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UNIVERSIDADE GAMA FILHO PRÓ-REITORIA DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA NÚCLEO DE MATEMÁTICA CADERNO DE CÁLCULO III ENGENHARIAS E MATEMÁTICA Cesar Luiz Farah Cesar Roberto Marconi da Costa 2013 CÁLCULO III Ementa: Funções de várias variáveis. Derivação parcial. Integração múltipla. Equações diferenciais. Transformadas de Laplace Competências e habilidades: Aplicar os conceitos de limites, derivadas e integrais de funções de várias variáveis. Resolver problemas modelados por equações diferenciais. Aplicar transformada de Laplace na solução de equações diferenciais. Conteúdo Programático: UNIDADE I – FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS Funções de duas ou mais variáveis. Limite. Continuidade. Curvas de nível. Cilindros. Superfícies quádricas. UNIDADE II – DERIVAÇÃO PARCIAL Derivadas parciais. Diferencial exata. Derivadas direcionais e vetor gradiente. Valores extremos de funções de duas variáveis. UNIDADE III- INTEGRAÇÃO MÚLTIPLA Integrais duplas. Intregrais triplas. Integrais de linha. Teorema de Green. Rotacional e divergente. Teorema de Stokes. UNIDADE IV – EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ORDINÁRIAS Modelagem usando equações diferenciais. Equações separáveis. Equações diferenciais exatas.. Método do fator integrante. Equações diferenciais ordinárias de 1ª ordem. Equações lineares ordinárias de ordem n com coeficientes constantes. Equações lineares não homogêneas: método dos coeficientes a determinar e método da variação dos parâmetros. UNIDADE V – TRANSFORMADA DE LAPLACE Conceito e noções fundamentais.Uso da tabela de tranformadas. Propriedades. Transformada inversa. Derivação e integração. Solução de equações diferenciais. “No século XVII, Isaac Newton, na Inglaterra, e Gottfried Leibniz, na Alemanha, inventaram de forma independente o cálculo diferencial e integral, o estudo de padrões de movimento contínuo e suas variações. Antes do cálculo, a matemática se restringia essencialmente a padrões estatísticos: contagem, medição e descrição de forma. Com a introdução de técnicas para lidar com movimentos e variações, os matemáticos puderam estudar o deslocamento dos planetas e de corpos em queda livre na Terra, o funcionando de máquinas, o fluxo de líquidos a expansão de gases, forças físicas como o magnetismo e a eletricidade, o vôo, o crescimento das plantas e animais, a disseminação de epidemias, a flutuação dos lucros e assim por diante.” Devlin, K, O instinto matemático, Rio de Janeiro: Record, 2009 Leitura recomendada sobre a criação do cálculo: Bardi, J, S., A guerra do cálculo, Rio de Janeiro: Record, 2008 CÁLCULO III – UNIDADE 1 – FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS 1 – INTRODUÇÃO: ( Até agora, nos cursos de Cálculo I e Cálculo II, trabalhamos com funções de uma única variável. Funções da forma y = f(x), onde x é a variável independente e y é a variável dependente. Existem modelos matemáticos, no entanto, em que uma variável dependente está associada à duas ou mais variáveis independentes. Por exemplo, a fórmula para determinarmos o volume de de um cilindro circular reto é V = ( r² h, onde r é o raio da base do cilindro e h a sua altura. Observe que o volume V está associado ao par ordenado de valores (r, h). ( Lembramos que os pares ordenados (x; y), x ( R e y ( R definem o conjunto R² = {(x; y) | x ( R e y ( R}, que representa o plano cartesiano. A trinca ordenada de numeros reais, (x; y; z) define o conjunto R³ = {(x; y; z) | x ( R , y ( R e z ( R}, que representa o espaço a três dimensões. Generalizando pensamos que a n-upla de números reais ( ; ; ...; ) define o conjunto = {( ; ; ...; ) | ( R, ( R, ... e ( R} que é o espaço a n dimensões. 2 – DEFINIÇÃO: Chamamos de FUNÇÃO REAL DE n VARIÁVEIS INDEPENDENTES a 3 – OBSERVAÇÃO: Na definição acima, D é o domínio da função; e R é o contradomínio. Im = {w ( R | w = f ( ; ; ...; ) } é o conjunto imagem da função. Como nas funções de uma variável, D indica o conjunto onde a função está definida. Se pontos dieferentes do domínio têm imagens diferentes, a função é injetora. Se o contradomínio é igual ao conjunto imagem, a função é sobrejetora. Uma função injetora e sobrejetora é chamada bijetora. 