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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA UNOESC Campus de Xanxerê - Curso de Engenharia Civil Prof. Msc. Nayara Sangalli CONCRETO PROTENDIDO E PONTES O QUE É PONTE? Ponte é toda obra destinada a transposição de obstáculos (naturais ou artificiais) à continuidade do leito normal de uma via, tais como rios, braços de mar, vales profundos, outras vias de tráfego, etc. Nos casos mais comuns, a via é uma rodovia, uma ferrovia, ou uma passagem para pedestres. De maneira geral pode-se dividir as pontes em seis grupos: Pontes; Viadutos; Elevados; Pontilhões; Oleodutos e Aquedutos; Bueiros. 2 1) Pontes: Estruturas, em forma de obra de arte, que tem a função de dar continuidade a uma determinada via, destinadas a transposição de obstáculos constituídos por água, tais como rios, lagos, estreitos, braços de mar, etc Ponte metálica João Luis Ferreira, que fica sobre o rio Parnaíba, entre Teresina e a cidade de Timon no estado do Maranhão. Ponte Hercílio Luz, ligação entre o continente e a ilha de Santa Catarina, conectando a parte continental de Florianópolis, à parte insular da capital catarinense. Além disso, foi originalmente construída também para sustentar uma via férrea, uma passarela de pedestres e a adutora de abastecimento de água de Florianópolis. O QUE É PONTE? 3 2) Viadutos: Estruturas destinadas a transposição de vales ou depressões, vias de tráfego ou obstáculos em geral não constituídos por água (obstáculo seco). O QUE É PONTE? 4 3) Elevados: obra que permite a continuidade de uma via, com elevação da estrutura, quando cruza um obstáculo em mesmo nível (outra via) O QUE É PONTE? 5 4) Pontilhões: Por tradição dá-se o nome de pontilhão as pontes de pequenos vãos, havendo uma certa divergência entre os vãos limites dos pontilhões; alguns fixam em 5 metros e outros em 10 metros. Porém, não há qualquer importância na distinção entre ponte e pontilhão, pois ambos se subordinam aos mesmos procedimentos de projeto e de construção. 6 DEFINIÇÕES: Ponte, viaduto e Viaduto de acesso O obstáculo a ser transposto pode ser de natureza diversa, e em função dessa natureza são associadas as seguintes denominações: Ponte (propriamente dita) - quando o obstáculo é constituído de curso de água ou outra superfície líquida, como por exemplo: um lago ou braço de mar. Viaduto - quando o obstáculo é um vale ou uma via. O QUE É PONTE? 7 DEFINIÇÕES: Ponte, viaduto e Viaduto de acesso O obstáculo a ser transposto pode ser de natureza diversa, e em função dessa natureza são associadas as seguintes denominações: Viaduto de acesso - quando serve para dar acesso a uma ponte. 8 5) Oleodutos e Aquedutos: São estruturas construídas sobre obstáculos naturais ou artificiais para sustentar tubulações que conduzem óleo ou água. Ponte Adutora que fica sobre o rio Laranjeiras a 18Km de Aracaju, capital do estado de Sergipe: Projeto PCA ENGENHARIA, Montagem Hispano, Construção CELI Engenharia. 9 6) Bueiros: São obras implantadas sob o terrapleno das estradas e destinadas à passagem das águas pluviais ou de águas perenes de pequenos cursos. Os bueiros podem ser desde manilhas de concreto armado de pequenos diâmetros até estruturas abobadadas de aço ou de concreto armado. 10 As pontes podem ser classificadas de acordo com: Tempo de uso; Tráfego; Planimetria e altimetria; Material da estrutura; Mobilidade dos tramos; Sistema estrutural; Seção transversal; Comprimento do vão; Processo construtivo. 1 – CLASSIFICAÇÃO DAS PONTES 11 Provisórias: (normalmente em madeira ou metálicas) enquanto a execução da definitiva não fica pronta, ou para fins militares, e que podem ser fixas ou móveis (flutuantes ou desmontáveis); Definitivas: executadas para o fim que se destinam de forma definitiva e de todos os materiais e técnicas, com durabilidade de acordo com o material utilizado. 12 Podem ser para uso ferroviário, rodoviário (sempre devem prever faixas de utilização para pedestres, podem ser de uso exclusivo de pedestres (passarelas), para transporte de água (aquedutos) ou ainda mistas (rodoviário e ferroviário por exemplo). 