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Apostila Pontes e grande estruturas - Unidade I

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Grandes Estruturas – 
Pontes
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. Antonio Carlos da Fonseca Bragança Pinheiro 
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Sistemas Estruturais e Pontes
Sistemas Estruturais e Pontes
• Apresentar breve histórico sobre o aspecto conceitual e tecnológico na construção de pon-
tes e viadutos na atualidade: apresenta-se breve histórico das pontes, bem como os tipos 
de pontes e as pontes em viga; 
• Apresentar as pontes em grelha e, por fim, as pontes em estrado celular.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO 
• Introdução;
• Histórico;
• Tipos de Pontes;
• Pontes em Viga;
• Pontes em Grelha;
• Pontes em Estrado Celular.
UNIDADE Sistemas Estruturais e Pontes
Introdução
As pontes são estruturas constituídas natural ou artificialmente para vencer vales, 
estradas, corpos de água ou outros obstáculos físicos, com a intenção de se passar 
sobre esses obstáculos.
A constituição das pontes pode ser (Figura 1):
• Pontes por constituição natural: Existem dispostas pela Natureza, como as 
pontes em tronco de madeira que caiu sobre um curso de água, ou pontes em 
pedra já existentes nos locais de transposição de obstáculos;
• Pontes por constituição artificial: São construídas pelo homem com diversos 
materiais, como madeira e pedra, dentre outros.
Constituição
Arti�cial
Constituição
Natural
Constituição
das Pontes
Figura 1 – Tipos de Constituição das Pontes
Assim, o objetivo das pontes é permitir o deslocamento de um local para outro 
sobre um obstáculo qualquer, quer seja corpo hídrico, quer seja vale, quer seja via, 
proporcionando continuidade na via que a utiliza.
No Brasil, denomina-se ponte quando o obstáculo são corpos hídricos (lago, rio, 
braço de mar etc.). Caso contrário denomina-se viaduto.
As pontes podem servir para diferentes finalidades ou tipos de uso (Figura 2):
• Pontes de pedestres:Também denominadas passarelas, permitem somente a 
passagem de pessoas;
• Pontes para veículos: Permitem a passagem de veículos, podendo permitir a 
passagem de pessoas a pé ou em meios não motorizados (bicicleta, patinete etc.);
• Pontes ferroviárias: Permitem a passagem de composições férreas;
• Pontes aeroviárias: Permitem a passagem de aeronaves, sendo, geralmente, 
utilizadas em Aeroportos ou em Empresas fabricantes de aviões;
• Pontes dutoviárias: Permitem a passagem de óleos, gases e produtos químicos, 
por meio de tubulações, por gravidade ou por pressão;
• Pontes minerodutos: Permitem a passagem de minérios, por tubulações ou 
por esteiras;
• Pontes aquíferas ou aquedutos: Permitem a passagem de água, por meio de 
tubulações, por gravidade ou por pressão, e em canais abertos, com transporte 
por gravidade;
8
9
• Pontes comerciais: Permitem a passagem de pessoas, mas diferem das passare-
las por possuírem pontos comerciais distribuídos ao longo de seu comprimento;
• Pontes mistas: Composição de dois ou mais tipos de pontes. 
Tipos de uso
das pontes
Pontes para
veículosPontes de 
pedestres ou
passarela
Pontes
ferroviárias
Pontes
comerciais
Pontes
dutoviárias
Pontes
aeroviáriasPontes mistas
Pontes
minerodutos
Ponte
aquífera ou
aquedutos
Figura 2 – Tipos de uso das pontes
No caso das cidades, as pontes possibilitam a redução do tempo de deslocamento 
de pessoas e cargas.
Na história da Humanidade, as pontes desempenharam importante função no 
desenvolvimento das civilizações, pois por meio delas foi possível a disseminação do 
conhecimento, a realização de comércio local e mundial, pela melhoria no transpor-
te de pessoas e cargas.
Histórico
As pontes sempre se fizeram necessárias na história do homem para transpor obs-
táculos, quer seja para sua locomoção, quer seja para o transporte de mercadorias.
As primeiras pontes foram construídas com troncos de madeira, com galhos ou 
com pedras.
As pontes em madeira podiam ser simplesmente um tronco ligando as margens 
opostas de um curso d’água. As pontes suspensas em madeira eram erguidas por 
meio longos cipós que fossem resistentes à passagem de pessoas. 
