Logo Passei Direto
Buscar
Material

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE 
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA 
DOUTORADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE 
 
 
 
 
CARLA RAQUEL PEREIRA OLIVEIRA 
 
 
 
 
ADIPOCINAS, EXCREÇÃO URINÁRIA DE 
ALBUMINA, SENSIBILIDADE INSULÍNICA E 
FUNÇÃO DA CÉLULA BETA NA DEFICIÊNCIA 
ISOLADA DO HORMÔNIO DE CRESCIMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aracaju 
2010 
 
CARLA RAQUEL PEREIRA OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ADIPOCINAS, EXCREÇÃO URINÁRIA DE 
ALBUMINA, SENSIBILIDADE INSULÍNICA E 
FUNÇÃO DA CÉLULA BETA NA DEFICIÊNCIA 
ISOLADA DO HORMÔNIO DE CRESCIMENTO 
 
Tese de doutorado apresentada ao Núcleo 
de Pós Graduação em Medicina da 
Universidade Federal de Sergipe, para 
obtenção do grau de Doutor em Ciências 
da Saúde 
 
 
 
 
 
 
Orientador : Prof. Dr. José Augusto Soares Barreto-Filho 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aracaju 
2010 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca da Saúde/UFS 
 
O48a 
Oliveira, Carla Raquel Pereira 
 Adipocinas, excreção urinária de albumina, sensibilidade insulínica e função da célula beta 
na deficiência isolada do hormônio de crescimento / Carla Raquel Pereira Oliveira-- Aracaju, 
2010. 
 137 f. 
 
 Tese (Doutorado em Ciências da Saúde) – Universidade Federal de Sergipe, Pró-Reitoria 
de Pós-Graduação e Pesquisa, Núcleo de Pós-Graduação e Pesquisa em Medicina. 
 
 Orientador: Prof. Dr. José Augusto Soares Barreto-Filho 
 
 1. Adipocinas 2. Albumina – Excreção urinária 3. Sensibilidade insulínica 4. Hormônio de 
crescimento – Deficiência 5. Endocrinologia I. Título 
 
CDU 616.43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Davi e Sofia, 
 
Meus amores, 
Minha alegria, 
Minha vida 
 
Por vocês tudo, 
Sem vocês nada... 
 
 
A Deus, São Judas Tadeus e Santa Terezinha, pelos vários milagres e pela proteção 
especial em todos os momentos. 
 
Ao meu esposo Alexander, meu maior amigo e companheiro há 14 anos, que apesar 
de nem sempre entender os motivos que me impulsionam fazer tantas coisas ao 
mesmo tempo, está sempre me apoiando e me ajudando. 
 
Ao meu pai, excelência de pai e professor, meu maior mestre e co-autor não só deste, 
mas de todos os meus projetos pessoais e profissionais. 
 
A minha mãe, meu pilar de sustentação, mãe e avó sem limites, o seu apoio foi 
fundamental para a conclusão desta tese. 
 
Aos meus avós (Luiz, Maria Hermínia, Mário, in memorian e Edna), exemplos de 
força, superação, otimismo e capacidade de vencer, mantendo sempre amor, carinho e 
atenção ao lidar com o próximo. Continuarei a me espelhar em vocês. 
 
Aos meus irmãos, André e Mário, companheiros de vida, estamos juntos em todos os 
momentos importantes. 
 
Aos meus primos, tios, sobrinhos, cunhados e sogra. Vocês são a minha família; 
minha torcida, minha alegria e meu suporte. Agradecimento especial às tias Rossana, 
Eugênia e Anita e aos meus padrinhos Luiz e Fátima. 
 
Ao meu orientador, Dr. José Augusto Soares Barreto Filho, mestre e parceiro, me 
orientou com amizade, carinho e atenção, sempre me entusiasmando, impulsionando 
para frente e torcendo por mim. 
 
Aos professores Dr. Ricardo Queiroz Gurgel, Dr. Márcio Roberto Santos, Dra Karla 
Freire Rezende, Dra Joselina Maria Meneses Oliveira, Dr. Heno Ferreira Lopes pelas 
disposição em corrigir e me auxiliar na construção desta tese. Em especial ao Dr. 
Ayrton Custódio Moreira, professor que cresci admirando. 
 
 
A todo o grupo de pesquisadores de Itabaianinha, e especialmente aqueles que 
participaram da realização deste trabalho, as bioquímicas Rossana, Ivina, Rachel e 
Suilly, os acadêmicos Rafael, Vanessa, Natália, Taísa e Isabel, a dentista Isabela, aos 
colegas Viviane, Menilson e Elenilde e a secretária Ivanilde. 
 
Aos amigos que me ajudaram indiretamente, mas também de forma muito importante, 
permitindo que eu tivesse tempo para terminar esta tese, Grasielle, Keyla, Shirley, 
Wesley, Karla Freire, Paula Regina, Isabela, Paulo Marcelo, Mônica, Lena e Dora. 
Em especial a Flávia Costa, cuja ajuda foi fundamental a conclusão desta tese. 
 
Aos anões de Itabaianinha, gigantes na contribuição à ciência, sujeitos desta história. 
Amigos e parceiros, a vocês o meu sincero agradecimento pela participação e carinho. 
À Didi, agora um anjo de Deus, meu agradecimento especial. 
 
 
RESUMO 
 
Oliveira, CRP. Adipocinas, excreção urinária de albumina, sensibilidade insulínica e função de célula 
beta na deficiência isolada do hormônio de crescimento. Tese de Doutorado em Ciências da Saúde. 
Núcleo de Pós-Graduação em Medicina, UFS, Aracaju, Sergipe, 2010. 
 
O objetivo deste trabalho foi aprofundar a avaliação da dissociação entre a 
presença de marcadores de risco cardiovascular (CV) e a ausência de doença CV 
(DCV) na deficiência isolada do GH (DIGH) por mutação no gene do receptor do 
hormônio liberador do GH. Foi realizado um protocolo com duas etapas. No primeiro 
experimento, foram avaliados os níveis séricos de adiponectina e leptina e a excreção 
urinária de albumina (EUA) em 20 indivíduos com DIGH (7 M/ 13 F; 50,8 ± 14,6 
anos) e 22 controles (C) (8 M/ 14 F; 49,9 ± 11.5 anos). Os indivíduos com DIGH em 
comparação a C apresentaram adiponectina mais elevada (p= 0,041) sem alteração 
nos níveis de leptina e EUA. No segundo experimento, foi realizado teste de 
tolerância à glicose oral de glicose (1,75 g/kg no DIGH e 75 g no C) com dosagens de 
glicose e insulina nos tempos 0, 30, 60, 90, 120 e 180 minutos em 24 indivíduos 
DIGH (12 M/ 12 F; 39,25 ± 11,73 anos) e 25 C (14 M/ 11 F; 39,96 ± 12,49 anos). A 
sensibilidade à insulina (SI) foi avaliada pelo HOMAir, onde menores valores, 
indicam maior SI; e pelos QUICKI, OGIS 2 e OGIS 3, onde maiores valores, indicam 
maior SI. A função da célula beta foi avaliada pelo HOMA-beta, índice 
insulinogênico e área sobre a curva da razão insulina/ glicose (ASC I/G). ANOVA 
indicou que a resposta glicêmica (p< 0,0001) foi maior e a insulinêmica apresentou 
uma tendência de redução (p= 0,08) no grupo DIGH. O número de pacientes com 
intolerância à glicose foi maior (p= 0,001) no grupo DIGH. HOMAir foi mais baixo 
(p= 0,031), e QUICK e OGIS 2 apresentaram uma tendência de elevação (p= 0,066 e 
p= 0,09, respectivamente) no grupo DIGH, enquanto o OGIS 3 foi semelhante nos 
dois grupos. DIGH apresentou HOMA-beta (p= 0,015), índice insulinogênico (p< 
0,0001) e ASC I/G (p= 0,02) menores. O perfil de adipocinas caracterizado por 
adiponectina elevada e leptina normal, associado à SI normal pode retardar DCV e 
disfunção endotelial (EUA normal). SI normal e menor função da célula beta 
caracterizam este modelo de DIGH. 
 
Palavras Chave: Adipocinas; excreção urinária de albumina; sensibilidade 
insulínica; deficiência de GH 
 
ABSTRACT 
 
Oliveira, CRP. Adipokines, urinary albumin excretion, insulin sensitivity and beta cell function in 
isolated growth hormone deficiency. Teses (Doctorate of Sciences of Health). Núcleo de pós 
graduação em Medicina, UFS, Aracaju, Sergipe, Brazil, 2010. 
 
The aim of this study was to assess the dissociation between the presence of 
cardiovascular risk factors, and the lack of premature atherosclerosis and left 
venticular hipertrophy (LVH) in isolated GH deficiency (IGHD) due to a mutation in 
the GH releasing hormone receptor gene. A two step protocol was performed. In the 
first experiment, serum adiponectin and leptin, and urinary albumin excretion (UAE) 
were studied in 20 IGHD individuals (7 M/ 13 F; 50,8 ± 14,6 years) and 22 control 
subjects (C) (8 M/ 14 F; 49,9 ± 11.5 years). IGHD subjects in comparison to C 
presents high adiponectin levels (p= 0,041) whereas leptin and UAE were similar. In 
the second experiment, oral glucose tolerance test (1,75 g/Kg in IGHD and 75 g in C) 
with glucose and insulin mesuarements at 0, 30, 60, 90, 120 e 180 minutes was 
performed in 24 IGHD subjects (12 M/ 12 F; 39,25 ± 11,73 years) and25 C subjects 
(14 M/ 11 F; 39,96 ± 12,49 years). Insulin sensitivity (IS) was assessed by HOMAir, 
lower values, higher IS; QUICKI, OGIS 2 and OGIS, higher values, higher IS (for the 
three parameters). Beta cell function was assayed by HOMA-beta, insulinogenic 
index and area under the curve of the relation between insulin and glucose (AUC 
I/G). ANOVA indicated glucose response was higher (p<0,0001) and insulin 
response presented a trend of reduction (p=0,08) in the IGHD gruop. The number of 
pacients with glucose intolerance was higher (p= 0,001) in the IGHD group. HOMAir 
was lower (p= 0,041), QUICKI and OGIS 2 showed a trend of elevation (p= 0,066 
and p= 0,09, respectively) in the IGHD subjects, whereas OGIS 3 showed no 
difference between both groups. IGDH presented reduction in HOMA-beta (p= 
0,015), insulinogenic index (p<0,0001) and AUC I/G (p=0,02). These different 
adipokine profile with high adiponectin and normal leptin levels, linked to normal 
insulin sentitivity may delay vascular damage, LVH and lesions of the renal 
endothelium (normal UAE). Normal IS and reduced beta cell function featured this 
IGDH model. 
 
Key Words: Adipokines; insulin sensitivity; urinary albumin excretion; GH 
deficiency 
 
LISTA DE ABREVIATURAS 
 
 
ASC G: Área sob a curva da glicose 
ASC I: Área sob a curva da insulina 
ASC I/G: Área sob a curva da relação insulina/ glicose 
CV: Cardiovascular 
C/Q: Cintura/ quadril 
DCV: Doença Cardiovascular 
DGH: Deficiência do hormônio do crescimento 
DIGH: Deficiência isolada do hormônio do crescimento 
DM2: Diabetes mellitus tipo 2 
DP: Desvio Padrão 
EMIC: Espessura médio intimal das carótidas 
GH: Hormônio do crescimento 
GHR: Receptor do GH 
GHRH: Hormônio liberador do GH 
GHRHR : Receptor do GHRH 
HAS: Hipertensão arterial sistêmica 
HDL-C: lipoproteína de alta densidade 
HOMA-beta: Homeostasis model assessment –índice de função de célula beta 
HOMA ir : Homeostasis model assessment- índice de resistência à insulina 
HVE : Hipertrofia ventricular esquerda 
IGF-I: Fator de crescimento semelhante à insulina tipo I 
IGF-II: Fator de crescimento semelhante à insulina tipo II 
IGF-IR: Receptor do IGF-I 
IMC: Índice de massa corpórea 
QUICKI: quantitative insulin sensitivity check index 
LDL-C : lipoproteína de baixa densidade 
MG: Massa Gorda 
% MG : Percentual de massa gorda 
MM: Massa magra 
 
OGIS 2: Insulino sensibilidade à glicose oral, calculado através do TTGO (ver 
abaixo) com 2 horas de duração 
OGIS 3: Insulino sensibilidade à glicose oral, calculado através do TTGO (ver 
abaixo) com 3 horas de duração 
PAS: Pressão Arterial Sistólica 
PAD: Pressão Arterial Diastólica 
PCRas: Proteína C reativa de alta sensibilidade 
RCV: Risco cardiovascular 
RI: Resistência à insulina 
SC: Superfície corpórea 
SI: Sensibilidade à Insulina 
TSH: Hormônio estimulador da tireóide 
TTGO: Teste de tolerância oral a glicose 
TTGO 3h: TTGO com 3 horas de duração 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
Figura 1: Indivíduos com DIGH de Itabaianinha e o professor Manuel Hermínio ....20 
 
Figura 2: Níveis de adiponectina em portadores de DGH e controles .......................51 
 
Figura 3: Resposta glicêmica a 75 gramas de glicose oral nos grupos DIGH e 
controles. O p acima reflete o efeito de grupo. Este gráfico também foi utilizado como 
representação gráfica das áreas sobre as curvas de glicose (ASC G) nos grupos DIGH 
e Controle. A ASC G foi menor no grupo DIGH (p=0,003) .......................................67 
 
Figura 4: Resposta insulinêmica (logaritmo de insulina) à 75 gramas de glicose oral 
nos grupos DIGH e controles. O p acima reflete o efeito do grupo .............................69 
 
Figura 5: Representação gráfica das áreas sobre as curvas de insulina (ASC I) nos 
grupos DIGH e Controle. As ASC I foram similares nos dois grupos (p= 0,47) ........69 
 
Figura 6: HOMA- beta nos grupos DIGH e Controle ................................................70 
 
Figura 7: Índice insulinogênico nos grupos DIGH e Controle ...................................71 
 
Figura 8: Representação gráfica das áreas sobre as curvas da relação insulina / 
glicose (ASC I/G) nos grupos DIGH e Controle. A ASC I/G do grupo DIGH foi 
menor (p= 0,02) ...........................................................................................................71 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
Tabela 1: Ações metabólicas do GH e do IGF-I .........................................................23 
 
Tabela 2: Antropometria, pressão arterial e composição corporal em pacientes 
portadores de DIGH e controles ..................................................................................49 
 
Tabela 3: Níveis séricos de IGF-I, PCRas, lípides, glicemia, insulina, HOMAir, 
adiponectina, leptina e EUA de indivíduos DGH e controles .....................................50 
 
Tabela 4: Dados antropométricos e pressão arterial do grupo DIGH e Controle .......66 
 
Tabela 5: Comportamento da glicemia durante o TTGO 3H. Glicemia 0 é a glicemia 
de jejum. Glicemia 30 min é a glicemia 30 minutos após a ingestão oral de 75 gramas 
de glicose, o mesmo para as glicemias 60, 90, 120 e 180 min ....................................67 
 
Tabela 6: Número de pacientes com diagnóstico de pré- diabetes e diabetes nos 
grupos DIGH e controles .............................................................................................68 
 
Tabela 7: Comportamento da insulina durante o TTGO 3H. Insulina 0 é a insulina de 
jejum. Insulina 30 min é a insulina 30 minutos após a ingestão oral de 75 gramas de 
glicose, o mesmo para as insulinas 60, 90, 120 e 180 min ..........................................68 
 
Tabela 8: Resultados do HOMAir, QUICKI, OGIS 2, OGIS 3 em pacientes 
portadores de DIGH e controles ..................................................................................70 
 
Tabela A1: Características basais do grupo DIGH- Experimento 1 .........................124 
 
Tabela A2: Características basais do grupo Controle- Experimento 1 .....................125 
 
 
Tabela A3: Pressão Arterial, Composição Corporal e Lípides no grupo DIGH- 
Experimento 1 ............................................................................................................126 
 
Tabela A4: Pressão Arterial, Composição Corporal e Lípides no grupo Controle - 
Experimento 1 ............................................................................................................127 
 
Tabela A5: Dados laboratoriais do grupo DIGH- Experimento 1 ............................128 
 
Tabela A6: Dados laboratoriais do grupo Controle- Experimento 1 ........................129 
 
Tabela A7: Características basais do grupo DIGH- Experimento 2 .........................130 
 
Tabela A8: Características basais do grupo Controle - Experimento 2 ....................131 
 
Tabela A9: Glicemia nos 6 tempos do TTGO e ASC Glicose no grupo DIGH - 
Experimento 2 ............................................................................................................132 
 
Tabela A10: Glicemia nos 6 tempos do TTGO e ASC Glicose no grupo Controle - 
Experimento 2 ............................................................................................................133 
 
Tabela A11: Insulina nos 6 tempos do TTGO e ASC Insulina no grupo DIGH - 
Experimento 2 ............................................................................................................134 
 
Tabela A12: Insulina nos 6 tempos do TTGO e ASC Insulina no grupo Controle – 
Experimento 2 ............................................................................................................135 
 
Tabela A13: HOMAir, OGIS 2, OGIS 3, HOMA- beta, índice insulinogênico e ASC 
I/G grupo DIGH - Experimento 2 ..............................................................................136Tabela A14: HOMAir, QUICKI, OGIS 2, OGIS 3, HOMA- beta, índice 
insulinogênico e ASC I/G grupo Controle - Experimento 2 ......................................137 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................14 
2. REVISÃO DA LITERATURA .............................................................................17 
2.1 DIGH de Itabaianinha ........................................................................................... 19 
2.2 Eixo GH/ IGF-I, Metabolismo e Sistema Cardiovascular .................................... 23 
2.3 Metabolismo e Sistema Cardiovascular na DGH ................................................. 24 
2.4 Adipocinas, Sistema Cardiovascular e DGH ........................................................ 27 
2.5 Excreção Urinária de Albumina (EUA), Sistema Cardiovascular e DGH ............ 30 
2.6 Sensibilidade Insulínica (SI) ................................................................................. 31 
2.7 Função de célula beta ............................................................................................ 34 
2.8 Eixo GH/ IGF-I e a sensibilidade insulínica ......................................................... 35 
2.9 Sensibilidade insulínica na DGH .......................................................................... 37 
2.10 Justificativa ......................................................................................................... 37 
3. OBJETIVOS ...........................................................................................................39 
4. CASUÍSTICA E MÉTODOS ................................................................................41 
4.1 Tipo de estudo ....................................................................................................... 42 
4.2 Critérios de exclusão ............................................................................................. 42 
4.3 População .............................................................................................................. 42 
4.3.1. Experimento 1 : Avaliação da adiponectina, leptina e excreção urinária de 
albumina ................................................................................ 43 
4.3.2. Experimento 2 : Avaliação da Sensibilidade à insulina................................... 43 
4.4 Antropometria ....................................................................................................... 44 
5. EXPERIMENTO 1: Avaliação da adiponectina, leptina e excreção urinária de 
albumina ........................................................................................ 45 
5.1 Casuística e Métodos ............................................................................................ 46 
5.1.1 Composição Corpórea ...................................................................................... 46 
5.1.2 Pressão Arterial ................................................................................................ 46 
5.1.3 Avaliação laboratorial ...................................................................................... 46 
5.1.3.1 Bioquímica ................................................................................................... 47 
5.1.3.2 Dosagens Hormonais ................................................................................... 47 
5.1.3.3 Excreção Urinária de Albumina (EUA) ....................................................... 48 
5.1.4 Análise Estatística ............................................................................................ 48 
5.2 Resultados ............................................................................................................. 49 
5.2.1 Dados antropométricos, pressão arterial e composição corporal ...................... 49 
5.2.2 Dados laboratoriais ........................................................................................... 50 
5.3 Discussão .............................................................................................................. 52 
5.4 Artigo publicado no Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism ............ 55 
6. EXPERIMENTO 2: Avaliação da sensibilidade à insulina e função da célula beta...... 62 
6.1 Casuística e Métodos ............................................................................................ 63 
6.1.1 Teste de tolerância à Glicose Oral com 3 horas de duração (TTGO3H) .......... 63 
6.1.2 Resposta glicêmica ........................................................................................... 63 
6.1.2.1 Diagnóstico de pré diabetes ou diabetes ...................................................... 64 
6.1.3 Resposta Insulinêmica ...................................................................................... 64 
6.1.4 Sensibilidade à insulina .................................................................................... 64 
6.1.5 Função da célula beta ....................................................................................... 65 
6.1.6 Análise Estatística ............................................................................................ 65 
6.2 Resultados ............................................................................................................. 66 
6.2.1 Dados antropométricos ..................................................................................... 66 
6.2.2 Resposta Glicêmica no TTGO 3h .................................................................... 66 
6.2.2.1 Diagnóstico de pré diabetes ou diabetes ...................................................... 67 
6.2.3 Resposta Insulinênica no TTGO 3h ................................................................. 68 
 
6.2.4 Sensibilidade à Insulina .................................................................................... 70 
6.2.5 Função de célula beta ....................................................................................... 70 
6.3 Discussão .............................................................................................................. 72 
7. CONCLUSÕES ......................................................................................................76 
8. REFERÊNCIAS .....................................................................................................78 
9. ANEXOS .................................................................................................................90 
ANEXO 1: Equação de Mari et al, 2001 para o cálculo do OGIS 3........................... 91 
10. APÊNDICES ........................................................................................................92 
APÊNDICE 1: Artigo Conseqüências em Longo Prazo da Deficiência do Hormônio 
de Crescimento ................................................................................. 93 
APÊNDICE 2: Artigo Papel Emergente do Eixo GH/IGF-1 no Controle 
Cardiometabólico ............................................................................. 99 
APÊNDICE 3: Termo de Consentimento ................................................................. 116 
APÊNDICE 4: Tabelas do experimento 1, avaliação da adiponectina, leptina e 
microalbuminúria ........................................................................... 124 
APÊNDICE 5: Tabelas experimento 2, avaliação da sensibilidade à insulina ......... 130 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
_____________________________________________1. INTRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
 15
 
 A deficiência de GH em adultos foi associada a um aumento na mortalidade 
cardiovascular (ROSEN & BENGTSSON, 1990), devido a alterações ateroscleróticas 
(MARKUSSIS et al., 1992), adiposidade abdominal, dislipidemia (altos índices de 
colesterol total e LDL-C e baixos índices de HDL-C) e elevação da proteína C reativa 
de alta sensibilidade (PCRas) (GOLA et al., 2005).Essa associação, entretanto, é 
baseada em estudos obtidos em grupos heterogêneos de pacientes com deficiência 
adquirida do hormônio de crescimento de diferentes etiologias e gravidades, 
geralmente submetidos à cirurgia ou irradiação hipofisária e associada à deficiência 
de outros hormônios hipofisários, fatores estes que podem afetar a mortalidade 
cardiovascular. De fato, dados recentes mostram longevidade normal em indivíduos 
com grave e genética deficiência isolada do GH (DIGH) residentes em Itabaianinha, 
nordeste do Brasil (AGUIAR- OLIVEIRA et al., 2010), suscitando um aparente 
paradoxo. 
 
