Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

AGROSTOLOGIA 
AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. José Victor Pronievicz Barreto 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Foram apresentados, em conteúdos anteriores, diversos conceitos 
acerca de tipos de forragens, bem como suas características morfofisiológicas, 
padrões de crescimento com enfoque para pastejo e métodos matemáticos 
para determinação de taxa de lotação, capacidade e suporte e número de 
piquetes, todos necessários para evitar a degradação irreversível das áreas de 
cultivos. Estudamos, também, as etapas adotadas durante o preparo do solo, 
como gradagem, aração etc. 
Agora, separadamente, abordaremos a correção dos níveis de acidez do 
solo, denominado calagem, e a melhoria de fertilidade pelo uso de adubação, 
para que se obtenham os conhecimentos fundamentais para o preparo de 
questões específicas da forrageira, quer seja em formação ou recuperação. 
Inclusive, dependendo do manejo do solo e da adubação utilizados, pode-se 
atingir níveis tóxicos e até letais para as forrageiras. 
Figura 1 – Fertilizantes agrícolas em diferentes apresentações e composições 
 
Créditos: OoddySmile Studio/Shutterstock. 
TEMA 1 – CALAGEM 
 Entre os fatores que contribuem para o aumento da acidez do solo, 
podemos citar o próprio cultivo carreando a absorção de cátions pelas raízes 
das plantas, deixando em seus lugares quantidades equivalentes de íons 
hidrogênio. Também podemos ressaltar que a própria atividade biológica 
produz ácidos e, adicionalmente, a aplicação de fertilizantes amoniacais e ureia 
resultam na acidificação pelo acúmulo de ácido nítrico (HNO3) ou ácido 
sulfúrico (H2SO4) no solo (Quaggio, 2000). 
 
 
3 
 A acidez do solo, ou seja, o pH do solo, altera a disponibilidade de 
nutrientes, pois conforme a concentração de íons hidrogênio na solução do 
solo gera pH excessivamente ácido, existe redução na disponibilidade de 
nutrientes como cálcio, magnésio, potássio, molibdênio e fósforo. O pH 
excessivamente ácido aumenta a solubilização de íons cobre, ferro, manganês, 
alumínio e zinco. Logo, há condições adequadas de solo que são essenciais 
para o devido estabelecimento das forrageiras que gerem ótima produtividade 
vegetal e animal (Quaggio, 2000). 
Figura 2 – Múltiplas possibilidades de adubações, entre as principais tem-se 
nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K), assim como outros nutrientes, como 
ferro (Fe), cálcio (Ca), boro (B), magnésio (Mg), zinco (Zn), cloro (Cl), 
manganês (Mn), enxofre (S), molibdênio (Mo) e cobre (Cu) 
 
Créditos: kram-9/Shutterstock. 
 Diante disso, nota-se que a correção da acidez dos solos por meio da 
calagem é fundamental para o uso eficiente dos fertilizantes pelas plantas, 
fatidicamente para aquelas culturas mais sensíveis às condições de solos 
ácidos (Quaggio, 2000). 
 A calagem tem como objetivo elevar o pH do solo até um valor ótimo, 
que seria um pH médio entre 5,5 e 6,5, permitindo neutralizar ou reduzir os 
efeitos tóxicos do alumínio e/ou do manganês presentes no solo, visando 
 
