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MECÂNICA DOS SOLOS E GEOTECNIAMECÂNICA DOS SOLOS E GEOTECNIA GEOLOGIA DE ENGENHARIAGEOLOGIA DE ENGENHARIA Autor: Me. João Vitor Rodrigues de Souza Revisor : Suely Medeiros Gama I N I C I A R introdução Introdução Na Engenharia, o solo apresenta um papel fundamental, atuando como matéria- prima para construção, como material natural ou mesmo na forma in natura. Assim, para elaborar projetos e realizar obras com segurança e economia, torna-se indispensável conhecer suas características de identi�cação e de classi�cação, que em geral são as propriedades de engenharia de um solo. Este capítulo abordará os conceitos básicos que envolvem o solo. Apresentaremos um breve histórico dessa área da ciência; falaremos sobre os processos de formação de um solo; fatores que atuam nas modi�cações físico- químicas dos minerais e rochas; formas e tamanho de partículas; os conceitos básicos relacionados às propriedades físicas do solo. Vamos começar esta unidade revendo um pouco da história dessa Ciência do Solo e do seu ramo que mais especi�camente aprofundaremos: a Mecânica dos Solos. Desde os primórdios da civilização, o povo reconhecia a importância dos solos, e os costumes de seus seguidores evoluíram em uma especial ligação com a “mãe terra”. Os povos Mesopotâmicos, Egípcios, Indianos, Chineses, Astecas e Incas usavam o solo com a prática de agricultura e pastoreio, e, paralelamente, buscando decifrar seus segredos e aprender mais com ele. Foi nessa época que surgiram as primeiras observações sobre o solo: o porquê de determinado cultivo desenvolver em um local; a capacidade do solo em produzir (fertilidade); o porquê que um solo necessitava de mais água que outro; e assim por diante. O conhecimento então deixava de ser algo compartilhado igualmente entre todos, e passava a ser difundido entre estudiosos de diversas áreas da ciência. A História da Mecânica dos SolosA História da Mecânica dos Solos Em 1776, o físico francês Charles Augustin de Coulomb estudou o problema das pressões laterais da terra nas estruturas de retenção. Ele usou a teoria do equilíbrio de limites, que considera o bloqueio do solo em falha como um corpo livre, a �m de determinar a pressão horizontal limitante da terra. Foi a primeira obra de valor relacionada a essa área da ciência. Quase 80 anos mais tarde, o também francês Henry Darcy estudou o �uxo de �uidos através de �ltros de areia utilizados no sistema de tratamento de água da cidade de Paris. Através de seus experimentos, descobriu que a vazão era proporcional à diferença de pressão ao longo do �uxo, à área da seção do conduto e a uma constante característica do meio poroso e do �uido, além de inversamente proporcional ao comprimento do conduto. Tal descoberta foi de suma importância e explica, até hoje, alguns �uxos hidráulicos como �ltros, reservatórios de petróleo e aquíferos. No início do século XX, Albert Mauritz Atterberg abordou os primeiros mecanismos de limites de tamanho de partícula. Propôs uma classi�cação das argilas de acordo com a consistência, usando a água como parâmetro limitante (índice de plasticidade, limite de plástico e limite de líquido). A escala granulométrica Atterberg ainda permanece sendo utilizada como referência. No ano de 1925, o Prof. Karl Terzaghi publicou o seu famoso livro Erdbaumechanik. A obra constitui um marco decisivo na nova orientação a ser seguida no estudo do comportamento dos solos. Àquela data, nascia a área da ciência chamada de Mecânica dos Solos, isto é, a mecânica dos sistemas constituídos por uma fase sólida granular e uma fase �uida. Diversas áreas da ciência se intercalam e, por vezes, sobrepõem campos de atuação. Assim, é inevitável confundirmos qual a aplicação de determinada área. Na lista abaixo, conheça algumas das áreas da ciência que abordam o conhecimento sobre a Terra em outras perspectivas: Mineralogia: dedica-se ao estudo da composição química, propriedades físicas, estrutura, aparência, estabilidade, ocorrência e associações dos minerais; Geologia: aborda a descrição dos materiais que constituem o globo terrestre, o estudo das transformações atuais e passadas que se processaram na Terra; Geomorfologia: estuda a origem e a estrutura das formas de relevo, identi�cando as ações naturais atuantes; Edafologia: ramo da ciência que estuda a in�uência dos solos nos seres vivos, abordando principalmente a interferência do uso da terra pela humanidade para o crescimento das plantas. O conceito de solo apresenta diferentes conotações, conforme o tipo de abordagem que se tem. Na agronomia, por exemplo, entende-se como uma pequena espessura da superfície terrestre. Na engenharia, é chamado de solo qualquer material proveniente da decomposição da rocha, escavável com o auxílio de pás, picaretas ou escavadeiras. Por não ter um signi�cado intuitivo, o conceito usualmente utilizado é o da ABNT (NBR 6502), que o de�ne como “Material proveniente da decomposição das rochas pela ação de agentes físicos ou químicos, podendo ou não ter matéria orgânica” (ABNT, 1995), ou simplesmente, produto da decomposição e desintegração da rocha pela ação de agentes atmosféricos. A ação contínua do intemperismo tende a desintegrar e decompor as rochas, dando origem ao solo. A forma mais conhecida concebe-as a partir de sua origem, isto é, a partir do processo