Prévia do material em texto
Pontes Aula 05 – Superestrutura – Parte 1 Turma: Engenharia Civil (? sem. – Noite) Prof. Me. André Oliveira Queiroz Pontes • Esforços no tabuleiro e vigamentos • A partir das análises econômica, estética e técnica, distintas soluções podem ser aplicadas para transpor obstáculos com pontes. • Para um bom projeto, deve-se partir do que se conhece, da teoria e das normas vigentes, para, então, adequar a concepção da ponte. Pontes • Esforços no tabuleiro e vigamentos • Cada elemento estrutural será responsável por receber uma parcela das cargas (apresentadas nas aulas anteriores) e transferi-la para outro elemento estrutural, até que as fundações descarreguem para o solo. Pontes • Esforços no tabuleiro e vigamentos • Para um correto dimensionamento da estrutura, é importante o conhecimento das solicitações de esforços e do comportamento da estrutura ao ser submetida ao carregamento a que está destinada. • Em seguida, inicia-se o processo para a determinação das linhas de influência, por meio dos diagramas de solicitações. Pontes • Esforços no tabuleiro e vigamentos • Superestrutura: é aquela que recebe diretamente as cargas do tráfego, sendo composta por vigas principais e secundárias. • Vigas principais: Consiste em longarinas, que têm a função de vencer o vão livre. • Vigas secundárias: Consiste em transversinas, que apresentam como função receber a ação direta das cargas e transmiti-las para a estrutura principal. Pontes • Esforços no tabuleiro e vigamentos • Tabuleiro: É um vigamento secundário, que consiste nas pistas de rolamento, acostamento e passeio. As quais se encontram submetidas diretamente à ação do tráfego. • Obs: Existem inúmeras soluções de sistemas estruturais que podem ser aplicadas a partir do contexto do local de implantação. Nesta disciplina o foco será na solução por meio de Ponte em vigas. Pontes • Esforços no tabuleiro e vigamentos • Ponte em vigas: Nesse sistema, a superestrutura é apoiada por aparelhos de apoio sobre o topo dos pilares, de modo que as ligações são rotuladas, sem transmissão de momentos. Exemplo: Ponte Rio Niterói Pontes • Esforços no tabuleiro e vigamentos • Ponte em vigas: É basicamente uma estrutura rígida colocada sobre dois pilares, de tal modo que o tabuleiro é solicitado por tração nas fibras inferiores e por compressão nas superiores. • Apresenta como uma das principais características vinculações que não transmitem momentos fletores da superestrutura para a infraestrutura. Pontes • Esforços no tabuleiro e vigamentos • Ponte em vigas: As pontes em vigas de concreto armado podem classificar-se devido à disposição das vigas na seção transversal: • Vigas simplesmente apoiadas (sem balanços): são empregadas com um tramo único ou com uma sucessão de tramos simplesmente apoiados. • São utilizadas em pontes em que se utilizam vigas pré- moldadas. Pontes • Esforços no tabuleiro e vigamentos • Vigas simplesmente apoiadas (sem balanços): Do ponto de vista estrutural são pouco eficientes, pois quando é imposto um determinado vão, existem poucas possibilidades de melhorar a distribuição dos esforços. • Os vãos empregados com essa solução estrutural dificilmente ultrapassam 50 metros. Pontes • Esforços no tabuleiro