 
4 
garantir um ambiente melhor para o desenvolvimento radicular que absorve os 
nutrientes essenciais. Podemos inclusive, partindo da premissa de que um pH 
médio entre 5,5 e 6,5 é ideal, ressaltar que o pH de referência para a alfafa é 
de 6,5; para leguminosas de estações frias e quentes e consorciações de 
estação fria e quente é de 6,0; e para gramíneas de estação fria e quente é de 
5,5. Logo, quando o pH é menor que os referidos, recomenda-se a correção 
por meio da calagem (Raij, 1991). 
 Conceituamos então a calagem como sendo o processo de incorporar 
cálcio e magnésio para neutralizar a acidez do solo, visando à obtenção de um 
pH a nível ótimo para o desenvolvimento pleno das forrageiras. Tal prática 
também reduz o teor de alumínio e de manganês no solo (Raij, 1991). 
 A calagem gera diversos efeitos benéficos no solo, entre os quais 
podemos destacar os efeitos químicos que neutralizam a acidez do solo, como 
o aumento nos teores de cálcio e magnésio, a elevação do pH e o aumento da 
disponibilidade do fósforo, bem como os efeitos físicos que tornam o solo mais 
arejado, poroso e menos compactado, favorecendo o desenvolvimento das 
plantas. Por fim, temos os efeitos biológicos, que aumentam a atividade 
microbiana benéfica, dando condições favoráveis aos ecossistemas (Raij, 
1991). 
 Vários fatores são levados em consideração na recomendação da 
calagem, como o sistema de produção, a cultura, a necessidade de cálcio e 
magnésio como nutrientes e o retorno econômico. Existem diversos métodos 
possíveis para calagem, a depender da quantidade requerida de corretivo pela 
capacidade tampão do solo e da resistência à mudança de pH (Ernani; 
Almeida, 1986; Kaminski; Bohnen, 1976). 
 Entre os métodos de calagem, ou seja, quanto à quantidade de calcário 
a ser aplicada, podem ser utilizados o método do SMP, em que se utiliza 1 
SMP para pH 6,0 para as leguminosas, 1 SMP para pH 5,5 para gramíneas e, 
especificamente para a alfafa, 1 SMP para pH 5,5; o método de saturação por 
bases (%), o método do alumínio trocável ou o método do alumínio trocável 
mais suprimento de cálcio e magnésio (Ernani; Almeida, 1986; Kaminski; 
Bohnen, 1976). 
 Quanto aos materiais passíveis na utilização para correção da acidez 
dos solos, tem-se materiais que contêm como constituinte neutralizante ou 
princípio ativo os óxidos, os hidróxidos, os carbonatos e os silicatos de cálcio 
 
 
5 
e/ou de magnésio, como calcário, cal virgem agrícola, cal hidratada agrícola, 
escórias e calcário calcinado agrícola (Kaminski; Bohnen, 1976). 
 
A calagem, em geral, deve ser feita de dois a três meses antes do 
plantio, não fracionada, no início da época das chuvas, pois o calcário não gera 
uma reação imediata, devido a não ser muito solúvel, logo, por isso a calagem 
deve ser feita com antecipação para que possa reagir e proporcionar os 
devidos efeitos (Ernani; Almeida, 1986). 
 De qualquer forma, a calagem deve ser uniforme em todo o terreno, 
sempre incorporada em profundidade mínima de 20 cm. Após a primeira 
calagem, o efeito do calcário no solo é duradouro, em média mais cinco anos, 
porém, análises do solo anualmente e subsequente à primeira calagem podem 
sugerir correções menores necessárias (Ernani; Almeida, 1986). 
Figura 3 – Trator aplicando calagem em área de cultivo 
 
Créditos: BRASTOCK/Shutterstock. 
TEMA 2 – FOSFATAGEM 
 A fertilização fosfatada é muito importante, pois desequilíbrios de fosfato 
(P) prejudicam o desenvolvimento das forrageiras e os solos normalmente são 
pobres nesse nutriente. De modo geral, a dose da fosfatagem depende da 
análise de solo, e as espécies forrageiras, tanto gramíneas quanto 
leguminosas, podem ser classificadas em baixa exigência, média exigência e 
 