13 14 Em resumo, segundo a natureza do tráfego, as pontes podem ser classificadas em: Pontes rodoviárias; Pontes ferroviárias; Passarelas (pontes para pedestres); Pontes aeroviárias; Pontes-Aquedutos; Pontes mistas. Estas denominações são associadas ao tipo de tráfego principal. As pontes mistas são aquelas destinadas a mais de um tipo de tráfego, por exemplo ponte rodoferroviária que serve para estabelecer a continuidade de uma rodovia e de uma ferrovia. 15 Podem ser consideradas pontes retas quando as linhas de fechamento do contorno for de 90; esconsas quando esse angulo for diferente de 90; ou ainda podem apresentar conformação em curva. 16 Podem se classificar como sendo em nível, quando as cotas do greide do eixo da via se mantém inalteradas de uma cabeceira a outra, podem sem em aclive ou declive quando inclinadas ou em rampa, ou ainda em curva vertical (concava ou convexa). 17 18 As pontes se classificam segundo o material da superestrutura em: Pontes de madeira; Pontes de alvenaria Pontes de concreto simples; Pontes de concreto armado; Pontes de concreto protendido; Pontes de aço; Pontes mistas (concreto e aço). Na infraestrutura das pontes emprega-se normalmente o concreto armado. 19 20 Madeira: As pontes de madeira são de rápida execução e com certeza foram as primeiras pontes construidas na antiguidade. Este tipo de estrutura exige permanente conservação, mesmo em se tratando de pontes provisórias. Nos países que tem por tradição o uso da madeira na construção de pontes, são tomadas precauções especiais para evitar o ataque da madeira pelas intempéries, pelos insetos e pelos incêndios. 21 Metálicas: A exemplo das pontes de madeira, estas geralmente também são de rápida execução. Em geral os aços empregados na construção de pontes metálicas são de baixa liga. OBSERVAÇÃO: O emprego de aços de alta resistência, além dos fatores de custo, depende diretamente da possibilidade do bom aproveitamento de sua alta resistência mecânica no contexto estrutural do problema a resolver. Pode perfeitamente ocorrer que o aproveitamento da elevada resistência mecânica destes aços seja por imposições construtivas ou de instabilidade. No interesse da limitada fenômenos economia e de uma melhor solução ocorre com frequência o emprego de diferentes graus de resistência numa técnica, aços de mesma ponte e até num mesmo elemento da ponte. 22 As pontes metálicas podem se apresentar em treliça ou em vigas de alma cheia, e as ligações de suas peças podem ser parafusadas, rebitadas ou soldadas. Atualmente utilizam-se parafusos de alta resistência e solda elétrica para executar as ligações entre os diversos elementos que compõem uma ponte metálica, enquanto que os rebites foram praticamente abandonados. As pontes em aço exigem pinturas periódicas e principalmente se as condições atmosféricas forem muito severas. As ligações também devem ser objeto de constante fiscalização, reapertando parafusos, substituindo rebites frouxos ou refazendo falhas nas soldas quando necessário. 23 Mistas: Como o próprio nome diz, as pontes mistas são resultado do emprego em conjunto do concreto e do aço. Estas pontes são obtidas substituindo o tabuleiro metálico por um tabuleiro em concreto, o qual apoia-se sobre um conjunto de vigas metálicas, funcionando solidariamente a estas. Neste tipo de estrutura, a ligação entre as vigas metálicas e a laje de concreto é estabelecida mediante a utilização de conectores metálicos que são soldados na mesa superior das vigas. Estes conectoressão conhecidos conectores de cisalhamento, e tem como como funções principais, absorver os esforços cisalhantes em duas direções e impedir a separação entre a viga metálica e a laje de concreto. 