que resultou na formação dos seus diferentes tipos. Nessa divisão, existem três tipos principais: as rochas ígneas ou magmáticas, as rochas metamór�cas e as rochas sedimentares. A Formação do SoloA Formação do Solo Nos tópicos a seguir, entenderemos melhor os tipos de rocha, os conceitos que envolvem o intemperismo e como os fatores atuam sobre as rochas para originar o solo. Tudo isso está ligado às placas tectônicas. Os processos tectônicos constroem formas de relevo, causando a elevação ou subsidência de material rochoso, de Figura 1.1 - Os três grandes grupos rochosos e seus diferentes processos de formação Fonte: Teixeira et al. (2009, p. 105). camadas da crosta terrestre, lavas derretidas e até grandes massas que incluem toda a crosta e a parte superior do manto do planeta. Em algumas áreas, esses processos resultam em altas elevações, como montanhas e planaltos. Em outros, eles produzem depressões topográ�cas, como exempli�cado no Vale da Morte no oeste dos Estados Unidos, no Mar Morto no Oriente Médio ou na Depressão de Turfan no oeste da China. Praticamente todas as áreas abaixo do nível do mar foram formadas por processos tectônicos. Intemperismo O intemperismo é entendido como um conjunto de modi�cações de ordem física, química e biológica que as rochas sofrem na superfície da Terra. Os produtos resultantes do intemperismo são friáveis e sujeitos às forças que atuam na superfície terrestre, podendo se deslocar. Assim o material pode sofrer erosão, transporte e sedimentação. Intemperismo Físico O principal mecanismo físico intempérico que atua em rochas e minerais é a desintegração. Como o próprio nome sugere, quando o material de origem é submetido a algum evento físico (choque, queda etc.), ocorre uma desagregação dos minerais em tamanhos cada vez menores, mas sem qualquer alteração das características químicas do mineral. Com a redução do tamanho das partículas, a superfície de contato aumenta, o que possibilita que haja maior interferência do processo no mineral. Existem, basicamente, três mecanismos físicos comuns que atuam como agentes intempéricos físicos: variações de temperatura, alívio de pressão e ciclo de gelo/degelo. Quando ocorre uma oscilação da temperatura - hora mais quente, hora mais frio - qualquer matéria responde automaticamente a isso, dilatando e contraindo. Com as rochas, esse mecanismo não é diferente. Esse processo de dilatar e contrair gerar �ssuras, pequenas aberturas que, com o passar do tempo (e intensidade do processo) vão alargando. Somado a isso, como vimos, a rocha é composta por uma enorme quantidade de minerais. Cada um deles possui coe�ciente de dilatação próprio. Isso faz com que cada mineralpresente na rocha se comporte de determinada forma às variações térmicas. Todo esse processo é ainda mais acentuado em ambientes desérticos, locais estes que apresentam uma amplitude térmica enorme, com dias quentes e noites frias. Figura 1.2 - Intemperismo físico ocasionado pela aridez climática Fonte: ThorstenF / Pixabay. Além da variação térmica, a umidade do ar, aliada à temperatura, também exerce uma forte ação intempérica sob as rochas. Como vimos, a água pode percolar pela rocha, dentre os poros existentes. Quando há uma redução da temperatura, essa água presente na rocha pode congelar. Consequentemente, quando isso acontece, seu volume aumenta, exercendo uma força de expansão no mineral. Tal força, dependendo da intensidade e do volume pode gerar a fragmentação do mineral. Esse tipo de fragmentação é um dos principais problemas que afetam monumentos feitos com rocha. Seja qual for a causa da fragmentação, ela sempre acaba facilitando a penetração da água e o consequente intemperismo químico da rocha. Intemperismo Químico As condições naturais de temperatura e pressão existentes na litosfera são, em suma, extremamente diferentes das presentes nas camadas mais profundas da Terra. Como consequência, os minerais que se formaram nesses ambientes adversos tendem, quando atingem a superfície, a se transformar em outros minerais, para se estabilizarem com o meio em que, agora, se encontram. Essa transformação dos compostos minerais da rocha é resultado do intemperismo químico. Ao contrário do intemperismo físico, nesse processo ocorre uma alteração, reorganização e/ou redistribuição dos minerais presentes na rocha. O intemperismo químico é mais comum em áreas úmidas do que nas secas, uma vez que a água atua como o principal agente desse processo. A partir dela, existem diversas reações que podem ocorrer, resultando em diferentes processos químicos intempéricos. A dissolução talvez represente o primeiro estágio do processo de intemperismo químico, principalmente em rochas que contêm carbonato de magnésio ou carbonato de cálcio, duas substâncias que são facilmente dissolvidas pela água ou outras soluções ácidas. Nesse processo, a água atua como um poderoso solvente, promovendo a solubilização completa de minerais por ácidos. Quando misturada com água, essa reação resulta na hidrólise. O processo ocorre quando os minerais de silicato reagem com a água, de modo que o mineral se recombina com a molécula de água para formar um novo mineral. É o caso, por exemplo, do feldspato, que se transforma em argila ao reagir com a água. Ao reagir com água levemente ácida, pode ser transformado em caulinita, um mineral com característica