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GESTÃO DAS ÁGUAS UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL Ciências do Ambiente – 1703103 Turma 01 – Quinta 09:00 às 12:00 Prof. Leonardo Vieira Soares USO f (QUALIDADE) “Para cada uso que se faça, ou se pretenda fazer, de um corpo hídrico (rio, lago etc), é, ou será, necessária uma qualidade de água específica.” Leis Padrões de Qualidade e Enquadramento ou Classificação dos Corpos Hídricos PADRÕES DE QUALIDADE DA ÁGUA • São teores máximos de impurezas permitidos na água, em função de seu uso; • Estes valores são fixados pelas entidades públicas para garantir que a água a ser utilizada para determinado fim não contenham impurezas que venham a prejudicá-lo; • Assim, os padrões de potabilidade (água destinada ao abastecimento humano) são diferentes dos de balneabilidade (águas para fins de recreação), os quais por sua vez não são iguais aos estabelecidos para irrigação, para indústria (que varia de acordo com o seu tipo) etc; • Uma forma de definir a qualidade das águas dos corpos hídricos (mananciais) é enquadrá-los em classes, em função dos usos propostos para os mesmos, estabelecendo-se critérios ou condições a serem atendidos. CLASSIFICAÇÃO DA ÁGUA • As águas são classificadas em classes, definindo-se, para cada uma, os usos a que se destina e os requisitos e padrões a serem atendidos. • No Brasil, os corpos d’água são classificados por norma federal ou estaduais, dependendo do domínio sobre o corpo d’água. Caso existam normas estaduais de classificação, estas deverão ser, no mínimo, equivalentes à norma federal. • À nível federal, a última classificação das águas foi definida pela Resolução no 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), em substituição a resolução no 20 de 1986. Esta estabeleceu 13 classes em função da salinidade e do uso: 5 (Especial, 1, 2, 3 e 4) para águas doces (salinidade < 0,5%o). 4 (Especial, 1, 2 e 3) para águas salinas (0,5%o < salinidade < 30%o). 4 (Especial, 1, 2 e 3) para águas salgadas (salinidade > 30%o). CLASSIFICAÇÃO DA ÁGUA DOCE (CONAMA no 357/2005) CLASSE USOS Especial • abastecimento para consumo humano, com desinfecção; • preservação do equilíbrio natural das comunidades aquática; ... Classe 1 • abastecimento para consumo humano, após tratamento simplificado; • recreação de contato primário; • irrigação de hortaliças e frutas que são consumidas cruas; ... Classe 2 • abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional; • aqüicultura e atividades de pesca; ... Classe 3 • abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional ou avançado; • recreação de contato secundário; ... Classe 4 • navegação e harmonia paisagística. ÁGUA/ CLASSE OD (mg/L) DBO (mg/L) Coliformes N/100 mL Á g u as D o ce Classe 1 ≥ 6,0 até 3,0 ≤ 200 Classe 2 ≥ 5,0 até 5,0 ≤ 1.000 Classe 3 ≥ 4,0 até 10,0 ≤ 4.000 Classe 4 ≥ 2,0 - - Á g u as S al o b ra s Classe 1 ≥ 6,0 - ≤ 1.000 Classe 2 ≥ 5,0 - ≤ 2.5000 Classe 3 ≥ 4,0 - ≤ 4.000 Á g u as S al in a Classe 1 ≥ 5,0 - ≤ 1.000 Classe 2 ≥ 4,0 - ≤ 2.5000 Classe 3 ≥ 3,0 - ≤ 4.000 CLASSIFICAÇÃO DA ÁGUA DOCE (CONAMA no 357/2005) PADRÕES DE LANÇAMENTO (Art.34 do CONAMA 357/2005) “Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados, direta ou indiretamente, nos corpos de água desde que obedeçam as condições e padrões previstos neste artigo, resguardadas outras exigências cabíveis:” § 1o O efluente não deverá causar ou possuir potencial para causar efeitos tóxicos aos organismos aquáticos no corpo receptor, de acordo com os critérios de toxicidade estabelecidos pelo órgão ambiental competente. § 4o Condições de lançamento de efluentes: I - pH entre 5 a 9; II – temperatura inferior a 40oC; III - materiais sedimentáveis até 1 mL/L; ... VI - ausência de materiais flutuantes. § 5o Padrões de lançamento de efluentes: “TABELA X - LANÇAMENTO DE EFLUENTES PADRÕES”. OBSERVAÇÕES: • O enquadramento (classificação) dos corpos de água deve estar baseado não necessariamente no seu estado atual, mas nos níveis de qualidade que deveriam possuir para atender às necessidades da comunidade (usos). • Art. 42: “Enquanto não aprovados os respectivos enquadramentos, as águas doces serão consideradas classe 2, as salinas e salobras classe 1, exceto se as condições de qualidade atuais forem melhores, o que determinará a aplicação da classe mais rigorosa correspondente.” • Cabe aos órgãos ambientais dos estados, territórios e Distrito Federal efetuar, não só o enquadramento dos corpos de água no âmbito das classes preconizadas pela Resolução CONAMA no 357/05, como exercer atividade orientadora, fiscalizadora e punitiva junto às fontes de poluição que possam alterar os valores dos padrões de qualidade das águas da classe estabelecida