24 Quanto ao tipo de mobilidade dos tramos de pontes, esta mobilidade normalmente destinada a dar passagem sob a mesma de embarcações que navegam as águas do obstáculo transposto, podem se apresentar de diversas formas: 25 Pontes constituídas por vigas principais, secundárias, lajes e pilares com articulação no topo dos mesmos. Atendem a grande maioria dos casos de pontes com pequenos vãos. 1.6) Sistema estrutural: viga reta 26 Uma variante das pontes retas são conhecidas como pontes em pórticos, que através das formas dos pilares ou da ligação com as vigas principais (sem aparelho de apoio), fazem com que o conjunto vigas principais/pilares devem ser analisados como pórticos 27 Um dos sistemas estruturais mais simples, usadas para pequenos vãos de até ~10 m para isostáticas e ~15 m para contínuas. 1.6) Sistema estrutural: Pórtico 28 Outro sistema estrutural muito empregado nas primeiras décadas do século passado (em concreto armado), para vencer vãos maiores para a época, são as pontes em arco; Pelo posicionamento do estrado (estrutura da pista de rolamento), podem ser em estrado superior, intermediário ou inferior; As cargas acidentais do estrado são conduzidas aos arcos através de tirantes ou pilares, e este por sua vez transmite diretamente às fundações. 1.6) Sistema estrutural: Arco 29 1.6) Sistema estrutural: Arco 30 As pontes pênseis são as que permitem vencer os maiores vãos (distância entre duas torres de sustentação), atingindo os 2000 m. 1.6) Sistema estrutural: Pênsil 31 1.6) Sistema estrutural: Pênsil 32 1.6) Sistema estrutural: Estaiada As pontes estaiadas, de desenvolvimento mais recente, tem características semelhantes às pontes penseis, porém a sustentação do estrado é feita por tirantes de aços (estais), diretamente às torres principais, não tendo como elemento intermediário os cabos principais. 33 1.6) Sistema estrutural: Estaiada 34 35 36 Quanto à seção transversal às pontes de concreto podem ser classificadas em laje, vigas e seção celular: 1.7) Seção transversal 37 1.7) Seção transversal CLASSIFICAÇÃO - Posição do tabuleiro Quanto à posição do tabuleiro as pontes se classificam, conforme as figuras abaixo, em: Ponte com tabuleiro superior Ponte com tabuleiro intermediário Ponte com tabuleiro inferior 38 1.8) Comprimento do vão Pontes de concreto: Pontes de pequenos vãos – até 30 metros; Pontes de médios vãos – de 30 a 60 metros; Pontes de grandes vãos – acima de 60 metros. A ponte com maior vão livre é a Ponte Akashi-Kaikyo, no Japão. Possui no total 3.911 metros de extensão, sendo que o vão livre 39 metros, sustentados apenas entre os 2 pilares é de 1.911 por cabos. O vão da ponte possui 65,72 metros de altura, os pilares possuem 282,8 metros. 1.9) Processo construtivo 40 Quanto ao processo de execução, as pontes são aqui classificadas em: Construção com concreto moldado no local; Construção com elementos pré-moldados; Construção com balanços sucessivos; Construção com deslocamentos progressivos; Outros processos de execução. 1.9) Processo construtivo: concreto moldado “in-loco” Construção com concreto moldado no local e com cimbramento fixo. A construção com concreto 41 moldado no local e com fixo é a cimbramento denominação apresentada para o aqui tipo tradicional de execução de concreto armado, e que consiste na concretagem da superestrutura no local, com o emprego de fôrmas apoiadas em cimbramento fixo. 1.9) Processo construtivo: Pré-frabricadas Até a década de 90 a maioria das pontes de concreto eram executadas no local. Com uma maior industrialização, o processo de execução de pontes pré-moldadas tornou-se uma solução bastante empregada. 42 1.9) Processo construtivo: Pré-frabricadas 2020 PONTES DE CONCRETO I 43 1.9) Processo construtivo: Pré-frabricadas 44 A primeira ponte projetada e construída por balanços sucessivos sobre o Rio do Peixe, em Santa Catarina, foi erguida ainda na década de 1930. Na ocasião, o projeto inovador do engenheiro Emílio Baumgart utilizou concreto armado, e o vão central da ponte de 68 m foi o maior do mundo durante vários anos. 45 A figura apresenta as principais etapas de execução de um aponte em balanço sucessivos. Na primeira etapa os pilares são executados com um trecho pequeno da estrutura. Já nas etapa posteriores são executadas aduelas em balanço, a esquerda e a direita do trecho em cima de cada pilar. 