argilosa. Existem subclassi�cações para o processo de hidrólise, quanto à porcentagem da reação ocorrida: Total (eliminação da sílica e formação de oxi-hidróxidos de alumínio e ferro) ou Parcial (Sialitização, Monossialitização ou Bissialitização). Já quando a água é absorvida pelo mineral, promovendo a formação de um novo material, ocorre o processo de hidratação. A hidratação faz com que a rocha expanda seu volume, o que pode colocar pressão sobre a rocha e torná-la mais vulnerável a outros tipos de intemperismo (incluindo processos de intemperismo físicos). Os processos de gesso a partir de anidrita e a formação de limonita a partir de hematita são exemplos de reação de hidratação. A reação entre rochas e oxigênio é conhecida como oxidação. A oxidação é a reação de uma substância com oxigênio. Você provavelmente está familiarizado com a oxidação, porque é o processo que causa a ferrugem. Assim como seu carro �ca enferrujado pela oxidação, as rochas também podem �car enferrujadas se contiverem ferro. Você deve ter notado que o metal enferrujado no seu carro é um pouco frágil; você poderia até cutucar seu dedo através de uma mancha de ferrugem, se for grande o su�ciente. Isso ocorre porque, quando o ferro reage com o oxigênio, forma óxido de ferro, que não é muito forte. Da mesma forma, quando uma rocha é oxidada, ela é enfraquecida e desmorona facilmente, permitindo que a rocha se quebre. O óxido de ferro é caracterizado pelo tom vermelho, e isso explica por que algumas pedras parecem vermelhas. Quando o dióxido de carbono presente no ar se dissolve na água, forma ácido carbônico. Embora o ácido carbônico seja bastante fraco, pode causar uma forma de intemperismo químico conhecida como carbonatação. A calcita, por exemplo, é um mineral de carbonato de cálcio composto de cálcio, carbono e oxigênio. Quando reage com o ácido carbônico, o carbonato de cálcio se decompõe em seus componentes, cálcio e bicarbonato. Esse tipo de intemperismo químico é particularmente importante na criação de topogra�a cárstica, como cavernas e buracos. O calcário, que é amplamente composto de carbonato de cálcio, reage com a água subterrânea. Quando a água quebra e dissolve a rocha, as cavernas se desenvolvem no espaço deixado no subsolo. Quando o espaço subterrâneo �ca muito grande, a terra na superfície pode entrar em colapso, originando espaços sob a superfície. Intemperismo Biológico O intemperismo biológico consiste no enfraquecimento e subsequente desintegração de rochas por plantas, animais e micróbios. As raízes das plantas em crescimento podem exercer estresse ou pressão sobre as rochas. Embora o processo seja físico, a pressão é exercida por um processo biológico (isto é, raízes em crescimento). Os processos biológicos também podem produzir intemperismo químico, por exemplo, onde raízes de plantas ou microorganismos produzem ácidos orgânicos que ajudam a dissolver minerais. A atividade microbiana decompõe os minerais da rocha alterando a composição química da rocha, tornando-a mais suscetível às intempéries. Um exemplo de atividade microbiana é o líquen; líquen são fungos e algas, vivendo juntos em uma relação simbiótica. Os fungos liberam substâncias químicas que decompõem os minerais das rochas; os minerais assim liberados das rochas são consumidos pelas algas. Enquanto esse processo continua, buracos e lacunas continuam a se desenvolver na rocha, expondo a rocha ainda mais a intempéries físicas e químicas. Alguns animais escavadores também podem mover fragmentos de rochas para a superfície, expondo-as a processos químicos, físicos e biológicos mais intensos e, assim, indiretamente, aprimorando o processo de intemperismo das rochas. Embora as intempéries física, química e biológica sejam processos separados, alguns ou todos os processos podem atuar juntos na natureza. A Figura 1.4 mostra a in�uência das zonas climáticas, aproximadamente paralelas às faixas equatoriais, tropicais, temperadas e frias da Terra. Figura 1.4 - Distribuição, no globo terrestre, dos diferentes tipos geoquímicos de intemperismo Fonte: Toledo, Oliveira e Mel� (2009, p. 46). Fatores de In�uência na Formação do Solo Conforme declarado no início deste capítulo, os solos evoluem sob a ação de in�uências biológicas, químicas e físicas. Somado a isso, todos esses processos são dinâmicos, formando-se continuamente por um longo período de tempo. Os tipos de solo diferem, dependendo dos materiais originais de onde vieram e do ambiente circundante. Dessa forma, existem basicamente cinco fatores fundamentais que in�uenciam as propriedades do solo. 1. Material de origem (rocha-mãe): O material original é o estado inicial da matéria sólida que compõe o solo. Os tipos de materiais originais e as condições sob as quais eles se decompõem in�uenciarão as propriedades do solo formado; 2. Clima: a variação sazonal pode interferir na temperatura e na precipitação. A temperatura pode afetar a taxa de intemperismo e decomposição orgânica. Com um clima mais frio e seco, esses processos podem ser lentos, mas, com calor e umidade, são relativamente rápidos. Já a chuva dissolve alguns dos materiais do solo e mantém outros em suspensão. A água transporta ou lixivia esses materiais através do solo. Com o tempo, esse processo pode alterar o solo, tornando-o menos fértil; 3. Relevo: A forma, o comprimentoe o grau de uma inclinação afetam a capacidade de in�ltração e drenagem do solo. O aspecto de uma inclinação determina o tipo de vegetação e indica a quantidade de chuva recebida. Esses fatores mudam a forma como os solos se formam; 4. Organismos: À medida que o solo se forma, as plantas começam a crescer nele. As plantas amadurecem, morrem e as novas substituem. Suas folhas e raízes são decompostas ao solo. Os animais comem plantas e seus resíduos e, eventualmente, seus corpos são adicionados ao solo. Todo esse processo muda o solo. Bactérias, fungos, vermes e outras escavadoras quebram o lixo e restos de animais e restos de plantas, tornando-os matéria orgânica. 