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Mecânica dos Solos Origem e Formação dos Solos Prof(a). Joseleide Pereira da Silva, Eng. Civil - DSc. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE BRASÍLIA. PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO CAMPUS SAMAMBAIA Brasília / DF Curso Técnico em Edificações Quem sou eu? Apresentação Pessoal: - Nome: Joseleide Pereira da Silva - Formação: Técnica em Edificações pela ETFRR (atual IFRR), Enga. Civil pela UFAM, Mestrado em Eng. Civil/Geotecnia pela UnB. - Atualmente: Professora do curso de Mecânica dos Solos, Fundações e Instalações Hidrosanitárias no IFB. - Atuação: Permeabilidade de água em solo, ensaios de campo e de laboratório, instrumentação de campo e solos tropicais. - Email: joseleide.silva@ifb.edu.br Plano de Ensino - Conteúdos Origem e formação dos solos: O Solo Solo e Crosta Terrestre Origem dos solos Coleta de amostras: Normas de preparação e amostragem (NBR 6502, 8036, 6484, 7250, 9604, 9820, 6457) Retirada de amostras em campo Aula de Laboratório: Coleta de amostras Normas de preparação e amostragem (NBR 6502, 8036, 6484, 7250, 9604, 9820, 6457) Retirada de amostras em campo Origem e formação dos solos: Erosão física - areias Erosão química - argilas Tipos de solos Minerais argílicos Superfícies específicas. Preparação de amostras (normas): Identificação de equipamentos de laboratório Coleta de Amostras em campo Aferição de balanças, cápsulas, etc. Armazenamento de amostras Separação de material para ensaios Secagem de amostras Aula de Laboratório: Preparação de amostras Identificação de equipamentos de laboratório Coleta de Amostras em campo Aferição de balanças, cápsulas, etc. Armazenamento de amostras Separação de material para ensaios Secagem de amostras Estado do solo: Estado das Argilas; Estado das Areias; Textura do Solo (Identificação Táctil Visual) Normas: Textura dos solos, Ensaio Táctil visual - Metodologia MCT - ASTM D -2488/84 Aula de Laboratório: Textura dos solos, Ensaio Táctil visual - Observações táteis visuais, metodologia MCT e ASTM D -2488/84 Índices Físicos: Natureza das partículas Peso específico das partículas Densidade relativa das partículas Densidade real das partículas no laboratório Formas de partículas Adsorção A água como líquido dipolar Tixotropia Granulometria dos solos Normas: Índices Físicos: Elementos constituintes de um solo Teor de umidade Peso específico aparente dos solos Índice de vazios dos solos Grau de compacidade Porosidade Grau de saturação Grau de aeração Peso específico de um solo saturado Peso específico de um solo submerso Pressões devidas ao peso dos solos Normas: Aula: Ensaio de umidade Ensaio de umidade em campo (Speed); Ensaio de umidade em laboratório (estufas com temperatura controlada); Cálculo da umidade do solo. Normas: NBR 6457 – anexo Aula de Laboratório: Índices Físicos Ensaio de umidade em campo (Speed); Ensaio de umidade em laboratório (estufas com temperatura controlada); Cálculo da umidade do solo; Frasco de areia. O que é engenharia? pois sua prática nos impõe: O refletir constante; As idéias próprias observando o acervo construído no ler, indo porém, quase sempre, além dele; O construir e solucionar problemas com engenhosidade, transmutando no saber adquirido. A Mecânica dos Solos é uma disciplina da Engenharia Civil/Geotecnia que procura prever o comportamento de maciços terrosos quando sujeitos a solicitações provocadas, por exemplo, por obras de engenharia. O que é Mecânica dos Solos? Todas as obras de engenharia civil, de uma forma ou de outra, apóiam-se sobre o solo, e muitas delas, além disso, utilizam o próprio solo como elemento de construção, como por exemplo as barragens e os aterros de estradas. Portanto, a estabilidade e o comportamento funcional e estético da obra serão determinados, em grande parte, pelo desempenho dos materiais usados nos maciços terrosos. O que é Mecânica dos Solos? Karl Terzaghi é internacionalmente reconhecido como o fundador da Mecânica dos solos, pois seu trabalho sobre adensamento de solos é considerado o marco inicial deste novo ramo da ciência na engenharia. O que é Mecânica dos Solos? TORRE DE PISA (Itália) -Utilização da camada de areia como elemento de fundação Deformação