Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL ESTRADAS I Estudo de Traçado O projeto geométrico é antecedido por uma série de estudos topográficos, sendo organizado nas seguintes etapas de trabalho: ETAPAS DOS ESTUDOS TOPOGRÁFICOS: Reconhecimento e elaboração do anteprojeto; Escolha da diretriz que permita o lançamento do melhor traçado que resulte viável, técnica e economicamente Exploração de campo ou Projeto Locação ou Projeto definitivo RECONHECIMENTO DA REGIÃO É a primeira fase da escolha do traçado de uma estrada. Nesta fase são detectados os principais obstáculos topográficos, geológicos, hidrológicos e escolhidos os locais para o lançamento de anteprojetos. PRINCIPAIS OBJETIVOS: – Levantar e analisar os dados de uma região; – Estudar uma larga faixa do terreno ao longo de um itinerário por onde pretende lançar o traçado da estrada; – Identificar os principais “pontos obrigados” que possam influenciar no traçado - hidrológicos, topográficos e geológicos, (rios, lagoas, pântanos, montanhas, etc.); – Escolher os prováveis e melhores traçados para a estrada. RECONHECIMENTO DA REGIÃO Pontos obrigados De condição De passagem Pontos intermediários que devem ser obrigatoriamente atingidos (ou evitados) Trabalhos de reconhecimento, para estudos de traçado Início Fim Razões de ordem social, econômica ou estratégia, tais como a existência de cidades, vilas, povoados, de áreas de reservas, de instalações industriais, militares, e outras a serem atingidas (ou não) pela rodovia Razões de ordem técnica, face à ocorrência de condições topográficas, geotécnicas, hidrológicas e outras, tais como locais mais (ou menos) convenientes para as travessias de rios, acidentes geográficos e locais de ocorrência de materiais Pontos obrigados – obstáculos a contornar Pontos obrigados - garganta Adaptação às encostas Estada de Los Caracoles, Chile e Argentina Passo Dello Stelvio, Itália Passo dello Stelvio, nos Alpes italianos 24 km, 50 curvas muito fechadas Estrada da Serra do Rio do Rastro, em Lauro Müller, Santa Catarina 15 km de estradas em concreto, escavadas em rocha natural, contornando um profundo “cânion” de 1.460 metros em relação ao nível do mar • Caracterização orográfica da região (plana, ondulada ou montanhosa) • Uso do solo, incluindo ocupações urbanas, instalações, e respectiva toponímia • Áreas com restrições ambientais (reservas ecológicas, áreas indígenas, sítios arqueológicos e outras) •Acidentes geográficos, rios, lagoas, quedas d’água • Tipos de solos, ocorrência de materiais, cobertura vegetal Processos de reconhecimento RECONHECIMENTO DA REGIÃO TIPOS DE RECONHECIMENTO: – Mapas cartográficos; – Mapas geológicos; – Levantamentos topográficos; – Levantamentos aerofotogramétricos; – Imagens de satélites. MAPAS CARTOGRÁFICOS - Possibilidade de iniciar, no escritório, os trabalhos preliminares de lançamento das alternativas de traçados sobre os mapas ou cartas topográficas disponíveis RECONHECIMENTO DA REGIÃO RECONHECIMENTO DA REGIÃO MAPA GEOLÓGICO aplicado à fase de reconhecimento RECONHECIMENTO DA REGIÃO LEVANTAMENTOS TOPOGRÁFICOS - Reconhecimento terrestre: No caso de insuficiência ou inexistência de elementos cartográficos da região, os trabalhos de campo para o reconhecimento exigirão maiores detalhamentos para se definir os elementos topográficos, capazes de fornecer indicações precisas das alternativas de traçados. • Primeira Etapa Inspeção local de todos os traçados possíveis (de automóvel, a cavalo, a pé, etc). • Segunda Etapa levantamento topográfico das alternativas selecionadas – deve seguir as normas técnicas das características técnicas. RECONHECIMENTO DA REGIÃO AEROFOTOGRAMETRIA Dados topográficos por fotografias aéreas, geralmente, com o fim de mapeamento. Sobrepor 25% lateralmente e 60% longitudinalmente LEVANTAMENTOS AEROFOTOGRAMÉTRICOS RECONHECIMENTO DA REGIÃO LEVANTAMENTOS AEROFOTOGRAMÉTRICOS RECONHECIMENTO DA REGIÃO - Amplamente