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60 Unidade II Unidade II 5 SEGURANÇA COM RADIOISÓTOPOS Os átomos são constituídos de prótons, nêutrons e elétrons. O número atômico de determinado elemento, representado pela letra Z, corresponde ao número de prótons existentes no núcleo dos átomos. Um elemento químico é caracterizado por seu número atômico. No entanto, seu número de nêutrons pode variar, o que caracteriza a chamada isotopia, ou seja, conjunto de átomos com o mesmo número atômico (Z) e correspondendo ao mesmo elemento químico, mas com diferente número de massa (A). O número de massa corresponde à soma de prótons e nêutrons. São conhecidos mais de 3 mil isótopos instáveis na natureza, dos quais, pouco mais de 80 são de ocorrência natural, sendo o restante produzido artificialmente. Considera-se isótopo radioativo, radioisótopo ou radionuclídeo aquele que é instável, ou seja, pode passar por um processo chamado decaimento radioativo ou desintegração radioativa. Os radioisótopos, devido à propriedade de emitirem radiações, possibilitam múltiplas aplicações, tendo em vista que as radiações podem atravessar a matéria ou serem absorvidas por ela. Mesmo em quantidades cuja massa não pode ser determinada pelos métodos químicos, a radiação por eles emitida pode ser detectada. Pela absorção da energia das radiações, células ou pequenos organismos podem ser destruídos. A propriedade de penetração das radiações possibilita identificar a presença de um radioisótopo em determinado local. Técnicas como tomografia computadorizada, ultrassom e ressonância magnética destacam aspectos morfológicos e anatômicos, embora seja impossível observar, por esses métodos, muitos processos metabólicos e transformações que as substâncias químicas sofrem no interior do organismo, informação importante para o diagnóstico e tratamento corretos de muitas doenças, como o câncer. A medicina nuclear possibilita a observação desses processos. Vale ressaltar que a quantidade de radiação que o paciente recebe em um exame de medicina nuclear é inferior àquela recebida em uma radiografia ou tomografia computadorizada que visualize as mesmas estruturas. As importantes aplicações das radiações ionizantes na medicina podem salvar vidas através de radiodiagnóstico e radioterapia. Como essas radiações também produzem danos biológicos, seu uso deve ser feito de forma criteriosa, a partir de avaliação de riscos e benefícios. 5.1 Radioisótopos mais utilizados na medicina (CARDOSO, s.d.) Apesar de existirem milhares de isótopos radioativos, nem todos podem ser aproveitados pela medicina. Sua utilização em procedimentos de medicina nuclear envolve requisitos, conforme determinação da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). 61 BIOSSEGURANÇA A medicina nuclear é a área da medicina em que são utilizados os radioisótopos, com o objetivo de realizar diagnósticos ou como parte de terapias. Radioisótopos administrados a pacientes passam a emitir suas radiações do lugar (no caso, órgão) onde têm preferência em ficar. Um exemplo prático bem conhecido é o uso do iodo-131 (I-131), que emite partículas beta e radiação gama, com meia-vida de oito dias. O elemento iodo, radioativo ou não, é absorvido pelo organismo humano preferencialmente pela glândula tireoide, onde se concentra. O funcionamento da tireoide influi muito no comportamento das pessoas e tem relação direta com a absorção do iodo pela tireoide. É muito importante ressaltar que o fato de ser radioativo não implica qualquer influência no comportamento de um elemento químico em relação aos demais elementos. Para possibilitar a execução de diagnósticos de alterações na função da tireoide, o paciente ingere uma solução de iodo-131, que será absorvido pela glândula. Com a utilização de um detector, passado pela frente do pescoço do paciente, pode-se observar se o iodo foi muito ou pouco absorvido em relação ao normal (padrão) e como é sua distribuição na glândula. Os radiofármacos utilizados em medicina no Brasil são, em grande parte, produzidos pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), da CNEN, em São Paulo. Esses produtos são distribuídos semanalmente pelo Ipen para os locais que os utilizam. O ideal é que tenham meia-vida curta, sejam eliminados rapidamente pelo organismo, absorvidos em maior quantidade por um órgão específico e liberem baixa quantidade de radiação. É o caso do iodo-131, utilizado tanto na avaliação da tireoide quanto no combate a lesões nessa glândula. O tecnécio-99 é bastante usado em cintilografia e diagnóstico de infarto do miocárdio e em outras cintilografias, como renal, cerebral, hepato-biliar, pulmonar e óssea. Pacientes com metástase óssea têm a dor reduzida a partir da injeção de doses de samário-153, como tratamento paliativo para a dor. O cobalto-60 e césio-137 são aplicados na radioterapia, enquanto o sódio-24 trata lesões vasculares. A radioterapia teve origem na aplicação do elemento rádio pelo casal Curie, para destruir células de câncer. A partir daí, outros radioisótopos com maior rendimento foram utilizados. O iodo-131 também pode ser usado em terapia para eliminar lesões, identificadas em diagnósticos da glândula tireoide, aplicando-se, no caso, dose superior àquelas usuais para diagnósticos. O iodo radioativo apresenta as características ideais para aplicação na medicina. Apresenta meia-vida curta; é absorvido preferencialmente por um órgão, no caso, a tireoide; é eliminado rapidamente do organismo e a energia da radiação gama é baixa. Fontes radiativas de césio-137 e cobalto-60 são usadas para eliminar células de tumores, mais sensíveis à radiação do que os tecidos normais. 62 Unidade II A bomba de cobalto, usada em tratamento do câncer, é um dos equipamentos de radioterapia mais conhecidos. Trata-se de uma fonte radiativa de cobalto-60 (Co-60), hermeticamente fechada e blindada, de forma a impedir a passagem de radiação. Anteriormente eram utilizadas fontes de césio-137, que foram substituídas pelas de cobalto-60, com maior rendimento terapêutico. Lembrete As aplicações das radiações ionizantes na medicina podem salvar vidas através de radiodiagnóstico e radioterapia. As radiações também produzem danos biológicos e seu uso deve ser feito de forma criteriosa, a partir de avaliação criteriosa, considerando riscos e benefícios. As fontes radioativas, conforme citado, devem ser hermeticamente fechadas e blindadas para impedir vazamentos. Em setembro de 1987, aconteceu o maior acidente radiológico do Brasil, na capital do estado de Goiás, Goiânia. A fonte responsável pelo desastre foi um equipamento utilizado para tratamentos de radioterapia que foi abandonado em uma clínica desativada. O equipamento contendo o césio-137 foi encontrado por catadores de lixo e levado para um ferro-velho com a intenção de vender as partes que continham aço e chumbo. Ao desmontar o equipamento, um dos catadores encontrou uma cápsula contendo um pó de cor branca que no escuro apresentava brilho azul forte. Sem nenhuma noção do perigo, ele mostrou o material para a família, amigos e vizinhos, desencadeando a contaminação que levou a centenas de vítimas diretas e indiretas por causa da radioatividade do cloreto de césio. Os sintomas de intoxicação se iniciaram poucas horas após o contato com o césio-137, levando pessoas com tontura, diarreia e vômito aos hospitais. Inicialmente os médicos acharam que se tratasse de uma doença infecciosa. Somente no final de setembro o acidente radioativo foi confirmado por um físico nuclear que foi ao ferro-velho e utilizou detectores, encontrando altos níveis de radiação. A CNEN foi acionada para implementar um plano de emergência. Os efeitos da radiação foram sentidos por moradores que tiveram o contato direto com o material e por médicos, enfermeiros, bombeiros e policiais que trabalharam no acidente. Dados oficiais apresentaram quatro vítimas fatais um mês após o contato com a substância, embora existam estimativas de que mais pessoas morreram em decorrênciainicial antes de aplicar nova etiquetagem. Os frascos que não apresentarem rótulo de identificação devem ser descartados. É perigoso reutilizar o frasco de um produto rotulado para guardar qualquer outro com composição diferente, ou mesmo colocar outra etiqueta sobre a original, o que pode causar acidentes. Material contaminado Todo material contaminado deve ser coletado em separado do lixo comum. Esse material deve ser recolhido em sacos plásticos brancos com o símbolo de risco biológico. Esse símbolo é internacional e, no Brasil, é reconhecido na norma NBR 7500:2003. Saiba mais Para conhecer o símbolo de risco biológico, acesse o link: Disponível em: http://tiny.cc/0fmnuz. Acesso em: 12 jan. 2022. Caso haja necessidade de armazenamento desses resíduos, estes devem ser depositados em baldes de lixo que apresentem a indicação de lixo contaminado não autoclavado. Resíduos líquidos devem conter a descrição da natureza do soluto e do solvente, com respectivas concentrações. A informação deve ser a mais exata possível. Símbolos de riscos químicos A rotulagem por intermédio de símbolos e textos de avisos é precaução fundamental de segurança. A simbologia apresentada a seguir é utilizada em embalagens de produtos químicos. 94 Unidade II Os rótulos ou etiquetas aplicadas na embalagem devem conter em seu texto as informações necessárias para que o produto ali contido seja tratado com toda a segurança possível. Facilmente inflamável (F) • Classificação: determinados peróxidos orgânicos; líquidos com pontos de inflamação inferior a 21 °C, substâncias sólidas fáceis de inflamar, de continuar queimando por si só; liberam substâncias facilmente inflamáveis por ação da umidade. • Precaução: evitar contato com o ar, a formação de misturas inflamáveis gás-ar e manter afastadas de fontes de ignição. Saiba mais Para conhecer o símbolo, acesse o link: Disponível em: http://tiny.cc/1fmnuz. Acesso em: 18 jan. 2022. Extremamente inflamável (F+) • Classificação: líquidos com ponto de inflamabilidade inferior a 0 °C e ponto máximo de ebulição a 35 °C; gases, misturas de gases (presentes em forma líquida) que, com o ar e a pressão normal, podem se inflamar facilmente. • Precauções: manter longe de chamas abertas e fontes de ignição. Saiba mais Para conhecer o símbolo, acesse o link: Disponível em: http://tiny.cc/2fmnuz. Acesso em: 18 jan. 2022. Tóxicos (T) • Classificação: agentes químicos que, ao serem introduzidos no organismo por inalação, absorção ou ingestão, podem causar efeitos graves e/ou mortais. • Precaução: evitar qualquer contato com o corpo humano e observar cuidados especiais com produtos cancerígenos, teratogênicos ou mutagênicos. 95 BIOSSEGURANÇA Saiba mais Para conhecer o símbolo, acesse o link: Disponível em: https://bityli.com/FPJyk. Acesso em: 18 jan. 2022. Muito tóxico (T+) • Classificação: a inalação, ingestão ou absorção através da pele provoca danos muito graves à saúde na maior parte das vezes ou mesmo a morte. • Precaução: evitar qualquer contato com o corpo humano e observar cuidados especiais com produtos cancerígenos, teratogênicos ou mutagênicos. Saiba mais Para conhecer o símbolo, acesse o link: Disponível em: https://bityli.com/HdXek. Acesso em: 18 jan. 2022. Corrosivo (C) • Classificação: esses produtos químicos causam destruição de tecidos vivos e/ou materiais inertes. • Precaução: não inalar os vapores e evitar o contato com a pele, os olhos e o vestuário. Saiba mais Para conhecer o símbolo, acesse o link: Disponível em: https://bityli.com/PCJkX. Acesso em: 18 jan. 2022. Oxidante (O) • Classificação: agentes que desprendem oxigênio e favorecem a combustão. Podem inflamar substâncias combustíveis ou acelerar a propagação de incêndio. 