Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
23/08/2015 1 Mecânica dos Solos Aula 2 – Origem e Formação dos Solos Origem e Formação dos Solos Cecília Silva Lins Mecânica dos Solos Aula 2 – Origem e Formação dos Solos Conceito de Solo A ABNT (NBR 6502) define solo como “Material proveniente da decomposição das rochas pela ação de agentes físicos ou químicos, podendo ou não ter matéria orgânica”, ou simplesmente, produto da decomposição e desintegração da rocha pela ação de agentes atmosféricos. A ação contínua do INTEMPERISMO tende a desintegrar e decompor as rochas, dando origem ao solo. 23/08/2015 2 Mecânica dos Solos Aula 2 – Origem e Formação dos Solos Imtemperismo 3 Desintegração Decomposição É o conjunto de processos que ocasiona a desintegração e decomposição das rochas e dos minerais por ação de agentes físicos, químicos e biológicos. Mecânica dos Solos Aula 2 – Origem e Formação dos Solos Intemperismo Físico ou Mecânico Atua pela desintegração física e mecânica das rochas, formando materiais de diversos tamanhos, mantendo a composição mineralógica da rocha-mãe (sem modificações de sua estrutura cristalina). • Ação da variação da temperatura: expansão e contração desintegração; • Congelamento da água: aumento de volume 8%;. •Ação física dos vegetais: crescimento de raízes; •Alívio de pressões: expansão do maciço. 4 23/08/2015 3 Mecânica dos Solos Aula 2 – Origem e Formação dos Solos Intemperismo Químico • Hidrólise: Decomposição do mineral pela H2O que atua como reagente destruição dos silicatos. • Hidratação: Adição de molécula de água na estrutura do mineral, causando expansão e fraturamento montmorilonitas: silicatos hidratados de Al, Fe e Mg. Em granitos e gnaisses transforma feldspato em argila. • Oxidação: Mudança do mineral devido a penetração de oxigênio reação do ferro com o oxigênio do ar laterização. • Carbonatação: Reação do mineral com ácido carbônico dissolvido da H2O (CO2 dissolvido em água) rochas calcárias. Reações químicas devido a presença da água e temperatura, transformando os minerais primários em minerais secundários, que passam a constituir um complexo de alteração. 5 Mecânica dos Solos Aula 2 – Origem e Formação dos Solos Intemperismo Biológico Ocorre através da ação de bactérias, que decompõem materiais orgânicos. Esse tipo de intemperismo produz os solos mais férteis. Transformação das Rochas VÍDEO 23/08/2015 4 Mecânica dos Solos Aula 2 – Origem e Formação dos Solos Intemperismo físico e químico Mecânica dos Solos Aula 2 – Origem e Formação dos Solos Solo Laterítico (Intemperismo químico) Perfil de solo em corte onde pode-se identificar a distinção clara entre os horizontes A (camada superficial), B (subsolo) e C (camada profunda). Perfil de solo mostrando os horizontes A, B e C (MARANGON, 2004) 23/08/2015 5 Mecânica dos Solos Aula 2 – Origem e Formação dos Solos Solo Residual Argiloso originado pela decomposição do mineral feldspato através da ação do intemperismo químico (hidratação). Mecânica dos Solos Aula 2 – Origem e Formação dos Solos Caverna originada de rocha calcária devido a ação do intemperismo químico (carbonatação) 23/08/2015 6 Mecânica dos Solos Aula 2 – Origem e Formação dos Solos Solo Tropical Solo laterítico: camadas superficiais, coloração geralmente vermelha ou amarelada, devido à presença de óxidos de fero e alumínio hidratados e minerais estáveis. Solo saprolítico: camada proveniente da decomposição da rocha matriz, herdando suas feições com presença de minerais não estáveis. Heterogêneo e suceptível a erosão. Mecânica dos Solos Aula 2 – Origem e Formação dos Solos i. MATERIAIS DE ORIGEM (composição mineralógica e textura da rocha): a ação do intemperismo nas rochas depende de