Conforme assinalado, em Itabaianinha foi identificada uma extensa família 
(aproximadamente 100 indivíduos) com DIGH, devido a uma mutação no início do 
intron 1 (IVS1+1G→A) do gene do receptor do hormônio liberador do hormônio de 
crescimento (GHRH) (SALVATORI et al., 1999). Os pacientes com DIGH têm o GH 
e o fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1 (IGF-I) extremamente reduzidos 
e apresentam desde a infância um perfil cardiovascular adverso que inclui obesidade 
central, menor massa magra, aumento do percentual de gordura, aumento da pressão 
arterial sistólica e níveis elevados da PCRas, colesterol total e LDL (BARRETO-
FILHO et al., 2002; OLIVEIRA et al., 2006). Por outro lado, a insulina de jejum é 
mais baixa e eles parecem apresentar uma maior sensibilidade à insulina (SI), quando 
avaliada por um método que utiliza apenas a glicemia e insulina de jejum (HOMAir); 
a espessura média intimal das carótidas (EMIC) não demonstrou nenhuma evidência 
de aterosclerose prematura e a ecocardiografia não demonstrou hipertrofia ventricular 
esquerda (HVE) (BARRETO-FILHO et al., 2002; OLIVEIRA et al., 2006). Até o 
momento, esta dissociação entre presença de fatores de risco e ausência de doença 
não está completamente entendida. Para tanto resolvemos estudar os níveis séricos da 
adiponectina e leptina, adipocinas associadas ao risco cardiovascular (RCV) e a SI; 
 16
um marcador de disfunção endotelial, a excreção urinária de albumina (EUA); além 
de aprofundar o estudo da SI por teste dinâmico e avaliar a função da célula beta. 
 
 A adiponectina, a mais abundante proteína produzida pelo tecido adiposo, está 
reduzida na obesidade e se correlaciona positivamente com a SI (CHOI et al., 2004; 
SVENSSON et al., 2005) e inversamente com o risco para diabetes mellitus tipo 2 
(DM2) (LI et al., 2009). A leptina, outra proteína específica do tecido adiposo, está 
elevada na obesidade e tem um papel aterogênico, protrombótico e angiogênico por 
estimular a inflamação vascular, o estresse oxidativo e a hipertrofia de células 
musculares lisas contribuindo para o desenvolvimento de hipertensão arterial 
sistêmica (HAS), aterosclerose e outras doenças cardiovasculares (BELTOWSKI, 
2006; BELTOWSKI, 2006; CORREIA & HAYNES, 2004; SEUFERT, 2004). A 
excreção urinária de albumina (EUA), mesmo abaixo dos níveis para o diagnóstico de 
microalbuminúria, é considerada um fator de RCV independente; um preditor de 
doença renal e cardiovascular, e ainda um marcador subclínico de disfunção 
endotelial, uma condição implicada na gênese da aterosclerose (GERSTEIN et al., 
2001). A redução da SI faz parte da fisiopatologia de diversas doenças como 
obesidade, dislipidemia, hipertensão arterial, DM2, eventos cardiovasculares e etc 
(RASHID et al., 2003; DUVNJAK, & DUVNJAK, 2009). 
 
 Dados sobre esses quatro parâmetros são controversos na DGH: a 
adiponectina tem sido descrita como baixa (SVENSSON et al., 2005; LANES et al., 
2006) ou normal (JOAQUIN et al., 2008; FUKUDA et al., 2004); a leptina como 
elevada (STEVENSON et al., 2009; JOAQUIN et al., 2008) ou normal (JUNG et al., 
2006; GILL et al., 1999); a EUA tem sido descrita como normal (HOOGENBERG et 
al., 1993; HANNON et al., 2007) e a SI como reduzida (HEW et al., 1996; GOLA et 
al., 2005). 
 
 Nós estudamos a hipótese de um conjunto favorável destes parâmetros na 
DIGH congênita e vitalícia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
____________________________2. REVISÃO DA LITERATURA 
 
 
 
 
 
 18
A revisão da literatura foi subdividida da seguinte forma: 
 
2.1 DIGH de Itabaianinha 
2.2 Eixo GH/ IGF-I, Metabolismo e Sistema Cardiovascular 
2.3 Metabolismo e Sistema Cardiovascular na DGH 
2.4 Adipocinas, Sistema Cardiovascular e DGH 
2.5 Excreção Urinária de Albumina (EUA), Sistema Cardiovascular e DGH 
2.6 Sensibilidade Insulínica (SI) 
2.7 Função de célula beta 
2.8 Eixo GH/ IGF-I e a sensibilidade insulínica 
2.9 Sensibilidade insulínica na DGH 
2.10 Justificativa 
 
 
Os apêndices 1 (Artigo: Conseqüências em Longo Prazo da Deficiência do 
Hormônio de Crescimento) e 2 (Artigo: Papel Emergente do Eixo GH/IGF-1 no 
Controle Cardiometabólico) complementam este tópico. 
 19
2.1 DIGH de Itabaianinha 
 
No município de Itabaianinha (população de aproximadamente 32000 
indivíduos), no centro- oeste do Estado de Sergipe, nordeste do Brasil, identificamos 
uma extensa família com aproximadamente 105 indivíduos (em mais de 8 gerações) 
com acentuada baixa grave devido a deficiência isolada do GH (DIGH), os “anões de 
Itabaianinha” (SOUZA et al., 1997). O nanismo de Itabaianinha foi caracterizado 
como um fenômeno de natureza genético-ambiental, devido à introdução de um gene 
mutado em uma comunidade isolada e com alta taxa de uniões consangüíneas 
(SOUZA et al., 1997). Esses indivíduos possuem um modelo de deficiência isolada 
do hormônio do crescimento (DIGH), tipo 1B, autossômica recessiva com GH 
extremamente reduzido, devido a uma mutação homozigótica no início do intron 1 
(IVS1+1, G→A) no gene do receptor do hormônio liberador do GH (GHRHR), que 
abole completamente a expressão desse receptor (SALVATORI et al., 1999). Este 
receptor se localiza na superfície das células somatotróficas hipofisárias e a sua 
ligação ao GHRH estimula a produção e liberação do GH pela hipófise. O GH age 
nos tecidos alvos, direta ou indiretamente, através da produção (85% no fígado) do 
fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1 (IGF-I). Desta forma, os “anões de 
Itabaianinha” vivem com atividade muito baixa do eixo GH/ IGF-I (deficiência de 
GH/ IGF-I) em conseqüência de resistência ao GHRH. 
 
As mutações no GHRHR constituem as causas mais freqüentes de DIGH 
genéticas tipo 1B (MARTARI & SALVATORI, 2009), sendo a coorte de 
Itabaianinha a maior já descrita. O segundo maior grupo, com uma outra mutação 
neste mesmo gene, foi descrito no subcontinente indiano com 18 indivíduos, e são 
conhecidos como os “anões do Sindh” (MAHESHWARI et al., 1998). 
 
A maioria dos indivíduos com DIGH de Itabaianinha não foi tratada com GH 
durante a infância, o que permite o entendimento das conseqüências em longo prazo 
da deficiência isolada e vitalícia do hormônio de crescimento. 
 
 20
Estudos se sucederam nessa população com DIGH descrevendo seu fenótipo 
clínico e laboratorial (Figura 1). 
 
 
 
Figura 1: Indivíduos com DIGH de Itabaianinha e o professor Manuel Hermínio. 
 
 
Os pacientes adultos possuem acentuada baixa estatura (com –9,6 a –5,2 
desvios padrões abaixo da média para a altura), com redução proporcional das 
dimensões ósseas (SOUZA, 1997; SOUZA et al., 2004). Os outros hormônios 
produzidos pela hipófise encontram-se normais (AGUIAR-OLIVEIRA et al., 1999). 
A redução do perímetro cefálico é menos acentuada do que a redução na altura 
anterior da face, resultando em fácies de “boneca” ou fácies de “anjo querubim”, 
sendo o comprimento da maxila a dimensão facial com maior redução, de mesma 
intensidade que a redução estatural (OLIVEIRA- NETO et al., 2009). O menor 
desenvolvimento da porção inferior da laringe causa uma voz de timbre agudo e forte 
(BARRETO et al., 2009). Mesmo quando corrigidos pela superfície corpórea, os 
indivíduos adultos afetados apresentam tamanho reduzido da hipófise(OLIVEIRA et 
 21
al., 2003), tireóide (ALCÂNTARA et al., 2006), coração (BARRETO-FILHO et al., 
2002, OLIVEIRA et al., 2006), útero (MENEZES et al., 2008; OLIVEIRA et al., 
2008) e baço (OLIVEIRA et al., 2008) e tamanho aumentado de pâncreas, rins e 
fígado (OLIVEIRA et al., 2008). As alterações características da composição 
corporal incluem redução acentuada da quantidade de massa magra em quilos (kg) e 
aumento do percentual (%) de gordura com depósito predominante no abdome, 
caracterizando um modelo de obesidade central (BARRETO-FILHO et al., 2002). 
Nos aspectos metabólicos são encontrados aumento de colesterol total e LDL-C, 
redução de insulina e do homeostasis model assessment (HOMA ir - índice de 
resistência à insulina), acompanhados de aumento da PCRas e da elevação da pressão 
arterial sistólica nos adultos, embora sem evidências de HVE pela ecocardiografia e 
aterosclerose prematura pela espessura da íntima média das carótidas (BARRETO-
FILHO et al., 2002, OLIVEIRA et al., 2006). Alguns achados, como níveis elevados 
de colesterol total e LDL-C, redução na massa magra e um aumento no percentual da 
massa gorda, são evidenciados desde a infância (de A BARRETTO et al., 1999; 
GLEESON et al., 2002). Outras características desta população são menor resistência 
óssea, embora acima do limiar de fraturas (de PAULA et al., 2008), puberdade 
atrasada, fertilidade normal, paridade diminuída, climatério antecipado (MENEZES 
et al., 2008) e qualidade de vida normal (BARBOSA et al., 2009). O tratamento com 
GH subcutâneo diário em crianças, além de provocar o ganho estatural, melhora o 
perfil lipídico e a composição corporal (GLEESON et al., 2007). Resultados 
semelhantes sobre o perfil lipídico e a composição corporal foram obtidos em adultos, 
sem repercussões sobre a glicemia ou a hemoglobina glicada, com a administração do 
GH de depósito subcutâneo a cada 15 dias por 6 meses (OLIVEIRA et al., 2007), 
acrescido de melhora da remodelação óssea, de padrão anabólico, com conseqüente 
aumento da resistência óssea (de PAULA et al., 2008). Um possível efeito adverso 
deste tratamento foi a eventual aceleração da aterosclerose (OLIVEIRA et al, 2007). 
Dados não publicados de acompanhamento 5 anos após a suspensão do tratamento em 
adultos demonstram que a aterosclerose retornou ao ritmo lento de evolução, 
característico desta população. 
 
 Foi realizado um estudo de coorte retrospectivo em 2 grupos. Primeiramente 
comparamos o risco de mortalidade de 65 indivíduos com DIGH e 128 irmãos não 
 22
afetados em 34 famílias. Subseqüentemente comparamos a idade de morte dos 
indivíduos com DIGH e a população geral de Itabaianinha. O risco de morte dos 
indivíduos com DIGH foi similar aos seus irmãos. A duração da vida dos indivíduos 
com DIGH foi menor que a da população geral, devido a um alta freqüência de 
mortes nas mulheres com DIGH entre 4 e 20 anos. Entretanto, quando analisamos 
apenas os indivíduos que alcançaram a idade de 20 anos, não encontramos diferença 
significativa na duração de vida entre pacientes com DIGH e seus irmãos, nem DIGH 
e a população geral; sugerindo que a DIGH não é fator de risco para mortalidade 
geral ou cardiovascular em indivíduos com idades média ou avançada (AGUIAR-
OLIVEIRA et al., 2010). 
 
Pelo descrito acima, ressaltamos que os pacientes adultos homozigóticos 
afetados apresentam um conjunto de fatores de risco cardiovasculares (RCV) 
caracterizado por obesidade central, menor massa magra, aumento do percentual de 
gordura, aumento da pressão arterial sistólica e níveis elevados da PCRas, colesterol 
total e LDL-C (BARRETO-FILHO et al., 2002; OLIVEIRA et al., 2006). Por outro 
lado, a insulina de jejum é mais baixa e eles parecem apresentar uma maior 
sensibilidade à insulina, quando avaliada por um método que utiliza apenas a 
glicemia e insulina de jejum (HOMAir); o que seria benéfico, já que a 
hiperinsulinemia comumente associada à resistência insulínica está relacionada à 
maior RCV. Mesmo diante deste espectro de fatores de risco e proteção, a espessura 
média intimal das carótidas (EMIC) destes indivíduos não demonstrou nenhuma 
evidência de aterosclerose prematura (OLIVEIRA et al., 2006) e a ecocardiografia 
não demonstrou HVE (BARRETO-FILHO et al., 2002; OLIVEIRA et al., 2006) e 
pelo estudo de longevidade, não foi evidenciado um aumento da mortalidade 
cardiovascular (OLIVEIRA et al., 2010). 
 
Os indivíduos de Itabaianinha apresentam vários fatores de RCV, sem 
aumento de insulina e sem lesão de órgãos alvo (HVE) e aterosclerose. Até o 
momento essa dissociação entre presença de fatores de risco e ausência de doença não 
está completamente entendida. 
 
 
 23
2.2 Eixo GH/ IGF-I, Metabolismo e Sistema Cardiovascular 
 
Recentemente, tem-se consolidado o conceito que muito do potencial do GH 
em promover o crescimento é secundário ao seu impacto metabólico (MOLLER et 
al., 2003). Enquanto as ações sobre o crescimento são tempo limitado, as ações 
metabólicas e cardiovasculares do eixo GH/ IGF-I perduram durante toda a vida. O 
GH liga-se ao seu receptor (GHR) e, via ativação do sistema JAK–STAT 
(HERRINGTON & CAETER-SU, 2001), estimula principalmente no fígado a 
produção de IGF-I. O IGF-I liga-se ao seu receptor (IGF-IR), que por sua vez 
apresenta considerável homologia com o receptor de insulina, ambos receptores 
acoplados à tirosina-cinase. O GH tem importantes ações metabólicas em diferentes 
tecidos, sinérgicas ou até antagônicas às do IGF-I. Em humanos, o GH promove 
aumento da lipólise e da oxidação lipídica, enquanto o IGF-I desencadeia o aumento 
da oxidação lipídica apenas cronicamente. A tabela 1 sumariza os principais efeitos 
metabólicos do GH e IGF-I. 
 
 
 Tabela 1: Ações metabólicas do GH e do IGF-I 
Órgão GH IGF-I 
Tecido Adiposo 
Aumenta lipólise Induz diferenciação de pré-adipócitos 
Reduz captação de glicose 
Reduz lipogênese 
Reduz re-esterificação de AGL 
Músculo 
Esquelético 
Estimula síntese de proteínas Estimula síntese de proteínas 
Reduz captação de glicose Estimula captação de glicose (GLUT-4) 
Aumenta atividade da LPL 
Fígado 
Aumenta secreção de VLDL Diminui produção hepática de glicose 
 Aumenta atividade de HL 
Reduz expressão de P-PARα 
Global 
Aumenta síntese de proteínas Aumenta síntese de proteínas 
Aumenta MM e reduz MG % Aumenta MM e reduz MG % 
Reduz sensibilidade insulínica Aumenta sensibilidade insulínica 
Aumenta a produção e captação de 
lipoproteínas 
Agudamente reduz e cronicamente 
aumenta a oxidação lipídica 
Aumenta lipólise 
Aumenta oxidação lipídica 
AGL - ácidos graxos livres; HL- lipase hepática; P-PARα - receptor ativado do proliferador do 
peroxisomo tipo α; LPL - lipase lipoprotéica; VLDL - lipoproteína de muito baixa densidade; MM - massa 
magra; MM% - percentual de massa gorda 
 24
O GH e o IGF-I participam da regulação fisiológica de vários mecanismos 
implicados direta ou indiretamente no risco cardiovascular tais como controle da 
pressão arterial, reatividade vascular, modulação da expressão da massa ventricular, 
distribuição da massa gorda/ massa magra, sensibilidade à insulina, perfil lipídico, 
expressão de receptores de LDL no fígado e lipólise dentre outros (SALVATORI, 
2004; GOLA et al., 2005). 
 
A diminuição de IGF-I parece estar associada à disfunção endotelial, já que o 
IGF-I aumenta a produção de óxido nítrico, melhora a sensibilidade á insulina, 
promove a ativação dos canais de potássio dependentes de ATP, previne a 
dislipidemia pós prandial e ainda têm ações antiinflamatórias e antiapoptóticas 
(PFEITER et al., 1999). 
 
 O IGF-I e a insulina são potentes fatores tróficos, independentes da pressão 
arterial, na determinação da massa ventricular esquerda e da geometria cardíaca 
(VERDECCHIA et al., 1999). 
 
 
2.3 Metabolismo e Sistema Cardiovascular na DGH 
 
A DGH cursa com alterações metabólicas há muito conhecidas. Quando estadeficiência ocorre na infância, há predisposição a estados hipoglicêmicos persistentes 
e profundos, pois o GH exerce papel fundamental para a homeostase glicêmica neste 
período. Esta importância decresce em períodos posteriores contribuindo para que a 
deficiência de GH no adulto curse com resistência à insulina e hiperglicemia, pois na 
fase adulta o IGF-I passaria a ter participação mais intensa nos mecanismos 
homeostáticos dos carboidratos (MAURAS et al., 2005). Outro fator para esta 
resistência à insulina seria a alteração na composição corporal. É descrito que a DGH 
está associada à diminuição da massa magra e aumento do percentual de gordura, em 
especial da gordura visceral, provavelmente decorrente da ausência das ações 
lipolíticas e inibitórias do armazenamento lipídico do GH, além de suas ações 
referentes ao anabolismo protéico. Este dado é corroborado por estudos que 
 25
demonstram reversão destes parâmetros após reposição com GH (YUEN & 
DUNGER, 2006; BRUMER, 1998). 
 
Na DGH encontramos prejuízo na vasodilatação dependente de endotélio, 
aumento da agregação plaquetária, aumento da PCRas, elevação do PAI-1, elevação 
do fibrinogênio, aumento da EMIC e maior prevalência de placas ateroscleróticas, 
que podem ser revertidas com o tratamento com GH (CAPALDO et al., 1997; 
PFEITER et al., 1999). 
 
Tem sido descrito que portadores de DGH apresentam aumento da 
morbimortalidade cardiovascular (CV) e cerebrovascular (BENGTSSON, 1998; 
BULOW et al, 2000). 
 
Entretanto, como a DIGH é doença rara, estes estudos foram realizados em 
populações nas quais a DGH deve- se a várias etiologias e diferentes graus de 
gravidade, além de geralmente estar associada a múltiplas deficiências hipotálamo - 
hipofisárias (hipopituitarismo), a terapia de reposição com múltiplos hormônios 
(glucocorticóides, L-tiroxina e esteróides sexuais) e ao fato de que grande parte 
desses pacientes foram submetidos à cirurgia hipofisária ou hipotalâmica e/ ou 
radioterapia dessas regiões; fatores de confusão na interpretação desses dados. É 
possível que os efeitos na mortalidade CV e cerebrovascular sejam, em parte, devidos 
à combinação de várias deficiências hipofisárias, à complicação de terapias prévias ou 
à dosagem imprecisa das terapias substitutivas. De fato, em pacientes com 
hipopituitarismo, não existe um mecanismo preciso para titular a terapia com 
glicocorticóides, além de não se poder utilizar a dosagem de TSH para ajustar a dose 
de tiroxina, como no hipotireoidismo primário. Em adição, tem sido proposto que a 
mortalidade CV em pacientes com tumores hipofisários possa ser associada à 
radioterapia, que pode causar lesão vascular direta (BRADA et al., 2002). Em um 
estudo no Reino Unido com 1014 indivíduos com panhipopituitarismo, o aumento da 
mortalidade CV e respiratória não se correlacionou positivamente com DGH e sim 
com deficiência gonadotrófica (TOMLINSOM et al., 2001). Ou seja, permanece 
incerto se o aumento da morbimortalidade CV associada ao hipopituitarismo tratado 
resulta de DGH não tratada ou desses fatores de confusão adicionais. 
 26
 
Portanto, o real papel da DGH na expressão fenotípica do risco cardiovascular 
ainda merece ser investigado em populações com deficiência isolada do GH (DIGH) 
decorrentes de doenças homogêneas (p.ex: defeito monogênico) e não associadas a 
outras hipofunções hormonais. 
 
O fato da DIGH ser rara, de que a maioria dos pacientes com DIGH é tratada 
com GH pelo menos durante a infância e de que uma grande porcentagem de crianças 
com DIGH idiopática, quando avaliadas na idade adulta, não mantém a deficiência de 
GH (JUUL et al., 1997), torna difícil estudar pacientes com DIGH congênita, 
vitalícia, não tratados durante a infância. 
 
Os “anões de Itabaianinha” consistem, então, na população ideal para definir 
o impacto da grave DIGH na fisiopatologia cardiovascular. Este modelo humano de 
DIGH apresenta redução de massa magra refletindo a carência do efeito sinérgico do 
GH e do IGF-I sobre o anabolismo protéico e exagero do percentual de gordura com 
predomínio truncal, decorrente da menor lipólise neste sitio. O tratamento com GH 
nestes indivíduos, sobretudo na fase de transição para a idade adulta, é crítico para o 
estabelecimento de uma composição corporal adequada (GLEESON et al., 2007). Os 
níveis séricos de colesterol total e de LDL-C são elevados, em comparação com os 
controles da mesma região (BARRETO-FILHO et al., 2002; GLEESON et al., 2002), 
efeito eventualmente associado a uma redução da expressão dos receptores hepáticos 
para o LDL-C (RABEN & HOLLENBERG, 1959). Os níveis séricos de insulina e 
HOMA ir são menores que nos controles (BARRETO-FILHO et al., 2002; OLIVEIRA 
et al., 2006). Estes indivíduos não apresentam aterosclerose prematura, HVE nem 
maior mortalidade CV (BARRETO-FILHO et al., 2002; OLIVEIRA et al., 2006; 
AGUIAR-OLIVEIRA et al., 2010). 
 
Além deste fenótipo metabólico e cardiovascular, é importante relatar que, 
como o nível de IGF-I desses indivíduos é mais reduzido que aqueles comumente 
associados ao aumento do RCV (AGUIAR-OLIVEIRA et al., 1999), a deficiência 
absoluta e vitalícia do GH parece ser menos deletéria ao sistema cardiovascular que a 
deficiência adquirida ou moderada. Isso pode ocorrer possivelmente pela menor 
 27
proliferação das células musculares lisas, etapa primordial para o crescimento de 
placa aterosclerótica, quando o eixo GH/ IGF-I é vitalício e gravemente deprimido 
(DELAFONTAINE et al., 2004; OLIVEIRA et al., 2006). Por outro lado, a redução 
menos grave do IGF-I e com início na idade adulta pode levar à apoptose daquelas 
células, provocando a ruptura de placas ateroscleróticas pré-existentes e os eventos 
cardiovasculares na DIGH adquirida ou moderada (DELAFONTAINE et al., 2004). 
 
 
2.4 Adipocinas, Sistema Cardiovascular e DGH 
 
A obesidade faz parte da fisiopatologia de diversas doenças como 
dislipidemia, DM2, doenças cardiovasculares, HAS, apnéia do sono, etc (RASHID et 
al., 2003; DUVNJAK, & DUVNJAK, 2009). O tecido gorduroso é considerado um 
órgão endócrino, pois secreta várias substâncias, denominadas adipocinas. Várias 
adipocinas foram descritas, dentre elas a adiponectina (ação anti-inflamatória, 
sensibilizadora de insulina e antidislipidêmica) e leptina (ação aterogênica, 
protrombótica, angiogênica e de resistência à insulina) (KARBOWSKA & 
KOCHAN, 2006). 
 