A ponte de Arkadiko – ou Ponte Kazarma – é uma ponte em pedra, considerada 
a mais antiga do mundo. É uma ponte micênica (1600 a 1050 a.C.), no Peloponeso, 
na Grécia. Ela mede de 22m de comprimento e 2,5m de largura (Figura 3).
9
UNIDADE Sistemas Estruturais e Pontes
Figura 3 – Ponte Arkadiko – Peloponeso – Grécia 
Fonte: Wikimedia Commons
Os construtores gregos e etruscos antecederam os romanos, que também faziam 
pontes de arcos de pedra para atravessar rios ou vales. 
Com o início da Revolução Industrial (1760 a 1840), teve início a construção de 
pontes de ferro fundido. 
A primeira ponte a ser feita com esse material, recebeu o nome de Ironbridge, 
e foi construída no ano de 1779, na Inglaterra (Figura 4). Ela tem comprimento de 
30,63 m, com aproximadamente 1700 elementos estruturais. 
Desde 1934, ela somente serve para tráfego de pedestres. 
Figura 4 – Ponte Ironbridge – Ironbridge – Inglaterra
Fonte: Getty Images
O ferro fundido é um material que sofre corrosão e não tem resistência mecânica 
suficiente se comparado ao aço.
No ano de 1856, o inglês Henry Bessemer (Engenheiro Metalurgista inglês – 
1813-1898) patenteou um processo de fundição com uma nova fornalha, que era 
mais resistente às altas temperaturas, conseguindo, assim, realizar a produção do aço. 
Utilizando aço como elemento construtivo, a Ponte do Brooklyn (Brooklyn Bridge), 
Nova Iorque – Estados Unidos, começou a ser construída no ano de 1869 e foi inau-
gurada 14 anos depois, no ano de 1883 (Figura 5). 
10
11
Ela é uma ponte pênsil, tendo comprimento total de 1825m, altura de 84m e 
26m de largura e liga Manhattan ao Brooklyn, sobre o Rio East.
Figura 5 – Ponte Brooklin Bridge – Nova Iorque – Estados Unidos
Fonte: Getty Images
A Ponte do Brooklyn foi a primeira ponte feita em aço no mundo. Ainda neste 
início de século XXI, ela é famosa. Na época, foi a mais longa ponte suspensa já 
construída, e durante algum tempo foi a única ligação, além do mar, entre os bairros 
do Brooklyn e Manhattan. A partir dessa obra, o aço começou a ser utilizado nas 
grandes construções.
Existem algumas pontes que são consideradas diferentes das demais por suas carac-
terísticas singulares, dentre elas, o aqueduto de Magdeburg e a Ponte Langkawi Sky.
A ponte aquífera de Magdeburg, Wolmirstedt – Alemanha, é uma ponte navegá-
vel que cruza o rio Elba (Figura 6). Sua construção teve início no ano de 1997, sendo 
inaugurada em 2003. Ela tem 918m de comprimento. 
Figura 6 – Ponte Aquífera de Magdeburg – Wolmirstedt – Alemanha 
Fonte: Getty Images
A ponte de pedestres Langkawi Sky, situada no arquipélago de Langkawi – 
 Malásia, é uma ponte suspensa por um único pilar, de onde são distribuídos os cabos 
de sustentação (Figura 7). Ela tem 125m de comprimento e 1,8m de largura, sendo 
suspensa por 8 cabos.
11
UNIDADE Sistemas Estruturais e Pontes
Figura 7 – Ponte Langkawi Sky Bridge – Langkawi – Malásia 
Fonte: Wikimedia Commons
Tipos de Pontes
As pontes, além de serem classificadas conforme seu tipo de uso, podem ter 
outras classificações, como materiais constituintes, tipos de estrutura e possibilidade 
de mobilidade. 