 
6 
elevada exigência. Ressalta-se que o P é o nutriente mais limitante para o bom 
desenvolvimento de leguminosas (Ernani; Almeida, 1986). Além disso, vamos 
relembrar que no momento da implantação de pastagem, a adubação com 
fósforo e a calagem não devem ocorrer ao mesmo tempo. 
 Entre as funções essenciais do P nas plantas em geral, podemos citar 
(Raven; Evert; Eichhorn, 2014): 
• Acelerar a formação de raízes; 
• Aumentar a frutificação; 
• Acelerar a maturação dos frutos; 
• Aumentar o teor de carboidratos, óleos, gorduras e proteínas; 
• Auxiliar na fixação simbiótica do nitrogênio; 
• Otimizar os processos fotossintéticos. 
Figura 4 – Fábrica de processamento de mina de fosfato para uso agrícola 
 
Créditos: Chatrawee Wiratgasem/Shutterstock. 
 O fósforo é essencial na formação do ATP (adenosina trifosfato), a 
principal fonte de energia da planta, podendo ser armazenada. Essa energia 
auxilia na divisão celular, na expansão celular e demais processos energéticos 
formadores das forrageiras (Raven; Evert; Eichhorn, 2014). 
 
 
7 
 A deficiência de P no solo pode resultar em uma forrageira com maior 
concentraçãode folhas em senescência, na presença de manchas pardas nas 
folhas, na dormência nas gemas laterais e inclusive no florescimento mais 
tardio, prejudicando imensamente o desempenho da planta forrageira (Vilela et 
al., 1998). O pentóxido de fósforo (P2O5) é a fonte de P mais utilizada no meio 
agronômico, amplamente utilizado comercialmente. 
Entre os fertilizantes contendo P2O5, existem os fosfatos solúveis em 
água (Superfosfato simples; Superfosfato triplo; Fosfato diamônico; Fosfato 
monoamônico) e os insolúveis em água (Fosfato natural; Fosfato natural 
reativo; Termosfosfato). Por isso, a interpretação dos teores de P em 
fertilizantes fosfatados varia com a sua solubilidade em água (Alcarde, 2007). 
 Este mérito de solubilidade diz respeito à pronta disponibilidade para 
plantas devido à maior parte do P solúvel em água. Mas nessas formulações 
de P solúveis em água há também uma fração relativamente pequena de P 
insolúvel em água, mas solúvel em citrato de amônio, logo, considerado 
disponível, embora não imediatamente. Existe ainda um fenômeno denominado 
efeito residual dos fertilizantes fosfatos, que consiste na transformação de 
formas insolúveis em solúveis com o passar do tempo (Vilela et al., 1998). 
Figura 5 – Fertilização fosfatada a lanço em área de cultivo 
 
Créditos: MIA Studio/Shutterstock. 
 
 
8 
 A recomendação de adubação fosfatada depende de análises 
laboratoriais e químicas para predizer as quantidades de P a serem aplicadas, 
com base nos teores de P e de argila do solo analisado quimicamente, mas 
também deve levar em consideração a exigência da forragem por esse 
nutriente e a expectativa de produtividade dessas para a produção animal. 
Logo, conclui-se que a adubação fosfatada deve considerar a concentração de 
argila e também a disponibilidade de fósforo no solo (Vilela et al., 1998). 
 
