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Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
1 
 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
2 
Anderson Lincoln Vital da Silva 
Abdoral Cardoso Santos Junior 
(Organizadores) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1ª Edição 
 
 
 
 
Belo Horizonte 
Poisson 
2021 
 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
3 
Editor Chefe: Dr. Darly Fernando Andrade 
 
Conselho Editorial 
Dr. Antônio Artur de Souza – Universidade Federal de Minas Gerais 
Msc. Davilson Eduardo Andrade 
Dra. Elizângela de Jesus Oliveira – Universidade Federal do Amazonas 
Msc. Fabiane dos Santos 
Dr. José Eduardo Ferreira Lopes – Universidade Federal de Uberlândia 
Dr. Otaviano Francisco Neves – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais 
Dr. Luiz Cláudio de Lima – Universidade FUMEC 
Dr. Nelson Ferreira Filho – Faculdades Kennedy 
Msc. Valdiney Alves de Oliveira – Universidade Federal de Uberlândia 
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
T674 
Tópicos Especiais em Educação / Organização: Anderson Lincoln Vital da 
 Silva, Abdoral Cardoso Santos Junior – Belo Horizonte– MG: 
 Poisson,2021 
 
 Formato: PDF 
 ISBN: 978-65-5866-081-1 
 DOI: 10.36229/ 978-65-5866-081-1 
 
 Modo de acesso: World Wide Web 
 Inclui bibliografia 
 
 1.História 2.Educação I. GONÇALVES, Maria Célia da Silva II.JESUS, 
 Bruna Guzman. III.Título 
 
CDD-370 
Sônia Márcia Soares de Moura – CRB 6/1896 
 
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de 
responsabilidade exclusiva dos seus respectivos autores 
 
 
O conteúdo deste livro está licenciado sob a Licença de Atribuição Creative 
Commons 4.0. 
Com ela é permitido compartilhar o livro, devendo ser dado o devido 
crédito, não podendo ser utilizado para fins comerciais e nem ser alterada. 
 
www.poisson.com.br 
contato@poisson.com.br 
http://www.poisson.com.br/
mailto:contato@poisson.com.br
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
4 
Sobre os Organizadores 
 
ANDERSON LINCOLN VITAL DA SILVA 
Advogado. Doutorando em Educação pela ULBRA. Mestre em Ciências do Ambiente e 
Sustentabilidade na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas. Graduado em 
Direito pelo Centro Universitário Luterano de Manaus e Bacharel em Ciências Sociais 
pela Universidade Federal do Amazonas. Especialista em Direito Tributário pela 
Faculdade Metropolitana de Manaus -FAMETRO. Professor da Universidade Federal do 
Amazonas -UFAM. 
 
ABDORAL CARDOSO SANTOS JÚNIOR 
Cursando Mestrado Acadêmico em Educação pela Universidade Luterana do Brasil - 
ULBRA (2020-2021). Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Estadual Vale 
do Acaraú - UVA (2016) e Licenciatura em Magistério das Séries Iniciais do Ensino 
Fundamental pela Universidade Estadual do Maranhão - UEMA (2010). Possui também 
Especialização em Psicopedagogia Institucional pelo Instituto de Ensino Superior 
Franciscano - IESF (2010), Especialização em Docência do Ensino Superior pelo Instituto 
de Ensino Superior Franciscano - IESF (2013) e Especialização em Supervisão Gestão e 
Planejamento Educacional pelo Instituto de Ensino Superior Franciscano - IESF (2013). 
Atualmente é Professor de Educação Básica pela Secretaria Municipal de Educação de 
Cachoeira Grande - MA. Professor e Tutor do Curso de Pedagogia EAD da Faculdade do 
Maranhão - FACAM (Sem vínculo empregatício) e Professor dos Cursos de 
Especialização do Instituto de Ensino Superior Franciscano - IESF (Sem vínculo 
empregatício). Tem experiência na área de Educação desde 2005. Iniciou em 2021 o 
vínculo de Bolsista da CAPES/UAB/IFMA na função de Coordenador de Tutoria dos 
Tutores dos Cursos de Graduação e Pós-Graduação do IFMA no Estado do Maranhão. 
 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
5 
Apresentação 
 
 A nova coleção Tópicos Especiais em Educação tem por objetivo apresentar 
artigos e trabalhos de conclusão de curso, oriundos dos mais diversos programas de 
especialização na área da Educação. Nesta primeira edição, estão contemplados cinco 
artigos relacionados a um conjunto de preocupações de pesquisadores sobre temas 
contemporâneos na educação básica e, principalmente, a pública. 
 No primeiro capítulo, o artigo intitulado A importância da educação ambiental no 
âmbito escolar destaca a busca por argumentos que evidenciam a Educação Ambiental, 
especialmente, a desenvolvida no âmbito escolar, como um importante instrumento de 
formação de novos valores e atitudes frente às questões ambientais. 
 O capítulo segundo Evasão escolar na educação básica retrata as causas, 
consequências e propostas de melhoria para diminuir o índice da evasão nas redes de 
ensino, evidenciando os fatores internos e externos de suas origens. 
 O artigo intitulado A importância do planejamento na perspectiva da leitura e 
escrita compõe o capítulo terceiro desta obra. Este trabalho apoia-se na metodologia da 
pesquisa bibliográfica, tendo o propósito de evidenciar a importância do planejamento 
na perspectiva da leitura e da escrita, uma vez que essas habilidades necessárias para o 
desenvolvimento cognitivo, intelectual do aluno dentro do processo de ensino e 
aprendizagem. 
 A Gestão democrática na escola pública é o tema do quarto capítulo desta obra, 
apoiando-se no uso da pesquisa bibliográfica com o objetivo de analisar os diversos 
conceitos da gestão democrática na escola pública numa perspectiva crítica e de como 
essa gestão vem sendo conduzida até os dias atuais. 
 Por fim, no quinto capítulo, o artigo intitulado A participação da comunidade na 
gestão democrática da escola: Uma relação de desafio tem como foco realizar um estudo 
sobre uma gestão democrática e a participação da comunidade escolar na construção de 
uma educação de melhor qualidade. Esse estudo revela-nos o quanto a parceria, a gestão 
democrática e a comunidade escolar só vem a somar para a melhoria e para o bom 
funcionamento do ambiente escolar. 
 
Anderson Lincoln Vital da Silva 
 
 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
6 
Sumário 
Capítulo 1: A importância da educação ambiental no âmbito escolar ............................. 07 
Lidiane dos Santos Lisboa, Talita Silva da Costa Silva, Gercilene Viana Soeiro, Andrelino 
Vidal Souza Filho, Abdoral Cardoso Santos Júnior 
DOI: 10.36229/978-65-5866-081-1.CAP.01 
Capítulo 2: Evasão escolar na educação básica ......................................................................... 22 
Maria Carolina Silva Nascimento, Maria José dos Santos Nascimento, Nelma de Cassia 
Barbosa Souza, Abdoral Cardoso Santos Júnior 
DOI: 10.36229/978-65-5866-081-1.CAP.02 
Capítulo 3: A importância do planejamento na perspectiva da leitura e escrita ......... 35 
Rita de Cássia Alves Carvalho, Elisandra Teixeira Gomes, Ildene Carvalho Marques, José 
Carlos Carvalho de Oliveira, Abdoral Cardoso Santos Júnior 
DOI: 10.36229/978-65-5866-081-1.CAP.03 
Capítulo 4: Gestão democrática na escola pública ................................................................... 51 
Roseany Teixeira de Sousa Conceição, Raimunda Oliveira dos Reis, José da Cruz Costa 
dos Santos, Abdoral Cardoso Santos Júnior 
DOI: 10.36229/978-65-5866-081-1.CAP.04 
Capítulo 5: A participação da comunidade na gestão democrática da escola: Uma relação 
de desafio ................................................................................................................................................... 66 
Reinaldo Batista Diniz do Carmo, Daniela Fernanda Mendes da Silva, Elisângela Pereira 
de Souza, Abdoral Cardoso Santos Júnior 
DOI: 10.36229/978-65-5866-081-1.CAP.05 
 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
7 
 
Capítulo 1 
A importância da educação ambiental no âmbito 
escolar 
 
Lidiane dos Santos Lisboa 
1
 
Talita Silva da Costa Silva 
2
 
Gercilene Viana Soeiro 
3
 
Andrelino Vidal Souza Filho 
4
 
Abdoral CardosoAraújo. Evasão escolar: um estudo para além dos muros 
escolares. UFPB. 
 
FERREIRA, Luís Antônio Miguel – Juiz de direito da infância e adolescência, Promotor 
de Justiça/SP. 
 
Instituto a vez do mestre. Universidade Candido Mendes. Pós-graduação “lato sensu”. 
MARTINS, Ângela Maria F. de Jesus, MELO, Ferdinando Santos de. O papel da gestão 
democrática frente a evasão escolar na educação de jovens e adultos. 
 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
34 
LAIBIDA, Vera Lucia Bortoletto. PRYJMA, Marielda Ferreira. Os desafios da escola 
pública paranaense na perspectiva do professor PDE 2013. Evasão escolar na 
Educação de jovens e adultos (EJA): professores voltados na permanência do aluno na 
escola. 
MESQUITA, Shirley. Evasão escolar: um estudo para além dos muros escolares. 
UFPB. 
 
SANTOS, Ilza Paula Suares. A evasão escolar na EJA. Faculdade Cidade de Coromandel 
(FCC). 
SEIGARRO, Vilma Terezinha. A Problemática da evasão escolar nas series iniciais do 
ensino fundamental. Niterói, 2006. 
 
SILVA, Eliana Maria da Nobrega. SANTOS, José Ozildo dos. Evasão escolar: um 
problema, várias causas. 
 
SILVA, Wander Augusto. Evasão Escolar no ensino Médio no Brasil. 
 
SOUSA, Antônia de Abreu, etal. Evasão escolar no ensino médio: velhos ou novos 
dilemas? 
 
__ https://blog.lyceum.com.br – acesso em 04/05/2020. 
 
__ https://portalcorreio.com.br>pesquisa-mostra-indice--de-evasão-e-reprovação-
escolar-no-Brasil. Acesso em: 04/05/2020. 
 
__ https://www.imirante.com-pesquisa-mostra-indice-da-evasão. Acesso em 
04/05/2020. 
 
__ https://portal.inep.gov.br. Censo escolar 2018. Acesso em 17/03/2020. 
 
__ http://agenciabrasil.ebc.com.br/educação/noticia/2016-03/censo-escolar-3-milhoes-
de-alunos-entre-4-e-17-anos-está-fora-da-escola 
 
 
 
https://blog.lyceum.com.br/
https://www.imirante.com-pesquisa-mostra-indice-da-evasão/
https://portal.inep.gov.br/
http://agenciabrasil.ebc.com.br/educação/noticia/2016-03/censo-escolar-3-milhoes-de-alunos-entre-4-e-17-anos-está-fora-da-escola
http://agenciabrasil.ebc.com.br/educação/noticia/2016-03/censo-escolar-3-milhoes-de-alunos-entre-4-e-17-anos-está-fora-da-escola
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
35 
Capítulo 3 
A importância do planejamento na perspectiva da 
leitura e escrita 
 
Rita de Cássia Alves Carvalho 10 
Elisandra Teixeira Gomes 11 
Ildene Carvalho Marques 12 
José Carlos Carvalho de Oliveira 13 
Abdoral Cardoso Santos Júnior 14 
 
Resumo: O artigo, ora apresentado, utiliza-se da pesquisa bibliográfica, tendo o 
propósito de tratar da importância do planejamento na perspectiva da leitura e da 
escrita, uma vez que estas habilidades são de extrema importância para o 
desenvolvimento cognitivo, intelectual do aluno. Dentro do que é proposto faz-se uma 
reflexão acerca da necessidade da organização do processo de ensino e aprendizagem, 
pressupondo que o ato do planejamento norteia a ação-reflexão, permitindo uma 
visibilidade acerca dos pontos, onde existe uma deficiência a ser tratada. Deve-se 
ressaltar que a leitura e a escrita, numa visão mais ampla, permite a socialização do 
indivíduo, fazendo-o enxergar o quão necessário é a sua função e atuação social. Nesse 
sentido, todo processo de formação do homem precisa estar sistematizado, orquestrado, 
fundamentado em princípios necessários à sua formação. Desse modo, não se pode 
anular a eficiência do planejamento, tendo em vista que, este nos permite projeções, que 
de acordo com o nível e a etapa, serão desenvolvidos sob a direção do planejamento que 
viabiliza e projeta um processo de leitura e escrita que, de fato, formem para a vida. 
 
Palavras-chave: Alfabetização. Escrita. Leitura. Planejamento. 
 
 
10 Graduada em Pedagogia pela Universidade do Vale dos Sinos - UNISINO e Po s -graduanda em Supervisa o, Gesta o e Planejamento Educacional pelo IESF 
11 Graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual Vale do Acarau – UVA e Po s -graduanda em Supervisa o, Gesta o e Planejamento Educacional pelo IESF; 
12 Graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual Vale do Acarau – UVA e Po s -graduanda em Supervisa o, Gesta o e Planejamento Educacional pelo IESF 
13 Graduado em Filosofia pela Faculdade Evange lica Meio Norte – FAEME e Po s-graduando em Supervisa o, Gesta o e Planejamento Educacional pelo IESF. 
14 Orientador - Mestrando em Educaça o pela Universidade Luterana do Brasil - ULBRA. Especialista em Psicopedagogia Institucional, em Doce ncia do Ensino Superior e em Supervisa o, Gesta o e Planejamento Educacional pelo Instituto de Ensino Superior Franciscano - IESF. Graduado em Pedagogia pela Universidade Estadual Vale do Acarau – UVA e em Magiste rio Superior pela Universidade Estadual do Maranha o – UEMA. 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
36 
1. INTRODUÇÃO 
A construção da leitura e da escrita ocorre em longo prazo, sendo um 
processo que se dá por etapas, que devem ser respeitadas a fim de que o objetivo final e 
consolidação do mesmo possam atingir o propósito formador, no que trata da sua função 
social, preparando o homem para uma vida em sociedade, capacitando-o para atuar e 
promover melhorias que priorizem a todos, elevando e apurando o seu grau de 
discernimento, criticidade e justiça. 
A inserção da criança dentro do ambiente escolar perpassa pela consecução 
dos processos de leitura e escrita. Haja vista que já existe um tipo de leitura e escrita 
formada, trazida do seu contexto familiar, e das influências sociais que cercam essa 
criança. Desse modo, deve-se analisar os aspectos cognitivos, emocionais, culturais, 
religiosos, financeiros, emocionais e psicológicos a que o aluno está condicionando, para 
que os procedimentos, metodologias, recursos e estratégias, possam viabilizar um 
processo de alfabetização capaz de desenvolver hábitos produtivo e eficientes de 
aprendizagem da leitura e da escrita, pois este se faz obrigatório para o progresso e 
aquisição de ambos os processos. 
Entender e colocar em prática a essencialidade do processo, para que tais 
aspectos cognitivos, com toda sua complexidade, possam produzir resultados efetivos à 
quem passa pelo processo de alfabetização, requer do mediador um nível de 
sensibilidade e perspicácia elevados, pois em uma sala de aula mista, com alunos de 
contextos diferentes e particularidades bem especificas, a individualidade não pode se 
sobrepor à coletividade, porém existem casos embaraçosos que precisam ser tratados 
isoladamente, ou seja, as crianças precisam se sentir acolhidas, respeitadas, amadas, 
compreendidas para que se envolvam com o processo de alfabetização, despertando 
assim o desejo em aprender e o amor pelo conhecimento do novo. 
Dentro da sala de aula, a leitura não pode se limitar à transposição de 
informações, pois o hábito da leitura deve ser praticado constantemente e entendido 
como um canal ativo para a aquisição de conhecimento e, obviamente, o 
desenvolvimento da aprendizagem. Em contrapartida existe a escrita, que por sua 
vez,também deve se tornar um hábito, não por obrigação, mas por encantamento pelo 
aprender, já que tanto a leitura quanto a escrita preparam o homem para uma leitura e 
escrita sociais bem mais complexas do que se imagina, tendo em vista a sua função 
social.Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
37 
Deve-se ressaltar que o desenvolvimento intelectual ocorre de forma gradual, 
a partir da sua capacidade compreensão e da interpretação do seu contexto e do mundo 
à sua volta. Para tanto, e de suma importância que os processos evolutivos da leitura e 
escrita, progridam paralelamente ao da compreensão e interpretação, o que realça os 
efeitos advindos da consolidação destes processos, no que cabe às habilidades da 
produção textual e da oralidade. 
No entanto, é conveniente lembrar que, dentro deste cenário educacional, 
existe uma sucessão de acontecimentos, bem como a cooperação e parcerias internas e 
externas para a evolução dos processos, condições cógnitas e pedagógicas, sem falar nas 
estruturais, que podem de alguma forma, opor-se ao bom andamento do processo de 
alfabetização, já que é este a base para o aperfeiçoamento da leitura e da escrita. Isto 
posto, não há dúvidas de que o professor, enquanto mediador, da escola, a prosperidade 
do aluno. A metodologia escolhida, os recursos inseridos, os instrumentos utilizados, a 
postura adotada, precisam ser corretas, no sentido de construir conceitos válidos para 
despertar o interesse da criança pelo processo de ensino e aprendizagem. A preparação 
da sala de aula para que o aluno sinta-se acolhido e envolvido pelo ambiente é 
inescusável, e assim deve ser todo o ambiente que engloba a escola. 
Outro fator primordial dentro do processo de alfabetização, que por sua vez 
pode assessorar com eficiência, este ato, que culmina no aprimoramento da leitura e da 
escrita, é o contexto familiar, a carga genética e as influências sociais a que está 
condicionado o aluno. A família, por sua vez, é a primeira instituição social, onde as 
raízes estão fincadas, sendo que não existe nenhuma possibilidade de anular a sua 
participação e influência em todo percurso de ensino, seja no período de alfabetização, 
seja do desenvolvimento da leitura e da escrita, ou seja, a sua participação é 
indispensável durante toda e qualquer etapa escolar. Dessa forma, torna-se vital a 
parceria entre família e escola, para que o fôlego pelo aprender, pelo conhecimento e 
pelo crescimento, não se torne escasso, a ponto de desfalecer, produzindo mais um 
alfabeto funcional, pois a sociedade atual já está abarrotada com tantas alfabetizadas 
que não conseguem ler as entrelinhas, compreender o peso da mensagem e interpretá-la 
de acordo com o contexto. 
Portanto, torna-se significativo que durante a construção da aprendizagem, 
bem como do processo de leitura e escrita que o ambiente da sala de aula, seja atrativo, 
equipado em tal intensidade, para despertar a curiosidade pelo novo e o desejo de 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
38 
aprender, tornando-os prazerosos e eficientes na construção do leitor. Daí a necessidade 
de uma alfabetização que, de fato, alfabetize. Isto posto, sabe-se a essencialidade de um 
planejamento organizado e produtivo, que possibilite ao aluno a superação das suas 
próprias limitações. Daí a importância da ação conjunta entre família e escola, e um 
trabalho paralelo ao da outra, todavia, uma não substitui a outra. Precisam ser parceiras, 
porém assumindo as responsabilidades que lhes cabe, lutando para o progresso de ser 
humano que é filho, mas também é aluno. 
 
