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História da mídia e a evolução dos
meios
Surgimento da Internet e o desenvolvimento de redes, a partir das tecnologias da informação e
comunicação no contexto da cultura da convergência.
Prof. Ricardo Alvarenga
1. Itens iniciais
Propósito
Compreender o processo histórico de surgimento e desenvolvimento da Internet e das redes sociais no
ambiente digital é fundamental para o desenvolvimento de habilidades específicas para o trabalho na área,
como, por exemplo, identificar as características da Web 4.0 e os pilares da cultura da convergência.
Objetivos
Reconhecer o processo de surgimento e desenvolvimento da Internet.
Identificar os elementos centrais das redes sociais na Internet.
Reconhecer os princípios que norteiam o processo de convergência dos meios de comunicação.
Introdução
Compreenderemos o processo de transformação pelo qual nossa sociedade está passando, desde o advento
da Internet e o desenvolvimento das tecnologias da informação e comunicação às práticas culturais inerentes.
Conheceremos o processo, observando, refletindo e atuando nos ambientes digitais dessa transformação. 
Neste conteúdo, perceberemos que foram necessárias algumas décadas para que pudéssemos ter um acesso
à Internet de forma mais fácil e inteligível como hoje em dia. Entenderemos as complexidades dos processos
de constituição da nova cultura impulsionada pelos avanços tecnológicos. 
Também estudaremos as redes sociais na Internet, identificando os elementos que as constituem e
refletiremos ainda sobre o conceito de rede social, na perspectiva para além dos agrupamentos sociais on-
line, retomando conceituações indispensáveis para a manutenção das interações sociais e conexões. 
O processo de convergência dos meios de comunicação será um ponto de destaque, pois aprofundaremos os
três pilares da cultura da convergência: convergência dos meios de comunicação, cultura participativa e
inteligência coletiva. 
Essas questões guiarão nossa análise sobre a história da mídia e a evolução e convergência dos meios de
comunicação. 
• 
• 
• 
1. Internet – sociedade e mercado, conectados na teia líquida
Surgimento da Internet
Fatos que marcaram a história da Internet
O mundo mudou muito nas últimas décadas, principalmente por causa do surgimento da Internet e do
desenvolvimento das tecnologias da informação e comunicação (TICs), que possibilitaram uma ampliação das
formas de interação e de mediação da relação entre os seres humanos e as tecnologias digitais.
Porém, para entender esse contexto de transformações no qual estamos inseridos, é importante reconhecer o
processo histórico da Internet, afinal, muito se fala sobre a importância dessa tecnologia para o nosso dia a
dia, mas poucas pessoas conhecem os fatos e momentos históricos que marcaram seu surgimento e
desenvolvimento. Para isso, listamos alguns acontecimentos.
Desenvolvimento da Internet
1957
Criação da agência de projetos de pesquisa avançada
Originalmente, o desenvolvimento da Internet está ligado ao contexto de disputa por superioridade
tecnológica e militar vivenciado entre Estados Unidos e União Soviética no período da chamada
Guerra Fria. Nesse contexto, o governo dos Estados Unidos criou a Agência de Projetos e Pesquisa
Avançada, (ARPA, em inglês), como resposta ao Sputnik, primeiro satélite artificial da história, lançado
pela União Soviética, em 1957. A ARPA foi a responsável por financiar e incentivar o desenvolvimento
de uma rede de computadores que pudesse facilitar a comunicação em todos os campos de pesquisa
e de operações militares.
1961
Desenvolvimento da teoria de comutação de pacotes
O pesquisador Leonard Kleinrock apresentou sua tese de doutorado no MIT, nos Estados Unidos, na
qual defendia a teoria de comutação de pacotes. Para ele, dois servidores poderiam se comunicar
para enviar e receber informações transportadas por pacotes, por meio de uma rede de nós. Esse foi
um estudo importante para o desenvolvimento da Internet.
1962
Elaboração do conceito de rede galáctica
Nos Estados Unidos, o cientista da computação Joseph Carl Robnett Licklider escreveu a
conceituação em torno de uma rede galáctica para acessar rapidamente dados de qualquer lugar do
mundo. Para o pesquisador, seria possível desenvolver um sistema que concentraria todos os
computadores do planeta em uma única forma de compartilhamento. Sua conceituação apesar de
bastante abstrata para a época serviu de base para as pesquisas que deram origem à Internet.
1965
Realização da primeira conexão em rede de longa distância
Os pesquisadores Lawrence G. Roberts e Thomas Merrill conseguiram realizar a conexão entre dois
computadores por uma linha telefônica comutada de baixa velocidade. Esse momento marcou a
primeira conexão entre computadores em uma rede de longa distância, em inglês, wide area network,
já que ambos estavam em pontos geográficos distintos nos Estados Unidos, Roberts estava em
Massachusetts e Merrill na Califórnia. Essa experiência foi fundamental para o avanço nos estudos
que dão base e forma à Internet como a conhecemos.
1969
Criação da rede de computadores da ARPA
A partir dos diversos estudos realizados e financiados pela ARPA e da parceria com a Rand
Corporation, organização de política global, sem fins lucrativos, que surgiu por iniciativa do
Departamento de Guerra dos Estados Unidos, foi criada, em setembro de 1969, a ARPANET, uma rede
de computadores que tinha entre seus objetivos compartilhar tempo de computação on-line. Esse
momento pode ser considerado como a gênese da Internet, pois com a ARPANET foi estabelecido um
sistema de comunicação que conectava bases militares e universidades, capaz inclusive de
sobreviver a um atentado nuclear.
1971
Surgimento do correio eletrônico
Diante do processo de expansão e utilização da ARPANET em diversos centros de pesquisa e
instituições de defesa, novos passos foram sendo dados em direção a novos protocolos e
funcionalidades. Assim, em 1971, o engenheiro Ray Tomlinson começou a desenvolver o software
básico do correio eletrônico, que hoje em dia é popularmente conhecido como e-mail. A criação de
Tomlinson mudou significativamente os processos de comunicação e colaboração entre as pessoas
da época, possibilitando a troca de mensagens por meio da transmissão em rede.
1973
Realização da primeira conexão entre dois continentes
Com o desenvolvimento da tecnologia construída pela ARPA, o governo dos Estados Unidos iniciou o
compartilhamento da tecnologia e foi feita a primeira conexão entre as redes de dois continentes, em
1973. A ARPANET dos Estados Unidos ligou-se à Seismic Array da Noruega (NORSAR). A conexão foi
fruto do acordo norueguês-americano para a detecção de terremotos e explosões, assinado entre as
nações em 1968. Gradativamente, outras ligações foram sendo estabelecidas em rede.
1977
Expansão dos terminais da ARPANET
Na década de 1970, a ARPANET havia crescido exponencialmente, tanto no seu protocolo de
comutação de pacotes quanto no número de máquinas que poderiam estar conectadas. Assim, houve
um aumento considerável de servidores nos Estados Unidos, cenário bem diferente de quando a rede
foi criada e que possuía apenas quatro pontos de conexão.
1979
Criação da rede de compartilhamento de notícias
Para facilitar o acesso a notícias e artigos de temas específicos, Tom Truscott e Jim Ellis interligaram
computadores em uma rede, na qual era possível compartilhar esse tipo de conteúdo. O
compartilhamento de artigos era feito por meio de grupos de interesse, sendo possível receber
conteúdo apenas sobre um tema específico. Esse tipo de funcionalidade representava naquele
contexto um avanço significativo.
1984
Surgimento de novas redes computacionais
Diante do desenvolvimento e das possibilidades apresentadas pelo uso de redes computacionais, a
National Science Foundation (NSF), dos Estados Unidos, montou sua própria rede, a NSFNET, em
1984. A Fundação associou-se à iniciativa privada para construir uma rede de comunicação que tinha
como primícias as possibilidades abertasanalisará a canção Pela Internet (Gilberto Gil) e localizará os pontos de
convergência digital e os impactos midiáticos.
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para ouvir o áudio.
Explore +
Aprofunde seus conhecimentos, conhecendo a pesquisa TIC Domicílios 2020, disponível para
download no site do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação
(CETIC). Ela traz dados sobre o uso das tecnologias de informação e comunicação nos domicílios
brasileiros. A pesquisa foi realizada no contexto da pandemia da covid-19, o que permite perceber os
efeitos da migração das atividades presenciais para o ambiente digital.
 
Assista ao documentário norte-americano O Dilema das Redes, de 2020, dirigido por Jeff Orlowski e
estrelado por Skyler Gisondo, Kara Hayward, Vincent Kartheiser. O roteiro provoca uma reflexão sobre
os hábitos que adotamos na Internet, além de trazer um alerta sobre o impacto devastador que as
redes sociais na Internet podem causar na democracia e na humanidade.
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Visite a página do DataReportal e conheça os relatórios gratuitos disponíveis no site, eles são
produzidos pela We Are Social e HootSuite e trazem informações sobre o que as pessoas pelo mundo
inteiro estão fazendo na Internet. É possível consultar relatórios globais, regionais e locais anuais e por
vezes até semestrais. A consulta a esses relatórios é gratuita e favorece insights e até a ampliação do
olhar sobre as dinâmicas de conectividade digital tanto em escala global como nacional, para mais de
230 países, incluindo o Brasil. No relatório são elencadas questões centrais para os usuários de mídia
social, alcance dos anúncios nas principais redes sociais na Internet, e dados sobre conectividade e
tendências digitais.
 