4 – EXEMPLO: Considere a função A imagem do ponto (- 3; 0; 4) é f (- 3, 0; 4) = Observamos que 5 também é imagem do ponto (0; - 4; 3), o que garante o fato de que a função não é injetora. O conjunto imagem da função é Im = [0; ( [, como o contradomínio é R a função não é sobrejetora. 5 – DETERMINAÇÃO DO DOMÍNIO – EXEMPLO: Determine e esboce o domínio D da função definida pela expressão Y Ora, devemos ter y – 2x + 2 > 0 ( y > 2x – 2 ( D={(x; y) ( R² | y > 2x – 2} O domínio da função é um semiplano. 0 1 X - 2 6 – EXERCÍCIO: Determine e esboce o domínio das funções (a) w = f(x,y) = Y 0 X (b) w = f(x, y) = Y X 0 (c) w = f(x, y) = Y 0 X (d) w = f(x, y) = Y 0 X (e) w = f(x, y) = Y 0 X (f) w = f(x,y) = Y 0 X 7 - A IDEIA INTUITIVA DE LIMITE: ( A ideia intuitiva de limite para função de uma variável nos diz que se, e somente se, quando x está “próximo” de temos f(x) “proximo” de L. ( Para funções de duas variáveis diríamos que se, e somente se, quando (x; y) está “próximo” de temos f(x; y) “próximo” de L. 8 – EXEMPLOS: (1) Considere w = f(x, y) = 2x³ - 3y². Temos (2) Considere w = f(x; y) = 9 – OBSERVAÇÕES: ( Lembramos que | a – b | indica a distância entre dois números reais a e b. Diremos que a e b estão próximos se | a – b | < ( qualquer que seja ( ( R, ( > 0. A definição formal de limite, para uma função de uma variável , diz que, se é ponto de acumulação do domínio da função y = f(x) então se, e somente se, para cada número ( > 0 existir um número correspondente ( > 0 tal que, para todos os valores de x, se 0 < | x - | < ( então | f(x) – L | < (. ( Lembramos que a distância entre dois pontos A(x; y) e B( , é ( No cálculo de limites de funções de mais de uma variável ocorrem, também, indeterminaçõesdo tipo 10- EXEMPLO: Se w = f(x; y) = 11- DEFINIÇÃO: A função w = f(x; y) se aproxima do LIMITE L, à medida que (x; y) se aproxima de e escrevemos se, e somente se, para cada número ( > 0 existir um número correspondente, ( > 0 tal que, para todos (x; y) no domínio de f, se 0 < < ( então | f(x; y) – L | < (. 12- PROPRIEDADES DOS LIMITES DE FUNÇÕES DE DUAS VARIÁVEIS: Considere L, M e k números reais e e então (1) (2) (3) (4) 13- LIMITES POR DIVERSOS “CAMINHOS”: ( Nas funções de uma variável , se os limites laterais são iguais, ou seja, e ( Para funções de duas variáveis se os limites são iguais para todos os caminhos (trajetórias) segundo os quais (x; y) tende à . É evidente que esse processo para determinar o limite é inviável já que existe uma infinidade de caminhos segundo os quais (x; y) tende à . Na realidade usamos esse processo para verificar que o limite não existe. 14- EXEMPLO: Considere a função w = f(x; y) = ; mostre que não existe. (i) Fazendo (x;y) ( (0;0) pelo caminho y = x. Y y = x 0 X (ii) Fazendo (x; y) ( (0; 0) pelo caminho y = x². Y y = x² 0 X Por dois caminhos limites diferentes resultados diferentes: o limite não existe. 15- EXERCÍCIO: Considere as funções abaixo e prove que, cada uma delas, não possui limite quando (x; y) ( (0; 0). (b) 16- OBSERVAÇÃO: Para as funções de duas ou mais variáveis, o conceito de continuidade é similar àquele de funções de uma variável. 17- DEFINIÇÃO: Diremos que a função w = f(x; y) é CONTÍNUA NO PONTO se, e somente se, (i) a função é definida em , (ii) existe e (iii) = f . 18- EXEMPLO: A função não é contínua no ponto (0; 0). (i) A função está definida no ponto (0; 0). (ii) Fazendo (x; y) ( (0; 0) seguindo retas de equações y = mx; . Para cada valor de m um resultado diferente, logo o limite não existe. 