5. Tempo: O tempo como fator de formação do solo não é uma propriedade do terreno nem uma fonte de estímulo externo. É uma variável abstrata cujo signi�cado é apenas um marcador da evolução das características do solo. Certas características do per�l do solo podem ser interpretadas como indicadores da passagem do tempo. Uma série de per�s de solo cujas características diferem apenas como resultado da idade é um exemplo. atividade Atividade O material de origem, ao atingir a superfície terrestre, pode sofrer alguns processos intempéricos, como a decomposição e desagregação, transformando-se em sedimentos ou material sedimentar, que podem ser transportados para outras áreas. Os termos destacados fazem referência, respectivamente, aos intemperismos: a) Biológico e mecânico. b) Orgânico e físico-químico. c) Químico e físico. d) Natural e antrópico. e) Físico e Químico. Quando se observa um poço do solo ou um corte do terreno em uma estrada, dá para perceber a existência de várias camadas no solo. Essas camadas são chamadas de horizontes do solo. A disposição desses horizontes em um solo é conhecida como per�l do solo. Os cientistas do solo, também chamados podologistas, observam e descrevem os per�s e os horizontes do solo para classi�car e interpretar o solo para vários usos. Os horizontes do solo diferem em várias propriedades do solo facilmente visíveis, como cor, textura, estrutura e espessura. Outras propriedades são menos visíveis, como conteúdo químico e mineral, consistência e testes laboratoriais especiais. Todas essas propriedades são usadas para de�nir tipos de horizontes do solo. Per�l e Classi�cação GeotécnicaPer�l e Classi�cação Geotécnica do Solodo Solo A Figura 1.6 é uma representação esquemática do recorte de um solo: desde a rochão-mãe (R) até o regolito (tudo que está acima). O regolito divide em saprólito (C) e solum (camadas O, A, E e B). Devido ao dinamismo dos processos que atuam na formação do solo, sua classi�cação pode ser feita em relação à origem da rocha-mãe, em relação à in�uência da vegetação e do relevo. Classi�icação Quanto à Origem Quando os solos se formam por rochas encontradas no mesmo local da formação, ou seja, quando a rocha que se decompôs e se alterou para a formação do solo se encontra no mesmo local do solo, eles recebem o nome de solo in situ, eluviais ou residual. A composição mineralógica e granulométrica, estrutura e espessura, dependem do clima, relevo, tempo e tipo de rocha de origem. Regiões tropicais, como na maior parte do Brasil, o manto de solo residual, formado pela decomposição das rochas com predomínio do intemperismo químico, apresenta, quase sempre, espessura da ordem de dezenas de metros, enquanto que, em regiões com predomínio de clima temperado, esse manto tem espessura normalmente de poucos metros (MARANGON, 2008). Conforme a zona de intensidade de intemperismo, os horizontes do solo vão sendo formados (conforme vimos no capítulo anterior). Porém, em solos residuais, o tempo de formação de diferentes horizontes é gradativo e demanda maiores espaços de tempo. Assim, podem ser subdivididos em: A. Residual maduro: situação em que o solo perdeu toda a estrutura original da rocha-mãe, tornando-se relativamente homogêneo; B. Residual jovem: ocorre quando o solo mantém a estrutura original da rocha- mãe, mas já perdeu totalmente sua consistência. Visualmente pode ser confundido com uma rocha de alteração. Mas através do tato, pressionando-se os dedos, pode-se observar que esse solo se caracteriza por desintegrar completamente. C. Solo de alteração: é quando o material proveniente das rochas se encontra em estágio avançado de desintegração. Possui a estrutura original da rocha-mãe e a ela se assemelha em todos os aspectos visuais perceptíveis, salvo na coloração. Pode ser descrito em relação pela textura, plasticidade e consistência ou compacidade, com indicação do grau de alteração e, se possível, da rocha de origem. Figura 1.7 - Corte de um solo, evidenciando a ocorrência do solo maduro e jovem Fonte: Ivan Kulikov / 123RF. Já quando os solos foram formados por rochas localizadas em outros lugares, esses recebem o nome de aluvionar ou transportado. Os solos transportados são os que sofreram transporte por agentes geológicos do local onde se originaram até o local onde foram depositados, não tendo ainda sofrido consolidação. A ocorrência desse solo se dá graças a algum evento natural que possibilitou seu transporte e sedimentação. Sua subclassi�cação, portanto, se dá em função do agente transportador/sedimentar atuante, podendo ser: A. Coluvionar: é um tipo de material original transportador devido à ação gravitacional ou, em alguns casos, devido à ação violenta da