A adiponectina é uma proteína com 244 aminoácidos que, apesar de ser 
derivada exclusivamente do tecido adiposo, está reduzida na obesidade (STEFAN & 
STUMVOLL, 2002). Estudos epidemiológicos prospectivos têm sugerido que 
elevadas concentrações da adiponectina estão associadas com aumentada 
sensibilidade à insulina e reduzido risco para DM2, aparentemente independente da 
obesidade e outros potenciais confundidores (CHOI et al., 2004; LINDSAY et al., 
2005; SPRANGER et al., 2003). O desenvolvimento de intervenções terapêuticas que 
elevem a adiponectina tem sido proposto com o objetivo de melhorar a sensibilidade 
à insulina e tolerância à glicose e possivelmente prevenir doença cardiovascular 
(BODARY & EITZMAN, 2006). Adicionalmente, a adiponectina tem sido proposta 
como protetora contra DCV por outros mecanismos. Ela tem ações antiinflamatórias 
agindo através do fator nuclear kappa beta (OUCHI et al., 2000), regulando 
negativamente a expressão de moléculas de adesão em células endoteliais (OUCHI et 
al., 1999), e aumentando o clearance de lipídeos em numerosos modelos animais 
 28
(STEFAN & STUMVOLL, 2002; WANG et al., 2002). De acordo com essas 
observações, a administração exógena de adiponectina protege contra o 
desenvolvimento de aterosclerose em ratos deficientes da apolipoproteina E 
(YAMAUCHI et al., 2003). Quanto à associação com RCV em humanos, os estudos 
clínicos são controversos. A adiponectina é descrita como fator protetor independente 
para RCV e DM2 (PISCHONet al., 2004; LAWLOR et al., 2005; COSTACOU et 
al., 2005; ZOCCALI et al., 2002; LINDSAY et al., 2005; NAVEED SATTAR et al., 
2006). O padrão de expressão da adiponectina em diferentes tecidos gordurosos pode 
influenciar o padrão de concentração da adiponectina sérica e risco de doença 
subsequente, com expressão preferencial da adiponectina na gordura subcutânea 
(FISHER et al., 2002). Adiponectina aumenta a sensibilidade à insulina e oxidação de 
ácidos graxos em ambos fígado e tecido muscular esquelético, reduzindo o conteúdo 
de triglicerídeos nestes tecidos. Além disso, estimula a captação de glicose através de 
músculo esquelético e cardíaco, e inibe a produção de glicose pelo fígado; por 
conseguinte aumentando a sensibilidade à insulina e diminuindo a glicemia 
(HUERTA, 2006). 
 
Existem poucas descrições dos níveis séricos da adiponectina na DGH. Em 
modelos animais a adiponectina foi reduzida na DGH (SVENSSON et al., 2005) ou 
elevada na resistência ao GH (NILSSON et al., 2005). Em humanos com DGH, foi 
descrita adiponectina normal (FUKUDA et al., 2004; JOAQUIN et al., 2008) ou 
reduzida (LANES et al., 2006). 
 
Já a leptina é um hormônio com 16 kDa, sintetizado e secretado 
especificamente pelo tecido adiposo branco (ZHANG et al., 1994). A leptina diminui 
apetite, aumenta gasto energético e pode ter efeitos diminuindo a resistência 
insulínica (SIVITZ et al., 1997; de COURTEN et al., 1997; BERTI et al., 1997) ou 
aumentando-a (COHEN et al., 1996; HENNIGE et al., 2006; MUOIO et al., 1997; 
LIU Y-L et al., 1997). A deficiência deste hormônio nos ratos OB/OB causa 
desequilíbrio no balanço energético e obesidade grave (ZHANG et al., 1994). Em 
humanos, raríssimos casos de obesidade grave são associados à deficiência de leptina 
(MONTAGUE et al., 1997; STROBEL et al., 1988; OZATA et al., 1999). Em ambas 
as situações, a reposição de leptina corrige a obesidade (PELLEYMOUNTER et al., 
 29
1995; FAROOQI et al., 1999). Contudo, a maioria da causas de obesidade em 
humanos apresentam níveis elevados de leptina, caracterizando um fenômeno de 
resistência à leptina (GELONEZE et al., 2001), o que acarreta pouca ou nenhuma 
resposta terapêutica com a administração de leptina (CLEMENT et al., 1998). A 
leptina tem ações na fertilidade e no metabolismo ósseo (MARGETIC et al., 2002), 
além de ações relacionadas ao sistema cardiovascular, sendo potencialmente 
aterogênica, trombótica e angiogênica (SEUFERT, 2004; BELTOWSKI, 2006; 
CORREIA & HAYNES, 2004; WERNER & NICKENIG, 2004). A leptina ao 
estimular a resistência à insulina, a inflamação vascular, o estresse oxidativo e a 
hipertrofia da musculatura vascular lisa, pode contribuir para a patogênese do DM2, 
HAS, aterosclerose e doença CV (SEUFERT, 2004; BELTOWSKI, 2006; STEFAN 
& STUMVOLL, 2002). 
 
 Há controvérsias sobre os níveis de leptina em indivíduos com DGH. A 
maioria das descrições refere elevação da leptina plasmática (STEVENSON et al., 
2009; JOAQUIN et al., 2008). Em algumas descrições, a leptina é normal (JUNG et 
al., 2006; GILL et al., 1999), porém a retirada do tratamento com GH em indivíduos 
com DGH aumenta a leptina (GILL et al., 1999). Na criança há relatos de aumento da 
leptina na DGH de causas heterogêneas (CIRESI et al., 2007) e na DIGH por 
mutação no gene do GHRHR em Itabaianinha (de A BARRETTO et al., 1999). A 
relação leptina e DGH é complexa devido às diferenças marcantes na composição 
corporal, sobretudo na massa magra e na adiposidade, embora foi demonstrada na 
DGH de Itabaianinha, uma secreção maior de leptina por massa gorda nas crianças e 
adolescentes (de A BARRETTO et al., 1999). É possível que neste grupo etário a 
leptina participe do processo de indução puberal em indivíduos de acentuado baixo 
peso corporal total. 
 
Uma possível explicação para a dissociação entre a presença de fatores de 
risco e ausência de doença na população com DIGH de Itabaianinha seria a presença 
de um perfil de adipocinas diferente do observado nas formas mais comuns de 
obesidade humana. 
 
 
 30
 
2.5 Excreção Urinária de Albumina (EUA), Sistema Cardiovascular 
e DGH 
 
A EUA pode ser estimada em urina de 24 horas, em quantidade de urina 
obtida dentro de um determinado período de tempo (por exemplo: 12 horas noturnas 
ou diurnas) ou ainda em amostra isolada de urina, através da relação entre as 
dosagens de albumina e creatinina (KEANE & EKNOYAN, 1999; ZANELLA 2006). 
A denominação microalbuminúria se refere a um aumento na EUA, entre 20 e 200 
µg/min ou 30 a 300 mg /24 horas. Acima desses valores consideramos 
macroalbuminúria. 
 
O aumento da EUA, mesmo abaixo do valor para microalbuminúria é um 
indicador de lesão de órgãos alvo, dano glomerular (GIUSTINA et al., 1993; 
GIUSTINA et al., 1998) e dano vascular generalizado (DECKERT et al., 1989). Ou 
seja, é considerado um marcador de disfunção endotelial, como o fator de Von 
Willebrand, trombomodulina e o fator VII ativado (PEDRINELLI et al., 1994). Em 
animais, aumento do transporte transvascular de albumina está ligado a aumento do 
transporte de lipoproteínas para a parede arterial (BIANCHI et al., 1999). Ainda 
nesse contexto, a EUA se relaciona com a espessura da camada íntima da artéria 
carótida comum, uma medida quantitativa da aterosclerose sistêmica (PEDRINELLI, 
1997). Além disso, a EUA pode ser considerada um marcador de inflamação em 
processos como sepse, trauma, pancreatite aguda e síndrome da angústia respiratória 
do adulto (GOSLING, 1998). Em estudos recentes, níveis de PCRas e fibrinogênio 
mostraram-se mais altos em portadores de DM2 com microalbuminúria do que 
naqueles com EUA normal (SCHALKWIJK et al., 1999). Em um sentido mais geral 
e amplo a EUA já reflete o início da doença vascular arterial. 
 
Uma amostra única de urina apresentando EUA elevada pode predizer 
complicações renais e cardiovasculares (NELSON et al., 1991). Tem sido 
demonstrada uma correlação positiva e praticamente linear entre a EUA e a 
ocorrência de infarto do miocárdio ou de acidentes vasculares cerebrais, em pacientes 
 31
portadores ou não de DM2 (HOCKENSMITH et al., 2004; SCHMITZ & VAETH, 
1988; TUTTLE et al., 1999; BORCH-JOHNSEN et al., 1999; CORRÊA et al., 2006). 
Evidências epidemiológicas indicam que a presença de microalbuminúria prediz 
maior morbidade e mortalidade CV independente de outros fatores de risco (KEANE 
& EKNOYAN, 1999), podendo ser denominada como um fator bem definido de RCV 
(ADLER et al., 2003; MOGENSEN, 1984). 
 
 São raras as descrições da associação entre EUA e DGH. O GH parece 
estimular a função renal tanto diretamente quanto através do IGF-I, que também 
altera a hemodinâmica renal (GULER et al., 1989). A administração de GH a 
indivíduos saudáveis aumenta a taxa de filtração glomerular e fluxo plasmático renal 
(CORVILAIN & ABRAMOW, 1962; CHRISTIANSEN et al., 1981). Na DGH, a 
EUA é descrita como no limite inferior da normalidade ou baixa (HOOGENBERG et 
al., 1993; JORGENSEN et al., 1989). 
 
A excreção urinária de albumina, marcador precoce de disfunção endotelial, 
comumente associada a HAS, à inflamação e à dislipidemia, presentes nos indivíduos 
com DIGH de Itabaianinha, reforçará ou não o dado de ausência de doença. 
 
 
2.6 Sensibilidade Insulínica (SI) 
 
Tem sido exaustivamente demonstrado que reduzida SI é um fator importante 
no desenvolvimento de anormalidades lipídicas, acúmulo de gordura visceral e 
aterosclerose em indivíduos com obesidade, HAS e DM2 (RASHID et al., 2003; 
DUVNJAK, & DUVNJAK, 2009). 
 
A associação entre obesidade, resistência insulínica (RI) e hiperinsulinemia é 
complexa. Estudo com 1308 indivíduos sem diabetes e com vários fatores de RCV 
avaliando a freqüência de obesidade pelo IMC ou circunferência abdominal, de RI 
pelo clamp euglicêmico hiperinsulinêmico e de hiperinsulinemia pelo estímulo com o 
teste de tolerância à glicose oral (TTGO) revelou que cada um destes fatores32
isoladamente associa-se ao RCV. Contudo, apenas 8% dos pacientes que se 
encontravam nos quartis mais elevados para obesidade, RI e hiperinsulinemia 
apresentavam simultaneamente os 3 fatores, exemplificando a dificuldade de se 
avaliar a RI e/ou SI mesmo pelos métodos mais sofisticados ou adequados 
(FERRANNINI et al., 2007). 
 
Esquematicamente os métodos para avaliar SI envolvem a homeoestase 
insulino glicose através de técnicas basais (sem estímulo) e técnicas dinâmicas 
(submetidas a diferentes estímulos). 
 
Entre as técnicas basais estão a insulinemia de jejum (medida absoluta dos 
níveis séricos de insulina em jejum), o HOMAir (índice de insulino resistência, ou 
seja valores mais baixos indicam uma maior SI) (MATHEWES et al., 1985)e o 
QUICKI (Quantitative insulin sensitivity check index, índice de insulino 
sensibilidade, onde seja valores mais altos indicam uma maior SI) (KATZ et al., 
2000). Os dois últimos são calculados através dos níveis séricos de glicemia e 
insulina em jejum pelas fórmulas abaixo: 
- HOMAir: Glicemia em mg/dl x 0,05551 x insulina em µU/ml / 22,5 
- QUICKI: 1/ (log insulina µU/ml + log glicemia mg/dl) 
 
Exemplificam as técnicas dinâmicas o índice de Matsuda e DeFronzo 
(MATSUDA & DEFRONZO, 1999); os OGIS 2 e OGIS 3 (MARI et al., 2001); a 
técnica do modelo mínimo (frequent sample IV glucose tolerance test) (BERGMAN, 
2005); o teste de supressão de insulina (GREENFIELD et al., 1981); o clamp 
hiperglicêmico (DeFronzo et al., 1979) e o clamp euglicêmico hiperinsulinêmico 
(BLOOMGARDEN, 2006). A citar: 
- Índice de Matsuda e DeFronzo utiliza a glicose oral como estímulo e é 
calculado através da fórmula: 10000 / √(Glicose tempo 0 x Insulina no tempo 0) x 
(Glicose média x Insulina média) 
- OGIS 2 e OGIS 3 são índices de SI à glicose oral (OGIS) derivado de um 
modelo matemático utilizando o TTGO com 2 e 3 horas (OGIS 2 e OGIS 3, 
respectivamente) que predizem o clearance de glicose no clamp euglicêmico 
hiperinsulinêmico. Além de simples e seguros, eles assumem a existência de uma 
 33
relação linear entre concentrações de glicose e insulina, descrevendo a cinética de 
glicose durante o TTGO como um modelo de único compartimento. O método requer 
a dose oral de glicose administrada, e as concentrações de glicose e insulina nos 
tempos 0, 90 e 120 para o cálculo do OGIS 2 e 0, 120 e 180 para o cálculo do OGIS 3 
(fórmulas disponíveis no Anexo 1). 
- Técnica do modelo mínimo consiste de análises mínimas das curvas da 
glicemia e insulina plasmáticas em reposta a infusão de glicose endovenosa, que 
propicia picos elevados de glicemia e desencadeia a hiperinsulinemia que vai 
conduzir ao posterior clearance da glicose. Este clearance da glicose é o reflexo da 
sensibilidade à insulina. Este método, contudo, requer um número elevado de 
dosagens sanguíneas (-15’, -10’, -5, -1’, 2’, 3’, 4’, 5’, 6’, 8’, 10’, 14’, 19’, 22’, 25’, 
30’, 40’, 50’, 70’, 100’, 140’ e 180’) 
- Teste de supressão de insulina requer a administração quádrupla de insulina, 
glicose, adrenalina e propanolol. Este teste apresenta uma boa correlação com o 
clamp euglicêmico hiperinsulinêmico e mais recentemente a infusão de adrenalina 
vêm sendo substituídas pela de somatostatina. 
- Clamp hiperglicêmico é um método que permite examinar a resposta 
secretória da insulina/ glicose e quantificar o consumo do organismo como um todo 
sob condições constantes de hiperglicemia. 
-Clamp euglicêmico hiperinsulinêmico é considerado o padrão ouro na 
avaliação da sensibilidade insulínica. Consiste em medir a captação total de glicose 
pelo organismo submetido a uma hiperinsulinemia fixa. Requer, portanto, a 
administração simultânea de insulina e glicose durante 4 horas com o objetivo de 
manter a glicemia em uma faixa normal e constante. Indivíduos mais resistentes à 
insulina receberão menores quantidades de glicose, que indivíduos normais. O 
clearance de glicose (Clclamp) é calculado pela taxa de infusão de glicose nos 20, 40 
ou 60 minutos finais do clamp. 
 
Cada um estes procedimentos apresenta vantagens e desvantagens. Sendo os 
métodos que usam medidas em jejum de execução simples e, portanto de fácil 
utilização na clínica. No entanto, os métodos que avaliam insulina no estado pós 
absortivo fornecem uma boa avaliação da sensibilidade hepática à insulina e não 
refletem a ação da insulina nos tecidos insulino dependentes, como músculo e tecido 
 34
adiposo, haja vista que a maior parte de consumo de glicose nestas condições ocorre 
pelo cérebro, células sanguíneas e tecidos insulino independentes. Dos métodos 
dinâmicos o padrão ouro é o clamp euglicêmico hiperinsulinêmico, embora possa ser 
criticável por não refletir condições do dia a dia dos indivíduos estudados incluindo o 
período pós alimentar. Desta forma métodos que utilizem a administração oral de 
glicose, apesar de não absolutamente fisiológicos correlacionam-se melhor com a 
secreção de insulina pós alimentar, o que pode conferir vantagens fisiopatológicas 
(FERRANNINI et al., 2007). 
 
O clamp euglicêmico hiperinsulinêmico exige uma equipe experiente e 
aparelhagens específicas não disponíveis na maior parte dos laboratórios e que torna 
seu uso impróprio para protocolos em larga escala. O teste de tolerância à glicose 
endovenosa com amostras freqüentes ou modelo mínimo (BERGMAN, 2005), requer 
um número elevado de dosagens sanguíneas, que o torna também impróprio para 
estudos de campo. OGIS 2 e OGIS 3 (MARI et al., 2001), dos métodos que utilizam a 
glicose oral como estímulo foi o que melhor se correlacionou ao padrão ouro, o clamp 
euglicêmico hiperinsulinêmico. Eles são de simples execução e refletem o estado pós 
alimentar, sendo os testes dinâmicos escolhidos para a avaliação da sensibilidade à 
insulina dos indivíduos com DIGH de Itabaianinha. 
 
 
2.7 Função de célula beta 
 
 A célula beta pancreática é possivelmente a mais complexa das células 
endócrinas. Seu principal produto, a insulina, deve ser ministrado aos tecidos 
corpóreos em uma dinâmica específica de quantidade e tempo para manter a glicose 
dentro de uma concentração muito estreita. De fato o débito de insulina deve ser 
compatível com a composição e ritmo de fornecimento das refeições por um lado e 
com a sensibilidade insulínica no outro lado. A função da célula beta, isto é, a 
secreção de insulina pode se adaptar a estímulos minuto a minuto pela ação das 
catecolaminas, após uma refeição mista pela ação das incretinas e a médio e longo 
prazo pela ação de hormônios tireoideanos, GH, aumento de peso corpóreo e 
envelhecimento (FERRANINI & MARI, 2004). De fato, a SI flutua de 30 a 80% 
 35
durante as 24 horas do dia, enquanto a secreção de insulina pode variar várias vezes 
em uma questão de minutos. Uma consequência da fisiologia diferente da secreção de 
insulina (função da célula beta) versus SI é que a metodologia para estudos in vivo 
para a última é muito mais avançada que para a primeira. A relação entre 
sensibilidade insulínica e função de célula beta é melhor descrita por uma hipérbole, 
isto é uma função não linear na qual a liberação de insulina altera-se muito pouco em 
uma grande variação da SI e posteriormente aumenta drasticamente com conseqüente 
diminuição da SI. A tolerância à glicose é preservada na medida em que a função de 
célula compensa a diminuída SI pelo aumento apropriado da secreção de insulina. 
 
Semelhante a SI, a função da célula beta pode ser avaliada por métodos basais 
e dinâmicos. 
 
O HOMA beta (MATHEWES et al., 1985) é um método basal de avaliação da 
função da célula beta calculado através da fórmula: (20 x Insulina de jejum µU/ml) / 
(Glicemia de jejum mg/dl x 0,05551) – 3,5 
 
Os métodos dinâmicos refletem a capacidade secretória da célula beta frente a 
elevação da glicemia. Temos o índice insulinogênico (SELTZER et al., 1967), que 
reflete a fase rápida de secreção de insulina,ou seja, utiliza para seu cálculo os 
valores de glicemia e insulina dos tempos 0 e 30 minutos: (Insulina no tempo 30- 
Insulina no tempo 0)/ (Glicemia no tempo 30 – Glicemia no tempo 0) e o cálculo da 
área sobre a curva da relação insulina por glicose (ASC I/G) (SELTZER et al., 1967) 
em todo o período avaliado no TTGO. 
 
 
2.8 Eixo GH/ IGF-I e a sensibilidade insulínica 
 
Existe uma relação complexa entre os níveis de GH/ IGF-I e a sensibilidade à 
insulina. Enquanto o GH contrabalança o efeito da insulina, ou seja, é 
hiperglicemiante; o IGF-I, produzido sobretudo pela ação do GH no seu receptor 
hepático, tem uma ação semelhante à insulina (1/12 da ação desta) provavelmente 
 36
pela ligação ao receptor do IGF-I no músculo. A ação hiperglicemiante do GH dá-se 
basicamente no fígado enquanto a ação hipoglicemiante do IGF-I dá-se basicamente 
no músculo (CLEMMONS, 2004). Ademais, a exposição ao GH tem um efeito de 
redução da gordura visceral, o que pode promover um aumento na sensibilidade à 
insulina. Desta forma, é difícil prever como as mudanças com a exposição ao GH 
exógeno ou endógeno podem afetar a ação da insulina (HANNON et al., 2007). 
 
Camundongos com deleção do gene do GHR são hipersensíveis à insulina 
devido ao aumento do número de IRs no fígado, porém com uma tolerância 
diminuída à glicose devido a um menor número de células β pancreáticas e uma 
reduzida secreção de insulina, consequentes à redução do estímulo do GH, via IGF-I 
na massa de células β pancreáticas (LIU et al., 2004). Expressão gênica de IGF-I nas 
ilhotas pancreáticas destes animais restaura a massa de células beta, normalizando a 
produção de insulina e a tolerância à glicose (GUO et al., 2005). Outro modelo 
estudado é o do camundongo com deficiência hepática de IGF-I (DHIGF-I) (YAKAR 
et al., 1999). Neste modelo há uma redução em 75% do IGF-I circulante, com 
aumento do GH e da insulina, em cerca de 4 vezes, com glicemias normais, o que 
sugere insulino-resistência, com tolerância à glicose aparentemente normal. Com a 
técnica do clamp euglicêmico-hiperinsulinêmico, foi verificado que esta insulino-
resistência ocorre basicamente no músculo e somente tardiamente no fígado e tecido 
adiposo. 
 
Para distinguir se a insulino-resistência seria decorrente da baixa concentração 
de IGF-I ou dos elevados níveis de GH foram realizados estudos em animais 
transgênicos oriundos do cruzamento dos animais com DHIGF-I com outros que 
expressam um antagonista do GH (YAKAR et al., 2004). Na progenia obtida destes 
animais, a sensibilidade à insulina foi restaurada em concordância com estudos em 
humanos em que o uso do antagonista do GH na acromegalia também melhorou a 
insulino-sensibilidade. 
 
Os experimentos em modelos animais indicam um papel importante do GH na 
resistência à insulina, enquanto o papel do IGF-I nesta condição ainda não está 
 37
completamente elucidado. Por outro lado, para o desenvolvimento de uma massa 
normal de células beta e produção de insulina, o IGF-I parece ser o principal fator. 
 
 
2.9 Sensibilidade insulínica na DGH 
 
A DGH, de origem adquirida, é freqüentemente associada à insulino 
resistência; mas a maioria dos estudos são de pacientes com panhipopituitarismo e 
que fazem reposição de um ou mais dos hormônios (HEW et al., 1996). Outros 
déficits hormonais e a terapia hormonal combinada podem contribuir para a 
resistência à insulina encontrada nesses pacientes. 
 
Os pacientes homozigotos (BARRETO-FILHO et al., 2002) e heterozigotos 
(PEREIRA et al., 2007) de Itabaianinha apresentaram maior sensibilidade à insulina 
quando avaliados pelo HOMAir. No entanto, para melhor caracterizar a SI destes 
pacientes, necessitamos de avaliação por método dinâmico, o que nos permitirá 
confirmar essa sugestão de maior SI, ajudando a compor uma base fisiopatológica 
plausível para entendermos a ausência de doença na presença de fatores de risco. 
 
