eficiência de remoção de sólidos em suspensão TSS do reservatório de detenção seco e estendido podemos ver que a eficiência que era de 47,15% no reservatório de detenção seco, passará para eficiência de remoção de 74,78% no reservatório de detenção estendido em detenção das águas pluviais de 24h. Remoção de sedimentos em BMPs Capitulo 03- Remoção de sedimentos em bacias de detenção estendida conforme AKAN Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 16/09/08 3-4 3.3 Bibliografia e livros consultados -AKAN A. OSMAN. Urban stormwater hydrology. 1993, 268páginas -HAAN, C.T. et al. Design Hydrology and sedimentology for small catchments. Academic Press, 1994, 588páginas, ISBN 13:978-0-12-312340-4 -PAPA, FABIAN et al. Detention time selection for stormwater quality control ponds. 31/july/1999. Can. J. Civ. Eng. 26:72-82 (1999). -TOMAZ, PLINIO. Poluição Difusa. Navegar Editora, 2006. -USEPA. Methodology for analysis of detention basins for control for urban runoff quality. EPA 440/5-87-001 setembro 1986. Coordenado por Eugene D. Driscoll baseado n aspesquisas de Dominic M. DeToro e Mitchell Small. -USEPA. Stormwater Best management practice design guide. Volume 2- Vegetative biofilters. EPA/600/R-04/121A setembro 2004. -USEPA. Stormwater Best management practice design guide. Volume 3- Basin Best management practices. EPA/600/R-04/121B setembro 2004. -USEPA. Stormwater Best management practice design guide. Volume 1- General Considerations EPA/600/R-04/121 setembro 2004. Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 04- Remoção de sedimentos em bacias de detenção seca conforme EPA, 2004 Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 16/09/08 4-1 Capitulo 04-Remoção de sedimentos em bacias de detenção seca conforme EPA, 2004 4.1 Introdução A bacia de detenção seca é aquela projetada para deter vazões de pico de enchentes. Embora o tempo de detenção seja de algumas horas, sempre irá ser detido sedimentos como acontece com o piscinão do Pacaembu em São Paulo. 4.2- Baseado na EPA, 2004 Calcular a eficiência de uma bacia de detenção seca de uma área residencial com 8ha e área permeável de 7,2ha e área impermeável de 0,8ha. A superfície do lago As=0,48ha e a vazão de pico na saída é 0,75m3/s. Área impermeável =0,10 (10%). Tempo de residência igual a 1,69h. Tr=10anos. Volume Smax= 4562m3. Td= Smax/ qout Sendo: Td= tempo de residência (h) Smax= volume do reservatório de detenção seca (m3) Qout= vazão de saída (m3/s) para situação do pré-desenvolvimento Ou também podemos fazer. Td= D/Vc=0,95m/0,0001563=6078s= 1,69h Sendo: Td= tempo de residência (h) D= profundidade (m) Vc= velocidade de overflow (m/s) D= Smax/ As= 4562m3/(0,48x10000)=0,95m Vc= Qout/ As=0,75m3/s/ (0,48x10000=0,0001563m/s Sendo: As= área da superfície da represa (m2) Qout= vazão de saída (m3/s) Na Tabela (4.1) estão os dados bases do problema. Nela constam os diâmetros das frações da argila, silte, areia, agregados pequenos e agregados grandes. Assim o diâmetro médio da argila é 0,002mm, a do silte é 0,010mm e assim por diante. As velocidades médias de sedimentação conforme EPA, 2004 estão em m/s. Nela também estão as densidades específicas da argila, silte e areia que é 2,65 e 1,80 para agregados pequenos e 1,60 para agregados grandes. Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 04- Remoção de sedimentos em bacias de detenção seca conforme EPA, 2004 Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 16/09/08 4-2 Tabela 4.1- Partículas, porcentagens de massas e velocidade de sedimentação nos Estados Unidos conforme Foster El al, 1985 in Haan, et al, 1994. Classe Diâmetro (mm) Densidade Velocidade Sedimentação (m/s) Argila primária (cl)- clay Dcl=0,002 2,65 3,36E-07 Silte primário (si)-silte Dsi=0,010 2,65 8,43E-05 Areia primária (sa)- sand Das=0,200 2,65 1,91E-02 Agregado pequeno (sg) Dsg=0,030 para Ocl<0,25 1,80 4,68E-04 Agregado pequeno (sg) Dsg=0,2 (Ocl-0,25)+0,030 para 0,25≤ Ocl ≤0,6 1,80 4,68E-04 Agregado pequeno (sg) Dsg=0,100 para Ocl>0,60 1,80 4,68E-04 Agregado grande (Lg) DLg=0,300 para Ocl≤ 0,15 1,60 2,04E-02 Agregado grande (Lg) DLg=2 xOcl para Ocl ≥ 0,15 1,60 2,04E-02 Soma Na Tabela (4.2) estão a textura do solo no exemplo, que tem fração de 0,1 para argila, 0,2 para silte e 0,8 para areia totalizando a unidade 1,0. Para cada caso que temos que analisar, usaremos os valores médios achados na bacia em estudo. Tabela 4.2- Valores encontrados nas águas pluviais Classe Textura do solo do local (fornecido para o exemplo) Argila (Ocl) 0,1 Silte (Osi) 0,2 Areia (Osa) 0,7 Total= 1,0 A Tabela (4.3) apresenta a fração de sedimentos considerando a fração de solo, podemos calcular a fração de sedimento conforme mostrado. Assim o valor FcL pode ser calculado assim: FcL=0,26x OcL= 0,26 x 0,1=0,026 Tabela 4.3-Fração de sedimentos por classes de solo Classe Exemplo Fração textura do solo (mm) As equações CREAMS da fração de sedimento Conforme Foster el al, 1985 in Han, et al 1994 Fração da área permeável Argila primária (cL)- clay OcL=0,10 FcL=0,26xOcL=0,26 x 0,1 0,026 Silte primário (si)-silte Osi=0,20 Fsi=Osi - Fsg=0,2-0,18 0,020 Areia primária (sa)- sand Osa=0,70 Fsa=Osa (1-Ocl)5=0,7(1-0,1)5 0,413 Agregado pequeno (sg) Fsg=1,8 Od=1,8 (0,1) para Ocl<0,25 0,180 Agregado pequeno (sg) Fsg=0,6 Ocl para Ocl>0,50 Agregado pequeno (sg) Fsg=0,45-0,6 (Ocl -0,25) para 0,25 ≤ Ocl ≤ 0,50 Agregado grande (Lg) FLg=1-FcL-Fsi-Fsa-Fsg=1-0,026-0,020-0,413-0,18 0,361 Soma Total= 1,000 Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 04- Remoção de sedimentos em bacias de detenção seca conforme EPA, 2004 Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 16/09/08 4-3 Conforme Haan, et al 1995 as frações de areia, silte e argila são calculada sabendo que as partículas de agregados grandes correspondem a partículas de areia e de pequenos agregados correspondem ao silte desta maneira: Fração de areia= FLg+ Fsa=0,361+0,413=0,774 Fração de silte= Fsg+Fsi=0,18+0,020=0,2 Fração de argila= 0,026 Total será igual a 1. Na Tabela (4.4) estão as classes: argila, silte, areia, agregados pequenos e agregados grandes. Na coluna 2 estão as frações da área permeável já calculado na Tabela (4.3). Na coluna 2 estão as frações da área impermeável estimado pela EPA, 2004. Na coluna 4 estão a fração total da bacia considerando a fração de área impermeável AI=0,10 e aplicando a equação podemos obter todos as linhas que são 0,0494; 0,0730 etc totalizando 1,00. Tabela 4.4-Fração de sedimentos por classes de solo (continuação) sendo AI a fração da área impermeável da bacia Classe Fração da área Permeável (calculado) Fração de área impermeável Estimado pela EPA, 2004 Fração total na bacia (1-AI)x(2)+(3)xAI Eficiência (1) (2) (3) (4) (5) Argila primária (cl)- clay 0,026 0,26 0,0494 0,002 Silte primário (si)-silte 0,020 0,55 0,0730 0,391 Areia primária (sa)- sand 0,413 0,19 0,3910 1,000 Agregado pequeno (sg) 0,180 0,00 0,1620 0,880 Agregado grande (Lg) 0,361 0,00 0,3246 1,000 Soma 1,000 1,00 1,00 0,89 O cálculo da eficiência está na Coluna 5 Vc= Qout/ As Qout= 0,75m3/s As= 0,48ha x 10000m2 Vc= Qout/ As= 0,75/(0,48x10000)=0,00015625 Eficiência da remoção Para a eficiência vamos mostrar a conhecida equação de Fair e Geyer, 1954 para as condições dinâmicas. η= 1 – [( 1+ Vs/ (n x Q/A)] –n Sendo: η= eficiência dinâmica da deposição para remoção de sólidos em suspensão Vs=velocidade de sedimentação (m/h) n= fator de turbulência de Fair e Geyer, 1954 sendo usualmente admitido n=3 para “boa performance” Q=vazão no reservatório (m3/h) A= área da superfície do reservatório (m2) Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 04- Remoção de sedimentos em bacias de detenção seca conforme