46 47 Construção com deslocamentos progressivos - Empurradas A construção com deslocamentos progressivos consiste na execução da ponte em segmentos, em local apropriado junto à cabeceira da ponte; à medida que o concreto de cada segmento vai adquirindo a resistência adequada, a ponte é progressivamente deslocada para o local definitivo, também eliminando ou reduzindo drasticamente o cimbramento. 48 1.9) Processo construtivo: Treliça Lançadeira 49 1.9) Processo construtivo: super-guindastes 50 Superestrutura Mesoestrutura Infraestrutura 2 - ELEMENTOS ESTRUTURAIS Sob o ponto de vista funcional (de análise estrutural), as pontes, em sua maioria, podem ser divididas em três partes principais, para seu estudo e projeto: superestrutura, mesoestrutura e infraestrutura. 51 É o elemento de suporte imediato do estrado, e que constitui a parte útil da obra sob o ponto de vista de sua finalidade. A superestrutura é composta geralmente de lajes e vigas principais e secundárias. Pode-se então, definir que a superestrutura é a parte da ponte que recebe diretamente as cargas de uso normal e funcional, e é constituída pelos seguintes elementos: Pista de rolamento (uso dos veículos); Passeio (destinado aos pedestres); Guarda-corpo (proteção de pedestres em relação ao obstáculo); Guarda-rodas, gradil ou barbacã (elemento de divisão da pista de Rolamento com faixa de uso dos pedestres); Revestimento (pista de rolamento para acabamento); Lajes centrais (entre vigas principais e secundárias); Lajes em balanço (além das vigas principais); Vigas principais ou longarinas (sustentação principal); Vigas secundárias ou transversinas (ligação das principais). 52 É o elemento que recebe as cargas da superestrutura e as transmite à infraestrutura, em conjunto com os esforços recebidos de outras forças solicitantes da ponte, tais como pressões do vento e da água em movimento, ou seja, a mesoestrutura de uma ponte é a parte estrutural intermediária, que recebe as cargas verticais e horizontais da superestrutura e transmite para a infraestrutura. Seus principais componentes são: Aparelho de apoio (controla a transmissão dos esforços produzidos na superestrutura); Pilares (simples ou compostos); Vigas de ligação ou vigas travessas (de simples rigidez a transição); Estruturas de contenção de solo (cortinas). 53 A infraestrutura é a parte da ponte por meio da qual são transmitidos ao terreno de implantação da obra, rocha ou solo, as cargas recebidas da mesoestrutura. Constituem a infraestrutura os blocos, as sapatas, as estacas, os tubulões, etc, assim como as peças de ligação de seus diversos elementos entre si, e destes com a mesoestrutura como, por exemplo, os blocos de cabeça de estacas e vigas de enrijecimentodesses blocos. Fazem parte da infraestrutura: Sapatas ou blocos (fundação superficial); Blocos de coroamento (das estacas e tubulões); Estacas e tubulões (fundações profundas); Vigas de ligação. OBS: Os encontros, considerados por alguns como constituintes da mesoestrutura, e por outros como fazendo parte da infraestrutura, são elementos de características extremamente variáveis, cuja função principal é receber o empuxo dos aterros de acesso e evitar sua transmissão aos demais elementos das pontes. 54 2 - ELEMENTOS ESTRUTURAIS 55 3 - NOMENCLATURA Com relação à seção transversal, conforme mostrado na Figura abaixo, podem aparecer os seguintes elementos: Pista de rolamento – largura disponível para o tráfego normal dos veículos que pode ser subdividida em faixas; Acostamento – largura adicional à pista de rolamento destinada à utilização em casos de emergência pelos veículos; Defensa – elemento de proteção aos veículos, colocado lateralmente ao acostamento. 