A adubação fosfatada é recomendada para o plantio, pois o fósforo é o 
nutriente mais importante durante a germinação e o estabelecimento da 
forrageira. Por isso, considerando que o P possui baixa mobilidade no solo por 
movimentar-se principalmente por difusão, os fertilizantes fosfatados devem ser 
aplicados na linha de semeadura, próximo ao local de estabelecimento das 
raízes. Dessa forma, a fosfatagem a lanço superficialmente não apresenta 
grandes vantagens no plantio, mas pode ser utilizada se os teores desse 
nutriente no solo estiverem acima do limite crítico (Vilela et al., 1998). Assim, a 
aplicação de P a lanço em superfície, visando vantagens operacionais no 
plantio, somente é justificada em situações de teores de P no solo acima do 
nível crítico e quando a probabilidade de resposta à adubação for baixa (Vilela 
et al., 1998). 
 Para as culturas perenes, recomenda-se aproveitar a fase de 
implantação da cultura para realizar a fosfatagem em profundidade no solo, nas 
covas ou sulcos de plantio, lembrando o conceito apresentado acima de que o 
P possui baixa mobilidade no solo e deve ser aplicado na linha de semeadura. 
Curiosamente, a adubação fosfatada é também importante para o 
desenvolvimento do P. maximum e para aumentar a resposta à adubação 
nitrogenada dessa forrageira (Vilela et al., 1998). 
 Deve-se dar atenção especial na fosfatagem em relação à granulometria 
dos fertilizantes, fator de alta influência na efetividade da fosfatagem. Por isso, 
indica-se mais a aplicação de P solúveis de partículas granulométricas 
maiores, recomendando-se menos a forma em pó. Se o profissional optar por 
utilizar os fosfatos de rochas, que são de baixa solubilidade, a aplicação deve 
ser realizada 60 dias anteriormente à calagem (Raij, 1991). 
 Note que se recomenda a fosfatagem diretamente no sulco de plantio, 
incorporado à terra, em granulometria alta. Porém, muitas vezes não há a 
 
 
9 
possibilidade de revirar a terra e, assim, passa-se a recomendar o uso de 
fosfatagem de menor solubilidade para que o P seja liberado constantemente 
com o passar dos dias. Como exemplo desse P de baixa solubilidade e 
granulometria, tem-se os fosfatos naturais reativos. Uma outra questão 
importante na fosfatagem em relação à disponibilidade e à granulometria da 
fonte consiste na atenção especial de forrageiras de ciclo curto, pois ao 
preparo inicial do solo, se a possibilidade for o uso de uma fonte de P de baixa 
solubilidade, deve-se atentar ao fornecimento de uma quantidade de P 
imediatamente disponível que supra a demanda inicial da forrageira, ou então 
aplicar fertilizante com P prontamente disponível em combinação com 
fertilizantes de solubilidade gradual (Vilela et al., 1998). 
Figura 6 – Aplicação de fertilizando diretamente no sulco de plantio 
 
Créditos: Ostariyanov/Shutterstock. 
 Conclui-se que, na formação da pastagem, deve-se atentar para a 
melhor utilização possível do P para a forrageira, de forma que o fósforo deve 
ser aplicado nos arredores das sementes ou mudas, sendo altamente 
biodisponível (Vilela et al., 1998). 
TEMA 3 – POTASSAGEM 
 O potássio (K) é um dos macronutrientes exigido em maior quantidade 
pelas culturas, sendo essencial na produção de carboidratos e na relação 
 
 
10 
água-planta. Entre as funções do K, tem-se a ativação ou a inibição enzimática, 
a síntese de proteínas, o transporte de carboidratos, a abertura de estômatos, 
a extensão celular, a osmorregulação e a fotossíntese. Além das funções 
citadas, podemos destacar (Vilela et al., 1998): 
• Aumentando da tolerância à seca; 
• Aumento da tolerância às doenças e ao frio; 
• Auxílio no transporte de açúcares; 
• Estímulo ao perfilhamento; 
• Fixação de nitrogênio; 
• Fotossíntese e na respiração das plantas; 
• Melhora a formação do sistema radicular; 
• Regulação da utilização da água; 
• Via de controle da abertura e do fechamento estomático. 
 É importante saber a diferença básica entre as adubações. Conforme 
conversamos anteriormente, no plantio, é colocado o adubo fosfatado, pois 
esse é responsável pelo crescimento das raízes, por outro lado, para o adubo 
potássico e nitrogênio (próxima seção), a recomendação é aplicar em 
cobertura, anterior ao pastejo, quando a forrageira já apresenta potencial de 
crescimento (Vilela et al., 1998). 
 Em relação à adubação potássica, também denominada potassagem, é 
recomendado que seja aplicada pelo método de faixa de suficiência de 
nutrientes no solo, levando em conta o teor do nutriente no solo analisado 
laboratorialmente, assim como a espécie da forrageira, as exigências férteis e a 
finalidade de produção particular. Exceto pela alfafa e pelas capineiras em 
sistemas intensivos, recomenda-se genericamente a aplicação entre 0,8 e 3,0 
mmolc/dm³. Também é recomendada a aplicação de 30 kg a 40 kg de K²O no 
momento de implantar a forrageira e entre 20 kg e 50 kg de K²O na 
manutenção (Vilela et al., 1998). 
 De maneira geral, em implementação de forrageiras, a utilização de 
adubação em solos acidificados torna os nutrientes indisponíveis, prejudicando 
o desenvolvimento das forrageiras e a produção animal a pasto. Diante disso, o 
primeiro passo é realizar práticas corretivas como a calagem. Posteriormente, 
deve-se fertilizar com fósforo (P) no momento do plantio e, então, com 
nitrogênio (N) e potássio (K) na manutenção da pastagem (Vilela et al., 1998). 
 