Elas podem ser classificadas conforme seus materiais constituintes em: Madeira, 
Pedra, Ferro, Aço, e Concreto (armado e protendido). Veja na Figura 8:
Aço
Madeira Pedra
Concreto
(armado e
pretendido)
Ferro
Classi	cação das
pontes conforme
material constituinte
Figura 8 – Classificação das pontes conforme material constituinte 
As pontes podem ser classificadas conforme suas estruturas em Viga, Pórtico, 
Arco, Treliça, Cantilever, Estaiada e Pênsil conforme Figura 9:
12
13
Pórtico
Viga Arco
Estaiada Cantilever
TreliçaPênsil
Classi	cação das
pontes conforme
sua estrutura
Figura 9 – Classifi cação das pontes conforme sua estrutura
As pontes podem ser classificadas conforme sua mobilidade em Ponte Fixa e 
Ponte Móvel (Figura 10) 
Ponte móvelPonte �xa
Classi�cação das
pontes conforme
sua mobilidadeFigura 10 – Classifi cação das pontes conforme sua mobilidade
Pontes em Viga
As pontes em viga são o tipo estrutural mais antigo de ponte. Por exemplo, de 
maneira simples, uma tora de árvore que esteja caída sobre um rio pode caracterizar 
uma ponte em viga em sua forma mais simples. 
Em termos estruturais, as pontes em viga são constituídas por uma estrutura 
rígida colocada sobre dois pilares. O seu tabuleiro trabalha a flexão e no vão é solici-
tado por tração, nas fibras inferiores, e por compressão, nas superiores. 
Uma das principais características de ponte em viga é que suas vinculações não 
transmitem momentos fletores da superestrutura (vigas longarinas, vigas transversi-
nas e tabuleiro) para a mesoestrutura (aparelhos de apoio e pilares). 
O esquema estrutural das pontes em viga pode ser definido de acordo com a 
 seção transversal. Nas grandes pontes, pode-se ter uma seção aberta (seção T ou I) 
ou uma seção celular (seção caixão). 
As diferentes seções transversais das pontes em viga resultam em pontes distintas 
e cada tipo de ponte funciona estruturalmente de forma diferente. 
13
UNIDADE Sistemas Estruturais e Pontes
O método de cálculo para uma ponte em viga não se diferencia de um cálculo de 
vigas de um prédio. Nas pontes, o carregamento é dividido em carregamento per-
manente, carregamento variável e carregamento móvel. 
O carregamento permanente depende da forma e das dimensões da seção trans-
versal, bem como do material utilizado.
O carregamento variável depende de cada local em que a ponte é construída 
como vento e impacto dinâmico das águas de rios, dentre outros fatores.
O carregamento móvel depende da finalidade da estrutura. A análise das cargas 
móveis deve ser feita por meio da variação da posição do trem-tipo (carga móvel 
 estabelecida por Normas Técnicas) no tabuleiro, na direção transversal e longitudinal . 
A solicitação do trem-tipo é calculada pela técnica das linhas de influência.
No projeto de ponte em viga, deve-se definir o tipo de viga a ser adotado e a 
forma dos outros elementos da superestrutura. Após as definições iniciais, deve-se 
conceber o tipo de método construtivo. 
As pontes em vigas possuem quatro tipos de vinculações típicas, conforme apon-
tadas na Figura 11:
Classi�cação das pontes
em viga por suas
vinculações típicas
Vigas
Simplesmente
Apoiadas sem
Balanços
Vigas
Contínuas
Vigas
Simplesmente
Apoiadas com
Balanços
Vigas
Gerber
Figura 11 – Classificação das pontes em vigas por suas vinculações típicas
Vigas Simplesmente Apoiadas sem Balanços
Este tipo de viga pode ter um único tramo (vão isolado) ou uma sucessão de 
tramos (sequência de vãos isolados). A sucessão de tramos simplesmente apoiados, 
geralmente, é utilizada em pontes com processo construtivo em vigas pré-moldadas. 
14
15
Neste tipo de viga, geralmente, executa-se a laje do tabuleiro contínua em três ou 
quatro tramos, com a intenção de diminuir o número de juntas. Essa solução con-
duz a melhor distribuição de esforços nos apoios, em virtude das ações horizontais, 
como, por exemplo, na ação da frenagem dos veículos.
As vigas simplesmente apoiadas sem balanços são constituídas por um tipo estru-
tural relativamente simples, pois essa solução estrutural limita o tamanho dos vãos, 
e existem poucas possibilidades de melhorar a distribuição dos esforços. Por essa 
condição, os vãos utilizados com esse tipo de solução estrutural, geralmente, são 
menores que 50m. 
Vigas Simplesmente Apoiadas com Balanços
A existência de balanços possibilita uma melhor distribuição dos esforços internos 
solicitantes, porque os momentos negativos nos apoios diminuem os momentos po-
sitivos que ocorrem no vão. 
A existência de balanços permite a eliminação dos encontros (apoios de extremi-
dade), gerando economia estrutural. 