56 3 - NOMENCLATURA Com relação à seção transversal, conforme mostrado na Figura abaixo, podem aparecer os seguintes elementos: Passeio – largura adicional destinada exclusivamente ao trafego de pedestre; Guarda-roda – elemento destinado a impedir a invasão dos passeios pelos veículos; Guarda corpo – elemento de proteção aos pedestres; 57 Com relação à seção longitudinal, conforme mostrado na Figura abaixo, tem-se as seguintes denominações: 3 - NOMENCLATURA 58 4.1) INTRODUÇÃO O projeto de uma ponte inicia-se, naturalmente, pelo conhecimento de sua finalidade, da qual decorrem os elementos geométricos definidores do estrado, como, por exemplo, a seção transversal e o carregamento a partir do qual será realizado o dimensionamento da estrutura. Além dessas informações, a execução do projeto de uma ponte exige, ainda, levantamentos topográficos, hidrológicos e geotécnicos. Outras informações acessórias, tais como processo construtivo, capacidade técnica das empresas responsáveis pela execução e aspectos econômicos podem influir na escolha do tipo de obra. 4 - CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES PARA O PROJETO DE PONTES 59 4.1) INTRODUÇÃO Com base nessas informações, o projetista elabora um projeto básico, de forma a definir o traçado da ponte, seção transversal, o perfil longitudinal, posicionamento dos apoios, encontros, etc. Merece especial atenção o caso de pontes sobre rios, devido às condições de escoamento de água, riscos de solapamento da fundação e erosão nas cabeceiras. Uma boa parte de problemas das pontes são consequência destes aspectos. 4 - CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES PARA O PROJETO DE PONTES 60 Características do projeto geométrico da via que a ponte vai fazer parte e características geométricas da ponte, tais como: largura de faixas, acostamento, gabaritos de transportes, sob a ponte a serem obedecidos. 61 Largura das pontes rodoviárias Largura de faixas e acostamento fornecida pelos órgãos competentes, como por exemplo, na ponte de laje da figura abaixo está indicada a ordem dos valores utilizados. Gabarito das pontes Denomina-se gabarito o conjunto de espaços livres que deve apresentar o projeto de uma ponte de modo a permitir o escoamento do fluxo. A largura da ponte indicada na figura abaixo é um exemplo de gabarito das pistas de pontes de modo a permitir o fluxo de veículos sobre elas. 62 Gabarito das pontes As pontes localizadas sobre rodovias devem respeitar espaços livres necessários para o tráfego de caminhões sob elas, como ilustrada na figura abaixo. 63 Gabarito das pontes As pontes construídas sobre vias navegáveis também devem atender aos gabaritos de navegação dessas vias. Por exemplo, em vias navegáveis por chatas e rebocadores, é comum prever-se a altura livre de 3,5 m a 5,0 m acima do nível máximo a que pode atingir o curso d’água. Nas pontes construídas sobre rios não navegáveis, adota-se, normalmente, uma altura livre acima do nível máximo d’água de acordo com as recomendações do órgão oficial responsável pela obra. Em geral, a altura livre recomendada é de 1,5 m. 64 Situação em planta indicando construções existentes e o obstáculo a ser transposto, levantamento topográfico em escalas apropriadas, etc. 65 O levantamento topográfico, necessário ao estudo de implantação de uma ponte, deve constar dos seguintes elementos: Planta (em escala de 1:1000 ou 1:2000) e Perfil (em escala horizontal de 1:1000 ou 1:2000 e escala vertical de 1:100 ou 1:200) do trecho da rodovia em que ocorrerá a implantação da obra em uma extensão tal que ultrapasse seus extremos prováveis de, pelo menos, 1000 metros para cada lado. Perfil ao longo do eixo locado na escala de 1:100 ou 1:200 e numa extensão tal que exceda de 50 metros, em cada extremidade, o comprimento provável da obra. Planta do terreno no qual será implantada a ponte, em uma extensão tal que exceda de 50 metros, em cada extremidade, seu comprimento provável e largura de 30 m, desenhada na escala de 1:100 ou 1:200, com curvas de nível de metro em metro, contendo a posição do eixo locado e a indicação de sua esconsidade. Quando se tratar de transposição de curso d’água, seção do rio segundo o eixo locado, na escala 1:100 ou 1:200, com as cotas de fundo do rio em pontos distanciados cerca de 5 metros. 