 
11 
 Falamos no início desta seção sobre os efeitos positivos da presença em 
níveis satisfatórios de K, contudo, quando esse nutriente é deficiente no solo, 
pode ocorrer clorose em gramíneas e, logo após, necrose das margens e 
pontas das folhas, redução do crescimento vertical, ocorrência de colmos finos 
e menos resistência ao tombamento. Para as leguminosas, o sistema de 
nódulos é prejudicado, diminuindo a capacidade de fixação de nitrogênio, fator 
tão importante para as leguminosas. O potássio atua ativamente na 
fotossíntese e na regulação da pressão osmótica, do pH e na síntese de 
proteínas das forrageiras (Vilela et al., 1998).A aplicação de K via água de irrigação (fertirrigação) é uma prática 
comum entre os agricultores e não apresenta problemas em virtude da alta 
solubilidade da maioria dos sais desse nutriente. 
Veja, na imagem a seguir, um exemplo dessa prática. O cloreto de 
potássio é a fonte mais utilizada por ser normalmente a fonte mais barata por 
unidade de K2O e por apresentar maior solubilidade (Vilela et al., 1998). 
Figura 7 – Trator espalhando fertilizante de potássio no campo via irrigação 
 
Créditos: Tricky_Shark/Shutterstock. 
 A recomendação para fertilização com potássio normalmente é por 
aplicação em sulcos de plantio, mas também pode ser feita a lanço antes do 
plantio. Contudo, em solos mais pobres, a aplicação no sulco é mais vantajosa, 
 