Leia o texto Venere no Altar da Convergência, do livro Cultura da Convergência, de Henry Jenkins.
Nessa parte da obra, o autor apresenta uma síntese de suas reflexões e pesquisa sobre os processos
de convergência na sociedade, destacando seus três conceitos principais: convergência dos meios de
comunicação, cultura participativa e inteligência coletiva. O texto traz conversas sobre convergência,
bem como sua origem, com o profeta da convergência, assim como também o debate sobre a falácia
da caixa preta e a lógica da cultura da convergência dos meios de comunicação.
 
Ouça o podcast Cidades Inteligentes, de Claudio Patrocínio, produzido a partir da iniciativa editorial: 
Cidades Inteligentes para o Planeta Inteligente. A cada episódio são abordados temas referentes ao
cotidiano cada vez mais digital e conectado em que as pessoas vivem. O digital revolucionou as
organizações, os modelos de trabalho, as formas de sociabilidade, entre outros aspectos. Em formato
de pílulas de informação, cada programa traz breves pensamentos sobre a realidade da sociedade
conectada e midiática.
Referências
BRADLEY, S. P.; BARTLETT, N. Tudo e todos estão on-line. Harvard Business School Publishing, Boston, v. 9, n.
71, p. 1-23, 2011.
 
BRIGGS, A.; BURKE, P. Uma história social da mídia: de Gutenberg à Internet. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,
2004.
 
BRITTO, R. R. Cibercultura: sob o olhar dos estudos culturais. São Paulo: Paulinas, 2009.
CITELLI, A.; BERGER, C.; BACEGA, M. A.; LOPES, M. I. V.; FRANÇA, V. V. Dicionário de Comunicação: escolas,
teorias e autores. São Paulo: Contexto, 2014.
 
JENKINS, H. Cultura da convergência. São Paulo: Aleph, 2009.
 
KOTLER, P. Marketing 4.0. Rio de Janeiro: Sextante, 2017.
 
LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.
MARTINO, L. M. S. Teoria das mídias digitais: linguagens, ambientes, redes. Petrópolis: Vozes, 2014.
 
MARTINS, H. Comunicações em tempos de crise. São Paulo: Expressão Popular, Fundação Rosa Luxemburgo,
2020.
 
NEIVA, E. Dicionário Houaiss de Comunicação e Multimídia. São Paulo: Publifolha, 2013.
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PRIMO, A. Interação mediada por computador: comunicação, cibercultura, cognição. Porto Alegre: Sulina,
2007.
 
RECUERO, R. Redes sociais na Internet. Porto Alegre: Sulina, 2009.
 
RUDIGER, F. R. Introdução às teorias da cibercultura: perspectivas do pensamento tecnológico
contemporâneo. Porto Alegre: Sulina, 2003.
 
SANTAELLA, L. O DNA das redes sociais digitais. In: BARBOSA, M.; MORAIS, O. J. de. (Orgs.). Comunicação em
tempos de redes sociais: afetos, emoções e subjetividades. São Paulo: Intercom, 2013. p. 23-43.
 
TURING, D. A História da Computação – do ábaco à inteligência artificial. São Paulo: M. Books, 2019.
	História da mídia e a evolução dos meios
	1. Itens iniciais
	Propósito
	Objetivos
	Introdução
	1. Internet – sociedade e mercado, conectados na teia líquida
	Surgimento da Internet
	Fatos que marcaram a história da Internet
	Desenvolvimento da Internet
	Criação da agência de projetos de pesquisa avançada
	Desenvolvimento da teoria de comutação de pacotes
	Elaboração do conceito de rede galáctica
	Realização da primeira conexão em rede de longa distância
	Criação da rede de computadores da ARPA
	Surgimento do correio eletrônico
	Realização da primeira conexão entre dois continentes
	Expansão dos terminais da ARPANET
	Criação da rede de compartilhamento de notícias
	Surgimento de novas redes computacionais
	Expansão da rede global de computadores
	Criação do World Wide Web
	Lançamento do Google
	Expansão das formas de produção colaborativas
	Características da Web
	Web 1.0
	Web 2.0
	Web 3.0
	Web 4.0
	Nova cultura gerada pelo digital
	Interconexão
	Comunidades virtuais
	Inteligência coletiva
	Sociedade brasileira e a conexão em rede
	28,8 milhões
	676 mil
	33 milhões
	11,8 milhões
	67%
	37%
	31%
	18%
	80%
	53%
	43%
	37%
	Afinal, o que é cibercultura?
	Conteúdo interativo
	Vem que eu te explico!
	Nova cultura gerada pelo digital
	Conteúdo interativo
	Sociedade brasileira e a conexão em rede
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	2. Redes sociais – conectar, compartilhar, existir no mundo digital
	Tecnologias e redes sociais
	Leonhard Euler
	Jacob Moreno
	Linton Freeman
	Elementos das redes sociais
	Elementos estruturais
	Atores
	Conexões
	Comunicação síncrona
	Comunicação assíncrona
	Interação mútua
	Interação reativa
	Elementos dinâmicos
	Comportamentos cooperativos
	Comportamentos competitivos
	Comportamentos conflitivos
	Redes sociais na Internet
	Dinâmica
	Flexibilidade
	Possibilidade de criar um espaço pessoal de apresentação de si mesmo, onde se pode colocar à disposição de todos as imagens e os textos que se escolher.
	Possibilidade de acessar os perfis de outras pessoas, segundo as características e possibilidades de cada rede social.
	Chance de estabelecer relações com outros participantes da rede, na observação de seus perfis, a partir de cada rede social.
	Cronologia das redes sociais na Internet
	1990
	2000
	2010
	Redes sociais emergentes
	Redes sociais de filiação ou redes associativas
	Sites de redes sociais
	Visibilidade
	Reputação
	Popularidade
	Autoridade
	As mais usadas
	O caminho da desinformação nas redes sociais
	Conteúdo interativo
	Vem que eu te explico!
	Elementos das redes sociais: estruturais e dinâmicos
	Conteúdo interativo
	Sites de redes sociais
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	3. A convergência dos meios de comunicação; mídias tradicionais x mídias digitais
	Processo de convergência
	Princípios que norteiam a convergência
	Convergência midiática
	Cultura participativa
	Inteligência coletiva
	Convergência midiática
	Adaptação das mídias à Internet
	Cultura participativa
	Produção de conteúdo
	Distribuição de conteúdo
	Consumo de conteúdo
	Inteligência coletiva
	Áreas específicas
	Inteligência técnica
	Inteligência conceitual
	Inteligência emocional
	Convergência midiática, cultura participativa e inteligência coletiva
	Conteúdo interativo
	Vem que eu te explico!
	Economia afetiva e narrativa transmidiática
	Conteúdo interativo
	Inteligência coletiva
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	4. Conclusão
	Considerações finais
	Podcast
	Conteúdo interativo
	Explore +
	Referênciaspela informática.
1990
Expansão da rede global de computadores
Nesse ano, nos Estados Unidos, a Internet foi retirada do ambiente de controle militar e passou a ser
administrada pela National Science Foundation (NSF). Esse movimento levou ao surgimento de
provedores de serviço, que criaram suas próprias redes de comunicação e potencializaram a
expansão da rede global de computadores, com base no projeto original da ARPANET, que possuía
uma arquitetura em múltiplas camadas, descentralizada e com protocolos de comunicação abertos.
1991
Criação do World Wide Web
Tim Berners-Lee e seus colegas do Centro Europeu de Pesquisas Nucleares desenvolveram a World
Wide Web, que conhecemos hoje como WWW. Assim, foi iniciada a criação de páginas e sites na
Internet, possibilitando disponibilizar conteúdo e mudá-lo em tempo real para espectadores de
diversos locais e distâncias. Como se pode perceber, a origem da Web é europeia, não norte-
americana.
1997
Lançamento do Google
A criação do projeto de hipertextos da WWW, que permitia dinamizar a passagem de um texto a outro
de forma mais rápida e dinâmica, foi o pontapé para que em 1997 fosse lançado o Google, que se
consolidou como um acontecimento importante dentro do processo de desenvolvimento da Internet.
A criação de um navegador mais amigável causou interesse na maioria dos usuários da Internet da
época e a plataforma seguiu crescendo e desenvolvendo novas funcionalidades e aprimorando seus
mecanismos de busca. Atualmente, conta com quase um bilhão de páginas indexadas.
2000
Expansão das formas de produção colaborativas
Os anos 2000 foram marcados pela expansão das redes sociais e de formas de produção
colaborativa na Internet. Nesse contexto, é possível perceber a Internet transformando-se em uma
vasta rede, com redes alternativas se conectando e se estruturando a partir de processos
colaborativos e cada vez mais interativos.
Características da Web
Os desdobramentos do desenvolvimento da Internet a partir dos anos 2000 serão apresentados adiante, pois
ainda estudaremos outros aspectos do assunto, como o surgimento das redes sociais e os processos de
convergência gerados a partir da Internet.
Como foi possível perceber, o surgimento e o desenvolvimento da Internet foi marcado por diversos
momentos históricos que se articularam em torno do desejo e da necessidade do ser humano de ampliar suas
formas e possibilidades de comunicação.
Tim O'Reilly.
Ao pensarmos no desenvolvimento da Internet,
precisamos considerar elementos além dos
sistemas de compartilhamento e transferência
de dados entre computadores. Tim O’Reilly foi
um dos primeiros a compreender essa
perspectiva mais abrangente da Internet,
apresentando o termo Web 2.0, em 2005.
Web 2.0, termo cunhado por Tim O’Reilly em 2005 para definir o alto grau de interatividade, colaboração
e produção/uso/consumo de conteúdos pelos próprios usuários. Em oposição ao caráter “fixo” da Web
1.0, que operava ao redor sobretudo de “páginas” com elementos relativamente estáveis, como blogs,
navegadores, transposição de conteúdo offline para o digital, a Web 2.0 se apresentava como uma
plataforma dinâmica, em constante transformação gerada pelas interações entre usuários.
(MARTINO, 2014, p. 12)
Para facilitar o entendimento das conceituações, destacaremos algumas características desde a era da Web
1.0 até a que está se consolidando atualmente: a Web 4.0.
1
Web 1.0
Surgimento das primeiras páginas digitais ocupadas por empresas, universidades e meios de
comunicação.
 