96 Unidade II • Precaução: evitar qualquer contato com substâncias combustíveis. Perigo de incêndio. O incêndio pode ser favorecido, dificultando a sua extinção. Saiba mais Para conhecer o símbolo, acesse o link: Disponível em: https://bityli.com/gqgvF. Acesso em: 18 jan. 2022. Nocivo (Xn) • Classificação: agentes químicos que, por inalação, absorção ou ingestão, produzem efeitos de menor gravidade. • Precaução: evitar qualquer contato com o corpo humano e observar cuidados especiais com produtos cancerígenos, teratogênicos ou mutagênicos. Saiba mais Para conhecer o símbolo, acesse a publicação na página 9: BRASIL. Manual de segurança em laboratório de química. Bom Jesus da Lapa, 2016. Disponível em: https://rb.gy/siktpz. Acesso em: 18 jan. 2022. Irritante (Xi) • Classificação: esse símbolo indica substâncias que podem desenvolver ação irritante sobre a pele, os olhos e o trato respiratório. • Precaução: não inalar os vapores e evitar o contato com a pele e os olhos. Saiba mais Para conhecer o símbolo, acesse a publicação na página 10: BRASIL. Manual de segurança em laboratório de química. Bom Jesus da Lapa, 2016. Disponível em: https://rb.gy/siktpz. Acesso em: 18 jan. 2022. 97 BIOSSEGURANÇA Explosivo (E) • Classificação: agentes químicos que, pela ação de choque, percussão ou fricção, produzem centelhas ou calor suficiente para iniciar um processo destrutivo por meio de violenta liberação de energia. • Precaução: evitar atrito, choque, fricção, formação de faísca e ação do calor. Saiba mais Para conhecer o símbolo, acesse a publicação na página 10: BRASIL. Manual de segurança em laboratório de química. Bom Jesus da Lapa, 2016. Disponível em: https://rb.gy/siktpz. Acesso em: 18 jan. 2022. Diamante de Hommel Outra simbologia bastante aplicada é o diamante de Hommel. Diferentemente das placas de identificação, ele não informa qual é a substância, mas indica todos os graus de risco. Essa simbologia foi proposta pela Associação Nacional dos EUA para Proteção contra Incêndios (NFPA), por meio da norma NFPA 704 e é adotada internacionalmente. Os números necessários para o preenchimento do diamante de Hommel variam de 1 a 4 conforme os riscos apresentados pela substância química perigosa, podendo também constar no diagrama a indicação dos riscos específicos dessa substância: Inflamabilidade Riscos específicos ReatividadeRiscos à saude Figura 23 – Diamante de Hommel Fonte: Embrapa (2018, p. 19). 98 Unidade II Riscos à saúde 4 – Substância letal (cianureto de potássio) 3 – Substância severamente perigosa (gás cloro) 2 – Substância moderadamente perigosa (amônia) 1 – Substância levemente perigosa (água raz) 0 – Substância não perigosa ou de risco mínimo (óleo de cozinha) Riscos específicos OXY – Oxidante forte ACID – Ácido forte ALK – Alcalino (base) forte COR – Corrosivo W – Não misture com água Inflamabilidade 4 – Gases inflamáveis, líquidos muito voláteis (ponto de fulgor abaixo de 23 °C, gás propano) 3 – Substâncias que entram em ignição à temperatura ambiente (ponto de fulgor abaixo de 38 °C, gasolina) 2 – Substâncias que entram em ignição quando aquecidas moderadamente (ponto de fulgor abaixo de 93 °C, diesel) 1 – Substâncias que precisam ser aquecidas para entrar em ignição (ponto de fulgor acima de 93 °C, óleo de milho) 0 – Substâncias que não queimam (água) Reatividade 4 – Pode explodir 3 – Pode explodir com choque mecânico ou calor 99 BIOSSEGURANÇA 2 – Reação química violenta 1 – Instável se aquecido (fósforo branco ou vermelho) 0 – Estável (nitrogênio líquido) Exemplo Se estiverem contidos em um frasco álcool etílico (cujos números referentes a riscos são azul = 0; vermelho = 3; e amarelo = 0) e acetonitrila (azul = 2; vermelho = 3; e amarelo = 0), constata-se, por meio desses números, que a substância mais perigosa delas é a acetonitrila e que os números com os quais deve ser preenchido o diamante são os referentes a essa substância, mesmo que esteja presente em menor quantidade no frasco. Como a acetonitrila não possui riscos específicos, o diamante deve ficar da seguinte forma: 3 02 Figura 24 – Diamante de Hommel Adaptada de: Embrapa (2018, p. 19). 8.8 Prevençãode incêndios Prevenir incêndios é tão importante quanto saber apagá-los ou mesmo saber como agir corretamente quando eles ocorrem. O início de incêndio e outros sinistros de menor vulto podem deixar de transformar-se em tragédia se forem evitados e controlados com segurança por pessoas devidamente treinadas. Na maioria das vezes, o pânico dos que tentam se salvar faz mais vítimas que o próprio acidente. Uma das principais providências que a Comissão Interna de Biossegurança pode tomar para que qualquer acidente seja controlado é alertar todos os trabalhadores sobre as devidas precauções quando ocorrer algum distúrbio ou tumulto causados por incidentes, como vazamentos de gás, fumaça, fogo e vazamento de água. 100 Unidade II O primeiro passo é detalhar em procedimentos operacionais padrões que deverão ser distribuídos para todos os trabalhadores, contendo informações sobre todas as precauções necessárias, como os cuidados preventivos; a conscientização sobre o planejamento de como atuar na hora do abandono do local de trabalho; a indicação de medidas práticas sobre o combate e a retirada. Segundo o Corpo de Bombeiros, o mais correto é que todos os trabalhadores ou usuários da edificação coloquem em prática as normas estabelecidas sobre os cuidados preventivos e o comportamento diante do incidente, promovendo exercícios, através da simulação de incêndios. Esse tipo de prática contribui suficientemente para a prevenção e a segurança de todos. Para efetuar essa operação, é indispensável a existência, em perfeito estado de uso e conservação, de equipamentos destinados a combater incêndios. Conceitos importantes relacionados ao fogo • Ponto de fulgor: temperatura (uma para cada combustível), na qual um combustível desprende vapores suficientes para serem inflamados por uma fonte externa de calor, mas não em quantidade suficiente para manter a combustão. • Ponto de combustão: temperatura do combustível acima da qual ele desprende vapores em quantidade suficiente para serem inflamados por uma fonte externa de calor e continuarem queimando, mesmo quando retirada essa fonte de calor. • Ponto de ignição: temperatura necessária para inflamar os vapores que estejam se desprendendo de um combustível. O fogo é um processo químico de transformação. Resulta de uma reação química que desprende luz e calor devido à combustão de materiais diversos. Os elementos que compõem o fogo são combustível, comburente (oxigênio), calor e reação em cadeia. Esse quarto elemento, também denominado transformação em cadeia, vai formar o quadrado ou tetraedro do fogo (figura seguinte), substituindo o antigo triângulo do fogo. Combustível Reação em cadeia Calor Comburente Figura 25 – Tetraedro de fogo 101 BIOSSEGURANÇA Na maioria das reações que geram a combustão, o comburente encontrado normalmente é o oxigênio. A porcentagem de oxigênio existente no ar atmosférico é de aproximadamente 21%. Sempre que a porcentagem de oxigênio cair abaixo de 13%, não alimentará mais a combustão. A esse método de extinção do fogo é dado o nome de abafamento. Partindo do princípio de que para haver fogo são necessários o combustível, o comburente e o calor, formando o triângulo do fogo ou, mais modernamente, o quadrado ou tetraedro do fogo, quando já se admite a ocorrência de uma reação em cadeia, para a extinção do fogo, basta retirar um desses elementos. Com a retirada de um dos elementos do fogo, têm-se os seguintes métodos de extinção: extinção por retirada do material, por abafamento, por resfriamento e extinção química. Observação Os grandes acidentes acontecem pela associação de muitas pequenas permissões que, isoladamente, podem não significar nada, mas, em conjunto, se tornam um grande perigo. Existem vários equipamentos que auxiliam no combate a incêndios. Os principais são os hidrantes, os extintores e os sprinklers. Os hidrantes são grandes sistemas de equipamentos interligados por tubulações. São compostos, basicamente, por reservatórios de água, bombas de incêndio, tubulações, hidrantes, abrigos e registros de recalque. O sistema de hidrantes tem como objetivo dar continuidade à ação de combate a incêndios até o domínio e possível extinção. Ao utilizar o sistema de hidrantes, é fundamental desligar a chave principal de entrada de energia da edificação e/ou do setor onde se vai efetuar o combate no intuito de evitar acidentes (descargas elétricas). Um equipamento frequentemente utilizado em construções comerciais novas é o rociador de incêndios (em inglês sprinkler). Os sprinklers são dispositivos montados em malhas para a extinção de incêndios. Esse dispositivo é uma armadura com um cano conectado a uma tubagem de água a pressão. O cano se fecha com uma tampa sujeita por uma cápsula de vidro recheada de um líquido cujo ponto de ebulição se dá a uma temperatura determinada (temperatura de disparo), a qual está sujeita contra um dispersor. Quando se produz um incêndio, o calor gerado ferve o líquido, e o vapor rompe a cápsula; a tampa salta e sai a água, que se choca contra o dispersor, aspergindo a zona incendiada. Os extintores de incêndio são a melhor ferramenta para combater pequenos fogos, principalmente na sua fase inicial. São equipamentos móveis, muitas vezes, portáteis, distribuídos em pontos estratégicos, de modo que seja possível extinguir um princípio de incêndio nos primeiros minutos. Essa é a função do extintor: apagar o incêndio no começo, quando ainda é pequeno. Contudo, depois que o incêndio se alastrou, o extintor perde muito de sua eficiência. 102 Unidade II O tipo de extintor a ser empregado depende do tipo de incêndio a ser combatido: • Classe A: usado em combustíveis que, quando queimam, deixam resíduos (madeiras, papel, borrachas etc.). São indicados os extintores de água ou espuma. • Classe B: usado em incêndios que não deixam resíduos. Esses combustíveis são, normalmente, líquidos (álcool, gasolina etc.). São indicados os extintores de dióxido de carbono, espuma ou pó químico seco. • Classe C: usado nos incêndios em que a eletricidade é um elemento presente. Nesses incêndios, o extintor tem uma carga de pó químico seco e gás carbônico. • Classe D: são extintores especiais que serão discutidos a seguir. Esse tipo de incêndio exige extintores com agentes especialmente produzidos para combatê-los, pois se trata de um incêndio em que há metais pirofóricos. Os pirofóricos são metais com capacidade de entrar em combustão. Um exemplo comum de material pirofórico é a pedra de isqueiro, que, na verdade, é uma liga de ferro-cério que solta faíscas quando atritada. Outros exemplos de pirofóricos: metais alcalinos e alcalino-terrosos, selênio, antimônio, alumínio ou chumbo pulverizado, zinco, titânio, urânio e zircônio. O magnésio, por exemplo, é um metal pirofórico. O ponto de ebulição do magnésio é próximo de 1.000 °C. Depois de iniciada a combustão, a aspersão de água não é normalmente suficiente para apagar a chama. Dependendo da quantidade de magnésio, a chama pode ser submersa, mas o calor liberado ainda consegue manter a chama acesa. Para uma chama desse tipo, é necessário o uso de um extintor de classe D, abastecido com cloreto de sódio, cujo ponto de fusão é em torno de 800 °C. Ao derreter, o cloreto de sódio recobre toda a superfície e, após o resfriamento, impede a penetração de oxigênio, interrompendo a reação. Observação O conhecimento básico sobre prevenção e combate a incêndios é baseado no triângulo do fogo, mas colocar esse conhecimento em prática é algo muito difícil. O treinamento prático das brigadas de incêndio é fundamental para que as pessoas estejam capacitadas a agir em um momento de crise. Se você quer conhecer mais sobre prevenção e combate a incêndios, o melhor caminho é se voluntariar para participar dessas brigadas. 