 
12 
pois otimiza o uso e reduz a quantidade necessária do elemento para torná-lo 
próximo ao sistema radicular. Por outro lado, em solos com teores altos de K, a 
influência do modo de aplicação é mínima. Se aplicado para culturas anuais, 
recomenda-se não exceder 60 kg/ha de K2O no sulco de plantio, e o restante 
deve ser aplicado em cobertura no início da fase de maior desenvolvimento das 
forrageiras. De qualquer forma, quando necessário aplicar doses do nutriente 
acima de 100 kg/ha de K2O, a aplicação deve ser parcelada e 
preferencialmente realizada a lanço (Vilela et al., 1998). 
TEMA 4 – ADUBAÇÃO NITROGENADA 
 O nitrogênio (N) é um macronutriente intrínseco da produção satisfatória 
das forragens. A manutenção de níveis adequados de nitrogênio é de grande 
importância para que haja a formação de diversos compostos orgânicos da 
planta forrageira, como aminoácidos, aminoaçúcares, entre outros compostos. 
Esse macronutriente está envolvido em diversos processos metabólicos, 
como a síntese de hormônios e a fotossíntese, já que compõe a clorofila, além 
da ação direta no desenvolvimento e na formação de perfilhos, de folhas, de 
colmos e também de sementes. Diante disso, se o manejo do ecossistema da 
pastagem não for efetivo, pode ocorrer a diminuição da matéria orgânica do 
solo com a redução nos níveis de nitrogênio, logo, deficiências de nitrogênio 
podem levar à redução significativa da eficiência na utilização de forragem, 
gerando reflexos inclusive na produção animal (Alcarde, 2007). 
 A TAF, Taxa de Aparecimento Foliar, conforme estudamos 
anteriormente, corresponde à relação entre o número de folhas surgidas por 
perfilho e o número de dias de avaliação, variável influenciada grandemente 
pela temperatura ambiente e pelo aporte de nitrogênio do ecossistema, ou seja, 
o nitrogênio atua diretamente no perfilhamento. Por outro lado, a deficiência de 
nitrogênio causará presença de folhas amareladas, retardamento do 
crescimento e diminuição das folhas. O excesso também causa problemas às 
plantas quando há desequilíbrio nutricional com outros elementos, predispondo 
a planta ao ataque de pragas e doenças e contribuindo para um retardamento 
na maturação das culturas e, por consequência, para um crescimento 
igualmente retardado (Alcarde, 2007). 
 O N tem como ação a composição de proteínas e como função 
primordial o crescimento das plantas forrageiras, mas também é atuante na 
 
 
13 
formação do sistema radicular e, por isso, indiretamente favorece a absorção 
de nutrientes (Ceretta et al., 2007). 
 O valor nutricional das plantas forrageiras é correlacionado aos níveis de 
N fornecidos à planta. Dessa forma, a nível de adubação, podemos trabalhar 
da seguinte forma: assim que se estabelecer uma pastagem, ela deve receber 
sua primeira adubação nitrogenada por volta dos 30 e 40 dias após emergir os 
perfilhos (forrageira cobrindo cerca de 60% a 70% da área), para que haja um 
melhor aproveitamento do fertilizante (Alcarde, 2007). 
Figura 8 – Adubação nitrogenada em área de cultivo recém-semeada, 
apresentando apenas perfilhos por mecanização 
 
Créditos: Oticki/Shutterstock. 
 O N é um elemento móvel no solo e pode ser perdido facilmente por 
mecanismos naturais como a lixiviação (infiltração para camadas profundas do 
solo), erosão (arraste pelo escoamento superficial das águas), volatilização e 
desnitrificação (perdas gasosas) (Ceretta et al., 2007). 
 Entre os fertilizantes nitrogenados comercialmente presentes no Brasil, 
tem-se a ureia, o sulfato de amônio, o nitrocálcio, o fosfato diamônico e o 
fosfato monoamônico, em que o N estará presente nas formas amídica (ureia), 
amoniacal ou nítrica, que são solúveis em água (Alcarde, 2007). 
 
 
14 
 O N é altamente volátil, ou seja, há perdas de N na forma gasosa 
quando a ureia, por exemplo, é utilizada sem incorporação ou irrigação. Por 
isso, a recomendação para se aplicar o N é na época das águas, pela 
estratégia de cobertura a lanço, na quantia de 30 a 40 kg/ha de nitrogênio. Mas 
também não se deve aplicar o nitrogênio em épocas excessivamente 
chuvosas, pois pode ocorrer a perda por lixiviação. Se a adubação for 
necessária em época extremamente chuvosa, as aplicações podem ser 
parceladas, de modo que a planta aproveite o N rapidamente em parcelas com 
constância (Alcarde, 2007; Ceretta et al., 2007). Mesmo diante da tradição de 
fertilizar com N a lanço, estudos demonstraram que a distribuição da ureia 
dessa maneira, em que se mantem o nutriente na superfície do solo, resulta em 
menor eficiência desse fertilizante, com perdas estimadas em 40% (Ceretta et 
al., 2007). 
Dessa forma, estimula-se a fazer a cobertura do N com cerca de 5 cm 
de solo, reduzindo, assim, perdas. Em relação aos tipos de cultura e à 
fertilização nitrogenada, para culturas perenes, a dose de N a ser aplicada 
deve ser parcelada e aplicada de três a cinco vezes no período das chuvas. 
Nas culturas anuais, o N normalmente é parcelado em duas ou três vezes, 
sendo uma pequena parte da dose total recomendada no plantio, dependendo 
do ciclo da cultura e do tipo de solo, e o restante nos períodos de maior 
exigência das culturas (Alcarde, 2007; Ceretta et al., 2007). 
 Por fim, existe a fertilização que reúne todos esses nutrientes das 
últimas seções, como o nitrogênio (N), o fósforo (P) e o potássio (K), 
normalmente disponível no comércio em proporções iguais, o NPK 10:10:10. 
Também existem variações conforme a recomendação profissional (Raij, 1991; 
Ceretta et al., 2007). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
Figura 9 – Adubação com NPK manualmente a lanço 
 