Espaços controlados por profissionais que dominavam programação, o que impedia a
produção de conteúdo por quem não possuía esse tipo de conhecimento.
 
Ausência de funcionalidade relacionada à comunicação com os visitantes das páginas
digitais, tratava-se de uma comunicação de mão única.
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2 Web 2.0
As páginas na Internet começam a permitir certo nível de interação dos visitantes com os
conteúdos, pois agora era possível adicionar comentários diretamente na página.
 
Mudança na forma como os conteúdos eram armazenados, começam a ser usadas as bases
de dados.
 
Os usuários começam a produzir alguns conteúdos, iniciando a comunicação de mão dupla
no contexto digital.
3
Web 3.0
Surgem máquinas conectadas à Internet, como smartphones e Smart TVs, que começam a
realizar de forma mais eficiente atividades que, antes, dependiam de trabalho manual.
 
Utilização de algoritmos para agrupar informações e fazer indicações de conteúdo aos
usuários.
 
Desenvolvimento de assistente de voz inteligente, como a Siri e o Google Now, capazes de
responder às suas perguntas e realizar alguns comandos.
 
4
Web 4.0
Ampliação dos níveis e possibilidades de interação entre usuários e máquinas, fazendo com
que elas sejam cada vez mais inteligíveis.
 
Melhoria no atendimento por meio de chats automatizados ou assistentes virtuais,
integrando o uso de assistentes a motores de busca para otimizar a experiência do usuário.
 