2. A CONSTRUÇÃO DA LEITURA E ESCRITA 
A necessidade de aprender, absorver conhecimento e construir conceitos 
próprios são capacidades inerentes de todo ser humano, pois tornar-se habilitado para 
agir, atuar criticamente, buscando melhorias para a sociedade, de modo geral, são 
comportamentos adquiridos que compõem a sua personalidade, e que precisam estar 
em conformidade com os valores morais que sustentam a boa convivência entre pessoas 
com credos, ideologias, culturas e pensamentos diferentes. 
Deve-se ressaltar, que para o desenvolvimento do processo de leitura e 
escrita, inúmeras etapas são realizadas, e os níveis cognitivos das crianças devem ser 
respeitados. Nesse sentido, vale lembrar que cada etapa tem sua importância e 
necessidade para o êxito do processo. No entanto planejar cada passo torna-se essencial 
para a continuidade e eficiência das competências e habilidades que devem ser 
desenvolvidas para a construção e consolidação de processos cognitivos, nesse caso, a 
leitura e a escrita. 
O processo de aprendizagem ocorre desde o momento do nascimento até o 
final da vida, não existe um tempo em vida, em que esse processo seja pausado ou 
anulado. O contexto social, que cerca todo homem, tem carga de influência muito severa, 
no que se refere ao processo de ensino e aprendizagem. Sabe-se que o respectivo 
processo tem o propósito de formar pessoas, capacitadas, eficientes e habilitadas para 
desenvolverem o que lhes for imposto. 
Nesse sentido, ao analisar o pensamento do autor abaixo, entende-se que 
[...] ler é – além da “atribuição de significados à imagem gráfica segundo o 
sentido que o escritor lhe atribui – a relação que o leitor estabelece com a própria experiência”, através do texto. Assim envolve aspectos sensoriais (ver, 
ouvir os símbolos lingüísticos), emocionais (identificar-se, concordar ou 
discordar, apreciar) e racionais (analisar, criticar, correlacionar, interpretar). 
Há, portanto, diferentes níveis de leitura que extrapolam do texto para o 
mundo. A crise da leitura abarca hoje muitos letrados, incapazes de ler a 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
39 
própria realidade no mundo. Aliás, Paulo Freire já chamava atenção para o fato 
de que a leitura do mundo se faz concomitantemente à leitura da palavra. Daí 
ser impossível uma leitura do consenso, uniforme, pois no conflito das 
interpretações se revela a diversidade rica de um texto e, através dele, a da 
realidade. (YUNES E PONDÉ, 1988, p. 58-59) 
 
Sendo assim, deve-se fomentar a magnitude da leitura e da escrita dentro da 
construção do conhecimento critico, formador e produtivo, pois o processo de 
aprendizagem perpassa por essas duas etapas. A leitura é o que permite a compreensão 
do novo, e é a partir dela que se constroem conceitos essências à interpretação do 
contexto social. A escrita, por sua vez, tem o mesmo grau de essencialidade dentro dessa 
construção, seja ela como produção ou simples transcrição, fato é que, o tipo de escrita 
reproduz o perfil de um leitor/escritor apto ou não. Entende-se, desse modo, que a 
leitura e a escrita são processos contínuos, complexos, que ocorrem em etapas, que 
precisam ser repeitadas, e sofrem alterações em decorrência de influências externas, 
sejam boas ou más. 
A leitura é um processo muito mais abrangente do se pode prognosticar, e 
que coaduna com a escrita. A leitura, em si, não é somente a interpretação de símbolos 
gráficos, mas a capacitação para a compreensão do mundo e seus contextos 
multifacetados. A leitura é fator constituinte para a civilização, sendo uma conexão entre 
o ser humano e a sociedade que o cerca. 
De acordo com Solé: 
Aprender a ler não é muito diferente de aprender outros procedimentos ou 
conceitos. Exige que a criança possa dar sentido àquilo que se pede que ela faça, 
que disponha de instrumentos cognitivos para fazê-lo e que tenha ao seu 
alcance a ajuda de seu professor, que pode transformar em um desafio 
apaixonante o que para muitos é um caminho muito duro e cheio de obstáculos. 
(SOLÉ, 1998 apud CARRENHO et al. 2013, p. 03) 
 
Então, pode-se compreender que, normalmente, quando a criança vive em 
um ambiente onde há incentivo no que se refere ao hábito da leitura, o despertamento e 
deleite promovidos pela descoberta promovida pelo ato de ler, tornam-se aspectos 
inerentes ao leitor, promovendo conhecimentos, bem como a aquisição de uma 
compreensão e interpretação de mundo, texto e contexto muito mais relevantes à sua formação. Como afirma Martins “A leitura seria a ponte para o processo educacional 
eficiente, proporcionando a formação integral do indivíduo”.(MARTINS, 1994, p.25 ). 
O domínio da escrita, bem como o da leitura, engloba capacidades basilares 
para a eficiência do processo de alfabetização, abrangendo as suas formas, a contar do 
início do registro alfabético até a aquisição da autonomia na construção de textos. Deve-
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
40 
se salientar que, durante o desenvolvimento do processo de leitura e escrita, ocorreram “erros”, que não podem se interpretados no seu sentido literal, uma vez que estes devem 
ser esperados e fazem parte da construção do caminho percorrido, bem como da 
evolução do processo. 
Em acordo com o pensamento do autor, entende-se que 
Ler significa ser questionado pelo mundo e por si mesmo, significa que certas 
respostas podem ser encontradas na escrita, significa poder ter acesso a essa 
escrita, significa construir uma resposta que integra parte das novas 
informações ao que já se é. (FOUCAMBERT, 1994, p.5) 
 
Observando por esse ângulo, percebe-se a importância do possível “erro”, 
enquanto aspecto que possibilita ao professor detectar, tanto os avanços e possíveis 
atrasos cognitivos, possibilitando a intervenção adequada em cada caso, tendo em vista 
a real eclosão do processo de aprendizagem. Segundo as observações de ANTUNES 
(2004, p. 60) a maturidade de escrever textos adequados e relevantes “é uma conquista, 
uma aquisição, isto é, não acontece gratuitamente, por acaso, sem ensino, sem esforço, 
sem persistência. Supõe orientação, vontade, determinação, exercício, prática, tentativas”, e isto é consequência clara da construção textual de um bom leitor. 
Nessa perspectiva, a leitura, em essência, torna-se responsável, pela 
atribuição de sentido ao texto, pela compreensão e interpretação e, sobretudo, formar, 
preparar e capacitar o homem, para estabelecer relações entre o que já foi e precisa ser 
aprendido, culminando na eficiência do processo e, consequentemente, na formação de um instruído leitor. Igualmente afirma a autora, quando diz que “Ler não equivale a 
decodificar as grafias em sons e que, portanto, a leitura não pode ser reduzida a puro decifrado”, segundo o pensamento de FERREIRO e TEBEROSKY, (1999, p.37). O 
julgamento feito pelas autoras deixa indica com clareza a função da leitura, a 
complexidade da aquisição do sistema gráfico, o seu efetivo e consolidado 
desenvolvimento, porém isto não é visto como um impedimento para que esse processo 
de concretize. 
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) a leitura é 
o processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de construção de 
significados do texto, a partir do seu conhecimento sobre o assunto, sobre o 
autor, de tudo o que se sabe sobre a língua: característica do gênero, do 
portador do sistema escrita, etc. (PCN, 1997, p.53). 
 
A criança é um ser em constante processo de transformação, daí a 
importância de envolvê-la num aprendizado contínuo. Pois a sua natureza lhe outorga 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
41 
uma capacidade de absorção, no que envolve a questão do aprendizado, bem maior que 
em outras fases da vida. Isto posto, se faz necessário o acompanhamento constante, 
criterioso e orquestrado do processo de ensino e aprendizagem, aspirando prosperidade 
ao processo de leitura e escrita. 
Dado isso, nota-se que é função crucial da escola ensinar a ler, bem como 
amplia o seu domínio, sendo este conduzido pelo professor, principal mediador entre a 
criança, os recursos e procedimentos utilizados, dispondo de metodologias que 
conduzam à aprendizagem, por um caminho cheio de cores e flores, que embora os 
espinhos, vez ou outra, causem machucados, os propósitos sejam bem maiores que os 
entraves, que por ventura possam surgir. Sob essa perspectiva, cabe rigorosamente à 
escola, desenvolver as relações entre leitura e escrita em todas as suas interfaces, 
proporcionando à criança uma visão perspicaz que lhe permite ver o novo aprendizado 
como fator indissociável do ato de aprender. Portanto, Solé garante que “O uso significativo da leitura e da escrita na 
escola, também é muito motivador e contribui para incitar a criança a aprender a ler e escrever”. (SOLÈ, 1998, p.62). Destarte, a leitura é um processo paralelamente ligado a 
escrita, pois, ambas se complementam, ou seja, são dois fatores essenciais à 
continuidade de processo de ensino e aprendizagem, e torna-se constante à medida em 
que mudam as necessidades particulares e valores do homem, enquanto pessoa e 
profissional. Sendo assim, a leitura não pode se resumir ao simples ato de decifrar, bem 
como a escrita não se inicia no ato de escrever. Ambas precisam ser desenvolvidas e 
compreendidas, como elementos constituintes de todo e qualquer processo de 
construção de conhecimento, sem esquecer que, tanto a leitura como a escrita, precisam 
ter significado para a criança. 
 
3. CAMINHOS DO PROCESSO 
Ao iniciar a vida escolar, para que as crianças possam aprender a ler e a 
escrever com eficiência, faz-se necessário o acesso a diversos e variados modelos de 
leitura, observando e utilizando o sistema de escrita em diversificados contextos, por 
certo é concebível asseverar o quão importante são as oportunidades ofertadas às 
crianças dentro desse processo. As situações de aprendizagem devem proporcionar à 
criança aprendizagens envolventes, motivadoras, promovendo um processo de 
aquisição de leitura e escrita significativos. O processo de alfabetização se enceta no 
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momento em que a criança se conecta com o mundo. Sendo que ocorre de forma gradual 
e constante, ocorrendo paralelamente à sua interação com o seu contexto sociocultural, 
consequentemente, absorvendo as informações a que tem acesso. Essa análise traz à luz 
uma série de experiências e juízos, na perspectiva da leitura e da escrita, uma vez que 
esse processo se inicia antes da vida escolar, o que o torna restrito a cada aluno, de modo 
particular, cabendo então ao professor, uma intervenção pedagógica capaz de ampliar a 
visão do aluno, levando-o a compreender a necessidade da leitura e da escrita para a 
aquisição de conhecimentos e como resultado a construção da sua aprendizagem. 
Durante o processo de alfabetização, a criança lê, escreve e constrói os 
próprios conhecimentos, experienciando novos aprendizados e testando suas hipóteses, 
arriscado acertos ou, ate mesmo, cometendo erros. É necessário se fazer conhecer e 
respeitar a realidade do aluno, tendo em vista o seu desenvolvimento, sem que prejuízos 
ocorram, pois o processo de leitura e, consequentemente, o da escrita, perpassa por uma 
preparação, que leva em conta as condições e particularidades do aluno. 
De acordo com Cagliari, 
Se uma criança for introduzida ao processo de leitura através de uma técnica 
que a obrigue a processar a leitura por pequenas partes, acompanhando letras 
na escrita, fazendo com que cada pedaço seja processado, o resultado será uma 
leitura aos trancos e barrancos, muito diferente da fluência normal de quem 
fala espontaneamente. (CAGLIARI, 2009, p.143). 
 
No decorrer do processo de alfabetização, a criança escreve, lê e constrói seus 
conhecimentos. Enquanto aprende, testa suas hipóteses ora arriscando, ora errando ou 
acertando. Deve-se conhecer e respeitar o desenvolvimento da criança oferecendo-lhe 
ajuda, esclarecendo suas dúvidas, reconhecendo a importância de conhecimentos e 
facilitando inferências favoráveis a seu crescimento. Em suma, é de extrema necessidade 
que situações de convivência e aprendizagem não causem inibição e constrangimento. 
Os procedimentos adotados em sala precisam estar focados no 
desenvolvimento da criança, de forma a fortalecer a compreensão do código alfabético, 
potencializando a progressão do processo de leitura e escrita. Logo, a chegada do aluno 
ao ambiente escolar, deve ser compreendida como um momento que traz surpresas e 
sustos, além do que, em alguns casos, há um impacto entre arealidade da criança e do 
ambiente escola. Pois a criança tem um conhecimento prévio e experiências de vida, que 
às vezes difere da realidade da escola, sem falar no contexto social que o cerca, que 
contribui muito para o avanço do processo de ensino e aprendizagem. 
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43 
Dentro deste caminho que se percorre para a aquisição da leitura e da escrita, 
a criança desloca-se em uma trajetória comum e particular, embora haja outros a seu 
redor, a sua maneira de construir aprendizado é especifica à sua natureza. De acordo 
com os contatos que mantém com recursos variados, e que permite uma diversificação 
no estilo textual e o contexto do referido texto, como por exemplo, rótulos, embalagens, 
cartazes, livros, revistas, bulas, notas de luz e de água, boletos, e outras leituras, que não 
são comuns no seu dia a dia, permitindo-lhes uma visão mais ampla acerca do mundo da 
leitura, que por sua vez é diversificada, promovendo também, a compreensão do código 
escrito, uma vez que o seu estilo pode variar de acordo com a sua finalidade, ademais, 
tanto leitura quanto escrita precisam estar em consonância com a necessidade do 
leitor/escritor e, também do escritor/leitor. 
Carvalho, acredita que 
Aprender a ler como se a leitura fosse um ato mecânico, separado da 
compreensão é um desastre que acontece todos os dias. Estudar palavras soltas, 
sílabas isoladas, ler textos idiotas e repetir sem fim exercícios de cópia, resulta 
em desinteresse e rejeição em relação à escrita. (CARVALHO, 2001, p.11). 
 
De acordo com o autor a leitura não é um processo sem vida, mecânico, 
estático. A leitura é vibração, movimento, brilho, esperança, criação, produção. Não pode 
ser separada da compreensão, que a interpretação que se faz por meio dela se constrói. 
O mundo, em suma, impõe ao homem uma leitura, uma interpretação, compreensão, 
escrita e reescrita, do seu contexto, independente de qual esfera se encontre. 
Deve-se ressaltar que o professor é o principal mediador para o 
desenvolvimento desse processo, e que sua posição e estratégias de mediação, são 
fundamentais para o êxito do processo. Em face de tal incumbência, as metodologias 
precisam favorecer a compreensão da criança, potencializando sua visão e habilidades 
cognitivas. A inserção de textos variados, verbal e não verbal, aumenta a capacidade de 
analisar, comparar, interpretar, sistematizar, reflretir e construir seus conceitos de 
aprendizagem. 
Segundo a autora citada abaixo, os procedimentos para o despertamento do 
gosto pelo ato de ler, deve ser organizado e planejado com eficiência. O professor deve 
ter, ainda, o perfil de leitor, sendo seletivo e coerente com suas metodologias, no que se 
refere ao processo de aquisição da leitura, para que o processo não se torne algo 
mecanizado. 
Cagliari, lembra o fato de que 
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44 
Às vezes, por razões absurdas, certas professoras de alfabetização, induzem os 
alunos a uma pronuncia completamente artificial dos segmentos que compõem 
as palavras, julgando que assim facilitam o trabalho de leitura da criança. 
(CAGLIARI, 2009, p.142). 
 
A visão de Cagliari deixa claro que não se pode construir leituras com palavras soltas, sem nexo, fora da conjuntura 
social que envolve a vida do aluno, uma vez que este precisa encontrar significados para, encontrar na leitura e na escrita, a porta 
para a construção de uma aprendizagem eficaz, visando o seu desenvolvimento cognitivo. 
Portanto, ao analisar o que já fora exposto quanto aos caminhos que precisam 
ser organizados para o desenvolvimento do processo de leitura e escrita, destaca-se a 
função da escola e a sua responsabilidade, enquanto Instituição facilitadora e formadora 
de seus alunos. O professor, por sua vez, com suas habilidades e técnicas, deve provocar 
no aluno o interesse pelo gosto de ler e o prazer em escrever, fazendo com que tornem-
se hábitos, garantindo a construção dos conhecimentos necessários para a 
aprendizagem das crianças. Sendo assim formar leitores e escritores é algo que requer 
condições favoráveis para a prática de leitura e escrita. Destarte, para que este prazer 
despertado nas crianças seja relevante, no que se refere ao seu próprio crescimento 
cognitivo. Detalhe importante é que o professor precisa ter hábitos de leitura e escrita, 
uma vez que o exemplo influencia muito mais que palavras desconexas do 
comportamento. Assim, ele certamente terá mais chances de trazer seus alunos para 
este universo, pois, funcionará como modelo de referência para os mesmos. 
 
3.1 A necessidade do Planejamento 
A realização de todo e qualquer projeto, ação ou processo, exige uma 
organização sistematizada, com objetivos claros, metodologias eficazes, procedimentos 
corretos, recursos adequados, justificativa que sustente a construção do referido 
documento, os critérios avaliativos, e sem esquecer do problema que deu origem à ação 
ou intervenção em questão, daí a importância do planejamento. O planejamento é um 
meio para se organizar as ações docentes, bem como um momento de pesquisa e 
reflexão, desenvolvimento e analises de etapas fundamentais para o desenvolvimento da 
aprendizagem, que está intimamente ligado à avaliação. 
Segundo Saviani A palavra reflexão vem do verbo latino „refectire‟ que significa „voltar atrás‟. É, 
pois um (re) pensar, ou seja, um pensamento em segundo grau. (...) Refletir é o 
ato de retomar, reconsiderar os dados disponíveis, revisar, vasculhar numa 
busca constante de significado. É examinar detidamente, prestar atenção, 
analisar com cuidado. E isto é filosofar . (SAVIANI, 1997, p. 23). 
 
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45 
De acordo com o pensamento do autor, deve-se ressaltar o fato de que não 
existe ação sem reflexão, não existe construção eficiente sem uma base completamente 
formada. Por isso o planejamento se faz essencial para o desenvolvimento do processo 
de alfabetização, pois ele, geralmente, divide-se em etapas sequenciais, estruturadas, 
baseadas na realidade do aluno, suas necessidades, levando em conta suas 
particularidades, contexto familiar, social, e nível cognitivo. Em face da organização e 
consolidação do processo de aprendizagem, haja vista que a leitura e a escrita, decorrem 
dá eficiência deste, o planejamento torna-se indispensável e indissociável desse 
processo. 
O planejamento deve promover um processo de alfabetização, ou de ensino e 
aprendizagem, que envolva os alunos, despertando a vontade de conhecer, descobrir, se 
redescobrir, construir, observar, conceituar, fazer, refazer, produzir sem medo de errar. 
O erro dentro desse contexto permite reformular ideias, traçar novos caminhos, 
repensar metodologias, estratégias, procedimentos, reconstruir para continuar. Sabe-se 
que não existe uma fórmula pronta para o sucesso da alfabetização. Daí o porquê do 
planejamento ser essencial e indispensável ao fazer pedagógico. No que se refere ao 
desenvolvimento da leitura e da escrita, a sistematização do planejamento deve 
estabelecer condições entre a teoria e a prática, de modo a robustecendo o seu objetivo 
central, uma vez que a aquisição e eficiência no aprendizado, da leitura e da escrita, 
perpassa e se estrutura em decorrência dos meios utilizados para a efetivação,no que 
cabe à leitura e a escrita. 
O ensino e a aprendizagem, em sua essência, são compreendidos como a 
teoria e a prática, que em suma, são indissociáveis, ou seja, ocorrem paralelamente, o 
que o planejamento ajuda a acontecer, orquestrando o andamento do processo, 
impedindo que surpresas desagradáveis atrapalhem o andamento do mesmo. Até 
porque a separação destes pode acarretar privilégios à teoria em detrimento da prática, 
ou vice versa. 
Assim, Candau afirma quando diz 
Na relação teoria-prática se manifestam-se os problemas e contradições da 
sociedade em que vivemos que, como sociedade capitalista, privilegiaa 
separação trabalho intelectual - trabalho manual e consequentemente, a 
separação entre teoria e prática.” (CANDAU , LELIS, 1999, p.63). 
 
O professor, por sua vez, não deve se conformar com um planejamento 
superficial, fragilizado, fora de contexto e que não atende as reais necessidades de onde 
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46 
ele será utilizado. Cada sala de aula, com suas personalidades diversificadas e sua 
particularidades, deve-se ser analisada de acordo com suas especificidades, uma vez que 
os contextos sociais e familiares que compõe a sala de aula, são dos mais variados 
padrões, e desse modo, o planejamento deve ser ajustado a essa realidade, sem que alunos sejam excluídos, constrangidos, desestimulados, ou até, “mortos”, como relata o 
texto de Fidêncio Bogo (publicado no blog http://fidenciobogo.blogspot.com/, em 
23/03/2011), que tem como título “nóis Mudemo” (ver anexo A) 
Pode-se perceber a necessidade de um planejamento eficiente que 
transforme o cenário educacional do país. Há uma urgência, pois a evolução e construção 
do processo de leitura e escrita dependem, exclusivamente, de um processo de 
alfabetização que priorize as capacidades cognitivas e o desenvolvimento intelectual da 
criança.. Diante do que fora exposto, o professor, como mediador da aprendizagem, não 
pode se ater a suposições, ou usar de subterfúgios para atuar em sala de aula. E a 
construção de um planejamento coerente, que nortei os caminhos que, possivelmente 
serão percorridos- digo possivelmente, pois podem ocorrer mudanças, se forem 
necessárias -, prevenindo-se de surpresas que possam prejudicar o andamento do 
processo de aprendizagem. Outro ponto relevante, que o planejamento deve englobar, 
são as diferenças existentes na sala de uma, uma vez que são pessoas de contextos 
diferentes, com comportamentos diferentes, com suas particularidades, com um certo 
nível de conhecimento, e em alguns casos, que já expõem seus pré-conceitos , embora de 
forma discreta ou sucinta. 
De acordo com os PCNs, compreende-se que (BRASIL, 1996, p. 52) 
É necessário que se compreenda que leitura são práticas complementares, 
fortemente relacionadas que se modificam mutuamente no processo de letramento a escrita transforma a fala (a constituição da “fala letrada”) e fala influência a escrita (o aparecimento de “traços da oralidade” nos textos 
escritos). São práticas que permitem ao aluno construir seus conhecimentos 
sobre os diferentes gêneros sobre os procedimentos mais adequados para lê-los 
e escrevê-los e sobre as circunstâncias de uso da escrita. 
 