 
2.10 Justificativa 
 
Os indivíduos com DIGH de Itabaianinha apresentam vários fatores de RCV 
sem apresentar maior morbimortalidade cardiovascular. 
 
Os dados na literatura da existência de elevada morbimortalidade 
cardiovascular na DGH são provenientes de estudos de pacientes portadores de DGH 
adquirida e comumente associada a hipopituitarismo e vários fatores confundidores, 
como etiologia, idade de início da deficiência, gravidade, cirurgia e radioterapia 
hipofisárias e terapia substitutiva com hormônios tireoideanos, gonadais e adrenais. 
 
 38
A existência de um modelo humano com DIGH congênita, com grande 
número de acometidos, não tratados com GH durante a infância, permite-nos estudar 
as inter relações fisiopatológicas entre a DIGH e o fenótipo cardiovascular, incluindo 
o perfil de adipocinas, a excreção urinária de albumina, a sensibilidade insulínica e a 
função da célula beta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
_____________________________________________3. OBJETIVOS 
 
 
 
 
 
 
 40
 
Objetivo Geral: 
 
Avaliar fatores potenciais que expliquem a dissociação entre a presença 
de marcadores de risco cardiovascular e a ausência de lesão de órgão alvo e 
morte cardiovascular na DIGH de Itabaianinha. 
 
Objetivos Específicos: 
 
1. Estudar os níveis séricos de adiponectina e leptina em indivíduos 
homozigóticos afetados para a mutação no gene do receptor do GHRH 
 
2. Estudar a excreção urinária de albumina em indivíduos homozigóticos 
afetados para a mutação no gene do receptor do GHRH. 
 
3. Estudar a sensibilidade à insulina em indivíduos homozigóticos afetados 
para a mutação no gene do receptor do GHRH. 
 
4. Estudar a função da célula beta em indivíduos homozigóticos afetados 
para a mutação no gene do receptor do GHRH. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
______________________________4. CASUÍSTICA E MÉTODOS 
 
 
 
 
 
 
 42
4.1 Tipo de estudo 
 
Estudo transversal, analítico, com grupo controle realizado no município de 
Itabaianinha, Centro-Sul do Estado de Sergipe. 
 
Este estudo foi submetido ao comitê de ética em pesquisa e os participantes 
assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (Anexo 2). 
 
 
4.2 Critérios de exclusão 
 
 Aplicamos questionário inicial visando afastar doenças, conhecer hábitos de 
vida (etilismo ou tabagismo), assim como identificar medicamentos que pudessem 
interferir nos resultados laboratoriais. Foram excluídos indivíduos com: 
• Idade inferior a 25 anos; 
• Uso de estatinas, terapia de reposição hormonal com esteróides sexuais, anti- 
psicóticos e anti- convulsivantes; 
• Ingestão de bebida alcoólica nas últimas 12 horas; 
• Tabagismo; 
• Portadores de doenças crônicas ou graves. 
• Diagnóstico de Diabetes Mellitus ou na realização do protocolo de 
sensibilidade à insulina o achado de glicemia de jejum maior ou igual a 126 
mg/dl. 
 
 
4.3 População 
 
 Indivíduos com DIGH e controles foram convidados a participar do presente 
trabalho, através de cartazes colocados na associação e convites por ocasião das 
reuniões realizadas na Associação do Hormônio de Crescimento Físico e Humano de 
Itabaianinha (ASCRIN). 
 
 43
 O presente trabalho foi subdividido em dois experimentos, realizados com 
intervalo de aproximadamente 2 anos, de forma que os grupos DIGH e controle não 
são idênticos. Contudo, 13 pacientes portadores de DIGH e 3 controles participaram 
dos dois experimentos. 
 
 
4.3.1. Experimento 1 : Avaliação da adiponectina, leptina e excreção urinária de 
albumina 
 
No grupo DGH compareceram 22 indivíduos portadores da mutação IVS 1+1 
G→A no receptor do GHRH a e no grupo Controle 24 indivíduos sem a referida 
mutação pareados por idade e sexo. Foram excluídos do primeiro, um paciente por 
tabagismo e um paciente que usava drogas anti-convulsivantes; e do segundo um 
indivíduo tabagista que usava drogasanti- convulsivantes e um indivíduo com anemia 
acentuada e IGF-I extremamente baixo, caracterizando doença crônica. 
 
Os grupos ficaram assim constituídos: 
 
a) Grupo DGH, 20 indivíduos (51 ± 15 anos, 7 M/ 13 F) 
b) Grupo Controle, 22 indivíduos (50 ± 11 anos, 8 M/ 14 F) 
 
 
4.3.2 Experimento 2 : Avaliação da Sensibilidade à insulina 
 
No grupo DGH compareceram 27 indivíduos portadores da mutação IVS 1+1 
G→A no receptor do GHRH a e no grupo Controle 27 indivíduos sem a referida 
mutação pareados por idade e sexo, destes foram excluídos do grupo DGH: dois 
pacientes com diagnóstico prévio de diabetes e um paciente que apresentou glicemia 
de jejum maior que 126; e do grupo controle um indivíduo tabagista que apresentou 
glicemia de jejum maior que 126 e outro que ingeriu duas soluções de glicose oral 
com 75 gramas (dobro da dose). 
 
 
 44
Os grupos ficaram assim constituídos: 
 
a) Grupo DGH, 24 indivíduos (39 ± 12 anos, 12 M, 12 F) 
b) Grupo Controle, 25 indivíduos (40 ± 12 anos, 14 M/ 11 F). 
 
 
4.4 Antropometria 
 
A altura foi aferida através de estadiômetro vertical. O peso foi avaliado em 
balança digital. O índice de massa corpórea (IMC) foi calculado pela fórmula: peso 
(Kg)/ altura (m)2 . 
 
A circunferência abdominal em centímetros foi medida com fita métrica na 
metade da distância entre a face inferior da última costela e a porção superior da 
crista ilíaca. O quadril foi medido na altura dos trocânteres femurais. A relação 
cintura/ quadril (C/Q) foi calculada (WHO, 1988). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
________________________________________5. EXPERIMENTO 1: 
Avaliação da adiponectina, leptina e excreção urinária de albumina 
 
 
 
 
 
 46
5.1 Casuística e Métodos 
 
 
5.1.1 Composição Corpórea 
 
A composição corpórea foi medida em antebraço por infravermelho, 
utilizando um aparelho portátil, denominado Fultrex (BRODIE & ESTON, 1992). O 
procedimento consiste em posicionar uma sonda de fibra óptica tangenciada sobre o 
músculo biciptal na metade da face anterior do antebraço e medir a energia refletida 
pelo feixe infravermelho em duas diferentes freqüências. Uma equação de regressão 
múltipla é utilizada para associar os dados da reflexão do feixe infravermelho com 
outros dados antropométricos (idade, sexo, peso, altura e estrutura óssea) para 
predizer a composição corporal (BRODIE & ESTON, 1992). 
 
 
5.1.2 Pressão Arterial 
 
 A pressão arterial foi medida em esfigmomanômetro de mercúrio, após 10 
minutos de repouso na posição sentada, por um mesmo examinador. Para os 
indivíduos com DGH foi utilizado manguito adaptado à circunferência e ao 
comprimento dos antebraços desses indivíduos. 
 
 
5.1.3 Avaliação laboratorial: 
 
Foi coletado 20 ml de sangue da veia braquial, após 12 horas de jejum. As 
dosagens laboratoriais foram realizadas no laboratório Fleury, São Paulo, SP. O soro para 
a dosagem da adiponectina ficou congelado a -70 até a dosagem. 
 
 47
5.1.3.1 Bioquímica: 
 
 O colesterol total, triglicérides e glicemia foram medidas pela técnica 
colorimétrica enzimática de Trinder (TRINDER, 1969). O HDL foi separado 
utilizando o método de cloreto de magnésio/ ácido fosfotungístico e a concentração 
de LDL foi calculada indiretamente através da fórmula de Frieldwald (BETTERIDGE 
& MORREL, 1998): 
 LDL colesterol= colesterol total – (HDL colesterol + Triglicérides /5) 
 
 A PCRas foi medida por imuno- nefelometria (Dade Behring Marburg GmbH, 
Marburg, Germany) e a sensibilidade do método é de 0,175 mg/L e os erros intra e 
inter ensaios foram de 3,5 e 3,4%, respectivamente. 
 
 
5.1.3.2 Dosagens Hormonais: 
 
 A adiponectina foi medida pelo método enzimaimunoensaio, Elisa (Linco 
Research, MO, USA), com sensibilidade de 0,78 ng/mL e erros intra e inter ensaio de 
7,4 e 8,4%, respectivamente . 
 
 A leptina foi medida pelo método imunoradiométrico (Laboratório Fleury, São 
Paulo, SP, BR) com sensibilidade de 0,5 ng/mL e erros intra e inter ensaio, ambos de 
10%. 
 
 O IGF-I foi medido pelo ensaio imunoradiométrico, com dupla extração, um 
método de sensibilidade de 0,8 ng/mL (Diagnostic Systems Laboratories, Inc., 
Webster, TX). Os erros intra e inter ensaios de 2,25 e 2,6%, respectivamente. 
 
 A insulina foi dosada por ensaio imunofluorimétrico com sensibilidade de 0,5 
µU/mL (PerkinElmer Life and Analytical Sciences, Turku, Finland), cujos erros intra 
e inter ensaios de 2,5 % e 3%, respectivamente 
 
 48
 O HOMAIR foi calculado mediante a fórmula: (glicemia em mg/dl x 0,05551 x 
insulina em µU/mL) / 22,5. 
 
 
5.1.3.3 Excreção Urinária de Albumina (EUA): 
 
 Para a dosagem da EUA, os pacientes foram orientados a colher urina noturna 
das 20:00 horas do dia anterior até as 08:00 horas do dia da avaliação em recipiente 
apropriado. O volume foi anotado e aliquotada amostra, que foi dosada por imulo- 
nefelometria (Immage, Beckman Coulter, USA), com sensibilidade de 0,2 mg/dL e 
erros intra e inter ensaio, ambos de 4%. 
 
 
5.1.4 Análise Estatística 
 
Foram utilizados o teste T com amostras independentes para comparar as 
variáveis de distribuição normal e o teste de Mann Whitney para as variáveis de 
distribuição assimétrica. Os dados foram expressos em média ± desvio padrão ou 
mediana ± distância interquartílica, quando apropriado. 
 
 A análise estatística foi realizada no programa SPSS versão 15.0 (Statistical 
Packet for Social Science, Inc., Chicago, IL). Foram considerados significantes os 
resultados quando p≤0,05. 
 
 
 49
 
5.2 Resultados 
 
 
5.2.1 Dados antropométricos, pressão arterial e composição corporal 
 
Os dados antropométricos e de pressão arterial estão expressos na tabela 1. 
Como esperado, altura, peso, cintura e quadril foram bastante reduzidos no grupo 
DGH em relação ao Controle. Não houve diferença no IMC dos dois grupos. A 
relação cintura/ quadril apresentou uma tendência de elevação no grupo DGH. Houve 
acentuada redução da massa magra (MM) no grupo DGH em relação ao Controle, 
sem diferença na massa gorda (MG) em Kg, porém com aumento do percentual de 
gordura. A pressão arterial sistólica e diastólica foram mais elevadas no grupo DGH 
quando comparado ao Controle. 
 
 
Tabela 2: Antropometria, pressão arterial e composição corporal em 
pacientes portadores de DIGH e controles. 
 DIGH 
(20 indivíduos) 
Controle 
(22 indivíduos) 
p 
Idade (anos) 50,80± 14,58 49,95±11,48 0,835 
Sexo (M/F) 7/13 8/14 0,526 
Altura (m) 1,22±0,07 1,6±0,09 <0,0001 
Peso (Kg) 37,10±6,2 63,59±10,49 <0,0001 
IMC (Kg/m2) 25,12±4,64 24,74±2,85 0,752 
Cintura (cm) 81,03±10,81 89,2±8,7 0,01 
Quadril (cm) 85,31±8,48 98,18±8,99 <0,0001 
Relação C/Q 0,95±0,08 0,91±0,05 0,085 
Massa Magra (Kg) 23,22±4,42 47,76±11,08 <0,0001 
Massa Gorda (Kg) 14,02±3,32 16,15±7,01 0,212 
% Gordura 37,71±6,73 25,39±10,19 <0,0001 
PAS (mmHg) 134,05±28,49 116,23±17,05 0,021 
PAD (mmHg) 82,95±14,3 74,05±11,45 0,031 
Valores expressos em média ± desvio padrão. Onde, M/F: masculino/ feminino, 
IMC: índice de massa corpórea, relação C/Q: relação cintura quadril, PAS: pressão 
arterial sistólica e PAD: pressão arterial diastólica. 
 50
 
 
5.2.2 Dados laboratoriais 
 
Os dados laboratoriais estão expressos na Tabela 2. Também como esperado, 
o IGF-I foi marcadamente mais baixo no grupo DGH quando comparado aos 
controles. Os indivíduos com DGH apresentaram PCRas e LDL-C mais elevados, 
insulina e HOMAir mais baixos, sem alteração no HDL-C, triglicérides e glicemia em 
relação ao grupo controle. O colesterol total apresentou uma tendência de elevação 
(p= 0,069) no grupo DGH. A adiponectina foi mais elevada no grupo DGH em 
relação ao Controle (Figura 2) e não encontramos alteração nos níveis de leptina. O 
mesmo dado é encontrado quando corrigimos as duas variáveis pela massa gorda em 
Kg (Adiponectina/ MGKg e Leptina/ MGKg).A microalbuminúria foi igual nos dois 
grupos. 
 
 
Tabela 3: Níveis séricos de IGF-I, PCRas, lípides, glicemia, insulina, HOMAir, 
adiponectina, leptina e EUA de indivíduos DGH e controles. 
 DIGH Controles p 
IGF-I (ng/ml) 11,9±15,72 161,97±63,36 <0,0001 
PCRas(mg/dL) 0,84±0,6 0,31±0,27 <0,0001 
Colesterol Total (mg/dL) 221,35±49,69 193,45±46,98 0,069 
LDL (mg/dL) 140,1±44,04 114,32±38,87 0,05 
HDL (mg/dL) 44,65±9,98 47,82±11,38 0,345 
TG (mg/dL) 140,5±189,25 112,5±107,5 0,571 
Glicemia (mg/dL) 102±25 101,5±9,75 0,801 
Insulina (mU/L) 3,5±2,75 6,5±5,25 0,004 
HOMAir 0,88±0,96 1,74±1,52 0,008 
Adiponectina (ng/ml) 12,83±7,15 9,73±5 0,041 
Adiponectina/ MG Kg 0,85±0,44 0,6±0,44 0,027 
Leptina (ng/mL) 7,35±6,3 9,3±18,68 0,904 
Leptina/ MG Kg 0,63±0,44 0,7±0,62 0,703 
EUA (µg/min) 8,62±13,78 8,52±11,07 0,236 
Valores estão expressos em média ± desvio padrão para PCRas, colesterol total, LDL, 
HDL e leptina/ MG e como mediana ± distância interquartílica nos demais. 
 
 51
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2: Níveis de adiponectina em portadores de DGH e controles 
 
A
di
po
ne
ct
in
a 
(n
g/
m
l)
DIGH Controle
 52
5.3 Discussão 
 
 
Encontramos níveis séricos elevados de adiponectina e normais de leptina e de 
excreção urinária de albumina em indivíduos portadores de DIGH de Itabaianinha. 
Esses resultados delineiam um perfil de adipocinas que é diferente do usualmente 
encontrado na maioria das causas de obesidade em humanos (leptina elevada e 
adiponectina baixa). Em concordância com nossos achados foi recentemente 
demonstrado que ratos com abolição do receptor do GH (resistência ao GH) tem 
níveis elevados de adiponectina (NILSSON et al., 2005) e que pacientes com 
acromegalia tem adiponectina mais baixa (SUCUNZA et al., 2009). Simultaneamente 
a publicação desta parte do estudo, também foi descrito que na síndrome de Laron 
(resistência ao GH em humanos) a adiponectina é também mais elevada que controles 
(KANETY et al., 2009). A adiponectina e a leptina são importantes na homeostase 
glicêmica. A administração de adiponectina reverte a resistência à insulina associada 
à lipodistrofia e à obesidade (YAMAUCHI et al., 2001), e a administração de leptina 
em pacientes com grave deficiência de leptina e lipodistrofia melhora a sensibilidade 
à insulina (ORAL et al., 2002). A resistência a leptina é associada com resistência a 
insulina e DM2 (CORREIA & HAYNES, 2004). Podemos sugerir, então, que tanto 
os níveis séricos de adiponectina mais elevados como os níveis séricos normais de 
leptina podem melhorar a sensibilidade à insulina e atrasar a progressão para 
aterosclerose em pacientes com DIGH. Uma maior sensibilidade à insulina é uma 
característica que tem sido fortemente associada a longevidade (como se observa ao 
se estudar indivíduos com mais de 100 anos) (PAOLISSO et al., 1997) e essa é uma 
das possíveis explicações para a ausência de mortalidade cardiovascular prematura 
em indivíduos com DIGH de Itabaianinha (AGUIAR- OLIVEIRA et al., 2010). O 
aumento na adiponectina pode ser associado à sensibilidade à insulina normal, um 
fenômeno que diferencia nossos pacientes com DIGH congênita e vitalícia de adultos 
com DGH adquirida, que são usualmente insulino resistentes (GOLA et al., 2005; 
HEW et al., 1996). 
 
 53
Em um trabalho recente, DGH relativa, elevação de cortisol urinário e baixa 
adiponectinemia contribuem significativamente para a elevação dos marcadores de 
RCV em adolescentes obesas (RUSSELL et al., 2009). Tem sido exaustivamente 
demonstrado que a resistência à insulina é um fator importante no desenvolvimento 
de anormalidades lipídicas, acúmulo de gordura visceral e aterosclerose em 
indivíduos com obesidade, hipertensão arterial e diabetes (RASHID et al., 2003; 
DUVNJAK, & DUVNJAK, 2009). Adultos com hipopituitarismo apresentam 
obesidade abdominal, resistência à insulina, dislipidemia, aumento da PCR e 
aterosclerose (ROSEN & BENGTSSON, 1990). A força dessa associação com a 
DGH é incerta, devido ao fato de que raríssimos pacientes com hipopituitarismo 
apresentarem DIGH verdadeira e não tratada, sendo a maioria deficiente de outros 
importantes hormônios hipofisários e utiliza terapia substitutiva com hormônios 
tireoideanos, gonadais e adrenais. 
 
A adiponectina regula diretamente a secreção de GH pelas células 
somatotróficas in vitro pela ligação a receptores de adiponectina e, de forma 
semelhante ao GHRH, a adiponectina estimula a secreção de GH dependente 
principalmente do influxo de cálcio através de canais voltagem dependentes. O 
tratamento com adiponectina aumenta a expressão do receptor de GHRH em cultura 
de células da hipófise anterior, que sugere um possível papel da adiponectina na 
regulação indireta da secreção do GH (STEYN et al., 2009). Os altos níveis de 
adiponectina neste modelo de resistência ao GHRH podem ser um mecanismo 
compensatório à ausência de ação do GHRH. Independentemente do mecanismo que 
cause a elevação da adiponectina, este fenômeno se associa ao achado de 
sensibilidade insulínica normal e pode contribuir para atrasar o aparecimento da 
aterosclerose nos indivíduos com DIGH que apresentam níveis muito baixos de GH e 
IGF-I por toda a vida, diferente da maioria dos modelos com DGH adquirida com 
uma redução menos acentuada dos níveis de IGF-I. Contudo, outros mecanismos 
como níveis baixos de moléculas de adesão e fatores derivados de plaquetas, entre 
outros não estudados neste trabalho, podem estar contribuindo para retardar o 
aparecimento da aterosclerose nesta população com DIGH. 
 
 54
Crianças e adolescentes com DIGH de Itabaianinha apresentam altos níveis de 
leptina (de BARRETO et al., 1999). As razões para o declínio da leptina para níveis 
normais nos adultos com DIGH, apesar do aumento persistente no percentual de MG, 
colesterol total e LDL, ainda são incertas, mas podem conferir alguma proteção 
contra inflamação vascular (KOH, PARK & QUON, 2008; STEFAN. & 
STUMVOLL, 2002), contrabalançando os altos níveis de PCR encontrada nestes 
indivíduos. 
 
Em adição ao perfil favorável de adipocinas, os indivíduos com DIGH 
apresentam excreção urinária de albumina (EUA) e taxa de microalbuminúria 
semelhante à de controles, apesar de apresentarem pressão arterial sistólica e 
diastólica mais elevadas. A interação entre o eixo GH/ IGF-I e a função renal não está 
bem definida. O GH pode influenciar a função renal tanto diretamente ou via IGF-I, 
que tem mostrado reduzir a resistência vascular renal em roedores (HIRSCHBERG & 
KOPPLE et al., 1989) e humanos (GULLER et al., 1989). A EUA é considerada um 
marcador subclínico de disfunção endotelial, precedendo o diagnóstico de 
aterosclerose (GERSTEIN et al., 2001). Como o GH aumenta a expressão de óxido 
nítrico sintase induzida em células mesângiais de ratos (DOI et al., 2000), é possível 
que níveis muito baixos de GH e IGF-I podem reduzir o óxido nítrico sintase induzida 
nestas células, retardando o acúmulo progressivo da matriz extracelular que leva ao 
aumento da EUA (BREMER et al., 1997; FURUSU et al., 1998). 
 