A existência de balanços requer manutenção devido à saída de materiais nas 
extremidades da ponte junto aos aterros. Por isso, seu uso como solução estrutural 
está diminuindo. 
O comprimento do balanço deve ser definido de forma que se tenha uma boa 
distribuição de esforços internos solicitantes, bem como deve levar em conta as con-
dições topográficas. 
O pré-dimensionamento de pontes com balanço deve ter comprimento de aproxi-
madamente 15% a 20% do comprimento do vão. Devem ser evitados balanços muito 
grandes para não ocorrerem vibrações excessivas nas suas extremidades. 
Vigas Contínuas
Este tipo de viga apenas pode ser utilizado quando o comprimento da ponte pu-
der ser subdividido em vãos parciais (tramos).
Quando não houver restrições urbanísticas, topográficas ou construtivas, devem 
ser utilizados vãos externos, cerca de 20% menores que os vãos internos, para que 
os momentos fletores máximos sejam aproximadamente iguais, proporcionando me-
lhora na distribuição dos esforços internos solicitantes. 
Uma maneira de melhorar a distribuição de momentos fletores é utilizar momen-
tos de inércia das seções variáveis ao longo dos vãos. Ao aumentar o momento de 
inércia das seções junto aos apoios, isso resultará no aumento do momento fletor 
negativo dessas seções e na diminuição do momento fletor positivo das seções dos 
vãos centrais, o que possibilita a diminuição da altura das seções nessas posições. 
15
UNIDADE Sistemas Estruturais e Pontes
O uso de vigas contínua em pontes apresenta algumas vantagens, como (Figura 12):
• Redução das juntas de dilatação: As juntas existem nas vigas simplesmente 
apoiadas com vários tramos e a sua redução, ou eliminação, leva à redução nos 
custos de manutenção;
• Pistas de rolamento mais uniformes: A uniformização da pista de rolamento 
evita o desconforto para o tráfego;
• Maior capacidade de redistribuir esforços: Essa condição é importante para 
o caso de sobrecargas;
• Melhor aspecto visual: Essa condição ocorre em função da continuidade entre 
os vãos.
Vantagens de
vigas contínuas
em pontes
Redução
das juntas
de dilatação
Maior 
capacidade
de redistribuir
esforços
Pistas
de rolamento
mais uniformes
Melhor
aspecto visual
Figura 12 – Vantagens das vigas contínuas em pontes
Como desvantagens da utilização de vigas contínuas em pontes, tem-se (Figura 13):
• Dilatação térmica: Quando em tabuleiros muito extensos, deve-se tomar cuida-
do com a dilatação térmica, colocando juntas de dilatação a cada 100m;
• Cuidados com pontes com características especiais: Maiores cuidados 
como, por exemplo, pontes com raio de curvatura pequeno e as pontes que são 
muito inclinadas;
• Recalques diferenciais: Existe a possibilidade de recalque diferencial nos 
apoios, pois eles irão introduzir esforços adicionais neste tipo de estrutura. 
16
17
Dilatação
térmica
Cuidados
com pontes com
características
especiais
Recalques
diferenciais
Desvantagens de
vigas contínuas
em pontes
Figura 13 – Desvantagens das vigas contínuas em pontes
Vigas Gerber
Nesse tipo de ponte em viga, são colocadas articulações, para transformar as 
vigas contínuas em vigas isostáticas. Essa condição faz com que elas não recebam 
esforços adicionais devido aos recalques diferenciais dos apoios. 
Para pontes com grandes vãos, em que o peso próprio é muito alto, as vigas 
Gerber têm comportamento próximo ao das vigas contínuas, sem sofrer a influência 
prejudicial dos recalques diferenciais. 
Quando os vãos são diferentes, é indicado que as articulações sejam colocadas 
nos tramos maiores, garantindo melhor distribuição dos momentos fletores devido à 
carga móvel. 
Tipos de vigas
A superestrutura de uma ponte pode ter sua seção transversal de duas formas: 
seção aberta e seção celular (Figura 14).
Seção celularSeção aberta
Tipos de
forma de seção
transversal em
pontes
Figura 14 – Tipos de formas de seção transversal de pontes
A seção aberta, mais conhecida como T ou I, é composta por longarinas, trans-
versinas e lajes, que agem em conjunto, formando uma grelha. 