volumétrica na argila Recalque da fundação e desaprumo da torre na ordem de 4,50 Orla de Santos (Brasil) Edifícios em fundação direta (décadas de 50 a 70) Recalques excessivos (totais e diferenciais) Histórico - Primórdios da civilização: utilização do solo de forma empírica e por observação de métodos empregados com êxito. -Coulomb, 1776: primeira obra de valor (parâmetros c e f ) -Darcy, 1856: movimento de água em meios porosos. -Atterberg, 1908: limites de consistência de solos argilosos. - Fellenius, 1918 e 1926: método de estudo de estabilidade de Taludes. - Karl Terzaghi, 1925: princípio das tensões efetivas, teoria do adensamento das argilas. Mecânica dos solos : surgiu como ciência FORMAÇÃO DAS ROCHAS A origem e evolução dos solos sofrem a influência de cinco fatores: a) Clima: os aspectos climáticos mais importantes no desenvolvimento pedogenético são a temperatura e precipitações pluviométrica; b) Tipo de rocha: a natureza da rocha matriz, sua composição mineralógica é química, e o estado original de fraturamento exercem influência sobre as características do solo da qual se origina; c) Organismos: ação de vegetais e animais; d) Relevo: interferem na dinâmica da água, no microclima e nos processos de erosão e sedimentação; e) Tempo: o tempo necessário para que um solo atinja determinado estágio evolutivo depende da influência dos demais fatores. Origem e Formação dos Solos Rochas Ígneas Sedimentares Metamórficas Ciclo das Rochas Ciclo das Rochas Ciclo das rochas Compactação Cimentação Cristalização Transporte Erosão Intemperismo Metamorfismo Fusão ROCHAS MAGMÁTICAS OU ÍGNEAS ROCHAS MAGMÁTICAS OU ÍGNEAS basalto granito diorito ROCHAS SEDIMENTARES ROCHAS SEDIMENTARES ROCHAS METAMÓRFICAS ROCHAS Conceito de Solo É um material de fixação de raízes e um grande armazém de nutrientes e água para as plantas. Existem diferentes conotações do que é solo: Agrônomos A capa de solo sobrejacente ao minério é simplesmente um material de rejeito a ser escavado Geólogo de Mineração Os solos são um aglomerado de partículas provenientes da desintegração da rocha, que podem ser escavados com facilidade, sem o emprego de explosivos, e que são utilizados como material de construção ou de suporte para estruturas. Engenheiro Civil SOLOS PROCESSOS RESPONSÁVEIS PELA FORMAÇÃO DOS SOLOS INTEMPERISMO: alteração física, química e biológica das rochas, seguido pelo transporte e sedimentação dos materiais intemperizados. INTEMPERISMO FÍSICO: desintegração física e mecânica das rochas através de mudanças bruscas de temperatura (ação do congelamento das águas) INTEMPERISMO QUÍMICO: ação da água e temperatura. INTEMPERISMO BIOLÓGICO: ação radicular de determinadas espécies vegetais. Origem e Formação dos Solos As várias formas de intemperismo podem ser classificadas em dois grandes grupos: Intemperismo Mecânico ou Físico Intemperismo Químico Proveniente da ação mecânica desagregadora de transporte da água, do vento e da variação de temperatura. Vários processos químicos que alteram, solubilizam e depositam os minerais de rocha, transformando-a em solo. Esse tipo é maisfrequente nos climas quentes e úmidos e, portanto, muito comum no Brasil. Intemperismo Físico Intemperismo Químico Intemperismo Biólógico Intemperismo Climas Úmidos e Quentes Abundância de água Intemperismo Químico > Intemperismo Físico pH Baixo Grande desenvolvimento de vegetação Abundância de minerais alterados Cores avermelhadas Mecanismos de formação - Tipo de rocha; - Vegetação; - Relevo; - Clima Climas Quentes e Secos Evaporação >Precipitação Cristalização de sais pH Alcalino Intemperismo Físico > Intemperismo Químico Abundância de minerais inalterados Climas Temperados Reações químicas retardadas Acumulação de matéria orgânica Produção de ácidos orgânicos Cores acinzentadas FORMAÇÃO SOLOS FATORES DE FORMAÇÃO DOS SOLOS ROCHA; CLIMA; ÁGUA; RELEVO; ORGANISMOS; TEMPO 1- ROCHA: natureza da rocha-matriz (composição mineralógica e química e estado original de fraturamento) 2- CLIMA: temperatura e precipitação 3- ÁGUA: alteração química dos minerais (movimento de soluções e processo de lixiviação) 4- RELEVO: responsável pela dinâmica da água (processos de erosão/sedimentação) 5- ORGANISMOS: vegetação e organismos vivos (bactérias, fungos