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6. Tecido Cartilaginoso

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TECIDO CARTILAGINOSO 
 
 A cartilagem é um tecido conjuntivo de consistência rígida não sendo vascularizado e 
nem suprido com nervos ou vasos linfáticos. Entretanto, suas células recebem nutrição e 
eliminam as escórias a partir dos vasos sangüíneos do pericôndrio, uma membrana formada 
por tecido conjuntivo denso não modelado que reveste quase todas as cartilagens do corpo 
humano. Estas trocas entre o pericôndrio e as células ocorrem por difusão pela matriz 
cartilaginosa. Nas superfícies articulares dos ossos de articulações sinoviais, onde não há 
pericôndrio, as células cartilaginosas recebem nutrição do líquido sinovial que banha as 
superfícies articulares. Como veremos, o pericôndrio participa também do crescimento das 
cartilagens. 
 A matriz extracelular da cartilagem, como acontece no tecido conjuntivo propriamente 
dito, é constituída por substância fundamental e pelas fibras. A substância fundamental da 
cartilagem é também formada por glicosaminoglicanas (GAGs), proteoglicanas e por 
glicoproteínas adesivas. 
As proteoglicanas, como já discutido anteriormente, são moléculas semelhantes à 
escova de lavar tubos, constituídas de uma cadeia central de protéica onde se ligam as GAGs 
formando as cerdas dessas moléculas. A grande quantidade de cargas negativas presentes 
nessas GAGs atrai cátions, predominantemente íons Na+ que, por sua vez, atraem moléculas 
de água. Dessa forma, a matriz da cartilagem torna-se muito hidratada o que faz com que ela 
seja resistente às forças de compressão e atue como um sistema de absorção contra choques 
mecânicos. As glicoproteínas adesivas da cartilagem possuem grande capacidade de realizar 
ligação entre os diferentes componentes da matriz cartilaginosa, capacidade muito maior do 
que as glicoproteínas adesivas encontradas no tecido conjuntivo, resultando em grande ligação 
entre os componentes do tecido cartilaginoso. A grande quantidade de moléculas de água 
encontrada na substância fundamental e essa grande capacidade de ligação das glicoproteínas 
adesivas são fatores que fazem com o tecido cartilaginoso seja mais rígido do que o tecido 
conjuntivo. 
Existem três tipos de cartilagem com base nas fibras que são encontradas na matriz: 
cartilagem hialina, cartilagem elástica e cartilagem fibrosa. A cartilagem hialina contém fibras 
colágenas formadas por colágeno do tipo II, é a mais abundante do corpo e desempenha 
muitas funções descritas adiante. A cartilagem elástica também contém fibras colágenas 
formadas por colágeno do tipo II e grande quantidade de fibras elásticas, dando-lhe mais 
flexibilidade. A cartilagem fibrosa possui fibras colágenas grossas formadas por colágeno tipo 
I, o que permite que ela tenha uma grande resistência à tração. 
 
 
Células Cartilaginosas 
 Três tipos de células estão relacionadas com a cartilagem: células condrogênicas, 
condroblastos e condrócitos. 
 As células condrogênicas estão localizadas no pericôndrio e são células ainda 
indiferenciadas podendo se multiplicar por mitoses e se diferenciar em condroblastos. 
 Os condroblastos são células que sintetizam intensamente a matriz cartilaginosa e 
conforme sintetizam a matriz ficam aprisionados pela própria matriz que eles mesmos 
sintetizaram e neste momento passam a ser chamados de condrócitos. 
 Os condrócitos não possuem grande atividade de síntese de matriz cartilaginosa e 
apenas mantém uma pequena atividade de síntese. Durante o processo de elaboração das 
lâminas histológicas os condrócitos sofrem retração, o que faz com que eles fiquem menores 
do que os espaços por eles ocupados na matriz, e por isso, quando observados na microscopia, 
são referidos como condrócitos no interior de lacunas. Observe na figura a seguir as células 
condrogênicas do pericôndrio, os condroblastos e os condrócitos no interior de lacunas. 
 
 
Regeneração do Tecido Cartilaginoso 
 A regeneração da cartilagem é geralmente ineficiente, exceto em crianças. Durante o 
processo de regeneração, células condrogênicas do pericôndrio penetram na região lesionada 
da cartilagem se diferenciam em condroblastos e formam cartilagem nova. Se a lesão for 
grande, as células formarão tecido conjuntivo denso para reparação da lesão. 
 