Desenvolvimento e expansão de tecnologias 3D e de realidade virtual para facilitar a
apresentação e a experiência em diversos contextos.
Diante das características elencadas para cada uma das eras da Web, podemos perceber as transformações
pelas quais a Internet passou ao longo das décadas e como ela foi se adaptando às necessidades dos
usuários, ocupando cada vez mais espaço na vida das pessoas. Trata-se de fato de uma mudança de cultura,
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impulsionada pelo surgimento da Internet e pelo desenvolvimento das tecnologias de informação e
comunicação (TICs). 
Atualmente, grande parte das máquinas
elétricas contém algum dispositivo de
informação e comunicação. Cada vez mais é
possível encontrar dispositivos de computação
embutidos em objetivos do uso diário,
permitindo que eles sejam capazes de enviar e
receber dados e de se conectar entre si pela
Internet. 
Nova cultura gerada pelo
digital
Tão significativa quanto a revolução impulsionada por Gutenberg com a invenção dos tipos móveis para
impressão, o surgimento da Internet e o desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação
(TICs) têm gerado importantes mudanças no contexto social. O uso das TICs e sua conexão com a Internet
representa não apenas uma revolução como também uma evolução. A história testemunhou a transição do
cursivo para o impresso e agora presencia a passagem do impresso para o digital.
O fato é que estamos vivendo um processo de transformação, não só da comunicação, mas de toda a
dinâmica social. Pierre Lévy aprofunda o estudo desses processos em sua obra Cibercultura (1999), na qual
advoga sobre a existência do ciberespaço e da cibercultura. Os estudos de Lévy são fundamentais para
compreender o surgimento da nova cultura gerada pelo digital e que está reconfigurando toda a cultura
global.
O termo [ciberespaço] especifica não apenas a infraestrutura material da comunicação digital, mas
também o universo de informação que ela abriga, assim como os seres humanos que navegam e
alimentam esse universo. Quanto ao neologismo “cibercultura”, especifica aqui o conjunto de técnicas
materiais e intelectuais, de práticas, de atitudes, de modos de pensamento e de valores que se
desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço.
(LÉVY, 1999, p. 17)
Segundo o pensamento de Lévy (1999), o ciberespaço é a dimensão que possibilita a conexão de todas as
redes, local onde todos se conectam e compartilham suas criações e formas de pensar e viver. Dessa
maneira, a cibercultura deve ser entendida como o processo de mutação das dinâmicas sociais que ocorre a
partir da existência e da integração existentes e proporcionadas no ciberespaço.
Lévy (1999) argumenta que existem três princípios fundamentais da cibercultura:
Interconexão
A conexão é um elemento indispensável da cibercultura, pois é por meio de cada novo nó que se
desenvolve o processo de transformação; assim, a interconexão é apresentada como uma pulsão
para a conexão, alterando a física da comunicação, indo além da noção de canal e rede, eproporcionando a sensação de espaço envolvente.
Comunidades virtuais
A renovação das formas de sociabilidade ocorre pelas comunidades virtuais, que potencializam a
conexão entre pessoas independentemente de sua localização geográfica, origem, raça, opção sexual
etc. Proporcionando o fomento para o encontro, a partir da identificação de interesses em comum.
Inteligência coletiva
A produção e o compartilhamento de informação entre os usuários da Internet potencializam novas
formas de aprender e de entender o mundo. Nesse sentido, a inteligência coletiva seria a finalidade
última da cibercultura, pois viabiliza pelas suas interconexões entre grupos e indivíduos a construção
de uma rede de pontos conectados e atuantes em que os indivíduos disponibilizam suas capacidades
intelectuais.
A partir do pensamento de Lévy (1999), percebemos que a Internet e sua dinâmica de rede geraram uma
transformação efetiva na sociedade, tanto do ponto de vista do uso das tecnologias de informação e
comunicação (TICs) quanto das interações e dos comportamentos. As novas possibilidades adquiridas com o
uso das TICs, nas últimas décadas, promoveram o desenvolvimento de novas formas de se relacionar e de se
estabelecer relação com outros seres humanos e com as próprias máquinas.
Após refletir sobre esse processo de transformação da sociedade, em virtude do surgimento da Internet e do
desenvolvimento das TICs, é indispensável compreender que essa é uma realidade que já faz parte da vida de
uma parcela significativa da população mundial, não se trata de uma opção ou escolha.
Sociedade brasileira e a conexão em rede
Apesar do crescente processo de uso das tecnologias de informação e comunicação (TICs), os dados de
pesquisas realizadas no mundo ainda sinalizam para o acesso limitado ao uso da Internet em países que têm
outras matrizes de desenvolvimento, diferentes dos países do norte global.
No Brasil, é possível ter um panorama sobre o acesso e a conexão à Internet, e o uso de TICs, a partir dos
dados da 16ª edição da TIC Domicílios Brasil, pesquisa realizada em 2020 pelo Centro Regional de Estudos
para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), órgão ligado ao Comitê Gestor da Internet do
Brasil (CGI.br).
A pesquisa foi realizada de forma bastante singular, pois mensurou o cenário de conectividade dos domicílios
brasileiros e o uso da Internet durante a pandemia da covid-19, quando ocorreu a migração de diversas
atividades presenciais para o ambiente digital, em resposta às medidas de biossegurança estabelecidas pela
Organização Mundial da Saúde (OMS).
De acordo com a pesquisa no ano de 2020:
28,8 milhões
de domicílios sem computador e com Internet.
676 mil
domicílios com computador e sem Internet.
33 milhões
de domicílios com computador e com Internet.
11,8 milhões
de domicílios sem computador e sem Internet.
Dados como esse demonstram que a internet é uma realidade na vida e na dinâmica da sociedade brasileira,
porém, ainda existe uma lacuna entre o acesso à internet e o acesso às tecnologias. Durante a pandemia da
Covid-19, as relações e interações sociais foram majoritariamente realizadas por meio das TICs. Processos de
interesse público, como a solicitação do Auxílio Emergencial também eram feitos por meio de plataformas
digitais, além do acesso a aulas e a atividades escolares e acadêmicas. 
A realização das atividades mencionadas não
foi tão simples para toda a população brasileira,
tendo em vista que existem múltiplas camadas
de desigualdades no contexto digital. Ao
contrário do que se possa pensar, as
desigualdades sociais também se manifestam
no ambiente digital.
Alguns dados da TIC Domicílios Brasil de 2020
podem ajudar a compreender melhor o cenário
de desigualdades digitais a partir do recorte do
acesso de mulheres negras.
67%
das mulheres negras acessam a Internet
exclusivamente pelo telefone celular.
37%
das mulheres negras realizaram transações
financeiras pela Internet.
31%
das mulheres negras acessaram serviços
públicos pela Internet.
18%
das mulheres negras participaram de cursos
pela Internet.
Para algumas pessoas, esses dados podem não representar muita coisa, mas é importante fazer uma
interpretação à luz de aspectos sociais, políticos e econômicos. O fato de a maioria das mulheres negras
acessarem a Internet apenas por meio de telefone celular revela a fragilidade das políticas de acesso e de
democratização do uso e do consumo de tecnologias, que, atualmente, no país, possuem valores
impraticáveis para o orçamento de grande parte da população.
Situações como essa reforçam a marginalização da população negra no contexto da sociedade brasileira.
Afinal, como vemos nos demais dados sobre transações financeiras, acesso a serviços públicos e cursos
virtuais, os indicadores apresentados são significativamente inferiores aos de homens brancos. Isso deixa
mais nítidas as múltiplas camadas da desigualdade em nosso país, especialmente quando combinadas sobre
os efeitos do aproveitamento das oportunidades digitais por diferentes parcelas da população.
A pesquisa TIC Domicílios Brasil de 2020 revelou ainda dados sobre as atividades desenvolvidas pelos
usuários da Internet no Brasil.
80%
realizaram chamada de voz ou vídeo.
53%
buscaram informações sobre saúde.
43%
realizaram transações financeiras.
37%
realizaram algum serviço público.
Percebemos que a Internet está cada vez mais presente na vida e no dia a dia das pessoas, para resolver
questões burocráticas, para fazer contato, ou interagir com familiares e amigos. Apesar das desigualdades
geradas pela falta de acesso, a Internet é parte do tecido que gera e promove as conexões e interações
humanas.
A fusão que acompanhamos até aqui entre a computação e a comunicação, possibilitou aos seres humanos
novas formas de aprender, de se informar e de conhecer o mundo. Assim, surgem novas maneiras de
interação e conexão entre as pessoas, como as redes sociais que permitem conectar, compartilhar e existir no
mundo digital.
Afinal, o que é cibercultura?
Neste vídeo, o especialista responde às cinco perguntas mais pesquisadas da Internet sobre o assunto em
questão.
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Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Nova cultura gerada pelo digital
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Sociedade brasileira e a conexão em rede
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Verificando o aprendizado
Questão 1
A tecnologia criada em 1969 nos Estados Unidos, com o nome de ARPANET foi a propulsora do(a):
A
Linux.
B
Windows.
C
Apple.
D
Internet.
E
Google.
A alternativa D está correta.
A Internet foi criada em 1969, nos Estados Unidos, com o nome de ARPANET, e visava inicialmente interligar
laboratórios de pesquisa, baseando-se em um conceito de rede.
Questão 2
(FCC/2014) Pierre Lévy defende que a interconexão entre as pessoas de diversos locais, decorrente de um
fenômeno técnico, resulta em universalidade no tangente a formas e espaço de comunicação, mas também
comporta a diversidade, destituindo qualquer possibilidade de totalidade. Essa interconexão generalizada
gera, de acordo com o autor, mudanças na educação e nas formas artísticas. Tal ideia trabalhada na obra de
Lévy, trata-se do conceito de:
A
cibercultura.
B
virtualização.
C
árvores de conhecimento.
D
tecnologias da inteligência.
E
ecologia cognitiva.
A alternativa A está correta.
O conceito de cibercultura desenvolvido por Pierre Lévy leva em consideração justamente o impacto que a
Internet e o desenvolvimento das tecnologias da comunicação e informação têm sobre a dinâmica e a
organização da vida social.
2. Redes sociais – conectar, compartilhar, existir no mundo digital 
Tecnologias e redes sociais 
A Internet e as tecnologias de informação e comunicação (TICs) não nos tornaram sujeitos conectados, mas
sim ampliaram significativamenteas nossas conexões. Afinal, sempre estivemos conectados remotamente
pelo correio, pelo telégrafo, pelo telefone ou mesmo por outras tecnologias que surgiram ao longo das
décadas.
Com a ampliação do acesso à Internet, o mundo se tornou um lugar interconectado, fazendo surgir novas
conexões que possibilitam a aproximação entre pessoas, pelo encurtamento de distâncias físicas e
geográficas. As tecnologias também favoreceram a construção de redes sociais conectadas pela Internet, por
meio das quais as pessoas estabelecem relações de maneira dinâmica e flexível.
Apesar de ser amplamente utilizada para definir agrupamentos sociais on-line, a noção de redes
sociais é um conceito desenvolvido originalmente pelas Ciências Sociais e busca explicar alguns
tipos de relação entre pessoas. 
Desse modo, ao usarmos esse termo no contexto do ambiente da Internet, estamos transpondo um modelo de
análise social para o espaço virtual.
Diante disso, vamos recuperar o debate sobre a gênese das redes sociais e recorrer aos estudos e pesquisas
de Raquel Recuero, autora do livro Redes Sociais na Internet (2009), obra de referência para o estudo das
conexões e interações em rede na Internet.
Recuero (2009), afirma que o conceito de rede social originalmente está focado na descrição e na
compreensão das estruturas sociais, buscando entender os modos de conexão entre os atores sociais e suas
interações.
Com base nas reflexões de Recuero, elencamos alguns autores e obras que são consideradas antecedentes
dos estudos de redes sociais:
Leonhard Euler
O enigma das Pontes de Königsberg (1736).
Jacob Moreno
Who shall survive? (1934).
Linton Freeman
The Development of Social Network Analysis
(2004).
Os três autores são responsáveis por estudos considerados basilares para compreender o fenômeno das
conexões em redes. Euler (1736), deu origem à perspectiva das estruturas focadas em nós e suas conexões.
Moreno (1934), inventou o sociograma, que é a representação básica dos dados que constituem uma rede
social. Já Freeman (2004), credita a Auguste Comte as primeiras intuições dos estudos de redes sociais. 
Desde os primórdios já existiam o que chamamos de rede social, que são as interações sociais, as trocas
simbólicas entre pessoas por meio de relações que podem ser de amizade, econômicas, familiares e
interesses em comum. De acordo com o Dicionário Houaiss de Comunicação e Multimídia (2013), uma rede
social pode ser entendida como:
Efeito do encadeamento mais ou menos sistemático de grupos humanos ou organizações que mantêm
contato entre si por meio de um ou mais de um tipo de relações, compartilhando informações e tendo
interesses e objetivos comuns.
(NEIVA, 2013, p. 471)
Se as redes sociais são formadas a partir da relação entre seres humanos, que com flexibilidade e dinâmica
estabelecem conexões entre si, as redes sociais na Internet são aquelas construídas a partir das interações
estabelecidas por meio do digital e das tecnologias de informação e comunicação (TICs). Essas redes
possuem elementos estruturais e dinâmicos que constituem a sua fisionomia e pautam a dinâmica das
relações no mundo digital. 
Elementos das redes sociais
Quando observamos os fenômenos em torno das redes sociais na Internet, vemos estruturas e dinâmicas com
características muito similares àquelas das relações das redes sociais fora da Internet.
Segundo as pesquisas de Raquel Recuero (2009), esses elementos podem ser categorizados em estruturais e
dinâmicos: o estudo do conjunto de cada um desses elementos fornece informações importantes para a
compreensão do funcionamento e organização das redes sociais na Internet.
Elementos estruturais
Partindo do processo de revolução e transformação que a Internet provocou na sociedade, identificamos
algumas mudanças fundamentais em nossa estrutura social, e entre as principais podemos destacar a
possibilidade de expressão e sociabilização por meio das tecnologias da informação e comunicação. Surgem
novas formas de construir relações, de interagir com as pessoas e de se comunicar com o mundo.
Nessa linha, justifica-se o uso da metáfora estrutural de rede social para a compreensão dos grupos
expressos na Internet. Assim, do ponto de vista estrutural, uma rede social é definida pelo conjunto de dois
elementos: atores e conexões. São esses elementos que constroem a rede em si.
Vejamos do que se trata cada um desses elementos:
Atores
Trata-se do primeiro elemento de uma rede social, que são as pessoas,
instituições e os grupos envolvidos em uma rede. Podem ser entendidos
também como os nós ou nodos da rede, pois atuam na formação e
estruturação de interações que geram laços. Porém, quando se trata do
estudo das redes sociais na Internet, Recuero (2009) afirma que os
atores são representados por suas páginas de redes sociais na Internet e
assim não necessariamente são atores sociais, mas representam esses
atores: “São espaços de interação, lugares de fala, construídos pelos
atores de forma a expressar elementos de sua personalidade ou
individualidade” (RECUERO, 2009, p. 25).
Conexões
As conexões em uma rede social podem ser percebidas de distintas
maneiras, afinal elas são as interações e os laços sociais. De modo geral,
essas conexões são constituídas a partir da interação entre os atores,
das relações que vão sendo estabelecidas à medida que os contatos
acontecem. A interação é a matéria-prima das relações e dos laços
sociais. No âmbito das redes sociais na Internet, segundo Recuero
(2009), essas conexões podem ser mensuradas a partir das
possibilidades de manter rastros sociais das interações dos indivíduos: “A
interação social, no âmbito do ciberespaço, pode dar-se de forma
síncrona ou assíncrona [...]. Essa diferença remonta à diferença de
construção temporal causada pela mediação” (RECUERO, 2009, p. 32).
Ainda sobre os elementos estruturais da rede social, dentro ou fora da Internet, é importante aprofundar
alguns aspectos relacionados à percepção das conexões. Vamos entender melhor sobre a comunicação
síncrona e assíncrona, bem como as perspectivas de interação mútua e reativa.
Observe as diferenças entre comunicação síncrona e assíncrona:
Comunicação síncrona
Esse tipo de comunicação estrutura-se sob o modelo de interação em
tempo real, assim, os atores envolvidos interagem a partir da expectativa
de uma resposta imediata. Exemplos desse tipo de comunicação são: a
conversa em programas de troca de mensagens, a participação em
atividade virtual transmitida simultaneamente à sua realização, e as aulas
remotas em plataformas digitais.
Comunicação assíncrona
Esse tipo de comunicação acontece a partir de um modelo em que os
atores envolvidos levam tempo para interagir, por não estarem presentes
no momento temporal da interação. Trabalha-se com a expectativa de
resposta. Exemplos desse tipo de comunicação são: as trocas de e-mails,
fóruns e comentários em posts. 
Em sua obra Interação mediada por computador: comunicação, cibercultura, cognição (2007), Alex Primo,
importante pesquisador brasileiro sobre as dinâmicas de interação homem-computador, apresenta a
conceituação sobre interação mútua e reativa em redes sociais na Internet: 
Interação mútua
É o tipo de interação caracterizada por relações interdependentes e
processos de negociação. Exemplo é a possibilidade de comentários em
post e conteúdo da Internet, em que os atores podem dialogar não
apenas com o autor da publicação, mas também com outros atores que
fazem comentários.
Interação reativa
Essa interação é limitada por relações deterministas de estímulo e
resposta, sendo sempre restrita a atores envolvidos no processo.
Exemplo é o uso de hiperlink da Internet, no qual ao ator envolvido é
permitida, quase sempre, apenas a decisão de clicar ou não no link e
acessar seu conteúdo. 
A interação na Internet é um elemento central para a existências das redes sociais virtuais, pois possibilita a
conexão entre atores e o estabelecimento de relações e a possível geração de laços sociais. 
Elementos dinâmicos
Após conhecer os elementosestruturantes das redes sociais, é necessário também se familiarizar com os
denominados elementos dinâmicos, que são os comportamentos que alteram suas estruturas no tempo e por
isso são considerados dinâmicos. Esses comportamentos são fruto do processo de interação que ocorre entre
os atores e podem se apresentar como cooperativos, competitivos e conflitivos.
O primeiro elemento que é trazido para o estudo das redes sociais como elemento dinâmico é o
aparecimento da cooperação, da competição e do conflito como processos sociais que influenciam a
rede.
(RECUERO, 2009, p. 81)
A seguir, categorizaremos cada uma dessas interações:
Comportamentos cooperativos
Os comportamentos dessa categoria tendem a gerar mais agregação dos nós da rede, possibilitam a
criação de conexões e laços mais fortes e valorosos, afinal a cooperação é o elemento formador das
estruturas sociais. A cooperação é gerada a partir das ações coletivas dos atores que compõem a
rede social. Na Internet, esses comportamentos podem ser observados na formação de grupos, que
atuam com base em interesses individuais e se encontram no contexto dos interesses coletivos.
Alguns grupos que trabalham com a defesa e proteção de animais nas redes sociais realizam ações
entre os seus seguidores para financiar tratamentos de animais doentes, encontrar pessoas que
possam cuidar ou adotar animais, tudo a partir de uma dinâmica de cooperação. 
Comportamentos competitivos
As interações competitivas podem tanto fortalecer quanto enfraquecer conexões. Elas podem gerar
cooperação entre os atores de uma rede para suplantar os atores de outra. A competição consiste em
luta, mas não necessariamente em hostilidade. Na Internet, tal comportamento pode ser percebido no
movimento constante de mensuração e comparação entre os números de seguidores de atores
sociais, bem como na criação de grupos restritos e na mobilização dos atores em torno de questões,
como votações e escolhas. Essa perspectiva pode ser percebida em diversos contextos, mas um
exemplo emblemático são os mutirões de votação para candidatos de reality shows. 
Comportamentos conflitivos
Esse tipo de comportamento pode gerar hostilidade, desgaste e ruptura de conexões e laços. O
conflito contribui para o desequilíbrio das relações. Tal comportamento é recorrente nas redes
sociais. Infelizmente, é comum perceber a presença de pessoas, comumente chamadas de haters,
que postam comentários ofensivos e violentos em conteúdo na Internet e disseminam mensagens de
ódio e violência em seus comentários e interações. 
Como afirma Recuero (2009), esses três tipos de comportamento não são distintos ou não relacionados, eles
coexistem entre os atores e as conexões nas redes sociais na Internet e fazem parte dos fenômenos
emergentes da sociedade.
Redes sociais na Internet
Os estudos sobre redes sociais na Internet ganharam maior visibilidade a partir do interesse em compreender
os impactos das tecnologias da informação e comunicação (TICs), no processo de interação e relação entre
os seres humanos. As redes sociais sempre estiveram presentes na vida das pessoas, o que mudou foi a
expansão das tecnologias.
O professor e pesquisador Luís Mauro Sá Martino, afirma em seu livro Teoria das Mídias Digitais: linguagens,
ambientes e redes (2014), que na Internet o estabelecimento de relações está ligado, na maioria das vezes, à
lógica de ação das redes sociais.
Nas redes sociais, os vínculos entre os indivíduos tendem a ser fluidos, rápidos, estabelecidos conforme
a necessidade em um momento e desmanchados no instante seguinte.
(MARTINO, 2014, p. 56)
A afirmação de Martino nos direciona à necessidade de compreender sobre dois elementos importantes do
funcionamento das redes sociais na Internet: dinâmica e flexibilidade. 
Dinâmica
Diz respeito às formas de interação entre os
atores de uma rede social, determinada pelo
fluxo de entrada e saída da rede, bem como os
tipos de conexões que são estabelecidos. Cada
rede social terá sua dinâmica específica, pois
isso está ligado diretamente à própria
arquitetura sobre a qual é construída a
interação social.
Flexibilidade
Diz respeito à própria capacidade das redes de
mudar de tamanho, ganhando ou perdendo
participantes. Por flexibilidade, podemos pensar
sobre características dos laços existentes em
uma rede social na Internet. É nítido que, na
atualidade, as relações sofrem rápidas
transformações, de acordo com o interesse e o
desejo dos atores envolvidos.
Ainda segundo Martino (2014, p. 58), o princípio de uma rede social é a natureza relacional de sua
composição, definida por vínculos fluidos, flexíveis, e pelas várias dinâmicas dessas relações. O termo “redes
sociais” cobre um vasto espectro de agrupamentos sociais on-line dedicados a todo tipo de atividade.
Pensando nesses agrupamentos sociais on-line, Martino (2014, p. 74), apresenta três características
específicas das redes sociais na Internet, ou redes sociais on-line.
Possibilidade de criar um espaço pessoal
de apresentação de si mesmo, onde se
pode colocar à disposição de todos as
imagens e os textos que se escolher.
Possibilidade de acessar os perfis de
outras pessoas, segundo as
características e possibilidades de cada
rede social.
Chance de estabelecer relações com
outros participantes da rede, na
observação de seus perfis, a partir de
cada rede social.
A expressão “redes sociais na Internet”, que também podem ser denominadas de “redes sociais on-line”,
“redes sociais digitais”, “redes sociais conectadas”, nesse sentido, refere-se à diversidade de possibilidades
de construção de páginas ou perfis, a partir de características próprias e que permitem tipos diferentes de
interação.
O surgimento dos sites de rede social representou um marco para os processos de interação na Internet, pois
nele os atores poderiam apresentar sua representação individualizada, mas também podem publicizar suas
relações e conexões. Tais sites não apenas publicam perfis, mas são capazes de criar e modificar redes.
Ainda refletindo sobre características e aspectos que constituem as redes sociais, identificamos três critérios
básicos apontados por Neiva (2013) que uma rede social na Internet deve ter:
 