e vigamentos • Vigas simplesmente apoiadas (sem balanços): Pontes • Esforços no tabuleiro e vigamentos • Vigas simplesmente apoiadas com balanços: esse modelo estrutural permite uma melhor distribuição de esforços solicitantes, pois introduz momentos negativos nos apoios, apresentando uma diminuição dos momentos positivos no meio do vão. Pontes • Esforços no tabuleiro e vigamentos • Vigas simplesmente apoiadas com balanços: Além disso, esse tipo estrutural possibilita, de uma forma natural, a eliminação do encontro, que é uma estrutura relativamente cara. Pontes • Esforços no tabuleiro e vigamentos • Vigas simplesmente apoiadas com balanços: Pontes • Esforços no tabuleiro e vigamentos • Vigas contínuas: São utilizadas quando o comprimento da ponte pode ser subdividido em vãos parciais, caso não haja restrições de ordem urbanística, topográfica ou construtiva. • Deve-se fazer os vãos extremos cerca de 20% menores do que os vãos internos, de forma que os máximos momentos fletores sejam aproximadamente iguais, resultando assim em uma melhor distribuição das solicitações. Pontes • Esforços no tabuleiro e vigamentos • Vigas contínuas: - Vantagens: - Eliminação das juntas. - Redução de manutenção. - Maior distribuição de esforços. - Melhor aspecto visual. Pontes • Esforços no tabuleiro e vigamentos • Vigas contínuas: - Desvantagens: - Problemas com dilatação térmica (necessita de juntas de dilatação). - Necessita de análise minuciosa em pontes curvas e inclinadas. - Suscetível a recalques diferenciais. Pontes • Esforços no tabuleiro e vigamentos • Obs: As vigas contínuas são suscetíveis a recalques, portanto caso o estudo do terreno revele a possibilidade de deslocamentos de infraestrutura, provavelmente haverá redistribuição de esforços. • Uma forma de tratar esse problema é a utilização das vigas Gerber nos pontos de momento nulo, que introduzem uma descontinuidade, diminuindo a interação solo-estrutura. Pontes • Esforços no tabuleiro e vigamentos • Vigas Gerber: Consistem em articulações colocadas de tal forma a tornar o esquema isostático. • Como consequência disso, o esquema não receberá esforços adicionais devido aos recalques diferenciais dos apoios. Pontes • Esforços no tabuleiro e vigamentos • Vigas Gerber: Para pontes de grandes vãos, em que o peso próprio representa uma grande parcela da totalidade das cargas, as vigas Gerber teriam um comportamento próximo ao das vigas contínuas, sem sofrer a influência danosa dos recalques diferenciais. Pontes • Esforços no tabuleiro e vigamentos • Vigas Gerber: Pontes • Esforços no tabuleiro e vigamentos • Vigas transversinas: Colaboram para o aumento da rigidez da estrutura e para a redução do comprimento destravado das estruturas, reduzindo a possibilidade de torção. Pontes • Esforços no tabuleiro e vigamentos • Ponte em vigas: Para o dimensionamento das vigas de uma ponte, utiliza-se as solicitações calculadas para as seções transversais, sendo as mais usuais o momento fletor (M) e o esforço cortante (V). Pontes • Trem-tipo e Linhas de Influência • De acordo com NBR 8681, as cargas podem ser divididas em: cargas permanentes, cargas variáveis e cargas excepcionais. • Cargas permanentes: São as cargas produzidas pelo peso próprio da