seus materiais constituintes, sua estrutura e composição mineralógica; ii. CLIMA: condiciona principalmente a ação da água da chuva e da temperatura; A precipitação e temperatura regulam a natureza e a velocidade das reações químicas. A disponibilidade de água (chuvas) e a temperatura agem acelerando ou retardando as reações do intemperismo; •regiões quentes e úmidas: predomina intemperismo químico (formam solos profundos). •regiões geladas (SC e RS) e nos desertos: predomina intemperismo físico. iii. ORGANISMOS: vegetais e animais, interferindo no microclima, formando elementos orgânicos e minerais, e modificando as características físicas e químicas das rochas; Fatores controladores da formação dos solos 23/08/2015 7 Mecânica dos Solos Aula 2 – Origem e Formação dos Solos iv. RELEVO (topografia): interferindo na dinâmica da água, controlando a percolação, infiltração e velocidade do escoamento; A topografia e a cobertura vegetal regulam a velocidade do escoamento superficial das águas pluviais. Isto interfere na quantidade de água que infiltra e percola no solo. Este processo (em tempo suficiente) é essencial para consumação das reações e drenagem; v. TEMPO: transcorrido sob ação dos demais fatores. O tempo de atuação dos fatores acima pode gerar diferentes tipos de solo. Em condições de intemperismo pouco agressivas é necessário um tempo mais longo de exposição para haver o desenvolvimento de um perfil de alteração. Fatores controladores da formação dos solos Mecânica dos Solos Aula 2 – Origem e Formação dos Solos O conjunto destes processos leva à formação dos solos que em consequência são misturas de partículas pequenas que se diferenciam pelo tamanho e pela composição química. Os processos intempéricos geram fragmentos que poderão ou não serem transportados por agentes da natureza, que ao longo do tempo podem ter suas características alteradas. A concentração de cada tipo de partícula num solo depende da composição química da rocha que lhe deu origem. Formação dos solos 23/08/2015 8 Mecânica dos Solos Aula 2 – Origem e Formação dos Solos Após a intemperização da rocha o material poderá permanecer no mesmo local e dar origem aos solos residuais ou poderão ser levados para outros locais, por diferentes agentes da natureza, com modificação na forma e nas dimensões iniciais, originando os solos sedimentares (transportados). Ou ainda os solos orgânicos. Formação dos Solos 15 Mecânica dos Solos Aula 2 – Origem e Formação dos Solos São aqueles provenientes da decomposição e alteração das rochas “in situ”. Sua composição depende do tipo e da composição mineralógica da rocha original que lhe deu origem. Solos Residuais 23/08/2015 9 Mecânica dos Solos Aula 2 – Origem e Formação dos Solos SOLO RESIDUAL MADURO: é mais homogêneo e não apresenta relação com a rocha mãe. Não é possível identificar a estrutura ou outras características da rocha. SOLO RESIDUAL JOVEM: as características estruturais e mineralógicas da rocha matriz encontram-se presentes. Apresenta boa quantidade de material que pode ser classificado como pedregulho (# > 4,8 mm). São bastante irregulares quanto à resistência, coloração, permeabilidade e compressibilidade (intensidade do processo de alteração não é igual em todos os pontos). SAPROLITO OU MATERIAL DE TRANSIÇÃO: rocha altamente intemperizada. Guarda características da rocha sã e tem basicamente os mesmos minerais, porém sua resistência já se encontra bastante reduzida. Pode ser caracterizado como uma matriz de solo envolvendo grandes pedaços de rocha altamente alterada, apresenta pequena resistência ao manuseio. SOLO DE ALTERAÇÃO DE ROCHA: preserva parte da estrutura e de seus minerais, porém com dureza inferior à da rocha