 
 
 
 
 55
5.4 Artigo publicado no Journal of Clinical Endocrinology 
and Metabolism 
 
 
Adipokine Profile and Urinary Albumin Excretion in Isolated 
Growth Hormone Deficiency 
 
 
 
Carla R. P. Oliveira1, Roberto Salvatori2, Rafael A. Meneguz-Moreno1, Manuel H. 
Aguiar-Oliveira1, Rossana M. C. Pereira1, Eugênia H. A. Valença1, Vanessa P. 
Araujo1, Natália T. Farias1, Débora C. R. Silveira1, Jose G. H. Vieira3, and Jose A. S. 
Barreto-Filho1 
 
 
 
1Universidade Federal de Sergipe, Departamento de Medicina, Aracaju, Sergipe 
2The Johns Hopkins University School of Medicine Division of Endocrinology, 
Baltimore, Maryland, USA 
3Escola Paulista de Medicina, Divisão de Endocrinologia, São Paulo, São Paulo 
 
 
 
Título Abreviado: Adipokines and Albuminuria in IGHD 
 
Palavras-chave: Adipocinas,excreção urinária de albumina, deficiência de GH 
Key words: Adipokines, urinary albumin excretion, GH deficiency 
Adipokine Profile and Urinary Albumin Excretion in
Isolated Growth Hormone Deficiency
Carla R. P. Oliveira, Roberto Salvatori, Rafael A. Meneguz-Moreno,
Manuel H. Aguiar-Oliveira, Rossana M. C. Pereira, Eugênia H. A. Valença,
Vanessa P. Araujo, Natália T. Farias, Débora C. R. Silveira, Jose G. H. Vieira,
and Jose A. S. Barreto-Filho
Federal University of Sergipe (C.R.P.O., R.A.M.-M., M.H.A.-O., R.M.C.P., E.H.A.V., V.P.A., N.T.F.,
D.C.R.S., J.A.S.B.-F.), Division of Endocrinology, Aracaju, SE, Brazil 49060-100; The Johns Hopkins
University School of Medicine (R.S.), Division of Endocrinology, Baltimore, Maryland 21287; and Escola
Paulista de Medicina (J.G.H.V.), Division of Endocrinology, São Paulo, SP, Brazil 04034970
Background: GH deficiency (GHD) is often associated with cardiovascular risk factors, including
abdominal fat accumulation, hypercholesterolemia, and increased C-reactive protein. Despite the
presence of these risk factors, adults with congenital lifetime isolated GHD (IGHD) due to an
inactivating mutation in the GHRH receptor gene do not have premature atherosclerosis.
Objective: The aim was to study the serum levels of adiponectin and leptin (antiatherogenic and
atherogenic adipokine, respectively), and the urinary albumin excretion (UAE) in these IGHD
individuals.
Design and Patients: We conducted a cross-sectional study of 20 IGHD individuals (seven males;
age, 50.8 � 14.6 yr) and 22 control subjects (eight males; age, 49.9 � 11.5 yr).
Main Outcome Measures: Anthropometric factors, body composition, blood pressure, serum adi-
ponectin, leptin, and UAE were measured.
Results: Adiponectin was higher [12.8 (7.1) vs. 9.7 (5) ng/ml; P � 0.041] in IGHD subjects, whereas
no difference was observed in leptin [7.3 (6.3) vs. 9.3 (18.7 ng/ml] and UAE [8.6 (13.8) vs. 8.5 (11.1)
�g/min].
Conclusions: Subjects with lifetime untreated IGHD have an adipokine profile with high adi-
ponectin and normal leptin levels that may delay vascular damage and lesions of the renal
endothelium. (J Clin Endocrinol Metab 95: 693– 698, 2010)
GH deficiency (GHD) in adults has been associatedwith an increase in cardiovascular mortality (1),
thought to be due to atherosclerotic changes (2) linked to
abdominal adiposity, dyslipidemia [high levels of total
and low-density lipoprotein (LDL) cholesterol, and low
levels of high-density lipoprotein (HDL)] and C-reactive
protein (CRP) (3). However, this association is based on
studies obtained in heterogeneous cohorts of patients with
acquired GHD of different etiologies and severities, who
have often undergone pituitary surgery or radiation, and
with multiple associated pituitary deficits, all factors that
may affect vascular mortality.
In Itabaianinha County, in northeastern Brazil, we have
identified a large kindred with approximately 100 affected
individuals, with isolated GHD (IGHD), due to a homozy-
gous null mutation in the splice donor site of intron 1
(IVS1 � 1G3A) of the GHRH receptor gene (GHRH-R)
(4). These IGHD individuals have very low serum GH and
IGF-I and present throughout life an adverse cardiovas-
cular risk profile, including a reduction in fat-free mass
ISSN Print 0021-972X ISSN Online 1945-7197
Printed in U.S.A.
Copyright © 2010 by The Endocrine Society
doi: 10.1210/jc.2009-1919 Received September 10, 2009. Accepted November 20, 2009.
First Published Online December 16, 2009
Abbreviations: BMI, Body mass index; BSA, body surface area; CRP, C-reactive protein;
FFM, fat-free mass; FM, fat mass; GHD, GH deficiency, or GH-deficient; HDL, high-density
lipoprotein; HOMAIR, homeostasis model assessment of insulin resistance; IGHD, isolated
GHD; LDL, low-density lipoprotein; SDS, SD score; UAE, urinary albumin excretion.
O R I G I N A L A R T I C L E
E n d o c r i n e C a r e
J Clin Endocrinol Metab, February 2010, 95(2):693–698 jcem.endojournals.org 693
 by Manuel Aguiar-Oliveira on February 5, 2010 jcem.endojournals.orgDownloaded from 
http://jcem.endojournals.org
(FFM) and an increase in percentage fat mass (%FM) and
waist-hip ratio, total and LDL cholesterol, CRP, and sys-
tolic blood pressure. Conversely, they have no insulin re-
sistance and no evidence of premature atherosclerosis, as
shown by normal carotid intima-media thickness and
stress echocardiogram (5–8).
To understand the mechanism of the lack of premature
atherosclerosis despite such risk factors, we have studied
other factors linked to vascular damage and atheroscle-
rosis, such as leptin, adiponectin, and a marker of endo-
thelial disease, urinary albumin excretion (UAE). Adi-
ponectin, the most abundant protein of adipose origin,
decreases with obesity and is positively associated with
whole-body insulin sensitivity (9, 10) and inversely asso-
ciated with the risk of type 2 diabetes (11). Leptin, another
specific adipose protein, usually elevated in obesity, plays
an atherogenic, prothrombotic, and angiogenic role by
stimulating vascular inflammation, oxidative stress,
and smooth muscle hypertrophy contributing to hyper-
tension, atherosclerosis, and other cardiovascular dis-
eases (12–15). UAE, even when below the threshold
diagnostic of microalbuminuria, is considered an inde-
pendent risk factor and predictor of both renal and car-
diovascular disease and a subclinical marker of endo-
thelial cell dysfunction, a condition that is believed to
promote atherogenesis (16).
Data on these three parameters are controversial in
GHD: leptin has been reported to be elevated (17, 18) or
normal (19, 20), and adiponectin low (10, 21) or normal
(18, 22), whereas UAE has been reported to be normal (23,
24). We tested the hypothesis of a favorable pattern of
these three parameters in congenital, lifetime IGHD.
Subjects and Methods
Subjects
In a cross-sectional study, IGHD and control subjects were
recruited by advertising placed in the local Dwarfs Association
building and by word of mouth among the inhabitants of Itaba-
ianinha. Exclusion criteria were: age less than 25 yr; use of st-
atins, tobacco, estrogens, antipsychotics, anticonvulsants, anal-
gesics, or antiinflammatories; use of GH in childhood or during
the last 3 yr; viral syndrome during the last 30 d; coronary in-
sufficiency; Chagas disease, and other chronic or systemic dis-
eases. Twenty-two IGHD subjects and 24 controls volunteered.
Two IGHD individuals were excluded, one due to the use of
tobacco, and another due to the use of anticonvulsant. In the
control group, two individuals were excluded, one due to the use
of tobacco and anticonvulsant, and another due to chronic ane-
mia. A total of 20 IGHD individuals (seven males; age, 50.8 �
14.6 yr) and 22 control subjects (eight males; age, 49.9 � 11.5
yr) were enrolled. Six individuals of the IGHD group were GH
naive, and 14 had been treated with a long-acting GH for 6
months (as adults) and had stopped this treatment for more than
3 yr before this protocol. Because we found no difference in the
studied variables between the GH naive and those individuals
who had received GH for this short period of time, all of them
were included in the IGHD group.
Study protocol
Anthropometric, body composition, and blood pres-
sure measurements
Height, body weight, waist and hip circumferences were mea-
sured. Body mass index (BMI) was calculated using the formula:
weight (kilograms)/height (meters)2. Body surface area (BSA) (in
square meters) was calculated using the formula: w0.425 � h0.725 �
71.84 � 10�4, where w is the weight in kilograms, and h is the
height in centimeters. SD scores (SDS) for height (SDS/h), weight
(data not shown), and BMI (SDS/BMI) were calculated by using
the SDS Individual Calculator for British 1990 Growth Reference
Data (http://www.phsim.man.ac.uk/SDSCalculator/SDSCalculator.
aspx). Fat mass (FM) (kilograms), %FM, FFM (kg), and %FFM
were measured using near-infrared interactance, as previously
reported (7). Blood pressurewas registered as the mean value of
three measurements after 10 min in a seated position.
Laboratory assessment
Total cholesterol, triglycerides, and glucose were measured
by the enzymatic Trinder colorimetric test. HDL cholesterol was
separated using the phosphotungstic acid/magnesium chloride
method, and the LDL cholesterol concentration was calculated
indirectly (Friedewald formula). IGF-I was measured by an im-
munoradiometric assay, with double extraction and an assay
sensitivity of 0.8 ng/ml (5600; Diagnostic Systems Laboratories,
Inc., Webster, TX). The intraassay and interassay variabilities
were 2.25 and 2.6%, respectively. Insulin resistance was esti-
mated using the homeostasis model assessment of insulin resis-
tance (HOMAIR) with the formula: fasting serum insulin (mi-
crounits per milliliter) � fasting plasma glucose (millimoles per
liter)/22.5.
Adiponectin was measured by ELISA (Linco Research, St.
Charles, MO) with sensitivity of 0.78 ng/ml and intra- and in-
terassay variation of 7.4 and 8.4%. Leptin was measured by
IRMA assay (Laboratory Fleury, São Paulo, Brazil) with sensi-
tivity of 0.5 ng/ml, and both intra- and interassay variation of
10%. Adiponectin, leptin, and insulin were expressed in absolute
and corrected values for BSA (adiponectin/BSA, leptin/BSA, and
insulin/BSA), and unit of FM in kilograms (adiponectin/FM kg,
leptin/FM kg, and insulin/FM kg). UAE (micrograms per minute)
was measured in timed overnight collections by immunoneph-
elometry (Immage; Beckman Coulter, Fullerton, CA) with an
intra- and interassay coefficient of variability of 4% (sensitivity
limit of the assay, 0.02 mg/liter). Microalbuminuria was defined
with a UAE between 20 and 200 �g/min.
The Federal University of Sergipe Institutional Review Board
approved these studies, and all subjects gave written informed
consent.
Statistics
Variableswithnormal andnotnormaldistributionwere com-
pared in the two groups by t test and Mann-Whitney test, re-
spectively. Data are reported as mean (SD) and median (inter-
quartile range) when appropriate. We used a stepwise multiple
regression model to determine independent predictors of both
694 Oliveira et al. Adipokines and Albuminuria in IGHD J Clin Endocrinol Metab, February 2010, 95(2):693–698
 by Manuel Aguiar-Oliveira on February 5, 2010 jcem.endojournals.orgDownloaded from 
http://jcem.endojournals.org
log of leptin and log of adiponectin. We have shown that in
children, FM, GHD status, and sex explained 73% of the vari-
ability of leptin (25). In this paper, we used age, sex, GHD
(GHD � 1, control � 2), FM, %FM, FFM, and log of IGF-I as
independent variables. A P value of 0.10 was used to enter and
leave the model. Colinearity was ruled out within covariates in
the model, and all the assumptions of this model were checked.
Statistical analysis was performed by the software SPSS/PC 15.0
(SPSS Inc., Chicago II). Probability values less than or equal to
0.05 were considered statistically significant.
Results
Anthropometric, body composition, and blood pressure
data are shown in Table 1. As expected, height, weight,
BSA, and FFM (kilograms) were reduced without differ-
ence in BMI (both in absolute values and SDS/BMI) and
FM, whereas %FM was increased in IGHD subjects. Both
SBP and DBP were higher in the IGHD group.
Laboratory data are shown in Table 2. IGF-I levels were
extremely low in IGHD individuals, who had higher CRP
and LDL cholesterol and lower insulin and HOMAIR, as
we had previously reported (7, 8). Adiponectin, in abso-
lute and corrected values for BSA and unity of FM (kilo-
grams), was higher in the IGHD group (Fig. 1). There were
no differences in leptin (in absolute or corrected values)
and UAE. Only two individuals had microalbuminuria in
each group.
Stepwise multiple regression identified FM and GHD as
responsible for 50.6% of the variability of log leptin and
FFM, and age for 30.6% of the variability of log adiponec-
tin (Table 3). Because high adiponectin levels may be the
cause or the consequence of increased insulin sensitiv-
ity, we extended the stepwise multiple regression anal-
ysis to include HOMAIR as another independent vari-
able and log adiponectin as a dependent variable. In this
model, 45.5% of variability of log of adiponectin was
explained by age (� standardized coefficient � 0.456;
t � 3.868; P � 0.0004), %FM (� standardized coeffi-
cient � 0.384; t � 3.311; P � 0.002), and HOMAIR (�
standardized coefficient � �0.419; t � �3.569; P �
0.0001, R2 adjusted � 0.455).
FIG. 1. Serum adiponectin levels (nanograms per milliliter) in GHD and
control groups.
TABLE 1. Anthropometric, body composition, and
blood pressure data in IGHD and control groups
IGHD Control P
Height (m) 1.2 (0.1) 1.6 (0.1) �0.0001
SDS height �7.0 (1.2) �1.23 (0.98) �0.0001
Weight (kg) 37.1 (6.2) 63.6 (10.5) �0.0001
BSA (m2) 1.11 (0.1) 1.63 (0.29) �0.0001
BMI (kg/m2) 25.1 (4.6) 24.7 (2.8) 0.752
SDS BMI 1.24 (1.37) 1.18 (0.76) 0.88
W/H 0.95 (0.1) 0.91 (0. 1) 0.085
FFM (kg) 23.2 (4.4) 47.8 (11. 8) �0.0001
FM (kg) 14.0 (3.3) 16.2 (7.0) 0.212
%FM 37.7 (6.7) 25.4 (10.2) �0.0001
SBP (mm Hg) 134.0 (28.5) 116.2 (17.0) 0.021
DBP (mm Hg) 83.0 (14.3) 74.0 (11.4) 0.031
Values are expressed as mean (SD) for all variables, except for body
surface which is expressed as median (interquartile range). SBP, Systolic
blood pressure; DBP, diastolic blood pressure; W/H, waist/hip ratio.
TABLE 2. Levels of adiponectin, leptin, lipids, glucose,
insulin, HOMAIR, CRP, and UAE in IGHD and control
groups
IGHD Control P
IGF-I (ng/ml) 11.9 (15.7) 161.9 (63.4) �0.0001
CRP (mg/dl) 0.84 (0.6) 0.31 (0.27) �0.0001
Cholesterol (mg/dl) 221.3 (49.7) 193.45 (47.0) 0.069
LDL (mg/dl) 140.1 (44.0) 114.32 (38.9) 0.05
HDL (mg/dl) 44.7 (9.98) 47.8 (11.4) 0.345
Triglycerides
(mg/dl)
140.5 (189.25) 112.5 (107.5) 0.571
Glucose (mg/dl) 102 (25) 101.5 (9.75) 0.801
Insulin (mU/liter) 3.5 (2.75) 6.5 (5.25) 0.004
Insulin/BSA 3.13 (2.37) 3.99 (3.63) 0.237
Insulin/FM kg 0.24 (0.24) 0.45 (0.3) 0.001
HOMAIR 0.88 (0.96) 1.74 (1.52) 0.008
Leptin (ng/ml) 7.35 (6.3) 9.3 (18.68) 0.93
Leptin/BSA 6.97 (6.67) 6.37 (11.14) 0.279
Leptin/FM kg 0.63 (0.44) 0.7 (0.6) 0.703
Adiponectin
(ng/ml)
12.83 (7.15) 9.73 (5) 0.041
Adiponectin/BSA 12.37 (2.37) 5.86 (3.64) �0.0001
Adiponectin/FM kg 0.85 (0.44) 0.6 (0.44) 0.027
UAE (�g/min) 8.6 (13.8) 8.5 (11.1) 0.236
Values are expressed as median (interquartile range) for all variables
except for CRP, cholesterol, LDL, HDL, and leptin/FM kg, which are
expressed as mean (SD).
J Clin Endocrinol Metab, February 2010, 95(2):693–698 jcem.endojournals.org 695
 by Manuel Aguiar-Oliveira on February 5, 2010 jcem.endojournals.orgDownloaded from 
http://jcem.endojournals.org
Discussion
We have found high serum adiponectin and normal leptin
levels, associated with normal UAE, in adult IGHD indi-
viduals. These results delineate an adipokine profile that
differs from what is found in most forms of obesity (high
leptin and low adiponectin levels). Interestingly, our find-
ings are in agreement with recent data showing that GH
receptor-deficient mice had elevated adiponectin levels
(25), and that acromegalic patients have low serum adi-
ponectin (26). Adiponectin and leptin are important in
glucose homeostasis. Adiponectin reverses insulin resis-
tance associated with both lipoatrophy and obesity (27),
and the administration of leptin in patients with severe
leptin deficiency and lipodystrophy improves insulin sen-
sitivity (28). Leptin resistance is associated with insulin
resistance and type II diabetes (13). Therefore, both high
adiponectin and normal leptin can improve insulin sensi-
tivity, thereby delaying the progression of atherosclerosis
in IGHD individuals. Increased insulin sensitivity is a hall-
mark feature of longevity (as shown in centenarians) (29),
and it is one of the possible explanations of the lack of
premature cardiovascular mortality in IGHD subjects
from Itabaianinha. Accordingly, the increase in adiponec-
tin could be linked to the increased insulinsensitivity, a
feature that differentiates our congenital IGHD subjects
from adults with acquired GHD, who are often insulin
resistant (3, 30).
In a recent study, relative rather than absolute GHD,
together with the excess of urinary cortisol and low adi-
ponectinemia, were significant contributors to increased
levels of markers of cardiovascular risk in obese adoles-
cent girls (31). It has been exhaustively shown that insulin
resistance is a key factor for the establishment of lipid
abnormalities, visceral fat accumulation, and atheroscle-
rosis observed in obese, hypertensive, and diabetic indi-
viduals (7). Adults with hypopituitarism have abdominal
obesity, insulin resistance, dyslipidemia, increase in CRP,
and atherosclerosis (1–3). The strength of this association
with GHD is not certain, due to the fact that only very few
of the hypopituitary patients have true and naive IGHD,
and most lack other important pituitary hormones whose
replacement may be suboptimal. In contrast, the lower
fasting insulin level and HOMAIR in our IGHD group
indicates increased insulin sensitivity compared with the
control group.
We now show that FM and GHD are the principal
predictors of leptin, and that FFM (negatively) and age are
the most important predictors of adiponectin levels. Our
IGHD individuals do not have increased absolute FM, but
they do have increased %FM, and this is mirrored by re-
duced FFM, which may explain the fact that FFM is a
negative predictor of serum leptin. Furthermore, we show
that HOMAIR, age, and %FM explain a large part of the
variability of adiponectin. Although a causal relationship
cannot be proven from multiple regression analyses, it is
important to underline that aging and increase of %FM
usually tend to reduce insulin sensitivity and decrease adi-
ponectin levels. This strongly suggests a favorable influ-
ence of GHD on adiponectin, which may counteract the
deleterious effects of increased %FM and aging.
Adiponectin directly regulates GH secretion from so-
matotrophs in vitro by binding to adiponectin receptors,
and, similar to GHRH, adiponectin induces GH secretion,
depending mainly on Ca2� influx via voltage-gated chan-
nels. Adiponectin treatment increases GHRH receptor ex-
pression in anterior pituitary cell cultures, which suggests
a potential indirect regulatory role of adiponectin on GH
secretion (32). Therefore, the high adiponectin levels in
our model of GHRH resistance could be a compensatory
mechanism to the lack of GHRH action. Independently
from the mechanism by which adiponectin is increased, we
speculate that this phenomenon contributes to delaying
the appearance of atherosclerosis in IGHD individuals
that present very low GH and IGF-I levels throughout life,
differently from most models of acquired GHD with less
severe IGF-I reduction. Alternatively, atherosclerosis
could be delayed due to other mechanisms, such as low
levels of adhesion molecules and platelet-derived factors,
not studied in this paper.
We have previously reported high levels of leptin in
children and adolescents with IGHD (5). The reasons for
the decline of leptin to normal values in adult IGHD in-
dividuals, despite the persistent increase in %FM and total
and LDL cholesterol, are still unknown. The normal leptin
TABLE 3. Stepwise multiple linear regression analyses to assess the determinants of log of leptin and adiponectin
concentrations
Dependent variable
Variables
in equation
Unstandardized
coefficient R2 adjusted P
Log leptin FM 0.072 0.467 �0.0001
GHD 0.248 0.506 0.048
Log adiponectin FFM �0.006 0.191 0.002
Age 0.006 0.306 0.009
The values of R2 adjusted (in bold) corresponds to the R2 adjusted when both variables had been entered.
696 Oliveira et al. Adipokines and Albuminuria in IGHD J Clin Endocrinol Metab, February 2010, 95(2):693–698
 by Manuel Aguiar-Oliveira on February 5, 2010 jcem.endojournals.orgDownloaded from 
http://jcem.endojournals.org
values in adults can also confer some protection against
vascular inflammation (33, 34), counteracting the high
CRP levels found in these individuals.
In addition to the favorable adipokine profile, IGHD
individuals have similar UAE and rate of microalbumin-
uria as control subjects, despite having increased systolic
and diastolic blood pressure. The interaction between the
GH-IGF-I axis and renal function is not well defined. GH
may influence renal function either directly or via IGF-I,
which has been shown to reduce renal vascular resistance
both in rodents (35) and in humans (36). UAE is consid-
ered a subclinical marker of endothelial cell dysfunction,
preceding atherosclerosis (16). Because GH increases in-
ducible nitric oxide synthase expression in mesangial cells
of mice (37), it is possible that the very low GH and IGF-I
levels may reduce inducible nitric oxide synthase in such
cells, thereby slowing the progressive extracellular matrix
accumulation that leads to the increase of UAE (38, 39).
It has to be noted that some of the IGHD individuals had
beentreatedwitha long-actingGHpreparationfor6months
as part of a clinical research protocol (40) completed more
than3yrbefore thisevaluation.Roemmleretal. (41)recently
showed a reduction in leptin levels by GH replacement, com-
paring a GH-treated group with a group that had stopped
GH replacement 2 yr before. We are therefore confident that
the effects of GH on the parameters we have studied would
have disappeared after a 3-yr period.
In conclusion, the findings of high adiponectin, normal
leptin and UAE, despite unfavorable body composition
and increased blood pressure, together with very low se-
rum IGF-I levels and high insulin sensitivity, are likely
protecting factors that counteract the cluster of adverse
cardiovascular risk factors found in the IGHD individuals
from Itabaianinha, avoiding the premature appearance of
atherosclerosis.
Acknowledgments
We thank Dr. Enaldo V. Melo for statistical assistance, Mrs.
Ivanilde Santana de Sousa for secretarial assistance, and Fapese
(“Fundação de Apoio a Pesquisa e Extensão de Sergipe”) for
administrative assistance.
Address all correspondence and requests for reprints to:
Roberto Salvatori, M.D., Division of Endocrinology, The Johns
Hopkins University School of Medicine, 1830 East Monument
Street, Suite 333, Baltimore, Maryland 21287. E-mail: salvator@
jhmi.edu.
This work was supported in part by National Institutes of
Health Grant 1R01 DK065718 (to R.S.). M.H.A.-O. was sup-
ported by Grant BEX 4309/08-1 from Capes (“Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior”), from the
Brazilian Government.
Disclosure Summary: The authors have nothing to disclose.
References
1. Rosén T, Bengtsson BA 1990 Premature mortality due to cardio-
vascular disease in hypopituitarism. Lancet 336:285–288
2. Markussis V, Beshyah SA, Fisher C, Sharp P, Nicolaides AN,
Johnston DG 1992 Detection of premature atherosclerosis by high-
resolution ultrasonography in symptom-free hypopituitary adults.
Lancet 340:1188–1192
3. Gola M, Bonadonna S, Doga M, Giustina A 2005 Clinical review:
growth hormone and cardiovascular risk factors. J Clin Endocrinol
Metab 90:1864–1870
4. Salvatori R, Hayashida CY, Aguiar-Oliveira MH, Phillips 3rd JA,
Souza AH, Gondo RG, Toledo SP, Conceicão MM, Prince M,
Maheshwari HG, Baumann G, Levine MA 1999 Familial dwarfism
due to a novel mutation of the growth hormone-releasing hormone
receptor gene. J Clin Endocrinol Metab 84:917–923
5. de A Barretto ES, Gill MS, De Freitas ME, Magalhães MM, Souza
AH, Aguiar-Oliveira MH, Clayton PE 1999 Serum leptin and body
composition in children with familial GH deficiency (GHD) due to
a mutation in the growth hormone-releasing hormone (GHRH) re-
ceptor. Clin Endocrinol (Oxf) 51:559–564
6. Gleeson HK, Souza AH, Gill MS, Wieringa GE, Barretto ES,
Barretto-Filho JA, Shalet SM, Aguiar-Oliveira MH, Clayton PE
2002 Lipid profiles in untreated severe congenital isolated growth
hormone deficiency through the lifespan. Clin Endocrinol (Oxf) 57:
89–95
7. Barreto-FilhoJA, Alcântara MR, Salvatori R, Barreto MA, Sousa
AC, Bastos V, Souza AH, Pereira RM, Clayton PE, Gill MS, Aguiar-
Oliveira MH 2002 Familial isolated growth hormone deficiency is
associated with increased systolic blood pressure, central obesity,
and dyslipidemia. J Clin Endocrinol Metab 87:2018–2023
8. Menezes Oliveira JL, Marques-Santos C, Barreto-Filho JA, Ximenes
Filho R, de Oliveira Britto AV, Oliveira Souza AH, Prado CM,
Pereira Oliveira CR, Pereira RM, Ribeiro Vicente Tde A, Farias CT,
Aguiar-Oliveira MH, Salvatori R 2006 Lack of evidence of prema-
ture atherosclerosis in untreated severe isolated growth hormone
(GH) deficiency due to a GH releasing hormone receptor mutation.
J Clin Endocrinol Metab 91:2093–2099
9. Choi KM, Lee J, Lee KW, Seo JA, Oh JH, Kim SG, Kim NH, Choi
DS, Baik SH 2004 Serum adiponectin concentrations predict the
developments of type 2 diabetes and the metabolic syndrome in
elderly Koreans. Clin Endocrinol (Oxf) 61:75–80
10. Svensson J, Herlitz H, Lundberg PA, Johannsson G 2005 Adiponec-
tin, leptin and erythrocyte sodium/lithium countertransport activ-
ity, but not resistin, are related to glucose metabolism in growth
hormone- deficient adults. J Clin Endocrinol Metab 90:2290–2296
11. Li S, Shin HJ, Ding EL, van Dam RM 2009 Adiponectin levels and
risk of type 2 diabetes: a systematic review and meta-analysis. JAMA
302:179–188
12. Beltowski J 2006 Leptin and atherosclerosis. Atherosclerosis 189:
47–60
13. Correia ML, Haynes WG 2004 Obesity-related hypertension: is
there a role for selective leptin resistance? Curr Hypertens Rep
6:230–235
14. Bełtowski J 2006 Role of leptin in blood pressure regulation and
arterial hypertension. J Hypertens 24:789–801
15. Seufert J 2004 Leptin effects on pancreatic �-cell gene expression
and function. Diabetes 53:S152–S158
16. Gerstein HC, Mann JF, Yi Q, Zinman B, Dinneen SF, Hoogwerf B,
Hallé JP, Young J, Rashkow A, Joyce C, Nawaz S, Yusuf S 2001
Albuminuria and risk of cardiovascular events, death and heart fail-
ure in diabetic and nondiabetic individuals. JAMA 286:421–426
17. Stevenson AE, Evans BA, Gevers EF, Elford C, McLeod RW, Perry
MJ, El-Kasti MM, Coschigano KT, Kopchick JJ, Evans SL, Wells T
2009 Does adiposity status influence femoral cortical strength in
rodent models of growth hormone deficiency? Am J Physiol Endo-
crinol Metab 296:E147–E156
18. Joaquin C, Aguilera E, Granada ML, Pastor MC, Salinas I, Alonso N,
J Clin Endocrinol Metab, February 2010, 95(2):693–698 jcem.endojournals.org 697
 by Manuel Aguiar-Oliveira on February 5, 2010 jcem.endojournals.orgDownloaded from 
http://jcem.endojournals.org
Sanmartí A 2008 Effects of GH treatment in GH deficiency adults
on adiponectin, leptin and pregnancy-associated plasma protein-A.
Eur J Endocrinol 158:483–490
19. Jung CH, Lee WY, Rhee EJ, Kim SY, Oh KW, Yun EJ, Kim SW 2006
Serum ghrelin and leptin levels in adult growth hormone deficiency
syndrome. Arch Med Res 37:612–618
20. Gill MS, Toogood AA, Jones J, Clayton PE, Shalet SM 1999 Serum
leptin response to the acute and chronic administration of growth
hormone (GH) to elderly subjects with GH deficiency. J Clin En-
docrinol Metab 84:1288–1295
21. Lanes R, Soros A, Gunczler P, Paoli M, Carrillo E, Villaroel O,
Palacios A 2006 Growth hormone deficiency, low levels of adi-
ponectin and unfavorable plasma lipid and lipoproteins. J Pediatr
149:324–329
22. Fukuda I, Hizuka N, Ishikawa Y, Itoh E, Yasumoto K, Murakami
Y, Sata A, Tsukada J, Kurimoto M, Okubo Y, Takano K 2004
Serum adiponectin levels in adult growth hormone deficiency and
acromegaly. Growth Horm IGF Res 14:449–454
23. Hoogenberg K, Sluiter WJ, Dullaart RP 1993 Effect of growth hor-
mone and insulin-like growth factor I on urinary albumin excretion:
studies in acromegaly and growth hormone deficiency. Acta Endo-
crinol 129:151–157
24. Jørgensen JO, Pedersen SA, Thuesen L, Jørgensen J, Ingemann-Hansen
T, Skakkebaek NE, Christiansen JS 1989 Beneficial effects of growth
hormone treatment in GH-deficient adults. Lancet 1:1221–1225
25. Nilsson L, Binart N, Bohlooly-Y M, Bramnert M, Egecioglu E,
Kindblom J, Kelly PA, Kopchick JJ, Ormandy CJ, Ling C, Billig H
2005 Prolactin and growth hormone regulate adiponectin secretion
and receptor expression in adipose tissue. Biochem Biophys Res
Commun 331:1120–1126
26. Sucunza N, Barahona MJ, Resmini E, Fernández-Real JM, Ricart
W, Farrerons J, Rodríguez Espinosa J, Marin AM, Puig T, Webb SM
2009 A link between bone mineral density and adiponectin and
visfatin levels in acromegaly. J Clin Endocrinol Metab 94:3889–
3896
27. Yamauchi T, Kamon J, Waki H, Terauchi Y, Kubota N, Hara K,
Mori Y, Ide T, Murakami K, Tsuboyama-Kasaoka N, Ezaki O,
Akanuma Y, Gavrilova O, Vinson C, Reitman ML, Kagechika H,
Shudo K, Yoda M, Nakano Y, Tobe K, Nagai R, Kimura S, Tomita
M, Froguel P, Kadowaki T 2001 The fat-derived hormone adiponec-
tin reverses insulin resistance associated with both lipoatrophy and
obesity. Nat Med 7:941–946
28. Oral EA, Simha V, Ruiz E, Andewelt A, Premkumar A, Snell P,
Wagner AJ, DePaoli AM, Reitman ML, Taylor SI, Gorden P, Garg
A 2002 Leptin-replacement therapy for lipodystrophy. N Engl
J Med 346:570–578
29. Paolisso G, Ammendola S, Del Buono A, Gambardella A, Riondino
M, Tagliamonte MR, Rizzo MR, Carella C, Varricchio M 1997
Levels of insulin-like growth factor-I (IGF-I) and IGF-binding pro-
tein-3 in healthy centenarians: relationship with plasma leptin and
lipid concentrations, insulin action, and cognitive function. J Clin
Endocrinol Metab 82:2204–2209
30. Hew FL, Koschmann M, Christopher M, Rantzau C, Vaag A, Ward
G, Beck-Nielsen H, Alford F 1996 Insulin resistance in growth hor-
mone-deficient adults: defects in glucose utilization and glycogen
synthase activity. J Clin Endocrinol Metab 81:555–564
31. Russell M, Bredella M, Tsai P, Mendes N, Miller KK, Klibanski A,
Misra M 2009 Relative growth hormone deficiency and cortisol
excess are associated with increased cardiovascular risk markers in
obese adolescent girls. J Clin Endocrinol Metab 94:2864–2871
32. Steyn FJ, Boehme F, Vargas E, Wang K, Parkington HC, Rao JR,
Chen C 2009 Adiponectin regulates growth hormone secretion via
adiponectin receptor mediated Ca2� signaling in rat somatotrophs
in vitro. J Neuroendocrinol 21:698–704
33. Stefan N, Stumvoll M 2002. Adiponectin—its role in metabolism
and beyond. Horm Metab Res 34:469–474
34. Koh KK, Park SM, Quon MJ 2008 Leptin and cardiovascular dis-
ease. Circulation 117:3238–3249
35. Hirschberg R, Kopple JD 1989 Evidence that insulin-like growth
factor I increases renal plasma flow and glomerular filtration rate in
fasted rats. J Clin Invest 83:326–330
36. Guler HP, Schmid C, Zapf J, Froesch ER 1989 Effects of recombi-
nant insulin-like growth factor I on insulin secretion and renal func-
tion in normal human subjects. Proc Natl Acad Sci USA 86:2868–
2872
37. Doi SQ, Jacot TA, Sellitti DF, Hirszel P, Hirata MH, Striker GE,
Striker LJ 2000 Growth hormone increases inducible nitric oxide
synthase expression in mesangial cells. J Am Soc Nephrol 11:1419–
1425
38. Bremer V, Tojo A, Kimura K, Hirata Y, Goto A, Nagamatsu T,
Suzuki Y, Omata M 1997 Role of nitric oxide in rat nephrotoxic
nephritis: comparison between inducible and constitutive nitric ox-
ide synthase. J Am Soc Nephrol 8:1712–1721
39. Furusu A, Miyazaki M, Abe K, Tsukasaki S, Shioshita K, Sasaki O,
Miyazaki K, Ozono Y, Koji T, Harada T, Sakai H, Kohno S 1998
Expression of endothelial and inducible nitric oxide synthase in hu-
man glomerulonephritis. Kidney Int 53:1760–1768
40. Oliveira JL, Aguiar-Oliveira MH, D’Oliveira Jr A, Pereira RM,
Oliveira CR, Farias CT, Barreto-Filho JA, Anjos-Andrade FD,
Marques-Santos C, Nascimento-Junior AC, Alves EO, Oliveira FT,
Campos VC, Ximenes R, Blackford A, Parmigiani G, Salvatori R
2007 Congenital growth hormone (GH) deficiency and atheroscle-
rosis: effects of GH replacement in GH-naive adults. J Clin Endo-
crinol Metab 92:4664–4670
41. Roemmler J, Kuenkler M, Otto B, Arafat AM, BidlingmaierM,
Schopohl J 2009 Influence of long-term growth hormone replace-
ment on leptin and ghrelin in GH deficiency before and after glucose
load. Regul Pept 158:40–46
698 Oliveira et al. Adipokines and Albuminuria in IGHD J Clin Endocrinol Metab, February 2010, 95(2):693–698
 by Manuel Aguiar-Oliveira on February 5, 2010 jcem.endojournals.orgDownloaded from 
http://jcem.endojournals.org
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
________________________________________6. EXPERIMENTO 2: 
Avaliação da sensibilidade à insulina e função de célula beta 
 