para o corpo d’água receptor. MEDIDAS DE CONTROLE DA POLUIÇÃO HÍDRICA • O controle de poluição das águas pode compreender ações de caráter corretivo ou preventivo; • As ações corretivas visam a eliminar ou a reduzir a carga poluidora existente, através de medidas, como por exemplo: regularização da vazão de um rio, aumento da turbulência, implantação de sistema de coleta, transporte e tratamento de esgotos; • As ações preventivas objetivam evitar que o problema de poluição hídrica ocorra, devendo ser adotadas antes do início de determinada atividade, como por exemplo: execução de sistemas de coleta, transporte e tratamento de esgotos domésticos e industriais, previamente ao funcionamento de uma indústria ou de outra ação poluidora, levantamento sanitário, aplicação de uma legislação eficaz etc. TRATAMENTO DE ÁGUA • Processo necessário para alterar as características da água bruta (estado “natural” no rio, lago, ou qualquer outro manancial), tornando-a compatível com as exigências do consumidor e da saúde pública (Portaria no 518 de 2004 do Ministério da Saúde). • Deve ser realizado para atender uma série de finalidades: a)Higiênicas: remoção de bactérias, protozoários, vírus e outros microrganismos, de substâncias tóxicas ou nocivas, redução do excesso de impurezas e de teores elevados de compostos orgânicos. b)Estéticas: correção de turbidez, cor, odor e sabor. c)Econômicas: redução de corrosividade, dureza, cor, ferro etc. • Principais processos utilizados no tratamento de água. Eles quase nunca são utilizados isoladamente, é frequente a associação entre eles: Sedimentação ou decantação, coagulação/floculação, filtração, desinfecção, remoção de dureza, remoção de ferro e manganês, controle de corrosão, fluoretação etc. ESQUEMA DE UMA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO E DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA Por que tratar os esgotos? Remoção de matéria orgânica Remoção de microrganismos patogênicos. Remoção de nutrientes Remoção de sólidos em suspensão TRATAMENTO DE ESGOTOS • Objetivo: Remover as impurezas físicas, químicas e biológicas, principalmente os organismos patogênicos. • Classificação quanto ao nível de tratamento: TRATAMENTO PRELIMINAR TRATAMENTO SECUNDÁRIO TRATAMENTO PRIMÁRIO TRATAMENTO TERCIÁRIO OU PÓS- TRATAMENTO TRATAMENTO DE ESGOTOS CAIXA DE AREIA • O esgoto é sujeito aos processos de separação dos sólidos mais grosseiros (sólidos suspensos: trapos, escovas de dente, tocos de cigarro e excretas) e os sólidos sedimentáveis como areia gordura. GRADEAMENTO TRATAMENTO PRELIMINAR• Objetiva remover material em suspensão, não grosseiro, que flutue ou sedimente; • Remove parte da matéria orgânica (30 a 40%). DECANTADOR CAIXA DE GORDURA FLOTAÇÃO – INJEÇÃO DE AR TRATAMENTO PRIMÁRIO • Após tratamento primário, o esgoto contém sólidos dissolvidos e sólidos suspensos finos (muito leves) que não sedimentaram; • Para remover essas partículas utilizam-se microrganismos que se alimentam dessa matéria orgânica suspensa ou solúvel (decomposição aeróbia ou anaeróbia); • Os microrganismos mais importantes para o tratamento dos esgotos são as bactérias; • Fornecer condições para que as bactérias sobrevivam e utilizem o esgoto da forma mais eficiente possível; • Principais tecnologias: lagoas de estabilização, sistema de lodos ativados e suas variantes, reatores UASB etc. TRATAMENTO SECUNDÁRIO Lagoa de Estabilização ETE da cidade de Lins – SP. Lodos Ativados • Empregado para a obtenção de um efluente final de alta qualidade ou quando é necessária a remoção de substâncias específicas do efluente líquido (usualmente tóxicos ou compostos não biodegradáveis). • Exemplos: • cloração; • remoção de nutrientes; • absorção em carvão ativado; • filtração em areia; • resinas trocadoras de íons; • osmose reversa; • eletrodiálise. TRATAMENTO TERCIÁRIO • CAPÍTULO 11 de Araújo, Selma Maria de. Introdução às Ciências do Ambiente para Engenharia. Universidade Federal da Paraíba, Centro de Ciências e Tecnologia, Departamento de Engenharia Civil. Apostila. 1997. 168 p. • CAPÍTULO 8 de Braga, B. P. F., Hespanhol, I., Conejo, J. G. L., Mierzwa, J. C., Barros, M. T. L. de, Spencer, M., Porto, M., Nucci, N., Juliano, N., Eiger, S. Introdução à Engenharia Ambiental. 2ª Edição. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. 318 p. • BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução no 357 de 2005. • BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria no 518 de 2004. • Vídeos: http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM656527-7823- PLANETA+AGUA+POLUICAO,00.html http://globonews.globo.com/Jornalismo/GN/0,,MUL1331605-17665-304,00.html BIBLIOGRAFIA
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