água, como por exemplo, durante enxurradas. Os depósitos coluvionares consistem em fragmentos angulares de rochas a�adas e acumulados na base de encostas íngremes. Nesses locais, como próximo a serras e cachoeiras, os mantos de solo residual com blocos de rocha podem escorregar, sob a ação de seu próprio peso, durante chuvas violentas, acumulando-se ao pé do talude em depósito de material detrítico, geralmente fofo, formando os tálus. B. Aluvionar: consiste de materiais erodidos, remodelados, transportados e depositados pelos cursos d’água nos seus leitos e margens. Geralmente é observado na parte inferior do curso de um rio, formando planícies de inundação e deltas. Os depósitos aluvionares são formados por areia, argila e cascalho e geralmente contêm uma grande quantidade de matéria orgânica, produzindo, assim, solos muito férteis. Em algumas regiões, os depósitos podem conter ouro, platina ou pedras preciosas, sendo ainda a principal fonte de minério de estanho. A Figura 1.9 mostra os diferentes tamanhos de grãos que são formados e podem ser encontrados em depósitos aluvionares. Quanto maior a distância do depósito em relação à rocha de origem, menor o tamanho das partículas encontradas. C. Eólico: São solos transportados e depositados pela ação do vento. Sua ocorrência se dá principalmente junto à costa. São constituídos por areia �na, bem arredondada, ocorrendo na forma de franjas de dunas, margeando a costa ou, quando os ventos são mais intensos, criando ambientes desérticos. Classi�icação Quanto à In�uência Natural A classi�cação taxonômica do solo, proposta pelo United States Department of Agriculture - USDA (traduzido - Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) infere uma divisão dependente do relevo e, por consequência, da vegetação local. Quando um solo se encontra bem desenvolvido a partir do material parental e da ação normal de formação de sol do clima e dos organismos vivos, esse solo Figura 1.9 - Diferentes tamanhos de grãos Fonte: Marangon (2008, p. 2). recebe o nome de zonal. Esses solos são maduros, bem delineados e profundos, e geralmente cobrem uma ampla região ou zona geográ�ca. Alguns exemplos de solo zonal são os latossolos, podzóis, solos de pradaria e desérticos. Já os solos intrazonais se caracterizam por serem moderadamente desenvolvidos, determinados por fatores relativamente locais (como a natureza do material original) que prevalecem sobre os fatores normais de formação do solo de clima e organismos vivos (intemperismo). Esse grupo de solo é facilmente encontrado próximo a margens de rios e mares. Por consequência, os dois grupos intrazonaisexistentes são o solo salino e o solo hidromór�co. Por �m, quando o solo não possui horizontes bem desenvolvidos devido à imaturidade ou outros fatores que têm impedido o seu desenvolvimento, ele recebe o nome de azonal. De forma geral, são solos rasos, com material rochoso de tamanhos maiores quando comparado aos outros dois tipos, sendo facilmente encontrados próximos a encostas íngremes. Os solos aluviais (visto no capítulo anterior) e os litossolos são dos exemplos de solo pertencentes a esse grupo. Sistema Brasileiro de Classi�icação O Sistema Brasileiro de Classi�cação de Solos (SiBCS) é o sistema taxonômico o�cial de classi�cação de solos do Brasil. Desenvolvido pela Embrapa e compartilhado com várias instituições de ensino e pesquisa do País desde 1970, o sistema utiliza de uma metodologia multicategórica e aberta, que permite a inclusão e a possibilidade da classi�cação de todos os solos existentes no território nacional. Atualmente em sua 5ª edição (EMBRAPA, 2018), o SiBCS agrupa os solos brasileiros em seis níveis: 1º nível categórico (ordens), 2º nível categórico (subordens), 3º nível categórico (grandes grupos), 4º nível categórico (subgrupos), 5º nível categórico (famílias) e o 6º nível categórico (séries), carecendo ainda de uma melhor de�nição. A seguir, é descrito resumidamente o processo adotado em cada nível de classi�cação (EMBRAPA, 2018). 1. Ordem: os solos são diferenciados conforme a presença ou ausência de determinados atributos, horizontes ou propriedades, no tipo e grau de desenvolvimento dos processos que atuaram em seu processo de formação; 2. Subordem: re�ete a atuação de outros processos de formação de solo que agiram conjuntamente ou afetaram os processos dominantes cujos atributos apresentam diagnósticos já utilizados para separar os solos no 1º nível categórico; 3. Grandes grupos: são de�nidos em função do tipo e arranjo dos horizontes; atividade da fração argila, condição de saturação do complexo sortivo por bases, por alumínio ou por sódio e/ou presença de sais solúveis; presença de horizontes ou propriedades que restringem o desenvolvimento das raízes e afetam o livre movimento da água no solo. 4. Subgrupos: podem ser divididos em típicos (quando não são necessariamente os de ocorrência mais extensiva, nem representam o conceito central do grande grupo ao qual pertencem), intermediários (quando propriedades podem ser resultantes de processos que levam um dado solo a se desenvolver a partir ou na direção de outra classe de solo, ou ainda, que têm propriedades intermediárias para outras classes); 5. Família: função das características e propriedades morfológicas, físicas, químicas e mineralógicas importantes para uso e manejo dos solos; 6. Série: ainda objeto de discussão, esse nível hierárquico caracteriza o solo em função do crescimento de plantas, principalmente no que concerne ao desenvolvimento do sistema radicular, às relações solo- água-planta e às propriedades importantes nas interpretações para �ns de engenharia, geotecnia e planejamento ambiental. atividade Atividade O solo corresponde à �na camada de material que cobre a superfície da Terra, formado a partir do intemperismo que atua sobre as rochas. À medida que se desenvolvem ao longo do tempo, as camadas (ou horizontes) formam um per�l de solo. A �gura a seguir ilustra um corte feito, demonstrando os estratos existentes. De acordo com o per�l apresentado,pode-se a�rmar que: a) O horizonte B se caracteriza por apresentar baixo grau de desenvolvimento e fertilidade, sendo um dos primeiros horizontes a se formar. b) O horizonte R (ou rocha-mãe) é o horizonte de composição essencialmente mineral. Ele é formado pela acumulação de argila e também de oxi-hidróxidos de ferro e alumínio. Figura - Camadas do Solo Fonte:Brgfx / Freepik. c) O horizonte C corresponde à transição entre solo e rocha, apresentando, normalmente, em seu interior, fragmentos de rocha não alterados. d) O horizonte A é a zona de transição entre o solo e a sua rocha formadora, sendo chamado também de saprólito. É formado por alguns sedimentos maiores e menos decompostos, representando o processo de decomposição da rocha. e) O horizonte O corresponde ao acúmulo de material orgânico que é gradualmente decomposto e incorporado aos horizontes inferiores, acumulando-se nos horizontes B e C. Conforme vimos nos capítulos anteriores, as características mudam muito de um local para outro, e são constituídas por uma mistura complexa de sólidos, líquidos e gases. Assim, é importante reconhecer quais as propriedades que elas vêm a apresentar, conforme sua composição. Neste capítulo, iniciaremos o estudo sobre as propriedades e os processos físicos de um solo, abordando os assuntos mais simples, como tamanho das partículas, textura, granulometria, estrutura, densidade e porosidade. Esses estudos são de fundamental importância, uma vez que as propriedades físicas do solo podem in�uenciar os seus processos químicos e biológicos e, por consequência, na qualidade, aplicação e utilidade técnica dele. Tamanho das Partículas e Distribuição Uma das primeiras características evidentes do solo e que diferenciam os horizontes é o tamanho das partículas que o compõem. Normalmente, Física do Solo IFísica do Solo I pouquíssimos horizontes apresentam uma variação do tamanho das partículas capaz de ser observada a olho nu: desde fragmentos de tamanho microscópico, como argila, até os com alguns centímetros, como cascalhos e calhaus. Como a variação de tamanho pode ser muito grande, faz-se necessário relativizar de acordo dentro de uma faixa. Nesse conceito, entra a textura, que compreende justamente o tamanho relativo (e sua distribuição) das partículas que formam a fase sólida do solo. No Brasil, a NBR 6502 (ABNT, 1995) de�ne os limites das frações de solo pelo tamanho dos grãos. Uma forma de caracterizar o solo, ainda em campo, é através da identi�cação visual e tátil. O benefício dessa análise é compreender, de maneira rápida, as características principais do solo, utilizando os sentidos do corpo. Alguns desses testes podem ser feitos da seguinte forma: 1. Aspereza: esfrega-se uma porção de solo na mão p/ sentir a aspereza. Areia: elevada aspereza; Argila: baixa aspereza; Tabela 1.1 - Análise Comparativa dos tamanhos relativos das frações granulométricas Fonte: Adaptada de ABNT (1995). Denominação Tamanho (mm) Comparativo Matacões > 200 --------------- Calhaus 200 - 20 dentes humanos Cascalho 20 - 2 moedas brasileiras Areia grossa 2 - 0,2 percevejo aquático Areia �na 0,2 - 0,05 �o de cabelo Silte 0,05 - 0,002 escama de asas de borboleta Argila <0,002 cabeça de al�nete 2. Plasticidade: molda-se cilindros ou bolinhas com solo úmido. Argila: moldável (elevada plasticidade); Areias e silte: não são moldáveis (baixa plasticidade); 3. Resistência: pressiona-se entre os dedos uma porção de solo para desagregar os torrões. Argilas: resistentes; Siltes: média resistência; Areia pura: baixa resistência (não formam torrões). Quando levada para laboratório, a amostra de solo, depois de coletada, é seca ao ar, destorroada e passada por uma peneira com malha de 2 mm, com intuito de reter as raízes e partículas com diâmetros maiores que esse. O material retido então é lavado e pesado, para se calcular a quantidade de partículas com diâmetro maior que 2mm. A partir desse ponto, um dos métodos mais utilizados para efetuar a caracterização do solo é a análise granulométrica. Nesse processo, uma massa conhecida de solo (peso seco) passa por um conjunto de peneiras, de diâmetros diferentes (conforme NBR 5734/1980). Durante um período de 10 a 15 min, as peneiras são agitadas mecanicamente, com intuito de fazer com que as partículas de diâmetros menores que a peneira caiam, sucessivamente, até determinado diâmetro de corte. Caso a partícula tenha um diâmetro inferior a todas as peneiras utilizadas, a massa �nal �cará retida no prato, sendo essa massa também contabilizada para caracterizar a amostra estudada. Veja algumasde�nições importantes: Massa acumulada: refere-se à soma das massas retidas nas peneiras superiores, com