 
 
 
 
 63
6.1 Casuística e Métodos 
 
 
6.1.1 Teste de tolerância à glicose oral com 3 horas de duração 
(TTGO3H) 
 
Após 12 horas de jejum, coletamos 8 ml de sangue de veia periférica para as 
dosagens basais de glicemia e insulina. 
Administramos a glicose oral (Gluc Up, fracos com 75g/300 ml) na seguinte 
proporção: 
• Grupo DGH: 1,75 gramas de glicose por quilo para aqueles com 
menos de 42,9 kg 
 75 gramas para aqueles com mais de 42,9 kg 
• Grupo Controle: 75 gramas. 
Nos tempos 30’, 60’, 90’, 120’ e 180’ coletamos mais 8 ml de sangue para 
dosagens de glicemia e insulina. 
A glicemia foi dosada por um teste clorimétrico enzimático. 
A insulina foi dosada por ensaio imunofluorimétrico com sensibilidade de 0,5 
µU/mL (PerkinElmer Life and Analytical Sciences, Turku, Finland), cujos erros intra 
e inter ensaios de 2,5 % e 3%, respectivamente. O soro para a dosagem da insulina foi 
congelado a -40 ºC e dosado conjuntamente dos 49 sujeitos da pesquisa. Os exames 
foram realizados no laboratório do Hospital Universitário, Universidade Federal de 
Sergipe. 
 
 
6.1.2 Resposta glicêmica: 
 
Com as médias dos valores de glicemia em cada tempo traçamos curvas de 
resposta glicêmica para cada grupo. 
 
 
 
 64
6.1.2.1 Diagnóstico de pré diabetes ou diabetes 
 
O diagnóstico de pré diabetes foi dado quando a glicemia de jejum foi maior 
ou igual a 100 e menor 126 mg/dl ou quando a glicemia 2 horas após a ingestão de 75 
gramas de glicose oral foi maior ou igual a 140 e menor que 200 mg/dl. 
O diagnóstico de diabetes realizado quando a glicemia 2 horas após a ingestão 
oral de 75 gramas de glicose foi maior ou igual a 200 mg/dl. Não utilizamos a glicemia 
de jejum para diagnóstico de diabetes, pois este foi critério de exclusão neste trabalho. 
 
 
6.1.3 Resposta Insulinêmica 
 
 Com as médias dos valores de glicemia em cada tempo traçamos curvas de 
resposta insulinêmica para cada grupo. 
 
 
6.1.4 Sensibilidade à insulina 
 
A SI a insulina foi avaliada pelo HOMAir (índice de resistência à insulina) e 
pelos QUICK, OGIS 2 e OGIS 3 (índices de SI). 
HOMAir e QUICK utilizam apenas glicemia e insulina de jejum em suas 
fórmulas, descritas abaixo: 
• HOMAir: glicemia em mmol x insulina em µU/ml / 22,5 
 Menores valores indicam maior SI. 
• QUICKI: 1/ (log insulina µU/ml + log glicemia mg/dl) 
 Maiores valores indicam maior SI. 
OGIS 2 foi calculado com os valores de glicemia e insulina tempos do TTGO 
de 2 horas (0, 30, 60, 90 e 120 min). OGIS 3 foi calculado com os valores de glicemia 
e insulina tempos do TTGO de 3 horas (0, 30, 60, 90, 120 e 180 min). Maiores 
valores de OGIS indicam uma maior SI (MARI et al, 2001). 
 
 
 
 65
6.1.5 Função da célula beta: 
 
A função da célula beta, ou seja, a capacidade de produzir insulina frente a um 
estímulo hiperglicêmico foi avaliada pelo HOMA- beta, índice insulinogênico e a 
área sobre a curva da relação insulina/ glicose (ASC I/G). O primeiro utiliza valores 
basais de insulina e glicose, refletindo a secreção de insulina de jejum; o segundo 
utiliza valores de insulina e glicose nos tempos 0 e 30 min, refletindo a fase rápida de 
secreção de insulina; e o terceiro utiliza as médias de insulina e glicose dos 180 
minutos, refletindo a secreção de insulina por glicose em todo o período. As fórmulas 
dos dois primeiros estão descritas abaixo: 
HOMA- beta: (20 x Insulina jejum) / [(Glicemia x 0,05551) – 3,5] 
Índice insulinogênico: (Insulina no tempo 30- Insulina no tempo 0)/ (Glicemia 
no tempo 30 – Glicemia no tempo 0) 
Em todos os três parâmetros acima, menores valores indicam menor função de 
célula beta. 
 
 
6.1.6 Análise Estatística 
 
Utilizamos o teste T com amostras independentes para comparar as variáveis 
de distribuição normal e o teste de Mann Whitney para as variáveis de distribuição 
assimétrica. Os dados foram expressos em média ± desvio padrão. 
ANOVA de medições mista foi utilizada para avaliar efeito do tempo e do 
grupo sobre as medidas repetidas de glicose e insulina. Os dados foram expressos em 
média e erro padrão da média 
Teste binominal foi utilizado para comparar a frequência de diagnóstico de 
pré-diabetes e diabetes nos dois grupos. 
A análise estatística foi realizada no programa SPSS 18.0 (Statistical Packet 
for Social Science, Inc., Chicago, IL) e considerado significativo p≤0,05. 
 
 66
6.2 Resultados 
 
 
6.2.1 Dados antropométricos 
 
Os dados antropométricos estão expressos na tabela 4. Altura, peso, cintura e 
quadril foram bastante reduzidos no grupo DGH enquanto a relação cintura/ quadril 
foi mais elevada no grupo DGH, ambos em comparação aos controles. Houve uma 
tendência de diminuição do IMC do grupo DIGH em relação ao controle (p= 0,054). 
 
 
Tabela 4: Dados antropométricos dos grupos DIGH e Controle 
 DIGH 
(24 indivíduos) 
Controles 
(25 indivíduos) 
p 
Idade (anos) 39,25±11,73 39,96±12,49 0,934 
Sexo (M/F) 12/12 14/11 0,69 
Altura (m) 128,21 ±9,42 165,57± 9,46 <0,0001 
Peso (Kg) 37,2 ± 5,95 69,66 ± 13,06 <0,0001 
IMC (Kg/m2) 22,9 ± 4,68 25,31 ± 3,86 0,054 
Cintura (cm) 76,5± 9,99 86,5 ± 10,3 0,001 
Quadril (cm) 81,94 ± 8,01 98,06 ± 9,27 <0,0001 
Rel. C/Q 0,93 ± 0,09 0,88 ± 0,08 0,046 
 
 
6.2.2 Resposta Glicêmica no TTGO 3h 
 
Semelhante a estudos anteriores, neste experimento não foi encontrado 
diferença na glicemia de jejum de indivíduos com DGH e controles (p= 0,979). Como 
esperado, houve uma elevação da glicemia ao longo do tempo após a glicose oral nos 
dois grupos estudados (p< 0,0001). A elevação da glicemia foi maior no grupo DIGH 
(p< 0,0001) (Tabela 5 e Figura 3). 
A área sobre a curva de glicemia (ASC G) no grupo DIGH (139,8 ± 32) foi 
significantemente maior que a do grupo controle (117,3 ± 23,5), p= 0,003 (Figura 3). 
 67
 
 
Tabela 5: Comportamento da glicemia durante o TTGO 3H. Glicemia 0 é a glicemia 
de jejum. Glicemia 30 min é a glicemia 30 minutos após a ingestão oral de 75 gramas 
de glicose, o mesmo para as glicemias 60, 90, 120 e 180 min. 
 Glicemia 0 Glicemia 30 Glicemia 60 Glicemia 90 Glicemia 120 Glicemia 180 Efeito do grupo 
DIGH 94,2 ± 1,9§ 163,5 ± 6,1* 163,4 ± 9,4* 148,8 ± 9,0* 136,8 ± 7,2* 111 ± 5,4* <0,0001 
Controle 94,3 ± 1,9 140,3 ± 6,0* 131,2 ± 9,2* 127,2 ± 8,8* 116,6 ± 7,1* 83,1 ± 5,3* 
§ p=0, 0,979 em relação ao Controle 
* p<0,0001 em relação ao basal para os grupos DIGH e Controle, efeito do tempo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3: Resposta glicêmica a 75 gramas de glicose oral nos grupos DIGH e controles. 
O p acima reflete o efeito de grupo. Este gráfico também foi utilizado como 
representação gráfica das áreas sobre as curvas de glicose (ASC G) nos grupos DIGH e 
Controle. A ASC G foi maior no grupo DIGH (p= 0,003). 
 
 
6.2.2.1 Diagnóstico de pré diabetes ou diabetes 
 
O número de pacientes com diagnóstico de pré- diabetes pela glicemia de 
jejum foi igual nos dois grupos, contudo com o TTGO diagnosticamos este número 
foi maior no grupo DIGH (9 pacientes) que no controle (3 pacientes), p= 0,001. Não 
houve diferença no diagnóstico de diabetes nos dois grupos (Tabela 6). 
 
60
80
100
120
140
160
180
Glicemia
Basal
G30 G60 G90 G120 G180
Grupo DIGH
Grupo CO
M
éd
ia
s 
da
 g
lic
em
ia
 (
m
g/
dl
) p< 0,0001
 68Tabela 6: Número de pacientes com diagnóstico de pré- diabetes e diabetes nos 
grupos DIGH e controles 
 DIGH Controles p 
Pré diabetes Glicemia de jejum alterada 
 (≥ 100 e < 126 ng/dl) 
6 (25%) 7 (28%) 0,47 
Glicemia 2 horas após glicose 
(≥ 140 e < 200 ng/dl) 
9 (37,5%) 3 (12%) 0,001 
Diabetes Glicemia de jejum elevada * 
(≥ 126 ng/dl) 
 ------ ------ ------ 
Glicemia 2 horas após glicose 
 (≥ 200 ng/dl) 
1 (4,2%) 1 (4%) 0,63 
* Não tivemos pacientes neste critério, pois ele foi considerado de exclusão para a participação nesta 
parte do projeto. 
 
 
6.2.3 Resposta Insulinênica no TTGO 3h 
 
Reforçando dados anteriores, indivíduos com DGH apresentaram menor 
insulina de jejum (p= 0,021) quando comparados com controles. Conforme esperado, 
houve uma elevação da insulina ao longo do tempo após a glicose oral nos dois 
grupos estudados (p<0,0001). O comportamento de elevação da insulina foi 
semelhante nos dois grupos, havendo uma tendência de redução no grupo DIGH 
(p=0,08) quando utilizamos o logaritmo da insulina (Tabela 7 e Figura 4). 
As áreas sobre a curva de insulina (ASC I) foram similares nos grupo DIGH 
(31,3 ± 14,9) e controle (39,9 ± 6,5), p= 0,47. Para o cálculo da ASC I foram 
utilizados os valores absolutos da insulina (Figura 5). 
 
 
Tabela 7: Comportamento da insulina durante o TTGO 3H. Insulina 0 é a insulina de 
jejum. Insulina 30 min é a insulina 30 minutos após a ingestão oral de 75 gramas de 
glicose, o mesmo para as insulinas 60, 90, 120 e 180 min. 
 Insulina 0 Insulina 30 Insulina 60 Insulina 90 Insulina 120 Insulina 180 Efeito do 
grupo 
DIGH 2,72 ± 0,3§ 34,04 ± 3* 42,09 ± 6,4* 37,71 ± 4,7* 36,41 ± 4,5* 18,27 ± 2,8* 0,08 
Controle 4,23 ± 0,5 58,76 ± 9,1* 57,05 ± 11,8* 48,73 ± 7,6* 40,54 ± 8,1* 13,56 ± 2,4* 
§ p=0,021 em relação ao Controle 
* p<0,0001 em relação ao basal para os grupos DIGH e Controle, efeito do tempo. 
 
 69
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4: Resposta insulinêmica (logaritmo de insulina) à 75 gramas de glicose oral 
nos grupos DIGH e controles. O p acima reflete o efeito do grupo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5: Representação gráfica das áreas sobre as curvas de insulina (ASC I) nos grupos 
DIGH e Controle. As ASC I foram similares nos dois grupos (p= 0,47). 
 