Portanto o planejamento, em suma, é a orquestração de todo processo de 
ensino e aprendizagem, onde a leitura e a escrita são construídas, visando formar um ser 
capaz de criar conceitos, fazendo juízo de valor, acerca de sua construção como pessoa, 
compreendendo e contexto que o envolve, e reconhecendo sua função social enquanto 
cidadão. Pois, o propósito de todo e qualquer planejamento, dentro da esfera 
educacional ou de ensino, objetiva, além de ensinar, enquanto objetivo da educação 
http://fidenciobogo.blogspot.com/
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47 
institucional, formar um cidadão atuante, competente, apto, ou seja, total e altamente 
preparado para viver em sociedade. 
 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O trabalho apresentado, traz à luz a importância da leitura e da escrita, ser 
trabalhada durante o processo de alfabetização, com responsabilidade, desenvolvendo 
competências e habilidades, inerentes à natureza humana, porém precisam ser 
estimuladas, acompanhadas, analisadas, orientadas, e avaliadas para a efetivação do 
processo de ensino e aprendizagem. 
Ensinar/aprender a ler e escrever são processos complexos, que envolvem 
aspectos inerentes à estrutura cógnita de cada criança, condições internas e externas, 
ligadas à vida do aprendente, e indiscutivelmente, necessita da participação de todos os 
envolvidos, ou seja, a família e a escola, que são as principais responsáveis pelo 
desenvolvimento educacional do aluno, precisam caminhar na mesma direção, buscando 
os mesmos objetivos, atuando em parceria, conduzindo o processo de ensino e 
aprendizagem de forma paralela, contribuindo com o que cabe a cada uma. 
Deve-se sobrelevar a função social da leitura e da escrita, porém os desafios 
existentes durante o caminho da aprendizagem são complexos, e devem ser pré-vistos, 
analisados e conduzidos de forma a criar estratégias que minimizem os atritos que, por 
ventura, possam existir no ato da mesma, uma vez que a criança se ver diante de 
momentos diferenciados e inovadores. 
Observando o cenário sob essa ótica, ressalta-se a importância do 
planejamento para a efetivação do processo, que ocorre em etapas, estruturadas, 
sistematizadas, que contribuam com a orquestração de todo o processo de ensino e 
aprendizagem. Nesse sentido, é de extrema necessidade que o professor, principal 
mediador do professor, tenha perfil organizador, em que tanto seu ambiente de trabalho 
quanto seus propósitos para com a educação sejam alcançados com a condução da 
aquisição do processo de leitura e escrita. Outro ponto, de destaque dentro da evolução 
do ensino, é o papel e função que a família exerce, como parceira da escola. Por ser a 
primeira instituição de ensino onde a criança vive, agregam-se valores basilares da 
educação na formação cognitiva da criança, sem esquecer que, ao chegar à escola, toda 
carga cognitiva e conhecimentos prévios, influenciam no seu desenvolvimento 
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48 
intelectual, o que pode facilitar ou dificultar a apreensão de novos conhecimentos, e 
consequentemente a otimização da leitura e da escrita. 
Sendo assim, entende-se que a construção de um bom leitor e de um bom 
escritor, perpassa por caminhos complexos, cheio de inovações, por sua vez, prazerosos, 
envolventes, enriquecedores, que promovem crescimento intelectual, desenvolvimento 
de habilidades e competências, permitindo a construção de conceitos e pontos de vista, 
fundamentais à formação humana, enquanto pessoa e ser social, atuante, conhecedor 
dos seus direitos e cumpridor dos seus deveres, pois a aprendizagem é a estruturação de 
um leitor/escritor eficiente, tendo em vista, que a leitura é uma porta aberta para o 
mundo e o escrita a possibilidade do leitor reescrever a história sob o seu o seu conceito 
e entendimento. 
 
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SOLÉ, Isabel. Estratégias de Leituras. 6ª ed. Editora Artmed – Porto Alegre, 1998. p. 50 
 
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YUNES, Eliana; PONDÉ, Glória. Leitura e leituras da literatura infantil. São Paulo: FTD, 
1988. 
 
 
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50 
ANEXO - A 
"NÓIS MUDEMO" (Texto de Fidêncio Bogo) 
[...] – Por que você faltou esses dias todos? – É que nóis mudemo onti, fessora. Nóis veio da fazenda. 
Risadinhas da turma. – Não se diz “nóis mudemo” menino! A gente deve dizer: nós mudamos, tá? – Tá fessora! 
No recreio as chacotas dos colegas: Oi, nóis mudemo! Até amanhã, nóis 
mudemo! 
No dia seguinte, a mesma coisa: risadinhas, cochichos, gozações. 
[...] 
Na quarta-feira, dei pela falta do menino. Ele não apareceu no resto da 
semana, nem na segunda-feira seguinte. Aí me dei conta de que eu nem sabia o nome 
dele. Procurei no diário de classe e soube que se chamava Lúcio – Lúcio Rodrigues 
Barbosa. Achei o endereço. 
Longe, um dos últimos casebres do bairro. Fui lá, uma tarde. O rapaz tinha 
partido no dia anterior para casa de um tio, no sul do Pará. 
-É, professora, meu fio não aguentou as gozações da mininada. Eu tentei fazê 
ele continuá, mas não teve jeito. Ele tava chateado demais. Bosta de vida! Eu devia di tê 
ficado na fazenda coa famia. Na cidade nóis não tem veis. Nóis fala tudo errado. 
Inexperiente, confusa, sem saber o que dizer. Engoli em seco e me despedi. 
[...] 
 
 
 
 
 
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51 
Capítulo 4 
 
Gestão democrática na escola pública 
 
Roseany Teixeira de Sousa Conceição 15 
 Raimunda Oliveira dos Reis 16 
José da Cruz Costa dos Santos 17 
Abdoral Cardoso Santos Júnior 18 
 
 
 
Resumo: O presente artigo faz uso de pesquisa bibliográfica objetivando a análise de 
diversos conceitos, pressupondo que estando numa sociedade com princípios 
democráticos e entende que a escola deve ser o lugar propício para a potencialização de 
práticas democráticas e com esse propósito no âmbito das legislações pertinentes, 
discutir criticamente como essa gestão vem sendo conduzida até os dias atuais. 
Reconhece que o sistema educacional nem sempre consegue transpor para a prática 
ficando as vezes na forma de discurso fácil no meio político. É indispensável que a escola 
assegure seu papel e sua autonomia no tocante à tomada e execução das decisões com 
seus agentes. Consiga também, enfrentar os desafios em meio às pressões e a falta de 
condições propícias, explicitando a gestão participativa, defendendo a efetivação da 
gestão democrática tendo como prioridade maior o aluno e a garantia do direito à sua 
aprendizagem plena. 
 
Palavras-Chave: Gestão Democrática. Escola Pública. Comunidade escolar. 
 
15 Graduada em Pedagogia pela Universidade Metropolitana de Santos-UNIMES/SP e Po s graduanda em Supervisa o, Gesta o e Planejamento Educacional pelo IESF; 
16 Graduada em Pedagogia pela Faculdade do Maranha o -FACAM/MA e Po s -graduanda em Supervisa o, Gesta o e Planejamento Educacional pelo IESF; 
17 Graduado em Pedagogia pela Universidade Metropolitana de Santos-UNIMES/SP e Po s -graduando em Supervisa o, Gesta o e Planejamento Educacional pelo IESF. 
18 Orientador - Mestrando em Educaça o pela Universidade Luterana do Brasil - ULBRA. Especialista em Psicopedagogia Institucional, em Doce ncia do Ensino Superior e em Supervisa o, Gesta o e Planejamento Educacional pelo Instituto de Ensino Superior Franciscano - IESF. Graduado em Pedagogia pela Universidade Estadual Vale do Acarau – UVA e em Magiste rio Superior p ela Universidade Estadual do Maranha o – UEMA. 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
52 
1. INTRODUÇÃO 
O processo de democratização da escola pública, iniciou-se na década de 80, a 
partir de movimentos sociais e posteriormente respaldados por documentos legais, 
como a Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases (LDBEN), nº 9394, de 
1996. Nesse contexto, a gestão escolar, anteriormente considerada autoritária, agora 
passa a atender os princípios da escola democrática. Onde a mesma, venha a preservar o 
direito de participação de todos nas decisões que assistem a qualidade de vida em 
sociedade. Para que ocorra essa verdadeira participação, todos os indivíduos precisam 
conhecer e viver desde cedo os princípios democráticos e assim, desenvolver sua 
autonomia. O planejamento é parte indissociável para que as responsabilidades de cada 
um sejam assumidas. 
Atualmente, o tema “Gestão Democrática da Escola Pública”, continua sendo 
objeto de debates intensos no meio acadêmico. Diante dessa realidade, o grande desafio 
é sair do discurso que gira em torno da temática. Para isso, vale ressaltar que a gestão 
democrática não se restringe somente a gestores e professores, mas a toda comunidade 
escolar, assim como, a atuação de instâncias maiores e de políticas públicas voltadas 
para a educação. Assim, minimizar situações que causam insatisfação no sistema público 
de ensino presente na sociedade, tornando-se necessário traçar caminhos para obter os 
resultados almejados. 
O objetivo deste artigo é fazer uma pesquisa bibliográfica, analisando 
diversos conceitos e no âmbito das legislações pertinentes, discutir criticamente como a 
gestão da escola pública vem sendo conduzida até o modelo atual de maneira a explicitar 
a gestão participativa no âmbito educacional defendendo a execução da gestão 
democrática tendo como prioridade maior, o aluno e a garantia do direito à sua 
aprendizagem plena. 
 
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
Fala-se muito em gestão da escola pública. Mas, afinal de contas, qual o real sentido do termo “Gestão Democrática” na área da escola pública? Para melhor 
esclarecimento da expressão citada, faz-se necessário buscar etimologicamente algumas palavras, iniciando com a palavra “GESTÃO”, do latim GESTIO, ONIS, ação de administrar, 
de dirigir, gerenciar, onde existe uma instituição, uma empresa, uma entidade social de 
pessoas a ser gerida ou administrada. 
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53 
No que se refere à palavra “DEMOCRÁTICA”, é uma derivação de democracia, 
que vem do grego DEMOKRATIA que é composta demos que significa (povo) e kratos que 
significa (poder). É o regime político em que a soberania é exercida pelopovo, através do 
sufrágio universal. Trazendo também a palavra AUTONOMIA, do grego autonomía, 
direito de reger-se seguindo leis próprias. 
É importante ressaltar, que a gestão democrática que se pensa para a escola 
pública e gestão democrática exercida pela administração em geral, particularmente a 
empresarial elas são incompatíveis. A gestão democrática, realizada no campo 
empresarial se restringe apenas a parte administrativa, tendo como foco o comando 
centralizado, visando a eficiência, a produtividade e principalmente lucro. Em 
detrimento disso, a gestão cogitada para a escola pública, traz uma conotação 
diferenciada. Nesse sentido a democratização deve acontecer dentro do espaço escolar 
por meio da coletividade, nos quais, docentes, administrativos, estudantes e pais possam 
ser ouvidos. Fazendo-se necessário entender que a democratização da gestão 
educacional não acontecerá sem o conhecimento aprofundado da função social da escola 
e da sua importância no processo de transformação da sociedade. 
Para alcançar a essência do processo de gestão democrática, que se instaurou 
nos anos 80 com uma marcante luta pela sua criação, faz-se necessário averiguar a 
forma de gerir os espaços escolares, sendo instituída legalmente na Constituição Federal 
de 1988, conforme os artigos 205 e 206: 
Art.205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será 
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno 
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua 
qualificação para o trabalho. 
Art.206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: 
I – Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 
II – Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e 
o saber; 
III – pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de 
instituições públicas e privadas de ensino; 
IV – Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; 
V – Valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da 
lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de 
provas e títulos aos das redes públicas; (Redação dada pela emenda 
constitucional n° 53, de 2006) 
VI – Gestão democrática, do ensino público, na forma da lei; 
VII – Garantia de padrão de qualidade; 
 
Estes mecanismos abriram espaço para a oficialização de instrumentos na 
gestão de escolas e de sistemas educacionais, onde os princípios inerentes do ensino 
devem ser lidos e interpretados em sua integralidade. Logo, em termos jurídicos, a 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
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gestão democrática significativa para a “garantia do padrão de qualidade” quanto a “valorização dos profissionais da educação” a “gratuidade” e o ‘pluralismo de ideias e concepções pedagógicas”. 
Tendo a Constituição federal de 1988, firmado a gestão democrática como um 
dos princípios para o ensino, quase uma década depois, ao estabelecer as diretrizes da 
educação em nível nacional, a LDBEN 9394/96, nos Artigos 12, Inciso VI, os estabelecimentos de ensino, tem a incumbência de “ articular-se com as famílias e a 
comunidade, criando processos de integração da sociedade com a escola”. Ainda no 
artigo 12, os estabelecimentos são incumbidos da elaboração da proposta pedagógica, da 
autonomia pedagógica, administrativa e da gestão financeira nas escolas; artigo 13, 
inciso VI, assim como os docentes que devem “ colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade”; já no artigo 14, ficam definidos 
claramente os princípios a serem observados na instauração da gestão democrática: ART 14. “os sistemas definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica”, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: inciso I” participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola”; inciso II “participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes”; e para complementar o artigo 15 acentua que: “ os 
sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que 
os entregam progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas gerais de direito financeiro público”. 
Ainda como aparato legal, o plano nacional de educação_ PNE (Lei nº 13.005, 
de 25 de junho de 2014), com a validade até 2024, tendo como prognóstico a articulação 
e a materialização de uma política nacional de educação que consiste nos princípios de 
participação, quebrando com as práticas autoritárias ainda conservadas na gestão das 
escolas públicas. Assim, a participação constitui-se como elemento importante da gestão 
democrática. A meta 19 do plano nacional de educação assegura a efetivação da gestão 
democrática, dentro de 02 (dois) anos, por meio de 08 (oito) estratégias de políticas 
nacionais. 
Frente aos pressupostos legais, é essencial designar de modo claro as 
atribuições do gestor escolar, considerando de grande relevância debater alguns pontos 
sobre a função da gestão escolar. Salienta-se a também a necessidade de fortalecer o 
papel da escola diante da sociedade, de discutir, rediscutir e avaliar a prática pedagógica 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
55 
sob novas perspectivas de construir um projeto pedagógico com um parâmetro de 
qualidade, criar meios de articulação com a comunidade e consolidar a função dos 
conselhos escolares. Enfim, redimensionar a atividade escolar e os instrumentos que 
garantam a autonomia pedagógica, administrativa e financeira da escola. 
Na contemporaneidade, a expressão democratização da escola vem sendo 
usada pelos educadores, políticos e grupos de movimentos sociais como tema em seus 
discursos e reivindicações. Ainda assim, vê-se pouca clareza do verdadeiro significado 
desse processo de democratização, tendo em vista que é primordial conhecer e discutir 
primeiro o conceito de democracia para depois assumir práticas democráticas, pois para 
exercitar a democracia é necessário abranger valores que nem sempre são 
compartilhados pelos seus defensores, dificultando sua definição quando executada na 
escola. (Hora, 2010, p.48). Para Hora, 2010, “Para garantir que uma escola seja verdadeiramente 
democrática, é preciso considerar ainda dois outros elementos: ” 
1. A criação de estruturas e processos democráticos pelos quais a vida escolar 
realiza-se, representado pela participação geral nas questões administrativas e 
políticas, pelo planejamento cooperativo na escola e na sala de aula pelo 
atendimento a preocupações, expectativas e interesses coletivos e pela posição 
firme contra o racismo, a injustiça o poder centralizado, a pobreza e a quaisquer 
formas de exclusão e desigualdades presentes na escola e na sociedade. 
2. O desenvolvimento de currículo que ofereça experiências democráticas aos 
estudantes, cujas as características estejam na multiplicidade das informações; 
no direito de se expressar e de se fazer ouvir na construção social do 
conhecimento; na formação de leitores críticos da realidade; no processo 
criativo de ampliação dos valores democráticos e experiências de aprendizado 
organizado em torno da problematização e do questionamento. (Hora, 2010, 
p.50) 
 
Ainda este autor (p. 51), afirma que os órgãos oficiais veem a democratização 
do ensino apenas como meio de ingresso à escola pela população mais pobre, oferecendo 
o aumento de números de escolas garantido assim, o seu discurso de universalizar o 
ensino. No entanto, na prática, não atende os requisitos básicos necessários para 
efetivação desse processo democrático, não valorizando o professor e não 
proporcionando condições dignas de trabalho, desfavorecendo então, ao ensino e à 
aprendizagem. Um meio para a democratização da escola, é quando for considerada 
como adição de processos pedagógico significativo, quando abraçar um currículo 
concretoe vivo que assegure a permanência do estudante na gestão democrática 
rompendo paradigmas e concepções na transformação da sociedade. Paro (2016, p.26), 
evidencia que “se quisermos caminhar para essa democratização, precisamos superar a 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
56 
atual situação que faz a democracia depender de concessões e criar mecanismos que construam um processo coerentemente democrático na escola”. 
De acordo com a CONAE, 2018, os sistemas de ensino devem promover 
mecanismos que oportunizem a participação de toda a comunidade escolar, garantindo 
então que as instituições educacionais elaborem ou adaptem e implementem os planos 
de educação; construam os seus projetos políticos pedagógicos em consonância com os 
documentos legais e a realidade local, efetivando a autonomia pedagógica, 
administrativa e financeira, providenciando ao cargo de gestão das instituições básicas e 
superior por meio de eleição direta. Estas sugestões são referentes ao processo de 
tomadas de decisão intervindo diretamente em práticas autoritárias e centralizadoras, 
fortalecendo a participação dos diferentes seguimentos da comunidade escolar, tanto no 
que tange ao planejamento, quando na execução das decisões tomadas. 
Ainda em conformidade com a CONAE (Conferência Nacional de Educação), “A educação deve materializar-se numa instituição educativa democrática e de qualidade 
social, garantindo o acesso ao conhecimento e ao patrimônio cultural historicamente 
produzido pela sociedade...”, tornando-se espaço favorável à produção de novos 
conhecimentos. A democratização da educação não se restringe apenas ao acesso, mas 
também, a permanência de todos, garantindo a conclusão com qualidade no processo 
educacional em seus diferentes níveis, etapas e modalidades. Outro componente 
relevante para a efetivação da democratização educacional é a garantia de uma gestão 
democrática tanto das escolas como dos sistemas de ensino. 
A gestão democrática implica a participação de todos os segmentos envolvidos 
no processo educativo; o respeito à autonomia das instituições educativa; a 
transparência nas decisões coletivas e no uso dos recursos públicos; o respeito 
à pluralidade de ideias. No entanto, a gestão democrática tem sido esvaziada 
pela imposição, por partes de algumas redes de ensino, de uma gestão gerencial 
e meritocrática, o que reforça a necessidade de assegurar e fortalecer os 
instrumentos para a materialização dessa concepção de gestão democrática, de 
instâncias diretas e indiretas de deliberação, tais como conferências e fóruns de 
educação, comitês, conselhos escolares ou equivalentes, grêmios estudantis ou 
equivalentes, órgãos colegiados superiores e similares, que propiciem espaços 
de participação e de criação da identidade do sistema de ensino e da instituição 
de educação básica e superior. (CONAE, 2018). 
 