19- EXERCÍCIO: Mostre que a função w = f (x, y) não é contínua no ponto (0, 0) 20- EQUAÇÃO DO PLANO - LEMBRETE: ( O plano ( compreende o ponto P e o o vetor é normal ao plano. Equação do plano: ( P( ( ( Planos coordenados Z 0 Y X Plano XY ( z = 0; Plano XZ ( y = 0; Plano YZ ( x = 0; 21- EXERCÍCIO: Esboce o plano de equação (a) x = 3 (b) y = 2 Z Z 0 z = c X Y 0 X Y (c) z = 4 (d) x = -2 Z Z 0 z = c Y X 0 X Y 22- GRÁFICO DE FUNÇÃO DE DUAS VARIÁVEIS: Gráfico da função z z = y – 2x z = 0 ( 0 = y – 2x ( y = 2x 0 X Y 23- EXERCÍCIO: (a) Construir o gráfico da função (parabolóide) Z 0 X Y (b) Construir o gráfico da função (cone circular) Z 0 Y X 24- OBSERVAÇÕES: ( As expressões são equações de superfícies quádricas. ( A interseção da superfície z = x² + y² com o plano z = 4 é chamada curva de nível. ( Maiores informações dobre auperfícies quádricas, curvas de nível e cilíndros consulte Thomas, Weir, Hass, Giordana, Cálculo, São Paulo, Addison Wesley, 2009, v.2, pg209. 25- EXERCÍCIOS: Esboce as superfícies quádricas de equações. (a) (b) 26- SOBRE SUPERFÍCIES CILINDRICAS: As superfícies cilíndricas (cilindros) são definidas por uma curva chamada diretriz e por uma reta chamada geratriz, A reta percorre a curva gerando uma superfície. A equação da curva, geralmente, é definida num dos planos cartesianos e geratriz é perpendicular ao plano. (a) ) cilindro z = x² (b) cilindro x²+y² = 1 (c) cilindro y² + z²= 1 (d) Se a diretriz é uma reta a superfície gerada é um plano. 27- EXERCÍCIOS: Esboce os cilindros de equações z = 1 + x² e z = 5 - x². Como interpretar a interseção dessas superfícies. EXERCÍCIOS: 01- Determine o domínio e o conjunto imagem das funções (a) f(x; y) = (b) f(x; y) = (c) f(x; y) = (d) f(x; y) = (e) f(x; y) = arctg (f) f(x; y) = cos xy 02- Determine o domínio e o conjunto imagem da função (a) f(x; y) = ; (b) f(x; y; z) = (c) f(x; y; z) = 03- Determine o os limites, se eles existirem (a) (b) (c) (d) 04- Mostre que não existe limite das funções, quando (x; y) ( (0; 0). (a) f(x; y) = (b) f(x; y) = (c) f(x; y) = 05- Esboce as superfícies de equações: (a) z = x² + 4y², (b) 4x² + 9z² = 9y², (c) x² + y² - z² = 1 e (d) x² - y² = z. RESPOSTAS: 01- (a) Df = {(x; y) ( R² | xy ( 0} ( o plano cartesiano excluídos os eixos); Im = . (b) Df = {(x; y) ( R² | y > - x} (pontos acima da retay = - x); Im = ]0; ([ (c) Df = {(x; y) ( R² | x ( 0 e y ( 0} (plano cartesiano excluída a origem); Im = R. (d)Df ={(x; y) ( R² | x ( 0 e y > 0}(semiplano superior excluído o eixo y), Im = R (e) Df = {(x; y) ( R² | x ( 0} (plano cartesiano excluído o eixo y), Im = ]-(/2; (/2[ (f) Df = (plano cartesiano), Im = [-1; 1]. 02- (a) Df = {(x; y) ( R² | y ( + x} (plano cartesiano excluídas as retas y = x e y = -x), Im = R. (b) Df = {(x; y; z) ( R³ | z ( 0} (semiplano superior), Im = [0; ([. (c) Df = R³ - {(0; 0; 0)} ( todos os pontos excluída a origem), Im = [0; 1]. 03- (a) 5/2; (b) 1; (c) 0; (d) 2. 05- (a) (b) (c) (d) �PAGE � �PAGE �19� _1405788318.unknown _1405954109.unknown _1405956519.unknown _1406184406.unknown _1423488840.unknown _1440009041.unknown _1441102988.unknown _1440009002.unknown _1406185714.unknown _1406186801.unknown _1405957693.unknown _1405958066.unknown _1405958636.unknown _1405959526.unknown _1405958190.unknown _1405957999.unknown _1405957303.unknown _1405957656.unknown _1405957120.unknown _1405956020.unknown _1405956340.unknown _1405956452.unknown _1405956125.unknown _1405954977.unknown _1405955920.unknown _1405954902.unknown _1405859875.unknown _1405948888.unknown _1405949455.unknown _1405953325.unknown _1405949275.unknown _1405860907.unknown _1405948698.unknown _1405860475.unknown _1405790399.unknown _1405859348.unknown _1405859433.unknown _1405791315.unknown _1405789841.unknown _1405788983.unknown _1405789142.unknown _1405676643.unknown _1405757478.unknown _1405787745.unknown _1405787904.unknown _1405788106.unknown _1405787870.unknown _1405757712.unknown _1405757791.unknown _1405757559.unknown _1405678235.unknown _1405678553.unknown _1405757414.unknown _1405678318.unknown _1405677560.unknown _1405678000.unknown _1405677251.unknown _1405677356.unknown _1405525722.unknown _1405527762.unknown _1405674698.unknown _1405528052.unknown _1405527881.unknown _1405525928.unknown _1405527639.unknown _1405525827.unknown _1405356753.unknown _1405525257.unknown _1405525654.unknown _1405523696.unknown _1405354374.unknown _1405356656.unknown _1405351844.unknown _1405351700.unknown _1405351734.unknown _1405351630.unknown
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