103 BIOSSEGURANÇA Exemplo de aplicação Analise os textos a seguir e marque a alternativa totalmente correta. Texto 1. A Lei de Política Nacional do Meio Ambiente(Lei n. 6.938/81), no seu art. 3º, e a Lei dos Crimes Ambientais (Lei n. 9.605/98), arts. 54 e 56, responsabilizam administrativa, civil e criminalmente as pessoas físicas e jurídicas, autoras e coautoras de condutas ou atividades lesivas ao meio ambiente. Com isso, as fontes geradoras ficam obrigadas a adotar tecnologias mais limpas, aplicar métodos de recuperação e reutilização sempre que possível, estimular a reciclagem e dar destinação adequada, incluindo transporte, tratamento e disposição final. Texto 2. De acordo com a RDC Anvisa n. 306/04 e a Resolução Conama n. 358/2005, são definidos como geradores de RSS todos os serviços relacionados ao atendimento à saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar e de trabalhos de campo; laboratórios analíticos de produtos para a saúde; necrotérios, funerárias e serviços onde se realizem atividades de embalsamamento, serviços de medicina legal, drogarias e farmácias, inclusive as de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área da saúde, centro de controle de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos, importadores, distribuidores e produtores de materiais e controles para diagnóstico in vitro, unidades móveis de atendimento à saúde; serviços de acupuntura, serviços de tatuagem, entre outros similares. A) Os pacientes podem ser processados pela má destinação dos resíduos. B) As faculdades da área da saúde não precisam de coleta de lixo especial. C) O descarte do resíduo do serviço de saúde é de inteira responsabilidade do transportador. D) O gerador do resíduo do serviço de saúde tem a obrigação de verificar a destinação do material. E) Os serviços de assistência domiciliar são de responsabilidade do paciente. Resolução A) Alternativa incorreta. Justificativa: os pacientes não são os geradores de RSS e não podem ser responsabilizados pela má destinação dos resíduos. B) Alternativa incorreta. Justificativa: as faculdades da área da saúde são geradoras de RSS e precisam de coleta de lixo especial. 104 Unidade II C) Alternativa incorreta. Justificativa: o descarte do resíduo do serviço de saúde é de responsabilidade do gerador do resíduo, sendo o transportador um corresponsável. D) Alternativa correta. Justificativa: o gerador do resíduo do serviço de saúde tem a obrigação de verificar a destinação do material, pois é o responsável pelo descarte. E) Alternativa incorreta. Justificativa: os resíduos gerados em serviços de assistência domiciliar são de responsabilidade do profissional que está fazendo o atendimento, devendo ser levados para a unidade de saúde. Resumo As importantes aplicações das radiações ionizantes na medicina podem salvar vidas através de radiodiagnóstico e radioterapia. Como essas radiações também produzem danos biológicos, seu uso deve ser feito de forma criteriosa, a partir de avaliação de riscos e benefícios. Grande parte dos radiofármacos utilizados em medicina no Brasil são produzidos pelo Ipen, da CNEN, em São Paulo, e distribuídos para os locais que os utilizam. O efeito das radiações ionizantes em um indivíduo depende de vários fatores: dose absorvida; taxa de exposição, crônica ou aguda; e da forma da exposição, se foi no corpo inteiro ou localizada. Qualquer dose absorvida, inclusive as doses provenientes de radiação natural, apresenta potencial para induzir alterações celulares e câncer ou matar células. A Norma CNEN NE 6.05 trata da gerência de rejeitos radioativos em instalações radiativas. Já a Norma CNEN NE 6.06 trata da seleção e escolha de locais para depósitos de rejeitos radioativos. No Brasil, em Goiânia, GO, na década de 1980, aconteceu um acidente radioativo de grandes proporções, com vítimas fatais e contaminação extensa. Os biotérios são instalações capazes de produzir e manter espécies animais destinadas a diversos tipos de ensaios controlados, com o objetivo de atender às necessidades dos programas de pesquisa, ensino, produção e controle de qualidade nas áreas biomédicas, farmacológicas 105 BIOSSEGURANÇA e biotecnológicas. O Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal na Resolução Normativa n. 12, de 2013, apresenta a Diretriz Brasileira para o Cuidado e a Utilização de Animais para Fins Científicos e Didáticos. Em laboratórios os riscos físicos, químicos e biológicos representam considerável ameaça à saúde dos trabalhadores por conta da maior predisposição aos acidentes de trabalho. A avaliação e análise dos riscos no local de trabalho são muito importantes para a implantação de medidas para sua prevenção ou redução. Na Portaria n. 5, do Ministério do Trabalho e Emprego, o mapa de risco pode ser simplificado como uma representação gráfica do reconhecimento dos riscos existentes nos diversos locais de trabalho. O mapa de risco é uma representação gráfica de um conjunto de fatores presentes nos locais de trabalho, capazes de acarretar prejuízos à saúde dos trabalhadores: acidentes e doenças de trabalho. Sua elaboração é obrigatória e deve ser feita de maneira a permitir a participação do maior número de trabalhadores, sem delegar a terceiros essa tarefa. O gerenciamento de resíduos em serviços de saúde vem assumindo grande importância nos últimos anos, originando políticas públicas e legislações, tendo como eixo de orientação a sustentabilidade do meio ambiente e a preservação da saúde. Seu descarte inadequado no ambiente compromete os recursos naturais e a qualidade de vida das atuais e futuras gerações. O processo de descontaminação mais básico é a limpeza. Na desinfecção, o objetivo é eliminar microrganismos no estado vegetativo. O principal processo de desinfecção por meios físicos é o controle do binômio tempo x temperatura. Elevando-se a temperatura do utensílio acima de 60 °C e conservando-se essa temperatura durante um determinado tempo, rompe-se a parede celular, ocasionando a morte dos microrganismos. Quanto mais alta a temperatura, menor o tempo necessário. Quando um material não suporta temperaturas elevadas, torna-se necessário fazer a desinfecção por meios químicos. O terceiro processo de descontaminação é a esterilização. Seu objetivo é a eliminação de células na forma vegetativas e esporuladas, e, ainda, de fungos e vírus. A esterilização também pode ser feita por meios físicos e por meios químicos. 106 Unidade II Todos os equipamentos e utensílios empregados na área da saúde são potenciais transmissores de infecção. O nível de descontaminação exigida para um artigo médico-hospitalar depende da sua aplicação. Esses artigos são classificados em não críticos, semicríticos e críticos. Estudamos que, em 1991, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) publicou uma resolução desobrigando “a incineração ou qualquer outro tratamento de queima dos resíduos sólidos provenientes dos estabelecimentos de saúde”. Para que os resíduos dos estabelecimentos de saúde não sejam despejados indiscriminadamente, o Conama fixou a obrigação da criação de um Programa de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS), que é um documento que aponta e descreve as ações relativas ao manejo de resíduos de serviços de saúde, observadas suas características e riscos, no âmbito dos estabelecimentos geradores de resíduos de serviços de saúde. Todos os resíduos gerados na área da saúde, inclusive alguns fluidos corporais contaminados, são tratados como resíduos sólidos. Isso se deve ao fato de tais resíduos precisarem ser acondicionados em embalagens específicas antes de serem descartados. Os resíduos produzidos nos serviços de saúde são classificados em grupos: A (presença de agentes biológicos); B (substâncias químicas); C (substâncias radioativas); D (resíduos domiciliares); e E (materiais perfurocortantes ou escarificantes). A combustão é uma reação química de oxidação na qual há liberação de calor e luz. Essa reação química é representada no triângulo do fogo, uma representação gráfica em que cada lado do triânguloé equivalente a um componente dessa reação química. Da mesma forma que são necessários três lados para que exista um triângulo, para que exista fogo, é necessário que esses três participantes estejam presentes: o combustível, o oxigênio e a fonte de calor (energia de ignição). Seguindo essa lógica, para se prevenir um incêndio, não se podem colocar esses três lados do triângulo juntos, e para combater um incêndio já estabelecido, deve-se eliminar um desses componentes. Em uma instalação predial ou industrial, podem ser instalados diversos equipamentos que auxiliam no combate a incêndios. Os principais são os hidrantes, os extintores e os sprinklers. 107 BIOSSEGURANÇA Exercícios Questão 1. Examine atentamente a imagem a seguir. Figura 26 – Mapa de risco de um laboratório de patologia clínica hipotético, mostrando os tipos de risco encontrados e suas intensidades Fonte: Vaz et al. (2013). Tendo como base as características do mapa de risco fornecido, são apresentadas algumas afirmativas. Interprete o mapa e use seus conhecimentos para avaliá-las. I – Pode-se observar claramente que todos os tipos de risco estão representados no mapa. II – Ferramentas como essa têm como objetivo conscientizar os profissionais que trabalham no local sobre os riscos a que podem estar expostos; busca-se a participação dessas pessoas na elaboração do mapa e na prevenção dos riscos existentes. III – Apesar da ausência do risco ergonômico, todos os demais estão representados e apresentam a mesma intensidade. 108 Unidade II Sobre as afirmativas, pode-se considerar que: A) Apenas a I é correta. B) Apenas a II é correta. C) Apenas a I e a II são corretas. D) Todas são corretas. E) Nenhuma é correta. Resposta correta: alternativa C. Análise das afirmativas I – Afirmativa correta. Justificativa: de fato, todos os tipos de risco estão representados no mapa, o que pode ser comprovado pelas cinco cores dos círculos, ou seja, verde (riscos físicos), vermelho (risco químico), marrom (risco biológico), amarelo (risco ergonômico) e azul (risco de acidente). II – Afirmativa correta. Justificativa: um mapa de risco serve como uma maneira de comunicação visual a todos os frequentadores do espaço, no caso da figura, um laboratório, sobre os riscos aos quais estarão sujeitos. O envolvimento de profissionais do próprio espaço na elaboração e na atualização dessa ferramenta é importante porque são esses profissionais que conhecem os processos e as rotinas de trabalho, os trabalhadores e as jornadas, os instrumentos e os materiais, além do próprio ambiente. III – Afirmativa incorreta. Justificativa: o risco ergonômico é indicado pela cor amarela dos círculos e a observação do mapa permite a identificação desses elementos. Por sua vez, a intensidade dos riscos é representada pelo tamanho dos círculos e pode ser pequena (círculo pequeno), média (círculo médio) e grande (círculo grande). Sendo assim, pode-se observar que os riscos estão representados em duas intensidades diferentes (pequena e grande), e não apenas em uma. 109 BIOSSEGURANÇA Questão 2. Observe atentamente a imagem a seguir. Figura 27 Disponível em: https://bit.ly/3AnesZO. Acesso em: 18 dez. 2021. Seu local de trabalho passou por um termo de ajustamento de conduta, e uma das modificações implementadas foi a sinalização nos ambientes de trabalho. Em um deles, foi possível observar a placa representada na imagem afixada em uma das paredes, próximo a alguns frascos. Trata-se do diamante de Hommel, que, como já esperado, não revela qual é a substância contida nos frascos, mas informa todos os riscos relacionados a ela como inflamabilidade, risco à saúde, riscos específicos e reatividade. Assim, com base no exposto e em seus conhecimentos sobre essa simbologia, assinale a alternativa correta. A) Quanto ao risco à saúde, trata-se de uma substância letal; quanto à inflamabilidade, corresponde a gases inflamáveis ou líquidos muito voláteis; quanto à reatividade, é uma substância instável se