EPA, 2004 Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 16/09/08 4-4 Adotando n=3 η= 1 – [( 1+ Vs/ (n x Q/A)] –n Q/A=0,00015625 η= 1 – [( 1+ 0,000000336/ (3 x 0,00015625] –3 η= 0,002 Na Tabela (4.5) temos a eficiência na coluna 1. Na coluna 2 temos a fração de argila 1,0 e na fração de silte e areia não temos nenhuma fração da argila e devido a isto consta o valor zero. Pode existir argila nos agregados pequenos e agregados grandes que são calculados conforme as equações que constam da Tabela (4.5). Para a área impermeável temos somente o valor 1,00 para a argila. Na coluna 4 para o total da bacia temos 1,00 para a argila e o cálculo para o total da bacia que é 0,296. Tabela 4.5- Frações de argila em classes conforme EPA, 2004 Eficiência TE Área permeável Área impermeável Total da bacia (1) (2) (3) (4) 0,002 1,000 1,00 1,00 0,391 0,0000,00 0,00 1,000 0,000 0,00 0,00 0,880 Ocl/(Ocl+Osi)=0,1/(0,1+0,2)=0,333 0,00 7,2hax0,33/8ha=0,296 1,000 Ocl-Fcl-Fsg x CFsg=0,1-0,0494-0,1620*0,33 Se <0 colocar 0 0,0 0,0 0,89 Na Tabela (4.6) começam os cálculos da massa de TSS que pode ser de duas maneiras. A primeira maneira é a descarregada, isto é, aquela que não é depositada e depois temos a massa de sólidos totais em suspensão TSS que é depositada na bacia. Tabela 4.6- Massa descarregada e massa removida Md- massa descarregada (kg) Mt massa depositada (kg) Mcp. T Mcp, D (1) (2) (3) (4) 68,371 0,147 0,147 68,371 61,650 39,602 0,000 0,000 0,000 542,332 0,000 0,000 26,963 197,732 59,320 8,089 0,000 450,211 0,000 0,000 156,984 1230,024 59,4667 76,4601 135,927 Método simples de Schueler Para o cálculo da carga total de TSS, usaremos o Método Simples de Schueler, 1987, que é muito usado nos Estados Unidos. Massa total Yt= 0,01 x P x 0,9 x Rv x C x A P=800mm (precipitação média anual) Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 04- Remoção de sedimentos em bacias de detenção seca conforme EPA, 2004 Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 16/09/08 4-5 0,9= consideramos que somente 0,90 produz runoff AI= 10% Rv= 0,05+0,009 x AI= 0,14 (coeficiente volumétrico) C=172mg/L (adotado para bacia em áreas residenciais médias para TSS) A=8ha (área total da bacia) Massa total Yt= 0,01 x P x 0,9 x Rv x C x A Massa total Yt= 0,01 x 800 x 0,9 x 0,14 x 172 x 8=1387kg Massa descarregada= Yt x (1-AI) fração de sedimentos na bacia AI=0,1 Massa descarregada= 1387kg x (1-0,1) x 0,0494=68,371 kg Coluna 4 da Tabela (4.4) temos o valor na primeira linha 0,0494 Massa depositada no reservatório = Yt x eficiência x fração de sedimentos na bacia Massa depositada no reservatório= 1387kg x 0,002 x 0,0494=0,147 Mcp, t= massa depositada x fração total da bacia (coluna 4 da Tabela (4.5)) Mcp,t = 0,147 x 1,0= 0,147 Mcp,d= massa descarregada x fração total da bacia Mcp,d= 68,4 x 1,00= 68,4 Eficiência = 1230kg/ (1230kg + 157kg)= 0,89 Portanto, foram retidos 89% de sólidos em suspensão TSS Nitrogênio e Fósforo Usando o método simples de Schueler, 10987 para os nutrientes nitrogênio e fósforo. Admitimos que a quantidade de nitrogênio na bacia seja de 1,88 mg/L e de fósforo 0,4mg/L Nitrogênio total =0,01 x P x 0,9 x Rv x C x A Nitrogênio total =0,01 x 800mm x 0,9 x 0,15 x 1,88 x 8ha=15,16 kg/ano Fósforo total =0,01 x P x 0,9 x Rv x C x A Fósforo total =0,01 x 800mm x 0,9 x 0,15 x 0,4 x8 ha=3,23kg/ano Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 04- Remoção de sedimentos em bacias de detenção seca conforme EPA, 2004 Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 16/09/08 4-6 Tabela 4.8- Remoção de nutrientes como fósforo total e nitrogênio total 0,0349 sedimentável 0,0074 Nitrogênio depositada Nitrogênio descartado Nitrogênio total decantado Fósforo depositada Fósforo descartado Fósforo total decantado 0,005 2,385 2,39 0,00 0,51 0,51 0,000 0,000 0,00 0,00 0,00 0,00 0,000 0,000 