Gerar as interações e distribuir um perfil público ou semipúblico, criado pelo usuário, para outros
participantes do sistema.
 
Estabelecer uma lista de outros usuários que também construíram um perfil público ou semipúblico.
• 
• 
 
Permitir o cruzamento dos perfis de todos que estão ali listados.
Esses critérios básicos mencionados apontam para o elemento articulador da existência das redes sociais na
Internet: as interações e conexões em rede. Dessa maneira, destaca-se o papel das redes na construção de
uma nova sociedade, na circulação de informações e na sociabilização das pessoas a partir do contexto
digital.
Cronologia das redes sociais na Internet 
Para entender melhor o surgimento e desenvolvimento das redes sociais na Internet, observe uma cronologia
com os principais sites e plataformas de redes sociais, surgidas a partir da década de 1990.
1990
Logomarca do ICQ, programa de comunicação instantânea.
GeoCities
The Globe
Classmates
SixDegrees
ICQ
• 
• 
• 
• 
• 
• 
2000
Logomarca do WhatsApp, aplicativo multiplataforma de mensagens instantâneas e
chamadas de voz.
FotoLog
Friendster
LinkedIn
MySpace
Twitter
Orkut
Flickr
Facebook
YouTube
WhatsApp
• 
• 
• 
• 
• 
• 
• 
• 
• 
• 
2010
Logomarca do Instagram, rede social on-line de compartilhamento de fotos e
vídeos.
Pinterest
Instagram
Snapchat
Google+
TikTok
O elemento comum a essas diversas expressões de redes sociais é justamente o caráter relacional. Em uma
rede, as conexões e os laços entre os atores que participam darão o tom de sua dinâmica de funcionamento.
Seja para publicar sites, compartilhar conteúdos como fotografias, vídeos e textos, ou mesmo trocar
mensagens e estabelecer relações de trabalho, as redes sociais na Internet podem ser entendidas como
espaços universais de encontro.
Segundo Neiva(2013, p. 472), de todas as formas de uso da Internet, o acesso a redes sociais é o que mais
cresce em relação ao aumento do número de pessoas com smartphones.
Existem dois tipos de redes sociais na Internet, de acordo com os estudos de Recuero (2009): as redes
emergentes e as redes de filiação ou redes de associação. Apesar de poderem coexistir, esses tipos de redes
possuem diferenças significativas, particularmente no que diz respeito às dinâmicas de funcionamento.
Vejamos suas diferenças a seguir:
Redes sociais emergentes
Constituem-se a partir da interação entre os atores sociais, que realizam trocas, interações e conversações,
por meio das tecnologias da informação e comunicação (TICs). Esse tipo de rede está ligado à noção de 
interação mútua, apresentada por Primo (2007), é uma rede construída por meio da interação, de comentários
e mensagens enviadas via redes sociais e podem proporcionar a criação de laços sociais dialógicos. É uma
rede emergente, porque está constantemente sendo construída e reconstruída, a partir das interações e
trocas sociais. 
• 
• 
• 
• 
• 
A interação social mútua forma redes sociais onde os laços são constituídos de um pertencimento
relacional, que é emergente, caracterizado pelo “sentir-se parte” por meio das trocas comunicacionais.
Além disso, nessas redes, há concentração de um maior número de interações entre os mesmos nós.
(RECUERO, 2009, p. 96)
Redes sociais de filiação ou redes associativas
Derivam de conexões estáticas, geradas pelo sistema utilizado. Por isso, essas redes são muito grandes e
estão ligadas ao conceito de interação reativa de Primo (2007), pois as conexões uma vez feitas, permanecem
ali até que sejam deletadas, independentemente de interação social. Esse tipo de rede pode ser observado
nos indicadores de amigos e seguidores – nem sempre o fato de se ter milhões de amigos significa que o
usuário fará contato com todos, ou que eles interagirão frequentemente com o usuário. Mesmo que não tenha
interação, a conexão permanece. 
São redes cujas conexões são forjadas por meio de mecanismos de associação ou filiação dos sites de
redes sociais. [...] Estudar as redes de filiação, assim, é traçar as conexões que são forjadas pelo sistema
utilizado.
(RECUERO, 2009, p. 98)
Sites de redes sociais 
O conceito de rede social está ligado às relações e trocas estabelecidas entre as pessoas. Assim, ao
estudarmos as redes sociais na Internet, perceberemos que elas são os processos de interação e conexão
entre as pessoas, só que no ambiente digital. Por isso, é indispensável entender que, para existirem as redes
sociais na Internet, é preciso que sejam utilizados sistemas digitais, que podemos chamar de sites. Como
definições para um site de rede social, temos as seguintes premissas:
 