aquecida; quanto aos riscos específicos, trata-se de uma substância que não pode ser misturada com a água. B) Quanto ao risco à saúde, trata-se de uma substância letal; quanto à inflamabilidade, corresponde a substâncias que entram em ignição à temperatura ambiente; quanto à reatividade, é uma substância estável; quanto aos riscos específicos, trata-se de um reagente com a água. C) Quanto ao risco à saúde, trata-se de uma substância não perigosa ou de risco mínimo; quanto à inflamabilidade, corresponde a substâncias que não queimam; quanto à reatividade, é uma substância que pode gerar reação química violenta; quanto aos riscos específicos, trata-se de um oxidante forte. D) Quanto ao risco à saúde, trata-se de uma substância levemente perigosa; quanto à inflamabilidade, corresponde a substâncias que entram em ignição quando aquecidas moderadamente; quanto à reatividade, é uma substância que pode explodir com choque mecânico ou calor; quanto aos riscos específicos, trata-se de uma substância corrosiva. E) Quanto ao risco à saúde, trata-se de uma substância levemente perigosa; quanto à inflamabilidade, corresponde a gases inflamáveis ou líquidos muito voláteis; quanto à reatividade, é uma substância que pode explodir com choque mecânico ou calor; quanto aos riscos específicos, trata-se de um oxidante forte. Resposta correta: alternativa E. 110 Unidade II Análise da questão As respostas baseiam-se na leitura da simbologia do diamante de Hommel. Para tanto, deve-se fazer a análise da posição dos quadrantes e do símbolo usado em cada um. A figura a seguir resume os pontos importantes. Os textos das alternativas foram elaborados utilizando-se uma descrição mais próxima àquela empregada no livro-texto. Risco de vida 4 - Mortal 3 - Extremamente perigoso 2 - Perigoso 1 - Pequeno risco 0 - Material normal Risco específico Oxidante - OXY Ácido - ACID Álcalis - ALK Corrosivo - COR Não use água - W Radioativo - Risco biológico - Temperatura de fulgor 4 - Abaixo de 22 °C 3 - Abaixo de 38 °C 2 - Abaixo de 94 °C 1 - Acima de 94 °C 0 - Não inflamável Reação 4 - Pode detonar 3 - Choque e calor podem detonar 2 - Reação química violenta 1 - Instável com caloria 0 - Estável Figura 28 Disponível em: https://bit.ly/3tSFnLV. Acesso em: 18 dez. 2021. Sendo assim, a alternativa que corresponde às descrições corretas de cada risco representado na simbologia é aquela que apresenta os elementos a seguir. • Risco à saúde (azul com numeral 1): trata-se de uma substância levemente perigosa. • Inflamabilidade (vermelho com numeral 4): corresponde a gases inflamáveis ou líquidos muito voláteis. • Reatividade (amarelo com numeral 3): é uma substância que pode explodir com choque mecânico ou calor. • Riscos específicos (branco com letras OX): trata-se de um oxidante forte. 111 REFERÊNCIAS Audiovisuais CONTÁGIO. Direção: Steven Soderbergh. Estados Unidos: Warner Bros, 2011. 116 min. EPIDEMIA. Direção: Wolfgang Petersen. Estados Unidos: Warner Bros, 1995. 127 min. FÁBRICA de loucuras. Direção: Ron Howard. Estados Unidos: Paramount Pictures, 1986. 112 min. Textuais ABERGO. O que é ergonomia. [s.d]. Disponível em: https://url.gratis/jYTtQq. Acesso em: 17 jan. 2022. ABNT. 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Como césio-137 em Goiânia pôs Brasil no mapa de piores acidentes radioativos do mundo. BBC News, 14 out. 2018. Disponível em: https://bbc.in/3Kms3oz. Acesso em: 11 jan. 2022. BATISTA, C. Acidente com césio-137 em Goiânia. TodaMatéria, 2022. Disponível em: https://bit.ly/3H8aSp7. Acesso em: 11 jan. 2022. 5.2 Efeitos biológicos das radiações ionizantes O efeito das radiações ionizantes em um indivíduo é dependente de vários fatores: dose absorvida; taxa de exposição, crônica ou aguda; e da forma da exposição, se foi no corpo inteiro ou localizada. Qualquer dose absorvida, inclusive das doses provenientes de radiação natural, apresenta potencial para induzir alterações celulares e câncer ou matar células. As questões que devem ser consideradas referem-se às probabilidades de danos e de mutações precursoras de câncer, além do número de células mortas. Quanto maiores forem as doses aplicadas e absorvidas, maiores as probabilidades de dano, de mutações precursoras de câncer e de morte celular. 64 Unidade II Danos podem ser reparados, mas mutações podem tanto representar falhas nos mecanismos de reparo como nos mecanismos de eliminação de células, inviabilizados pelo dano. A morte celular, resultante de quebras na molécula de DNA, da mesma forma que a eliminação de células mutantes, pode ocorrer em razão de um mecanismo de eliminação de produtos inviabilizados pela presença de danos. Assim, as questões principais a serem consideradas envolvem o número de células destruídas, o momento ou estágio de vida em que a morte celular ocorre e o gênero do indivíduo irradiado. Independentemente do caso, o desenvolvimento de sintomatologia clínica reflete a morte de uma quantidade significativa de células, com comprometimento de órgão e tecidos. 5.3 Eliminação de rejeitos Rejeito radioativo é qualquer material resultante de atividades humanas que contenha radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de isenção de acordo com Norma da CNEN e para o qual a reutilização é imprópria ou ainda não prevista – Resolução CNEN 014/89 (CNEN, 1990). A quantidade e as características desses rejeitos variam em função da quantidade de pacientes atendidos, do tipo de procedimento realizado e do radioisótopo utilizado. A gestão desses rejeitos abrange todas as atividades técnicas e administrativas envolvidas no manuseio dos rejeitos desde a sua geração até seu destino. Deve ser considerada e planejada desde o momento da implementação do serviço de medicina nuclear. O objetivo principal da gestão de rejeitos radioativos é garantir a proteção do homem e a preservação do meio ambiente. A Norma CNEN NE 6.05 trata da gerência de rejeitos radioativos em instalações radiativas. Apesar de representar um marco na gestão dos rejeitos radioativos e nortear projetos de sistemas de gestão dessas instalações, aborda os tópicos de forma generalizada, sem considerar aspectos particulares das diferentes instalações, como é o caso dos serviços de medicina nuclear (BARBOZA, 2009). Já a Norma CNEN NE 6.06 trata da seleção e escolha de locais para depósitos de rejeitos radioativos. Tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos aplicáveis ao processo de seleção e escolha de locais para depósitos desses rejeitos, buscando o confinamento seguro desses materiais pelo tempo que se fizer necessário à proteção e segurança do homem e do meio ambiente (CNEN, 1990). É muito importante ressaltar que o recebimento e armazenamento de rejeitos radioativos constitui atividade de responsabilidade legal e exclusiva da CNEN em atendimento às instalações geradoras desses rejeitos radioativos para destinação apropriada. Eles são recolhidos e armazenados em depósitos existentes nos institutos da CNEN localizados em locais específicos no país. 6 BIOTERISMO A pesquisa científica, o ensino e as atividades relacionadas ao desenvolvimento tecnológico, bem como à produção e ao controle da qualidade de vacinas e medicamentos, utilizam-se de animais de laboratório. Essa atividade com objetivos científicos é necessária, uma vez que ainda não existem sistemas alternativos disponíveis que permitam a substituição completa dos animais (BORBA et al., 2009). 65 BIOSSEGURANÇA É fundamental ter consciência de que o animal, como ser vivo, possui hábitos de vida próprios da sua espécie, apresenta memória, preserva o instinto de sobrevivência e é sensível à angústia e à dor, razões que preconizam posturas éticas tanto na criação quanto na pesquisa. Na maioria dos países, a produção e padronização dos animais de laboratório mais utilizados em pesquisa encontram-se em pleno aperfeiçoamento. As técnicas atuais de engenharia genética e de biologia molecular abriram muitos caminhos para a criação e produção desses animais. Tudo converge para a aquisição de modelos genéticos, ecológica e sanitariamente definidos, solicitados para a realização dos trabalhos dos pesquisadores. A área dos transplantes de órgãos e tecidos é cada dia mais impulsionada, bem como a de produção de derivados biológicos para uso em humanos com base na obtenção de animais transgênicos. O controle das doenças hereditárias também se desenvolve à proporção que os dias passam. O Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal na Resolução Normativa n. 12, de 20 de setembro de 2013, baixa a Diretriz Brasileira para o Cuidado e a Utilização de Animais para Fins Científicos e Didáticos (DBCA). A finalidade dessa diretriz é apresentar princípios de condutas que permitam garantir o cuidado e o manejo éticos de animais utilizados para fins científicos ou didáticos. Os princípios estabelecidos nessa diretriz orientam pesquisadores, professores, estudantes, técnicos, instituições, Comissões de Ética no Uso de Animais (CEUAs) e todos os envolvidos no cuidado e manejo de animais para fins científicos ou didáticos. São responsabilidades de todos que utilizam animais: • Garantir que a utilização de animais seja justificada, levando em consideração os benefícios científicos ou educacionais e os potenciais efeitos sobre o bem-estar dos animais. • Garantir que o bem-estar dos animais seja sempre considerado. • Promover o desenvolvimento e o uso de técnicas que substituam a utilização de animais em atividades científicas ou didáticas. • Minimizar o número de animais utilizados em projetos ou protocolos. • Refinar métodos e procedimentos a fim de evitar a dor ou distresse (sentimentos de aflição, angústia e sofrimento) de animais utilizados em atividades científicas ou didáticas. Essa diretriz, assim como a legislação brasileira, estabelece a responsabilidade primária das CEUAs em determinar se a utilização de animais é justificada e garante a adesão aos princípios de substituição (replacement), redução (reduction) e refinamento (refinement). Vale ressaltar que, sempre que possível, as pesquisas com animais devem ser substituídas por ensaios in vitro e outros. 66 Unidade II Para que o manejo de animais de laboratório seja conduzido de maneira adequada, é necessária a interação de fatores físicos, químicos e biológicos, além do profissionalismo e da responsabilidade do bioterista. Biotérios são instalações capazes de produzir e manter espécies animais destinadas a diversos tipos delavar as mãos antes e após manipular qualquer animal reduz o risco de disseminar doenças, bem como o de autoinfecção. Para facilitar esses procedimentos, cada sala de animal deveria ser provida de uma pia, sabão e toalha de papel. • Fumar, comer ou beber não deve ser permitido em qualquer sala de animal ou em outra área em que existam microrganismos patogênicos ou que tenham sido manipulados recentemente. 