matriz, em geral muito fraturada permitindo grande fluxo de água através das descontinuidades; ROCHAMATRIZ: rocha de origem. Solos Residuais Mecânica dos Solos Aula 2 – Origem e Formação dos Solos Solos Residuais - exemplo 23/08/2015 10 Mecânica dos Solos Aula 2 – Origem e Formação dos Solos Solos Transportados ou Sedimentares São solos sedimentados por um agente transportador. Formam geralmente depósitos mais inconsolidados e fofos que os solos residuais e tem profundidades variáveis. De um modo geral são menos homogêneos que os solos residuais. A) SOLOS DE ALUVIÃO B) SOLOS COLUVIAIS C) SOLOS EÓLICOS D) SOLOS GLACIAIS Mecânica dos Solos Aula 2 – Origem e Formação dos Solos Solos de Aluvião i. São transportados e arrastados pela água; ii. Sua constituição depende da velocidade das águas no momento de deposição, sendo encontrado próximo às cabeceiras material mais grosseiro e o material mais fino (argila) são carregados a maiores distâncias; iii. Estes solos apresentam baixa capacidade de suporte (resistência), elevada compressibilidade e são susceptíveis à erosão; FLUVIAL, MARINHOS e LACUSTRES 23/08/2015 11 Mecânica dos Solos Aula 2 – Origem e Formação dos Solos Solos Coluviais i. O transporte se deve exclusivamente à gravidade e o solo formado possui grande heterogeneidade; ii. São de ocorrência localizada, geralmente ao pé de elevações e encostas, provenientes de antigos escorregamentos; iii. Apresentam boa resistência, porém elevada permeabilidade; Mecânica dos Solos Aula 2 – Origem e Formação dos Solos Solos Eólicos i. Formados pela ação do vento e os grãos dos solos possuem forma arredondada; ii. É o mais seletivo tipo de transporte de partículas de solo; Uma característica deste tipo de formação é a uniformidade dos grãos, pois a força do vento seleciona os pesos dos grãos que podem ser transportados. 23/08/2015 12 Mecânica dos Solos Aula 2 – Origem e Formação dos Solos Solos Transportados ou Sedimentares 23 Mecânica dos Solos Aula 2 – Origem e Formação dos Solos Solos Orgânicos i. Mistura do material transportado com quantidades variáveis de matéria orgânica decomposta; ii. Normalmente são identificados pela cor escura, cheiro forte e granulometria fina; iii. Decomposição sobre o solo de grande quantidade de folhas, caules e troncos de plantas forma-se um solo fibroso, de alta compressibilidade e baixíssima resistência, que se chama turfa. 23/08/2015 13 Mecânica dos Solos Aula 2 – Origem e Formação dos Solos Qual a cor do Solo? A variação é muito grande nos tons de marrom, podendo chegar até preto, amarelo, acinzentado. Essa variação irá depender do material de origem como também de sua posição na paisagem, conteúdo de matéria orgânica, e mineralogia, dentre outros fatores. Quanto maior a quantidade de matéria orgânica, mais escura é a cor do solo, o que pode indicar fertilidade ou apenas condições desfavoráveis à decomposição da mesma. As cores com tonalidades avermelhadas ou amareladas estão associadas aos diferentes tipos de óxidos de ferro existentes no solo. Quando a quantidade destes óxidos é grande, os solos apresentam-se vermelhos, como por exemplo, a terra roxa. Já os solos com elevada quantidade de quartzo na fração mineral apresentam coloração clara. Mecânica dos Solos Aula 2 – Origem e Formação dos Solos Composição química e mineralógica das partículas SOLOS GRANULARES: Provenientes do intemperismo físico. • São formados por minerais primários. • Silicatos (quartzo, feldspato, mica) • Obs: O conhecimento da composição mineralógica dos solos granulares é de importância secundária para o Engenheiro Geotécnico. Nos solos granulares o comportamento mecânico e hidráulico será definido pela densidade relativa. SOLOSARGILOSOS: Provenientes do intemperismo químico. • São formados por minerais secundários. • Obs: O conhecimento da composição química dos argilos-minerais é importante pois dele decorre as propriedades de plasticidade e expansibilidade. 