Bernardo (2015, p.80), defende que, para que a gestão não aconteça de forma 
improvisada, o plano de ação e o Projeto Político Pedagógico (PPP), tornam-se inerentes 
à escola, pois, o projeto é a identidade da escola, devendo abranger toda a cultura, os 
valores e os modos de agir de todos que dele participam. Para que a gestão democrática 
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57 
e participativa tenha êxito nas escolas, o gestor deve inovar suas ações pratico-
pedagógicas e culturais. 
No contexto de uma gestão democrática da escola pública, (Silva, 2003,296) 
diz que o Projeto Político Pedagógico, (PPP) é um instrumento que prognostica relações 
de formas recíproca; é construído pela comunidade escolar coadunando os fundamentos 
políticos e filosóficos projetados por essa comunidade. Silva, ainda ressalta que o projeto político pedagógico “é um instrumento que organiza e sistematiza o trabalho educativo, 
compreendendo o pensar e o fazer da escola por meio de ações, atos e medidas que combinem a reflexão e as práticas do fazer pedagógico”. 
Frente à temática discutida, Dourado (2006, p.30) aborda que o sentido da 
gestão democrática não se atém à concepção de comando e qualidade total como no 
universo empresarial, uma vez que gerir democraticamente uma escola pública com 
suas responsabilidades e peculiaridades é concebê-la de forma coletiva. Significando ir 
contra à centralização do poder na escola, de forma que prevaleça a participação de 
todos os sujeitos envolvidos na gestão do estabelecimento de ensino, contribuindo, 
assim, para a melhoria e qualidade do ensino. 
Segundo Paro (2016, p.33) a democracia, como valor universal e prática de 
colaboração de reciprocidade entre os sujeitos, é uma ação global que tende a envolver 
cada indivíduo com personalidade. Só haverá democracia plena, se esta for exercida por 
pessoas democráticas. Infelizmente as escolas estão muito distantes de corresponder ao 
tácito requisito nessa proposta. Raramente um professor que se relaciona de maneira 
consequente no ato de colaboração democrática na escola, o seu relacionamento com os 
alunos permanece autoritário. Se a escola tem atitudes autoritárias no seu cotidiano, no 
relacionamento com seus colaboradores e alunos, como acreditar que ela aceite de 
forma aberta, o envolvimento da comunidade, na tentativa de exercer relações 
democráticas? Ressaltando ainda sobre a democracia na escola, Paro (2016, p.15) argumenta que, “ao almejar uma escola transformadora, primeiro deve-se transformar a escola que se tem”. E a mudança dessa escola, percorre por sua apropriação por parte 
dos seus envolvidos. É nessa perspectiva que o autoritarismo desse ser erradicado, 
assim como, melhorar a forma de distribuir as atividades desenvolvidas dentro da 
escola. 
De acordo com Araújo (2009, p.32), atualmente, por meio de eventuais 
transformações sociais, científicas e tecnológicas, compreendeu-se a necessidade de uma 
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58 
escola com novos direcionamentos e, em consequência, um novo diretor. Um diretor-
gestor. E para tal atribui-se um novo delineamento desse profissional: visionário, 
idealizador democrático, com formação e conhecimento específicos da função do 
diretor-gestor escolar. Diante disso Bordignon e Gracindo (2000, p.174), apresenta o 
perfil do gestor escolar diante das dimensões cruciais da proposta educacional: a técnica 
e política. 
O desenvolvimento de saberes e formação de profissionais especialistas em 
gestão educacional, com capacidade de efetivar transformações necessárias dos sistemas 
de ensino e escolar, é prioridade, por ser conjuntura imprescindível para o salto na 
qualidade educacional do Brasil. (Lück, 2011, p.24). Lück (2009, p.02) afirma que líderes 
de escolas competentes, busca estratégias que visam estimular os professores, 
funcionários, pais, alunos e comunidade em geral a exercerem sua potencialidade no 
incremento de um ambiente educacional positivo e na desenvoltura do seu próprio 
potencial direcionado para aprendizagem e construção de saberes inovadores e 
dinâmicos e solucionar problemas enfrentando as dificuldades. 
Tavares (2009, p.113-114), acentua o melhoramento da compreensão da 
veracidade social no sentido inclusivo, democrático e participativo, retomando a ética e 
o patriotismo, viabilizando a apreensão de competências e habilidades de forma que os 
cidadãos sejam atuantes como agentes transformadores na sociedade. Para se obter uma 
educação libertadora a gestão escolar precisa da participação de todos os profissionais. 
Libâneo (2008, p.103), salienta que gestão, do ponto de vista organizacional, é uma 
modalidade que favorece o convívio por intermédio da divisão de incumbências, da 
cooperação do diálogo e do compartilhamento de atitudes, possibilitando o 
enfrentamento das transformações rompendo com práxis individualistas, obtendo-se 
assim resultados positivos na aprendizagem dos alunos. Libânio continua ressaltando 
que equipe não é apenas um grupo de pessoas, mas que é necessário a adesão do grupo 
de profissionaisque assumam a responsabilidade de construir uma equipe de forma 
unânime na tomada de decisões e no cumprimento das mesmas. 
Lück (2013, p.74-75) destaca que diretores diante da realidade do seu 
trabalho, vivenciando constantes conflitos, por exemplo, referente aos pais de alunos, 
sentem-se sozinhos em seu trabalho, ou seja, isolados, tornando-se centralizadores. 
Partindo do princípio de que toda ação negativa acaba gerando uma condição recíproca. 
Partindo desse pressuposto, é possível dizer que os professores também se sentem da 
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59 
mesma forma, reproduzindo as atitudes do líder da escola, uma vez que, esses 
profissionais não se sentem envolvidos no processo das atividades que deveriam ser 
coletivas, tornando as ações educacionais fragmentadas. Hora (2010, p.53), vem confrontar que “a escola, na qualidade de organização social de formação, pretende ser 
espaço onde todos aprendem a democracia, vivendo seus valores em um exercício 
permanente, construída por pequenas conquistas diárias, na vida da coletividade, para alcançar grandes conquistas”. 
Como competência assumida na dimensão pedagógica cabe ao gestor escolar 
coordenar, juntamente com o coordenador pedagógico ações relativas a: 
 Organização e coordenação das atividades de planejamento, avaliação e da 
elaboração do projeto político-pedagógico, acompanhar e avaliar a 
execução dessas ações: 
 Assistência pedagógico-didática aos/às professores/as, no auxílio à 
organização das situações de aprendizagem adequadas às necessidades 
dos/as estudantes; 
 Efetivação das atividades de rotina como: reuniões pedagógicas, conselhos 
de classe, escolha de livro didático, diagnostico de aprendizagem, avaliação 
seleção e provimento do material didático necessário às aulas; 
 Acompanhamento da aprendizagem dos/das estudantes, definindo quais as 
expectativas de aprendizagem devem ser atingidas por todas as turmas; 
 Divulgação dos objetivos da escola e suas metas, assim como acompanhar o 
desempenho escolar dos/das estudantes e apresentar os resultados à 
comunidade escolar; 
 Definição do tempo escolar e constituição das turmas; 
 Elaboração do calendário escolar; 
 Integração dos/as estudantes por meio de atividades científicas, lúdicas, 
esportivas e associativas (grêmios etc.); 
 Fortalecimento da relação escola-comunidade; 
 Formação continuada dos/das docentes e do pessoal técnico administrativo. 
(MARANHÃO, 2017 p. 17-18). 
 
Para Giancaterino (2010, p.64) é preciso que haja um processo de 
planejamento em que todos, com o seu próprio conhecimento e discernimento, possam 
resolver seus problemas e assim todos crescem juntos, transformando a realidade, 
inovando com o trabalho coordenado. Gomes (2012, p.18), aborda como a eficácia da 
comunicação tem a capacidade de modificar o conhecimento em ação, quando há 
interação por parte da liderança tornando-se assim, apto a motivar e inspirar seus 
liderados a praticarem as ações planejadas, dessa forma, promovendo a cooperação e a 
confiança, sem perder o foco e controle, articulando o andamento e desempenho do seu 
grupo de trabalho. 
Paro (2016, p.30 a 32), traz à tona os condicionantes do autoritarismo na 
escola, dentre estes, os que mais distanciam as relações democráticas, são os de ordem 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
60 
institucional, e consequentemente o envolvimento da comunidade na gestão escolar. 
Como ocorre em geral com as instituições em uma sociedade onde o autoritarismo é 
predominante, a escola pública é organizada com base nas relações de submissão. Do 
mesmo modo, uma questão totalmente política no qual o Estado se isenta de oferecer um 
ensino de qualidade não permitindo o acesso de pessoas que poderiam desenvolver um 
trabalho no sentido oposto, ganhando acepção apenas técnicas tendo em vista que 
mesmo sendo habilitado em administração escolar não é instrumento suficiente para 
enfrentar os complexos problemas de uma escola real. O irônico de tudo isso é que 
mesmo conquistando um cargo de gestor, como autoridade máxima na escola, acaba-se 
revelando um presente de grego, quando na verdade não são dadas as mínimas 
condições de funcionamento à escola. O que ser diretor nesse tipo de escola, tem servido 
ao Estado como uma aparelhagem perversa, que coloca a pessoa do diretor como o “responsável” pela ineficácia da escola, se tornando autoritário, o que leva a aversão de 
toda comunidade escolar. A partir de então detecta sua impotência para realizar seus 
possíveis sonhos de democracia e propagação do saber que almejava construir com sua 
posição no ambiente escolar. Diante disso, faz-se necessário uma postura crítica da 
situação por parte dos diretores rebelando-se contra essa migalha de poder, buscando a 
distribuição desse poder entre todos da comunidade escolar. 
Libâneo (2004, p.79), afirma que: “a participação é a principal via de garantir a gestão democrática na escola 
oportunizando o engajamento de profissionais e participantes na tomada de 
decisões e no andamento da estruturação escolar, promovendo um 
conhecimento mais amplo dos objetivos e metas de sua dinâmica, 
concatenando-se com a comunidade e beneficiando um maior contato entre professores alunos e pais.” 
 Nesse contexto, Hora (2010, p.53), enfatiza que “a participação da 
comunidade nas decisões mais simples da escola é tão importante quanto a sua participação em decisões mais complexas”. 
A gestão participativa é condição para o exercício da democracia propiciando 
o direito à cidadania, resulta também em responsabilidades. Se, de uma maneira, a 
gestão é uma ação grupal, refletindo a participação e objetivos comuns, em 
contrapartida descende também de habilidades e deveres individuais e de uma ação 
coordenada e conduzida, afirmado por Libâneo (2008, p.125 - 126). Nesse sentido, Lück 
(2010, p.57), corrobora que a gestão participativa da escola concebe um jeito 
significativo de proporcionar a proximidade entre os representantes da escola, 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
61 
diminuindo desigualdade entre eles. Logo, está focada na pesquisa por figuras mais 
democráticas de gerir uma instituição escolar. A gestão democrática se define como o 
processo que nutre cenário, para que os sujeitos de uma coletividade que não apenas 
tomem parte em suas decisões mais relevantes, mas que arquem com suas 
responsabilidades. Pressupondo, que democracia, vai além da tomada de decisões, 
abrangendo a consciência de construções do seu processo como um todo. 
De acordo com Pires, (2012, p.11), se torna difícil estabelecer as atribuições 
dos pais na escola e no conjunto do sistema educacional. Eles têm duplo ângulo de 
contribuições e de comando, tornam-se as primeiras referencias no que tange a opinião 
qualitativa na solução educacional, no entanto, precisam ser norteadas pela gestão da 
escola. Alpestre (2007, p.10), vem contribuindo que a escola sonha com uma família bem 
estruturada que assuma sua responsabilidade na qual pais e filhos tenham uma 
convivência harmoniosa cooperando no desempenho das atividades do cotidiano, que o 
dialogo seja presente, resgatando e preservando valores em todas as dimensões, 
tornando-se parceira interagindo no processo educativo da escola. Alpestre (2007, p.13), 
ainda focaliza que a escola é um lugar propicio para os educandos desenvolverem 
competências e habilidades, favorecendo a participação, a responsabilidade e a 
autonomia. Que os profissionais da educação executem suas dinâmicas com qualidade e 
que lhes sejam proporcionadas boas condições de trabalho, viabilizando um ambiente 
motivador. 
TRES (2011, p.21), pontua que, para que a escola tenha sucesso, é importante 
que a gestão busque a participação de toda comunidade escolar, para que haja melhor 
inserção dos objetivos desejados e um empenho maior. Pois o principal caminho para 
que a escola se transforme em um espaço de crescimento contínuo e integradoé a 
colaboração de todos. Quanto a participação dos pais, Lück (2013, p.74), enfatiza que é 
muitas vezes solicitada para tratar da vida escolar dos discentes. A habitual reunião de 
entrega de boletins está relacionada à uma ação de controle de desempenho dos alunos, 
ao invés de participantes em um processo contínuo de orientação e formação dos 
mesmos. Lück (2013, p.83-84), continua evidenciando que em geral, sabe-se que é pouca 
a participação dos pais no que aconteceu na escola, temendo essa participação por parte 
de pais temperamentais, tentando fazer imposições relacionadas aos procedimentos da escola visando “facilidades” ao invés de buscar melhorias do ensino. Por conseguinte, os 
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62 
gestores deixam de oportunizar a participação familiar, sendo provável que procedam 
desse modo também por apresentarem medo de perder espaço e autoridade. 
Lück (2010, p.86), vem realçar que a participação dos pais na vida escolar dos 
filhos tem sido motivo de pesquisas, como um dos indicadores mais relevantes na 
determinação da qualidade do ensino, ficando evidente que os alunos cuja os pais são 
mais participativos na escola, aprendem melhor. Diante de tudo que já foi exposto sobre 
a importância da participação da comunidade no processo de gestão democrática da 
escola, Piletti (2002, p. 139), questiona de que forma gestores e professores são capazes 
de desenvolver um bom trabalho se desconhecem a realidade da comunidade local? 
Como pode os objetivos educacionais serem alcançados se a escola ignora as condições 
de vida e os anseios da comunidade de que provêm seus alunos? 
Nesse sentido, Paro (2016), vem esclarecer sobre condicionantes que 
determinam a participação da comunidade: 
1)Condicionantes econômico-sociais, ou as reais condições de vida da 
população e a medida em que tais condições proporcionam tempo, condições 
materiais e disposição pessoal para participar; 2) condicionantes culturais, ou a 
visão das pessoas sobre a viabilidade e a possibilidade da participação, movidas 
por uma visão de mundo e de educação escolar que lhes favoreça a vontade de 
participar; 3) condicionantes institucionais, ou os mecanismos coletivos, 
institucionalizados ou não, presentes em seu ambiente social mais próximo, dos 
quais a população pode dispor para encaminhar sua ação participativa. (PARO, 
2016, p.67). 
 
Paro (2016, p. 64-65), continua salientando que a participação na execução, 
envolve ainda, uma divergência das decisões tomadas que é comum no discurso dos 
opositores à participação dos cidadãos na gestão da escola pública, alegando-se o baixo 
nível de escolaridade e o desconhecimento dos pais referentes ao âmbito pedagógico, ao 
mesmo tempo que se exige que esses mesmos pais contribuam assessorando seus filhos 
nas tarefas para casa. Essa alegação torna-se infundada tendo em vista que a 
participação da comunidade na escola é um instrumento necessário de controle do 
estado. Por tanto, o seu saber técnico não é condição indispensável, e sim a capacidade 
de defender seus direitos como cidadãos, fiscalizando a ação da escola, associando-se a 
ela na imposição junto aos órgãos superiores do estado para que este proporcione 
condições objetivas facilitando a realização de um ensino de qualidade. Nessa 
perspectiva, Paraná (2008, p.99), enfatiza que a escola, com sua nova roupagem deve 
romper com o modelo tradicional de ensino, formando cidadãos livres e conscientes de 
seu papel na construção ou transformação da sociedade. 
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63 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O presente estudo, tem o propósito de buscar um olhar reflexivo para se 
compreender melhor as concepções e práticas de gestão democrática na educação 
pública. Pois é um processo complexo que só é possível se efetivar com a participação de 
uma comunidade escolar atuante e unânime, muito embora, haja uma larga distância 
entre teoria e prática sobre essa temática. Nessa perspectiva, a gestão democrática tem 
como finalidade incitar as pessoas de forma articulada e conjunta a desempenhar uma 
atuação eficaz na escola com o objetivo de transformar a realidade. 
Para que ocorra uma aprendizagem significativa, é indispensável a 
participação ativa da família nas atividades escolares, é relevante que todos sejam 
estimulados e estimuladores de angústias para que as modificações exprimam novas 
conquistas no universo educacional. Diante disso, hoje, o gestor tem um papel de suma 
importância na mediação da democratização, tanto no que desrespeito a questões 
internas quanto externas da escola, incentivando e direcionando as ações para que a 
mesma se efetive democraticamente, inovando técnicas para atrair a comunidade a 
participar não apenas como mero espectador, mas como participante ativa no tocante à 
tomada e execução de decisões e desse modo construir ações de participação coletiva 
envolvendo todos os sujeitos desse processo. 
Para que a democratização se concretize no espaço escolar, é primordial que 
os pais se conscientizem da importância da participação no processo de aprendizagem 
de seus filhos. Nesse sentido, a escola deve criar mecanismos a fim de promover essa 
mobilização no seio familiar. Diante do exposto, isso só será possível quando a educação 
for prioridade para o Estado e este por sua vez, propiciar meios de assegurar que os 
cargos de gestores sejam exercidos por pessoas competentes e não por indicação 
política, pois só assim, o gestor escolar poderá exercer sua autonomia e desempenhar 
um trabalho que atenda às necessidades da comunidade escolar, com responsabilidade. 
Enfim, como profissionais em escolas públicas, observa-se que a 
transformação da escola num espaço cooperativo, com objetivos e ideais unânimes, 
responsabilizando-se pelos resultados alcançados por meio da parceria da equipe de 
trabalho, tendo em vista que uma gestão democrática é um processo que se dá de forma 
integrada e que o grande desafio dessa gestão deve ser a busca por uma educação de 
qualidade independente de classe social, isso parece um tanto utópico. 
 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
64 
REFERÊNCIAS 
 
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Campinas, SP: Editora Alínea, 2010 —2ª Edição. 
 
LIBÂNEO, J.C. Organização e gestão escolar: Teoria e prática. 5.ed. Goiânia: Editora 
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LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão Democrática: Teoria e Prática. 5.Ed. 
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Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
65 
 
LIBÂNEO, J.C. Organização e gestão da escola. Teoria e prática. 5.ed. Revista e 
ampliada to. Goiânia:Santos Júnior 
5
 
 
Resumo: O objetivo do presente trabalho é abordar a Educação Ambiental dentro de 
uma perspectiva social, denotando a importância da escola no processo de Educação 
Ambiental, a fim de propiciar a formação do caráter cidadão do indivíduo, no sentido de 
contribuir para despertar a responsabilidade da sociedade para ações básicas de 
proteção ao meio ambiente. Assim, buscam-se argumentos para evidenciar que a 
Educação Ambiental, especialmente a desenvolvida no âmbito escolar, é um importante 
instrumento de formação de novos valores e atitudes frente à problemática ambiental e 
é preciso resgatar e construir um conjunto de ações e reflexões que propicie atitudes 
compromissadas com outro paradigma de sociedade e organização social, apontado para 
a importância do sentido de pertencimento, participação e responsabilidade. Nesse 
sentido buscou-se através de referências bibliográficas evidencia a importância da 
Educação Ambiental no âmbito escolar, pois é nele que o indivíduo passa uma boa parte 
de tempo dedicando-se a construir o saber, a adquirir conhecimentos a formar um ser 
pensante e consciente. 
 
Palavras-Chave: Educação Ambiental; Sustentabilidade; Escola. 
 
 
1 Graduada em Pedagogia pela Faculdade do Maranha o -FACAM/MA e Po s -graduanda em Supervisa o, Gesta o e Planejamento Educacional pelo IESF 
2 Graduada em Pedagogia pela Faculdade do Maranha o -FACAM/MA e Po s -graduanda em Supervisa o, Gesta o e Planejamento Educacional pelo IESF; 
3 Graduada em Pedagogia pela Faculdade do Maranha o -FACAM/MA e Po s -graduanda em Supervisa o, Gesta o e Planejamento Educacio nal pelo IESF 
4 Graduado em Pedagogia pela Universidade Estadual Vale do Acarau -UVA e Po s -graduando em Supervisa o, Gesta o e Planejamento Educacional pelo IESF. 
5 Orientador - Mestrando em Educaça o pela Universidade Luterana do Brasil - ULBRA. Especialista em Psicopedagogia Institucional, em Doce ncia do Ensino Superior e em Supervisa o, Gesta o e Planejamento Educacional pelo Instituto de Ensino Superior Franciscano - IESF. Graduado em Pedagogia pela Universidade Estadual Vale do Acarau – UVA e em Magiste rio S uperior pela Universidade Estadual do Maranha o – UEMA. 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
8 
1. INTRODUÇÃO 
Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente (2019) Os quatro últimos 
anos foram os mais quentes já registrados no planeta. Após ter tido o mês mais quente 
da história, em julho, o ano de 2019 deverá se somar ao 'top 5' e inclusive se situar como 
o 2º ou o 3º mais quente, segundo a Agência Oceânica e Atmosférica americana (NOAA). 
O aquecimento global, o degelo das calotas polares, a reciclagem, o calor e o frio em 
demasiado, a falta de água, dentre outros, são temas ambientais que jamais estiveram 
tão em evidências nas mídias, televisivas e impressas, nas rodas de discussões, nas 
escolas, nas repartições públicas e privadas, em todo o mundo, como atualmente. Em 
todos os seguimentos da sociedade, o assunto dominante, é a Sustentabilidade, e o 
consumir sem agredir a natureza, conscientizando-os a preservar para não faltar. 
O conceito de sustentabilidade começou a ser elaborado em 1973, um ano 
depois da Conferência da Organização das Nações Unidas de Estocolmo, ocorrida em 
1972, na capital da Suécia, reconhecida mundialmente como um grande marco 
ambiental, que chamou a atenção do mundo para a importância da preservação do meio 
ambiente. Para o Brasil, as consequências claras foram à elaboração do decreto que 
instituiu em 1973 a Secretaria Especial do Meio Ambiente. 
 