71 BIOSSEGURANÇA • Pessoas com ferimentos abertos não devem trabalhar onde haja a possibilidade de ter contato com microrganismos patogênicos, a não ser que os ferimentos possam ser protegidos. • As roupas de laboratório usadas em áreas de risco devem ser autoclavadas antes de serem lavadas. • Sapatos descartáveis ou protetores de sapatos devem ser usados como barreira em áreas de alto risco e se houver necessidade de manipular material contaminado, deve-se usar luvas de borracha. • Animais experimentalmente infectados com patógenos devem ser mantidos em gaiolas protegidas no fundo e dos lados, em vez de gaiolas de arame ou tela. Essas gaiolas devem ser manuseadas adequadamente e os técnicos devem usar luvas protetoras, até mesmo quando fornecem alimentos a esses animais. • Se agentes altamente infecciosos ou nocivos são manipulados, o animal deve ser isolado em unidade de fluxo laminar ou mesmo em isoladores, nos quais o ar que entra e sai é convenientemente filtrado, por meio de filtros absolutos (filtro Hepa). Animais são reservatórios naturais de várias zoonoses, constituindo risco biológico importante nos biotérios. Podem abrigar ou serem susceptíveis a agentes infecciosos e levar doenças ao ser humano. Também apresentam potencial alergênico para quem os manipulam. Dependendo da sensibilidade do indivíduo, podem desencadear reações de hipersensibilidade, tanto de baixa gravidade quanto até doença respiratória grave (MAJEROWICZ, 2013). Infecções associadas à experimentação animal ocorrem em decorrência de diversos fatores associados às atividades desenvolvidas. Se os animais forem utilizados para o estudo de doenças que envolvam agentes infecciosos, tanto o agente quanto o reservatório estão presentes. Em outras situações, a presença do agente será dependente de infecções ou do estado de saúde ou doença do animal. É de extrema importância a utilização de animais com padrão sanitário certificado, o que reduz o potencial de veicularem ou serem portadores de agentes infecciosos. Além disso, pode ser necessário um período de quarentena previamente definido, antes de sua utilização em pesquisa ou testes, buscando prevenir infecções para técnicos e animais. Vale ressaltar que a susceptibilidade do técnico depende de seu estado imunológico. Existem três outros fatores que podem estar ligados ao desenvolvimento de doenças por trabalho em biotérios, conforme apresentado em seguida: se houver escape do agente da área de experimentação; se o agente for transmitido para o técnico ou se o agente invadir o local de trabalho. Práticas de biossegurança e outros métodos para o controle dos riscos biológicos conhecidos devem ser utilizados. O total conhecimento dos fatores apresentados anteriormente e, em especial, do agente manipulado, possibilita a seleção apropriada das medidas de biossegurança. 72 Unidade II Saiba mais Para saber sobre tipos de biotérios, modelos animais e tipos de atividades, consulte os biotérios de universidades como a Unicamp e USP, entre outras instituições: CEMIB. Cemib – institucional. Unicamp, [s.d.]. Disponível em: https://tinyurl.com/2p8hrvc3. Acesso em: 18 jan. 2022. DTAPEPI. Serviço de apoio à pesquisa pré-clínica. FMUSP, 2009. Disponível em: https://tinyurl.com/mvdcpdtu. Acesso em: 18 jan. 2022. FIOCRUZ. Biossegurança em biotérios. Portal EPSJV, 17 out. 2018. Disponível em: https://tinyurl.com/ymttvt5k. Acesso em: 18 jan. 2022. 7 LEVANTAMENTO DE RISCOS NO AMBIENTE DE TRABALHO São considerados riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e do tempo de exposição a eles, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador (BRASIL, 2020b). Em laboratórios, os riscos físicos, químicos e biológicos representam considerável ameaça à saúde dos trabalhadores, tendo em vista sua predisposição à ocorrência de acidentes de trabalho, com afastamento temporário ou definitivo do profissional da atividade (VIEIRA; PADILHA, 2008). A avaliação de riscos no local de trabalho constitui o processo sistemático de coleta de informações para avaliação da probabilidade e consequências da exposição ou liberação de perigos, determinando-se, também, medidas de controle para reduzir o risco a níveis aceitáveis. Já na análise de riscos, verifica-se a probabilidade de exposição a um perigo, bem como a gravidade em potencial do dano, em circunstâncias predeterminadas, como para um procedimento laboratorial específico. Busca determinar se o risco avaliado é aceitável ou se outras medidas de controle de risco devem ser implementadas para prevenir ou reduzir os riscos. Para efetuar a avaliação dos riscos ambientais, é importante conhecer os tipos de risco a serem avaliados, bem como aqueles a serem quantificados de forma numérica, com atribuição de um valor de concentração ou exposição do funcionário ao agente. Os riscos também podem ser avaliados de maneira subjetiva, quando a presença do risco é caracterizada sem efetuar medições que comprovem sua existência no ambiente de trabalho. 73 BIOSSEGURANÇA É fundamental que sejam disponibilizados ao trabalhador no laboratório os procedimentos de segurança para cada tipo de análise a ser realizada, as características dos produtos a serem manipulados, instruções para a utilização dos equipamentos, bem como os equipamentos de proteção individual necessários ao exercício da profissão. Vale ressaltar que o colaborador precisa conhecer os tipos de riscos a que pode estar exposto no exercício da atividade. Relembrando o que foi dito anteriormente, os riscos são classificados em cinco grupos: • Riscos físicos: aqueles provocados por algum tipo de energia (calor, frio, ruídos, vibrações, radiações etc.), relacionados com os equipamentos ou o ambiente. • Riscos químicos: os relacionados com a manipulação de substâncias químicas, com características tóxicas, cancerígenas, voláteis, corrosivas, combustíveis etc. • Riscos ergonômicos: relacionados com postura inadequada, movimentos repetitivos, transporte manual e levantamento de peso etc. • Riscos biológicos: aqueles relacionados à exposição aos agentes patogênicos ou microrganismos. Podem ser veiculados sob diversas formas, como aerossóis, poeira, alimentos, instrumentos de laboratório, água, efluente, solo etc. • Risco de acidentes: causados pelo uso de máquinas e equipamentos sem proteção, probabilidade de incêndio/explosão, armazenamento inadequado, iluminação, queda, cortes etc. O ambiente de trabalho também deve ser avaliado com utilização de metodologias descritas nas normas de higiene ocupacional (NHOs), com descrição detalhada de cada agente causador de risco. As técnicas apresentadas nas normas devem ser seguidas na íntegra para que a coleta realizada seja considerada válida. Então, as avaliações de riscos podem ser qualitativas e quantitativas, conforme apresentado em seguida. 7.1 Avaliação qualitativa Possibilita a identificação do risco que pode estar presente no ambiente, sem que a ele seja atribuído um valor para provar que ele realmente está no local de trabalho. É uma etapa anterior à avaliação quantitativa, quando ocorre a verificação, sem medições, do que pode ser considerado risco químico, físico ou biológico. Essas avaliações são feitas para identificar todos os riscos no ambiente de trabalho, possibilitando, em etapas posteriores, efetuar as avaliações quantitativas dos riscos identificados. 74 Unidade II 7.2 Avaliação quantitativa Consiste na utilização de instrumentode avaliação em que são atribuídos valores de concentração ou exposição ao agente em questão. Os tipos de riscos que podem ser monitorados por meio de medições realizadas por instrumentos de avaliação ambiental são os riscos físicos e químicos. Vale ressaltar que nem todos os riscos físicos podem ser monitorados. São avaliações importantes para fins de laudos técnicos, periciais, caracterização de insalubridade e identificação da concentração ou exposição do trabalhador ao risco. Assim, é possível implementar uma medida de controle com o objetivo de proteger a integridade física e a saúde dos trabalhadores. 7.3 Limites de tolerância Os agentes classificados como quantitativos são aqueles que têm um parâmetro comparativo, apresentando valores de referência que as normas regulamentadoras brasileiras (NRs) ou as demais normas técnicas nacionais e internacionais definem como limite. Quando o limite para determinada exposição deixa de ser seguro aos trabalhadores, ele passa a ser chamado de limite de tolerância (LT). Os limites de tolerância definem as concentrações ou a intensidade de determinados agentes de risco nos ambientes ocupacionais. Acredita-se que a maioria dos trabalhadores pode executar suas atividades exposta aos agentes de risco sem que a sua saúde seja comprometida. A NR-15, publicada em 1978, trata de atividades e operações insalubres no ambiente de trabalho. Passou por várias atualizações desde sua criação. A última delas foi publicada na Portaria MTP n. 426, de 7 de outubro de 2021. Define limite de tolerância como “concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará danos à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral” (BRASIL, 2019a). 7.4 Mapa de riscos Diversas definições podem ser adotadas para o mapa de risco. Teixeira e Valle (1996) o definem como uma representação gráfica do local de trabalho onde são registrados os riscos ambientais, suas naturezas e intensidades, capazes de acarretar prejuízos à saúde dos trabalhadores, estando vinculados direta ou indiretamente ao processo, à organização e às condições de trabalho. Já de acordo com a Portaria n. 5, do Ministério do Trabalho e Emprego, o mapa de risco pode ser simplificado como “uma representação gráfica do reconhecimento dos riscos existentes nos diversos locais de trabalho” (BRASIL, 1992). O mapa de risco reproduz o leiaute do ambiente de trabalho sob análise, localizando e informando os fatores de riscos presentes através de uma legenda. O leiaute deve representar de maneira fiel o local em que a atividade é executada. 75 BIOSSEGURANÇA A apresentação do mapa de riscos tem como objetivo conscientizar os trabalhadores e visitantes dos riscos aos quais podem estar expostos ao entrarem nos locais de trabalho. Busca a participação dos trabalhadores tanto na elaboração do mapa quanto na prevenção dos riscos existentes. Deve ser atualizado sempre que ocorra alguma mudança (medidas preventivas que eliminem o risco, mudança de leiaute, mudança de atividade e outras). O modelo atual do mapa de risco foi estabelecido pelo Ministério do Trabalho e Emprego e passa por atualizações desde 1994. A NR-5 determina que a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) das empresas seja a responsável por sua elaboração, com participação de todos os trabalhadores expostos aos riscos, com auxílio do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT). O mapa é de leitura fácil e serve para auxiliar na conscientização dos riscos, sendo considerado eficiente para prevenção. É um documento obrigatório, auxilia no diagnóstico e alerta os colaboradores que atuam na empresa sobre os riscos aos quais estão vulneráveis. Para sua elaboração, é necessário conhecer o processo e a rotina do trabalho; trabalhadores e jornada de trabalho; instrumentos e materiais de trabalho, além do ambiente de trabalho. Os riscos devem ser identificados e separados por grupos, conhecendo sua intensidade, concentração e tempo de exposição dos trabalhadores. O mapa de riscos é elaborado sobre a planta baixa do local, indicando os riscos com círculos de cores e tamanhos diferentes. Os riscos físicos são representados pela cor verde; os químicos, pela cor vermelha; e os biológicos, pela cor marrom; e ergonômicos, pela cor amarela; e os riscos de acidente, pela cor azul. Já considerando a intensidade ou concentração, os círculos variam de tamanho, em pequeno, médio e grande. O que interessa aos trabalhadores é que sua elaboração seja um processo pedagógico em que se ampliem os espaços de elaboração da identidade desses trabalhadores e que exerçam realmente o seu papel. A figura a seguir mostra um exemplo de um mapa de risco. Ela apresenta as diversas salas, indicando os perigos associados às atividades executadas ali e o número de pessoas envolvidas nessas atividades. 