A seção celular (caixão) é composta por uma única grande peça, que possui uma 
distribuição uniforme de cargas por toda a sua seção.17
UNIDADE Sistemas Estruturais e Pontes
Transversinas
As transversinas são as vigas transversais que, em pontes com viga caixão, so-
mente são utilizadas nos apoios, porque elas se tornam desnecessários para um 
maior enrijecimento e manutenção da forma transversal. 
Em pontes em seção aberta, as transversinas servem de apoio para as lajes e ga-
rantem rigidez à estrutura da ponte.
A ação combinada das transversinas e da laje do tabuleiro formam uma grelha, pos-
sibilitando distribuição transversal da carga móvel. O efeito em grelha deve ser consi-
derado na hora do dimensionamento da transversina, que devem ser devem ser o mais 
altas e esbeltas possível. A largura das transversinas, geralmente, é 0,20 ou 0,25m. 
Em alguns casos, a contribuição das transversinas não é levada em conta, geran-
do uma simplificação no cálculo da viga.
As transversinas podem ser divididas em três tipos: Transversina de entrada, 
Transversina de apoio e Transversina de meio de vão. Veja a Figura 15. 
Tipos de
transversinas
em pontesTransversinas
de Entrada
Transversinas
de Meio de Vão
Transversinas
de Apoio
Figura 15 – Tipos de transversinas de pontes
Cada tipo de transversina desempenha uma função diferente na superestrutura. 
• Transversinas de entrada: Elas também são denominadas cortinas. São proje-
tadas para conter o aterro que está nos encontros das pontes e servir de apoio 
para a laje do tabuleiro. Se esse elemento estrutural não fosse colocado, a viga 
seria excessivamente solicitada nesse ponto; 
As transversinas de entrada, geralmente, acompanham toda a largura das pontes.
• Transversinas de apoio: Essas transversinas são necessárias para absorver os 
esforços de vento e servem, também, para enrijecer as vigas principais ao efeito 
de torção. 
Para enrijecer as vigas principais à torção, a alma das transversinas de apoio 
deve ser apoiada em toda a largura. 
Nas transversinas de apoio de seções caixão, na maioria dos casos, pode ser 
utilizada uma chapa com base de 0,3 a 0,5m; 
18
19
• Transversinas de meio: Esse tipo de transversina, utilizadas no meio de vão, é 
aplicada com objetivo estrutural, geralmente, nas pontes em viga de seção aberta. 
Elas são colocadas no meio do vão para obter melhor distribuição de cargas. É pos-
sível, também, projetar duas transversinas na posição L/3, quando for necessário. 
As transversinas de meio de vão são aplicadas quando existem mais de duas 
vigas principais para realizar a transferência das cargas, obtendo-se uma grelha.
Pontes em Grelha 
Chama-se ponte em grelha o sistema estrutural constituído por três ou mais vigas 
longitudinais, com transversinas intermediárias e de apoio (Figura 16).
Figura 16 – Pontes em grelha
Nas pontes em grelha, as vigas transversinas fazem com que as vigas longitudinais 
trabalhem em conjunto, regulando a distribuição dos carregamentos entre as vigas.
As pontes em seção aberta podem apresentar a superestrutura em grelha, onde 
as vigas longitudinais, vigas transversais e o tabuleiro trabalham em conjunto. 
As vigas de seção transversal em “T” são a forma de seção transversal mais utili-
zada em pontes em grelha e constituídas pela laje, pelas vigas e pelas transversinas. 
No caso de ponte em viga biapoiada no vão, na parte superior da viga é solicitada 
a compressão e na parte inferior a tração. As lajes constituem o banzo comprimido 
e na parte inferior da alma da viga está tracionada. 
Quando a seção transversal da viga “T” não é suficiente para a colocação de todas as 
armaduras necessárias, deve-se fazer o alargamento da seção na parte inferior da viga. 
Para a força cortante, desde que atendida a resistência diagonal das bielas com-
primidas, a espessura das almas é pouco relevante. Utilizar almas delgadas gera uma 
diminuição na abertura de fissuras. 
As vigas com seção em “T” são as mais utilizadas por terem peso próprio mais 
baixo, se comparadas às vigas de seção caixão. 
19
UNIDADE Sistemas Estruturais e Pontes
Utilizar seção em “T” faz com que seja necessário o uso de um número maior de 
vigas na seção transversal do tabuleiro, afastadas entre si de 0,60m a 6,0m. Este afas-
tamento pode complicar a execução das lajes do tabuleiro, se ela for moldada in loco.