Possibilidade de construção de uma persona por meio de um perfil ou página pessoal.
Viabilidade de interação por meio de comentários e mensagens.
Oportunidade de exposição pública da rede social de cada um.
De acordo com Recuero (2009), a diferença entre o site de rede social e outras formas de comunicação que
utilizam as tecnologias da informação e comunicação (TICs) é a maneira como possibilitam a visibilidade e a
articulação das redes sociais e a manutenção dos laços e conexões estabelecidos.
É comum nos dias de hoje utilizar mais de um site de rede social, especialmente porque cada um tem
características próprias e servem para objetivos específicos. Ao fazer uma conta no LinkedIn, é preciso ter
clareza de que é uma rede social voltada para relações e conexões profissionais e de trabalho. Assim como
ela, as demais redes sociais estão direcionadas a diferentes objetivos.
• 
• 
• 
Os sites de rede social podem gerar ganhos para os seus atores, como os relacionados ao capital social.
Alguns valores comumente relacionados a essas redes são: visibilidade, reputação, popularidade e autoridade.
Vejamos a definição de cada um desses valores:
Visibilidade
É encarada como valor, pois possibilita aos atores serem mais vistos e estarem em evidência, à
medida que estão mais conectados. 
Reputação
É considerada como a percepção construída sobre alguém pelos demais atores sociais.
Popularidade
A dimensão da popularidade tem ligação direta com a audiência, pois permite visualizar as conexões
e as referências que determinam a posição de um ator na rede.
Autoridade
Refere-se ao poder de influência de um determinado ator social.
As mais usadas
Nos últimos anos, o uso de sites de redes sociais aumentou significativamente. No cenário da pandemia da
covid-19, os hábitos de consumo da Internet cresceram ainda mais. De acordo com o Relatório Digital 2022:
Brasil, produzido pela We Are Social e HootSuite, os usuários de redes sociais na Internet no Brasil, em janeiro
de 2022, eram 171,5 milhões, o que demonstra um crescimento de 14,3% de 2021 para o início de 2022.
Com base nos dados disponíveis no relatório, é possível traçar um ranking das redes sociais mais utilizadas
pelos brasileiros, bem como os percentuais de alcance dos anúncios publicitários em cada rede.
Esses dados refletem o grande impacto que as redes sociais têm na vida e no cotidiano da população. Pelas
redes, as pessoas se conectam, compartilham e tomam suas decisões de compra, por isso, um aspecto
relevante para se considerar é o alcance dos anúncios feitos nessas redes. De acordo com o Relatório Digital
2022: Brasil, o Facebook alcançou, com seus anúncios no início de 2022, o equivalente a 54,00% da
população brasileira, sendo que desta quantidade 53,60% da audiência era feminina, e 46,4% era masculina.
Confira os dados de alcance de anúncio de outras redes sociais na Internet. 
O público feminino é maioria na audiência de anúncios de todas as redes sociais analisadas na pesquisa. A
observação dessa informação auxilia a compreensão do volume de dados e conteúdo trocados diariamente
em cada uma dessas redes, o que nos leva a entender que existe também uma diversidade de tipos de
interação que varia conforme a rede social que o ator ingressa. É fato inegável que a Internet impulsionou no
mundo todo um complexo processo de transformação e de convergência, que merece ser refletido e
aprofundado. 
O caminho da desinformação nas redes sociais
Nesta entrevista, discutiremos o perigo do compartilhamento de informações falsas nas redes sociais. 
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Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Elementos das redes sociais: estruturais e dinâmicos
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Sites de redes sociais
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Verificando o aprendizado
Questão 1
(COPEVE-UFAL/2011) Na Internet, uma rede social é:
A
um tipo de site em que usuários compartilham informações, conhecimentos e interesses em comum.
B
uma rede em estrutura IPv6 que transmite apenas dados criptografados.
C
um site típico de ONGs que incentivam o uso da Internet como meio de inclusão social.
D
um tipo de conexão de alta velocidade com a Internet, própria para utilização em áreas de baixa renda.
E
uma rede composta por pelo menos dez computadores e que é utilizada para realizar processamento de
grandes cálculos matemáticos na Web.
A alternativa A está correta.
Com o surgimento da Internet e o desenvolvimento das tecnologias da informação e comunicação, os sites
de redes sociais expandiram-se pelo mundo, e são páginas na Internet, em que os atores sociais, que são
os usuários, vão compartilhar informações e estabelecer relações e conexões.
Questão 2
(CESPE/2019) A promoção da conectividade entre várias pessoas simultaneamente, por meio de listas de
amigos, seguidores e até mesmo desconhecidos, é a principal característica:
A
da tecnologia social.
B
do marketing social.
C
da comunicação de massa.
D
de redes sociais.
E
de mídias sociais.
A alternativa D está correta.
Com as redessociais na Internet é possível estabelecer conexão entre pessoas de diferentes realidades. A
dinâmica das redes está baseada na possibilidade de estabelecer relações com outros participantes,
proporcionando a interação entre eles.
Ithiel de Sola Pool, cientista político.
3. A convergência dos meios de comunicação; mídias tradicionais x mídias digitais
Processo de convergência
Princípios que norteiam a convergência
Após conhecer o processo de surgimento e desenvolvimento da Internet e de identificar os elementos centrais
das redes sociais no ciberespaço, é importante compreender os princípios que norteiam o processo de
convergência, pelo qual os meios de comunicação vêm passando em função das possibilidades geradas pelas
tecnologias da informação e comunicação (TICs), que permitem a apresentação, em formato digital, de
qualquer tipo de informação.
Para Asa Briggs e Peter Burke em sua clássica obra Uma História Social da Mídia: de Gutenberg à Internet
(2004), referência para os estudos sobre a história da mídia, a noção de convergência vem sendo aplicada
desde 1990 para definir o “desenvolvimento tecnológico digital, à integração de texto, números, imagens,
sons e diversos elementos de mídia” (BRIGGS; BURKE, 2004, p. 270). O termo foi aplicado à organização de
processos referentes à integração das indústrias de mídia e de telecomunicações.
O primeiro pesquisador a utilizar o termo foi o
cientista político Ithiel de Sola Pool (1983),
considerado o profeta da convergência. Ele
afirmava que a convergência deveria ser
entendida como um poder transformador
dentro das indústrias midiáticas. Para ele, este
era dois lados do mesmo fenômeno.
Foi com base nos estudos de Pool (1983) que
Henry Jenkins desenvolveu suas reflexões e
publicou o livro Cultura da Convergência
(2009), que se tornou uma das principais obras
para o estudo da convergência dos meios de
comunicação, na atualidade.
Em suas conceituações, Jenkins (2009), define a cultura da convergência como o encontro no qual as velhas
e novas mídias colidem, momento em que a mídia corporativa e a mídia alternativa se cruzam, e ainda em que
o produtor de conteúdo interage de maneira imprevisível com o consumidor.
Convergência é um termo que consegue abarcar os processos de transformação que a sociedade
está vivendo na atualidade. É uma conceituação que contempla as mudanças tecnológicas,
mercadológicas, culturais e sociais.
A convergência, para Jenkins (2009), representa uma transformação cultural, que repercute também nos
consumidores, e não somente nas empresas de mídia.
O processo de convergência no qual a sociedade está imersa diz respeito às transformações da cultura do
mundo atual, das possibilidades de criação e distribuição de conteúdo pela Internet, do fluxo de imagens,
ideias, histórias em uma quantidade ainda maior de canais midiáticos. Nesse contexto, não se consome
apenas os conteúdos, mas se produz e se distribui por meio das tecnologias de informação e comunicação
(TICs). Esse é o momento da metamorfose dos meios de comunicação.
Ainda hoje é possível encontrar pessoas que acreditam que, em virtude da convergência dos meios de
comunicação, os novos meios eliminam os antigos, mas com o passar do tempo, o que se observou foi que os
novos e os antigos meios de comunicação passaram a interagir, e estão construindo processos de
transformação que vão desde a forma de produzir até a forma de consumir os conteúdos.
Por convergência, refiro-me ao fluxo de conteúdos através de múltiplas plataformas de mídia, a
cooperação entre múltiplos mercados midiáticos e ao comportamento migratório dos públicos dos meios
de comunicação, que vão a quase qualquer parte em busca das experiências de entretenimento que
desejam.
(JENKINS, 2009, p. 29)
Conforme os estudos de Jenkins (2009), o debate sobre cultura da convergência se estrutura sobre três
pilares: 
Convergência midiática Cultura participativa
Inteligência coletiva
Vamos ver cada um deles para entendermos o processo de transformação dos meios de comunicação e seus
efeitos sobre a vida social. 
Convergência midiática
Adaptação das mídias à Internet
Em tempos de Internet e dispositivos móveis, entender o que significa o processo de convergência midiática é
essencial, pois ele trata da tendência de adaptação das mídias à Internet. Nessa linha, é necessário retomar
também os conceitos de mídias tradicionais e mídias digitais, afinal, o processo de convergência acontece
também entre elas:
Apesar das diferenças, o surgimento de novas tecnologias midiáticas permitiu que um mesmo conteúdo
pudesse circular pelos vários canais, assumindo formas distintas no ponto de recepção.
Para Jenkins (2009, p. 38), a convergência não significa uma estabilidade ou unidade, que opera como uma
força constante pela unificação, mas sempre em dinâmica tensão com a transformação.
A convergência das mídias é mais do que apenas uma mudança tecnológica. A convergência altera a
relação entre tecnologias existentes, indústrias, mercados, gêneros e públicos. A convergência altera a
lógica pela qual a indústria midiática opera e pela qual os consumidores processam a notícia e o
entretenimento.
(JENKINS, 2009, p. 43)
O surgimento e o desenvolvimento das mídias digitais garantiram ao ser humano maior agilidade na
construção e edição de conteúdo. Isso gera um novo ecossistema comunicativo, bem mais amplo e com maior
participação e interação. A convergência não ocorre somente por meio das tecnologias da informação e
comunicação, mas sim nas ações e nos pensamentos dos consumidores em suas interações sociais.
A metamorfose que vive os meios de comunicação hoje é fruto justamente do processo de transformação em
que os fluxos de trabalho são cada vez mais dinâmicos e multimidiáticos, favorecendo a interdisciplinaridade e
a integração entre os diferentes meios. Dessa maneira, a convergência de mídia é um ato ou mesmo efeito de
integrar meios de comunicação diversificados.
Como mencionamos, a convergência, na perspectiva de Jenkins (2009), não é pautada pelo determinismo
tecnológico, mas fundamentada em uma perspectiva culturalista, que leva em consideração os processos
sociais e a participação das pessoas. O pensamento convergente gera novos fluxos de conteúdos, que vão
Mídias tradicionais 
As mídias tradicionais podem ser
representadas por jornais, revistas, rádio,
cinema e televisão. São os veículos
convencionais de comunicação, as mídias
analógicas, os meios de divulgação em massa,
nos quais uma mensagem pode chegar a
milhares de pessoas de maneira unilateral,
sem muito espaço para interação. As mídias
tradicionais evoluíram significativamente
desde que foram criadas, mas os aspectos
fundamentais e estruturais permanecem os
mesmos.
Mídias digitais 
As mídias digitais são as mídias
relacionadas à Internet que utilizam,
como meio, qualquer dispositivo
eletrônico, como computadores, tablets
e smartphones, para desenvolver ou dar
continuidade a um projeto que tem
como suporte a Internet. Em uma mídia
digital, todos os dados,
independentemente da sua linguagem,
são sequências de código
computacional e essa é a característica
que permite o compartilhamento,
armazenamento e a conversão de dados
na Internet.
circular por diferentes suportes midiáticos, entre os quais alguns suportam maior diversidade e maior nível de
participação do que outros.
A convergência não significa que o surgimento de um meio novo extinguirá um antigo, mas entende-
se que ambos se modificam em uma interseção da qual emergem novos significados e geram novos
comportamentos entre os públicos dos meios de comunicação.
Em sua reflexão, Jenkins (2009) articula outras duas noções fundamentais para sustentar a conceituação
sobre convergência midiática: os conceitos de economia afetiva e narrativas transmidiáticas, que fazem parte
do mapa conceitual dos estudos em torno dos processos de convergência.
Vejamos a seguir como elas se identificam:
O conceito de economia afetiva serve para pensar sobre o
comportamento dos consumidores na atualidade,e está
ligado diretamente à noção de participação do público e
das suas tomadas de decisão.
Como diz Jenkins (2009, p. 96): “A economia afetiva refere-
se a uma nova configuração da teoria do marketing, [...] que
procura entender os fundamentos emocionais da tomada de
decisão do consumidor como uma força motriz por trás das
decisões de audiência e compra.”
Já a narrativa transmidiática exige um envolvimento maior
do público, pois é necessária a interação com os conteúdos
produzidos e espalhados nas diversas mídias.
Jenkins (2009, p.138) afirmava que: “Uma
história transmídia desenrola-se através de
múltiplas plataformas de mídia, com cada novo
texto contribuindo de maneira distinta e valiosa
para o todo. Na forma ideal de narrativa
transmídia, cada meio faz o que faz de melhor –
a fim de que uma história possa ser introduzida
num filme, ser expandida pela televisão,
romances e quadrinhos; seu universo possa ser
explorado em games ou experimentado como
atração de um parque de diversões.”
Cultura participativa
As reconfigurações provocadas pela Internet e pelo desenvolvimento das tecnologias da informação e
comunicação (TICs) impulsionaram mudanças nos protocolos de convivência e interação e isso deu força para
a perspectiva da cultura da participação. Nesse modelo cultural, o comportamento das pessoas muda
completamente, pois elas deixam de ser meros receptores das mensagens dos meios de comunicação e
passam a adotar uma postura mais ativa e participativa.
A lógica da cultura participativa é justamente promover uma mudança no papel exercido pelas pessoas que
consomem os conteúdos produzidos pelos meios de comunicação, e tanto do ponto de vista da informação
quanto do entretenimento essa mudança pode ser percebida. As pessoas interagem com sistemas complexos
de regras, desenvolvidos para serem usados de forma coletiva.
Nesse contexto, o modelo de comunicação é dialógico, coletivo e colaborativo. As pessoas são chamadas a
participar ativamente de todo o processo, da criação à circulação dos novos conteúdos. Assim, todos podem
ser consumidores e produtores de conteúdo, fomentando o desenvolvimento das capacidades práticas de
cada um.
Maria Lucia Santaella Braga.
A expressão cultura participativa contrasta com noções mais antigas sobre a passividade dos
espectadores dos meios de comunicação. Em vez de falar sobre produtores e consumidores de mídia
como ocupantes de papéis separados, podemos agora considerá-los como participantes interagindo de
acordo com o novo conjunto de regras, que nenhum de nós entende por completo.
(JENKINS, 2009, 30)
Por isso, a cultura participativa é um dos pilares da cultura da convergência, pois diz respeito às
possibilidades que cada pessoa tem de ser um produtor de conteúdo. O desenvolvimento das tecnologias de
informação e comunicação (TICs) permitiu que uma parcela maior da população tivesse acesso a essas
tecnologias no seu dia a dia e conseguisse exercer sua função de produtor, trabalhando na criação e na
recriação de conteúdos, que vão do audiovisual ao escrito. 
Lucia Santaella, uma das principais
pesquisadoras sobre processos
comunicacionais na Internet, escreveu no texto 
O DNA das Redes Sociais Digitais, publicado na
coletânea Comunicação em tempos de redes
sociais: afetos, emoções, subjetividades (2013),
que as mídias digitais abriram espaço para a
criação de ambientes de convivência
instantânea entre as pessoas, dando força para
a noção de cultura da participação. Cultura da
participação é aquela em que seus membros
acreditam que suas contribuições importam e
desenvolvem certo grau de conexão social com
o outro.
Para Santaella (2013, p. 29), trata-se de um
novo cenário de convivência humana que inclui:
 