76 Unidade II Risco químico (elevado)Risco químico (elevado) Risco químico (elevado)Risco químico (elevado) Risco químico (elevado) Risco químico Risco químico (elevado)(elevado) Risco químico Risco químico (elevado)(elevado) Risco ergonômico (elevado)Risco ergonômico (elevado) Risco ergonômico (elevado)Risco ergonômico (elevado) Risco ergonômico (elevado) Risco ergonômico Risco ergonômico (moderado)(moderado) Risco Risco ergonômico ergonômico (moderado)(moderado) Risco Risco ergonômico ergonômico moderadomoderado Risco Risco ergonômico (elevado)) Risco Risco ergonômico ergonômico (elevado) Risco Risco ergonômico ergonômico (leve)(leve) Risco ergonômico Risco ergonômico (elevado)(elevado) Risco Risco ergonômico ergonômico (leve)(leve) Risco biológico (elevado)Risco biológico (elevado) Risco de acidentes Risco de acidentes (elevado)(elevado) Risco físico (elevado) Risco físico (elevado) (ruídos)(ruídos) Risco Risco físico físico (leve)(leve) SanitáriosSanitários SanitáriosSanitários SanitáriosSanitários Área de lavagemÁrea de lavagem ParasitologiaParasitologia Microbiologia Microbiologia UrináliseUrinálise AdministraçãoAdministração Recebimento de amostrasRecebimento de amostras Digitação de Digitação de examesexames Agência Agência transfusionaltransfusional Sala de coletaSala de coleta DMLDML Laboratório de Laboratório de patologiapatologia EntradaEntrada Risco físico (leve)Risco físico (leve) Risco físico (leve)Risco físico (leve) Risco físico (calor)Risco físico (calor) Risco físico Risco físico (elevado) (elevado) (explosão)(explosão) Risco físico (elevado)Risco físico (elevado) Risco de acidentes Risco de acidentes (elevado)(elevado) Risco de Risco de acidentes acidentes (médio)(médio) Risco biológico (elevado) Risco biológico (elevado)Risco biológico (elevado) Risco biológico Risco biológico (elevado) Risco Risco biológico biológico (elevado)(elevado) Risco Risco biológico biológico (elevado)(elevado) Risco Risco biológico biológico (moderado)(moderado) Risco Risco biológico biológico (moderado)(moderado) Risco Risco biológico biológico (leve)(leve) Risco biológico (moderado)Risco biológico (moderado) Risco biológico (moderado)Risco biológico (moderado) Risco biológico (elevado) Figura 21 – Exemplo de um mapa de risco Fonte: Souza e Souza et al. (2013, p. 1517). Observação Existem disponíveis na internet vários modelos de mapas de risco. Trata-se da representação qualitativa dos riscos existentes nos locais de trabalho, utilizando cores e círculos em tamanhos diferentes de acordo com a planta do ambiente analisado, podendo apresentar o ambiente de forma completa ou setorizada. 7.5 Risco ocupacional – acidentes com materiais perfurocortantes A relação entre doença e trabalho já é descrita há décadas. Entretanto, a sistematização da etiologia ocupacional surgiu com o questionamento sobre a atividade profissional do paciente na anamnese médica. Durante a evolução da abordagem da relação entre saúde e trabalho, verificou-sea modificação da noção de causalidade; até mesmo a relação entre a doença e um risco foi substituída pela compreensão da multiplicidade de causas. 77 BIOSSEGURANÇA As exposições ocupacionais a materiais biológicos potencialmente contaminados representam um sério risco aos profissionais da área da saúde no seu local de trabalho. Os acidentes envolvendo sangue e outros fluidos orgânicos são os mais relatados. Os perfurocortantes são seringas, agulhas, escalpes, ampolas, vidros ou qualquer material pontiagudo capaz de causar perfurações ou cortes, como ocorre com agulhas de seringas. Vários estudos mostram que as agulhas causam lesões em todas as fases da sua utilização, desmontagem ou eliminação. Mas há divergências a respeito do que faz com que esses acidentes sejam tão comuns entre os profissionais de saúde. A Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (s.d.) elaborou recomendações para prevenção de acidentes com materiais perfurocortantes, com condutas primárias para reduzir o risco de profissionais de saúde sofrerem acidentes com materiais perfurocortantes. Como primeira recomendação, reforça-se o cumprimento das normas estabelecidas pelos órgãos competentes, incluindo a utilização de equipamentos de proteção individual, medidas de manuseio e descarte apropriado dos materiais. Os profissionais devem ter conhecimento do assunto e materiais para utilização que ofereçam maior segurança durante seu manuseio e descarte. Desde a publicação dos padrões estabelecidos, uma grande variedade de dispositivos tem sido desenvolvida para reduzir os riscos com acidentes com perfurocortantes. O uso de dispositivos inovadores para agulhas ou sistemas sem agulha com ports autosselantes reduz o risco de acidentes. Vale lembrar que em qualquer etapa do procedimento de coleta poderá ocorrer algum acidente. As condições de trabalho que possam contribuir para um aumento no número de ferimentos com seringas incluem: • Redução de pessoal com profissionais assumindo funções adicionais. • Situações difíceis nos cuidados com o paciente. • Iluminação do local de trabalho reduzida. • Funcionários com menor experiência profissional, mais sujeitos a sofrer lesões com agulhas do que aqueles mais experientes. • Reencapar a agulha pode representar de 25 a 30% de todos os ferimentos com seringas, constituindo, muitas vezes, a causa mais comum. Ainda que a prevenção de exposição ao sangue seja considerada uma medida primária para prevenção da infecção ocupacional, o manuseio cuidadoso desse material é importante para a promoção da segurança do ambiente de trabalho. 78 Unidade II O laboratório deve ter um programa para reportar incidentes, injúrias, acidentes e doenças ocupacionais, bem como os perigos potenciais. A documentação do incidente deverá ser feita detalhadamente, com descrição completa do evento, a causa provável, recomendações para prevenir incidentes similares e ações para que haja adesão às normas estabelecidas pelos profissionais. 7.6 Gerenciamento de resíduos em serviços de saúde A geração de resíduos pelas diversas atividades humanas constitui grande desafio a ser enfrentado pelas administrações municipais, especialmente considerando os grandes centros urbanos. O descarte inadequado de resíduos no ambiente compromete os recursos naturais e a qualidade de vida das atuais e futuras gerações. Os resíduos dos serviços de saúde (RSS) vêm assumindo grande importância nos últimos anos, originando políticas públicas e legislações tendo como eixo de orientação a sustentabilidade do meio ambiente e a preservação da saúde. Grandes investimentos são feitos em sistemas e tecnologias de tratamento desses resíduos. No Brasil, órgãos como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) têm assumido o papel de orientar, definir regras e regular a conduta dos diferentes agentes no que se refere à geração e ao manejo dos resíduos de serviços de saúde com o objetivo de preservar a saúde e o meio ambiente, garantindo a sua sustentabilidade. Os esforços no sentido da gestão correta dos RSS remontam ao início da década de 1990, buscando o correto gerenciamento desses resíduos, bem como a responsabilização do gerador. Um marco desse esforço foi a publicação da Resolução Conama n. 005/93, que definiu a obrigatoriedade aos serviços de saúde de elaborarem o plano de gerenciamento de seus resíduos, o que foi reforçado, posteriormente, com as publicações da Resolução RDC n. 306/2004 e Resolução Conama n. 358/2005. Os geradores dos resíduos de serviços de saúde são todos os serviços relacionados com o atendimento à saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar e de trabalhos de campo; laboratórios analíticos de produtos para a saúde; necrotérios, funerárias e serviços onde se realizem atividades de embalsamamento, serviços de medicina legal, drogarias e farmácias, inclusive as de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área da saúde, centro de controle de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos, importadores, distribuidores e produtores de materiais e controles para diagnóstico in vitro, unidades móveis de atendimento à saúde; serviços de acupuntura, serviços de tatuagem, entre outros similares. É importante lembrar que os RSS correspondem a parte importante do total de resíduos sólidos urbanos pelo potencial de risco que representam à saúde e ao meio ambiente. Sua classificação evolui com a introdução de novos tipos de resíduos e o conhecimento de seu comportamento no ambiente, o que permite estabelecer uma gestão adequada e segura dos riscos identificados. São classificados em função de suas características e riscos que podem acarretar. De acordo com a Resolução RDC n. 306/2004 da Anvisa e a Resolução Conama n. 358/2005, os RSS são classificados em cinco grupos: 79 BIOSSEGURANÇA • Grupo A: engloba os componentes com possível presença de agentes biológicos que, por suas características de maior virulência ou concentração, podem apresentar risco de infecção. Exemplo: placas e lâminas de laboratório, carcaças, peças anatômicas (membros), tecidos, bolsas transfusionais contendo sangue, entre outras. • Grupo B: contém substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. Exemplo: medicamentos apreendidos, reagentes de laboratório, resíduos contendo metais pesados, entre outros. • Grupo C: quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de eliminação especificados nas normas da CNEN, a exemplo dos serviços de medicina nuclear e radioterapia etc. • Grupo D: não apresenta risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparado aos resíduos domiciliares. Exemplo: sobras de alimentos e do preparo de alimentos, resíduos das áreas administrativas etc. • Grupo E: materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como lâminas de barbear, agulhas, ampolas de vidro, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas, espátulas e outros similares. Para avaliar os riscos potenciais dos resíduos, considera-se que os estabelecimentos de saúde vêm passando por evolução no que diz respeito ao desenvolvimento da ciência médica, com o incremento de novas tecnologias incorporadas aos métodos de diagnósticos e tratamento. Como resultado, verifica-se a geração de novos materiais, substâncias e equipamentos, com componentes mais complexos, muitas vezes, mais perigosos para o homem que os manuseia bem como para o meio ambiente que os recebe. Os resíduos do serviço de saúde ocupam um lugar de destaque, pois merecem atenção especial em todas as suas fases de manejo (segregação, condicionamento, armazenamento, coleta, transporte, tratamento e disposição final) em decorrência dos graves riscos quepodem oferecer, por apresentarem componentes químicos, biológicos e radioativos. Entre os componentes químicos, destacam-se as substâncias ou preparados químicos: tóxicos, corrosivos, inflamáveis, reativos, genotóxicos, mutagênicos; produtos mantidos sob pressão – gases, quimioterápicos, pesticidas, solventes, ácido crômico; limpeza de vidros de laboratórios, mercúrio de termômetros, substâncias para revelação de radiografias, baterias usadas, óleos, lubrificantes usados etc. Entre os componentes biológicos, destacam-se os que contêm agentes patogênicos que podem causar doença, e entre os radioativos estão os utilizados em procedimentos de diagnóstico e terapia, com materiais emissores de radiação ionizante. 