66 No caso de pontes sobre rio, informações sobre o fluxo de água, seção de vazão, níveis máximo da água, altura de lâmina de água, etc. 67 Os elementos hidrológicos recomendados para um projeto conveniente de uma ponte são os seguintes: Cotas de máxima cheia e estiagem observadas com indicação das épocas, frequência e período dessas ocorrências. Dimensões e medidas físicas suficientes para a solução dos problemas de vazão do curso d’água sob a ponte e erosão do leito, quais sejam: área em km quadrado da bacia hidrográfica a montante da obra até a cabeceira; extensão do talvegue em km, desde o eixo da obra até a cabeceira; altura média anual das chuvas, em milímetros; Dimensões e medidas físicas suficientes para a solução dos problemas de vazão do curso d’água sob a ponte e erosão do leito, quais sejam: declividade média do espelho d’água em um trecho próximo da obra, de extensão suficiente para caracterizá-la, bem como indicações concernentes à permeabilidade do solo, existência na bacia hidrográfica de vegetações e retenções evaporativas, aspecto das margens, rugosidade e depressões do leito no local da obra. 68 Os elementos hidrológicos recomendados para um projeto conveniente de uma ponte são os seguintes: Se a região for de baixada ou influenciada por marés, a indicação dos níveis máximo e mínimo das águas, velocidades máximas de fluxo e de refluxo, na superfície, na seção em estudo. Informações sobre obras de arte existentes na bacia, com indicações de comprimento, vazão, tipo de fundação, etc. Notícia sobre serviços de regularização, dragagem, retificações ou proteção das margens. De posse dessas informações, procede-se ao cálculo da cota de máxima cheia que definirá a altura livre e a cota da face superior do tabuleiro da ponte. 69 4.4) Informações hidráulicas / hidrológicas Ponte RFFSA sobre o Rio dos Sinos (PK-14,47) 70 Pontes em Portugal 4.4) Informações hidráulicas / hidrológicas Ponte partiu após choque de balsa com pilar de sustentação. 2020 PONTES DE CONCRETO I 71 4.5) Informações geotécnicas Sondagens e eventualmente, relatórios geológicos, etc. 72 Os elementos geotécnicos necessários à elaboração do projeto de uma ponte são: Relatório de prospecção de geologia aplicada no local de provável implantação da obra, considerando seu esboço estrutural, e realçando peculiaridades geológicas porventura existentes. Relatório de sondagem de reconhecimento do subsolocompreendendo os seguintes elementos: Planta de locação das sondagens, referida ao eixo da via; Descrição do equipamento empregado - peso, altura, etc.; Sondagens de reconhecimento do subsolo, em toda a extensão provável da futura obra de arte; As sondagens devem ser em número suficiente para permitir uma definição precisa quanto a natureza e distribuição das camadas constituintes do subsolo. Devem, ainda, atingir uma profundidade que permita a garantia de não haver, abaixo dela, camadas de menor resistência; Perfis em separado de todas as sondagens, nos quais se indiquem a natureza e a espessura das diversas camadas atravessadas, suas profundidades em relação a uma referência de nível, índices de resistência à penetração e nível d’água. Estudos geotécnicos especiais que permitam a elaboração de projeto do conjunto terreno-aterro-obra de arte, sempre que a estabilidade dos terrenos contíguos à obra possa ser ameaçada pelas solicitações dos aterros de acesso. 73 Informações de interesse construtivo ou econômicos: Condições de acesso, disponibilidade de materiais e serviços, impacto ambiental, agressividade do ambiente, limitações de qualquer natureza, etc. custo e confiabilidade do condições de acesso ao local da obra; procedência dos materiais de construção, transporte; épocas favoráveis para execução dos serviços, considerando os períodos chuvosos e o regime do rio; possível interferência de serviços de terraplanagem ou desmonte de rocha, nas proximidades da obra; condições de obtenção de água potável. 