2. REVISÃO DE LITERATURA 
A viabilização da sustentabilidade exige também o estabelecimento de 
políticas governamentais, ações empresariais e da sociedade. Exige a melhoria da 
qualidade de vida de parte significativa da população que vive em condições sub-
humanas e exige, por fim, a modificação dos padrões de consumo das sociedades. É 
preciso promover mudanças de hábitos de consumo e, ao mesmo tempo, reduzir as 
diferenças sociais para um melhor entendimento global voltado às políticas de 
sustentabilidade conscientizando os alunos desde já para um projeto de preservação 
ambiental. 
A Política Nacional de Educação Ambiental é regida pela lei nº 9.795, de 27 de 
abril de 1999. Os conteúdos englobam: conceito, objetivos, princípios, atuação e sua 
relação com a educação. 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
9 
“Art. 1º Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o 
indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, 
atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de 
uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.” “Art. 7 º A Política Nacional de Educação Ambiental envolve em sua esfera de 
ação, além dos órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Meio 
Ambiente - SISNAMA, instituições educacionais públicas e privadas dos sistemas 
de ensino, os órgãos públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, e organizações não-governamentais com atuação em educação 
ambiental.” “Art. 10 º. A educação ambiental será desenvolvida como uma prática educativa 
integrada, contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino formal.” 
Para BRASIL (2005): “se os sistemas sociais atuam na promoção da mudança ambiental, então a 
educação assume posição de destaque para construir os fundamentos da 
sociedade sustentável, apresentando uma dupla função a essa transição 
societária: propiciar os processos de mudanças culturais em direção à 
instauração de uma ética ecológica e de mudanças sociais em direção ao 
empoderamento dos indivíduos, grupos e sociedades que se encontram em vulnerabilidade face aos desafios da contemporaneidade.” 
Para Sorrentino (2004): “é preciso resgatar e construir um conjunto de ações e reflexões que propicie 
atitudes compromissadas com outro paradigma de sociedade e organização 
social, apontado para a importância do sentido de pertencimento, participação 
e responsabilidade. É nesse contexto que surge a Educação Ambiental (EA), 
nascida com o objetivo de gerar uma consciência ecológica em cada ser 
humano, preocupando-se em oportunizar um conhecimento que permita mudar o comportamento humano quanto à proteção da natureza.” 
Segundo Vasconcellos (1997): “a presença, em todas as práticas educativas, da reflexão sobre as relações dos 
seres entre si, do ser humano com ele mesmo e do ser humano com seus 
semelhantes é condição imprescindível para que a Educação Ambiental ocorra. 
Dentro desse contexto, sobressaem-se as propiciem essa reflexão, apontada 
pelo autor, pois isso necessita de atividades de sala de aula e de campo. Essas 
ações orientadas em projetos e em processos de participação são importantes, 
pois conforme afirma Dias (1992), levam à autoconfiança, a atitudes positivas e 
ao comprometimento pessoal com a proteção ambiental implementados de modo interdisciplinar.” 
 
O objetivo deste artigo é abordar a Educação Ambiental dentro de uma 
perspectiva social, denotando a importância da escola no processo de formação do 
caráter cidadão do indivíduo, no sentido de contribuirMF. Livros, 2008. 
 
LUCK, Heloisa. Dimensões da Gestão Escolar e suas competências. Positivo, Curitiba, 
2009. 
 
LUCK, Heloisa. A gestão participativa na escola. 6.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. Série 
Caderno de Gestão. 
 
LUCK, Heloisa. Liderança em gestão escolar. 7. ed. Petrópolis, RJ: vozes, 2011 (Série 
cadernos de gestão). 
 
LUCK, Heloisa. A gestão participativa na escola/ Heloisa Lück. 11.ed.- Petrópolis, RJ: 
Vozes,2013. Série caderno de gestão. 
 
MARANHÃO. Governo do Estado. Escola Digna: Caderno de orientação pedagógica- 
gestão escolar. /Secretaria de Estado da Educação. _ São Luis, 2017. 
 
PARANÁ, Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica Língua Portuguesa 
SEED,2008. 
 
PARO, Vitor Henrique, Gestão democrática da educação pública / Vitor Henrique 
Paro. – ed.- São Paulo; Cortez, 2016. 
 
PILETTI, Nelson: Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental. 26. Ed. São 
Paulo: Ática, 2002. 
 
PIRES, Ieda Maria Maia. A gestão escolar e o desafio de uma parceria “efetiva” com a 
família e a educação de qualidade. Conselho Estadual de Educação do Ceará. 
Coordenadoria de Executivos Escolares, 2012. 
 
SILVA, Maria Abadia. Do Projeto Político do Banco Mundial ao Projeto Político 
Pedagógico. In: Cadernos Cedes: Arte e manhas dos projetos políticos pedagógicos. 
Campinas: Unicamp. V.23, n°61, dez.2003. 
 
TAVARES, Wolmer Ricardo. Gestão Democrática: Gerindo Escolas para Cidadania 
Crítica. Rio de Janeiro: Wark, 2009. 
 
 
 
 
 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
66 
Capítulo 5 
A participação da comunidade na gestão democrática 
da escola: Uma relação de desafio 
 
Reinaldo Batista Diniz do Carmo 19 
Daniela Fernanda Mendes da Silva 20 
Elisângela Pereira de Souza 21 
Abdoral Cardoso Santos Júnior 22 
 
 
 
Resumo: O presente artigo teve como foco realizar um estudo sobre uma gestão 
democrática e a participação da comunidade escolar na construção de uma educação de 
melhor qualidade. Esse estudo nos revela o quanto essa parceria, gestão democrática e 
comunidade escolar só vem a somar para a melhoria e um bom funcionamento no 
ambiente escolar. A busca pela qualidade do ensino é um direito e essa luta começa 
quando a comunidade escolar toma consciência do seu papel no envolvimento e 
participação nas decisões dos assuntos escolares que são de extrema importância para 
que se alcance um ensino de qualidade, assim sendo uma gestão democrática será 
sempre um princípio para que se obtenha resultados positivos. 
 
 
Palavras-chave: Participação. Gestão escolar. Democracia. Comunidade escolar 
 
 
 
19 Graduado em Pedagogia, pela FASAMAR - Faculdade São Marcos, no ano de 2019; Pós- Graduando em 
Supervisão, Gestão e Planejamento Educacional pelo IESF-Instituto de Ensino Superior Franciscano em 
2020. 
20 Graduada em Pedagogia, pela Faculdade do Maranha o – FACAM, no ano de 2019; Po s -Graduanda em Supervisa o, Gesta o e Planejamento Educacional pelo Instituto de Ensino Superior Franciscano - IESF em 2020. 
21 Graduada em Pedagogia, pela Faculdade do Maranha o – FACAM, no ano de 2019; Po s -Graduanda em Supervisa o, Gesta o e Planejamento Educacional pelo Instituto de Ensino Superior Franciscano - IESF em 2020. 
22 Orientador - Mestrando em Educaça o pela Universidade Luterana do Brasil - ULBRA. Especialista em Psicopedagogia Institucional, em Doce ncia do Ensino Superior e em Supervisa o, Gesta o e Planejamento Educacional pelo Instituto de Ensino Superior Franciscano - IESF. Graduado em Pedagogia pela Universidade Estadual Vale do Acarau – UVA e em Magiste rio Superior pela Univers idade Estadual do Maranha o – UEMA. 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
67 
1. INTRODUÇÃO 
A escola do século XXI deve ser reestruturada para atingir a formação do 
indivíduo para a vida, tomando por base a cidadania e o respeito para com o próximo. 
Pessoas com consciência de mundo, dos seus direitos e de vida. Nesse sentido, uma boa 
gestão educacional requer a formação de parceria entre escola e comunidade para que 
seja de verdade uma gestão democrática. 
A importância da interação comunidade e escola se faz necessária para que 
juntas conheçam suas realidades e busquem alternativas que permitam facilitar o 
diálogo entre si, para que aconteça assim o êxito no ambiente escolar, assim 
compartilhar responsabilidades é estar somando para uma educação de qualidade. 
Para nortear nosso estudo levantamos a seguinte indagação: como está a 
relação da escola com a comunidade assistida? Através do estudo da relação escola-
comunidade também poderemos discutir indagações acerca: 
Da formação para a cidadania, da possibilidade de promover uma educação 
mais significativa na escola, da solução de problemas de violência e vandalismo 
nas unidades escolares, da permanência das crianças na escola, das questões 
sobre a relação entre educação e trabalho... (NOGUEIRA, 1999, p. 14). 
 
O objetivo de tudo isso é que a escola e comunidade sigam uma mesma linha, 
de forma a oferecer ao cidadão, uma maior segurança na aprendizagem no sentido de 
formar pessoas de senso crítico, capazes de enfrentar a complexidade de situações 
adversas que surgem na sociedade. 
Assim sendo, este trabalho tem por objetivo analisar os benefícios da relação 
gestão e comunidade escolar, dentro do contexto educacional. Pois uma gestão 
participativa implica em benefícios significativos para uma sociedade mais justa. A 
participação é uma necessidade humana que faz o indivíduo agir no social e se 
comprometer com o coletivo, tendo assim uma visão mais ampla do processo 
educacional dentro da escola. 
Numa gestão participava e democrática o gestor deve proporcionar no seu 
ambiente escolar, ações que proporcionem a participação de todos, de forma 
compartilhada, assim também aos governantes em investir na classe formação 
continuada aos seus colaboradores, na qualificação de uma prática pedagógica. A escola 
pra ter qualidade precisa ser democrática, é nesse ambiente escolar que se construirá 
uma sociedade com visão crítica, reflexiva do mundo em que vivemos. 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
68 
Atualmente muito tem sido as discussões sobre Gestão Democrática e 
participativa dentro das escolas, tendo como foco primordial o trabalho de equipe 
visando assim a melhoria na qualidade do ensino, essa parceria tem como objetivo 
envolver a todos que compõe o corpo de uma escola e a comunidade em geral para pôr 
em prática o verdadeiro sentido de uma gestão democrática e participativa. 
O gestor deve orientar a sua equipe para que a mesma não se perca nos seus 
objetivos, que é de trabalhar para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, 
onde as diferenças não interfiram no bom desenvolvimento de um trabalho coletivo. 
Segundo Cury (2007, p. 494), o trabalho da equipe gestora implica em: 
 
[...] transparência e impessoalidade, autonomia e participação, liderança e 
trabalho coletivo, representatividade e competência. Voltada para o processo 
de decisão baseado na participação e na deliberação pública, a gestão
 democrática expressa um anseio de crescimento dos indivíduos como 
cidadãos e do crescimento da sociedade democrática. Por isso a gestão 
democrática é a administração de uma gestão concreta. 
 
Assim, o direcionamento da gestão escolar cabe à direção, direção auxiliar e 
equipe pedagógica que, juntas, formam a equipe gestora.Essa equipe, tendo a Gestão 
Democrática como princípio, deve primar pelo fortalecimento do trabalho coletivo, pela 
ética profissional e pelo comprometimento político-pedagógico com a educação 
pública. 
 
2. REFERENCIAL TEÓRICO 
A participação é um dos princípios da democracia, a palavra vem do latim 
(participativo) que significa a ação e o efeito de participar, que quer dizer (tomar parte, 
compartilhar, denunciar). Também pode ser usado como referência de os cidadãos se 
envolverem, participarem nas decisões de uma organização ou grupo, ou nas decisões 
políticas de um país. 
É preciso participar da vida escolar dos filhos e da escola. A contínua 
colaboração entre escola e os pais faz com que se tornem parceiros no processo 
educacional. A falta de comunicação entre a escola e os pais leva ao 
comprometimento do sucesso escolar (CODY; SIQUEIRA, 1997, p. 15). 
 
Logo, concluímos que é de extrema importância que a escola, ao planejar e 
programar suas ações pedagógicas procure envolver sua comunidade na construção do 
conhecimento. É importante ressaltar que, para que uma Gestão Democrática se 
preconize é necessário que a comunidade escolar adote maneiras de participar 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
69 
efetivamente dessa gestão. Todo ambiente de educação possui ou deveria possuir o seu 
Regimento Escolar interno, no qual é baseado na forma de gestão da escola, um diretor 
que preza por uma Gestão Democrática deverá exercer sua função voltado para alguns 
caminhos necessários para essa prática. 
Andrade, sugere que: 
A função primordial do gestor escolar, baseada na liderança e competência, é 
manter a escola em atividades harmoniosas, participativas e produtivas, 
delegando, acompanhando e exigindo tarefas com autenticidade e ponderação, 
transformando o discurso em ação. Assim como a essência da gestão é fazer a 
instituição operar com deficiência, a eficácia da gestão depende, em grande 
parte, do exercício da liderança. (2004, p.17) 
Sendo assim, partindo do ponto de que o diretor não trabalha sozinho, o seu 
papel amplia- se, vai- se de função administrativa, para uma outra, onde o mesmo vai 
coordenar, organizar e promover a participação de todos no processo educacional da 
escola. 
Para Campos: 
(...) a discussão da Gestão Escolar em uma perspectiva Democrática requer que 
se destaquem alguns elementos: A descentralização do poder do diretor, a 
autonomia do Corpo docente e do quadro administrativo, a participação de 
alunos e comunidade na construção coletiva e na definição dos objetivos da 
escola (...) ( 2004, p. 10-11). 
 
Em uma Gestão Democrática a participação de todos é fundamental no bom 
andamento de uma escola. Através dessa participação é que as pessoas podem dar suas 
opiniões e expor suas ideias, contribuindo assim para o desenvolvimento da instituição 
onde estão inseridos. 
Desse modo, é necessário que a instituição caminhe no sentido de se tornar 
autônoma, implicando necessariamente nas mudanças do processo decisório dentro da 
escola, descentralizando-se e horizontalizando-se pelo compartilhamento da 
responsabilidade com os diferentes atores educativos que constituem a comunidade 
escolar: gestores, professores, alunos, pais, comunidade. Essa mudança de paradigma se 
estabelece também no âmbito pedagógico, visto que o planejamento passa a ser 
participativo, as visões de conjunto das disciplinas formam um conhecimento complexo, 
num modelo sistêmico em que todo e as partes se integram formando um conhecimento 
sólido e profundo. 
Para LUCK, 
a participação ativa de todos os envolvidos em uma unidade social, para a 
tomada de decisão conjunta, mediante processo de planejamento participativo, 
pelo qual a realidade é analisada pela incorporação de diferentes olhares que, 
ao serem levados em consideração, permitem que as decisões tomadas o sejam 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
70 
a partir de uma visão abrangente das perspectivas de intervenção além de 
garantirem o comprometimento 
coletivo com a implementação do planejamento. (in Brito. P.128) 
 
Neste sentido, é que entendemos o Conselho Escolar e demais órgãos 
colegiados, como uma ferramenta imprescindível a gestão democrática. A partir de sua 
atuação dentro da escola, a gestão passa a horizontalizar-se, onde as “ordens” não são 
mais dadas de forma vertical. Além de possibilitar a participação de todos os atores 
educativos, onde são representados de acordo com seu segmento (funcionários, gestor, 
professores, pedagogos, comunitários e pais) e de forma paritária, ou seja, em número 
igual, tendo direito a voz e a voto nas tomadas de decisões, passando a se sentirem 
valorizados no âmbito escolar, fiscalizando as prestações de contas da verba repassa 
para a escola através da unidade executora, deliberando e avaliando a escola e os 
projetos, dentro dos condicionantes sócio-econômicos e históricos em que está inserida. 
Paulo Freire (2002) afirma: 
Tudo o que a gente puder fazer no sentido de convocar os que vivem em torno 
da escola, e dentro da escola, no sentido da escola na mão, também. Tudo o que 
a gente puder fazer nesse sentido é pouco ainda, considerando o trabalho 
imenso que se põe diante de nós que é o de assumir esse país 
democraticamente ( in Brasil, 2004) 
 
Portanto, a gestão escolar tem papel fundamental na formação de cidadãos 
conscientes e que tenham visão da realidade e que participem dos acontecimentos que 
dizem respeito a realidade em que está inserido, sendo sujeito ativo de sua história 
individual e coletiva, visando o bem estar da coletiva, a ética e uma melhor qualidade de 
vida. Para Botler: 
 
É pela via da reflexão e da decisão ponderada que os indivíduos se 
autogovernam, se auto-regulam, definem seus valores e padrões de conduta, 
sua própria moralidade. É aí que reside a diferença entre autonomia outorgada 
e autonomia conquistada, ou seja, a primeira vem pelo discurso instituído pelo 
estado, que regula e define padrões de condutas que são veiculados e aceitos 
socialmente no sistema educacional, através de argumentos que nem sempre 
correspondem as reais possibilidades e necessidades de cada comunidade ou 
unidade escolar. A autonomia, conquistada por sua vez, diz respeito aos 
padrões construídos pela comunidade escolar, como num código de ética, que 
vai sendo elaborado na dinâmica própria de realidade organizacional, visto que 
é elaborado de maneira autêntica singular (in Brito, 2008, p. 127) 
 
Dessa forma pode gerar nos trabalhos em instituição de ensino uma análise 
reflexiva acerca do papel do gestor nas atividades educacionais realizadas em âmbito 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
71 
interno e por seus respectivos profissionais. Ler, refletir e analisar é importantíssimo em 
uma rotina educacional, pois, o ato de novos instrumentos de qualidade, sendo essa é 
claro uma função do gestor exteriorizando sua práxis educacional no sentido de 
construção do espírito de liderança, medindo através de ações positivas no processo de 
tomada de decisão. 
A gestão participativa é algo que advêm de um poder de decisão democrática, 
coletivo e escolhido de forma abrangente pensando no bem comum. Portanto, esse 
processo de gerenciamento requer um poder de liderança, pois, um gestor deve 
participar de maneira ativa e coesa de todos os momentos de escolha da instituição. 
Participação essa que deve ser compreendida como um modelo de gestão democrática e 
que leve em consideração todas as opiniões acerca do futuro e dos projetos propostos 
para a melhoria da instituição. 
Então, os profissionais da educação devem entender que não se pensa em 
participação coletiva nas tomadas de decisões, ocasionando democracia, sem refletir 
sobre autonomia da instituição. Esse mecanismo de autonomia é um processo dinâmico 
e complexo, contudo extremamente necessário para o desenvolvimentoe 
aperfeiçoamento das instituições. Dessa forma, compreender que a liberdade e 
independência são princípios que fundamentam os universos de igualdade e 
oportunidades das tomadas de decisões, podendo assim, ocasionar o melhoramento e 
desenvolvimento positivo da instituição. 
 Assim, a Gestão Educacional considerada como democrática, tem sua 
fundamentação no princípio a legislação educacional brasileira, sendo considerada 
obrigatória sua existência nas instituições de ensino atuais. A sociedade deve entender 
gestão educacional democrática como, de acordo como Oliveira: 
[...] forma não violenta que faz com que a comunidade educacional se 
capacite para levar a termo um projeto pedagógico de qualidade e possa também, gerar “ cidadãos ativos” que participem da 
sociedade como profissionais compromissados e não se ausentem 
de ações organizadas que questionem a invisibilidade do poder 
( 2010; p.17). 
 
Entendem aqui claramente que esse processo no âmbito escolar inicia-se com 
a elaboração do projeto político pedagógico, onde se deve reunir a todos, analisar 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
72 
argumentos, conhecer a história enquanto instituição, a política, construir a filosofia e 
missão social, enfim, diversos mecanismos que exigem o coletivismo de todos que 
compõe a instituição escolar. 
Assim, a instituição escolar não pode perder sua autonomia, sua capacidade 
de construir metas ou ações que venham melhorar sua estrutura física ou mesmo 
curricular, o processo avaliativo de suas ações, requer saberes que construídos ao longo 
dos anos formados por um fluxograma de possíveis possibilidades de ações a serem 
melhoradas ou criadas em prol de um atendimento de qualidade. Ao passo que a 
instituição escolar adquiriu essa autonomia nos democratizamos em uma construção 
coletiva, melhorando o processo de tomada de decisão e mediando as ações a serem desempenhadas. Segundo Gadotti: “ Educar significa, então, capacitar, potencializar, para 
que o educando seja capaz de buscar a resposta do que pergunta, significa formar para a autonomia” (GADOTTI, 2010; P.13) 
 
2.1 O QUE É GESTÃO DEMOCRÁTICA E PARTICIPATIVA 
 
A escola, vista como uma organização social, cultural e humana, requer que 
cada sujeito envolvido tenha o seu papel definido em um processo de participação 
coletiva. Portanto, a efetivação da Gestão Democrática passa pelas condições materiais e 
imateriais que as instituições promovem para assegurar sua realização, e não somente 
pela previsão deste princípio na legislação. Neste contexto, cabe a todos que fazem parte 
do processo educativo buscar meios que possibilitem a Gestão Democrática e, 
principalmente ao diretor, a responsabilidade pela realização de um trabalho 
participativo, autônomo e democrático, que envolva todos os segmentos que compõe a 
escola. Para que se possa pensar na atuação do diretor na construção de uma Gestão 
Democrática, antes é necessário compreender o que é gestão escolar. 
Segundo a pesquisadora Heloisa Luck (2007), a gestão escolar é o termo que 
passou a substituir o termo administração escolar, significando uma alteração 
conceitual, uma vez que envolve a participação da comunidade nas decisões que são 
tomadas na escola. 
Como elementos constitutivos dessa forma de gestão, podem ser destacados: 
participação, autonomia, transparência e pluralidade (ARAÚJO, 2000). Cada um desses 
elementos tem sua relevância por si só e, juntos, colaboram para a ampliação do 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
73 
entendimento de como se articula e se manifesta uma educação democrática, que 
considera, realmente, a comunidade escolar. 
Participação: A participação deve ser garantida a todos os envolvidos no 
processo de ensino e aprendizagem. A escola, concebida como uma instituição de 
responsabilidade de todos - professores, pais, agentes educacionais, comunidade e 
equipe gestora que participam efetivamente nos processos de tomada de decisão -, tem 
maiores possibilidades de diminuir ou evitar o abandono, a evasão e a repetência de 
estudantes. 
Neste sentido, o desafio do diretor consiste em ampliar e criar novos canais 
de participação dos sujeitos sociais nos rumos da escola, afirmando-a como espaço 
público da cidadania. 
Segundo Luck (2007), 
Um órgão colegiado escolar constitui-se em um mecanismo de gestão da escola 
que tem por objetivo auxiliar na tomada de decisões em todas as áreas de 
atuação, procurando diferentes meios para se alcançar o objetivo de ajudar o 
estabelecimento de ensino, em todos os seus aspectos, pela participação de 
modo interativo de pais, professores e funcionários. 
 
