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F´ısica do Solo Cap.2 - Fase so´lida do solo Prof. H.J.Kliemann Curso de Agronomia - Campus Palotina Universidade Federal do Parana´ - UFPR Palotina, PR, setembro de 2013 Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 1 / 37 Fase so´lida do solo Frac¸o˜es granulome´tricas dos solos ⇒ A fase so´lida do solo possui: Part´ıculas minerais discretas de natureza e tamanho variados; compostos amorfos, o´xidos hidratados de ferro e alum´ınio e hu´mus,.. ⇒ que determinam o comportamento do solo em relac¸a˜o a`: interac¸o˜es com flu´ıdos e solutos; resisteˆncia, compressibilidade e regimes te´rmico e hidrolo´gico. ⇒ Da´ı, e´ necessa´rio: Caracterizar quantitativamente o material do solo, por meio de propriedades mensura´veis; propriedades esta´ticas - intr´ınsecas ao material e na˜o afetadas por varia´veis externas - Exemplos: textura e densidade de part´ıculas do solo; propriedades dinaˆmicas - afetadas por varia´veis externas - Exemplos: densidade do solo, deformac¸o˜es, ruptura, etc. Neste cap´ıtulo sera˜o estudadas as propriedades esta´ticas da fase so´lida, que sa˜o imuta´veis e pass´ıveis de medic¸o˜es objetivas: ⇒ Textura, distribuic¸a˜o de part´ıculas por tamanho e superf´ıcie espec´ıfica. Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 2 / 37 Fase so´lida do solo Frac¸o˜es granulome´tricas dos solos ⇒ A fase so´lida do solo possui: Part´ıculas minerais discretas de natureza e tamanho variados; compostos amorfos, o´xidos hidratados de ferro e alum´ınio e hu´mus,.. ⇒ que determinam o comportamento do solo em relac¸a˜o a`: interac¸o˜es com flu´ıdos e solutos; resisteˆncia, compressibilidade e regimes te´rmico e hidrolo´gico. ⇒ Da´ı, e´ necessa´rio: Caracterizar quantitativamente o material do solo, por meio de propriedades mensura´veis; propriedades esta´ticas - intr´ınsecas ao material e na˜o afetadas por varia´veis externas - Exemplos: textura e densidade de part´ıculas do solo; propriedades dinaˆmicas - afetadas por varia´veis externas - Exemplos: densidade do solo, deformac¸o˜es, ruptura, etc. Neste cap´ıtulo sera˜o estudadas as propriedades esta´ticas da fase so´lida, que sa˜o imuta´veis e pass´ıveis de medic¸o˜es objetivas: ⇒ Textura, distribuic¸a˜o de part´ıculas por tamanho e superf´ıcie espec´ıfica. Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 2 / 37 Fase so´lida do solo Frac¸o˜es granulome´tricas dos solos ⇒ A fase so´lida do solo possui: Part´ıculas minerais discretas de natureza e tamanho variados; compostos amorfos, o´xidos hidratados de ferro e alum´ınio e hu´mus,.. ⇒ que determinam o comportamento do solo em relac¸a˜o a`: interac¸o˜es com flu´ıdos e solutos; resisteˆncia, compressibilidade e regimes te´rmico e hidrolo´gico. ⇒ Da´ı, e´ necessa´rio: Caracterizar quantitativamente o material do solo, por meio de propriedades mensura´veis; propriedades esta´ticas - intr´ınsecas ao material e na˜o afetadas por varia´veis externas - Exemplos: textura e densidade de part´ıculas do solo; propriedades dinaˆmicas - afetadas por varia´veis externas - Exemplos: densidade do solo, deformac¸o˜es, ruptura, etc. Neste cap´ıtulo sera˜o estudadas as propriedades esta´ticas da fase so´lida, que sa˜o imuta´veis e pass´ıveis de medic¸o˜es objetivas: ⇒ Textura, distribuic¸a˜o de part´ıculas por tamanho e superf´ıcie espec´ıfica. Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 2 / 37 Fase so´lida do solo Frac¸o˜es granulome´tricas dos solos ⇒ A fase so´lida do solo possui: Part´ıculas minerais discretas de natureza e tamanho variados; compostos amorfos, o´xidos hidratados de ferro e alum´ınio e hu´mus,.. ⇒ que determinam o comportamento do solo em relac¸a˜o a`: interac¸o˜es com flu´ıdos e solutos; resisteˆncia, compressibilidade e regimes te´rmico e hidrolo´gico. ⇒ Da´ı, e´ necessa´rio: Caracterizar quantitativamente o material do solo, por meio de propriedades mensura´veis; propriedades esta´ticas - intr´ınsecas ao material e na˜o afetadas por varia´veis externas - Exemplos: textura e densidade de part´ıculas do solo; propriedades dinaˆmicas - afetadas por varia´veis externas - Exemplos: densidade do solo, deformac¸o˜es, ruptura, etc. Neste cap´ıtulo sera˜o estudadas as propriedades esta´ticas da fase so´lida, que sa˜o imuta´veis e pass´ıveis de medic¸o˜es objetivas: ⇒ Textura, distribuic¸a˜o de part´ıculas por tamanho e superf´ıcie espec´ıfica. Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 2 / 37 Fase so´lida do solo Frac¸o˜es granulome´tricas dos solos ⇒ A fase so´lida do solo possui: Part´ıculas minerais discretas de natureza e tamanho variados; compostos amorfos, o´xidos hidratados de ferro e alum´ınio e hu´mus,.. ⇒ que determinam o comportamento do solo em relac¸a˜o a`: interac¸o˜es com flu´ıdos e solutos; resisteˆncia, compressibilidade e regimes te´rmico e hidrolo´gico. ⇒ Da´ı, e´ necessa´rio: Caracterizar quantitativamente o material do solo, por meio de propriedades mensura´veis; propriedades esta´ticas - intr´ınsecas ao material e na˜o afetadas por varia´veis externas - Exemplos: textura e densidade de part´ıculas do solo; propriedades dinaˆmicas - afetadas por varia´veis externas - Exemplos: densidade do solo, deformac¸o˜es, ruptura, etc. Neste cap´ıtulo sera˜o estudadas as propriedades esta´ticas da fase so´lida, que sa˜o imuta´veis e pass´ıveis de medic¸o˜es objetivas: ⇒ Textura, distribuic¸a˜o de part´ıculas por tamanho e superf´ıcie espec´ıfica. Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 2 / 37 Fase so´lida do solo Frac¸o˜es granulome´tricas dos solos ⇒ A fase so´lida do solo possui: Part´ıculas minerais discretas de natureza e tamanho variados; compostos amorfos, o´xidos hidratados de ferro e alum´ınio e hu´mus,.. ⇒ que determinam o comportamento do solo em relac¸a˜o a`: interac¸o˜es com flu´ıdos e solutos; resisteˆncia, compressibilidade e regimes te´rmico e hidrolo´gico. ⇒ Da´ı, e´ necessa´rio: Caracterizar quantitativamente o material do solo, por meio de propriedades mensura´veis; propriedades esta´ticas - intr´ınsecas ao material e na˜o afetadas por varia´veis externas - Exemplos: textura e densidade de part´ıculas do solo; propriedades dinaˆmicas - afetadas por varia´veis externas - Exemplos: densidade do solo, deformac¸o˜es, ruptura, etc. Neste cap´ıtulo sera˜o estudadas as propriedades esta´ticas da fase so´lida, que sa˜o imuta´veis e pass´ıveis de medic¸o˜es objetivas: ⇒ Textura, distribuic¸a˜o de part´ıculas por tamanho e superf´ıcie espec´ıfica. Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 2 / 37 Fase so´lida do solo Frac¸o˜es granulome´tricas dos solos ⇒ A fase so´lida do solo possui: Part´ıculas minerais discretas de natureza e tamanho variados; compostos amorfos, o´xidos hidratados de ferro e alum´ınio e hu´mus,.. ⇒ que determinam o comportamento do solo em relac¸a˜o a`: interac¸o˜es com flu´ıdos e solutos; resisteˆncia, compressibilidade e regimes te´rmico e hidrolo´gico. ⇒ Da´ı, e´ necessa´rio: Caracterizar quantitativamente o material do solo, por meio de propriedades mensura´veis; propriedades esta´ticas - intr´ınsecas ao material e na˜o afetadas por varia´veis externas - Exemplos: textura e densidade de part´ıculas do solo; propriedades dinaˆmicas - afetadas por varia´veis externas - Exemplos: densidade do solo, deformac¸o˜es, ruptura, etc. Neste cap´ıtulo sera˜o estudadas as propriedades esta´ticas da fase so´lida, que sa˜o imuta´veis e pass´ıveis de medic¸o˜es objetivas: ⇒ Textura, distribuic¸a˜o de part´ıculas por tamanho e superf´ıcie espec´ıfica. Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 2 / 37 Fase so´lida do solo Frac¸o˜es granulome´tricas dos solos ⇒ A fase so´lida do solo possui: Part´ıculas minerais discretas de natureza e tamanho variados;compostos amorfos, o´xidos hidratados de ferro e alum´ınio e hu´mus,.. ⇒ que determinam o comportamento do solo em relac¸a˜o a`: interac¸o˜es com flu´ıdos e solutos; resisteˆncia, compressibilidade e regimes te´rmico e hidrolo´gico. ⇒ Da´ı, e´ necessa´rio: Caracterizar quantitativamente o material do solo, por meio de propriedades mensura´veis; propriedades esta´ticas - intr´ınsecas ao material e na˜o afetadas por varia´veis externas - Exemplos: textura e densidade de part´ıculas do solo; propriedades dinaˆmicas - afetadas por varia´veis externas - Exemplos: densidade do solo, deformac¸o˜es, ruptura, etc. Neste cap´ıtulo sera˜o estudadas as propriedades esta´ticas da fase so´lida, que sa˜o imuta´veis e pass´ıveis de medic¸o˜es objetivas: ⇒ Textura, distribuic¸a˜o de part´ıculas por tamanho e superf´ıcie espec´ıfica. Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 2 / 37 Fase so´lida do solo Textura dos solos ⇒ O termo textura refere-se ao tamanho das part´ıculas, sem levar em conta sua a natureza qu´ımica e mineralo´gica: Sa˜o art´ıculas minerais discretas de natureza e tamanho variados; sa˜o compostos cristalizados ate´ amorfos, como o´xidos hidratados de ferro e alum´ınio e hu´mus, ⇒ que determinam o comportamento do solo em relac¸a˜o a`: O me´todo tradicional de caracterizac¸a˜o destas part´ıculas e´ dividi-las em treˆs faixas convenientemente separa´veis, conhecidas como frac¸o˜es texturais, chamadas de areia, silte (ou limo) e argila; O processo de separac¸a˜o de suas proporc¸o˜es e´ chamado de ana´lise mecaˆnica ou granulome´trica; Infelizmente na˜o existe uma escala de tamanho de part´ıculas adotada universalmente. As mais conhecidas sa˜o as ilustradas na Figura 2.1. As duas escalas mais usadas na a´rea de Engenharia Agronoˆmica sa˜o a do USDA (Dep. de Agricultura dos EUA) e a da ISSS (International Soil Science Society), como mostra a Tabela 2.1. Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 3 / 37 Fase so´lida do solo Textura dos solos ⇒ O termo textura refere-se ao tamanho das part´ıculas, sem levar em conta sua a natureza qu´ımica e mineralo´gica: Sa˜o art´ıculas minerais discretas de natureza e tamanho variados; sa˜o compostos cristalizados ate´ amorfos, como o´xidos hidratados de ferro e alum´ınio e hu´mus, ⇒ que determinam o comportamento do solo em relac¸a˜o a`: O me´todo tradicional de caracterizac¸a˜o destas part´ıculas e´ dividi-las em treˆs faixas convenientemente separa´veis, conhecidas como frac¸o˜es texturais, chamadas de areia, silte (ou limo) e argila; O processo de separac¸a˜o de suas proporc¸o˜es e´ chamado de ana´lise mecaˆnica ou granulome´trica; Infelizmente na˜o existe uma escala de tamanho de part´ıculas adotada universalmente. As mais conhecidas sa˜o as ilustradas na Figura 2.1. As duas escalas mais usadas na a´rea de Engenharia Agronoˆmica sa˜o a do USDA (Dep. de Agricultura dos EUA) e a da ISSS (International Soil Science Society), como mostra a Tabela 2.1. Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 3 / 37 Fase so´lida do solo Textura dos solos ⇒ O termo textura refere-se ao tamanho das part´ıculas, sem levar em conta sua a natureza qu´ımica e mineralo´gica: Sa˜o art´ıculas minerais discretas de natureza e tamanho variados; sa˜o compostos cristalizados ate´ amorfos, como o´xidos hidratados de ferro e alum´ınio e hu´mus, ⇒ que determinam o comportamento do solo em relac¸a˜o a`: O me´todo tradicional de caracterizac¸a˜o destas part´ıculas e´ dividi-las em treˆs faixas convenientemente separa´veis, conhecidas como frac¸o˜es texturais, chamadas de areia, silte (ou limo) e argila; O processo de separac¸a˜o de suas proporc¸o˜es e´ chamado de ana´lise mecaˆnica ou granulome´trica; Infelizmente na˜o existe uma escala de tamanho de part´ıculas adotada universalmente. As mais conhecidas sa˜o as ilustradas na Figura 2.1. As duas escalas mais usadas na a´rea de Engenharia Agronoˆmica sa˜o a do USDA (Dep. de Agricultura dos EUA) e a da ISSS (International Soil Science Society), como mostra a Tabela 2.1. Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 3 / 37 Fase so´lida do solo Textura dos solos ⇒ O termo textura refere-se ao tamanho das part´ıculas, sem levar em conta sua a natureza qu´ımica e mineralo´gica: Sa˜o art´ıculas minerais discretas de natureza e tamanho variados; sa˜o compostos cristalizados ate´ amorfos, como o´xidos hidratados de ferro e alum´ınio e hu´mus, ⇒ que determinam o comportamento do solo em relac¸a˜o a`: O me´todo tradicional de caracterizac¸a˜o destas part´ıculas e´ dividi-las em treˆs faixas convenientemente separa´veis, conhecidas como frac¸o˜es texturais, chamadas de areia, silte (ou limo) e argila; O processo de separac¸a˜o de suas proporc¸o˜es e´ chamado de ana´lise mecaˆnica ou granulome´trica; Infelizmente na˜o existe uma escala de tamanho de part´ıculas adotada universalmente. As mais conhecidas sa˜o as ilustradas na Figura 2.1. As duas escalas mais usadas na a´rea de Engenharia Agronoˆmica sa˜o a do USDA (Dep. de Agricultura dos EUA) e a da ISSS (International Soil Science Society), como mostra a Tabela 2.1. Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 3 / 37 Fase so´lida do solo Textura dos solos ⇒ O termo textura refere-se ao tamanho das part´ıculas, sem levar em conta sua a natureza qu´ımica e mineralo´gica: Sa˜o art´ıculas minerais discretas de natureza e tamanho variados; sa˜o compostos cristalizados ate´ amorfos, como o´xidos hidratados de ferro e alum´ınio e hu´mus, ⇒ que determinam o comportamento do solo em relac¸a˜o a`: O me´todo tradicional de caracterizac¸a˜o destas part´ıculas e´ dividi-las em treˆs faixas convenientemente separa´veis, conhecidas como frac¸o˜es texturais, chamadas de areia, silte (ou limo) e argila; O processo de separac¸a˜o de suas proporc¸o˜es e´ chamado de ana´lise mecaˆnica ou granulome´trica; Infelizmente na˜o existe uma escala de tamanho de part´ıculas adotada universalmente. As mais conhecidas sa˜o as ilustradas na Figura 2.1. As duas escalas mais usadas na a´rea de Engenharia Agronoˆmica sa˜o a do USDA (Dep. de Agricultura dos EUA) e a da ISSS (International Soil Science Society), como mostra a Tabela 2.1. Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 3 / 37 Fase so´lida do solo Textura dos solos ⇒ O termo textura refere-se ao tamanho das part´ıculas, sem levar em conta sua a natureza qu´ımica e mineralo´gica: Sa˜o art´ıculas minerais discretas de natureza e tamanho variados; sa˜o compostos cristalizados ate´ amorfos, como o´xidos hidratados de ferro e alum´ınio e hu´mus, ⇒ que determinam o comportamento do solo em relac¸a˜o a`: O me´todo tradicional de caracterizac¸a˜o destas part´ıculas e´ dividi-las em treˆs faixas convenientemente separa´veis, conhecidas como frac¸o˜es texturais, chamadas de areia, silte (ou limo) e argila; O processo de separac¸a˜o de suas proporc¸o˜es e´ chamado de ana´lise mecaˆnica ou granulome´trica; Infelizmente na˜o existe uma escala de tamanho de part´ıculas adotada universalmente. As mais conhecidas sa˜o as ilustradas na Figura 2.1. As duas escalas mais usadas na a´rea de Engenharia Agronoˆmica sa˜o a do USDA (Dep. de Agricultura dos EUA) e a da ISSS (International Soil Science Society), como mostra a Tabela 2.1. Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 3 / 37 Fase so´lida do solo Frac¸o˜es granulome´tricas do USDA e da ISSS Tabela 2.1. Comparac¸a˜o entre as frac¸o˜es do solo do Departamento de Agricultura e da Sociedade Internacional de Cieˆncia do Solo∗. Frac¸o˜es (USDA) mm mm Frac¸o˜es (ISSS) Faixas de diaˆmetros Areia muito grossa 2,00-1,00 2,00-0,20 Areia grossa Areia grossa 1,00-0,50 Areia me´dia 0,50-0,25 Areia fina 0,25-0,10 0,20-0,02 Areia fina Areia muito fina 0,10-0,05 Silte (Limo)0,05-0,002 0,02-0,002 Silte (Limo) Argila < 0,002 < 0,002 Argila * Fonte: Soil Survey Stuff (1951). Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 4 / 37 Fase so´lida do solo Escalas granulome´tricas internacionais para solos Figura 2.1. Diversos esquemas convencionais de classificac¸o˜es das frac¸o˜es granulome´tricas do solo de acordo com a faixa de diaˆmetro das part´ıculas: Departamento de Agricultura dos EUA (USDA); Sociedade Internacional de Cieˆncia do Solo (ISSS); Administrac¸a˜o das Estradas Pu´blicas dos Estados Unidos (USPRA); Normas da Indu´stria Alema˜ (DIN); Instituto Tecnolo´gico de Massachussets (MIT); Instituto Britaˆnico de Padro˜es (BIS); Associac¸a˜o Brasileira de Normas Te´cnicas (ABNT). Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 5 / 37 Fase so´lida do solo Propriedades das argilas nos solos As argilas sa˜o minerais secunda´rios, na maioria aluminossilicatos, com formato de laˆminas ou agulhas formadas em baixa temperatura, no pro´prio solo; A argila → < 2 µm e´ a frac¸a˜o coloidal, podendo conter altos teores de Fe2O3 e CaCO3, na˜o pertencentes aos aluminossilicatos; por causa da grande a´rea por unidade de massa, e consequente atividade f´ısico-qu´ımica, as argilas tem influeˆncia decisiva no comportamento do solo; adsorvem a´gua e hidratam-se, fazendo o solo expandir-se com o molhamento e contrair-se com o secamento; possuem tipicamente carga negativa e, quando hidratadas, formam uma dupla camada eletrosta´tica de ı´ons, circundando a soluc¸a˜o; outra manifestac¸a˜o da atividade f´ısico-qu´ımica e´ o calor de molhamento; a argila apresenta comportamento pla´stico t´ıpico, tornando-se pegajosa quando u´mida, formando fragmentos duros e cimentados pelo secamento. Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 6 / 37 Fase so´lida do solo Propriedades das argilas nos solos As argilas sa˜o minerais secunda´rios, na maioria aluminossilicatos, com formato de laˆminas ou agulhas formadas em baixa temperatura, no pro´prio solo; A argila → < 2 µm e´ a frac¸a˜o coloidal, podendo conter altos teores de Fe2O3 e CaCO3, na˜o pertencentes aos aluminossilicatos; por causa da grande a´rea por unidade de massa, e consequente atividade f´ısico-qu´ımica, as argilas tem influeˆncia decisiva no comportamento do solo; adsorvem a´gua e hidratam-se, fazendo o solo expandir-se com o molhamento e contrair-se com o secamento; possuem tipicamente carga negativa e, quando hidratadas, formam uma dupla camada eletrosta´tica de ı´ons, circundando a soluc¸a˜o; outra manifestac¸a˜o da atividade f´ısico-qu´ımica e´ o calor de molhamento; a argila apresenta comportamento pla´stico t´ıpico, tornando-se pegajosa quando u´mida, formando fragmentos duros e cimentados pelo secamento. Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 6 / 37 Fase so´lida do solo Propriedades das argilas nos solos As argilas sa˜o minerais secunda´rios, na maioria aluminossilicatos, com formato de laˆminas ou agulhas formadas em baixa temperatura, no pro´prio solo; A argila → < 2 µm e´ a frac¸a˜o coloidal, podendo conter altos teores de Fe2O3 e CaCO3, na˜o pertencentes aos aluminossilicatos; por causa da grande a´rea por unidade de massa, e consequente atividade f´ısico-qu´ımica, as argilas tem influeˆncia decisiva no comportamento do solo; adsorvem a´gua e hidratam-se, fazendo o solo expandir-se com o molhamento e contrair-se com o secamento; possuem tipicamente carga negativa e, quando hidratadas, formam uma dupla camada eletrosta´tica de ı´ons, circundando a soluc¸a˜o; outra manifestac¸a˜o da atividade f´ısico-qu´ımica e´ o calor de molhamento; a argila apresenta comportamento pla´stico t´ıpico, tornando-se pegajosa quando u´mida, formando fragmentos duros e cimentados pelo secamento. Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 6 / 37 Fase so´lida do solo Propriedades das argilas nos solos As argilas sa˜o minerais secunda´rios, na maioria aluminossilicatos, com formato de laˆminas ou agulhas formadas em baixa temperatura, no pro´prio solo; A argila → < 2 µm e´ a frac¸a˜o coloidal, podendo conter altos teores de Fe2O3 e CaCO3, na˜o pertencentes aos aluminossilicatos; por causa da grande a´rea por unidade de massa, e consequente atividade f´ısico-qu´ımica, as argilas tem influeˆncia decisiva no comportamento do solo; adsorvem a´gua e hidratam-se, fazendo o solo expandir-se com o molhamento e contrair-se com o secamento; possuem tipicamente carga negativa e, quando hidratadas, formam uma dupla camada eletrosta´tica de ı´ons, circundando a soluc¸a˜o; outra manifestac¸a˜o da atividade f´ısico-qu´ımica e´ o calor de molhamento; a argila apresenta comportamento pla´stico t´ıpico, tornando-se pegajosa quando u´mida, formando fragmentos duros e cimentados pelo secamento. Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 6 / 37 Fase so´lida do solo Propriedades das argilas nos solos As argilas sa˜o minerais secunda´rios, na maioria aluminossilicatos, com formato de laˆminas ou agulhas formadas em baixa temperatura, no pro´prio solo; A argila → < 2 µm e´ a frac¸a˜o coloidal, podendo conter altos teores de Fe2O3 e CaCO3, na˜o pertencentes aos aluminossilicatos; por causa da grande a´rea por unidade de massa, e consequente atividade f´ısico-qu´ımica, as argilas tem influeˆncia decisiva no comportamento do solo; adsorvem a´gua e hidratam-se, fazendo o solo expandir-se com o molhamento e contrair-se com o secamento; possuem tipicamente carga negativa e, quando hidratadas, formam uma dupla camada eletrosta´tica de ı´ons, circundando a soluc¸a˜o; outra manifestac¸a˜o da atividade f´ısico-qu´ımica e´ o calor de molhamento; a argila apresenta comportamento pla´stico t´ıpico, tornando-se pegajosa quando u´mida, formando fragmentos duros e cimentados pelo secamento. Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 6 / 37 Fase so´lida do solo Propriedades das argilas nos solos As argilas sa˜o minerais secunda´rios, na maioria aluminossilicatos, com formato de laˆminas ou agulhas formadas em baixa temperatura, no pro´prio solo; A argila → < 2 µm e´ a frac¸a˜o coloidal, podendo conter altos teores de Fe2O3 e CaCO3, na˜o pertencentes aos aluminossilicatos; por causa da grande a´rea por unidade de massa, e consequente atividade f´ısico-qu´ımica, as argilas tem influeˆncia decisiva no comportamento do solo; adsorvem a´gua e hidratam-se, fazendo o solo expandir-se com o molhamento e contrair-se com o secamento; possuem tipicamente carga negativa e, quando hidratadas, formam uma dupla camada eletrosta´tica de ı´ons, circundando a soluc¸a˜o; outra manifestac¸a˜o da atividade f´ısico-qu´ımica e´ o calor de molhamento; a argila apresenta comportamento pla´stico t´ıpico, tornando-se pegajosa quando u´mida, formando fragmentos duros e cimentados pelo secamento. Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 6 / 37 Fase so´lida do solo Propriedades das argilas nos solos As argilas sa˜o minerais secunda´rios, na maioria aluminossilicatos, com formato de laˆminas ou agulhas formadas em baixa temperatura, no pro´prio solo; A argila → < 2 µm e´ a frac¸a˜o coloidal, podendo conter altos teores de Fe2O3 e CaCO3, na˜o pertencentes aos aluminossilicatos; por causa da grande a´rea por unidade de massa, e consequente atividade f´ısico-qu´ımica, as argilas tem influeˆncia decisiva no comportamento do solo; adsorvem a´gua e hidratam-se, fazendo o solo expandir-se com o molhamento e contrair-se com o secamento; possuem tipicamente carga negativa e, quando hidratadas, formam uma dupla camada eletrosta´tica de ı´ons, circundando a soluc¸a˜o; outra manifestac¸a˜o da atividade f´ısico-qu´ımica e´ o calor de molhamento; a argila apresenta comportamento pla´stico t´ıpico, tornando-se pegajosa quando u´mida,formando fragmentos duros e cimentados pelo secamento. Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 6 / 37 Fase so´lida do solo Classes texturais de solos ⇒ A designac¸a˜o textural de um solo, a chamada classe textural e´ lida, no sentido hora´rio no triaˆngulo textural (Figura 2.2). Figura 2.2. Triaˆngulo das classes texturais recomendada pela Sociedade Brasileira de Cieˆncia do Solo. Fonte: Embrapa (1995). Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 7 / 37 Fase so´lida do solo Classes texturais de solos ⇒ O gra´fico da Figura 2.3. e´ uma representac¸a˜o integral, cumulativa de todas as frac¸o˜es de part´ıculas de um solo: Na ordenada temos a percentagem de part´ıculas com diaˆmetros menores que o diaˆmetro denotado na abcissa, em escala logar´ıtmica para englobar diversas ordens de magnitude de diaˆmetros de part´ıculas, que permite espac¸o suficiente para a representac¸a˜o das part´ıculas finas; Assim, temos a conexa˜o de uma se´rie de pontos, cada uma expressando a frac¸a˜o cumulativa das part´ıculas mais finas, ate´ cada um dos n diaˆmetros medidos (F1,F2,F3, . . . ,Fi , . . . ,Fn). Temos, da´ı que Fi = Ms − n∑ i=1 Mi Ms (1) em que: Ms e´ a massa total da amostra de solo analisada e Mi , a massa cumulativa das part´ıculas mais finas do que o i-e´simo diaˆmetro analisado. Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 8 / 37 Fase so´lida do solo Classes texturais de solos Figura 2.3. Curvas esquema´ticas de distribuic¸a˜o de part´ıculas por tamanho para va´rios materiais de solo (esquema´tico). Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 9 / 37 Fase so´lida do solo Distribic¸a˜o de part´ıculas por tamanho - Coeficiente de uniformidade ⇒ De uma se´rie de curvas (Figura 2.3) podemos obter as seguintes informac¸o˜es: O solo e´ composto de grupos distintos de part´ıculas; solos com preponderaˆncia de um ou de diversos tamanhos distintos, indicando uma curva de distribuic¸a˜o tipo escada, sa˜o chamados de pobremente graduados; solos com curvas de distribuic¸a˜o suaves sa˜o chamados de bem graduados. ⇒ Coeficiente ou ı´ndice de uniformidade - Iu A distribuic¸a˜o de part´ıculas por tamanho e´ dado pela raza˜o Iu = d60 d10 (2) em que d60 inclui 60% e d10 10% das part´ıculas; areias bem graduadas apresentam curvas suavizadas; as mal graduadas, tipo escada; Alguns depo´sitos de areia tem Iu < 10; solos bem graduados tem Iu > 1000. Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 10 / 37 Fase so´lida do solo - Superf´ıcie espec´ıfica Estimac¸a˜o de superf´ıcie espec´ıfica de part´ıculas do solo A superf´ıcie espec´ıfica (SE) e´ expressa em m2 g−1 (massa) ou m2 cm−3 (volume) de part´ıculas. As argilas, geralmente sa˜o achatadas, em placas, contribuindo ainda mais para aumentar a superf´ıcie espec´ıfica total, ale´m do indicado por seu reduzido tamanho; a argila pode ter algumas centenas de m2g−1; a areia na˜o passa de 1 m2g−1 (Tabela 2.2). Tabela 2.2. Superf´ıcies espec´ıficas de part´ıculas do solo (a´rea por unidade de peso em cm2 g−1), referentes a part´ıculas cu´bicas. Part´ıculas Dimensa˜o N.de part´ıculas A´rea mm g−1 cm−3 cm2 g−1 Cascalho 10 1.10 6 Areia grossa 1,0 1.103 60 Areia fina 0,1 1.106 600 Silte 0,01 1.109 6000 Argila 0,001 1.1012 60000 Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 11 / 37 Fase so´lida do solo - Noc¸o˜es de mineralogia de argilas Diagramas ba´sicos de tetraedros de sil´ıcio e de octaedros de alum´ınio Figura 2.4. Diagramas de (a) tetraedro de sil´ıcio; (b) octaedro de alum´ınio; (c) posic¸a˜o e tamanho relativo dos a´tomos de oxigeˆncio e s´ılico; (d) esquema tridimensional de uma ce´lula unita´ria. A definic¸a˜o de ce´lula unita´ria e´ dada em termos de suas dimenso˜es repetidas ao longo dos eixos horizontais (a) e (b) e vertical (c). Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 12 / 37 Fase so´lida do solo - Noc¸o˜es de mineralogia de argilas Tipo de argila - 1:1 - na˜o expansiva Figura 2.5. Minerais de argila 1:1 do solo. (A) e (C) Estruturas esquema´ticas da caulinita - representante dos minerais de argila na˜o expansivas. (B) Imagens de raios-X do mineral (Bear, 1964) Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 13 / 37 Fase so´lida do solo - Noc¸o˜es de mineralogia de argilas Tipo de argila - 2:1 - expansiva Figura 2.6. Minerais de argila 2:1 do solo. (A) e (C) Estruturas esquema´ticas das esmectitas (tipo montmorilonita)(Bear, 1964) - representante dos minerais de argila expansivas. (B) Imagens de raios-X do mineral Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 14 / 37 Fase so´lida do solo - Capacidade de troca de ca´tions - CTC Definic¸a˜o e Estimac¸a˜o/determinac¸a˜o da CTC e CTA A CTC e´ o desequil´ıbrio de cargas (-); a CTA, o desequil´ıbrio de cargas (+); Cargas negativas - A fonte prima´ria de cargas negativas, dependente de pH, e´ considerada ser o ganho ou perda de H+ de grupos funcionais nas superf´ıcies dos colo´ides do solo. Os grupos funcionais incluem o hidrox´ılico [-OH], o carbox´ılico [-COOH], o feno´lico [−C6H4OH] e o am´ınico [−NH2]. Desenvolve-se no pH da soluc¸a˜o do meio, que regula a protonac¸a˜o e a desprotonac¸a˜o de grupos funcionais. O desenvolvimento de cargas nos cristais de caulinita pode ter a representac¸a˜o da Figura 2.6. Cargas ele´tricas do solo - podem ser constantes (mais comuns em argilas do tipo 2:1) e varia´veis (mais pronunciadas em o´xidos de Fe e Al) e ainda oriundo da adsorc¸a˜o espec´ıfica de aˆnions. Quanta a` natureza, as cargas do solo sa˜o positivas (+) e negativas (-) e quanto ao cara´ter, constantes ou permanentes e varia´veis ou dependentes de pH. Cargas constantes - substituic¸a˜o isomo´rfica de Si por Al ou Al por Mg e Fe(II) na laˆmina octae´drica. Ocorrem em minerais de grade 2:1 e 2:1:1 e nas alofanas. Tem origem interna (dentro da rede cristalina) e manifestam-se externamente. Constituem a maior parte das cargas (-) dos minerais 2:1 ou 2:1:1 e alofanas. Sa˜o sempre negativas e na˜o ha´ evideˆncia de cargas positivas (+) nesses minerais. Cargas varia´veis - a carga total de um solo varia em muitos solos com a variac¸a˜o do pH, no qual a carga e´ determinada (Figura 2.7); As cargas positivas desenvolvidas em baixo pH e as desenvolvida em pH alto sa˜o coletivamente denominadas de carga dependente de pH. A carga total do solo e´ a soma alge´brica das cargas positivas e negativas e a contribuic¸a˜o relativa da carga permanente e da dependente de pH e´ func¸a˜o da composic¸a˜o dos colo´ides e do ambiente ioˆnico no qual o solo foi formado. Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 15 / 37 Fase so´lida do solo - Capacidade de troca de ca´tions - CTC Cargas ele´tricas e CTC - dependentes e na˜o dependentes do pH do solo Figura 2.7. Representac¸a˜o das mudanc¸as nas cargas ele´tricas positivas e negativas com o pH do solo (Guenzi, 1974). Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 16 / 37 Fase so´lida do solo - Superf´ıcie espec´ıfica Estimac¸a˜o de superf´ıcie espec´ıfica das part´ıculas A SE correlaciona-se com a CTC, influi na retenc¸a˜o e liberac¸a˜o de va´rias substaˆncias qu´ımicas (incluindo nutrientes e certos poluentes potenciais do meio ambiente); a SE condiciona a expansa˜o e a retenc¸a˜o de a´gua e as propriedades mecaˆnicas, como a plasticidade, a coesa˜o e a resisteˆncia; da´ı, a superf´ıcie do solo serve como um atributo auxiliar na predic¸a˜o do comportamento do solo. A SE e´ medida por: ⇒ A superf´ıcie espec´ıfica e´ medida por adsorc¸a˜o de ga´s N2, necessa´rio para formar a camada monomolecular sobre a superf´ıcie inteira pela equac¸a˜o BET (Brunauer, Emmet & Teller) - teoria da adsorc¸a˜o multicamada - conduzida no va´cuo e a temperaturas pro´ximas ao ponto deebulic¸a˜o do N2 l´ıquido (−196o C); ⇒ a estimativa da SE pela ”medic¸a˜o” da a´rea de part´ıculas de geometria defin´ıvel (p.ex., cu´bica, esfe´rica), pois sa˜o usados dados de ana´lise granulome´trica; apesar da pouca precisa˜o, da´ uma razoa´vel ide´ia acerca da SE. ⇒ Inconveniente: As argilas tipo 2:1 e materiais orgaˆnicos do solo podem ter SE interna '10× > que a externa. Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 17 / 37 Fase so´lida do solo - Superf´ıcie espec´ıfica Estimac¸a˜o de superf´ıcie espec´ıfica das part´ıculas A SE correlaciona-se com a CTC, influi na retenc¸a˜o e liberac¸a˜o de va´rias substaˆncias qu´ımicas (incluindo nutrientes e certos poluentes potenciais do meio ambiente); a SE condiciona a expansa˜o e a retenc¸a˜o de a´gua e as propriedades mecaˆnicas, como a plasticidade, a coesa˜o e a resisteˆncia; da´ı, a superf´ıcie do solo serve como um atributo auxiliar na predic¸a˜o do comportamento do solo. A SE e´ medida por: ⇒ A superf´ıcie espec´ıfica e´ medida por adsorc¸a˜o de ga´s N2, necessa´rio para formar a camada monomolecular sobre a superf´ıcie inteira pela equac¸a˜o BET (Brunauer, Emmet & Teller) - teoria da adsorc¸a˜o multicamada - conduzida no va´cuo e a temperaturas pro´ximas ao ponto de ebulic¸a˜o do N2 l´ıquido (−196o C); ⇒ a estimativa da SE pela ”medic¸a˜o” da a´rea de part´ıculas de geometria defin´ıvel (p.ex., cu´bica, esfe´rica), pois sa˜o usados dados de ana´lise granulome´trica; apesar da pouca precisa˜o, da´ uma razoa´vel ide´ia acerca da SE. ⇒ Inconveniente: As argilas tipo 2:1 e materiais orgaˆnicos do solo podem ter SE interna '10× > que a externa. Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 17 / 37 Fase so´lida do solo - Superf´ıcie espec´ıfica Estimac¸a˜o de superf´ıcie espec´ıfica das part´ıculas A SE correlaciona-se com a CTC, influi na retenc¸a˜o e liberac¸a˜o de va´rias substaˆncias qu´ımicas (incluindo nutrientes e certos poluentes potenciais do meio ambiente); a SE condiciona a expansa˜o e a retenc¸a˜o de a´gua e as propriedades mecaˆnicas, como a plasticidade, a coesa˜o e a resisteˆncia; da´ı, a superf´ıcie do solo serve como um atributo auxiliar na predic¸a˜o do comportamento do solo. A SE e´ medida por: ⇒ A superf´ıcie espec´ıfica e´ medida por adsorc¸a˜o de ga´s N2, necessa´rio para formar a camada monomolecular sobre a superf´ıcie inteira pela equac¸a˜o BET (Brunauer, Emmet & Teller) - teoria da adsorc¸a˜o multicamada - conduzida no va´cuo e a temperaturas pro´ximas ao ponto de ebulic¸a˜o do N2 l´ıquido (−196o C); ⇒ a estimativa da SE pela ”medic¸a˜o” da a´rea de part´ıculas de geometria defin´ıvel (p.ex., cu´bica, esfe´rica), pois sa˜o usados dados de ana´lise granulome´trica; apesar da pouca precisa˜o, da´ uma razoa´vel ide´ia acerca da SE. ⇒ Inconveniente: As argilas tipo 2:1 e materiais orgaˆnicos do solo podem ter SE interna '10× > que a externa. Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 17 / 37 Fase so´lida do solo - Superf´ıcie espec´ıfica Estimac¸a˜o de superf´ıcie espec´ıfica das part´ıculas A SE correlaciona-se com a CTC, influi na retenc¸a˜o e liberac¸a˜o de va´rias substaˆncias qu´ımicas (incluindo nutrientes e certos poluentes potenciais do meio ambiente); a SE condiciona a expansa˜o e a retenc¸a˜o de a´gua e as propriedades mecaˆnicas, como a plasticidade, a coesa˜o e a resisteˆncia; da´ı, a superf´ıcie do solo serve como um atributo auxiliar na predic¸a˜o do comportamento do solo. A SE e´ medida por: ⇒ A superf´ıcie espec´ıfica e´ medida por adsorc¸a˜o de ga´s N2, necessa´rio para formar a camada monomolecular sobre a superf´ıcie inteira pela equac¸a˜o BET (Brunauer, Emmet & Teller) - teoria da adsorc¸a˜o multicamada - conduzida no va´cuo e a temperaturas pro´ximas ao ponto de ebulic¸a˜o do N2 l´ıquido (−196o C); ⇒ a estimativa da SE pela ”medic¸a˜o” da a´rea de part´ıculas de geometria defin´ıvel (p.ex., cu´bica, esfe´rica), pois sa˜o usados dados de ana´lise granulome´trica; apesar da pouca precisa˜o, da´ uma razoa´vel ide´ia acerca da SE. ⇒ Inconveniente: As argilas tipo 2:1 e materiais orgaˆnicos do solo podem ter SE interna '10× > que a externa. Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 17 / 37 Fase so´lida do solo - Superf´ıcie espec´ıfica Estimac¸a˜o de superf´ıcie espec´ıfica das part´ıculas A SE correlaciona-se com a CTC, influi na retenc¸a˜o e liberac¸a˜o de va´rias substaˆncias qu´ımicas (incluindo nutrientes e certos poluentes potenciais do meio ambiente); a SE condiciona a expansa˜o e a retenc¸a˜o de a´gua e as propriedades mecaˆnicas, como a plasticidade, a coesa˜o e a resisteˆncia; da´ı, a superf´ıcie do solo serve como um atributo auxiliar na predic¸a˜o do comportamento do solo. A SE e´ medida por: ⇒ A superf´ıcie espec´ıfica e´ medida por adsorc¸a˜o de ga´s N2, necessa´rio para formar a camada monomolecular sobre a superf´ıcie inteira pela equac¸a˜o BET (Brunauer, Emmet & Teller) - teoria da adsorc¸a˜o multicamada - conduzida no va´cuo e a temperaturas pro´ximas ao ponto de ebulic¸a˜o do N2 l´ıquido (−196o C); ⇒ a estimativa da SE pela ”medic¸a˜o” da a´rea de part´ıculas de geometria defin´ıvel (p.ex., cu´bica, esfe´rica), pois sa˜o usados dados de ana´lise granulome´trica; apesar da pouca precisa˜o, da´ uma razoa´vel ide´ia acerca da SE. ⇒ Inconveniente: As argilas tipo 2:1 e materiais orgaˆnicos do solo podem ter SE interna '10× > que a externa. Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 17 / 37 Fase so´lida do solo - Superf´ıcie espec´ıfica Ca´lculos da superf´ıcie espec´ıfica das part´ıculas ⇒ A superf´ıcie espec´ıfica de um material de solo e´ definida como a superf´ıcie de a´rea total de part´ıculas por unidade de massa (am) ou volume (av ) ou ainda por unidade de volume global(ag ), com um todo: am = As Ms (3) av = As Vs (4) ag = As Vt (5) Para o ca´lculo do diaˆmetro d de uma esfera, a raza˜o da superf´ıcie para o volume e´: av = pid2 pid3 6 = 6 d (6) e a raza˜o da superf´ıcie para a massa e´: am = 6 ρs d (7) com part´ıculas de densidade de ≈ 2,65 gcm−3, temos, aproximadamente: am ≈ 2,3/l Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 18 / 37 Fase so´lida do solo - Superf´ıcie espec´ıfica Ca´lculos da superf´ıcie espec´ıfica das part´ıculas cu´bicas Para um cubo de lado L, a raza˜o da superf´ıcie para o volume e´: av = 6L2 L3 = 6 L (8) e a raza˜o da superf´ıcie para a massa e´, novamente: am = 6 ρs L3 (9) Assim, as expresso˜es para part´ıculas de dimenso˜es aproximadamente iguais, tais como os gra˜os de areia e silte, sa˜o similares e o conhecimento da distribuic¸a˜o de part´ıculas por tamanho permite o ca´lculo da superf´ıcie espec´ıfica pela equac¸a˜o de somato´rio: am = 6 ρs . 1 d3i = 6 ρs . n∑ i=1 ci di (10) em que ci e´ frac¸a˜o da massa de part´ıculas de diaˆmetro me´dio di . Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 19 / 37 Fase so´lida do solo - Superf´ıcie espec´ıfica Ca´lculos da superf´ıcie espec´ıfica das part´ıculas laminadas Agora, vamos considerar uma part´ıcula laminada. A` guisa de argumento, vamos supor que a laˆmina (placa) com forma quadrada, com lado L e espessura l . A raza˜o da superf´ıcie para o volume e´: av = 2L2 + 4Ll L2l (11) e a raza˜o da superf´ıcie para a massa e´: av = 2 L + ��� 0 2l l (12) Se a lam´ınula e´ muito fina, de forma que a espessura l e´ desprez´ıvel (' 0), se comparada com a dimensa˜o principal L e se a densidade de part´ıculas for igual ρs = 2,65 kg cm−3, enta˜o: am ≈ 2,3/(ρs l) am ≈0,7547/l Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 20 / 37 Fase so´lida do solo - Superf´ıcie espec´ıfica Ca´lculos da superf´ıcie espec´ıfica das part´ıculas Assim, estima-se asuperf´ıcie espec´ıfica se a espessura das lam´ınulas e´ conhecida: A espessura de uma lam´ınula de montmorilonita dispersa e´ de ' 1 nm; por isso, am = 7,547/10−7 (em que: 1.107 cm = 1 nm) ou 754 m2 g−1, pro´ximo do valor estimado pela equac¸a˜o BET (800 m2 g−1); se as part´ıculas de montmorilonita na˜o estiverem totalmente dispersas, as lam´ınulas teˆm espessura de va´rias camadas unita´rias; a espessura me´dia da lam´ınula de ilita (argila 2:1) e´ de 5 nm; da caulinita, de poucas unidades (ou frac¸o˜es) de nm; → Pela Tabela 2.4 podemos verificar que: Os diferentes tipos de argilas, o´xidos de ferro e mate´ria orgaˆnica possuem superf´ıcie espec´ıfica, CTC e atividade coloidal muito variadas; o espac¸amento basal das argilas caulin´ıticas e´ fixo (0,720 nm), porque na˜o sa˜o expansivas; as esmectitas, devido a` expansibilidade, tem espac¸amento basal varia´vel de 0,98 a 1,80 nm; a grande variac¸a˜o da superf´ıcie espec´ıfica dos o´xidos de ferro (e tambe´m de Al, Ti e Mn) e´ devida ao maior ou menor grau de cristalizac¸a˜o; a CTC e a atividade coloidal sa˜o varia´veis, isto e´, dependentes do pH do meio nas caulinitas, nas micas, nos o´xidos de ferro e alum´ınio e na mate´ria orgaˆnica. Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 21 / 37 Fase so´lida do solo - Superf´ıcie espec´ıfica Estimac¸a˜o de superf´ıcie espec´ıfica de part´ıculas do solo Tabela 2.4. Superf´ıcie espec´ıfica (SE), espac¸amento basal (EB), diaˆmetro efetivo (DE), capacidade de troca de ca´tions (CTC) e atividade coloidal (AC) de argilas, o´xidos de ferro e mate´ria orgaˆnica. Tipo de mineral EB SE DE CTC AC nm m2 g−1 µm cmolc kg−1 cmolc kg−1 Caulinita 0,72 10-30 0,2-2,0 * * Esmectitas 0,98-1,80 600-800 0,001-0,0001 80-120 alta Vermiculita 1,00 600-800 - 12-150 alta Mica - 70-120 - 20-40 * Cloritas 7,00-15,00 - - alta O´xidos de ferro - 100-400 - 1-5 * Mate´ria orgaˆnica - 700∗∗ - * * * A CTC e AC sa˜o varia´veis e dependentes do pH do solo. ** A SE e´ aparente, podendo ser aumentada com a elevac¸a˜o do pH. . Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 22 / 37 Fase so´lida do solo - Ana´lises granulome´tricas Te´cnicas de dispersa˜o ⇒ A ana´lise mecaˆnica dos solos, conforme procedimentos padronizados (Embrapa, 1997) e´ executada em treˆs fases: O pre´-tratamento, a dispersa˜o do solo (qu´ımica e mecaˆnica) e a separac¸a˜o de part´ıculas; Va´rias modificac¸o˜es esta˜o sendo empregadas, por causa do comportamento diferenciado dos solos (grau de intemperismo, natureza das argilas, composic¸a˜o qu´ımica, etc.); Como a maioria das te´cnicas sa˜o relativamente demoradas e de altos custos, simplificac¸o˜es diversas; Kettler et al. desenvolveram um me´todo ra´pido de separac¸a˜o de part´ıculas, para uso na avaliac¸a˜o da qualidade do solo, encontraram relac¸o˜es estreitas com os me´todos padronizados. Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 23 / 37 Fase so´lida do solo - Ana´lise granulome´trica Pre´-tratamento e dispersa˜o das amostras de solo ⇒ O pre´-tratamento consiste na remoc¸a˜o dos agentes cimentantes, ı´ons floculantes e sais solu´veis, que podem interferir na dispersa˜o e na estabilizac¸a˜o da suspensa˜o do solo. Remoc¸a˜o da mate´ria orgaˆnica - feita em solos com teores de carbono > 50 g kg−1 pela oxidac¸a˜o com pero´xido de hidrogeˆnio (H2O2); Remoc¸a˜o dos o´xidos (Fe, Al) - feita com ditionito-citrato-bicarbonato de so´dio (DCB); Remoc¸a˜o de carbonatos (Ca, Mg) - feita com a´cido clor´ıdrico dilu´ıdo (HCl); Remoc¸a˜o de sais solu´veis - feita por lixiviac¸a˜o (dia´lise) dos sais com a´gua destilada. ⇒ O solo, em estado natural, encontra se na forma de agregados→ Necessidade de remoc¸a˜o dos agentes cimentantes e desfloculac¸a˜o dos agregados com agitac¸a˜o mecaˆnica + dispersantes. A desfloculac¸a˜o do solo e´ feita com reagentes qu´ımicos dispersantes e agitac¸a˜o mecaˆnica: Os dispersantes qu´ımicos usados para deslocar os ca´tions adsorvidos a` argila, particularmente ca´tions di- e trivalentes e´ o so´dio, que tem a habilidade de aumentar a hidratac¸a˜o das micelas de argilas, causando efeito de repulsa˜o, em vez de coalesceˆncia, como ocorre no estado floculado; A agitac¸a˜o mecaˆnica e´ complementar a` dispersa˜o qu´ımica e, na maioria dos casos, ambas sa˜o indispensa´veis. Quando na˜o se consegue dispersar completamente o solo, a argila flocula, formando agregados, que se sedimentam, como se fossem part´ıculas maiores, isto e´, do tamanho de silte ou areia. Da´ı, ocorrerem resultados distorcidos da ana´lise mecaˆnica do solo, isto e´, o teor de argila determinado e´ menor do que o real e geralmente maior o teor de silte; Os principais dispersantes qu´ımicos usados sa˜o o NaOH 0,1 molar, para solos com baixos teores de ca´lcio, magne´sio, pota´ssio, etc. O metafosfato de so´dio (ou o Calgon - metafosfato de so´dio + carbonato de so´dio) e´ obrigatoriamente usado em solos de origem calca´ria. A dispersa˜o ou agitac¸a˜o mecaˆnica e´ feita por agitac¸a˜o alternativa, agitac¸a˜o circular e vibrac¸a˜o ultrassoˆnica. Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 24 / 37 Fase so´lida do solo - Ana´lise granulome´trica Pre´-tratamento e dispersa˜o das amostras de solo ⇒ O pre´-tratamento consiste na remoc¸a˜o dos agentes cimentantes, ı´ons floculantes e sais solu´veis, que podem interferir na dispersa˜o e na estabilizac¸a˜o da suspensa˜o do solo. Remoc¸a˜o da mate´ria orgaˆnica - feita em solos com teores de carbono > 50 g kg−1 pela oxidac¸a˜o com pero´xido de hidrogeˆnio (H2O2); Remoc¸a˜o dos o´xidos (Fe, Al) - feita com ditionito-citrato-bicarbonato de so´dio (DCB); Remoc¸a˜o de carbonatos (Ca, Mg) - feita com a´cido clor´ıdrico dilu´ıdo (HCl); Remoc¸a˜o de sais solu´veis - feita por lixiviac¸a˜o (dia´lise) dos sais com a´gua destilada. ⇒ O solo, em estado natural, encontra se na forma de agregados→ Necessidade de remoc¸a˜o dos agentes cimentantes e desfloculac¸a˜o dos agregados com agitac¸a˜o mecaˆnica + dispersantes. A desfloculac¸a˜o do solo e´ feita com reagentes qu´ımicos dispersantes e agitac¸a˜o mecaˆnica: Os dispersantes qu´ımicos usados para deslocar os ca´tions adsorvidos a` argila, particularmente ca´tions di- e trivalentes e´ o so´dio, que tem a habilidade de aumentar a hidratac¸a˜o das micelas de argilas, causando efeito de repulsa˜o, em vez de coalesceˆncia, como ocorre no estado floculado; A agitac¸a˜o mecaˆnica e´ complementar a` dispersa˜o qu´ımica e, na maioria dos casos, ambas sa˜o indispensa´veis. Quando na˜o se consegue dispersar completamente o solo, a argila flocula, formando agregados, que se sedimentam, como se fossem part´ıculas maiores, isto e´, do tamanho de silte ou areia. Da´ı, ocorrerem resultados distorcidos da ana´lise mecaˆnica do solo, isto e´, o teor de argila determinado e´ menor do que o real e geralmente maior o teor de silte; Os principais dispersantes qu´ımicos usados sa˜o o NaOH 0,1 molar, para solos com baixos teores de ca´lcio, magne´sio, pota´ssio, etc. O metafosfato de so´dio (ou o Calgon - metafosfato de so´dio + carbonato de so´dio) e´ obrigatoriamente usado em solos de origem calca´ria. A dispersa˜o ou agitac¸a˜o mecaˆnica e´ feita por agitac¸a˜o alternativa, agitac¸a˜o circular e vibrac¸a˜o ultrassoˆnica. Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 24 / 37 Fase so´lida do solo - Ana´lises granulome´tricas Te´cnicas de separac¸a˜o de part´ıculas por tamanho ⇒ A separac¸a˜o de part´ıculas por tamanho e´ feita por: O peneiramento e´ empregado ate´ o limite de 0,05 mm (silte); ate´ essa faixa ainda e´ poss´ıvel a separac¸a˜o por peneiramento, porque as part´ıculas ainda na˜o apresentam atividade f´ısico-qu´ımica relevante; as tentativas para separar part´ıculas menores do que 0,05 mm por peneiramento teˆm apresentado erros por causa das cargas eletroqu´ımicas da frac¸a˜o menor que osilte e argila possuem; abaixo de 0,05mm usa-se a separac¸a˜o por sedimentac¸a˜o das part´ıculas, uma vez que ja´ possuem atividade de superf´ıcie no solo; a te´cnica baseia-se na medic¸a˜o da velocidade de sedimentac¸a˜o de part´ıculas de va´rios tamanhos em suspensa˜o aquosa; a velocidade de sedimentac¸a˜o das part´ıculas do solo e´ estimada pela lei de Stokes, que tem o seguinte enunciado: Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 25 / 37 Fase so´lida do solo - Ana´lises granulome´tricas Velocidade de sedimentac¸a˜o - Lei de STOKES Inicialmente, aumenta a velocidade de queda da part´ıcula. Eventualmente, um ponto e´ alcanc¸ado no qual a forc¸a de resisteˆncia crescente se iguala a` forc¸a cont´ınua descendente (Fg ) gravitacional, e a part´ıcula enta˜o continua caindo sem acelerac¸a˜o a uma velocidade constante, ou velocidade terminal ut . A forc¸a (Fg ) expressa por: Fg = 4 3pir 3(ρs − ρf )g (13) em que: 4pir 3 e´ o volume da esfera (part´ıcula); ρs , a densidade da part´ıcula; ρf , a densidade do flu´ıdo; e g , a acelerac¸a˜o da gravidade; Igualando-se as duas forc¸as, obte´m-se a lei de STOKES: u 2 9 . r 2g η (ρs − ρf ) = d 2g 18η (ρs − ρf ) (14) Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 26 / 37 Fase so´lida do solo - Ana´lises granulome´tricas Velocidade de sedimentac¸a˜o ⇒ Lei de STOKES Pressupondo-se que a velocidade terminal seja alcanc¸ada quase instantaneamente, podemos obter o tempo t necessa´rio para a part´ıcula cair de uma altura h: t = 18hη d2g(ρs − ρf ) (15) Rearranjando e resolvendo para o diaˆmetro das part´ıculas, obte´m-se: d = √ 18hη tg(ρs − ρf ) , (16) em que: d e´ o diaˆmetro da part´ıcula. Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 27 / 37 Fase so´lida do solo - Aplicac¸a˜o da lei de Stokes Me´todo da pipeta O me´todo da pipeta foi idealizado nos idos de 1920, independentemente por Robinson, na Inglaterra, por Thomas e Gardner nos Estados Unidos da Ame´rica e por Jennings e Krauss na Alemanha; baseia-se na teoria de Oden que, por sua vez, e´ uma aplicac¸a˜o da lei de Stokes (1851); Embora simples e preciso, o me´todo e´ trabalhoso. Consiste em pipetar volumes conhecidos de uma amostra dispersa, a uma dada profundidade, na suspensa˜o a tempos regulares apo´s o in´ıcio da sedimentac¸a˜o. Pela lei de Stokes e´ poss´ıvel, com aux´ılio da equac¸a˜o (15), part´ıculas que ainda permanecem em suspensa˜o em profundidades e tempos pre´ determinados. A metodologia padra˜o encontra-se em Day (1965). ⇒ Visualizac¸a˜o do processo Vamos supor um plano hipote´tico na altura hi , abaixo da superf´ıcie da suspensa˜o. Com a equac¸a˜o (2.15) pode-se calcular o tempo ti necessa´rio para que todas as part´ıculas com um diaˆmetro igual ou maior do que di caiam abaixo de dado plano apo´s o in´ıcio (tempo zero, to ) da sedimentac¸a˜o; Em um dado momento a concentrac¸a˜o de todas as part´ıculas com diaˆmetros menores (com velocidades menores do que hi ti ), permanece constante no plano em considerac¸a˜o, uma vez que o nu´mero dessas part´ıculas alcanc¸ando o plano hi , a partir de cima, deve ser igual ao nu´mero caindo atra´s dele Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 28 / 37 Fase so´lida do solo - Aplicac¸a˜o da lei de Stokes Me´todo da pipeta Figura 2.8. Vista da amostragem de uma suspensa˜o de solo com pipeta no plano hi Por exemplo, para pipetar uma al´ıquota que represente o limo (silte) deve- se, assim, calcular o tempo de sedimentac¸a˜o da areia muito fina, porque nesse tempo todas as part´ıculas maiores (limite inferior da areia muito fina) ja´ se encontram abaixo da altura hi e acima se encontram as part´ıculas menores. Por isso, medindo a concentrac¸a˜o das part´ıculas de diaˆmetro di neste plano no tempo ti , consegue-se calcular a massa total de part´ıculas originalmente presentes na suspensa˜o, a partir do volume de a´gua no cilindro (Figura 2.8). Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 29 / 37 Fase so´lida do solo - Aplicac¸a˜o da lei de Stokes Restric¸o˜es ao uso da lei de Stokes em solos ⇒ O uso da lei de Stokes depende de certas suposic¸o˜es simplificantes, que na˜o esta˜o de acordo com a realidade: Na realidade, as part´ıculas do solo, embora r´ıgidas, na˜o sa˜o esfe´ricas e nem lisas e algumas tem formato laminar. Assim, o diaˆmetro calculado a partir da velocidade de sedimentac¸a˜o na˜o corresponde necessariamente a`s dimenso˜es reais da part´ıcula; Por isso, os resultados de ana´lise mecaˆnica baseados no peneiramento podem diferir daqueles de uma ana´lise de sedimentac¸a˜o das mesmas part´ıculas. Ale´m disso, as part´ıculas do solo na˜o tem todas a mesma densidade; A maioria dos silicatos tem densidade de part´ıculas ρs = 2,6 a 2,7 kg dm−3; os o´xidos de ferro podem ter densidades superiores a 5 kg dm−3; Da´ı, termos na ana´lise mecaˆnica resultados apenas aproximados, que nada informam sobre o tipo de argila. Entretanto, a sua precisa˜o e´ suficiente para a maioria das ana´lises granulome´tricas de solos, com fins agronoˆmicos e de engenharia. Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 30 / 37 Fase so´lida do solo - Ana´lise granulome´trica Me´todo do dens´ımetro ou hidroˆmetro de Bouyoucos O me´todo de Bouyoucos mede a densidade de uma suspensa˜o de solo disperso a uma dada profundidade em func¸a˜o do tempo com um hidroˆmetro (dens´ımetro) padronizado; A densidade da suspensa˜o muda com o passar do tempo, na medida em que as part´ıculas maiores e progressivamente as menores ”emigram” da regia˜o da suspensa˜o sendo medida; Com o hidroˆmetro padronizado, um tempo de sedimentac¸a˜o de 40 (quarenta) segundos a 20o C e´ usado para medir a concentrac¸a˜o de silte + argila (ja´ tendo sedimentado toda a areia) e um tempo de 4 (quatro) horas e´ necessa´rio para medir toda a argila; Deve-se fazer a correc¸a˜o para a temperatura, densidade de part´ıculas ou concentrac¸a˜o de suspenso˜es, quando estas aumentam. Entretanto, devemos lembrar que as determinac¸o˜es feitas com o hidroˆmetro de Bouyoucos sa˜o menos precisas do que as feitas pela te´cnica da pipeta (Figura 2.9). Figura 2.9. Ilustrac¸a˜o do hidroˆmetro de Bouyoucos para medir a densidade da suspensa˜o de solos dispersos. Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 31 / 37 Fase so´lida do solo - Ana´lise granulome´trica Argila dispersa em a´gua e ı´ndice de floculac¸a˜o Em levantamentos pedolo´gicos, ale´m das ana´lises granulome´tricas de rotina, determina-se o teor de argila dispersa em a´gua (Embrapa, 1997), a partir de que e´ calculado o ı´ndice de floculac¸a˜o; Vem sendo usada com um ı´ndice de qualidade do solo, pois a argila dispersa e´ relacionada com a desestruturac¸a˜o e, ou, desagregac¸a˜o do solo. Por isso e´ um bom ı´ndice de erodibilidade do solo, ale´m de representar tambe´m a atividade da frac¸a˜o argila; O ı´ndice de floculac¸a˜o e´ calculado pela expressa˜o: IF = T − A T .100 (17) em que: IF e´ o ı´ndice de floculac¸a˜o (%); T , a frac¸a˜o de argila total (%); e A, a frac¸a˜o de argila dispersa em a´gua (%); Em alguns casos os horizontes superficiais podem apresentar teores mais elevados de argila dispersa em a´gua, quando comparados com os horizontes subsuperficiais. Isso pode ser associado com a mate´ria orgaˆnica, que libera cargas ele´tricas; Nos Latossolos, na sua maioria, ha´ baixos teores de argila dispersa em a´gua, o que pode ser interpretado como uma consequeˆncia da baixa atividade da frac¸a˜o argila, mas os o´xidos, em especial os de Al, possuem forte poder floculante. Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 32 / 37 Fase so´lida do solo - Resoluc¸a˜o de problemas Problema 1 ⇒ Determinar as classes texturais de diversos solos, usando e o triaˆngulo textural, utilizando os dados da Tabela 2.4.1,a distribuic¸a˜o de part´ıculas por tamanho do USDA e o triaˆngulo textural da SBCS: Tabela 2.4.1. Distribuic¸a˜o (%) das part´ıculas por tamanho de va´rios solos. Solos Faixas granulome´tricas de part´ıculas de solos por tamanho (mm) <0,002 0,002-0,02 0,02-0,01 0,01-0,5 0,50-0,25 0,25-2,00 a 5 10 20 25 20 20 b 6 9 30 30 15 10 c 10 30 10 20 30 30 d 4 6 10 20 30 30 Soluc¸a˜o: areia=40%; silte=45%; argila=15%. → Classe de solo: barrento. areia=25%; silte=60%; argila=15%. → Classe de solo: siltoso-barrento (franco). areia=15%; silte=25%; de argila=60%. → Classe de solo: argila. areia=60%; de silte=30%; de argila=10% . → Classe de solo: areia-barrento. Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 33 / 37 Fase so´lida do solo - Resoluc¸a˜o de problemas Problema 2 ⇒ Usando a lei de Stokes, calcular o tempo necessa´rio para sedimentar todas as part´ıculas de areia com diaˆmetro > 50 µm numa suspensa˜o aquosa a 30o C , ate´ a profundidade de 20, 40 e 60 cm. Quanto tempo e´ necessa´rio para sedimentar todas as part´ıculas de silte (> 2 µm) e de argila grossa (> 1 µm)? Vamos utilizar a lei de STOKES: t = 18hη d2g(ρs − ρf ) (18) em que: g e´ a acelerac¸a˜o da gravidade (981 cm s−2; h), 20 cm (ou qualquer outra altura); η, 0,008 cm s−1 (viscosidade, em poise); d , o diaˆmetro das part´ıculas (cm); ρs , a densidade de part´ıculas (2,65 kg dm−3); e ρf , a densidade do flu´ıdo (a´gua=1,0 kg dm−3) Areia t= 18.20(8.10 −3) (50.10−4)2.981(2,65−1,00) ∼= 71 segundos Silte t= 18.20(8.10 −3) (2.10−4)2.981(2,65−1,00) ∼= 44.815 segundos Argila ”grossa” t= 18.20(8.10 −3) (1.10−4)2.981(2,65−1,00) ∼= 177.984 segundos Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 34 / 37 Fase so´lida do solo - Resoluc¸a˜o de problemas Problema 3 ⇒ Calcule a a´rea de superf´ıcie espec´ıfica aproximada de uma areia composta da seguinte faixa de tamanhos de part´ıculas: Tabela 2.4.3. Superf´ıcie espec´ıfica (SE), espac¸amento basal (EB), diaˆmetro efetivo (DE) e capacidade de troca de ca´tions (CTC) e atividade coloidal (AC) de argilas, o´xidos e mate´ria orgaˆnica. Diaˆmetro me´dio 1 mm 0,5 mm 0,2 mm 0,1 mm % por massa 40 30 20 10 Vamos usar a expressa˜o: am = 6 ρs . n∑ i=1 ci di am= 6 2,65 ( 0,4 0,1 + 0,3 0,5 + 0,2 0,02 + 0,1 0,01 )=0,006792 m2 g−1 Nota: O diaˆmetro menor do que 0,01 cm representa so´ 10% da massa, mas e´ responsa´vel por um terc¸o da a´rea de superf´ıcie espec´ıfica. Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 35 / 37 Fase so´lida do solo - Resoluc¸a˜o de problemas Problema 4 ⇒ Estime a superf´ıcie espec´ıfica aproximada (m2 g−1) de um solo composto de 10% de areia grossa (� me´dio de 0,1 cm), 20% de areia fina (� me´dio de 0,01 cm), 30% de silte (� me´dio de 0,002cm); 20% de argila caulinita (espessura me´dia de 40 nm) (=10.10−8 cm) da lam´ınula; 10% de argila ilita de 5,0 nm e 10% de argila montmorilonita (espessura me´dia de 1,0 nm). Qual e´ a % da superf´ıcie espec´ıfica total ocupada por cada frac¸a˜o granulome´trica? – SE das frac¸o˜es das areias + silte am1 = 6 2,65 ( 0,1 0,1 + 0,2 0,01 + 0,3 0,02 )=0,03872 m2 g−1 – SE das frac¸o˜es das argilas As frac¸o˜es das argilas sera˜o calculadas, separadamente, pela expressa˜o: am ≈ 0,7547/l am2 = 0,2.0,7547 400.10−8 =3,7735 m 2 g−1 −→ caulinita am3 = 0,2.0,7547 50.10−8 =15,0940 m 2 g−1 −→ ilita am4 = 0,2.0,7547 10.10−8 =75,470 m 2 g−1 −→ montmorilonita – Superf´ıcie espec´ıfica total Sera´ estimada pelo somato´rio de todas as frac¸o˜es individuais: am = am1 + am2 + am3 + am4 am=(0,0387 + 3,7735 + 15,0940 + 75,4700) m 2 g−1 = 94,3375 m2 g−1 Finalmente, ainda podemos calcular a porcentagem da a´rea ocupada por uma frac¸a˜o espec´ıfica, como, por exemplo: – Porcentagem da frac¸a˜o ocupada pela frac¸a˜o argila 94,3762−−−−−−−−−−−−−−−−100 94,3375−−−−−−−−−−−−−−−−x x=99,59 porcento da SE total – Porcentagem da frac¸a˜o ocupada pela montmorilonita 94,3762−−−−−−−−−−−−−−−−100 75,4700−−−−−−−−−−−−−−−−x x=79,97 porcento da SE total Prof.H.J. Kliemann (PVNS/CAPES/MEC) F´ısica do Solo ... 36 / 37 Fase so´lida do solo Refereˆncias bibliogra´ficas Soil Survey Stuff. Soil Conservation Service. Soil survey manual. Washington, D.C, .U.S: Department of Agriculture. 1951. 503p. [Handbook, 18] Embrapa. Centro Nacional de Pesquisa de Solos.(Rio de Janeiro, RJ). Procedimentos normativos de levantamentos pedolo´gicos/Humberto Gonc¸alves dos Santos et al.. Bras´ılia: Embrapa-SPI. 1995. 101p. il. Day, P.R. Particle fractionation and particle size analysis..In: Black, C.A. et al., eds, Methdos of soil analysis; physical and mineralogical properties, including, statistics of measurement and sampling. Madison, WI: American Society of Agronomy, cap.43, p.545-567. 1965. [Agronomy, 9]. Stokes, G.G. On the effect of the internal friction of fluids on the motion of pendulums.Cambridge: Trans.Cambridge Phil.Soc., v.9, p.8 106. 1851. Brunauer, S.L.; Emmet, P.H.; Teller, E. Adsorption of gases in multimolecular layers. J. Am. Chem. 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