 
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Insulina
Basal
Ins 30 Ins 60 Ins 90 Ins 120 Ins 180
Grupo DIGH
Grupo CO
M
éd
ia
s 
de
 In
su
lin
a 
(µ
U
/ m
l)
0
0,4
0,8
1,2
1,6
2
Log Insulina
Basal
Log Ins 30 Log Ins 60 Log Ins 90 Log Ins 120 Log Ins 180
Grupo DIGH
Grupo CO
M
éd
ia
s 
do
 L
og
In
su
lin
a 
(µ
U
/ m
l)
p= 0,08
 70
6.2.4 Sensibilidade à Insulina 
 
Semelhante a estudos prévios, indivíduos com DIGH apresentaram menor 
HOMA ir (p= 0,031) quando comparados com controles. Houve uma tendência de 
elevação do QUICKI e OGIS 2 no grupo DIGH, contudo sem alteração no OGIS 3 
entre os dois grupos analisados (Tabela 8). 
 
 
Tabela 8: Resultados do HOMAir, QUICKI, OGIS 2, OGIS 3 em 
pacientes portadores de DIGH e controles. 
 DIGH Controles p 
HOMA ir 0,65 ± 0,4 0,99 ± 0,64 0,031 
QUICKI 0,43 ± 0,04 0,40 ± 0,05 0,066 
OGIS 2 horas 444,3 ± 49,6 418,5 ± 54,1 0,09 
OGIS 3 horas 453,6 ± 62,14 451,3 ± 63,1 0,9 
 
 
6.2.5 Função de célula beta 
 
Todos os três índices utilizados para a avaliação da função de célula beta 
foram menores no grupo DIGH em relação aos controles, HOMA- beta (31,9 ± 16 x 
52 ± 35,6; p= 0,015) (Figura 6); índice insulinogênico (0,26 ± 1,0 x 1,27 ± 1,0; p< 
0,0001) (Figura 7) e ASC I/G (0,22 ± 0,08 x 0,34 ± 0,24; p= 0,02) (Figura 8). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6: HOMA- beta nos grupos DIGH e Controle 
p= 0,015
 71
 
 
 
Figura 7: Índice insulinogênico nos grupos DIGH e Controle 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 8 : Representação gráfica das áreas sobre as curvas da relação insulina / glicose 
(ASC I/G) nos grupos DIGH e Controle. A ASC I/G do grupo DIGH foi menor (p= 0,02). 
 
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
Relação I/G
basal
I/G 30 I/G 60 I/G 90 I/G 120 I/G 180
Grupo DIGH
Grupo CO
M
éd
ia
s 
da
 r
el
aç
ão
 in
su
lin
a 
(µ
U
/m
l)/
 g
lic
os
e 
(m
g/
dl
) 
 72
6.3 Discussão 
 
 
Esse é o primeiro trabalho com avaliação da sensibilidade à insulina e função 
de célula beta utilizando teste dinâmico em modelo humano de DIGH genética e 
grave. Nossos dados mostram um aumento da resposta glicêmica e da frequência de 
intolerância a glicose, com sensibilidade insulínica normal (HOMAir, QUICKI, OGIS 
2 e OGIS 3) e menor função de célula beta (HOMA- beta, índice insulinogênico e 
ASC I/G) nos portadores de DIGH. Semelhante às nossas descrições anteriores 
(BARRETO-FILHO et al., 2002; OLIVEIRA et al., 2006; OLIVEIRA et al., 2010) 
insulina de jejum e HOMAir foram mais baixos nestes pacientes. 
 
Os indivíduos com DIGH do nosso grupo exibem sensibilidade à insulina 
normal e função da célula beta reduzida. Esta é a primeira descrição de SI normal em 
um modelo humano de DIGH, desta forma discutiremos os modelos humano 
(Síndrome de Laron) e animal de resistência ao GH, e os modelos animais de 
deficiência hepática de IGFI e de mutação no gene do GHRH. 
 
Indivíduos com resistência ao GH (síndrome de Laron), com GH elevado e 
IGF-I muito baixo, exibem obesidade abdominal acentuada já presente na infância. 
Concomitantemente com o aumento da gordura subcutânea e visceral a maioria dos 
pacientes com síndrome de Laron desenvolve sinais de síndrome metabólica como 
dislipidemia, resistência insulínica e esteato hepatite não alcoólica. Por outro lado, 
pacientes com resistência ao GHRH (“anões de Itabaianinha”) com GH e IGF-I 
muito baixos, apresentam obesidade abdominal, hipercolesterolemia, sensibilidade à 
insulina normal e não apresentam sinais de esteato hepatite não alcoólica (OLIVEIRA 
et al., 2008). Apesar de um fenótipo clínico semelhante, estes modelos divergem 
quanto ao fenótipo cardiovascular. Sendo a hipersecreção do GH uma característica 
da síndrome de Laron, supõe-se que ela seja a responsável pela resistência insulínica 
e síndrome metabólica neste modelo. 
 
Indivíduos com síndrome de Laron apresentam obesidade truncal, insulino 
resistência pelo HOMAir e hiperinsulinemia (KANETY et al., 2009). Camundongos 
 73
com deleção do gene do GHR são hipersensíveis à insulina, porém com tolerância 
diminuída à glicose devido a um menor número de células β pancreáticas e uma 
reduzida secreção de insulina, provavelmente consequentes à redução do estímulo do 
GH ou IGF-I na massa de células β pancreáticas (LIU et al., 2004). Hiperexpressão 
gênica de IGF-I nas ilhotas pancreáticas destes animais restaura a massa de células 
beta, normalizando a produção de insulina e a tolerância à glicose, sugerindo ser o 
IGF-I extremamente reduzido a explicação para estes achados (GUO et al., 2005). A 
razão da discrepância na SI entre o modelo humano e o animal de resistência ao GH 
não é clara, mas pode se dever a diferenças entre espécies, gravidade diferente de 
mutações parcialmente inativadoras do GHR no modelo humano versus completa 
inativação do gene no modelo animal e a secreção de IGF-II, que persiste durante 
toda a vida no humano e virtualmente desaparece nos roedores após o nascimento 
(LIU et al., 2004). 
 
Outro modelo estudado é o do camundongo com deficiência hepática de IGF-I 
(DHIGF-I) (YU et al., 2003). Neste modelo há uma redução em 75% do IGF-I 
circulante, com aumento do GH e da insulina, em cerca de 4 vezes, com glicemias 
normais, o que sugere insulino-resistência, com tolerância à glicose aparentemente 
normal. Em animais transgênicos oriundos do cruzamento dos animais com DHIGF-I 
com outros que expressam um antagonista do GH (YAKAR et al., 2004), a 
sensibilidade à insulina foi restaurada, sugerindo papel crítico do GH na insulino 
resistência. 
 
Dados ainda não publicados, fornecidos pelo Dr. Roberto Salvatori, mostram 
que camundongosidosos com mutação no gene do GHRH apresentam resposta 
glicêmica maior de que animais controles e com sensibilidade a insulina normal, 
achados semelhantes aos encontrados nos portadores de DIGH por mutação no gene 
do receptor do GHRH. 
 
Indivíduos com DIGH de Itabaianinha apresentam volume pancreático maior 
que controles quando corrigidos para a superfície corpórea (OLIVEIRA et al., 2008). 
Camundongos com deleção no GHR, apesar de apresentarem reduzida massa de 
células beta, apresentam volume do pâncreas igual ao de controles (LIU et al, 2004). 
 74
Como a maior parte da massa pancreática representa o pâncreas exócrino, parece que 
o desenvolvimento desta porção do órgão não exige um eixo GH/ IGF-I intacto. 
Contudo, o achado de prejuízo da função da célula beta em um modelo humano de 
DIGH, soma- se aos dados dos camundongos com deleção no GHR, reforçando o 
papel do GH/ IGF-I para o desenvolvimento e função da porção endócrina do 
pâncreas. 
 
Nossos dados, em conjunto com os acima apresentados, indicam que o IGF-I 
parece ser o responsável pelo desenvolvimento de uma massa normal de células beta 
necessária a uma adequada produção de insulina e capaz de prevenir a tolerância 
diminuída a glicose, achados presentes quando há deficiência grave de IGF-I 
(camundongos com mutação no receptor do GH). Níveis menos reduzidos de IGF-I 
(camundongos com deficiência hepática de IGF-I) parecem garantir um 
desenvolvimento normal do pâncreas e insulinogênese, e sua associação com a 
hipersecreção de GH conduz a insulino resistência. 
 
Os índices de OGIS dos nossos pacientes se assemelham aos de indivíduos 
magros saudáveis (MARI et al., 2001). O achado de sensibilidade insulínica normal, 
por todos os parâmetros avaliados, distingue esses pacientes com DIGH genética e 
vitalícia daqueles com DGH moderada ou adquirida, usualmente associada à 
resistência insulínica e maior morbidade CV (GOLA et al., 2005; ROSEN & 
BENGTSSON, 1990; BENGTSSON, 1998; BULOW et al., 2000). SI normal pode 
ser uma explicação fisiopatológica para a menor expressão fenotípica da aterosclerose 
nesses indivíduos com DIGH e vários fatores de RCV. 
 
Estes dados sugerem um papel deletério do GH sobre a SI e benéfico do IGFI 
no desenvolvimento e função das células beta. Nossos pacientes com DIGH 
apresentam GH extremamente reduzido desde a infância o que pode justificar o 
achado de sensibilidade insulínica normal. Por outro lado, os baixos níveis de IGF-I 
podem comprometer a função ou a massa das células beta. 
 
Aspecto curioso do aumento da resposta glicêmica e da freqüência de 
intolerância à glicose nos indivíduos com DIGH, foi o similar diagnóstico de diabetes 
 75
nos grupos DIGH e Controle. O fato de o número de pré diabetes ser maior no DIGH 
e o número de diabetes não ser, pode sugerir uma evolução mais lenta de pré diabetes 
para diabetes, por razões ainda não esclarecidas. Em indivíduos com eixo GH/ IGF-I 
normal e RI, a evolução para diabetes depende fundamentalmente da deterioração das 
células beta. Indivíduos com DIGH de Itabaianinha com prejuízo da função das 
células beta, a evolução para o diabetes parece ser protraída pela ausência de RI, 
provavelmente pela deficiência crônica do GH. 
 
A elevação da adiponectina descrita previamente neste modelo (OLIVEIRA et 
al., 2010) pode contribuir para esta normal sensibilidade insulínica. Alternativamente 
esta elevação pode refletir uma menor ação inibitória do GH sobre a secreção de 
adiponectina pelos adipócitos. Na maior parte dos modelos de obesidade humana, 
onde há excesso de gordura visceral, a adiponectina é baixa. Por outro lado, estudos 
com ressonância magnética de indivíduos com síndrome de Prader Willi, que têm 
diminuída secreção de GH e obesidade importante apresentam redução relativa na 
adiposidade visceral associada a níveis elevados de adiponectina (KENNEDY et al., 
2006). Não é ainda claro o padrão da adiposidade abdominal dos indivíduos com 
DIGH de Itabaianinha, se predomínio visceral ou subcutâneo. Futuros estudos do 
nosso grupo avaliarão este padrão de adiposidade. 
 
A adiponectina elevada com SI normal além de diminuir o RCV pode ter 
efeitos positivos em termos de longevidade (OLIVEIRA et al, 2010). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
_____________________________________________7. CONCLUSÕES 
 
 
 
 
 
 
 77
 
 
Os pacientes com DIGH apresentaram: 
 
1. Adiponectina foi mais elevada e a leptina normal 
2. Excreção urinária de albumina normal 
3. Sensibilidade à insulina normal 
4. Função de célula beta reduzida 
 
O perfil de adipocinas, caracterizado por adiponectina elevada e leptina 
normal, é diferente do usualmente encontrado na obesidade. Esta é a primeira 
descrição de sensibilidade à insulina normal em um modelo humano de DIGH. A 
associação entre este perfil de adipocinas e sensibilidade à insulina normal pode 
retardar a morbimortalidade cardiovascular nestes indivíduos, confirmada neste 
trabalho pela EUA normal (ausência de disfunção endotelial), mesmo na presença de 
fatores de risco cardiovasculares. O prejuízo na função da célula beta sugere a 
importância do eixo GH/ IGF-I no desenvolvimento do pâncreas endócrino e 
insulinogênese. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
____________________________________________8. REFERÊNCIAS 
 
 
 
 
 
 
 79
 
ADLER, A.I. et al. Development and progression of nephropathy in type 2 diabetes: the 
United Kingdom Prospective Diabetes Study (UKPDS 64). Kidney Int , v.63, p.225-232, 
2003. 
 
AGUIAR-OLIVEIRA, M.H. et al. Effect of severe growth hormone (GH) deficiency due to a 
mutation in the GH-releasing hormone receptor on insulin-like growth factors (IGFs), IGF-
binding proteins, and ternary complex formation throughout life. J Clin Endocrinol Metab, 
v.84, p.4118-4126, 1999. 
 
AGUIAR-OLIVEIRA, M.H. et al. Longevity in Untreated Congenital Growth Hormone 
Deficiency Due to a Homozygous Mutation in the GHRH Receptor Gene. J Clin Endocrinol 
Metab, v.95, n.2, p.714-721, 2010. 
 
ALBA, M. et al. Once-daily administration of CJC-1295, a long-acting growth hormone-
releasing hormone (GHRH) analog, normalizes growth in the GHRH knockout mouse. Am J 
Physiol Endocrinol Metab, v.291, p. 1290-1294, 2006. 
 
ALBA, M.; SALVATORI, R. A mouse with targeted ablation of the growth hormone-
releasing hormone gene: a new model of isolated growth hormone deficiency. 
Endocrinology, v.145, p.4134-4143, 2004. 
 
ALCÂNTARA, M.R.S. et al. Thyroid Morfology and Function in Adults with Untreated 
Isolated Growth Hormone Deficiency. J Clin Endocrinol Metab, v.91, p.860-864, 2006. 
 
ANGELIN, B.; RUDLING, M. Growth hormone and hepatic lipoprotein metabolism. Curr 
Opin Lipidol ., v.5, p.160-165, 1994. 
 
BARBOSA, J.A. et al. Quality of life in congenital, untreated, lifetime isolated hormone 
deficiency. Psychoneuroendocrinology, v.34, p.894-900, 2009. 
 
BARRETO, V.M. et al. Laryngeal and vocal evaluation in untreated growth hormone 
deficient adults. Otolaryngol Head Neck Surg. v.140, p.37-42, 2009. 
 
BARRETO-FILHO, J.A.S. et al. Familial Isolated Growth Hormone Deficiency is associated 
with increased systolic blood pressure, central obesity, and dyslipidemia. J Clin Endocrinol 
Metab, v.87, p.2018-23, 2002. 
 
BELTOWSKI, J. Leptin and atherosclerosis. Atherosclerosis, v.189, p.47–60, 2006. 
 
BELTOWSKI, J. Role of leptin in blood pressure regulation and arterial hypertension. J 
Hypertens, v.24, p.789–801, 2006. 
 
BENGTSSON, B.A. Untreated growth hormone deficiency explains premature mortality in 
patients with hypopituitarism. Growth Horm IGF Res, v.8, p.77–80, 1998. 
 
BERGMAN, R.N. Minimal model: perspective from 2005. Horm Res, v.64, p.8-15, 2005. 
 
BERTI, L. et al. Leptin stimulates glucose transport and glycogen synthesis in C2C12 
myotubes; evidence for a PI3-kinase mediated effect. Diabetologia,v.40, p.606–609, 1997. 
 
 80
BIANCHI, S.; BIGAZZI, R.; CAMPESE, V.M. Microalbuminuria in essential hypertension: 
significance, pathophysiology, and therapeutic implications. Am J Kidney Dis, v. 34, p. 973–
995, 1999. 
 
BLOOMGARDEN, Z.T. Measures of insulin sensitivity. Clin Lab Med , v. 26, p.611-33, 
2006. 
 
BODARY, P.F. & EITZMAN, D.T. Adiponectin: vascular protection from the fat? 
Arterioscler Thromb Vasc Biol, v.26, p.235–236, 2006. 
 
BORCH-JOHNSEN, K. et al. Urinary albumin excretion. An independent predictor of 
ischemic heart disease. Arterioscler Thromb Vasc Biol, v. 19, p. 1992-1997, 1999. 
 
BRADA, M. et al. Cerebrovascular mortality in patients with pituitary adenoma. Clin 
Endocrinol, v.57, p.713–717, 2002. 
 
BREMER, V. et al. Role of nitric oxide in rat nephrotoxic nephritis: Comparison between 
inducible and constitutive nitric oxide synthase. J Am Soc Nephrol, v.8, p.1712-1721, 1997. 
 
BETTERIDGE, D.J.; MORREL, J.M. Clinicianl’s guide to lipids and coronary heart 
disease. 1. ed. London: Chapman and Hall Medical, 1998. 
 
BRODIE, D.A.; ESTON, R.G. Body Fat Estimations by Eletrical Impedance and Infra-Red 
Interactance. Int J Sports Med, v.13, p.5319-5325, 1992. 
 
BRUMMER, R.J. Effects of growth hormone treatment on visceral adipose tissue. Growth 
Horm IGF Res, v.8, p.19-23, 1998. 
 
BULOW, B. et al. Hypopituitary females have a high incidence of cardiovascular morbidity 
and an increased prevalence of cardiovascular risk factors. J Clin Endocrinol Metab, v.85, 
p.574–584, 2000. 
 
CAPALDO, B. et al. Increased arterial intima-media thickness in childhood-onset growth 
hormone deficiency. J clin Endocrinol Metabolism, v.82, p.1378-81, 1997. 
 
CHOI, K.M. et al. Serum adiponectin concentrations predict the developments of type 2 
diabetes and the metabolic syndrome in elderly Koreans. Clin Endocrinol , v.61, p.75– 80, 
2004. 
 
CHRISTIANSEN, J.S. et al. Kidney function and size in normal subjects before and during 
growth hormone administration for one week. Eur J Clin Invest , v.11, p.487-490, 1981. 
 
CIRESI, A. et al. Metabolic parameters and adipokine profile during GH replacement therapy 
in children with GH deficiecy. Eur J Endocrinol , v.156, p.353-60, 2007. 
 
CLEMENT, K. et al. A mutation in the human leptin receptor gene causes obesity and 
pituitary dysfunction. Nature, v.392, p.398-401, 1998. 
 
CLEMMONS, D.R. The relative roles of growth hormone and IGF-I in controlling insulin 
sensitivity. J Clin Invest, v.113, p.25-27, 2004. 
 
COHEN, B.; NOVICK, D.; RUBINSTEIN, M. Modulation of insulin activities by leptin. 
Science, v.274, p.1185–1188, 1996. 
 81
 
CORRÊA, F.H.S. et al. Avaliação da microalbuminúria em indivíduos não diabético. Arq 
Bras Endocrinol Metab, v.50, p.472-480, 2006. 
 
CORREIA, M.L.; HAYNES, W.G. Obesity-related hypertension: is there a role for selective 
leptin resistance? Cur Hypertens Rep, v.6, p.230-235, 2004. 
 
CORREIA, M.L.; HAYNES, W.G. Leptin, obesity and cardiovascular disease. Curr Opin 
Nephrol Hypertens, v.13, p.215–223, 2004. 
 
CORVILAIN, J.; ABRAMOW, M. Some effects ofhuman growth hormone on renal 
hemodynamics and on tubular phosphate transport in man. J Clin Invest, v.41, p.1230-1235, 
1962. 
 
COSTACOU, T. et al. The prospective association between adiponectin and coronary artery 
disease among individuals with type 1 diabetes: the Pittsburgh Epidemiology of Diabetes 
Complications Study. Diabetologia, v.48, p.41– 48, 2005. 
 
de A. BARRETO, E.S. et al. Serum leptin and body composition in children with familial 
GH deficiency (GHD) due to a mutation in the growth hormone-releasing hormone (GHRH) 
receptor. Clin Endocrinol , v.51, p.559-64, 1999. 
 
de COURTEN, M. et al. Hyperleptinaemia: the missing link in the metabolic syndrome? 
Diabet Med, v.14, p.200–208, 1997. 
 
de PAULA, F.J. et al. Consequences of lifetime isolated growth hormone (GH) deficiency 
and effects of short-term GH treatment on bone in adults with a mutation in the GHRH-
receptor gene. Clin. Endocrinol, v.70, p.35-40, 2008. 
 
DECKERT, T. et al. Albuminuria reflects widespread vascular damage. The Steno 
hypothesis. Diabetologia, v.32, p.219-26, 1989. 
 
DEFRONZO, R.; TOBIN, J.; ANDRES, R. Glucose clamp technique: a method for 
quantifying insulin secretion and resistance. Am J Physiol, v. 237, p. 214-213, 1979. 
 
DELAFONTAINE, P.; SONG, Y.H.; LI, Y. Expression, regulation, and function of IGF-I, 
IGF-IR, and IGF-I binding proteins in blood vessels. Arterioscler Thromb Vasc Biol, v.24: 
p.435-44, 2004. 
 
DOI, S.Q. et al. Growth Hormone Increases Inducible Nitric Oxide Synthase Expression in 
Mesangial Cells. J Am Soc Nephro, v.11, p.1419-1425, 2000. 
 
DUVNJAK, L.; DUVNJAK, M. The metabolic syndrome – an ongoing story. J Physiol 
Pharmacol, v. 60, p. 19-24, 2009. 
 
FALKHEDEN, T.; SJTGREN, B. Extracellular fluid volume and renal function in pituitary 
insufficiency and acromegaly. Acta Endocrinol, v.46, p.80-88, 1964. 
 
FAROOQI, I.S. et al. Effects of recombinant leptin therapy in a child with congenital leptin 
deficiency. N Engl J Med, v.341, p.879–884, 1999. 
 
FERRANNINI, E.; MARI, A. Beta cell function and its relation to insulin action in humans: a 
critical appraisal. Diabetologia, v.47, p.943-956, 2004. 
 82
 
FERRANNINI, E. et al. Insulin resistance , insulin response and obesity as indicators of 
metabolic risk. J Clin Endocrinol Metab, v.92, p.2885-92, 2007. 
 
FISHER, F.M. et al. Differences in adiponectin protein expression: effect of fat depots and 
type 2 diabetic status. Horm Metab Res, v. 34, p.650-654, 2002. 
 
FUKUDA, I. et al. Serun adiponectin levels in adult growth hormone deficiency and 
acromegaly. Growth Horm IGF Res, v.14, p.449-54, 2004. 
 
FURUSU, A. et al. Expression of endothelial and inducible nitric oxide synthase in human 
glomerulonephritis. Kidney Int , v.53, p.1760-1768, 1998. 
 
GELONEZE, B. et al. Serum leptin levels after bariatric surgery across a range of glucose 
tolerance from normal to diabetes. Obes Surg, v. 11, p.693-698, 2001. 
 
GERSTEIN, H.C. et al. Albuminuria and risk of cardiovascular events, death and heart 
failure in diabetic and nondiabetic individuals. JAMA , v.286, p.421-426, 2001. 
 
GILL, M.S. et al. Serum leptin response to the acute and chronic administration of growth 
hormone (GH) to elderly subjects with GH deficiency. J Clin Endocrinol Metab. v.84, 
p.1288-1295. 1999. 
 
GIUSTINA, A. et al. Picotamide, a dual TXB synthetase inhibitor and TXB receptor 
antagonist, reduces exerciseinduced albuminuria in microalbuminuric patients with NIDDM. 
Diabetes, v. 42, p.178-182, 1993. 
 
GIUSTINA, A. et al. Long-term treatment with the dual antithromboxane agent picotamide 
decreases microalbuminuria in normotensive type 2 diabetic patients. Diabetes, v. 47, p. 423-
430, 1998. 
 
GLEESON, H.K. et al. Lipid profiles in untreated severe congenital isolated growth hormone 
deficiency through the lifespan. Clin Endocrinol, v.57, p.89-95, 2002. 
 