usado, simplificações e aos excelentes resultados obtidos, principalmente em terrenos montanhosos. - Estudos ESTEREOSCÓPICOS do traçado emprego de mosaico controlado. LEVANTAMENTOS AEROFOTOGRAMÉTRICOS ESTEREOSCOPIA observação em 3 dimensões de 2 fotos aéreas consecutivas que se recobrem parcialmente. RECONHECIMENTO DA REGIÃO LEVANTAMENTOS AEROFOTOGRAMÉTRICOS RECONHECIMENTO DA REGIÃO FOTO AÉREA aplicada à fase de reconhecimento. RECONHECIMENTO DA REGIÃO RECONHECIMENTO DA REGIÃO No final seleciona-se uma ou mais alternativas de traçado, cujos estudos topográficos foram desenvolvidos a partir de levantamento de natureza expedita, empregando-se métodos de baixa precisão. • No reconhecimento não se justifica levantar grandes detalhes topográficos, face ao caráter preliminar dos estudos. ETAPA DE EXPLORAÇÃO PRINCIPAIS ESTUDOS E ANÁLISES: – Estudos detalhados sobre uma ou mais faixas do terreno escolhidas para a estrada (diretriz da estrada); – Utilização de escalas aerofotogramétricas e topográficas mais amplas que na fase anterior; e – Os resultados dos trabalhos fornecem informações sobre a topografia, hidrologia e geologia das faixas escolhidas. ETAPA DE EXPLORAÇÃO ETAPA DE EXPLORAÇÃO PRINCIPAIS AÇÕES: – Início do lançamento dos anteprojetos sobre as plantas topográficas da faixa escolhida; - Iniciam-se os reconhecimentos em campo, para os estudos de infra-estrutura e superestrutura da estrada; e – Lançamento, em campo, da poligonal de exploração. ETAPA DE EXPLORAÇÃO PRINCIPAIS PRODUTOS: – Os dados obtidos nessa fase permitem uma primeira avaliação dos custos e benefícios sobre cada uma das soluções propostas; – Escolha do anteprojeto mais adequado. ETAPA DE EXPLORAÇÃO 1) Escolha, em planta, dos pontos de interseção das tangentes (PI); 2) Definição das coordenadas dos PI; 3) Marcação das tangentes entre os diversos PI, com os cálculos das tangentes; 4) Escolha dos raios mais convenientes para as curvas circulares, evitando-se os obstáculos pré-conhecidos; 5) Cálculo das coordenadas dos pontos de curva (PC) e pontos de tangência (PT); 6) Cálculo do estaqueamento do traçado (estacas a cada 20.0 m); SEQUÊNCIA PARA LANÇAMENTO DO ANTEPROJETO: ETAPA DE EXPLORAÇÃO Elementos da Curva Circular horizontal: O - centro da curva PI - ponto de intersecção das tangentes (prolongamento) PC - ponto de início da curva circular PT - ponto de inicio de tangente AC - ângulo central da curva T - tangente externa à curva 7) Levantamento do perfil longitudinal do terreno sobre o traçado escolhido; 8) Escolha dos pontos de interseção das rampas (PIV), perfil longitudinal; 9) Determinação das cotas e estacas dos PIV escolhidos; 10) Cálculo das rampas longitudinais: inclinação extensão; 11) Escolha das curvas verticais, cálculo de cotas estacas dos PCV e PTV. ETAPA DE EXPLORAÇÃO SEQUÊNCIA PARA LANÇAMENTO DO ANTEPROJETO: ETAPA DE EXPLORAÇÃO ELEMENTOS DA CURVA DE CONCORDÂNCIA VERTICAL ELABORAÇÃO DO PROJETO FINAL É uma fase para eventuais alterações e detalhamento do anteprojeto escolhido. • SERVIÇOS REALIZADOS: – Cálculos de definição do projeto em planta; – Cálculos dos perfis longitudinais e seções transversais; – Cálculos das tabelas de locação do projeto no campo; – Justificativa das soluções e processos adotados – Quantificação dos serviços; – Conhecimento e especificações dos materiais (existentes e a empregar); – Métodos de execução e orçamento da obra; – Memóriasde cálculo ELABORAÇÃO DO PROJETO FINAL – Geometria viária; – Movimentação de terras; – Infra-estrutura e superestrutura da estrada (sub-base, base e pavimento); – Obras de arte; – Paisagismo e sinalização. ELABORAÇÃO DO PROJETO FINAL CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES: - Para o desenvolvimento e detalhamento dos projetos construtivos, dois tipos de estudos são fundamentais, pois servirão de base a todos os elementos de projeto: • Estudos de prospecção geotécnica • Levantamentos e locações topográficas