0,00 0,00 0,00 0,00 2,299 0,314 2,61 0,49 0,07 0,56 0,000 0,000 0,00 0,00 0,00 0,00 2,304 2,699 5,00 0,49 0,57 1,06 Eficiência na remoção do nitrogênio: Eficiência na remoção do fósforo: 15 15 Coeficiente de nitrogênio= 0,33 x Nitrogênio total na bacia/ (Mcp,t+McpD)= = 0,33 x 15,16/ (66,06+77,36)= 0,0349 Idem para o fósforo Coeficiente de fósforo= 0,33 x fósforo total na bacia/ (Mcp,t+McpD)= = 0,33 x 3,23/ (66,06+77,36)= 0,0074 Nitrogênio depositada= coeficiente de nitrogênio x Mcp,t Nitrogênio depositada= 0,0349 x 0,15=0,05 kg Nitrogênio descartado= coeficiente de nitrogênio x Mcp, d Nitrogênio descartado= 0,0349 x 68,37=2,385lg Idem para o fósforo Eficiência na remoção do nitrogênio= 2,304kgx 100/15,16 = 15% Idem para o fósforo Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 04- Remoção de sedimentos em bacias de detenção seca conforme EPA, 2004 Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 16/09/08 4-7 Exemplo 4.1- Piscinão do Pacaembu, São Paulo Para este exemplo vamos supor que estamos querendo saber qual a remoção de sedimentos TSS do reservatório de detenção do Pacaembu localizado em São Paulo na Praça Charles Muller e que foi construído em 1992 com os seguintes dados: Área de drenagem 222ha Área impermeável= 55% Tempo de concentração= 15min Período de retorno= 25anos Método de cálculo: Santa Bárbara Volume do reservatório= 74.000m3 Área de superfície= 15.000m2 Profundidade útil= 5,60m Vazão de saída= 13m3/s Escoamento por gravidade com orifício de 1,00m x 0,50m Vazão de pico que entra no reservatório de detenção: 43m3/s Nota: mais detalhes ver livro Tomaz, 2002 sobre Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais. Como não temos dados supomos os mesmos da Tabela (4.2) usado pela EPA, 2004. Tabela 4.9- Cálculos de remoção de TSS, nitrogênio e fósforo do piscinão do Pacaembu Fcl Fi Classe Fração de sedimentos da área permeável Diâmetro (mm) Densidade Velocidade Sedimentação (m/s) Fração de sedimentos da área impermeável Fração de Sedimentos total na bacia Argila primária (cl)- clay 0,026 0,002 2,65 0,000000336 0,26 0,1547 Silte primário (si)-silte 0,020 0,010 2,65 0,000084300 0,55 0,3115 Areia primária (sa)- sand 0,413 0,200 2,65 0,019080000 0,19 0,2905 Agregado pequeno (sg) small aggregate 0,180 0,030 1,80 0,000468000 0,00 0,0810 Agregado grande (Lg) large aggregate 0,361 0,300 1,60 0,020370000 0,00 0,1623 Soma 1,000 1,00 1,0000 Estimado por Driscoll, 1986 Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 04- Remoção de sedimentos em bacias de detenção seca conforme EPA, 2004 Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 16/09/08 4-8 Tabela 4.10- Cálculos de remoção de TSS, nitrogênio e fósforo do piscinão do Pacaembu Tei Fração de TSS de argila Kg kg Eficiência TE área permeável área impermeável Total bacia Md- massa descarregada Mt massa depositada Mcp. depositada 0,000 1,000 1,00 1,00 41996,24 16,28 16,28 0,091 0,000 0,00 0,00 76872,92 7722,43 0,00 0,998 0,000 0,00 0,00 136,08 78757,40 0,00 0,391 0,333 0,00 0,150 13388,36 8609,14 1291,37 0,999 0,000 0,00 0,000 63,92 44011,38 0,00 0,51 132458 139117 1307,66 Eficiência 45312,15 Eficiência na remoção de TSS 51 Tabela 4.11- Cálculos de remoção de TSS, nitrogênio e fósforo do piscinão do Pacaembu 0,0216 sedimentável 0,0046 Mcp, D Nitrogênio depositada Nitrogênio descartado Nitrogênio total decantado Fósforo depositada Fósforo descartado Fósforo total decantado 41996,24 0,352 907,878 908,23 0,07 193,17 193,24 0,00 0,000 0,000 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,000 0,000 0,00 0,00 0,00 0,00 2008,25 27,917 43,415 71,33 5,94 9,24 15,18 0,00 0,000 0,000 0,00 0,00 0,00 0,00 44004,49 28,269 951,293 979,56 6,01 202,40 208,42 Eficiência na remoção do nitrogênio: Eficiência na remoção do fósforo: Tabela 4.11- Cálculo de TSS segundo método simples de Schueler Total