estrutura e por elementos que estão definitivamente fixos na estrutura. • Exemplos: Longarinas, transversinas, lajes, defensas, passeios, pavimentação, postes de iluminação, etc. Pontes • Trem-tipo e Linhas de Influência • Obs: Para calcular o peso próprio de cada um dos elementos presentes, basta calcular a área e multiplicar por seu peso específico. • Em seguida, multiplica-se pelo comprimento da peça. Pontes • Trem-tipo e Linhas de Influência • Exercício 1: Calcule o peso próprio de uma viga transversina com as seguintes características: • Material: Concreto armado. • Comprimento: 3 metros. • Largura: 0,15 metros. • Altura: 0,60 metros. Pontes • Trem-tipo e Linhas de Influência • Exercício 1: Calcule o peso próprio de uma viga transversina com as seguintes características: - Passo 1: 𝑃𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 = 𝛾. 𝐴 → 𝑃𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 = 25 . 0,15 . 0,60 𝑃𝑝𝑟ó𝑝𝑟𝑖𝑜 = 2,25 𝑘𝑁/𝑚 - Passo 2: 𝑃𝑝𝑟ó𝑝𝑟𝑖𝑜 = 𝑃𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 . 𝑣ã𝑜 → 𝑃𝑝𝑟ó𝑝𝑟𝑖𝑜 = 2,25 . 3 = 6,75 𝑘𝑁 Pontes • Trem-tipo e Linhas de Influência • Cargas variáveis: também conhecidas como carga útil, são aquelas representadas por carregamentos, como circulação de pedestres ou tráfego de veículos na ponte. • O veículo, além do peso, possui as cargas geradas pelo impacto vertical e lateral. • O impacto é considerado por meio de um acréscimo percentual na carga. Pontes• Trem-tipo e Linhas de Influência • Obs: O cálculo do trem-tipo para pontes é feito multiplicando as cargas previstas no veículo-tipo padrão pelos coeficientes prescritos na NBR 7187. • Após calcular o trem-tipo mediante a aplicação de todos os coeficientes preconizados, devemos aplicá-lo na estrutura, de modo a obter os esforços críticos. Pontes • Trem-tipo e Linhas de Influência • Exercício 2: Calcule as cargas móveis de um trem-tipo TB-450 em uma ponte de concreto de 2 vias e vão livre de 20 metros. Pontes • Trem-tipo e Linhas de Influência • Exercício 2: Calcule as cargas móveis de um trem-tipo TB-450 em uma ponte de concreto de 2 vias e vão livre de 20 metros. - Passo 1: Coeficiente de impacto vertical (CIV): 𝐶𝐼𝑉 = 1 + 1,06. 20 𝐿𝑖𝑣 + 50 = 1 + 1,06. 20 20 + 50 = 1,30 Pontes • Trem-tipo e Linhas de Influência • Exercício 2: Calcule as cargas móveis de um trem-tipo TB-450 em uma ponte de concreto de 2 vias e vão livre de 20 metros. - Passo 2: Coeficiente de número de faixas (CNF): 𝐶𝑁𝐹 = 1 − 0,05. 𝑛 − 2 = 1 − 0,05. 2 − 2 = 1 Pontes • Trem-tipo e Linhas de Influência • Exercício 2: Calcule as cargas móveis de um trem-tipo TB-450 em uma ponte de concreto de 2 vias e vão livre de 20 metros. - Passo 3: Coeficiente de impacto adicional (CIA): CIA = 1,25 - Passo 4: Carga móvel Q 𝑄 = 𝑃. 𝐶𝐼𝑉. 𝐶𝑁𝐹. 𝐶𝐼𝐴 = 75 𝑥 1,3 𝑥 1,0 𝑥 1,25 𝑄 = 121,9 𝑘𝑁 Pontes • Trem-tipo e Linhas de Influência • Exercício 2: Calcule as cargas móveis de um trem-tipo TB-450 em uma ponte de concreto de 2 vias e vão livre de 20 metros. - Passo 5: Carga móvel q 𝑞 = 𝑝. 𝐶𝐼𝑉. 𝐶𝑁𝐹. 