Escolhido o projeto geométrico Locação define no campo, a posição da estrada a ser construída. • O início da viabilização de todos os elementos do projeto se dá por meio dos serviços de locação topográfica. LOCAÇÃO TOPOGRÁFICA Locação implantação de marcas no terreno, través de piquetes, com a finalidade de lançar o traçado da POLIGONAL escolhida. Os instrumentos usados são: aparelho teodolito, trena de aço, 2 balizas e blocos para anotações. LOCAÇÃO TOPOGRÁFICA Eixo de Exploração ou Poligonal de Exploração: Poligonal levantada topograficamente na fase de exploração Poligonal F.Expl. ≠ Poligonal F.Reconhec. equipe de exploração pode encontrar uma linha tecnicamente mais indicada e que se situe ligeiramente afastada da diretriz do reconhecimento. LOCAÇÃO TOPOGRÁFICA POLIGONAL DE EXPLORAÇÃO • A exploração compreende três operações distintas: a) Lançamento e estaqueamento da poligonal de exploração b) Nivelamento e contranivelamento desta poligonal c) Levantamento das seções transversais. LOCAÇÃO TOPOGRÁFICA LANÇAMENTO DA POLIGONAL DE EXPLORAÇÃO • Objetivo de colher elementos que possibilitem a representação gráfica do relevo do terreno ao longo da faixa. • O lançamento da poligonal de exploração deverá ser feito com base em medidas lineares (distâncias horizontais) e angulares (azimutes e deflexões) dos alinhamentos. LOCAÇÃO TOPOGRÁFICA POLIGONAL DE EXPLORAÇÃO LOCAÇÃO TOPOGRÁFICA POLIGONAL DE EXPLORAÇÃO ESTAQUEAMENTO DA POLIGONAL DE EXPLORAÇÃO – Estaca Ex: 10 + 12,20 = 10 estacas + 12,20m = 212,20m – Campo implementa e cadastra os piquetes elencados no anteprojeto, o mais próximo à construção da estrada; – É um serviço que antecede a locação do eixo viário; – Inicialmente são locados os PI’s, sendo verificados os ângulos de deflexão das tangentes. – Embora não coincidentes, as distâncias entre a poligonal de exploração e o eixo projetado não devem ser muito significativas. Piquetes cravados até ficarem rentes ao chão, para evitar que sejam deslocados ou retirados Testemunha acompanhados por estacas (testemunhas) com a indicação do número da estaca Indica exatamente a vertical da estação Estacas prego ou Estacas de mudança Pontos de mudança de direção, quando não coincidentes com estacas inteiras indicados pela estaca inteira imediatamente anterior, mais a distância do ponto a essa estaca IGUALDADE DE ESTACAS Determinadas as cotas das estacas (e dos vértices) da poligonal básica, referidas a uma dada RN (referência de nível) São os pontos fixos no terreno, ou nele estabelecidos, de cota conhecida ou determinada e de fácil identificação 500 em 500 m ou 1 em 1 km Próximas às obras-de-arte facilitando a futura locação Desenho em uma escala 1:100 seções transversais do terreno, determinando-se graficamente as posições dos pontos das seções que correspondem a cotas inteiras. Projeto geométrico plantas plani-altimétricas: • 1 : 2.000 projetos em zonas rurais; • 1 : 1.000 projetos em áreas urbanas (maior precisão gráfica, devido às interferências com propriedades e imóveis); • 1 : 500 ou 1 : 250 casos especiais, que requerem maior precisão, tais como projetos de interseções ou outros dispositivos. CÁLCULOS DA POLIGONAL 1- Materialização da linha poligonal + marcação física dos vértices 2- Determinam-se: a) comprimento dos alinhamentos, b) os ângulos nos vértices c) os azimutes (ao menos, o azimute do primeiro alinhamento) 3- Dessa forma, a poligonal estará analiticamente definida, podendo-se proceder à determinação da posição de qualquer de seus pontos CÁLCULOS BÁSICOS DE UMA POLIGONAL CÁLCULO DE AZIMUTES DOS ALINHAMENTOS CÁLCULO DE COORDENADAS DOS VÉRTICES (OU DE OUTROS PONTOS) DA POLIGONAL I1 é a deflexão D no vértice V1 I2 é a deflexão E no vértice V2 Az0-1 é o azimute do alinhamento V0-V1 ÂNGULOS INTERNOS E DEFLEXÕES DEFLEXÕES E AZIMUTES Az1-2 = Az0-1 + I1 Az2-3 = Az1-2 – I2 CÁLCULO DE COORDENADAS XB = XA +LAB .sen (AzA-B ) YB = YA + LAB .cos (AzA-B)
Compartilhar