a massa retida na peneira em estudo; % passada: razão entre a massa do solo que passa em cada peneira e a massa total seca da amostra; % retida: razão entre a massa retida numa determinada peneira e a massa total seca da amostra; Figura 1.11 - Agitador eletromagnético de peneiras que pode ser utilizado no processo Fonte: Marangon (2008, p. 2). Diâmetro máximo: corresponde ao número da peneira da série normal na qual a porcentagem acumulada é inferior ou igual a 5%, desde que essa porcentagem seja superior a 5% na peneira imediatamente abaixo; Diâmetro efetivo: diâmetro correspondente a 10% das partículas menores que ele, mensurado através da massa total. Basicamente caracteriza a porção de �nos presente no solo; Coe�ciente de uniformidade (Cu): de�nido pela razão entre D60 e D10. Quanto menor a razão, mais uniforme são as partículas que constituem o solo; Coe�ciente de curvatura (CC): caracteriza as partículas do solo em relação à variabilidade de seus tamanhos, podendo ser observado através da curva granulométrica. Depois de realizado o procedimento, a quantidade de massas retidas em cada peneira, bem como no prato, é quanti�cada. Depois disso, uma representação grá�ca é realizada com intuito de veri�car o per�l granulométrico da amostra. Figura 1.13 - Per�l granulométrico e curva obtida conforme o tipo de amostra estudada Fonte: Varela (s.d., p. 2). Quanto maior for o valor de Cu mais bem graduado é o solo. Solos que apresentam Cu ≅ 1 possuem uma curva granulométrica em pé, indicando um solo mal graduado – Curva C. Se o valor de CC for menor que 1, a curva será descontínua com ausência de grãos, indicado pela Curva B. Di�cilmente ocorrem areias com valores de CC fora do intervalo de 1 a 3. Já a Curva A indica uma boa distribuição granulométrica da amostra estudada. A partir dos agrupamentos de solo obtidos na análise granulométrica, é possível caracterizá-lo em função do percentual de argila, silte e areia presente na amostra. Os contrastes texturais entre horizontes dos solos são expressos por notação binária ou ternária, na forma de frações, como, “textura média/argilosa” (binária) e “textura arenosa/média/muito argilosa” (ternária). Podem ser utilizados nas várias classes de solos para indicar variações das classes texturais em profundidade (EMBRAPA, 2018). Estrutura e Agregados As partículas presentes no solo podem se organizar em unidades maiores, através de um processo de agregação, que gerará os agregados. Essa estrutura pode ter tamanho, forma e estabilidade variada, e está associada ao conjunto de interações mineralógicas, químicas e biológicas que atuam sobre o solo. O tamanho e o grau de desenvolvimento dos agregados do solo são indicadores de processos envolvidos na degradação do solo, uma vez que in�uenciam diretamente na in�ltração, retenção de água, aeração e resistência à penetração de raízes. Para estudar esse parâmetro físico, a amostra pode ser submetida a vários ensaios laboratoriais. Em suma, a metodologia empregada resume-se a mensurar sua distribuição, agrupando-os em classes de diâmetros arbitrários e conforme a estabilidade medida. No método do peneiramento úmido, por exemplo, uma porção de solo é colocado para ser peneirado (sequência com diâmetros diferentes) dentro d’água, durante um determinado tempo. Os agregados que se mantiverem estáveis e permanecerem nas várias peneiras são então secados e pesados. Com base nesses valores, é possível então calcular o índice de estabilidade dos agregados: quanto mais bem estruturados, menos eles irão se desfazer quando mergulhados. Tabela 1.2 - Distribuição de diferentes classes de agregados em per�s de solo com Horizonte B Latossólico e Horizonte B Argílico Fonte: Adaptada de Grohmann (1972, p. 49). Horizonte Profundidade (cm) Classes de tamanhos de agregados (mm) 7 - 4 4 - 2 2 - 1 1 - 0,5 >0,5 % Latossolo Vermelho Eutroférrico Ap 0 - 9 11 15 17 19 38 AB 9 - 28 27 26 19 12 17 BA 28 - 55 12 15 15 17 44 B1w 55 - 85 8 13 14 17 48 B2w 85 - 100 3 6 9 18 67 Argissolo Vermelho-Amarelo Conforme pode ser visto na Tabela 1.2, o tipo do solo in�uencia diretamente na granulometria do material e, por consequência, na distribuição percentual dessas partículas ao longo da profundidade do solo. Densidade e Porosidade A densidade e a porosidade são parâmetros intrínsecos, uma vez que estão diretamente relacionados com a massa e o volume de constituintes do solo. Quando uma partícula do solo não possui espaço poroso ela nada mais é do que um pedacinho de rocha muito pequeno. O peso de uma partícula individual do solo por unidade de volume é chamado densidade de partículas (Dp), normalmente, a densidade expressa em unidades de gramas por centímetro cúbico. Uma partícula, por exemplo, que apresente uma densidade da partícula de 2,66 g/cm³ signi�ca que a cada partícula de solo com 1 centímetro cúbico de volume pesa 2,66 g. A densidade de partículas desempenha um papel importante em nossa compreensão e determinação de outras propriedades Ap 0 - 10 35 28 20 7 10 E 10 - 25 35 27 16 8 14 Bt 25 - 50 27 30 19 10 15 BC 50 - 90 20 27 20 12 22 físicas, incluindo densidade do solo e porosidade. Normalmente, varia em função da quantidade e disposição dos minerais e orgânicos presentes no solo. Contudo, a densidade mais útil para as aplicações agrícolas e estruturais do solo é a densidade do solo (Ds), de�nida pela razão