Afiliações, formais e informais, em comunidades on-line, centradas em diversas formas de mídia.
 
Usos que, potencialmente, produzem mudanças na plataforma.
 
Usos baseados em valores de afinidade, confiança e afetividade.
 
Solução colaborativa de problemas pelo trabalho conjunto de equipes para realizar tarefas e
desenvolver novos conhecimentos.
 
Circulações que determinam o tipo de fluxo entre as mídias.
Espaços nos quais cada um conta, em que todos podem colaborar e que não aceitam mais os discursos
meramente persuasivos, exigentes, excludentes, impositivos, afinal, com apenas um clique, pode-se
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compartilhar informações e mobilizar pessoas em torno de um tema, uma situação ou questão, pois, segundo
Jenkins (2009, p. 31), nos últimos anos, foi possível perceber o quanto equipamentos, como o celular,
tornaram-se fundamentais no processo de convergência das mídias.
Na atualidade, as pessoas estão cada vez mais conectadas na Internet e tornaram-se capazes de elaborar e
reelaborar seus próprios conteúdos e mensagens, utilizando os códigos, que constituem as práticas dos
meios de comunicação, mas ao mesmo tempo também recriando esses códigos conforme é possível.
No texto Tudo e todos estão on-line (2011), o professor Stephen P. Bradley e a pesquisadora Nancy Bartlett
destacam a relação entre o desenvolvimento das tecnologias da informação e comunicação (TICs) e o
surgimento de novas práticas culturais. Para os autores, o fato de as pessoas estarem mais conectadas hoje
em dia se deve à ampliação do acesso a Internet e à funcionalidade das tecnologias desenvolvidas.
Como discar em um telefone ou trocar o canal da televisão nas décadas passadas, as pessoas clicam e
navegam em celulares, computadores, laptops, tablets, MP3 e leitores eletrônicos para interagir com o
conteúdo digital.
(BRADLEY; BARTLETT, 2011, p. 1)
O acesso à Internet e às tecnologias, mesmo ainda não alcançando toda a população, já é capaz de mobilizar
o desenvolvimento da cultura da participação, pois gera nas pessoas o desejo por criar, compartilhar e
influenciar na Internet.
De acordo com Bradley e Bartlett (2011), existem três componentes interdependentes que representam a
forma de perceber o mundo digital em rede:
Produção de conteúdo Distribuição de conteúdo
Consumo de conteúdo
Na cultura da participação, as pessoas produzem e distribuem seus próprios conteúdos e ainda consomem o
conteúdo dos outros.
Partindo disso, Bradley e Bartlett (2011, p. 3), apontam para cinco dinâmicas que ajudaram na delineação da
fisionomia do modelo centrado no usuário e em suas relações na Internet.
 