74 As principais normas que devem ser consultadas quando da elaboração de pontes rodoviárias em concreto armado são: NBR 7187 - Projeto e execução de pontes de concreto armado e protendido; NBR 7188 - Carga móvel em ponte rodoviária e passarela de pedestre; NBR 6118 - Projeto e execução de obras de concreto armado e protendido; NBR 8681 - Ações e segurança nas estruturas; NBR 6123 - Força devido ao vento em edificações. Documentos a serem consultados quando da elaboração de pontes rodoviárias em concreto armado são: 75 image4.png image5.jpg image6.jpg image7.jpg image8.jpg image9.jpg image10.png image11.png image12.png image13.png image14.jpg image15.png image16.png image17.jpg image18.png image19.jpg image20.jpg image21.jpg image22.jpg image23.jpg image24.jpg image25.png image26.png image27.png image28.png image29.png image30.png image31.png image32.png image33.png image34.png image35.png image36.png image42.png image37.jpg image38.jpg image39.png image40.png image41.png image1.jpeg image2.png image3.png image44.png image45.jpg image46.png image47.png image43.png image53.png image54.png image48.png image49.png image50.png image51.png image52.png image55.png image56.png image57.png image58.png image59.png image60.png image61.png image62.jpg image63.jpg image64.jpg image65.jpg image67.png image66.png image69.png image70.png image71.jpg image68.png image72.png image73.jpg image74.png image75.png image76.png image77.jpg image83.png image78.jpg image79.jpg image80.png image81.png image82.png image88.png image89.png image84.jpg image85.png image86.png image87.png image91.png image90.jpg image92.jpg image93.jpg image94.jpg image97.png image95.jpg image96.jpg image98.png image99.png image100.png image102.png image101.jpg image103.png image104.jpg image105.png image108.png image106.jpg image107.jpg image110.png image111.png image112.jpg image109.png image114.png image115.png image116.png image117.png image118.png image119.png image120.png image113.png image129.png image130.png image131.png image132.png image133.png image134.png image135.png image136.png image137.png image138.png image121.png image122.png image123.png image124.png image125.png image126.png image127.png image128.png image139.jpg image140.png image141.png image142.png image145.jpg image143.png image144.jpg image146.png image147.png image148.png image149.jpg image154.png image155.png image156.png image157.png image158.png image159.png image160.jpg image150.png image151.png image152.png image153.png image164.png image165.png image161.jpg image162.jpg image163.jpg image166.jpg image167.jpg image168.jpg image171.png image172.jpg image173.png image174.jpg image169.png image170.jpg image177.png image178.png image175.png image176.png image179.jpg image180.png image181.png image182.png image191.png image192.png image193.png image194.jpg image195.jpg image183.png image184.png image185.png image186.png image187.png image188.png image189.png image190.png image197.png image198.jpg image199.jpg image200.jpg image196.png image202.png image203.jpg image201.png image204.png image205.png image206.png image207.png image208.png image209.png image210.png image211.png image212.png image213.png image214.png image215.png image216.jpg image217.png image218.png image219.png image220.png image221.jpg image222.jpg image223.jpg image232.png image233.png image224.png image225.png image226.png image227.png image228.png image229.png image230.png image231.png image234.png image243.png image244.png image235.png image236.jpg image237.png image238.png image239.png image240.png image241.png image242.png image246.png image247.png image245.jpg image248.jpg image249.jpg image250.png image251.png image256.png image252.png image253.jpg image254.png image255.png image257.png image259.jpg image258.jpg image261.png image262.png image263.png image264.png image260.png image265.jpg image266.jpg image267.png image268.png image269.png image270.png image271.png image272.png image276.jpg image273.png image274.png image275.png