Diante dessas configurações, a gestão escolar tem a atribuição de organizar 
todos os elementos que direta ou indiretamente influenciam no trabalho pedagógico - os 
aspectos ligados aos profissionais da educação e suas funções, aos espaços e aos 
recursos -, garantindo a legalidade de todas as ações e primando pelo ensino e 
aprendizagem de todos os estudantes. 
Assim, o direcionamento da gestão escolar cabe à direção, direção auxiliar e 
equipe pedagógica que, juntas, formam a equipe gestora. Essa equipe, tendo a Gestão 
Democrática como princípio, deve primar pelo fortalecimento do trabalho coletivo, pela 
ética profissional e pelo comprometimento político-pedagógico com a educação pública. 
 
2.2 A RELAÇÃO GESTÃO, ESCOLA E COMUNIDADE 
 
A relação família e escola é, e sempre será importante para o ensino e a 
aprendizagem de todos, mas algumas vezes ela se dá com alguns desencontros, devido a 
falta de diálogo, conflito de opiniões, por isso é preciso estar aberto a outros caminhos. 
É interessante que tanto a família quanto a escola queiram a mesma coisa, a 
qualidade do ensino, a melhor aprendizagem para todas as crianças, por isso é 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
74 
fundamental que os assuntos pedagógicos sejam responsabilidade de todos, alunos, 
comunidade, professores e gestores. 
A escola é responsável por criar espaços de troca e discussão sobre os 
assuntos pedagógicos, onde todos possam ter voz e não apenas serem informados das decisões tomadas. A escola pode assumir o papel de “anfitriã” favorecendo assim as 
diferentes formas de participação dos familiares na escola, como as reuniões de pais e 
mestres, os conselhos escolares, a associação de pais e mestres e muitas outras ações 
promovidas pela escola e que podem ser desenvolvidas com a participação de toda a 
comunidade. 
Vários autores destacam a importância das interações no ambiente de 
aprendizagem e o quanto a participação da comunidade favorece o desenvolvimento dos 
estudantes e da própria comunidade. Logo a participação da família pode ajudar muito 
na aprendizagem de todos, seja de forma direta na escola, na sala de aula ou nos espaços 
de decisão e avaliação da escola. É importante dizer que a participação da família 
colabora para uma educação de qualidade. 
Como diz Gadotti: 
De nada adiantam todas as condições se a população for chamada apenas para 
legitimar decisões tomadas em gabinetes ,[...] Na nossa tradição política a 
participação se tornou instrumento de manipulação em fastidiosas e 
intermináveis reuniões ou assembléias em que, muitas vezes, a única decisão 
consiste em marcar uma próxima reunião. (GADOTTI, 1992, p,51) 
 
A partir de uma correta distribuição da participação escolar, entre todos os 
integrantes da escola, podemos contar com a oportunidade de opinar e participar de 
decisões importantes no processo de ensino-aprendizagem. Fazendo com que a 
participação torne-se um instrumento primordial para o funcionamento de uma escola 
democrática. E essa prezada gestão democrática, deve ter como objetivo, a qualidade da 
educação, assumindo a responsabilidade social de formar para a cidadania e 
incentivando a participação de todos, em quaisquer setores e níveis da sociedade. 
Portanto, a relação que une os pais à escola não pode serde concorrência, 
mas também não pode ser de dependência, ou seja, o professor não pode substituir os 
pais, desempenhando o seu papel e em contrapartida os pais não devem assumir o que é 
de responsabilidade da escola, mas sim auxiliar naquilo que se refere a continuidade da 
aprendizagem escolar no espaço familiar, já que a função dos pais é essencial e 
insubstituível, mesmo antes da escola e independente desta. 
 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
75 
2.3 A FUNÇÃO DO GESTOR ESCOLAR DEMOCRÁTICO 
 
Hoje o gestor precisa conhecer mais o que a função de gestor realmente 
significa. Ser um gestor, não significa dirigir uma escola, tomar decisões sozinho, a 
função do gestor hoje ela é mais democrática ou assim deveria ser e deve ter a 
participação de todo o corpo que compõe a escola, embora a gestão democrática esteja 
proposta na LDB, essa ainda não é uma total realidade. 
A comunidade escolar hoje precisa participar das ações da escola, das 
decisões tomadas e quem é essa comunidade, são os alunos, professores e os demais 
funcionários da escola, todos precisam ser participativos e atuantes dentro desse 
contexto. Então um gestor democrático tem que inserir o aluno, o professor em suas 
ações pedagógicas. 
Nos dias atuais, a concepção de gestor autoritário, aquele que se vê como o 
único responsável pelas decisões tomadas no processo educacional, vem se 
desconstruindo, no entanto muitos veem a função do diretor ou gestor como aquele que 
responderá pelos resultados obtidos na escola, sendo eles positivos ou negativos. 
Administrar ou gestar uma escola não é fácil, se faz necessário que o gestor 
garanta sim a participação da comunidade escolar, no intuito de assumirem um papel 
importante na construção de um projeto pedagógico que venha contribuir para um 
ensino de qualidade para os envolvidos nesse processo. A busca por uma educação de 
qualidade, passa pela participação e integração de todos os membros da comunidade 
escolar, gestor, professor, alunos e funcionários. 
Para Luck : 
[...] é importante que a participação seja entendida como um processo dinâmico 
e interativo que vai muito além da tomada de decisão, uma vez que 
caracterizado pelo inter apoio na convivência do cotidiano da gestão 
educacional, na busca, por seus agentes de superação de suas dificuldades e 
limitações . ( LUCK,1996, P. 31 ) 
 
Nessa linha de entendimento, usar da criatividade, organizando ambientes 
originais e atrativos, reuniões dinâmicas, enfim, tornar a escola um ambiente agradável. 
A família se transformará assim em segmento da escola, como esta é o complemento da 
família, e o processo educacional estará equilibrado. Cabe ressaltar que pais e 
professores são partes complementares do sistema educativo, e desta forma não podem 
ser divergentes, conflitantes ou então trabalharem de forma isolada. Nesse sentido, os 
pais interagindo com a escola e com os professores auxiliam seus filhos na elaboração de 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
76 
suas aprendizagens, não fazendo o papel dos professores sendo meros repetidores do 
trabalho escolar, mas sim colaborando para que a educação escolar possa ter 
continuidade no espaço familiar. 
Já a escola necessita ser uma instituição responsável pelo ensino dos 
conhecimentos, atentando-se para o fato de que a constituição da subjetividade da 
criança se faz tanto na interação com a família quanto na interação com a escola. É nesse 
viés que se deve constituir a prática de uma gestão democrática, passando a desafiar a 
cada dia uma prática coletiva, pois para que exista educação, é preciso que haja 
flexibilização e participação. 
A LDB 9394/96, em seus artigos 14 e 15 sobre a Gestão Democrática, diz o seguinte: 
Art.14 - Os sistemas do ensino público definirão as normas da gestão 
Democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas 
peculiaridades e conforme os seguintes princípios: 
I-participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto 
pedagógico da escola; 
II participação da comunidade escolar e local em conselhos escolares e 
equivalentes. 
Art. 15 - Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de 
educação básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica 
e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas de direito 
financeiro público. ( BRASIL, 1997, p.13 ) 
 
Os artigos acima citados destacam a criação de instituições que assegurem a 
participação da comunidade escolar na gestão da escola. E ainda, objetiva supor 
atividades que envolva a participação da comunidade e da escola numa perspectiva 
democrática. 
O diretor/gestor deve ser o condutor de sua equipe no planejamento e na 
efetivação do Projeto Político-Pedagógico e, como articulador, deve se envolver não só 
com as ações administrativas, mas também com pedagógico escolar. Cabe à equipe 
gestora proporcionar espaços de participação e, dentre outras competências, promover
 um clima de confiança e reciprocidade, em que todos possam compartilhar 
ideias, opiniões, chegando a um consenso e responsabilizando-se pelos resultados; 
proporcionar um ambiente colaborativo; e incentivar e articular para que todos os 
segmentos envolvidos no processo educacional participem da tomada de decisões, 
acompanhamento e avaliação das ações da escola. 
Portanto, podemos afirmar que, a gestão democrática educacional, tem como 
eixo fundamental a busca pela efetivação da educação como direito social e uma prática 
político-pedagógica que procura a participação de todos os agentes que fazem parte 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
77 
desta trama educativa, requerendo um engajamento coletivo na formulação das 
diretrizes escolares, no planejamento e execução das ações, assim como na sua avaliação 
e reestruturação, quando necessário. Mas concretizar essa participação não é nada fácil e 
demanda de múltiplas relações sociais com a comunidade, o que pode gerar um embate 
entre as mesmas, se não for iniciado de forma cordial e estimulado no dia a dia do 
trabalho escolar. 
Porém, durante todos os encontros, observou-se de forma clara, que a 
proposta dessa mudança é complexa e passa por boas práticas administrativas e 
pedagógicas, evoluindo com a vontade de mudar e a participação homogênea dos 
membros da escola sempre se respaldando nos pressupostos de que toda mudança 
requer compreensão, dentro de uma crítica reflexiva nas discussões e debates sobre 
gestão democrática. 
Outro quesito importante é como o processo de tomada de decisão é 
encarado pelos gestores escolares, as decisões devem ser sugeridas em grupo, se 
possível com um representante de cada membro da comunidade escolar. O sinônimo de 
instituição democrática é instituição transparente, isso condiz, com a implantação de um 
universo democrático e coeso nas tomadas de decisões, pois a comunicação é um pré – 
requisito para a manutenção de uma liderança ativa e compromissada com o ensino e 
aprendizagem. 
A gestão participativa e democrática é algo que inclui não só a participação da 
população, mas a formação de consciência acerca de prioridades reais e como podemos 
melhor trabalhar a solução de problemas, mediando e avaliando esse processo a cada 
instante para proporcionarmos engajamento na autonomia do profissional. Um dos 
maiores desafios dos gestores está vinculado á organização do espaço educacional, 
assim, como a formação e fortalecimento das equipes existentes no universo escolar. 
 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Percebemos, ao longo do estudo, que a ação do gestor escolar e seu 
significado sofreram alterações com o tempo e com as necessidades exigidas pelas 
especificidades educativas, permanecendo, durante muito tempo, circunscrita a ações 
estruturais, técnicas e meramente burocráticas. 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
78 
A escola por sua vez passa a perceber a importância da comunidade dentro 
do contexto escolar, uma relação ondetodos os envolvidos participem efetivamente, 
tanto nas decisões tomadas quanto no dia a dia da escola. 
O gestor tem um papel fundamental frente ao processo de democratização no 
ambiente escolar, pois entre a escola e funcionários que compõe a comunidade, o gestor 
é considerado como um articulador, aquele que é capaz de estabelecer contatos entre a 
escola e a comunidade escolar. No entanto para que a escola seja realmente um espaço 
democrático é necessário que as pessoas tomem consciência da importância do papel da 
escola e de uma gestão compartilhada, participativa para uma melhor qualidade de 
ensino. 
Podemos assim considerar que a gestão democrática nas escolas é de suma 
importância, uma vez que ela proporciona um trabalho coletivo e compartilhado, onde o 
objetivo em comum é manter uma relação dialógica e harmoniosa. A busca pela 
qualidade do ensino é um direito, e essa luta começa quando a comunidade escolar 
possui consciência de que sua participação e envolvimento nas decisões da escola são 
imprescindíveis para se alcançar uma educação de qualidade, de modo que a 
democratização seja um meio e não um fim. 
É importante lembrar que um fato incontestável é o de que toda família “deseja” que seus filhos estudem e, assim, tenham sucesso. Logo, o sucesso da criança 
está relacionado ao compromisso dos pais. A família necessita receber da escola o 
devido direito de participar de reuniões e projetos que venham beneficiar o aluno e 
automaticamente fortalecendo a relação família e escola. 
De acordo com os objetivos almejados nesta pesquisa analisa-se que a gestão 
scolar enfrenta o desafio de ofertar uma educação política de qualidade no processo de 
tomada de decisão em âmbito interno. O território brasileiro elegeu a gestão 
democrática como um dos mecanismos para a construção de uma cidadania autônoma, 
capaz de tomar decisões individuais e coletivas, articulando-se para compreensão da 
realidade social. 
 
 
 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
79 
REFERÊNCIAS 
 
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2004. 
 
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(PPGE/Unb). Brasília, 2000. 
 
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professores.Manaus: UEA edições : Raphaela, 2008. 
 
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GADOTTI, Moacir. Escola Cidadã. São Paulo: Cortez, 1992, p. 51 
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LÜCK, Heloísa. A Gestão Participativa na Escola. Petrópolis: Vozes 2006. 
 
LÜCK, Heloísa. Dimensões da gestão escolar e suas competências. Curitiba: Editora 
Positivo, 2009, p.71 
 
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Parâmetros Curriculares Nacionais. Pátio-Revista Pedagógica, Porto Alegre, ano 3, n. 
10, p. 1317, ago/out, 1999. 
 
OLIVEIRA, Maria Auxiliadora Monteiro (Organizadora). Gestão educacional: novos 
olhares, novas abordagens. 7. ed. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. 
 
 
 
 
 
 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
80para despertar a responsabilidade 
da sociedade para ações básicas de proteção ao meio ambiente. Buscam-se argumentos 
para evidenciar que a Educação Ambiental, especialmente a desenvolvida no âmbito 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
10 
escolar, é um importante instrumento de formação de novos valores e atitudes frente à 
problemática ambiental. 
Ao decorrer da história da humanidade que há uma intrínseca relação entre 
ser humano e o meio natural que o cerca, a história mostra que o homem fez da natureza 
sua habitação e subsistência, no entanto, com o passar dos séculos esta relação pacífica 
foi rompida com o nascimento das novas formas de organização social, a busca 
incessante pela dominação econômica e pela produção em larga escala, somada ao 
elevado nível de crescimento populacional, produziu uma enorme devastação dos 
recursos naturais. 
O sistema econômico vigente privilegia o lucro e o investimento voraz em 
produção. O que ocorre, é que, para tanto, são necessárias infinitas reservas naturais que 
possam ser exploradas pelas grandes indústrias. Os recursos naturais utilizados pelas 
indústrias em sua maioria são não renováveis, é muito provável que a crise ambiental 
que o planeta experimenta não possa ser freada caso as pessoas e as nações não se 
conscientizem a tempo. Ao mesmo tempo em que os avanços econômicos trazem o 
desenvolvimento e o bem-estar dos povos, corrompe as reservas naturais, 
principalmente as dos países subdesenvolvidos, como o Brasil. 
Podemos observar no contexto histórico atual que a maior parte da 
população brasileira encontra-se nas cidades, constatamos uma crescente degradação 
das condições de vida, refletindo uma crise ambiental. Isto nos remete a uma necessária 
reflexão sobre os desafios para mudar as formas de pensar e agir em torno da questão 
ambiental numa perspectiva contemporânea. 
Leff (2001) fala sobre a impossibilidade de resolver os crescentes e 
complexos problemas ambientais e reverter suas causas sem que ocorra uma mudança 
radical nos sistemas de conhecimento, dos valores e dos comportamentos gerados pela 
dinâmica de racionalidade existente, fundada no aspecto econômico do 
desenvolvimento. 
O conceito de Educação Ambiental passou por várias etapas durante o 
aprimoramento das ideias que surgiam a partir das discussões a cada reunião e com a 
realidade socioeconômica mundial, estabelecendo-se, após a Conferência da ONU sobre 
Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992 (conhecida 
como Rio-92), que: tendo em vista que a Educação Ambiental estava sendo proposta 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
11 
como uma ferramenta para a formação de sociedades ambientalmente responsáveis, 
Kloetzel (1998) define Meio Ambiente como sendo o "conjunto de soluções, leis, 
influências e infraestruturas de ordem física, química, biológica e psíquica, que permite, 
abriga e rege a vida (e ainda, a qualidade de vida e o bem-estar do cidadão) em todas as 
suas formas". 
Deste modo, torna-se notório a necessidade de abordarmos as questões que 
tangem a educação ambiental, pois não podemos fechar os olhos para uma natureza que 
diariamente revela-se cada vez mais prejudicada pelas ações inconsequentes de nos 
seres humanos e a cada dia essa degradação ao meio ambiente vem se alastrando 
enquanto as autoridades da área não tomam uma atitude para conter o avanço 
desenfreado da agressão à natureza que está comprometendo a vida das futuras 
gerações. 
A escola encontra-se envolvida pelo ambiente natural e por pessoas com 
necessidades educacionais diferenciadas das pessoas da cidade, pois as pessoas do 
campo não detêm as mesmas oportunidades de desenvolvimento socioambiental e vêem 
a escola como uma porta para se ter uma vida mais digna. A escola como ambiente de 
aprendizagem, apenas tem preparado os estudantes para o mercado de trabalho e não 
para terem uma vida de qualidade, pois muitos dos conteúdos trabalhados não estão 
vinculados à realidade social, natural, política, cultural e econômica, a qual a escola está 
inserida. Por isso, depois de terem se formado, os estudantes continuam alienados 
quanto aos interesses da classe dominante, isso se dá pelo fato de não terem sido 
estimulados a refletir e buscar possíveis soluções para os problemas que ocorrem no 
ambiente natural e social e que de alguma forma nos atingem, por esse motivo, 
precisamos estar preparados para enfrentá-los. 
A Educação Ambiental na escola contribui para a construção desses valores, 
uma vez que, procura através de situações-problemas fazer a relação entre os conteúdos 
trabalhados no âmbito da sala de aula e a realidade do contexto que envolve os 
estudantes. Estes, por sua vez, constroem sua representação da realidade e passam a 
agir consciente de seus atos individuais e coletivos no meio em que vivem. Para tanto, é 
necessário conhecer o ambiente natural e social que envolve a vida dos educandos, 
procurando desenvolver um trabalho, contextualizando esta realidade, até porque a 
contextualização é uma ferramenta fundamental nesse processo nessa mesma direção 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
12 
que a escola precisa desenvolver um projeto educativo contextualizado, que trabalhe a 
produção do conhecimento a partir de questões relevantes para intervenção social nesta 
realidade. 
O professor que em sua prática de ensino aproveita o ambiente natural e 
social do contexto do aluno e valoriza no primeiro momento, o aluno como ser natural, 
social e histórico, mostrando a ele que todos os aspectos que envolvem sua vida são de 
fundamental importância para a sua existência e para a vivência dos demais membros da 
comunidade. Num segundo momento, acaba intencionalmente estimulando o educando 
a desenvolver ou ampliar sua ideia de vida em sociedade, a entender como ocorrem os 
processos de mudanças no contexto natural e social da comunidade e posteriormente do 
mundo, como também, o ajuda valorizar a totalidade de seu contexto, seja o natural e/ou 
social. 
A Educação Ambiental é importante na formação do indivíduo porque abre 
uma perspectiva vital através do manejo das diversas variáveis da dinâmica da vida, 
além de conseguir colocá-lo como ser natural e, por sua vez, também como um ser social. 
Essa dupla visão é a que vai permitir ao indivíduo ser consciente de sua realidade e 
dinamizar o processo de mudança, buscando sempre o equilíbrio no entorno da 
dimensão ambiental. 
No momento histórico, o qual, estamos vivendo, entendemos que a educação 
pensada para e do campo não pode ser entendida como educação rural, pois a educação 
rural corresponde aos interesse da classe dominante, onde os estudantes não são 
estimulados a refletir o porquê dos fatos naturais e sociais acontecerem de determinada 
maneira e não de outra, como também, não são instruídos para buscarem alternativas 
diante dos problemas que aparecem em nossas vidas (FONSECA E MOURÃO, 2008). As 
autoridades políticas e a própria escola muitas vezes discriminam os campesinos, 
enxergando-os como pessoas inferiores e que não necessitam de muito conhecimento 
para viverem no campo. Essa maneira de olhar as pessoas que habitam o campo tem 
acelerado o processo de exclusão social e muitos acabam trocando o campo pela cidade, 
na esperança de uma vida melhor, suas raízes impregnadas ao campo, estas pessoas 
possuem sentimentos, necessidades, sonhos presentes e futuros que precisam ser 
percebidos pela a escola que há no campo. 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
13 
A escola, “só olha o aluno e não vê que por trás do aluno há uma criança, um jovem, um adulto, um ser humano” (ARROYO, 2005, p. 74) que sorri, chora, sonha e que 
deposita na escola sua esperança, com a finalidade de conhecer, por meio dos 
conhecimentos obtido na escola, alternativas para se ter uma vida mais justa e saudável. 
Mas, o conhecimento adquirido na escola rural só será importante se contribuirna 
formação das pessoas que fazem parte deste contexto, de outro modo ele não terá valor 
na vida destas pessoas. 
O que na verdade nos preocupa é saber que há muitas situações que precisam 
ser mudadas na escola rural, desde a postura do gestor e dos professores frente seu 
papel nesta escola que envolve diversas circunstâncias, tais como, a valorização do 
educando, o qual carece ser percebido como ser pensante e não como um ser irracional. 
Arroyo (2005) comenta que não devemos tratar o aluno como número ou como aluno, 
devemos tratá-los como sujeitos que trazem histórias, que têm diferenças. Como 
também, é necessário que a escola envolva a realidade do discente, no processo ensino-
aprendizagem, trazendo a família para a escola abrangendo sua história de vida, cultura, 
economia, política e outras características peculiares à vida no campo. A participação 
das autoridades frente à melhoria da qualidade do ensino nestas escolas é importante, 
mas a realidade onde vive transparece o descaso destas autoridades com a educação do 
camponês. 
Ao se tratar da formação dos discentes, é necessário que a escola perceba que 
seu papel, no tocante da Educação Ambiental, desenvolvida desde os anos iniciais do 
Ensino Fundamental ajuda os discentes a serem conscientes, críticos, reflexivos e 
atuantes na sociedade. Conscientes de sua existência como ser natural e social e ao 
mesmo tempo, capazes de reconhecer que seus atos individuais e coletivos necessitam 
ser analisados e muitas vezes serem mudados para a convivência na sociedade, capazes 
de entender o porquê dos fatos sociais acontecerem de determinada maneira e não de 
outra e, assim se necessário capazes de buscar soluções para os obstáculos que 
diariamente aparecem em nossa vida. Mesmo porque, numa perspectiva popular, a 
Educação Ambiental além de questionar a qualidade de vida envolvendo aspectos da 
vida cotidiana, explicita as interdependências entre ambiente e sociedade. Deste modo, a 
Educação Ambiental corresponde ao ideário da Educação do Campo, para qual o papel 
da escola é: construir um ideário que orienta a vida das pessoas e inclui também as 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
14 
ferramentas fundamentais de uma leitura mais precisa da realidade em que vivem isso 
tudo para tornar consciente, explicitar, interpretar, questionar, organizar, firmar ou 
revisar ideias e convicções mais próximas, sobre si mesmo. 
Embora tenhamos mencionado que a escola precisa contribuir na formação 
humana, não podemos esquecer que os discentes que vivem na área de conflitos, são 
pessoas que na sua maioria não dispõe de condições socioeconômicas estáveis, fato que 
dificulta, mas não impossibilita a superação dos obstáculos que surgem em seu contexto, 
logo, carecemos ter cuidado ao trabalhar essa formação para não tornar os discentes 
vítimas da violência simbólica do Estado, da mídia ou da política local, sendo necessário 
fazer com que percebam que o campo faz parte de sua vida, portanto, a qualidade 
socioambiental deste lugar é de responsabilidade de todos, individual e coletivamente. 
As dificuldades que afetam a vida dos educandos do campo, não podem ser 
ignoradas no ambiente escolar, uma vez que afetam o emocional dos mesmos deixando-
os desanimados e por conta disso, deixam de acreditar que o conhecimento adquirido na 
escola irá ajudá-los a ultrapassar as barreiras que os impendem de crescer. 
A escola costuma ser um dos primeiros lugares em que a criança 
experimenta, de modo sistemático, relações sociais mais amplas das que vive em família, 
e de uma intencionalidade política e pedagógica nessa dimensão podem depender 
muitos dos traços de seu caráter, muitos dos valores que assuma em sua vida. 
Como educadores, devemos contribuir para formação de uma geração 
consciente em relação ao seu papel como cidadão voltado para uma valoração ética, 
social, econômica e ambiental, além de pensar numa escola que promova esse 
aprendizado, a fim de se ensinar a importância de atitudes de preservação, para que as 
gerações futuras não sofram com a destruição ambiental. Assim por perceber a 
necessidade de um trabalho que aborde discussões de preservação ao meio ambiente, os 
professores buscarão desenvolver nas crianças uma cultura de sustentabilidade. 
 