entre o peso seco e o volume de solo. Basicamente, a diferença existente é que a densidade do solo considera os sólidos e o espaço poroso, enquanto que a densidade de partículas considera apenas os sólidos minerais. saiba mais Saiba mais A porosidade refere-se ao volume de vazios do solo que podem ser preenchidos por água e/ou ar, sendo, portanto, inversamente relacionada à densidade aparente. Pode ser calculada através da relação [(1 - (DS/DP)) x 100], sendo seu resultado expresso em porcentagem. A porosidade varia dependendo do tamanho e agregação das partículas. É maior em solos argilosos e orgânicos do que em solos arenosos. Um grande número de pequenas partículas em um volume de solo produz um grande número de poros do solo. Menos partículas grandes podem ocupar o mesmo volume de solo, portanto, há menos poros e menos porosidade. No pequeno experimento a seguir, é possível veri�car na prática o comportamento dessa propriedade tão importante para o solo. Fonte: Elaborado pelo Autor. ACESSAR https://youtu.be/awj8Z3dZQKU O preparo do solo pode aumentar a densidade se quebrar os agregados e permitir que o solo se separe para se compactar com mais força. A adição de material orgânico, por exemplo, reduz a densidade do solo, pois o material orgânico possui uma densidade menor que o solo. No entanto, as adições são tipicamente tão pequenas em proporção ao peso do solo que não in�uenciam acentuadamente em sua densidade do solo, exceto na interface solo-atmosfera. atividade Atividade Um estudante, durante a aula de geologia, pegou uma porção de solo na mão, umedeceu-a com água à mostra, e a enrolou em formato de “cobrinhas”. Depois de um tempo, percebeu que a amostra �cou �rme e não houve quebra de suas estruturas. É possível a�rmar que a textura predominante naquela porção de solo é formada de: a) Feldspato b) Silte c) Areia d) Argilito e) Argila indicações Material Complementar LIVRO Manual de Métodos de Análise de Solo Editora: Embrapa Autor: Embrapa ISBN: 85-85864-03-6 Comentário: O livro discute o uso de diferentes metodologias aplicadas em análises do solo, apresentando todas as normas, técnicas e procedimentos necessários em análises físicas, químicas, mineralógicas, micromorfológicas e de matéria orgânica. FILME Nosso Planeta Ano: 2019 Comentário: O documentário, realizado pela Net�ix, explora o Planeta Terra de uma forma única, mostrando como os processos dinâmicos atuam e moldam os continentes e oceanos continuamente, a todo segundo. Uma ótimaoportunidade de entender e aprender sobre a formação do nosso Planeta. T R A I L E R conclusão Conclusão O Planeta Terra é composto por um conjunto de processos dinâmicos e interligados, que moldam o relevo continuamente ao longo do tempo. Entender como, por que e de que forma esses processos atuam sobre a litosfera é essencial para a utilização do solo, essencial para as mais diversas �nalidades. Nesta unidade, aprendemos que uma diversidade de arranjo e proporções de partículas sólidas, líquidas e de gases, aliados a mecanismos físicos, químicos e biológicos resultam em uma variedade de solos, que, por consequência, in�uenciará na possibilidade de uso e necessidade de um manejo adequado, conforme a atividade que se pretenda desenvolver. Na próxima unidade, abordaremos outros parâmetros físicos também importantes na caracterização do solo; os principais mecanismos da engenharia aplicados na investigação do solo; e como é feita a determinação da capacidade de suporte de um solo, antes que ele venha a se romper. referências Referências Bibliográ�cas ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6502: Rochas e Solos. Rio de Janeiro: ABNT, 1995. COSTA, L. Solo. 26 out. 2011. Disponível em: http://www.lai�.com/lai�.php? id_lai�=2880&idC=54748#. Acesso em: 29 nov. 2019. EMBRAPA. Atributos do Solo - Outros atributos. 2018. Disponível em: https://www.embrapa.br/solos/sibcs/atributos-do-solo/outros-atributos. Acesso em: 2 dez. 2019. EMBRAPA. Sistema Brasileiro de Classi�cação de Solos (SiBCS). 5. ed., rev. e ampl. Brasília: EMBRAPA, 2018. GROHMANN, F. Superfície especí�ca do solo de unidades de mapeamento do Estado de São Paulo. I - Estudo de per�s com horizonte B textural e B latossólico. Bragantia, Campinas, v. 31, p. 145-165, 1972. LEPSCH, I. F. 19 Lições de Pedologia. São Paulo: O�cina de textos, 2012. MARANGON, M. Geotecnia de Fundações. 2008. Disponível em: http://www.ufjf.br/nugeo/�les/2009/11/GF111-Formacao-Geologica-dos-Solos- 2008.pdf. Acesso em: 30 nov. 2019. TEIXEIRA, W. et al. Decifrando a Terra. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009. TOLEDO, M. C. M.; OLIVEIRA, S. M. B. de; MELFI, A. J. Da rocha ao Solo – Intemperismo e pedogênese. In: TEIXEIRA, W. et al. Decifrando a Terra. 2. ed. São Paulo: IBEP Editora Nacional-Conrad, 2009. p. 128-239. VARELA, M. Granulometria. [s.d.]. Disponível em: https://docente.ifrn.edu.br/marciovarela/disciplinas/materiais-de- construcao/granulometria-1/granulometria. Acesso em: 2 dez. 2019. http://www.laifi.com/laifi.php?id_laifi=2880&idC=54748# https://www.embrapa.br/solos/sibcs/atributos-do-solo/outros-atributos http://www.ufjf.br/nugeo/files/2009/11/GF111-Formacao-Geologica-dos-Solos-2008.pdf https://docente.ifrn.edu.br/marciovarela/disciplinas/materiais-de-construcao/granulometria-1/granulometria
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