𝐶𝐼𝐴 = 5 𝑥 1,3 𝑥 1,0 𝑥 1,25 𝑞 = 8,125 𝑘𝑁/𝑚² Pontes • Trem-tipo e Linhas de Influência • Obs: Quando é feita a análise das solicitações das cargas, coloca-se apenas uma carga de trem-tipo (Q) sobre o tabuleiro e, no entorno, considera-se a carga de multidão (q). • O veículo sempre será colocado na posição mais desfavorável para cada elemento que estiver sendo analisado. Pontes • Trem-tipo e Linhas de Influência - Obs: Para o cálculo de elementos como vigas longarinas e lajes de pontes de concreto em duas vigas, com o uso das cargas do veículo e da multidão em conjunto (formando o chamado trem- tipo), deve-se posicionar o veículo na região mais extrema da faixa de tráfego. Pontes • Trem-tipo e Linhas de Influência • Exercício 3: Calcule o carregamento da ponte da Atividade Prática 01. Pontes • Trem-tipo e Linhas de Influência • Exercício 3: Calcule o carregamento da ponte da Atividade Prática 01. - Passo 1: Pavimentação 𝑃𝑝𝑎𝑣 = 𝛾. ℎ 𝑃𝑝𝑎𝑣 = 24 . 0,08 𝑃𝑝𝑎𝑣 = 1,92 𝑘𝑁/𝑚² - Passo 2: Carga adicional 𝑃𝑝𝑎𝑣 = 1,92 + 2 = 3,92 𝑘𝑁/𝑚² Pontes • Trem-tipo e Linhas de Influência • Exercício 3: Calcule o carregamento da ponte da Atividade Prática 01. - Passo 3: Defensa 𝑃𝑑𝑒𝑓 = 𝛾. 𝐴 𝑃𝑑𝑒𝑓 = 25 . 0,34 𝑃𝑑𝑒𝑓 = 8,5 𝑘𝑁/𝑚 Pontes • Trem-tipo e Linhas de Influência • Exercício 3: Calcule o carregamento da ponte da Atividade Prática 01. - Passo 4: Laje 𝑃𝑙𝑎𝑗𝑒 = 𝛾. ℎ 𝑃𝑙𝑎𝑗𝑒 = 25 . 0,25 𝑃𝑙𝑎𝑗𝑒 = 6,25 𝑘𝑁/𝑚² Pontes • Trem-tipo e Linhas de Influência • Exercício 3: Calcule o carregamento da ponte da Atividade Prática 01. - Passo 5: Longarinas 𝑃𝑙𝑜𝑛𝑔 = 𝛾. 𝐴 𝑃𝑙𝑜𝑛𝑔 = 25 . 0,652 𝑃𝑙𝑜𝑛𝑔 = 16,3 𝑘𝑁/𝑚 Pontes • Trem-tipo e Linhas de Influência • Exercício 3: Calcule o carregamento da ponte da Atividade Prática 01. - Passo 6: Transversinas 𝑃𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠 = 𝛾. 𝐴 𝑃𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠 = 25 . 0,09 𝑃𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠 = 2,25 𝑘𝑁/𝑚 Pontes • Trem-tipo e Linhas de Influência • Cargas variáveis: A próxima etapa é verificar o carregamento da carga trem-tipo na estrutura. • A carga trem-tipo de 75 kN (um pneu) é distribuída no tabuleiro da ponte em um quadrado de lado t = 0,73m. • Quando em movimento, esta carga apresenta um valor Q = 121,9 kN. Pontes • Trem-tipo e Linhas de Influência • Cargas variáveis: - Considerando que estas cargas pontuais (Q) estão distribuídas em uma área, temos: 𝑞𝑒𝑞 = 6 𝑥 𝑄 6 𝑥 𝑡2 = 121,9 0,73² = 228,75 kN/m² Pontes • Trem-tipo e Linhas de Influência • Cargas variáveis: - Posicionando os pneus faceando as defensas (condição mais desfavorável), temos: Pontes • Trem-tipo e Linhas de Influência • Cargas variáveis: - Posicionando os pneus faceando a longarina, temos: Slide 1: Pontes Slide 2: Pontes Slide 3: Pontes Slide 4: Pontes Slide 5: Pontes Slide 6: Pontes Slide 7: Pontes Slide 8: Pontes Slide 9: Pontes Slide 10: Pontes Slide 11: Pontes Slide 12: Pontes Slide 13: Pontes Slide 14: Pontes Slide 15: Pontes Slide 16: Pontes Slide 17: Pontes Slide 18: Pontes Slide 19: Pontes Slide 20: Pontes Slide 21: Pontes Slide 22: Pontes Slide 23: Pontes Slide 24: Pontes Slide 25: Pontes Slide 26: Pontes Slide 27: Pontes Slide 28: Pontes Slide 29: Pontes Slide 30: Pontes Slide 31: Pontes Slide 32: Pontes Slide 33: Pontes Slide 34: Pontes Slide 35: Pontes Slide 36: Pontes Slide 37: Pontes Slide 38: Pontes Slide 39: Pontes Slide 40: Pontes Slide 41: Pontes Slide 42: Pontes Slide 43: Pontes Slide 44: Pontes Slide 45: Pontes Slide 46: Pontes Slide 47