e liquens) 6- TEMPO: características do solo dependem do tempo de evolução FÍSICA - ESTRUTURA CLASSIFICAÇÃO • Qto a granulometria; • Qto a formação (rocha de origem); • Qto a porosidade; • Qto ao clima, tempo e relevo; • Qto a cor; • Qto a consistência; • Qto ao transporte, etc. Solos Residuais e Sedimentares Residuais + + Colúvio Solo residual maduro Solo residual jovem Saprólito Transportados - Glaciais (Geleiras) - Aluviais (Rios) - Coluviais (Gravidade) - Eólicos (Vento) Solo Residual Os solos que permanecem próximos à rocha que lhes deu origem são denominados residuais. Perfil geotécnico típico de solo residual de gneiss do Rio de Janeiro (J A R Ortigão) - Ausência de transporte - Vel. de decomposição da rocha > vel. de remoção FÍSICA - ESTRUTURA COMPOSIÇÃO Solo Transportado e Solo Sedimentar • Transportados e depositados por agentes ambientais: - Vento (solos eólicos: loess) - Águas (solos aluvionares: fluviais, pluviais e marinhos) - Geleiras (solos glaciares) - Gravidade (solos coluvionares: tálus) Solos Eólicos: - Grãos arredondados (atrito entre as partículas) - Transporte + seletivo (vel do vento): areias finas e silte - Exemplos: Dunas: nordeste do Brasil Solos loéssicos (Europa Oriental): secos suportam bem as cargas úmidos dissolução do cimento calcáreo COLAPSO Solos Aluvionares - Textura vel. da água na disposição (ocorrência de camadas com granulometria distintas) - Características do transporte pela água: * transporte de grãos de diversos tamanhos ( pedregulhos a argila) + finas Þ suspensão + grossas Þ próximo às cabeceiras •vel. e direção Þ processo de desmonte e desgaste do relevo - Exemplos: - solos pluviais: arraste por chuva de pontos + elevados do relevo para os vales - solos fluviais: arraste e deposição de material por rios (planificação do leito) - solos marinhos Solos Glaciares - Formados pelas geleiras (região temperada) - O material resultante do degelo escorre de pontos + elevados para áreas + baixas (rochas, solo) - Bastante heterogêneos (grandes blocos de rocha a material de granulação fina) Solos Coluvionares - Transportados pela ação da gravidade - Granulometria heterogênea : grandes blocos de rocha a material de granulação fina - Exemplo: Tálus Solo Glacial Solo Coluvionar Solo Coluvionar - Tálus Solo Coluvionar Solos Orgânicos a) Solos orgânicos: incluindo essencialmente camadas sedimentares de argila, silte e areia fina, com húmus. A formação dá-se ou pela impregnação de matéria orgânica (húmus) em sedimentos pré-existentes, ou ainda pela decomposição da matéria orgânica que já ocorria nos sedimentos. b) Turfas: provêm de decomposição sobre o solo de grande quantidade de folhas, caules e troncos de plantas formando um solo fibroso, essencialmente de carbono, de alta compressibilidade e baixa resistência. FÍSICA - ESTRUTURA EROSÃO E R O S Ã O Ilustração: W D CortezR Fonte: Proin/Capes e Unesp/IGCE DEFINIÇÃO remoção de partículas do solo ou de fragmentos e partículas de rochas, pela ação combinada da gravidade com a água, vento, gelo e organismos (plantas e animais) TIPOS DE PROCESSOS natural / geológica / normal ou acelerada / antrópica erosão hídrica: laminar e linear (sulcos, ravinas e boçorocas) CONDICIONANTES NATURAIS: - chuvas (impacto, escoamento) - relevo (declividade, comprimento de rampa, forma da vertente) - solo (características morfológicas, físicas, químicas, biológicas e mineralógicas) - substrato rochoso - cobertura vegetal CONDICIONANTES ANTRÓPICOS: - desmatamento - movimento de terra - concentração de água - inadequado uso do solo - agrícola e urbano Ilustração: W D CortezR Fonte: Proin/Capes e Unesp/IGCE E R O S Ã O EROSÃO NATURAL, GEOLÓGICA OU NORMAL Processo natural de denundação e evolução da superfície dos terrenos, desenvolvendo-se de forma lenta e contínua. Processo induzido pela intervenção humana, altamente destrutivo, desenvolvendo-se rapidamente EROSÃO ACELERADA OU ANTRÓPICA Ilustração: W D CortezR Fonte: Proin/Capes e Unesp/IGCE EROSÃO 1 – LAMINAR, em lâmina (superficial) 2 – LINEAR, (sulcos, ravinas, voçorocas e piping) EROSÃO LINEAR 1 – SULCOS OU RAVINAS (canalículos); 2 – Voçorocas (maiores e mais profundas) 3 – Piping ( que atingem o lençol); EROSÃO
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