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Introdução ao Sistema Digestório e Motilidade Universidade Federal da Bahia Instituto de Ciências da saúde Departamento de bioRregulação Anatomia Funcional do Sistema Gastrointestinal Glândula parótida Glândulas salivares Boca Esôfago Estômago Pâncreas Cólon transverso Jejuno Cólon descendente Ânus Fígado Vesícula biliar Duodeno Cólon Ascendente Haustrações Apêndice Esfíncter esofágico superior Esfíncter esofágico inferior Esfíncter pilórico Esfíncter Íleocecal Esfíncteres anal interno e externo Boron, Fisiologia Médica, Elsevier, 2015 Tubo oco dividido em diferentes compartimentos por anéis de tecido muscular liso chamados de esfíncteres. Cada compartimento do tubo tem uma função específica no processo digestivo. Funções do Trato Gastrointestinal (TGI) Trato Gastrointestinal * Excreção de resíduos Parede do Trato Gastrointestinal Boron, Fisiologia Médica, Elsevier, 2015 Especificidade da camada mucosa ao longo do TGI Serosa Muscular Submucosa Mucosa Mecanismos Reguladores do TGI Neural Endócrina Parácrina Sistema Nervoso Extrínseco Sistema Nervoso Entérico ou Intrínseco Regulação Neural do TGI Neurônios que inervam o TGI, mas que possuem corpos celulares fora da parede do TGI Neurônios que inervam o TGI e que possuem corpos celulares na parede do TGI Plexo Submucoso (secreção) Plexo Mioentérico (motilidade) Sistema Nervoso Parassimpático Sistema Nervoso Simpático Bear, Neurociências: desvendando o sistema nervoso, 3ªed., Artmed, 2008 Berne & Levy, Fisiologia, 6ªed, Elsevier, 2009. Sistema Nervoso Extrínseco Sistema Nervoso Entérico ou Intrínseco Regulação Neural do TGI Neurônios que inervam o TGI, mas que possuem corpos celulares fora da parede do TGI Neurônios que inervam o TGI e que possuem corpos celulares na parede do TGI Plexo Submucoso (secreção) Plexo Mioentérico (motilidade) Sistema Nervoso Parassimpático Sistema Nervoso Simpático Bear, Neurociências: desvendando o sistema nervoso, 3ªed., Artmed, 2008 Berne & Levy, Fisiologia, 6ªed, Elsevier, 2009. Regulação Neural do TGI Sistema Nervoso Entérico ou Intrínseco “O segundo cérebro” Cerca de 100 milhões de neurônios Possui todos os componentes de uma via reflexa – Reflexos curtos Neurônios aferentes Interneurônios Neurônios eferentes Inibitórios Excitatórios Sistema Nervoso Entérico ou Intrínseco Sistema Nervoso Entérico ou Intrínseco Neurônios aferentes detectam estímulos que chegam a parede intestinal Acidez, concentração de nutrientes, osmolalidade do conteúdo luminal e grau e estiramento ou contração Regulação Neural – Sistema Nervoso Entérico ou Intrínseco Neurônios aferentes fazem sinapse e ativam interneurônios Interneurônios fazem sinapse com neurônios motores ativando ou inibindo os mesmos Modulam a atividade de células secretoras, musculares e até células endócrinas Sistema Nervoso Extrínseco Sistema Nervoso Extrínseco Parassimpático Sistema Nervoso Extrínseco Parassimpático Modulação do Sistema Nervoso Entérico pelo Sistema Nervoso Extrínseco Modulação simpática Neurotransmissor: Noradrenalina Inibição da motilidade intestinal Vasoconstricção Inibição da Secreção* Modulação parassimpática Neurotransmissor: Acetilcolina, Substância P, VIP e NO Estímulo a motilidade Estímulo a secreção Guyton, Textbook of Médical physiology.11ª ed, Elsevier, 2006 Sistema Nervoso Extrínseco Sistema Nervoso Extrínseco Sistema Nervoso Extrínseco Regulação Endócrina do TGI Endócrino Responde a estímulos químicos e mecânicos secretando hormônio Células enteroendócrinas (CEE) Células sensoras do TGI Hormônio cai na circulação Atinge células-alvo distantes com receptores específicos para determinado hormônio Estas células podem ser células da parede do TGI ou células de glândulas acessórias (ex. pâncreas) Berne & Levy, Fisiologia, 6ªed, Elsevier, 2009. Regulação Endócrina do TGI Secretina Colecistocinina Motilina Gastrina GIP – peptídeo inibidor gástrico Hormônios Gastrointestinais Endócrino Berne & Levy, Fisiologia, 6ªed, Elsevier, 2009. Regulação Parácrina do TGI Parácrino Responde a estímulo secretando mensageiro químico ou peptídeo regulador Células enteroendócrinas (CEE) Células sensoras do TGI Difusão pelo espaço intersticial Atinge célula-alvo próxima: células musculares lisas, enterócitos absortivos, células secretoras das glândulas e CEE Ex.: Células produtoras de Histamina e Somatostatina na parede do estômago Berne & Levy, Fisiologia, 6ªed, Elsevier, 2009. Motilidade do Trato Gastrointestinal Motilidade do Trato Gastrointestinal Motilidade: Capacidade do TGI de produzir contrações musculares