anual em kg Tabela utilizada (mg/L) Método de cálculo TSS (kg) 271.574 Tabela (mg/L) 172 Método Simples de Shueller Nitrogênio (kg)= 2.968,37 Tabela (mg/L) 1,88 Método Simples de Shueller Fósforo (kg)= 631,57 Tabela (mg/L) 0,4 Método Simples de Shueller Tabela 4.12- Cálculos do tempo de residência e de Vc Vc=qout / As = 0,000866667m/s Volume do piscinão (m3)=Smax= 74000m3 Qsaida (m3/s)= 13,0m3/s Profundidade (m) D=Smax/As= 4,93mTempo de residência (h)= 1,58h Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 04- Remoção de sedimentos em bacias de detenção seca conforme EPA, 2004 Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 16/09/08 4-9 Conforme Tabela (4.11) anualmente entrarão no reservatório de detenção de 74.000m3 271.574 kg de TSS, 2,968,37kg de nitrogênio total e 631,57 kg de fósforo total. Do total de TSS somente será depositado 51% de 271.574 ou seja, 139.117kg. No que se refere ao fósforo total e nitrogênio total somente serão retidos no reservatório 0,95%, que é muito pouco. Caso a detenção fosse de 24h ao invés 1,58 horas conforme Tabela (4.12) teríamos maior retenção de TSS bem como de NP e PT. Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 04- Remoção de sedimentos em bacias de detenção seca conforme EPA, 2004 Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 16/09/08 4-10 4.3 Bibliografia e livros consultados -HAAN, C.T. et al. Design Hydrology and sedimentology for small caachments. Academic Press, 1994, 588páginas, ISBN 13:978-0-12-312340-4 -PAPA, FABIAN et al. Detention time selectiion for stormwater quality control ponds. 31/july/1999. Can. J. Civ. Eng. 26:72-82 (1999). -TOMAZ, PLINIO. Poluição Difusa. Navegar Editora, 2006. -USEPA. Methodology for analysis of detention basins for controlo for urban runoff quality. EPA 440/5-87-001 setembro 1986. Coordenado por Eugene D. Driscoll baseado n as pesquisas de Dominic M. DeToro e Mitchell Small. -USEPA. Stormwater Best management practice design guide. Volume 2- Vegetative biofilters. EPA/600/R-04/121A setembro 2004. -USEPA. Stormwater Best management practice design guide. Volume 3- Basin Best management practices. EPA/600/R-04/121B setembro 2004. -USEPA. Stormwater Best management practice design guide. Volume 1- General Considerations EPA/600/R-04/121 setembro 2004. Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 05- Método RUSLE (equação revisada universal de perda de solo) Engenheiro Plínio Tomaz 16 de setembro de 2008 pliniotomaz@uol.com 5-1 Capítulo 5- Método RUSLE (equação revisada universal de perda de solo) 5.1 Introdução O modelo mais conhecido para estimar a perda do solo pela erosão hídrica é o USLE, que foi desenvolvido por Wischmeier e Smith em 1965. Conforme Paiva, 2001 o maior propósito da Equação USLE é servir como guia sistemático no planejamento da conservação do solo. Posteriormente foi modificado o método de USLE sendo criado o método de RUSLE que será apresentado. A Equação da RUSLE é: A= R. K. L S. C . P Sendo: A= perda anual de solo do solo (ton/ha/ano) devido ao escoamento superficial; R= fator de erosividade. No Estado de São Paulo R varia de 575 a 800 MJ/ha/(mm/h) K= fator de erodibilidade que varia de 0,03 a 0,79 ton/MJ/ha/(mm/h). LS= fator de declividade e comprimento de encosta (adimensional) C= fator de prática de cultura variando de 0,001 a 1,0 (adimensional) P= fator de pratica de cultura contra erosão que varia de 0,3 a 1,0 (adimensional) 5.2 Fator de erosividade R R= fator de erosividade da chuva (MJ/ha)/(mm/h). Existe um mapa de isoerosividade do Estado de São Paulo onde aparecem os valores de R, conforme a Figura (5.1). Para Guarulhos R= 675(MJ/ha)/(mm/h). Figura 5.1 - Curva de isoerosividade R do Estado de São Paulo em MJ/ha/(mm/h) Fonte: Bertoni & Lombardi Neto, 1985 in Righeto, 1998 O fator de erosividade da chuva R é um número índice