80 Unidade II Para a comunidade científica e entre os órgãos federais responsáveis pela definição das políticas públicas pelos resíduos de serviços saúde (Anvisa e Conama), esses resíduos representam um potencial de risco em duas situações: para a saúde ocupacional de quem manipula esse tipo de resíduo e para o meio ambiente, como consequência da destinação inadequada de qualquer tipo de resíduo, alterando as características do meio. O gerenciamento dos RSS constitui-se de procedimentos de gestão, planejados e implementados a partir de bases científicas e técnicas, normativas legais, com o objetivo de minimizar a produção de resíduos e proporcionar aos resíduos gerados um encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando a proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde, dos recursos naturais e do meio ambiente. O gerenciamento deve abranger todas as etapas de planejamento dos recursos físicos, dos recursos materiais e da capacitação dos recursos humanos envolvidos no manejo desses resíduos. O Plano de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) é o documento que aponta e descreve as ações relativas ao manejo de resíduos sólidos, correspondendo às etapas de segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final. Deve considerar as características e riscos dos resíduos, as ações de proteção à saúde e ao meio ambiente. Respeitando os princípios da biossegurança, deve empregar medidas técnicas, administrativas e normativas para prevenir acidentes. O PGRSS deve contemplar medidas de envolvimento coletivo. Devem fazer parte do plano ações para emergências e acidentes, ações de controle integrado de pragas e de controle químico, compreendendo medidas preventivas e corretivas assim como de prevenção de saúde ocupacional. Os recipientes de coleta interna e externa, assim como os locais de armazenamento onde são colocados os RSS, devem ser identificados em local de fácil visualização, de forma indelével, utilizando símbolos, cores e frases, além de outras exigências relacionadas à identificação de conteúdo e aos riscos específicos de cada grupo de resíduos. A simbologia adequada está apresentada a seguir: 81 BIOSSEGURANÇA Os resíduos do grupo A são identificados pelo símbolo de substância infectante, com rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos. Os resíduos do grupo B são identificados através do símbolo de risco associado e com discriminação de substância química e frases de risco. Os rejeitos do grupo C são representados pelo símbolo internacional de presença de radiação ionizante (trifólio de cor magenta) em rótulos de fundo amarelo e contornos pretos, acrescido da expressão material radioativo. Os resíduos do grupo D podem ser destinados à reciclagem ou à reutilização. Quando adotada a reciclagem, sua identificação deve ser feita nos recipientes e nos abrigos de guarda de recipientes, usando código de cores e suas correspondentes nomeações, baseadas na Resolução Conama n. 275/01, e símbolos de tipo de material reciclável. Para os demais resíduos do grupo D deve ser utilizada a cor cinza ou preta nos recipientes. Pode ser seguida de cor determinada pela Prefeitura. Caso não exista processo de segregação para reciclagem, não há exigência para a padronização de cor destes recipientes. Os produtos do grupo E são identificados pelo símbolo de substância infectante, com rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos, acrescido da inscrição de RESÍDUO PERFUROCORTANTE, indicando o risco que apresenta o resíduo. Figura 22 – Símbolos de identificação dos grupos de resíduos Adaptada de: Anvisa (2006, p. 43). 82 Unidade II 8 PROCEDIMENTOS GERAIS DE DESCONTAMINAÇÃO Descontaminação é o processo que envolve redução ou eliminação do risco biológico por meio da remoção de microrganismos patogênicos de objetos e superfícies contaminados, tornando-os seguros para serem manuseados. O processo pode ser químico, com uso de soluções germicidas, ou físico, por lavagem, autoclavação e incineração. Qualquer superfície ou material utilizado nas atividades conduzidas em laboratórios pode ser contaminado por microrganismos. Tendo em vista essa possibilidade, é preciso respeitar os requisitos essenciais de biossegurança e executar todas as atividades com o máximo de cuidado para controlar os riscos de contaminação. Para decidir o destino e o tratamento final dos resíduos segregados, é necessário conhecer e analisar vários fatores, como tipo de material, agente biológico, métodos de descontaminação, bem como protocolos disponíveis. São necessários cuidados especiais para perigos de outra natureza, como produtos químicos ou materiais perfurocortantes, para minimizar ou controlar esses riscos. O quadro seguinte apresenta os resíduos produzidos em laboratório e o destino recomendado. Quadro 1 – Materiais segregados e destino recomendado, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde Categorias de materiais e resíduos de laboratório Tratamento recomendado Material não contaminado Pode ser reutilizado, reciclado ou descartado como lixo municipal geral Objetos perfurocortantes contaminados (agulhas hipodérmicas, bisturis, facas e vidros quebrados) Devem ser coletados em recipientes à prova de perfurações, equipados com tampas e tratados como infecciosos Material contaminado para reutilização ou reciclagem Deve ser primeiro descontaminado e lavado; depois disso, pode ser tratado como material não contaminado (não infeccioso) Material contaminado para descarte Descontaminar no local ou armazenar com segurança antes do transporte para outro local para descontaminação e descarte Material contaminado para incineração Incinerar no local ou armazenar com segurança antes do transporte para outro local para incineração Resíduos líquidos (contaminados ou não) para descarte no sistema de esgoto sanitário Descontaminar antes do descarte no esgoto sanitário Fonte: Opas (2021, p. 36). Conforme apresentado anteriormente, existem requisitos essenciais que devem ser respeitados no manuseio de resíduos contaminados, sendo necessária a adoção de processos de identificação e de segregação, antes de proceder à descontaminação e ao descarte. Vale ressaltar que a descontaminação pode ocorrer no local de trabalho ou fora. Caso tenha de ser efetuada em outro local, os resíduos contaminados devem ser embalados com material apropriado para depois serem transferidos ao local onde ocorrerá a descontaminação. 83 BIOSSEGURANÇA A descontaminação de superfícies ou materiais deve ser conduzida utilizando-se métodos específicos, validados para os agentes biológicos em questão, além de serem compatíveis com os materiais e equipamentos para evitar corrosão ou qualquer outro dano. A eficácia e a eficiência do método devem ser comprovadas para ter certeza de que houve a descontaminação. Saiba mais Você pode saber mais sobre processos de desinfecção acessando os links seguintes: HC. Limpeza e desinfecção de superfícies fixas e bancadas em laboratório. Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2020. Disponível em: https://bit.ly/3nN1Aao. Acesso em: 12 jan. 2022. E sobre métodos de esterilização de produtos de laboratório:KASVI. Esterilização: quais os tipos e sua importância na saúde. 14 nov. 2019. Disponível em: https://bit.ly/3qQHyxy. Acesso em: 12 jan. 2022. 8.1 Graus de descontaminação A limpeza é o primeiro passo para o processamento de descontaminação. É um processo de remoção mecânica de sujidades físicas e químicas. Nessa remoção, ocorre também a redução de microrganismos como resultado da ação mecânica. A desinfecção é um processo mais severo cujo objetivo é destruir os microrganismos no estado vegetativo, sejam patogênicos ou não, por utilização de processo físico ou químico, com auxílio de desinfetantes. É importante ressaltar que partículas, incrustações, gorduras e qualquer outro tipo de sujidade funcionam como uma camada protetora dos microrganismos. Assim, antes de se executar uma desinfecção, é fundamental que se faça a limpeza prévia. No processo de esterilização, ocorre a destruição de todos os microrganismos, inclusive aqueles esporulados, utilizando-se de processo químico ou físico. 8.2 Processos físicos de desinfecção O principal processo físico de desinfecção é a elevação da temperatura. Em altas temperaturas, interrompe-se a divisão celular dos microrganismos e começa a acontecer a morte das células. Quanto 84 Unidade II maior for o tempo em temperatura alta, maior será a morte celular. Quanto mais alta a temperatura, mais rápido esse processo acontece. Esse é o chamado binômio tempo x temperatura. Quando se aumenta a temperatura, tanto a membrana celular quanto as proteínas são afetadas. Isso porque os ácidos graxos que compõem a parede celular aumentam sua permeabilidade, permitindo a entrada de substâncias indesejáveis no interior da célula. Além disso, o aumento da temperatura acelera as reações dentro das células, atingindo níveis inaceitáveis para o funcionamento celular, ou, ainda, desnaturando proteínas. Consideram-se altas as temperaturas acima de 60 °C. O tempo de exposição vai depender do tipo de microrganismo (forma vegetativa ou esporulada) e da quantidade de células a serem eliminadas. Cada microrganismo tem características próprias na determinação desses parâmetros. Lembrete O efeito dos processos de eliminação de microrganismos é proporcional à quantidade inicial de microrganismos e do tratamento térmico utilizado. Após a exposição à alta temperatura, um recurso muito utilizado é a redução da temperatura, para que os microrganismos sobreviventes não voltem a se multiplicar em processo conhecido como choque térmico. O processo mais conhecido de desinfecção por meios físicos é a pasteurização do leite. Até 1952, o leite era vendido de porta em porta, vindo diretamente da fazenda produtora. Porém, nessa mesma época, ocorria no Brasil um surto de tuberculose. A bactéria responsável por esse surto era a Mycobacterium bovis, a da tuberculose bovina. Ao perceber essa relação, foi instituída a obrigação da pasteurização do leite, proibindo o comércio in natura (Decretos n. 39.093/1956 e 66.183/1970). Os parâmetros de pasteurização são fixados por lei (BRASIL, 1952) nos seguintes valores: • Pasteurização lenta: 62 °C durante 30 minutos. • Pasteurização rápida: 72 °C durante 15 segundos. Esses valores são calculados para a eliminação da M. bovis. Além disso, a pasteurização não é um processo para recuperar um leite de má qualidade, mas um tratamento para prolongar a conservação do leite, sem alterar suas propriedades organolépticas, físicas e nutritivas. Por esse motivo, o binômio tempo x temperatura é muito bem estabelecido. 85 BIOSSEGURANÇA 8.3 Processos químicos de desinfecção Nem todos os materiais suportam temperaturas elevadas. Para esses casos, é necessário lançar mão de produtos químicos para fazer a desinfecção, tomando muito cuidado na avaliação da compatibilidade química com os utensílios. A desinfecção química acontece porque algumas substâncias têm a capacidade de danificar a parede celular. A desinfecção por produtos químicos pode ser dividida em três níveis, dependendo da resistência do microrganismo a ser combatido: Desinfecção de nível baixo Ocorre quando há eliminação de bactérias, alguns fungos e vírus, exceto micobactérias e esporos. Um dos produtos mais utilizados nesse processo é o quaternário de amônia, utilizado na limpeza de superfícies, paredes e mobiliários. Como vantagem, é pouco tóxico para humanos, embora possa causar irritações na pele. Antes de utilizar qualquer produto, é preciso verificar as orientações do fabricante. Desinfecção de nível médio Ocorre quando há a eliminação das micobactérias como o bacilo da tuberculose, bactérias na forma vegetativa, vírus, fungos, com exceção de esporos. São utilizados para esse fim o álcool etílico a 70%, compostos fenólicos entre 2 e 5% e hipoclorito de sódio a 1%. Os compostos fenólicos com concentração de 2 a 5% precisam de um período de exposição de 20 a 30 minutos. O consumo desses produtos é relativamente baixo, pois são pouco afetados por matéria orgânica, embora apresentem a desvantagem de se impregnar em materiais porosos, não sendo indicado para artigos que entrem em contato com o trato respiratório (borracha, látex). São contraindicados para uso em berços e incubadoras. O hipoclorito a 1%, além de outros compostos clorados, tem ação rápida e baixo custo, mas é corrosivo para metais, inclusive o aço inox. É irritante das vias respiratórias e inativado por matéria orgânica. O álcool etílico a 70% também é de ação rápida e de baixo custo, mas ataca plásticos, borrachas e verniz, além de ser inflamável. Curiosamente, o aumento da concentração do álcool reduz a eficiência do produto, pois ele evapora antes de degradar a parede celular dos microrganismos. Desinfecção de nível alto Elimina micobactérias e esporos, além dos microrganismos citados anteriormente. Os produtos mais usados são o glutaraldeído a 2% e o ácido peracético. 