Geralmente, as pontes em viga “T” são constituídas por três ou mais vigas lon-
gitudinais, unidas transversalmente pelas transversinas. A ação conjunta das vigas 
longitudinais e das transversinas constitui uma grelha que gera uma distribuição das 
cargas pela superestrutura. 
As vigas longitudinais são responsáveis por vencer os vãos, as vigas transversais 
são destinadas a regular a distribuição de cargas nas longarinas e o tabuleiro serve 
como superfície de rolamento, transmite as cargas do tráfego à grelha e trabalha em 
conjunto para a distribuição das cargas. 
Pontes em Estrado Celular 
A seção transversal da ponte em estrado celular (viga caixão) é composta por uma 
única peça formada por lâminas solidárias entre si (Figura 17). 
Assim, o projeto estrutural pode ser feito com a simplificação da estrutura por 
uma barra de seção variável.
Figura 17 – Pontes em estrado celular (seção caixão)
As vigas em seção caixão são formadas por uma única peça, na qual não é visível 
a divisão entre vigas e lajes. 
As partes constituintes das vigas em caixão são:
• Laje superior: Forma a mesa, que é elemento estrutural, que colabora com as 
vigas. Ela transmite e distribui a carga móvel às vigas;
• Viga: Tem no mínimo duas almas, que são dimensionadas conjuntamente com 
a laje, de forma a vencer o vão, a sustentar a estrutura e a transmitir as cargas 
para a laje inferior;
• Laje inferior: Possibilita a distribuição das cargas das vigas.
20
21
As vigas em seção caixão são indicadas para pontes com seção variável, porque 
apresentam grande rigidez à torção.
Também devido à sua grande rigidez a torção, em pontes curvas, a viga de seção 
caixão pode ser composta somente por pilares no início e no fim da ponte, sem 
necessitar de apoios intermediários. 
A viga de seção caixão possibilita a distribuição uniforme das cargas na seção 
transversal. Nela, uma carga aplicada em qualquer ponto da pista de rolamento se 
distribui igualmente e chega uniformizada na laje inferior.
O projeto estrutural das pontes em seção caixão pode ser feito pela simplificação 
da estrutura como uma barra de seção variável, determinando para esta barra os 
esforços internos solicitantes (forças cortantes, momentos fletores e torsores). 
Após a obtenção da envoltória dos esforços, é possível realizar o dimensionamento 
da estrutura.
As vigas com seção caixão apresentam algumas vantagens quando comparadas 
com a seção “T”, como, por exemplo:
• Menor altura da seção transversal;
• Menor número de vigas no tabuleiro;
• Maior capacidade de acomodar tensões de compressão nas seções de apoio 
devido à existência do banzo inferior. 
Por suas características estruturais, as vigas com seção caixão apresentam maior 
durabilidade quando comparadas às com seção “T”, sendo também esteticamente 
mais agradáveis.
21
UNIDADE Sistemas Estruturais e Pontes
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Análise estrutural
KASSIMALI, A. Análise estrutural. São Paulo: Cengage Learning, 2016. (e-book)
Propriedades do concreto
NEVILLE, A. M. Propriedades do concreto. 5.ed. Porto Alegre: Bookman. 2016. 
(e-book)
 Leitura
NBR 6118: Projeto de estruturas de concreto – Procedimentos
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de 
estruturas de concreto – Procedimentos. Rio de Janeiro: ABNT, 2014.
https://bit.ly/30aFhyP
NBR 6120: Cargas para o cálculo de estruturas de edificações
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6120: Cargas para 
o cálculo de estruturas de edificações. Rio de Janeiro: ABNT, 1988. 
https://bit.ly/30aFMcb
NBR 6123: Forças devidas ao vento em edificações
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6123: Forças 
devidas ao vento em edificações. Rio de Janeiro:ABNT, 1988.
https://bit.ly/2W05Oxp
22
23
Referências
NEVILLE, A. M. Tecnologia do concreto. 2.ed. Porto Alegre: Bookman 2013. (e-book)
PORTO, T. B.; FERNANDES, D. S. G. Curso básico de concreto armado: conforme 
NBR 6118/2014. São Paulo: Oficina de Textos, 2015.
RECENA, F. P. Retração do concreto. Dados eletrônicos. Porto Alegre: 
EDIPUCRS, 2014.
23

Outros materiais