Créditos: VISUALARTSTUDIO/Shutterstock. 
TEMA 5 – FIXAÇÃO DE NITROGÊNIO E A IMPORTÂNCIA DAS 
LEGUMINOSAS 
 O emprego de forrageiras leguminosas é uma estratégia nutricional que 
aumenta a produtividade animal pela própria característica nutricional da 
leguminosa, mas também ao potencializar a produção de outras forrageiras 
pela fixação do nitrogênio atmosférico, que garante a melhoria da fertilidade do 
solo, culminando com a intensificação da produção de sistemas agropastoris 
ao reduzir as variações da oferta nutricional durante o ano (Raven; Evert; 
Eichhorn, 2014). Vamos entender o porquê disso. 
 As leguminosas aumentam o aporte de nitrogênio no solo, reduzindo a 
necessidade de fertilização e, assim, naturalmente elevando a oferta de 
forragem, recuperando áreas de degradação e tornando as características do 
ecossistema favoráveis pela ciclagem de nutrientes, principalmente quando 
associados a gramíneas (Morrison, 1966). A consorciação de gramíneas com 
leguminosas forrageiras pode elevar a capacidade de suporte das pastagens. 
Logo, as leguminosas não são alternativas interessantes apenas para a 
suplementação alimentar diretamente. Mas, de qualquer forma, as leguminosas 
 
 
16 
apresentam teores de proteínas elevados, sendo uma forrageira de melhor 
digestibilidade e com maior tolerância ao período seco quando comparadas às 
gramíneas (Morrison, 1966). 
 Interessantemente, as leguminosas possuem uma relação simbiótica 
com as bactérias do gênero Rhizobium. Essas bactérias são formadoras de 
nódulosnas raízes das leguminosas, o que contribui para a fixação do 
nitrogênio atmosférico e para a melhoria da fertilidade do solo. Quanto ao 
nitrogênio, a Leucena tem boa capacidade de fixação quando bem nodulada, 
com a fixação de aproximadamente 500 kg/ha/ano e em solo favorável. Devido 
a isso, tecnologias permitem a inoculação das sementes com bactérias 
Rhizobium fixadoras de nitrogênio (Congio; Meschiatti, 2019). 
 Podemos concluir que o emprego de leguminosas, quer seja em 
associação com gramíneas ou não, podem aumentar a produtividade de um 
sistema agropastoril, sendo inclusive uma alternativa de menor custo se 
comparada ao uso de fertilizantes. Além disso, do ponto de vista ambiental, o 
uso de leguminosas pode reduzir a emissão dos gases de efeito estufa 
decorrente da melhora natural do desempenho animal (Congio; Meschiatti, 
2019). 
NA PRÁTICA 
 Reúna todos os conhecimentos obtidos em nossos estudos para passar 
as informações necessárias a um produtor rural sobre espécies do gênero C. 
dactylon passíveis de pastejo por ovinos. 
Monte uma planilha com as principais informações deste gênero, desde 
as características morfofisiológicas até a altura de pastejo e o período de 
descanso. E, por fim, explique ao produtor como se dá a implementação 
dessas forrageiras, desde o preparo do solo prévio ao plantio até as demais 
fertilizações. 
FINALIZANDO 
 Esta etapa resume-se no fato de que é essencial a realização de 
análises químicas para a avaliação da fertilidade do solo para que possíveis 
problemas possam ser diagnosticados e soluções corretas sejam adotadas. 
 
