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UNIDADE IV – ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
CAPÍTULO 6 
FORMAS DE GOVERNO
1 Sentido da forma de governo na organização do Estado. 2 Aristóteles. 3 Maquiavel. 4 Montesquieu. 5 Diferenças marcantes entre monarquia e república. Referências bibliográficas. 
1 Sentido da forma de governo na organização do Estado
Por forma de governo se investigam as diferentes maneiras de organização e funcionamento do poder político estatal.
São três os principais critérios segundo os quais se avaliam essas maneiras de organização e funcionamento do poder: o do número de governantes; o do grau de concentração ou desconcentração das funções (“poderes”) nos órgãos de poder; e dos princípios que animam as práticas governativas.�
Os principais referenciais teóricos na matéria são: Aristóteles, Cícero e Políbio (Antiguidade); Maquiavel e Montesquieu (Modernidade).
2 Aristóteles
Aristóteles adotava dois critérios para diferenciar e classificar as formas de governo: o do número de governantes e o da justiça (isto é, da finalidade ou interesse que orientava o governo).
Com base no número de governantes, identificava três formas de governo: 
(i) a monarquia (realeza), em que um só governa;
(ii) a aristocracia, em que apenas alguns (os melhores) governam;
(iii) a politéia (democracia, segundo algumas traduções), em que o povo como um todo governa. 
Todas essas seriam formas puras de governo, em que o(s) governante(s) age(m) em perseguição a uma finalidade de interesse público (ou de bem comum). Assim, tanto na monarquia, como na aristocracia e na politéia, todos governam no interesse de todos, isto é, no interesse da polis, em busca do bem comum. 
Aristóteles considerava, no entanto, que estas formas puras de governo poderiam degenerar em formas impuras, se o(s) exercente(s) do poder passasse(m) a governar em atenção a finalidades de interesse particular, em detrimento do interesse público. Com base no mesmo critério do número de governantes, essas formas impuras de governo poderiam ser assim classificadas:
(i) a tirania, quando um só governa em atenção aos seus interesses particulares;
(ii) a oligarquia, quando alguns poucos (os melhores) governam em atenção aos interesses particulares seus ou de seu grupo;
(iii) a democracia (demagogia, segundo algumas traduções), quando o povo governa em atenção aos interesses (irracionais) da maioria.�
3 Maquiavel
Já na modernidade, Maquiavel estabeleceu uma classificação em termos dualistas:
(i) principado (monarquia), em que o poder é exercido singularmente;
(ii) república, em que o poder é exercido coletivamente: 
(a) por alguns, caso em que se tem um governo aristocrático; ou
(b) por muitos, caso em que se tem um governo democrático.�
Em vista de sua concepção cíclica do tempo, Maquiavel desenvolve uma teoria dos ciclos de governo – à semelhança da teoria da degenerescência exposta por Platão e adotada por Políbio.
Tudo começa com a anarquia, a exigir a escolha de um homem (o mais forte, depois o mais sábio ou o mais justo) para governar em favor do bem da coletividade; esta forma de governo de um só (monarquia) com o tempo passa de eletiva para hereditária e logo os monarcas sucessores passam a abusar do poder, degenerando em tirania; ao que um grupo de homens, ricos e valorosos, instaura um governo aristocrático, novamente dirigido ao bem comum; mas seus sucessores esquecem da nocividade da tirania e passam a governar orientados por caprichos pessoais, degenerando em oligarquia; o povo então, cansado dos abusos da oligarquia, e temeroso de retornar à tirania de um só, institui um governo democrático, governando por si próprio em benefício do interesse comum; mas o próprio governo democrático com o tempo se degenera quando a maioria passa a agir em favor de seus próprios interesses, e não em favor do interesse público ou do bem comum.�
4 Montesquieu
Montesquieu retorna a uma classificação ternária e, além da natureza do governo, relacionada ao número de governantes, acrescenta princípios relacionados a virtudes específicas de cada forma de governo.�
As formas de governo seriam, para ele, as seguintes:
(i) monarquia, cuja natureza é ser governada por apenas uma pessoa sob leis fixas pré-estabelecidas, tem por princípio a honra, o amor às instituições, o culto aos privilégios e às distinções;�
(ii) república, que pode ser: 
(a) aristocrática, cuja natureza é ser governada por poucos, tendo por princípio a moderação dos governantes;� ou
(b) democrática, cuja natureza é ser governada pelo povo, tendo por princípio a virtude do amor à pátria, da igualdade, do cumprimento dos deveres cívicos.�
(iii) despotismo, cuja natureza reside em governar em completa ignorância ou transgressão das leis, tendo por princípio o medo.�
5 Diferenças marcantes entre monarquia e república
Atualmente, são consideradas como formas de governo a monarquia e a república.