Acesso à banda larga universal e dominante.
Pequenas barreiras na produção de conteúdo.
Pequenas barreiras e distribuição de conteúdo.
Aplicativos e dispositivos sofisticados que permitem ao usuário organizar e consumir o conteúdo.
Tecnologias sem fim e em rede.
A partir dessas dinâmicas, podemos analisar o fenômeno da Internet, particularmente seu desenvolvimento,
pois entre elas está o que podemos considerar como o pré-requisito para as interações e conexões no mundo
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digital: a banda larga; por meio dela é possível a criação e difusão de conteúdo digital, bem como a ampliação
da interatividade em tempo real, a colaboração e a conexão.
Inteligência coletiva
Novas formas de aprender e de entender o mundo surgem com a Internet, especialmente a partir das recentes
lógicas de produção e compartilhamento de informação no digital. Atualmente, as pessoas buscam tanto nas
redes sociais quanto em sites e páginas a informação e o conhecimento sobre qualquer assunto. Assim, cada
um presente na Internet coloca à disposição suas capacidades intelectuais e ajuda outras pessoas.
Essa é a essência da inteligência coletiva, o
compartilhamento em rede, pelas interconexões entre
grupos e indivíduos. O fato é que ninguém sabe tudo e
todos sabem algumas coisas importantes, justamente na
perspectiva que fortalece a noção de uma construção
coletiva de conhecimento na Internet.
Lévy (1999), que cunhou inicialmente o conceito de
inteligência coletiva, acredita que ela tende a alterar,
gradualmente, o modo como a cultura de massa opera, pois
favorece práticas de criação, compartilhamento e
recombinação de conteúdo não somente na Internet. Entre suasprincipais características estão:
compartilhamento, cooperação e ação coletiva.
A inteligência coletiva refere-se a essa capacidade das comunidades virtuais de alavancar a expertise
combinada de seus membros. O que não podemos saber ou fazer sozinhos, agora podemos fazer
coletivamente.
(JENKINS, 2009, p. 56)
São os vínculos entre diversas competências, ideias, informações, dados e conhecimentos articulados
virtualmente pelas interações entre as pessoas na Internet que caracterizam concretamente o que se entende
por inteligência coletiva.
Essa articulação só é possível graças às comunidades do ciberespaço, nas quais a troca e a circulação de
conhecimento é constante. As pessoas conectadas na Internet realizam processos de articulação e trocas, o
que garante a expansão contínua da inteligência coletiva.
Martino (2014), afirma que todas as pessoas podem, sem perder a sua inteligência individual, contribuir com
algum elemento para a constituição de um conjunto de saberes que, sem pertencer especificamente a
ninguém, permanecem à disposição de todos, podendo ser usados e transformados durante o tempo.
Áreas específicas 
Em virtude de a inteligência coletiva existir no ciberespaço como um aglomerado de saberes virtuais, Pierre
Lévy (1999), propõe uma subdivisão em três áreas: técnica, conceitual e emocional.
1 Inteligência técnica
Envolve os objetos e o mundo concreto, materializa-se no conhecimento que planeja, projeta,
constrói e reconstrói.
 
2
Inteligência conceitual
Corresponde aos conceitos abstratos e não ocorre sobre a materialidade física.
 
3
Inteligência emocional
Engloba a compreensão e a administração dos sentimentos, concebe a relação entre os seres
humanos.
 
Nesse sentido, o capital intelectual coletivo é a somatória de avanços e descobertas da humanidade no
decorrer de sua história. 
Assim, a inteligência parte do princípio da ética da reciprocidade, em que o conhecimento de um
indivíduo poderá ser útil para outra pessoa.
Os grandes debates sociais encontram lugar na facilidade de conexões e compartilhamentos na Internet, que
trazem em si a potencialidade para a conexão do pensamento humanos e as tecnologias.
A conexão cada vez mais ativa entre os indivíduos colabora para ações coletivas. Os debates de matérias
relevantes para a sociedade encontram o seu apogeu na facilidade de comunicação, pelos meios eletrônicos e
pela mídia. A Internet traz a potencialidade para a conexão do pensamento humano e a cibercultura evidencia
a competência que o homem tem de reconstruir sua ideia de mundo, de incluir e interagir com o seu igual em
um novo cenário de relacionamentos, buscando um necessário diálogo para a sua vivência.
Convergência midiática, cultura participativa e inteligência coletiva
Neste vídeo, falaremos sobre os conceitos de convergência midiática, cultura participativa e inteligência
coletiva.
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Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Economia afetiva e narrativa transmidiática
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Inteligência coletiva
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Verificando o aprendizado
Questão 1
(UFMT/2021) Leia o trecho a seguir:
 
“A convergência não ocorre por meio de aparelhos, por mais sofisticados que venham a ser. A convergência
ocorre dentro dos cérebros de consumidores individuais e em suas interações sociais com outros. Cada um de
nós constrói a própria mitologia pessoal, a partir de pedaços de fragmentos de informações extraídos do fluxo
midiático e transformados em recursos através dos quais compreendemos nossa vida cotidiana” (JENKINS, H. 
Cultura da Convergência. São Paulo: Aleph, 2009).
O trecho apresentado fala sobre características da cultura da convergência, processo sociocultural muito
presente na vida contemporânea. Marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
 
( ) A convergência é um processo integralmente tecnológico, visto que afeta apenas os indivíduos que
interagem com as tecnologias móveis.
 
( ) No ambiente da convergência, os usuários podem atuar como coprodutores dos conteúdos em circulação,
impactando a reconfiguração e redistribuição das mensagens.
 
( ) Própria da convergência, transmídia é um tipo de narrativa que se desdobra em diversas plataformas,
reproduzindo o mesmo conteúdo em diferentes linguagens.
 
( ) No processo de convergência, diferentes formatos de mídia interagem entre si, reconfigurando os
processos de produção, distribuição e consumo dos conteúdos.
 
( ) Cultura participativa, inteligência coletiva e anulação das mídias eletrônicas são três pilares fundamentais
da convergência midiática apresentada por Henry Jenkins.
A
F, V, F, V, F
B
V, F, V, V, F
C
V, F, F, F, V
D
F, V, V, V, V
E
F, V, V, V, F
A alternativa E está correta.
Os pilares da cultura da convergência segundo Henry Jenkins são três: convergência dos meios de
comunicação, cultura participativa e inteligência coletiva; por isso, a convergência precisa ser entendida
como um processo além da transformação tecnológica, trata-se de um movimento que impacta a dinâmica
cultural e social das pessoas.
Questão 2
(UFRJ/2018) Várias narrativas utilizam múltiplas plataformas para contar uma história. Como define Henry
Jenkins em seu clássico Cultura da convergência (2008), uma narrativa transmídia:
A
é composta por uma mesma história narrada em diferentes mídias.
B
é uma história que usa simultaneamente áudio, vídeo e realidade aumentada.
C
é uma história que busca uma experiência de imersão.
D
é composta por histórias diferentes, contadas de forma autônoma em várias plataformas, mas que compõem
um mesmo universo.
E
é uma adaptação cinematográfica literal.
A alternativa A está correta.
As narrativas transmidiáticas utilizam diversas plataformas de mídia e várias linguagens, porém, nessas
plataformas circulam histórias distintas que se somam ao todo de um universo narrativo. Assim, cada
suporte de mídia contribui a partir da riqueza de suas possibilidades e ferramentas.
4. Conclusão
Considerações finais
Como vimos, os estudos e as pesquisas sobre história da mídia e evolução e convergência dos meios de
comunicação são amplos e colocam em perspectiva aspectos e fatos importantes para qualquer profissional
da Comunicação Social.
Importante também relembrar que as teorizações e conceituações apresentadas ao longo do conteúdo
precisam ser consideradas como bússolas, mapas e binóculos, que ajudaram a navegar pelas nuances que
surgem na vida social, cultural, mercadológica e tecnológica, em virtude da Internet e de suas
funcionalidades.
Sistematizamos os nomes centrais deste conteúdo para que você possa buscar suas obras e aprofundar seus
estudos e práticas profissionais. Começamos por Tim O‘Reilly, responsável pela definição das características
da Web 2.0 e que impulsionou o debate sobre os estudos em torno do tema. Outro importante colaborador
desse caminho reflexivo foi Pierre Lévy, com seus estudos sobre cibercultura e seus desdobramentos na
sociedade.
Raquel Recuero é uma teórica brasileira e suas contribuições foram indispensáveis para entender melhor as
redes sociais na Internet, seus elementos e características. Alex Primo fortaleceu o estudo dos processos de
interação entre seres humanos e máquinas. Sobre as mídias digitais e as temáticas de fundo, trabalhamos
com Luís Mauro Sá Martino.
No debate sobre cultura participativa nas redes sociais na Internet, trabalhamos com Lucia Santaella. Para
entender o processo de convergência dos meios de comunicação e a relação mídias tradicionais e mídias
digitais, foram utilizadas as reflexões de Henry Jenkins. O estudo e as práticas profissionais que envolvem
diretamente a Internet e as tecnologias da comunicação e informação necessitam de constante atualização,
pois os fenômenos são rápidos e dinâmicos.
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