86 Unidade II O glutaraldeído precisa de tempo de exposição de 20 a 30 minutos. Não produz corrosão de instrumentais e não altera componentes de borracha ou plástico, mas se impregna em matéria orgânica e pode ser retido por materiais porosos, além de ser irritante de vias aéreas, ocular e cutânea. O ácido peracético a 0,2% precisa de tempo de exposição de 5 a 10 minutos, é pouco tóxico, mas bastante irritante das vias aéreas. É corrosivo para metais (aço, bronze, latão, ferro galvanizado). Observação Não faz sentido enxaguar o utensílio após a desinfecção química, pois a água de enxague também possui uma carga microbiana própria. Além disso, o resíduo do produto ajuda a garantir a qualidade da operação. Por isso, é muito importante especificar corretamente o processo e o produto a serem utilizados. 8.4 Esterilização O processo de esterilização é geralmente utilizado como um complemento mais eficaz para a eliminação de todas as formas de vida presentes nos materiais de laboratório, finalizando a limpeza de maneira eficaz. Quando realizada corretamente, a esterilização elimina todas as bactérias, fungos, vírus e esporos. Considera-se um artigo estéril quando a probabilidade de sobrevivência dos microrganismos contaminantes é menor do que 1:1.000.000. Existem vários métodos de esterilização. A escolha do método mais eficiente dependerá do tipo de produto usado. São utilizados agentes químicos, físicos e físico-químicos conforme o tipo de material laboratorial e sua resistência ao vapor ou calor. A esterilização física é feita utilizando-se autoclaves, radiação ultravioleta, flambagem, estufas, raios gama e pasteurizadores. Já a esterilização química é obtida com aldeídos como glutaraldeído e formaldeído ou com utilização de ácido peracético. O uso da autoclave é o método mais usado nas instituições de saúde e pesquisa, assegurando a completa destruição de microrganismos. Esse processo geralmente envolve aquecimento da água em uma câmara sob pressão gerando vapor sob uma pressão de 15 psi, o que ocorre em temperatura de cerca de 121 °C, por tempo mínimo de 15 minutos.O tempo é medido após a temperatura do material envolvido atingir 121 °C. O fator crítico nessa fase é a garantia que não fique ar preso no interior da autoclave, o que pode impedir que a temperatura no interior do aparelho atinja os 121 °C. O resultado de um processo de eliminação de microrganismos é proporcional à quantidade inicial de microrganismos; é muito importante fazer uma limpeza e uma desinfecção antes da esterilização. 87 BIOSSEGURANÇA Observação Na esterilização, ocorre a destruição de todos os microrganismos, inclusive os esporulados, por utilização de processo químico ou físico. Processos físicos de esterilização O processo de esterilização mais conhecido no processamento de alimentos é a produção do leite longa vida ou UHT (ultra-high-temperature). O leite é inicialmente homogeneizado e submetido a uma temperatura de 130 a 150 °C, entre 2 e 4 segundos, e imediatamente resfriado a uma temperatura inferior a 32 °C. Outro processo de esterilização bastante difundido é aquele que ocorre por meio de radiações. As mais usadas são a radiação gama, as micro-ondas e a radiação ultravioleta. A radiação gama, emitida pelo cobalto-60 ou pelo césio-137, é utilizada em materiais sensíveis ao calor, mas sua eficiência é condicionada à densidade do material, que vai determinar o grau de penetração da radiação. Afeta diretamente alguns processos fisiológicos, eliminando microrganismos e inativando enzimas. As micro-ondas são ondas eletromagnéticas com frequência em torno de 2,5 GHz. Elas afetam diretamente a água, elevando sua temperatura. A radiação ultravioleta, além de afetar diretamente os processos fisiológicos, forma como resíduo o ozônio, uma substância que ataca a parede celular dos microrganismos, porém sua penetrabilidade é menor que a da radiação gama. Processos químicos de esterilização Existem duas formas de esterilização com produtos químicos: com produtos líquidos e com produtos gasosos. A esterilização com produtos líquidos é feita por meio da imersão do utensílio num banho contendo o produto. Os esterilizantes mais utilizados nesse processo são o glutaraldeído a 2%, o ácido peracético a 0,2% e o peróxido de hidrogênio a 6%. São produtos semelhantes aos da desinfecção, mas o tempo de exposição é maior. Essa imersão deve ser feita com muito cuidado para que não fiquem bolhas de ar adsorvidas nas superfícies dos utensílios, tendo em vista que essas bolhas não permitem o contato entre a superfície a ser esterilizada e o produto esterilizante. Por essa razão, não é recomendável a esterilização por produtos líquidos. Esse problema não ocorre com o uso de produtos químicos gasosos. 88 Unidade II O produto gasoso de esterilização mais comum, muito usado em hospitais, é o óxido de etileno (EtO). Apesar de ser inflamável e carcinogênico, quando misturado com dióxido de carbono (8,5% de EtO e 91,5% de CO2), torna-se seguro para trabalhar. O óxido de etileno é um gás incolor e muito reativo. A esterilização ocorre por alquilação, quando o EtO substitui um átomo de hidrogênio por um grupo alquilo, inibindo a produção de proteínas específicas. Dessa forma, o EtO penetra nas células microbianas e reage principalmente com os materiais nucleares, provocando danos ao DNA, resultando na incapacidade da célula para metabolizar e se reproduzir normalmente, levando à morte do microrganismo. Por ser um processo de baixa temperatura (tipicamente entre 37 e 63 °C), é usado principalmente para produtos que não suportam o calor e/ou vapor da esterilização por outras técnicas, como a autoclave. Monitoramento do processo de esterilização O grande problema dos riscos biológicos é que não vemos os microrganismos. Por isso, é necessário que se façam testes para verificar se a esterilização foi eficiente, de fato. O teste mais seguro para garantir que o produto foi esterilizado é promover a cultura dos microrganismos, o que leva dias para apresentar algum resultado. Em um hospital onde se fazem milhares de esterilizações por mês, isso seria inviável. Para resolver essa questão, fazem-se avaliações práticas periódicas dos procedimentos e dos equipamentos, colocando-se indicadores químicos ou biológicos da eficiência da esterilização. Essas verificações são feitas nas seguintes situações: • na instalação e após a manutenção de equipamentos envolvidos no processo; • após qualquer modificação proposta no processo de esterilização; • periodicamente, para se estabelecer um histórico de confiabilidade do processo. Para exemplificar, veja a situação apresentada. Um laboratório comprou uma autoclave nova. Apesar de nova, não dá para garantir que o equipamento é eficiente, pois, se a distribuição de temperaturas no interior dele não for uniforme, alguma região do equipamento pode não ser esterilizada. Algo semelhante acontece no forno de um fogão doméstico que não apresenta a mesma temperatura em todos os locais. Como consequência, a característica do produto assado não é homogênea. No primeiro teste do equipamento, posiciona-se o indicador na pior posição possível e inicia-se o procedimento. Se ocorrer a esterilização, o equipamento está liberado para produção. Esse teste deverá ser repetido, por exemplo, a cada 12 horas. 89 BIOSSEGURANÇA Se, após alguns dias, o equipamento continuar eficiente, o tempo entre os testes pode ser estendido, já que o equipamento tem se mostrado confiável. Para testes rápidos, podem ser utilizados: • Tiras indicadoras: são tiras impregnadas com tinta termoquímica que muda de coloração quando exposta à temperatura. São colocadas sobre todos os produtos a serem esterilizados. • Teste Bowie e Dick: teste semelhante às tiras indicadoras que avalia a remoção de ar, penetração do vapor, tempo e temperatura. Normalmente, é usado na primeira operação do dia. • Indicadores biológicos: culturas padronizadas de microrganismos comprovadamente resistentes a processos térmicos menos severos. Caso essa cultura sobreviva à esterilização, existe falha no processo. 8.5 Classificação dos artigos médico-hospitalares Dependendo da aplicação do utensílio, será exigido um nível de descontaminação. Na área da saúde, cada instrumento ou utensílio utilizado é um transmissor de infecções em potencial. Os artigos médico-hospitalares são classificados de acordo com a possibilidade de contaminação. Os artigos não críticos são aqueles que não entram em contato com pacientes ou que interagem apenas com a pele íntegra. Apesar de apresentarem baixo risco de transmissão de infecções, podem servir de disseminação de microrganismos entre os pacientes, a exemplo de comadres, jarros, bacias, aparelhos de pressão e termômetros. Os artigos semicríticos são os que entram em contato com a membrana mucosa que reveste os órgãos internos, como tubo digestivo, intestino ou pulmões, ou com a pele não íntegra. A pele íntegra é impermeável a microrganismos, o mesmo não ocorrendo com a rompida. Nessa categoria, estão os endoscópios, equipamentos de terapia respiratória etc. Os artigos críticos são aqueles que penetram em tecidos ou têm contato com o sangue ou secreções, constituindo alto risco de infecção. Como exemplo desses materiais, estão as agulhas hipodérmicas, instrumentos cirúrgicos, cateteres etc. De acordo com a classificação do artigo médico-hospitalar, o processo de descontaminação deve ser especificado da seguinte forma: • Artigos não críticos: devem receber apenas a limpeza. • Artigos semicríticos: devem receber a limpeza e, posteriormente, a desinfecção. • Artigos críticos: devem receber a limpeza, a desinfecção e, posteriormente, a esterilização. 90 Unidade II Observação Existem diversos catálogos sobre instrumentação cirúrgica disponíveis na internet. Por meio deles, você pode se familiarizar com os nomes específicos de diversos artigos médico-hospitalares. 8.6 Recolhimento e desativação de resíduos do laboratório Resíduos infectantes Os resíduos infectantes podem ser classificados conforme apresentado:Acesso em: 18 jan. 2022. BRASIL. Resolução Conama n. 5, de 5 agosto de 1993. Dispõe sobre o gerenciamento de resíduos sólidos gerados nos portos, aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários. Brasília, 1993. Disponível em: https://bityli.com/ZLBaK. Acesso em: 18 jan. 2022. BRASIL. Resolução Conama n. 6, de 19 de setembro de 1991. Dispõe sobre o tratamento de resíduos sólidos provenientes de estabelecimentos de saúde, portos e aeroportos. Brasília, 1991. Disponível em: https://bityli.com/UawLM. Acesso em: 18 jan. 2022. BRASIL. Resolução Conama n. 237, de 19 de dezembro de 1997. Dispõe sobre a revisão e complementação dos procedimentos e critérios utilizados para o licenciamento ambiental. Brasília, 1997. Disponível em: https://bityli.com/OVoYV. Acesso em: 18 jan. 2022. BRASIL. Resolução Conama n. 275, de 25 de abril de 2001. Estabelece o código de cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação de coletores e transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva. Brasília, 2001b. Disponível em: https://tinyurl.com/2p8dm7jr. Acesso em: 18 jan. 2022. 115 BRASIL. Resolução Conama n. 358, de 29 de abril de 2005. Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências. Brasília, 2005b. Disponível em: https://tinyurl.com/5hdfwfyf. Acesso em: 12 jan. 2022. BINSFELD, P. C. Biossegurança em biotecnologia. Rio de Janeiro: Interciência, 2004. CARDOSO, E. M. Aplicações da energia nuclear. Rio de Janeiro: CNEN, [s.d.]. Disponível em: https:// tinyurl.com/47wdnusj. Acesso em: 17 jan. 2022. CARVALHO, A. M. O. Gestão da qualidade nos serviços assistenciais públicos. Revista Inova Ação, Teresina, v. 1, n. 1, art. 6, p. 52-70, jan./jun. 2012. CEMIB. Cemib – institucional. Unicamp, [s.d.]. Disponível em: https://tinyurl.com/2p8hrvc3. Acesso em: 18 jan. 2022. CNEN. Norma NE 6.06. Resolução CNEN 014/89. Seleção e escolha de locais para depósitos de rejeitos radioativos. Brasília, 1990. CNEN. Norma NN 6.02. 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