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15 
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
3.1 Contribuições dos marcos legais e de algumas concepções acerca da Educação 
ambiental 
De acordo com as competências gerais da BNCC e o Documento Curricular do 
Território Maranhense (DCTM) e os argumentos acima observados, a área de ciências da 
natureza e, portanto, o componente curricular de ciências que deve assegurar aos 
estudantes o desenvolvimento de competência especificas visando um futuro promissor 
focado na educação ambiental (BRASIL, 2017:322). 
Em conformidade com a Conferência de Tbilisi, ocorrida em 1977, na ex-
União Soviética, a Educação Ambiental tem como principais características ser um 
processo dinâmico integrativo sendo um processo permanente no qual os indivíduos e a 
comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem o conhecimento, os 
valores, as habilidades, as experiências e a determinação que os tornam habilitado 
(aptos) a agir, individual e coletivamente e resolver os problemas ambientais. 
A comissão interministerial na preparação para a Conferência das Nações 
Unidas sobre o Ambiente e o Desenvolvimento, também conhecida como Cúpula da 
Terra ou ECO-92, demostrou o entendimento de que: 
A educação ambiental se caracteriza por incorporar as dimensões 
socioeconômicas, política, cultural e histórica, não podendo se basear em 
pautas rígidas e de aplicação universal, devendo considerar as condições e 
estágios de cada país, região e comunidade, sob uma perspectiva histórica. 
Assim sendo, a Educação Ambiental deve permitir a compreensão da natureza 
complexa do meio ambiente e interpretar a interdependência entre os diversos 
elementos que conformam o ambiente, com vistas a utilizar racionalmente os 
recursos do meio na satisfação material e espiritual da sociedade, no presente e 
no futuro. (LEÃO & SILVA, 1995). 
 
Os Parâmetros Curriculares Nacionais tratam a educação ambiental como um 
tema Transversal e Interdisciplinar, ou seja, é assunto a ser tratado de forma sistêmica 
em todas as disciplinas. O documento preconiza que os Temas Transversais sejam 
trabalhados de forma que os alunos possam desenvolver a capacidade de posicionar-se 
diante das questões que interferem na vida coletiva, superar a indiferença e intervir de 
forma responsável, articulando com as disciplinas obrigatórias do currículo escolar, a 
educação ambiental tem sido cada vez mais abordada. 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
16 
A inclusão, (Princípios Orientadores da BNCC) de uma referência explícita à 
conformidade da BNCC com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação 
Ambiental, assim como é feito menção à sua conformidade com as Diretrizes 
Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica. 
Nessa perspectiva, o aluno é preparado para conhecer temas relacionados 
com a área ambiental, com o intuito de tornar-se um cidadão consciente de suas práticas. 
Com isso, a Educação Ambiental objetiva a formação de valores e atitudes criadas sob o 
enfoque da sustentabilidade. 
Destacam-se temas como o consumo, recursos naturais, crise ambiental, 
efeito estufa, tipos de lixo, coleta seletiva, reciclagem, dentre outros. São trabalhados 
com os alunos para que eles se familiarizem com as práticas sustentáveis e possam 
vislumbrar os problemas relacionados com a degradação do meio ambiente e suas 
implicações futuras. 
A lei federal 9.795, de 1999, em consonância com o artigo 225 da 
Constituição Federal de 1988, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e define 
a Educação Ambiental como sendo o processo por meio dos quais o indivíduo e a 
coletividade constroem valoressociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e 
competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do 
povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. Essa lei prevê que, 
como parte do processo educativo mais amplo, todos têm direito à educação ambiental, 
incumbindo às instituições educativas de promovê-la de maneira integrada aos 
programas educacionais que desenvolvem. 
Em consonância com a norma supracitada, a resolução nº 2 do Ministério da 
Educação, de 2012, que Estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação 
Ambiental, reafirma que esta é um componente integrante, essencial e permanente da 
Educação Nacional, devendo estar presente, de forma articulada, nos níveis e 
modalidades da Educação Básica e da Educação Superior, para isso devendo as 
instituições de ensino promovê-la integradamente nos seus projetos institucionais e 
pedagógicos. A norma, ainda destaca a necessidade dos professores em atividade 
receber formação complementar em suas áreas de atuação, com o propósito de atender 
de forma pertinente ao cumprimento dos princípios e objetivos da Educação Ambiental. 
BRASIL (2012) preconiza que a Educação Ambiental deve contemplar, entre 
outros aspectos, o estímulo à constituição de instituições de ensino como espaços 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
17 
educadores sustentáveis, integrando proposta curricular, gestão democrática, 
edificações, tornando-as referências de sustentabilidade socioambiental. 
 
3.2 A escola como espaço privilegiado para aprendizagem da educação ambiental 
Para FERNANDES (2011) 
 
A educação ambiental é condição necessária para modificar um quadro de 
crescente degradação socioambiental, mas ela ainda não é suficiente, no dizer de Tamaio, se converte em “mais uma ferramenta de mediação necessária entre 
culturas, comportamentos diferenciados e interesses de grupos sociais para a construção das transformações desejadas” (TAMAIO), 2000, P. 38). O educador 
tem a função de mediador na construção de referenciais ambientais e deve 
saber usa-los como instrumentos para o desenvolvimento de uma pratica social 
centrada no conceito da natureza. 
O espaço escolar pode ser considerado uns dos locais onde o futuro cidadão 
dará os primeiros passos para sua conscientização no que diz respeito aos cuidados com 
o meio ambiente. A escola e a família, em parceria, têm que preparar a criança 
conscientizando para a preservação do meio em que vive desde a educação infantil. É na 
escola que o aluno dará sequência ao processo de socialização iniciado em casa e, 
portanto, possui um papel importante no que diz respeito ao processo de formação tanto 
social quanto ambiental dos alunos. 
A Educação Ambiental deve ser abordada e trabalhada em sala de aula não 
apenas para cumprir as exigências do Ministério da Educação e sim por se acreditar que 
é a única maneira de aprender e ensinar que existem outros habitantes no planeta além 
dos seres humanos e que este não possui o direito de destruí-lo. Ainda que seja uma 
exigência legal, a Educação Ambiental deve ser trabalhada de forma prazerosa, já que 
requer mudanças concretas, de comportamento pessoal e comunitário, para atingir o 
objetivo de preservar devem-se somar as atitudes individuais. 
Para Munhoz (2004), uma das formas de levar a educação ambiental à 
comunidade é pela ação direta do professor na sala de aula e em atividades 
extracurriculares. Através de atividades como Leituras, trabalhos escolares, pesquisas e 
debates, os alunos poderão entender os problemas que afetam a comunidade onde 
vivem; instados a refletir e criticar as ações ligadas à preservação ambiental. Nesse 
contexto, destaca o autor, uma das peças fundamentais no processo de sensibilização da 
sociedade frente aos problemas ambientais são os professores, uma vez que eles 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
18 
buscarão desenvolver em seus alunos hábitos e atitudes sadias de conservação 
ambiental e respeito à natureza transformando-os cidadãos conscientes e 
comprometidos com o futuro da nação. 
Segundo A. B. Medeiros et al (2011): “os professores, por estarem em uma posição de liderança, podem contribuir 
para Obras Citadas aprendizado sobre o meio ambiente a partir das series 
iniciais, despertando em seus alunos o gosto e paixão pela natureza. Fazendo 
com que as crianças aprendam desde cedo que é necessário cuidar e prevenir 
através de ações individuais que somadas fazem toda a diferença e 
proporcionam transformação meio ambiente no qual estão inseridas.” 
Por se tratar de tema transversal, a educação ambiental não é uma disciplina 
da grade curricular do ensino fundamental e médio, mas sim um tema que deve ser 
abordado por todos os profissionais da educação especialmente pelos professores. Ela 
jamais poderá ser deixada em segundo plano em relação aos conteúdos disciplinares 
tradicionais. Essa transversalidade, essa interdisciplinaridade é que levará a educação 
ambiental na escola a ser conhecida e praticada por todos. 
Segundo Sato (2002) apud Narciso (2009), 
Há diferentes formas de incluir a temática ambiental nos currículos escolares, 
como atividades artísticas, experiência pratica atividades fora de sala de aula, 
produção de materiais locais, projeto ou qualquer outra que conduza os alunos 
a serem reconhecidos como agentes ativos no processo que norteia a política 
ambientalista. Cabe ao professor, por intermédio de pratica interdisciplinar, 
propor novas metodologias que favoreçam a implementação da Educação 
Ambiental, sempre considerando o ambiente imediato, relacionando a 
exemplos de problemas atualizados. 
Reafirmando o papel fundamental do professor como mediador do processo 
e a importância de ser aluno um sujeito participante ativo no processo. As ações como 
sensibilização, plantio de arvores, desenvolvimento de ações e práticas lúdicas, 
segregação correta de resíduos da pratica escolar, todos voltadas para a preservação do 
meio ambiente devem ser realizados de modo continuo dentro da escola, com reflexo 
imediato no contexto social. 
Sato e Carvalho (2005) afirmam que a educação ambiental como campo 
teórico em construção e como motivação para praticas cotidianas diversificada é 
apropriada de forma diferenciada pelos grupos e pessoas que atuam na área e pela 
população em geral. 
Dessa forma, o papel da escola é fundamental para efetivar as mudanças e 
atitudes, comportamentos em crianças e jovens concernentes ao meio ambiente, a partir 
da abordagem da Educação Ambiental desenvolvida dentro da sala de aula, pois, de 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
19 
acordo com Sato (2004), o aprendizado ambiental é um componente vital para oferecer 
motivos que levam os alunos a se reconhecerem como parte integrante do meio em que 
vivem e os fazer pensar nas alternativas para soluções dos problemas ambientais e 
ajudar a manter os recursos para as futuras gerações. 
 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Com base no estudo desenvolvido, percebe-se que a Educação Ambiental é 
um instrumento importante para se alcançar uma sustentabilidade de fato, e para tanto 
se faz necessário um processo de aprendizagem continua, baseado na melhoria da 
qualidade de vida e promoção da consciência individual gradativa. 
As discussões em torno da implementação da Educação Ambiental nas 
escolas, vem ultrapassando as paredes burocráticas através da sala de aula. Sabe-se, 
porém, que isto não pode acontecer apenas por obra de um professor ou de um grupo, 
ou escola ou rede, estas discussões têm de ganhar status de política de Estado e permear 
em toda a sociedade. A educação ambiental, para ser abordada de forma que promova 
simultaneamente, o desenvolvimento de conhecimento, de atitude, de habilidades 
necessárias à preservação e melhoria da qualidade ambiental da comunidade, deve estar 
adaptado às situações da vida real da cidade, ou do meio que vivem os alunos. 
Assim, a práticada Educação Ambiental dentro da escola requer bastante 
estímulo e compromisso, pois é preciso a sensibilização imediata sobre a problemática 
da degradação do planeta, assumindo a função não de ideologia, mas de 
responsabilidade social, partindo de ações básicas, que vão se tornando hábitos e 
práticas estabelecidas na sociedade, esse é o papel da educação ambiental dentro da 
escola. 
Nesse contexto, é notória a importância da Educação ambiental no contexto 
escolar no sentido de desenvolver nos alunos conhecimentos, habilidades e atitudes 
voltadas para a preservação do meio ambiente. Desta forma, a educação ambiental deve 
estar presente dentro de todos os níveis educacionais, com o objetivo de atingir todos os 
alunos em fase escolar e de reforçar o que foi aprendido nas séries iniciais. Assim toda a 
comunidade escolar pode e deve desenvolver projetos ambientais e trabalhar com 
conceitos e conhecimentos voltados para a preservação ambiental e uso sustentável dos 
recursos naturais. 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
20 
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22 
Capítulo 2 
 
Evasão escolar na educação básica 
 
Maria Carolina Silva Nascimento 6 
Maria José dos Santos Nascimento 7 
Nelma de Cassia Barbosa Souza 8 
Abdoral Cardoso Santos Júnior 9 
 
 
 
Resumo: O presente artigo relata sobre a evasão escolar na educação básica, onde 
aborda suas causas, consequências e propostas de melhoria para diminuir o índice da 
evasão nas redes de ensino. Alguns autores nos falam que o problema é externo e outros 
afirmam que o problema é interno. De acordo com o que foi estudado a problemática “evasão escolar” sofre influência desses dois fatores, pois tanto a escola, quanto a família 
são responsáveis pela educação da sociedade. Concorda-se com a opinião dos autores e 
cabe a todo corpo docente, a família e a comunidade colocar em pratica ações que 
diminuam a evasão escolar. 
 
Palavras-chave: evasão, família, escola, educação básica. 
 
 
6 Graduada em Pedagogia pela Universidade do Vale dos Sinos – UNISINOS/RS e Po s -graduanda em Supervisa o, Gesta o e planejamento Educacional pelo IESF; 
7 Graduada em Pedagogia pela Universidade do Vale dos Sinos – UNISINOS/RS e Po s -graduanda em Supervisa o, Gesta o e planejamento Educacional pelo IESF; 
8 Graduada em Pedagogia pela Universidade do Vale dos Sinos – UNISINOS/RS e Po s -graduanda em Supervisa o, Gesta o e planejamento Educacional pelo IESF. 
9 Orientador - Mestrando em Educaça o pela Universidade Luterana do Brasil - ULBRA. Especialista em Psicopedagogia Institucional, em Doce ncia do Ensino Superior e em Supervisa o, Gesta o e Planejamento Educacional pelo Instituto de Ensino Superior Franciscano - IESF. Graduado em Pedagogia pela Universidade Estadual Vale do Acarau – UVA e em Magiste rio Superior pela Universidade Estadual do Maranha o – UEMA. 
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23 
1. INTRODUÇÃO A palavra evasão, vem do latim “evasio”, de evadir, fugir, escapar e de “ex”, 
fora mais vadere. O termo evasão escolar permite diversas interpretações e é utilizado 
em diversos contextos, com significados ligeiramente diversos. Também são 
diversificadas as iniciativas para a definição e aplicação de índices que permitem realizar 
comparações e avaliações a seu respeito. Em alguns casos considera-se como evasão a 
desistência do curso pelo estudante, independentemente da quantidade de participações 
efetuadas. (FAVERO, 2006); em outras situações diferencia-se evasão de acordo com 
períodos médios, de conclusão de curso e períodos anuais. 
O início da educação acontece com a chegada dos portugueses ao Brasil, 
trazendo um padrão próprio da educação europeia. De acordo com Romanelli (1993) os 
jesuítas inauguraram a educação brasileira, trouxeram além da moral, dos estudos e da 
religiosidade, também os métodos pedagógicos, esta foi a única forma de ensino no 
período de 1549 até 1759, quando ocorre a expulsão dos jesuítas por Marques de 
Pombal, com isso o modelo educacional sofre uma ruptura e permanece estagnado por 
muito tempo. 
 
2. EVASÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA 
A evasão escolar é sem dúvidas, um desafio que as escolas brasileiras têm 
enfrentado eque parece simplesmente não existir alternativa adequada para solucionar 
o problema cujo as raízes estão na própria forma com a sociedade está organizada, 
porem a escola precisa assumir a sua parcela de responsabilidade. O enfrentamento da 
evasão escolar precisa ser considerado e estar no projeto político pedagógico da escola 
como pratica educativa no qual toda comunidade escolar deva assumir a 
responsabilidade de fazer um trabalho sério em busca de ações para amenizar estes 
problemas que afetam os estudantes. A legislação educacional vigente em nosso país 
deixa algumas lacunas que precisam ser preenchidas com instruções concretas tendo em 
vista a implantação de medidas que beneficie diretamente os estudantes, menos 
favorecidos em todos os sentidos. 
Para Charlot (2000) a evasão sofre interferência tanto interna quanto 
externa, por isso deve ser analisada sobre vários ângulos: o aprendizado, a eficácia do 
docente, igualdade de oportunidade, investimentos, familiar e outros. 
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24 
Para Jukeei (1980, apud BRANDÃO, etal, 1983) a evasão não é fruto da 
característica individuais dos alunos, nem responsabilidade da família, a responsável é a 
escola, sendo o problema a forma como a mesma exerce ação sobre os alunos Oliveira 
(2012 p. 05 apud CAMPOS, 2003) também coloca na escola a responsabilidade pala 
evasão, centrando-se em questões internas na escola como: falta de vaga, falta de 
material didático, horários incompatíveis, falta de professor ou por não verem como o 
estudo pode ter relevância para sua vida. 
Para Lopes e Menezes (2002) a repetência é a principal responsável pela 
evasão, o aluno que repete o ano letivo, perde o interesse por continuar os estudos. 
Arroyo (1997) explana que o cenário escolar funciona como um jogo de empurrar, a 
escola responsabiliza a família de abandono intelectual, o aluno por falta de 
responsabilidade, as famílias e a sociedade acusam a escola de não ensinar. 
E importante mencionar que o combate à evasão escolar começa com 
fornecimento de uma educação de qualidade, com professores capacitados, valorizados e 
estimulados a ensinar. O enfrentamento da evasão requer o coletivo da escola, 
comunidade e família. 
 