que representa o potencial de chuva e enxurrada para provocar erosão em uma área sem proteção. A perda de solo provocada por chuvas numa área cultivada é diretamente proporcional ao produto da energia cinética da chuva pela sua intensidade máxima em 30minutos. Esse produto é denominado de índice de erosão (EI30). A média dos valores anuais de EI30 de um longo período de tempo (mais de vinte anos) é o valor do fator de erosividade da chuva R. O valor R pode ser calculado com dados de pluviômetros, segundo modelo proposto por Lombardi Neto & Moldehauer, 1992 citados por Rufino, 1986 (Paiva et al, XIII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos). Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 05- Método RUSLE (equação revisada universal de perda de solo) Engenheiro Plínio Tomaz 16 de setembro de 2008 pliniotomaz@uol.com 5-2 A Equação foi desenvolvida em Campinas (SP) com objetivo de estimar a energia cinética. (Carvalho,1994) in Oliveira et al, no XIII Congresso Brasileiro de Recursos Hídricos). (EI)= 6,886 x (Pm2/ P) 0,85 Sendo: P= precipitação média anual (mm) Pm= precipitação média mensal (mm) (EI)= média mensal do índice de erosão em MJ.mm/h.ha R= Σ(EI) Exemplo 5.1 Para a cidade de Campos do Jordão valor achado de R=865 MJ/ha/(mm/h conforme Tabela (5.1) Tabela 5.1 - Média mensal de energia de erosão EI da cidade de Campos do Jordão Meses Precipitação média mensal (mm) Média mensal de energia de erosão EI MJ.mm/h.ha Jan 307 201 Fev 239 131 Mar 207 103 Abr 102 31 Mai 87 24 Jun 49 9 Jul 39 6 Ago 36 5 Set 93 26 Out 146 57 Nov 170 74 Dez 303 197 Total 1778 864 5.3 Fator de erodibilidade do solo K Conforme Righetto, 1998 o fator de erodibilidade do solo K é a taxa de perda do solo por unidade de erosividade da chuva para um local de referência, correspondente a um determinado solo e a uma área de encosta de comprimento igual a 22,1m e declive uniforme de 9%. K= fator de erodibilidade do solo (ton/MJ)/(mm/h). É necessário a percentagem de areia e percentagem de silte e de matéria orgânica para se achar o valor de erodibilidade K. Há vários métodos para se achar o valor de K. Um deles é consultar a Tabela (5.2), observando que com o aumento da matéria orgânica diminui o fator de erodibilidade do solo. Não se recomenda a extrapolação para valores da quantidade de matéria orgânica maior que 4%. Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 05- Método RUSLE (equação revisada universal de perda de solo) Engenheiro Plínio Tomaz 16 de setembro de 2008 pliniotomaz@uol.com 5-3 Tabela 5.2 - Fator de erodibilidade K do solo (ton/MJ/ha)/(mm/h) Quantidade de matéria orgânica Ordem Classe de textura < 0,5% 2% 4% 1 Solo arenoso 0,07 0,04 0,03 2 Solo arenoso fino 0,21 0,18 0,13 3 Solo arenoso muito fino 0,55 0,48 0,37 4 Franco arenoso 0,16 0,13 0,11 5 Franco fino arenoso 0,32 0,26 0,21 6 Franco muito fino arenoso 0,58 0,50 0,40 7 Franco arenoso 0,36 0,32 0,25 8 Franco arenoso fino 0,46 0,40 0,32 9 Franco arenoso muito fino 0,62 0,54 0,44 10 Franco 0,50 0,45 0,38 11 Franco siltoso 0,63 0,55 0,44 12 Silte 0,79 0,69 0,55 13 Franco argilosa arenosa 0,36 0,33 0,28 14 Franco argiloso 0,37 0,33 0,28 15 Franco argiloso siltoso 0,49 0,42 0,34 16 Areia argilosa 0,20 0,17 0,34 17 Silte argiloso 0,33 0,30 0,25 18 Argila 0,17 a 0,38 Fonte: Wanielista, 1978 in Mays, 2001 Nota: foi multiplicado o valor de K nas unidades inglesas por 1,32 conforme p. 15.74 do livro Stormwater Collection Systems Design Handbook de Larry Mays, 2001. Conforme Jones, et al o valor de K representa a susceptibilidade do solo a erosão e a quantidade de runoff. A textura do solo, a matéria orgânica, a estrutura e a permeabilidade determinam a erodibilidade de um solo em particular. Os valores K podem ser apresentados na Tabela (5.3). Tabela 5.3- Valores de K de acordo com o tipo de solo Tipo de solo Erodibilidade Valor de K Solo com textura fina ou solo com muita argila Baixa 0,05 a 0,15 Solo com textura media ou solo arenoso Baixa 0,905 a 0,20 Solo com textura media ou solo franco Moderada 0,25 a0,45 Solo com alto teor de silte Alta 0,45 a 0,65 Exemplo 5.2 Achar o valor de K para campos do Jordãopara solo com textura fina Como a erodibilidade é baixa estimamos o valor de K=0,11. 