23/08/2015 14 Mecânica dos Solos Aula 2 – Origem e Formação dos Solos Solos granulares Quanto a composição química dos principais minerais componentes dos solos grossos tem-se: Silicatos − feldspato, quartzo, mica, serpentina. Óxidos − hematita, magnetita, limonita Carbonatos − calcita, dolomita Sulfatos − gesso, anidrita Mecânica dos Solos Aula 2 – Origem e Formação dos Solos Solos argilosos Solos finos possuem uma estrutura mais complexa e alguns fatores, como forças de superfície, concentração de íons, ambiente de sedimentação, etc., que podem intervir no seu comportamento. As argilas possuem uma complexa constituição química e mineralógica, sendo constituídas basicamente por silicatos de alumínio hidratados, podendo apresentar silicatos de magnésio, ferro ou outros metais. Os minerais que formam as frações finas pertencem a três grupos: CAULINITA, ILITA e MONTMORILONITA. 23/08/2015 15 Mecânica dos Solos Aula 2 – Origem e Formação dos Solos Composição mineralógica das partículas 1) Grupo das Caulinitas São formadas por unidades estruturais de silício e alumínio, que se unem alternadamente, conferindo-lhes uma estrutura rígida. São relativamente estáveis em presença de água. Mecânica dos Solos Aula 2 – Origem e Formação dos Solos Composição mineralógica das partículas 2) Grupo da Montmorilonita São formadas pela superposição de uma unidade alumínica, situada entre 2 unidades silícicas. A união entre as camadas é frágil permitindo a penetração da água entre camadas. A penetração da água entre as camadas, afastando as mesmas dá origem a expansão do argilo-mineral, fonte de problemas na engenharia geotécnica. 23/08/2015 16 Mecânica dos Solos Aula 2 – Origem e Formação dos Solos Composição mineralógica das partículas 2) Grupo das Ilitas Tem o mesmo arranjo estrutural das montmorilonitas, entretanto, a presença de íons não permutáveis faz com que a união entre as camadas é mais estável. Estas argilas são menos expansíveis que as montmorilonitas. Mecânica dos Solos Aula 2 – Origem e Formação dos Solos Fração areia (0,075<grão mm<2) Fração argila – caulinita Estrutura de um solo. aumento 200x – 100m Obtenção por lupa binocular Eletromicografia – obtenção por MEV. 23/08/2015 17 Mecânica dos Solos Aula 2 – Origem e Formação dos Solos Mecânica dos Solos Aula 2 – Origem e Formação dos Solos Superfície especifica É a soma da superfície total de todas as partículas dividida pelo seu peso. Quanto mais fino for o solo maior será a sua superfície especifica, o que constituí uma das razões das diferenças entre as propriedades físicas solos finos e dos solos grossos. A superfície especifica dos argilominerais é: CAULINITA S = 10m2/s de solo ILITA S = 80m2/g de solo MONTMORILONITA S = 800m2/g de solo A superfície específica é uma importante propriedade dos argilo−minerais, na medida em que quanto maior a superfície específica, maior vai ser o predomínio das forças elétricas (em detrimento das forças gravitacionais), na influência sobre as propriedades do solo (estrutura, plasticidade, coesão, etc.). 23/08/2015 18 Mecânica dos Solos Aula 2 – Origem e Formação dos Solos Formação dos solos do Recife • Planície: argilas orgânicas, areias, conchas, turfas, corais, arenitos • Avanço e recuo do mar – deposição • Presença de sal e de conchas no solo da planície • Morros: misturas de areias e argilas amareladas, vermelhas (Formação Barreiras – 2 milhões de anos) Mecânica dos Solos Aula 2 – Origem e Formação dos Solos Até a próxima aula...
Compartilhar