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CARTILAGEM HIALINA 
 A cartilagem hialina, uma substância cinza-azulada e semi-transparente é a cartilagem 
mais comum do corpo. Ela está localizada no nariz, na laringe, nos anéis da traquéia e dos 
brônquios oferecendo suporte a estes órgãos. Ocorre também nas extremidades ventrais das 
costelas onde se articulam com o esterno e nas superfícies articulares das articulações 
sinoviais, onde absorve choques e evita desgaste ósseo. Forma o molde para muitos ossos 
durante o desenvolvimento embrionário e constitui os discos epifisários dos ossos longos 
participando de seu crescimento. 
 
Crescimento da Cartilagem Hialina 
 Os condrócitos no interior de lacunas são células que ainda são capazes de se dividir, 
formando um grupo de duas, quatro ou mais células dentro de uma mesma lacuna. Estes 
grupos são conhecidos como grupos isógenos e são formados por divisões celulares de um 
único condrócito original. À medida que as células de um grupo isógeno produzem matriz, elas 
são empurradas para longe umas das outras, formando lacunas separadas, proporcionando o 
crescimento da cartilagem a partir do seu interior. Este tipo de crescimento é chamado 
crescimento intersticial. 
 No outro tipo de crescimento da cartilagem, as células condrogênicas do pericôndrio 
sofrem divisão e se diferenciam em condroblastos, que começam a elaborar a matriz. Dessa 
forma, a cartilagem cresce por adição de células em sua periferia, um processo denominado 
crescimento aposicional. 
 O crescimento intersticial ocorre somente na fase inicial da formação da cartilagem 
hialina. Entretanto, a cartilagem articular, que não possui pericôndrio, cresce somente por 
crescimento intersticial. Este tipo de crescimento também ocorre nos discos epifisários dos 
ossos longos provocando o alongamento do osso. A cartilagem do resto do corpo cresce, 
principalmente, devido ao crescimento aposicional. 
 
Matriz da Cartilagem Hialina 
 A matriz da cartilagem hialina, como já descrito no início, é formada pela substância 
fundamental e pelas fibras. Igualmente ao tecido conjuntivo propriamente dito, a substância 
fundamental da cartilagem hialina é formada por glicosaminoglicanas, proteoglicanas e por 
glicoproteínas adesivas. A principal fibra encontrada na matriz da cartilagem hialina é a fibra 
colágena formada por colágeno do tipo II que não forma fibra de grande espessura e por isto 
não pode ser vista no microscópio óptico. A figura abaixo representa uma cartilagem hialina: 
(P) Pericôndrio, (Cb) Condroblasto, (C) Condrócito, (M) Matriz e (Gi) Grupo isógeno. 
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CARTILAGEM ELÁSTICA 
 A cartilagem elástica está localizada no pavilhão da orelha, nas tubas auditivas externa 
e interna e na epiglote (cartilagem epiglótica). Devido à presença das fibras elásticas, a 
cartilagem elástica não apresenta a transparência da cartilagem hialina. A cartilagem elástica 
possui as mesmas células encontradas na cartilagem hialina, sendo também encontrados os 
grupos isógenos. Por outro lado, a matriz da cartilagem elástica possui grande quantidade de 
fibras elásticas ramificadas, entremeadas com feixes de fibras de colágeno tipo II, que lhe dão 
mais flexibilidade deixando esta cartilagem menos sujeita a processos degenerativos. Os 
condrócitos da cartilagem elástica são mais numerosos e maiores do que os da cartilagem 
hialina. A figura abaixo representa uma cartilagem elástica: (Fe) Fibras elásticas, (Gi) Grupo 
isógeno e (C) Condrócito 
 
 
 
 
FIBROCARTILAGEM 
 A fibrocartilagem (ou cartilagem fibrosa) é encontrada nos discos intervertebrais, na 
sínfise púbica, nos discos articulares e nos meniscos. A fibrocartilagemapresenta feixes de 
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colágeno tipo I que formam fibras visíveis na microscopia óptica. Os condrócitos estão 
frequentemente alinhados em fileiras paralelas e geralmente se originam de fibroblastos. À 
medida que a substância fundamental rodeia o fibroblasto, a célula fica aprisionada na sua 
própria matriz e se diferencia em condrócito. Os discos intervertebrais, por exemplo, 
localizados entre os corpos das vértebras, funcionam como coxins lubrificados que previnem o 
desgaste das vértebras durante os movimentos da coluna vertebral. A ruptura desta 
fibrocartilagem provoca o achatamento do disco, comprimindo nervos, o que produz fortes 
dores e distúrbios neurológicos. A figura a seguir representa uma cartilagem fibrosa: (CF) 
Fibra colágena e (Cc) Condrócitos.

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