A monarquia foi a forma de governo predominante nos Estados ocidentais do período inicial da modernidade política. Teve três períodos:
(a) das monarquias “absolutistas”, quando do advento do Estado territorial, em que os monarcas exerciam uma ingerência sobre todas as funções do Estado;
(b) das monarquias limitadas (ou monarquias constitucionais), quando do advento do Estado-nação, em que os monarcas exerciam apenas o poder executivo, estando limitados pelas determinações do Parlamento; e
(c) atualmente, das monarquias parlamentaristas, quando do advento do sistema parlamentar de governo, em que os monarcas apenas exercem a função de representação internacional do Estado (Chefe de Estado), sendo o governo exercido por um primeiro ministro (Chefe de Governo).�
São características da monarquia:
(a) vitaliciedade: o monarca não tem mandato; governa enquanto viver;
(b) hereditariedade: a escolha do sucessor se faz pela linha de sucessão;
(c) irresponsabilidade: não pode ser responsabilizado politicamente.�
São características da república:
(a) temporariedade: o Chefe de Estado e/ou Chefe de Governo exerce o governo através de mandato com tempo certo;
(b) eletividade: a escolha do sucessor se faz pela vontade popular;
(c) responsabilidade: o Chefe de Estado e/ou Chefe de Governo pode ser responsabilizado politicamente pelos seus atos (accountability).�
Referências bibliográficas
ARISTÓTELES. A Política. Tradução de Roberto Leal Ferreira. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
BOBBIO, Norberto. A Teoria das Formas de Governo. 10 ed. Brasília: UNB, 1976.
BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. 10 ed. São Paulo: Malheiros, 2003.
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. 29 ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
MACHIAVELLI, Niccolò. O Príncipe. Tradução de Maria Júlia Goldwasser; revisão da tradução de Zelia de Almeida Cardoso. 3 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
STRECK, Lênio Luiz; MORAES, José Luis Bolzan de. Ciência Política e Teoria do Estado. 7 ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2010.
� 	Cf. BONAVIDES, Paulo. Ciência Política, p. 192.
� 	Cf. ARISTÓTELES. A Política, p. 105 et seq. Na versão consultada, Roberto Leal Ferreira traduz chama de república à forma pura em que todos governam em favor do bem comum ou do interesse público, e de democracia à forma impura correspondente. (Ibidem, p. 106) 
� 	Cf. MAQUIAVEL. O Príncipe, p. 3.
� 	Cf. DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado, p. 226.
� 	“A natureza do governo se exprime naquilo que faz com ele seja o que é. O princípio de governo, por sua vez, vem a ser aquilo que o faz atuar, que anima e excita o exercício do poder: as paixões humanas, por exemplo.” (BONAVIDES, Paulo. Ciência Política, p. 195)
� 	“A organização política da monarquia toma por traço característico a presença de poderes ou corpos intermediários na sociedade. Essas organizações privilegiadas e hereditárias são o clero, a justiça e a nobreza, que atuam em presença do trono como poderes subordinados e dependentes.” (BONAVIDES, Paulo. Ciência Política, pp. 195/196)
� 	Cf. BONAVIDES,Paulo. Ciência Política, p. 195.
� 	Cf. BONAVIDES, Paulo. Ciência Política, p. 195.
� 	Cf. BONAVIDES, Paulo. Ciência Política, p. 196
� 	Daí o dito de que “o rei reina, mas não governa”.
� 	STRECK, Lênio Luiz; MORAES, José Luis Bolzan de. Ciência Política e Teoria do Estado, p. 175.
� 	STRECK, Lênio Luiz; MORAES, José Luis Bolzan de. Ciência Política e Teoria do Estado, p. 175.

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