2.1 A evasão escolar na Educação Infantil e Ensino Fundamental 
De acordo com os dados do censo escolar de 2015, mostraram que 3 milhões 
de crianças e adolescentes entre 4 e 17 anos estão fora da escola e que a idade mais 
crítica são os 17 anos, dessas 932 mil deixaram de estudar. A pré-escola que 
compreende as crianças de 4 a 5 anos, também é responsável por um número 
considerável de alunos evadidos, pois teve uma redução de 1% das matriculas de 2014 
para 2015. 
Em relação a rede de ensino, é maior na rede municipal dos anos finais do 
ensino fundamental, quando alcança uma taxa de 3,8%. 
Segundo dados do governo, no Brasil a evasão escolar é um grande desafio 
para as escolas, pais e para o sistema educacional. Segundo dados dos INEP (Instituto 
Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira), de 100 alunos que ingressam na escola 
na 1ª serie, apenas 5 concluem o ensino fundamental, ou seja, apenas 5 terminam a 8ª 
serie, hoje o 9º ano (IBGE, 2007). 
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Em 2017, foram registrados 48,5 milhões de matriculas na educação básica 
distribuídas entre a educação infantil, ensino fundamental e médio. Desse total 2,6 
milhões de alunos foram reprovados, sendo 1,2 milhões pretos e pardos. Outro fator que 
chama a atenção é a diferença entre idade/série. Isso porque 1 a cada 5 estudantes de 
escolas públicas tem dois ou mais anos de atraso escolar. 
 
2.2 Evasão no Ensino Médio 
Em todo o país, dados revelam que 12,9% e 12,7% dos alunos matriculados 
na 1ª e 2ª série do ensino Médio, respectivamente, evadiram da escola de acordo com o 
censo escolar entre os anos de 2014 e 2015. A 3ª série do ensino médio tem a 4ª maior 
taxa de evasão, com 6,8%. Considerando todas as series desta etapa, a evasão chega a 
11,2% do total de alunos. 
Dados do Censo escolar de 2011 revelam que a taxa de reprovação atingiu 
13,1%. A taxa de retenção era altíssima, esta etapa que reduzia as matriculas pelo menos 
desde 2010, teve a maior queda entre 2014 e 2015 de 2,7%. O número de estudantes 
passou de 8,3 para 8,1 milhões. 
A faixa etária padrão que compreende esta etapa é de 15 a 17 anos de idade. 
Porem muitos desses jovens ainda não a alcançaram. Este atraso dá-se a inúmeras evasões e repetências. “Entre os 10 milhões que tem entre 15 a 17 anos, só a metade está 
no ensino médio. A outra metade 18 milhões de alunos, desistiu de estudar e 3,5 milhões 
continuam presos pelos obstáculos do ensino fundamental” (de ABREU, 2011). 
Vários são os motivos que levam os jovens ao abandono escolar e um deles 
pode ser seu próprio atraso escolar, como nos fala RIBEIRO: “Diversos estudos indicam que o atraso escolar é dos grandes motivadores da 
evasão definitiva. Logo, a regularização o fluxo escolar é considerado um importante mecanismo de redução do abandono escolar” (RIBEIRO, 1991), 
Dados do UNICEF e do Instituto Claro de 2018 revelam segundo censo escolar 
deste mesmo ano que o ensino médio é a etapa com maior número de discentes que 
desistem da escola. E mais de 460 mil em abandono escolar que representa 7% do total 
de matriculas nesse nível. 
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Os problemas existentes nesta etapa, são decorrentes de uma série de 
mudanças e a democratização tardia na educação pública, visto que são deficiências 
vindas de muito tempo atrás como afirma Krawczyk (2011). “As deficiências atuais do ensino médio no país são expressões da presença 
tardia de um projeto de democratização da educação pública no Brasil ainda 
inacabado, que sofre os abalos ocorridos na segunda metade do século XX... com importantes consequências para toda a educação pública” (p.754) 
Dados do IBGE revelam que em 2007, 13,2% dos alunos cursavam o ensino 
médio abandonaram a escola, correspondendo a mais de 1 milhão. Nem todos 
retornarão, pois inúmeros incômodos dificultam esse retorno, inclusive e 
principalmente a distorção idade/série, causando possivelmente novas evasões. 
 
2.3 Evasão escolar na Educação de Jovens e Adultos (EJA) 
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil foi considerada apenas no 
momento em que surgiu a necessidade de formação de trabalhadores que pudessem 
desempenhar seu papel e cidadão na sociedade, segundo Arroyo (2006). 
Em 1894 surgiu a primeira escola noturna para escolarização de jovens e 
adultos analfabetos, porém, foi a partir de 1930 que a EJA começou a ter seu lugar na 
história da educação brasileira. 
A educação de jovens e adultos é uma modalidade educativa que facilita a 
aprendizagem através da aceleração de seus conteúdos. Pois a EJA conta com um 
currículo que é dividido em três partes visando a aceleração do desenvolvimento: o 
letramento, ensino fundamental e o ensino médio, reunindo assim o ciclo de 
escolarização. 
A evasão escolar na EJA do nosso país é motivo de muitas discussões no 
âmbito educacional que precisa de uma atenção especial, a mesma não se trata de um 
problema isolado, de algumas escolas, mas de ordem nacional, que vem crescendo cada 
vez mais principalmente nas escolas públicas cujos alunos em grande medida são de 
baixa renda econômica. 
Esta modalidade de ensino tem como princípio educativo a ampliação de 
práticas de cidadania que comtemplem o compromisso do conhecimento social e a 
inclusão e aprendizados que qualifiquem todos os alunos para a sociedade, garantindo-
lhes oportunidades igualitárias de emprego e cidadania. 
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Criada para ajudar jovens e adultos na continuação de sua escolaridade, 
visando sua realização, valorizando a importância das avaliações individuais para 
identificar seus níveis de aprendizagem, ajudando na diminuição do índice de evasão,adequando a instituição às necessidades de cada aluno. 
Alunos estes que quando evadem do sistema de ensino tem a intenção de 
garantir o sustento de suas famílias, a evasão vem como um meio de sanar as 
dificuldades econômicas e sociais existentes, tendo em vista que há diversos fatores que 
contribuem para a evasão. Em sua maioria, são trabalhadores desempregados, donas de 
casa, jovens, idosos. Alunos com diferenças culturais, étnicas, religiosas, crenças, 
trabalhadores que chegam cansados físico e mentalmente devido a jornada de trabalho. 
O estudo da EJA torna-se relevante na medida em que essa modalidade de 
ensino vem sendo reconhecida e ganhando visibilidade na grade curricular das redes 
públicas de ensino, o que é de grande valia, a reintegração dos alunos na sociedade 
quando esses se encontram dentro da escola na ótica de superar a evasão. 
No que se refere à abordagem sobre as práticas pedagógicas que não são 
adequadas à realidade dos alunos, pois é preciso conhecer uma proposta inovadora e 
motivadora onde as decisões sejam integradas e não separadas, aproveitando essa 
bagagem de conhecimento de cada aluno. 
A proposta pedagógica da EJA está regularizada pelo dever do Estado de 
garantir a Educação Básica às pessoas jovens e adultas, na especificidade de cada 
indivíduo, os mesmos trazem uma bagagem de leitura do mundo, os quais não tiveram 
oportunidade de frequentar a escola regular na idade certa ou devido a defasagem 
escolar. 
É de extrema importância a estratégia do professor diante do currículo 
selecionado, para que esse não seja permeado de ideologias sinalizadas e sim, de 
pesquisas individuais que atendam os interesses culturais e sociais do aluno, de modo 
que o mesmo possa buscar seus caminhos de aprender e de demonstrar o que e como 
aprender, seu caminhar tem a presença constante do professor como orientador e 
encorajado. Não significa retirar a responsabilidade do professor e repassá-la ao aluno e 
a escola como instituição socializadora e com profissionais capacitados tem o 
compromisso de desenvolver estratégias pedagógicas condizentes com a realidade do 
aluno evasivo afim de resgata-lo e assegurar a sua permanecia até que finalize os 
estudos formais. 
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A luta pelo direito a educação de jovens e adultos com igualdade perpassa 
muito além do acesso a escolarização das políticas sociais e especialmente, que sejam 
vistas e constituídas para os sujeitos de conhecimentos na sociedade que se destaca no 
mundo da cultura, do trabalho e nos diversos meios de convívio social. É importante 
pontuar que a EJA, é voltado para o processo de desenvolvimento e habilidades da vida 
cidadã, uma vez que, os mesmos são construtores de conhecimento, saberes, valores, 
ideias e ideias, teorias e práticas culturais. 
Diante dessa questão cabe, compreender e buscar formas de superação para 
as discriminações de classe, gêneros, raça e também de idade, decorrentes de um 
modelo econômico, social e político. 
 
3. A VISÃO DA GESTÃO SOBRE A EVASÃO ESCOLAR 
A evasão escolar é um problema complexo e se relaciona com outros 
importantes temas da pedagogia, como formas de avaliações, reprovação escolar, 
currículo e disciplinas escolares. Para combater a evasão escolar, por tanto, é preciso 
atacar em suas frentes; uma de ação imediata que busca resgatar o aluno “evadido” e 
outras restruturações internas que implicam na discussão e avaliação das diversas 
questões enumeradas acima. Além disso em parceria com o poder judiciário, é 
importante realizar campanha de esclarecimento, mostrando que o estudo formal é um 
direito da criança e do adolescente e que o responsável pode inclusive responder “processo por abandono intelectual” quando seus filhos abandonam a escola. Com os 
conselhos tutelares, é importante realizar projetos de complementação de renda e 
acompanhamento psicológico. 
No controle do trabalho dos professores, muitas atividades realizadas pela 
gestão escolar pressupõem domínio técnico de procedimentos do capitalismo. 
Entretanto, a finalidade da educação exige compromisso com outros valores, uma vez 
que a essência do ato educativo é incompatível com uma administração centrada 
exclusivamente na hierarquia e dominação. 
Assim pensar em escola democrática, significa fazer com que toda a 
comunidade interna e externa se envolva nos processos de tomada de decisão, não 
permitindo que as decisões venham de cima para baixo, mas sim do coletivo. “Um diretor de escola é gestor da dinâmica social uma viabilização e 
orquestradas de atores, um articulador da diversidade para dar-lhe unidade e 
consistência na construção do ambiente educacional e promoção segura da 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
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formação dos seus alunos. Suas ações têm em mente o conjunto todo da escola e 
seu papel educacional. Não apenas imediato, mas de repercussão no futuro, em 
acordo com a visão estratégica e com amplas políticas educacionais” (Luck, 
2000, p.101). 
Desta forma o diretor deve assumir a concepção democrática participativa 
em que o processo de tomada de decisões se dê coletivamente com a participação ampla 
dos professores, alunos, funcionários e comunidade. 
Partindo do pressuposto da grande importância do gestor como condição de 
promoção de qualidade de ensino, pelo enriquecimento que pode e deve prestar na 
construção de um processo educacional amplo e plena, reforça o trabalho integrado da 
equipe técnico-pedagógico da escola, o que se torna mais necessário para o 
desenvolvimento da educação, cada vez mais vital par ao desenvolvimento da sociedade. 
O clima emocional do trabalho, o estabelecimento de prioridades de ação, o 
tipo de relacionamento professores/professores, professores/alunos, escola – 
comunidade, entre outros aspectos da vida escolar, depende da atuação do gestor, o 
mesmo deve buscar dinamizar e dar assistência aos membros da escola para que 
promovam ações condizentes com os objetivos e princípios educacionais propostos; ter 
liderança e inspiração no sentido de enriquecimento desses objetivos e princípios; 
promover um sistema de ação integrada e cooperativa; manter um processo de 
comunicação claro e aberto entre escola e comunidade. 
Para melhoria do ensino o gestor deve proporcionar discussões sobre a 
proposta curricular da escola, o regime escolar, o planejamento de aulas e de ensino, 
além dos planos de ação da escola e do pedagógico. Acompanhar o processo de avaliação 
de aprendizagem, coordenar reuniões pedagógicas, organizar os conselhos de classe e a participação da comunidade no conselho escolar, buscando a qualidade na educação. “ A 
grande função da gestão não é racionalizar objetos pré-determinados, mas ser capaz de 
negociar momento a momento, a pluralidade dos começos (BARROSO, 1992, p. 38). 
 
4. CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DA EVASÃO ESCOLAR 
Sabe-se que é de grande importância e complexidade os fenômeno “evasão escolar” e as necessidades de conhecer os efeitos que causam no comportamento e as 
consequências trazidas por ela. 
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Pesquisas e estudos que analisam a evasão, pontuam abordagens teóricas 
bem diferentes. Ressaltam que tem os fatores externos à escola (drogas, desigualdades 
sociais...) e os fatores internos: a própria escola, a linguagem e o professor. 
Para problemas externos, alguns autores ressaltam que os alunos de nível 
socioeconômicos mais baixos têm rendimento baixíssimo e são mais propensos a evasão. 
Evasão escolar não foca na ideia de que a criança e a família são responsáveis 
pelo fracasso, porem a escola deve repensar seu PPP e propostas, procurando meios que 
diminuam esse crescente número e superar a evasão. 
A problemática adquiri espaço em reflexões realizadas pelo Estado e 
sociedade civil, movimentos relacionados à educação n âmbito de pesquisa cientifica e 
politicas públicas. 
A evasão é consequência de fatores socioculturais,econômicos ligados à 
política municipal. E a educação não é uma das melhores e não alcança a todos os 
cidadãos na conclusão de todos os níveis de escolaridade. É grande a lista das causas que 
levam a evasão escolar e dentre eles destacam-se: dificuldades de acesso à escola, 
bullying, racismo, consumo de álcool e drogas, transferência de moradia, repetência, 
indisciplina, professor despreparado; desigualdade sociais; falta de acompanhamento da 
família, escola não atrativa, autoritária, desinteresse do aluno, trabalho infantil, dentre 
outros. 
A evasão escolar é uma medida de desempenho (ou rendimento) das 
unidades e sistema de ensino que verifica a proporção de alunos matriculados no ano 
letivo. Pode ser vista como taxa de transição, que é uma medida de proporção e aluno 
que não continua na escola no ano seguinte, independente do motivo. 
A convivência familiar é o fator essencial para o desenvolvimento da criança, 
além de ser o primeiro grupo social do qual a criança fará parte, onde cada um terá sua 
própria identidade. A evasão escolar e a repetência escolar no país tem sido um dos 
maiores desafios enfrentados pelas redes de ensino público. 
Este fenômeno está longe de ser apenas características de cada aluno e suas 
famílias. Os alunos que evadem enfrentam vários problemas vistos como consequências 
que são frutos dessa evasão é a rejeição da sociedade, a indicação pelos ex-colegas de 
aula. Não completando a escolaridade, as chances para melhorar de vida vão 
diminuindo, ele não poderá competir com os outros que estão melhor preparados e isto 
o obrigará a buscar outras fontes de renda, com certeza, bem inferiores, tendo 
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consequência também o desinteresse por parte do aluno, além do crescimento da 
marginalidade. 
A escola ainda trabalha com metodologias afastadas da realidade do aluno de 
forma tradicional pautada no livro didático como o único instrumento para a formação, 
quando hoje as crianças e os jovens estão perto a contatos com internet, jogos 
interativos e com banco de dados digitais. Estamos vivendo uma cultura midiática 
importante, mas o que vemos são escolas no formato do século XIX, com crianças 
portando lápis e caderno e o professor na frente do quadro negro exercendo o oficio do 
exercício verbal. 
Muitas escolas ainda permanecem no passado com sua metodologia fazendo 
assim a educação bancaria, mas em contrapartida, temos escolas que estão muito a 
frente, usando metodologias digitais avançadas. Com internet liberada para realização 
de pesquisas, os alunos desenvolvem-se mais rápido e a educação torna-se mais 
prazerosa, porem a tecnologia também é uma das causas para a evasão escolar, pois 
alunos não se controlam ao realizar pesquisas e acabam por entrar num universo com 
infinitas possibilidades e afastam-se do que é realmente importante as pesquisas 
escolares, fechando-se em um mundo virtual. 
 
5. PROPOSTA PARA COMBATER A EVASÃO ESCOLAR 
Por ser um fator histórico, a evasão escolar é um fenômeno decorrente do 
fracasso escolar vale ressaltar que embora não se tenha um termo definido para este 
fato que vem se tornando cada vez mais frequente, se faz necessário uma análise de 
quais são as inúmeras causas que levam o sujeito ao fracasso escolar e, 
consequentemente, a evadir-se da escola. 
Nesta perspectiva, é preciso que a família e a escola estabeleçam uma relação 
de interação entre ambas e assim contratar quais são esses fatores, que tem contribuído 
significativamente com o índice de evasão bem elevado. A lei garante que todos têm 
direito ao ensino de qualidade, mas existe uma defasagem na qualidade da educação 
brasileira levando os alunos ao fracasso escolar e evadir da escola. No entanto embora 
seja um direito são permeados por problemas seculares, ainda não solucionados. A 
autonomia nas escolas, virá por meio da revisão dos compromissos assumidos na 
proposta pedagógica e no PPP, com o propósito de realizar um trabalho voltado para a 
Tópicos Especiais em Educação 
 
 
 
32 
transformação dos alunos. Além disso, a comunidade, tomando em consideração não as 
prescrições de uma pedagogia abstrata nas condições reais dos alunos no 
reconhecimento, em primeiro lugar da necessidade de chegar a um consenso referente à 
tarefa educativa. 
Somente a escola, especificamente os profissionais podem mudar o rumo da 
história e fazer acontecer o processo de aprendizagem, sendo essa tarefa da escola, de 
mais ninguém. No entanto o poder que o professor tem nas mãos para lutar contra essas 
adversidades é a necessária preocupação com a evasão escolar. O mesmo deve 
proporcionar a todos os alunos informações, fornecendo-lhes material cultural relevante 
que responda aos objetivos e conteúdo da série correspondente, que seja apropriada, 
que esteja adaptada as suas possibilidades e possa, portanto, ser compreendida por seus 
alunos, individualmente (AQUINO). 
A escola precisa de uma revolução estratégica, deve ser transformada em algo 
prazeroso para evitar o abandono escolar, seria necessário que houvesse um pacto social 
com todos onde haja um envolvimento maior da sociedade pois sabemos que muito 
ainda tem que ser feito se pensarmos a evasão escolar como um problema a ser 
resolvido, as políticas públicas ainda não são eficazes e que muito se tem por fazer, cabe, 
portanto, uma reflexão sobre o tema de forma a ser tratada não apenas com um 
problema da educação, mas como um ponto de debate para a efetiva atuação das 
políticas públicas. 
 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A evasão escolar, como já sabemos, é um problema que perpetua a vários 
séculos, sendo um fato histórico que com o decorrer do tempo cem se tornando cada vez 
mais frequente. Vários fatores que contribuem para essa problemática que aumenta 
consideravelmente, os fatores internos e externos. 
Alguns autores como Charlot, Lopez e Menezes, nos relatam que a principal 
causa da evasão é a repetência, Arroyo nos diz que é um jogo de empurra-empurra de 
responsabilidades, já Fukui e Oliveira defendem que o problema é interno, apenas da 
escola. 
Percebe-se então que a problemática envolve esses fatores, os internos e 
externos, cabendo a reflexão sobre eles, mas só isso não basta, é necessário colocar ações 
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em pratica, concorda-se que a evasão escolar sofre influencias da família, problemas 
socioeconômicos, trabalho, drogas, além da própria escola, a linguagem, professores 
despreparados e outros, ou seja fatores de dentro e fora do ambiente escolar. 
Mas nem tudo está perdido, é necessário agir, havendo uma série de 
sugestões para amenizar ou acabar com o problema, a principal ação é a parceria entre 
família e escola, pois as duas tem que andar juntas, unidas, já que são as mesmas que 
formam seres capazes de transforma seus próprios pensamentos. Essas duas 
instituições são de grande importância para esse processo que o aluno irá seguir. 
Por fim, faz-se necessário dialogar, a família com os filos, e a escola com 
propostas que visem o melhor rendimento do aluno. Todos devem se envolver no 
processo com o objetivo de amenizar a evasão escolar que é um problema frequente das 
nossas redes de ensino e influenciam a vida do aluno e suas escolhas e oportunidades 
futuras. 
 
 
REFERÊNCIAS 
ALMEIDA, Rosa Maria Rodrigues de. O gestor e a evasão escolar; uma questão a ser 
discutida. 
 
ANDRADE, Luciana. Evasão Escolar: um problema recorrente. Curitiba – 2016. 
BARROS, Amanda K. Marques. Uma análise sobre a evasão escolar no ensino médio. 
Curso de especialização: educação, pobreza e desigualdade social. UFMS. 
 
BARBOSA, Maria Ivone. VILELA, Marilene do Socorro. Evasão escolar na EJA 2015. Um 
estudo sobre as dificuldades vivenciadas por Jovens e Adultos para a efetivação do 
processo de ensino aprendizagem. 
CERATTI, Marcia R. Neves. Evasão escolar: causas e consequências. 
 
FERNANDES, Gislaine H.

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