permitindo a mistura e o movimento do conteúdo alimentar pelo tubo digestivo. Esse processo é altamente controlado por mecanismos neurais e hormonais. Principais funções: Propulsão do conteúdo luminal ao longo do tubo digestivo Degradação mecânica do alimento Mistura do alimento com secreções gastrointestinais Contato do alimento com a mucosa Musculatura Lisa Gastrointestinal Funciona como um sincício Motilidade do Trato Gastrointestinal Fibras estão eletricamente conectadas através de junções comunicantes de baixa resistência que permitem o movimento de íons Células intersticiais de Cajal são células musculares modificadas localizadas entre as camadas musculares circular e longitudinal e os plexos nervosos. Elas ditam o ritmo marca-passo Margarida, Fisiologia, 4ªed, Guanabara Koogan, 2012 Motilidade do Trato Gastrointestinal Contração da musculatura lisa gera dois padrões de movimentos funcionais do TGI: Movimentos propulsivos/Peristaltismo - Permitem que a refeição percorra o trato alimentar com velocidade apropriada permitindo a digestão e absorção. Movimentos de mistura/Segmentação - Mantêm o conteúdo intestinal misturado (alimento+secreções). Estimula o SNP e SNE gerando contração 2-3 cm acima deste ponto e relaxamento abaixo Surge o anel contrátil que desencadeia o peristaltismo O peristaltismo ocorre no sentido oral-anal Silverthorn, Fisiologia Humana, 7ªed, Artmed, 2017 Movimentos propulsivos/Peristaltismo Distensão da parede intestinal pelo alimento Movimentos de mistura/Segmentação Segmentos curtos (1- 5 cm) de intestino contraem e relaxam alternadamente e aleatoriamente Silverthorn, Fisiologia Humana, 7ªed, Artmed, 2017 Os movimentos segmentares geram um vai e vem do conteúdo luminal que é fundamental para a mistura do alimento com secreções GI e para o contato dos nutrientes com a mucosa Ocorre principalmente no intestino delgado e grosso Deglutição – Movimento Peristáltico Fase oral voluntária – alimento na cavidade oral Língua empurra o bolo alimentar para cima e para trás. Palato mole protege a nasofaringe Fase faríngea – involuntária, bolo alimentar segue para a faringe, totalmente reflexamuscular espessa localizada na junção gastroduodenal. Funções fisiológicas: Regulação do fluxo do quimo: controla a quantidade e a velocidade com que o conteúdo gástrico penetra no duodeno. Prevenção do refluxo: evita o refluxo duodenogástrico, preservando o pH ácido gástrico. Filtro mecânico: impede a passagem de partículas alimentares não suficientemente trituradas. Mecanismo: Durante as contrações antrais, o esfíncter pilórico se fecha parcialmente, permitindo a trituração eficaz do alimento, com a passagem apenas de partículas pequenas. A abertura e fechamento coordenados são modulados por estímulos neurais (vagal, entérico) e humorais (CCK, secretina, motilina). Motilidade do Trato Gastrointestinal Movimentos do intestino delgado Funções da motilidade intestinal: Mistura do quimo com secreções Contato do quimo com a mucosa Estimuladas pelo sistema nervoso parassimpático Anéis de contração da musculatura circular dividindo o quimo em segmentos ovais Motilidade do Intestino Grosso Movimentos de segmentação ou haustrações – Exposição do conteúdo luminal à mucosa intestinal, otimizando a absorção de água e íons e amassamento e lubrificação do contéudo colônico com o muco Movimento de massa – peristáltico – empurra o bolo fecal em direção ao reto para a defecação Ocorrem principalmente no cólon distal, mas também no proximal – 1-3x/dia Margarida, Fisiologia, 4ªed, Guanabara Koogan, 2012 Reflexos Gastrointestinais Principais reflexos gastrointestinais e sua regulação Reflexo da deglutição Reflexo gastroduodenal: Distensão gástrica → aumento da motilidade gástrica e relaxamento do piloro. Reflexo duodenogástrico: Ácidos/gorduras no duodeno → inibição do esvaziamento gástrico (via CCK e nervo vago). Reflexo cólico (gastrocólico): Alimento no estômago → aumento do peristaltismo colônico. Reflexo da Defecação Movimento de Massa Chegada do bolo fecal ao reto vindo do cólon sigmoide – aumento da pressão no reto Distensão do reto Contração do reto Bolo fecal pressiona o Esfíncter Anal Interno (músculo liso) Se inconveniente, o EAE permanece contraído e o bolo fecal retorna para o cólon sigmoide até o próximo movimento de massa Esfíncter Anal Interno relaxa e Esfíncter Anal externo (musc. esquelético) se contrai Ganong, Fisiología Médica, McGraw-Hill, 24ª edição, 2010 Se conveniente, o EAE relaxa e o reto continua a contrair resultando em expulsão das fezes Função gástrica normal Gastroparesia diabética