 
17 
Com base na análise, o primeiro passo é realizar práticas corretivas como a 
calagem. 
 Partindo da premissa de que um pH médio entre 5,5 e 6,5 é ideal, é 
importante ressaltar que o pH de referência para a alfafa é de 6,5; para 
leguminosas de estações frias e quentes e consorciações de estação fria e 
quente é de 6,0; e para gramíneas de estação fria e quente é de 5,5. Logo, 
quando o pH é menor que os referidos, recomenda-se a correção por meio da 
calagem. 
 Posteriormente, deve-se fertilizar com fósforo (P) no momento do plantio 
e, então, com nitrogênio (N) e potássio (K) na manutenção da pastagem. Em 
geral, são necessários 30-40 kg/ha de nitrogênio, 20-40 kg/ha de fósforo e 40 a 
60 kg/ha de potássio. Esse manejo, se realizado de forma preventiva, evitará 
gastos desnecessários oriundos da tomada de decisões sem embasamento 
técnico, assim como otimizará a produção vegetal e a produtividade animal. 
 Concluímos a etapa entendendo que o emprego de forrageiras 
leguminosas é uma estratégia nutricional que aumenta a produtividade animal 
pela própria característica nutricional da leguminosa, mas também potencializa 
a produção de outras forrageiras pela fixação do nitrogênio atmosférico, que 
garante a melhoria da fertilidade do solo, culminando com a intensificação da 
produção de sistemas agropastoris ao reduzir as variações da oferta nutricional 
durante o ano. 
 
 
 
18 
REFERÊNCIAS 
ALCARDE, J. C. Fertilizantes. In: NOVAIS, R. F. et al. (Eds.). Fertilidade do 
solo. Viçosa: SBCS, 2007. p. 737-768. 
CERETTA, C. A.; SILVA, L. S.; PAVINATO, A. Manejo da adubação. In: 
NOVAIS, R. F. et al. (Eds.). Fertilidade do solo. Viçosa: SBCS, 2007. p. 851. 
CONGIO, G. F. S.; MESCHIATTI, M. A. P. Forragicultura. Porto Alegre: 
Sagah, 2019. 
ERNANI, P. R.; ALMEIDA, J. A. Comparação de métodos analíticos para 
avaliar a necessidade dos solos de Santa Catarina. Revista Brasileira de 
Ciência do Solo, v. 10, n. 2, p. 143-150, 1986. 
KAMINSKI, J.; BOHNEN, H. Métodos para indicação da quantidade de 
corretivos da acidez em solos do Rio Grande do Sul. Revista da Faculdade de 
Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, v. 1, n. 2, p. 85-
98, 1976. 
MORRISON, F. B. Alimentos e alimentação dos animais. 2. ed. São Paulo: 
Melhoramentos, 1966. 
QUAGGIO, J. A. Acidez e calagem em solos tropicais. Campinas: Instituto 
Agronômico, 2000. 
RAIJ, B. Fertilidade do solo e adubação. São Paulo: Agronômica Ceres; 
Piracicaba: Potafos, 1991. 343 p. 
RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E. Biologia vegetal. 8. ed. Rio 
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. 
VILELA, L et al. Calagem e adubação para pastagens na região do Cerrado. 
Planaltina: Embrapa, 1998. Disponível em: 
. Acesso em: 28 abr. 2022.

Mais conteúdos dessa disciplina