5.4 Fator topográfico LS. O fator topográfico (LS) combina dois fatores: L função do comprimento da rampa e S função da declividade média. O produto (LS), conforme Righetto, 1998 é fornecido pela Equação de Bertoni: (LS)= 0,00984 . S 1,18 . Lx 0,63 Sendo: Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 05- Método RUSLE (equação revisada universal de perda de solo) Engenheiro Plínio Tomaz 16 de setembro de 2008 pliniotomaz@uol.com 5-4 (LS)= fator topográfico S= declividade média da encosta (%) sendo: S ≤ 35% Lx= comprimento da rampa (m) sendo: 10m ≤ L≤ 180m Não há precisão nos cálculos quando a rampa tiver mais que 180m ou quando a declividade da rampa for maior que 35%. Exemplo 5.3 Calcular LS para Campos do Jordão com L=50m e S=15%. (LS)= 0,00984 . S 1,18 . Lx 0,63 (LS)= 0,00984 . 15 1,18 . 50 0,63= 2,83 5.5 C= fator de práticas de cultura. Quando foi feito o USLE foi somente para culturas de plantações. Depois foi expandido para outras áreas como de mineração. Acha-se “C” usando a Tabela (5.4): Tabela 5.4 - Fator de práticas do uso da terra Uso geral da terra C Plantações 0,080 Florestas virgens (C tende a 0,001) 0,0001 Pastagens 0,010 Vegetação natural 0,100 Florestas 0,005 Agricultura de Café 0,200 Terras urbanas 0,010 Área desnuda (C tende 1,00) e Outros 1,000 Áreas Urbanas (Fernandes e Araújo XIII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos - Açude Acarape, Ceará) 0,030 Gramados (4,5 ton/ha x ano) 0,001 Observar que quando temos solo gramado, o valor da C da pratica de cultura é 0,001, que é um valor baixo o que mostra que os gramados funcionam muito bem contra a erosão dos solos. Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 05- Método RUSLE (equação revisada universal de perda de solo) Engenheiro Plínio Tomaz 16 de setembro de 2008 pliniotomaz@uol.com 5-5 Exemplo 5.4 Estimar o valor de C para Campos do Jordão para gramado Estimamos para gramado C=0,001 5.6 P= fator de prática contra a erosão. Conforme Righeto, 1998 as práticas de conservação do solo podem reduzir enormemente a perdas do solo: técnicas de terraceamento, faixas de contorno niveladas e cordões de vegetação permanente devem ser utilizados no manejo dos solo sujeitos a fortes erosões. As Tabelas (5.5) e (5.6) mostras valores de P. Tabela 5.5 - Fator de práticas contra erosão Uso geral da terra P Plantações 0,5 Pastagens 1,0 Florestas 1,0 Terras urbanas 1,0 Outros 1,3 Fonte: Wanielista, 1978 in Mays, 2001. Tabela 5.6- Valores de P para alguns tipos de manejo do solo Inclinação do terreno (%) Tipo de manejo 2 a 7 8 a 12 13 a 18 19 a 24 Plantio morro abaixo 1,0 1,0 1,0 1,0 Faixas niveladas 0,50 0,60 0,80 0,90 Cordões de vegetação permanente 0,25 0,30 0,40 0,45 Terraceamento 0,10 0,12 0,16 0,18 Fonte: Righeto, 1998 Exemplo 5.5 Estimar o valor de P para Campos do Jordão para gramado Estimamos para gramado P=0,5 Exemplo 5.5 Calcular o valor da perda de solo anual para Campos do Jordão usando a equação revisada da perda de solo (RUSLE); A= R. K. L S. C . P R= 864 K=0,11 LS=2,83 C= 0,001 P=0,5 A= 864x 0,11x 2,83x0,001x 0,5=0,13 ton/ha xano Portanto, a perda de solo no gramado será de 0,13 ton/ha x ano. Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 05- Método RUSLE (equação revisada universal de perda de solo) Engenheiro Plínio Tomaz 16 de setembro de 2008 pliniotomaz@uol.com 5-6 Tabela 5.7- Perda de solo por erosão anual pelo método do RUSLE Uso do solo Área de jardins (ha) Perda do solo por erosão (ton/ha x ano) kg Áreas residenciais, escolas, comercio e industrial 384 0,13 51563 Parques 250 0,13 33570 Total= 85.133 Teremos uma perda anual de solo do gramado de 85.133kg/ano Exemplo 5.6 Calcular a carga total Colocando-se na Tabela (5.8) o resumo geral teremos: Tabela 5.8- Resumo Resumo geral Total parcial (kg) Porcentagem Lixo e sólidos flutuantes 45.677kg 23% Poeira e sujeira nas ruas 69.060kg 35% Erosão do solo pelo RUSLE 85.133kg 42% 199.870kg 100% Área total=1000ha 0,2ton/ha Conforme Tabela (5.8) a carga total anual de sólidos carregados pelas chuvas é de 199.870kg observando que a erosão do solo é em maior porcentagem.. Verificamos que 23% + 35% = 58% nos fornece os resíduos do first flush anual No valor está a carga total de sólidos descarregado pela bacia sendo que não calculamos a carga dos poluentes. Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 05- Método RUSLE (equação revisada universal de perda de solo) Engenheiro Plínio Tomaz 16 de setembro de 2008 pliniotomaz@uol.com 5-7 5.7 Bibliografia e livros consultados -AKAN, A OSMAN. Urban Stormwater Hydrology. Lancaster, Pennsylvania: Technomic, 1993, ISBN 0-87762- 967-6, 268 p. -HAAN, C.T. et al. Design Hydrology and sedimentology for small catachments. Academic Press, 1994, 588páginas, ISBN 13:978-0-12-312340-4 -USEPA. Methodology for analysis of detention basins of control of urban runoff quality. EPA 440/5- 87-001, september 1986. -USEPA. Sewer Sediment and Control- a management practices reference guide. EPA/600/R/R- 04/059. Autor: Chi- Yuan Fan, janeiro de 2004. -USEPA. Stormwater best management practices- Design guide. Volume 2. Vegetativa Biofilters. EPA/600/R04/121A. Autor: Michael L; Clar, september 2004. Remoção de sedimentos em BMPs Capítulo 06- Método Simples de Schueler Engenheiro Plínio Tomaz 02 de setembro de 2008 pliniotomaz@uol.com 6-1 Capítulo 06- Estimativa da carga de poluente pelo Método Simples de Schueler 6.1 Introdução Schueler em 1987 apresentou um método empírico denominado “Método Simples” para estimar o transporte de poluição difusa urbana em uma determinada área. O método foi obtido através de exaustivos estudos na área do Distrito de Washington nos Estados Unidos chamado National Urban Runoff Program (NURP) bem como com dados da EPA, conforme AKAN, (1993). O Método Simples de Schueler, 1987 é amplamente aceito e requer poucos dados de entrada e é utilizado no Estado do Texas e no Lower Colorado River Authority, 1998 AKAN, (1993) salienta que os estudos valem para áreas menores que 256ha e que são usadas cargas anuais.A equação de Schueler é similar ao método racional e nas unidades SI adaptada neste livro. Para achar a carga anual de poluente usamos a seguinte equação: L=0,01 x P x Pj x Rv x C x A Sendo: L= carga do poluente anual (kg/ano) P= precipitação média anual (mm) Pj= fração da chuva que produz runoff. Pj =0,9 (normalmente adotado) Rv= runoff volumétrico obtido por análise de regressão linear. Rv= 0,05 + 0,009 x AI (R2=0,71 N=47) AI= área impermeável (%). A= área (ha) sendo A≤ 256ha C= concentração média da carga do poluente nas águas pluviais da (mg/L) Valor de Pj O valor de Pj usualmente é 0,90 para precipitação média anual, mas pode atingir valor Pj =0,5 e para eventos de uma simples precipitação Pj =1,0. Valores de C Conforme as pesquisas feitas por Schueler, (1987) e citadas por AKAN, (1993) e McCUEN, (1998) os valores médios da carga de poluição C em mg/L é fornecida pelas Tabelas (6.1) a (6.11) Tabela 6.1- Média dos Estados Unidos para concentrações médias nas águas pluviais Constituintes Unidades Runoff urbano TSS mg/L 54,5 (1) TP mg/L 0,26 (1) TN mg/L 2,00 (1) Cu μg/L 11,1 (1) Pb μg/L 50,7 (1) Zn μg/L 129 (1) S. Coli 1000 colonias/mL 1,5 (2) (1) Dados do NURP/USGS, 1998 (2) Schueler,
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