GLEESON, H.K. et al. Metabolic effects of growth hormone (GH) replacement in children 
and adolescents with severe isolated GH deficiency due to a GHRH receptor mutation. Clin 
Endocrinol, v.66, p.466-474, 2007. 
 
GODFREY, P. et al. GHRH receptor of little mice contains a missense mutation in the 
extracellular domain that disrupts receptor function. Nature Genet, v.4, p. 227−232, 1993. 
 
GOLA, M. et al. Clinical review. Growth hormone and cardiovascular risk factor. J Clin 
Endocrinol Metab, v.90, p.1864-1870. 2005. 
 
GOSLING P. Microalbuminuria and cardiovascular risk: a word of caution. J Hum 
Hypertens, v.12, p.211-213, 1998. 
 
GREENFIELD, M.S. et al. Assessment of insulin resistance with the insulin suppression test 
and the euglycemic clamp. Diabetes, v.30, p.387-392, 1981. 
 
GULER, H.P. et al. Effects of recombinant insulin-like growth factor I on insulin secretion 
and renal function in normal human subjects. Proc Natl Acad Sci, v.86, p. 2868-2872, 1989. 
 
 83
GUO, Y. et al. Pancreatic islet-specific expression of an insulin-likegrowth factor-I transgene 
compensates islet cell growth in growth hormone receptor gene deficient mice. 
Endocrinology, v.146, p.:2602-2609, 2005. 
 
HADJADJ, S. et al. SURGENE Study Group; DESIR Study Group. Increased plasma 
adiponectin concentrations are associated with microangiopathy in type 1 diabetic subjects. 
Diabetologia, v.48, p.1088-92, 2005. 
 
HANA, V. et al. The effects of GH replacement in adult GH - deficient patients: changes in 
body composition without concomitant changes in the adipokines and insulin resistence. Clin 
Endocrinol, v.60, p.442-50, 2004. 
 
HANNON, T.S. et al. Arslanian SA. Growth Hormone Treatment in Adolescent Males with 
Idiopathic Short Stature: Changes in Body Composition, Protein, Fat, and Glucose 
Metabolism. J Clin Endocrinol Metab, v.92, p.3333-9, 2007. 
 
HENNIGE, A.M. et al. Leptin downregulates insulin action through phosphorylation of 
serine-318 in insulin receptor substrate 1. FASEB J, v.20, p.1206 –1208, 2006. 
 
HERRINGTON J, CARTER-SU. Signaling pathways activated by the GH receptor. Trends 
Endocrinol Metab, v.12, p. 252-257, 2001. 
 
HEW, F.L. et al. Insulin resistance in growth hormone-deficient adults: defects in glucose 
utilization and glycogen synthase activity. J Clin Endocrinol Metab., v.81, p.555–564, 
1996. 
 
HIRSCHBERG, R.; KOPPLE, J.D. Evidence that insulin-like growth factor I increases renal 
plasma flow and glomerular filtration rate in fasted rats. J Clin Invest, v.83, p.326-330, 1989. 
 
HOCKENSMITH, M.L. et al. Albuminuria as a predictor of heart failure hospitalizations in 
patients with type 2 diabetes. J Card Fail, v.10, p.126-131, 2004. 
 
HOOGENBERG, K. , SLUITER, W.I., DULLAART, R.P.F. Effect of growth hormone and 
insulin-like growth factor I on urinary albumin excretion: studies in acromegaly and growth 
hormone deficiency. Acta Endocrinol, v.129, p.151, 1993. 
 
HUERTA, M.G. Adiponectin and leptin: Potential tools in the differential diagnosis of 
pediatric diabetes? Rev Endocr Metab Disord, v.7, p.187-196, 2006. 
 
IKOS, D.; LJUNGGREN, H.; LUFT, R. Glomemlar filtration rate and renal plasma flow in 
acromegaly. Acta Endocrinol, v.21, p.226-236, 1956. 
 
JOAQUIN, C. et al. Effects of GH treatment in GH deficiency adults on adiponectin, leptin 
and pregnancy- associeted plasma protein-A. Eur J Endocrinol, v.158, p.483-490. 2008. 
 
JORGENSEN, J.O. et al. Beneficial effects of growth hormone treatment in GH-deficient 
adultos. Lancet, v. 1, p. 1221-1225, 1989. 
 
JUNG, C.H. et al. Serum ghrelin and leptin levels in adult growth hormone deficiency 
syndrome. Arch Med Res, v.37, p.612-618, 2006. 
 
 84
JUUL, A. et al. Growth hormone (GH) provocative retesting of 108 young adults with 
childhood-onset GH deficiency and the diagnostic value of insulin-like growth factor I (IGF-
I) and IGF-binding protein-3. J Clin Endocrinol Metab, v.82, p.1195–1201, 1997. 
 
KANETY, H. et al. Total and high molecular weight adiponectin are elevated in patients with 
Laron syndrome despite marked obesity. Eur J Endocrinol , v.161, p. 837–844, 2009. 
 
KARBOWSKA, J.; KOCHAN, Z. Role of adiponectin in the regulation of carbohydrate and 
lipid metabolism. J Physiol Pharmacol, v.57, p.103-13, 2006. 
 
KATZ, A.; NAMBI, S.S.; MATHER, K. Quantitative Insulin Sensitivity Check Index 
(QUICKI): a simple, accurate method for assessing insulin sensitivity in humans. J Clin 
Endocrinol Metab, v.85, p.2402-2410, 2000. 
 
KEANE, W.F.; EKNOYAN, G. Proteinuria, albuminuria, risk, assessment, detection, 
elimination (PARADE): a position paper of the National Kidney Foundation. Am J Kidney 
Dis, v.33 , p.1004-1010, 1999. 
 
KENNEDY, L. et al. Circulatin adiponectin levels, body composition and obesity – related 
variables in Prader- Willi syndrome: comparison with obese subjects. Int J Obes, v.30, 
p.382-87, 2006. 
 
KOH, K.K.; PARK, S.M.; QUON, M.J. Leptin and cardiovascular disease. Circulation , 
v.117, p.3238-3249, 2008. 
 
KOJIMA, M. et al. Ghrelin is a growth- hormone- releasing acylated pepitide from stomach. 
Nature, v.402, p.656-60, 1999. 
 
KOMABA, H. et al. Increased serum high-molecular-weight complex of adiponectin in type 
2 diabetic patients with impaired renal function. Am J Nephrol, v.26, p.476-82, 2006. 
 
LANES, R. et al. Growth hormone deficienct, low levels of adiponectin and unfavorable 
plasma lipid and lipoproteins. J Pediatr, v.149, p. 324-9, 2006. 
 
LARON, Z.; KLINGER, B. Laron syndrome: clinical features, molecular pathology and 
treatment. Horm Res, v.42, p.198–202, 1994. 
 
LAWLOR, D.A. et al. Plasma adiponectin levels are associated with insulin resistance, but 
do not predict future risk of coronary heart disease in women. J Clin Endocrinol Metab, 
v.90, p.5677–5683, 2005. 
 
LI, S. et al. Adiponectin levels and risk of type 2 diabetes: a systematic review and meta-
analasis. JAMA, v.302, p.179-188, 2009. 
 
LINDSAY, R.S. et al. Adiponectin and coronary heart disease: the Strong Heart Study. 
Arterioscler Thromb Vasc Biol, v.25, p.15–16, 2005. 
 
LIU, J.L. et al. Disruption of growth hormone receptor gene causes diminished pancreatic 
islet size and increased insulin sensitivity in mice. Am J Physiol Endocrinol Metab, v.287, 
p.405–413, 2004. 
 
LIU, Y.L.; EMILSSON, V.; CAWTHORNE, M.A. Leptin inhibits glycogen synthesis in the 
isolated soleus muscle of obese (ob_ob) mice. FEBS Lett, v.411, p.351–355, 1997. 
 85
 
MAHESHWARI, H.G. et al. Phenotype and genetic analysis of a syndrome caused by an 
inactivating mutation in the growth hormone-releasing hormone receptor: Dwarfism of Sindh. 
J Clin Endocrinol Metab, v.83, p.4065-4074, 1998. 
 
MARGETIC, S. et al. Leptin: a review of its peripheral actions and interactions. Int J Obes 
Relat Metab Disord, v.26, p.1407–1433, 2002. 
 
MARI, A. et al. Comparative evaluation of simple insulin sensitivity methods based on the 
oral glucose tolerance test. Diabetologia, v. 48, p.748-751, 2005. 
 
MARI, A. et al. A model-based method for assessing insulin sensitivity from the oral glucose 
tolerance test. Diabetes Care, v. 24, p.539-548, 2001. 
 
MARKUSSIS, V. et al. Detection of premature atherosclerosis by high-resolution 
ultrasonography in symptom free hypopituitary adults. Lancet, v.340, p.1188-1192, 1992. 
 
MARTARI, M.; SALVATORI, R. Diseases associated with growth hormone-releasing 
hormone receptor (GHRH-R) mutations. Prog Mol Biol Transl Sci, v.88, p.57-84, 2009. 
 
MATSUDA, M.; DEFRONZO, R.A. Insulin sensitivity indices obtained from oral glucose 
tolerance testing. Diabetes Care, v.22, p.1462-1470, 1999. 
 
MATTHEWS, D. et al. Homeostasis model assessment: insulin resistance and beta cell 
function from fasting plasma glucose and insulin concentration in man. Diabetologia, v. 28, 
p. 412-419, 1985. 
 
MAURAS N, HAYMOND MW. Are the metabolic effects of GH and IGF-I separable? 
Growth Horm IGF Res, v.15, p.19-27, 2005. 
 
MENEZES, M. et al. Climateric in Untreated Isolated Growth Hormone Deficiency. 
Menopause, v.15, p.743-747, 2008. 
 
MOGENSEN, C.E. Microalbuminuria predicts clinical proteinuria and early mortality in 
maturity-onset diabetes. N Engl J Med, v.310, p. 356-360, 1984. 
 
MOLLER, N. et al. Effects of growth hormone on lipid metabolism in humans. Growth 
Horm IGF Res, v.13, p.18-21, 2003. 
 
MONTAGUE, C.T. et al. Congenital leptin deficiency is associated with severe early-onset 
obesity in humans. Nature, v.387, p.903–908. 1997. 
 
MUOIO, D.M. et al. Leptin directly alters lipid partitioning in skeletal muscle. Diabetes, v. 
46, p. 1360–1363, 1997. 
 
SATTAR, N. et al. Adiponectin and Coronary Hearty Disease: A prospective Study and 
Meta- Analysis. Circulation , v.114, p.623-629, 2006. 
 
NELSON, R.G. et al. Assessment of risk of overt nephropathy in diabetic patients from 
albumin excretion in untimed urine specimens. Arch Intern Med ., v.151, p.1761-1765, 
1991. 
 
 86
NILSSON, L. et al. Prolactin and growth hormone regulate adiponectin secretion and 
receptor expression in adipose tissue. Biochem Biophys Res Commun, v.331, p.1120-1126, 
2005.OLIVEIRA, C.R.P. et al. Sizes of abdominal organs in adults with severe short stature due to 
severe, untreated, congenital GH deficiency caused by a homozygous mutation in the GHRH 
receptor gene. Clin Endocrinol , v.69, p.153-158, 2008. 
 
OLIVEIRA, C.R.P. et al. Adipokine Profile and Urinary Albumin Excretion in Isolated 
Growth Hormone Deficiency, J Clin Endocrinol Metab, v.95, p.693–698, 2010. 
 
OLIVEIRA, H.A. et al. Magnetic resonance imaging study of pituitary morphology in 
subjects homozygous and heterozygous for a null mutation of the GHRH receptor gene. Eur 
J Endocrinol, v. 148, p.427-32, 2003. 
 
OLIVEIRA, J.L.M. et al. Lack of Evidence of Premature Atherosclerosis in Untreated Severe 
Isolated Growth Hormone Deficiency Due to a GHRH Receptor Mutation. J Clin Endocrin 
Metab, v.91, p.2093-2099, 2006. 
 
OLIVEIRA, J.L.M. et al. Congenital Growth Hormone (GH) deficiency and Atherosclerosis: 
Effects of GH Replacement in GH-Naive Adults. J Clin Endocrin Metab, v.92, p.4664-
4670, 2007. 
 
OLIVEIRA-NETO, L.A. Achados cefalométricos em adultos com deficiência genética e 
Isolada do Hormônio de Crescimento. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde), 
Núcleo de Pós-Graduação em Medicina, Universidade Federal de Sergipe, Aracaju, Sergipe, 
2009. 
 
ORAL, E. et al. Leptin-replacement therapy for lipodystrophy. N Engl J Med, v.346, p.570–
578, 2002. 
 
OSAFO, J. et al. Growth hormone during development. Rev Endocr Metab Disord, v.6, 
p.173-182, 2005. 
 
OUCHI, N. et al. Adiponectin, an adipocytederived plasma protein, inhibits endothelial NF-
kappaB signaling through a cAMP-dependent pathway. Circulation , v.102, p.1296 –1301, 
2000. 
 
OUCHI, N. et al. Novel modulator for endothelial adhesion molecules: adipocyte-derived 
plasma protein adiponectin. Circulation , v.100, p.2473–2476, 1999. 
 
OZATA, M.; OZDEMIR, I.C.; LICINIO, J. Human leptin deficiency caused by a missense 
mutation: multiple endocrine defects, decreased sympathetic tone, and immune system 
dysfunction indicate new targets for leptin action, greater central than peripheral resistance to 
the effects of leptin, and spontaneous correction of leptin-mediated defects. J Clin 
Endocrinol Metab, v.84, p.3686–3695, 1999. 
 
PAOLISSO, G. et al. Levels of Insulin-Like Growth Factor-I (IGF-I) and IGF-Binding 
Protein-3 in healthy centenarians: relationship with plasma leptin and lipid concentrations, 
insulin action, and cognitive function. J Clin Endocrin Metab, v.82, p.2204-2209, 1997. 
 
PECZYŃSKA, J. et al. Evaluation of adiponectin level in children and adolescents with 
diabetes type 1. Pediatr Endocrinol Diabetes Metab, v.14, p.77-81, 2008. 
 87
 
PEDRINELLI, R. Microalbuminuria in essential hypertension. A marker of systemic vascular 
damage? Nephrol Dial Transplant, v.12, p. 379-381, 1997. 
 
PEDRINELLI, R. et al. Microalbuminuria and endothelial dysfunction in essential 
hypertension. Lancet, v.344, p.14-18, 1994. 
 
PELLEYMOUNTER, M.A. et al. Effects of the obese gene product on body weight 
regulation in ob/ob mice. Science, v.269, p.540–543, 1995. 
 
PISCHON, T. et al. Plasma adiponectin levels and risk of myocardial infarction in men. 
JAMA , v.291, p.1730–1737, 2004. 
 
PFEITER, M.; VERHOVEC, R.; ZIZEK, B. Growth hormone (GH) treatement reverses early 
atherosclerotic changes in GH-deficient adults. J Clin Endocrinol Metabolism, v.84, p.453-
7, 1999. 
 
RABEN, M.S.; HOLLENBERG, C.H. Effect of growth hormone on plasma fatty acids. J. 
Clin. Invest, v.38, p.484-488, 1959. 
 
RASHID, M.N. et al. Wehner OS. Obesity and the risk for cardiovascular disease. Prev 
Cardiol , v.6, p.42-47, 2003. 
 
ROSEN, T.; BENGTSSON, B.A. Premature mortality due to cardiovascular disease in 
hypopituitarism. Lancet, v. 336, p.285-288, 1990. 
 
RUSSELL, M. et al. Relative growth hormone deficiency and cortisol excess are associated 
with increased cardiovascular risk markers in obese adolescent girls. J Clin Endocrin 
Metab, v.94, p.2864-2871, 2009. 
 
SALVATORI, R. et al. Familial dwarfism due to a novel mutation in the growth hormone-
releasing hormone receptor gene. J Clin Endocrinol Metab, v.84, p.917-923, 1999. 
 
SALVATORI, R. et al. Three new mutations in the gene for the growth hormone (gh)-
releasing hormone receptor in familial isolated gh deficiency type IB. J Clin Endocrinol 
Metab, v.86, p.273-279, 2001. 
 
SALVATORI, R. Growth hormone and IGF-1. Rev Endocr Metab Disord, v. 5, p.15-23, 
2004. 
 
SARAHEIMO, M. et al. FinnDiane Study Group. Serum adiponectin and progression of 
diabetic nephropathy in patients with type 1 diabetes. Diabetes Care, v.31, p.1165-9, 2008. 
 
SATTAR, N. et al. Adiponectin and Coronary Hearty Disease: A prospective Study and 
Meta- Analysis. Circulation , v.114, p.623-629, 2006. 
 
SCHALKWIJK, C.G. et al. Plasma concentration of C-reactive protein is increased in type I 
diabetic patients without clinical macroangiopathy and correlates with markers of endothelial 
dysfunction: evidence for chronic inflammation. Diabetologia, v.42, p.351–357, 1999. 
 
SCHMITZ, A.; VAETH, M. Microalbuminuria: a major risk factor in non-insulin-dependent 
diabetes. A 10-year follow-up study of 503 patients. Diabet Med, v.5, p.126-134, 1988. 
 
 88
SELTZER, H.S. et al. Insulin secretion in response to glycemic stimulus: relation of dalayed 
initial release to carbohydrate intolerance in mild diabetes mellitus. J Clin Invest, v.46, 
p.323-335, 1967. 
 
SEUFERT, J. Leptin effects on pancreatic beta-cell gene expression and function. Diabetes, 
v.53, p.152–158, 2004. 
 
SIVITZ, W.I. et al. Effects of leptin on insulin sensitivity in normal rats. Endocrinology, 
v.138, p.3395–3401, 1997. 
 
SOUZA, A.H.O. Estudo Genético das Crianças de Carretéis – Deficiência Familial 
Isolada do Hormônio de Crescimento – Itabaianinha – Sergipe. Dissertação (Mestrado 
em Saúde da Criança), Núcleo de Pós-Graduação em Medicina, Universidade Federal de 
Sergipe, Aracaju, Sergipe, 1997. 
 
SOUZA, A.H.O. et al. Hormônio do Crescimento ou Somatotrófico: Novas perspectivas na 
Deficiência Isolada de GH a partir da descrição da mutação no gene do receptor do GHRH 
nos indivíduos da cidade de Itabaianinha, Brasil. Arq Bras Endocrinol Metab, v.48, p.406-
413, 2004. 
 
SPRANGER, J. et al. Adiponectin and protection against type 2 diabetes mellitus. Lancet, 
v.361, p.226 –228, 2003. 
 
STEFAN, N.; STUMVOLL, M. Adiponectin: its role in metabolism and beyond. Horm 
Metab Res, v.34, p.469–474, 2002. 
 
STEVENSON, A.E. et al. Does adiposity status influence femoral cortical strength in rodent 
models of growth hormone deficiency? Am J Physiol Endocrinol Metab, v.296, p.147-156, 
2009. 
 
STEYN, F.J. et al. Adiponectin regulates growth hormone secretion via adiponectin receptor 
mediated Ca2+ signaling in rat somatotrophs in vitro. J Neuroendocrinol, v.21, p.698–704, 
2009. 
 
STROBEL, A. et al. A leptin missense mutation associated with hypogonadism and morbid 
obesity. Nat. Genet, v.18, p.213–215, 1998. 
 
SUCUNZA, N. et al. A link between bone mineral density and adiponectin and visfatin levels 
in acromegaly. J Clin Endocrin Metab, v.94, p.3889-3896, 2009. 
 
SVENSSON, J. et al. Adiponectin, leptin and erythrocyte sodiun/ litiun countertransport 
activity, but not resistin, are related to glucose metabolism in growth hormone- deficient 
adults. J Clin Endocrinol Metab, v. 90, p.2290-6, 2005. 
 
TOMLINSOM, J.W. et al. Association between premature mortality and hypopituitarism. 
Lancet, v. 357, p.425–431, 2001. 
 
TRINDER, P. Determination of blood glucose using an oxidase-peroxidase system with a 
non-carcinogenic chromogen. J Clin Path, v.22, p.158-161, 1969. 
 
TSIOUFIS, C. et al. Relation of microalbuminuria to adiponectin and augmented C-reactive 
protein levels in men with essential hypertension. Am J Cardiol , v. 96, p.946-51, 2005. 
 
 89
TUTTLE, K.R. et al. Urinary albumin and insulin as predictors of coronary artery disease: an 
angiographic study. Am J Kidney Dis, v.34, p. 918-925, 1999. 
 
VERDECCHIA, P. et al . Circulating insulinand insulin growth factor-1 are independent 
determinants of left ventricular mass and geometry in essencial hypertension. Circulation , 
v.100, p.1802-7, 1999. 
 
VERROTTI, A. et al. Serum leptin changes during weight loss in obese diabetic subjects with 
and without microalbuminuria. Diabetes Nutr Metab, v.14, p.283-7, 2001. 
 
WAJNRAJCH, M.P. et al. Nonsense Mutation in the Human Growth Hormone-Releasing 
Hormone Receptor causes Growth Failure Analogous to the Little (lit) Mouse. Nat Genet, 
v.12, p.88-90, 1996. 
 
WANG, Y. et al. Hydroxylation and glycosylation of the four conserved lysine residues in 
the collagenous domain of adiponectin: potential role in the modulation of its 
insulinsensitizing activity. J Biol Chem, v.277, p.19521–19529, 2002. 
 
WERNER, N.; NICKENIG, G. From fat fighter to risk factor: the zigzag trek of leptin. 
Arterioscler Thromb Vasc Biol, v.24, p.7–9, 2004. 
 
WHO. Measuring obesity – Classification, and description of antropometric data. 
Copenhagen: WHO, 1988. 
 
YAKAR, S. et al. Inhibition of growth hormone action improves insulin sensitivity in liver 
IGF-1–deficient mice. J Clin Invest, v. 113, p. 96- 105, 2004. 
 
YAMAUCHI, T. et al. Globular adiponectin protected ob/ob mice from diabetes and ApoE-
deficient mice from atherosclerosis. J Biol Chem, v.278, p.2461–2468, 2003. 
 
YAMAUCHI, T. et al. The fat-derived hormone adiponectin reverses insulin resistance 
associated with both lipoatrophy and obesity. Nat Med, v.7, p.941–946, 2001. 
 
YU, R. et al. Liver-specific IGF-I gene deficient mice exhibit accelerated diabetes in 
response to streptozotocin, associated with early onset of insulin resistance. Mol Cell 
Endocrinol, v.204, p.31-42, 2003. 
 
YUEN, K.C.; DUNGER, D.B. Impact of treatment with recombinant human GH and IGF-I 
on visceral adipose tissue and glucose homeostasis in adults. Gr Horm IGF-I Res, v.16, 
p.55-61, 2006. 
 
ZANELLA, M.T. Microalbuminúria: fator de risco cardiovascular e renal subestimado na 
prática clínica. Arq Bras Endocrinol Metab, v. 50, p.313-321, 2006. 
 
ZHANG, Y. et al. Positional cloning of the mouse obese gene and its human homologue. 
Nature, v.372, p.425– 432, 1994. 
 
ZOCCALI, C. et al. Adiponectin, metabolic risk factors, and cardiovascular events among 
patients with end-stage renal disease. J Am Soc Nephrol, v.13, p.134–141, 2002. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
_____________________________________________9. ANEXOS 
 
 
 
 
 
 
 91
ANEXO 1 
 
Equações de Mari et al, 2001 para o cálculo do OGIS 3 
 
 
 
 
 
 
 
Elas derivam das equações abaixo: 
 
Equação 1: 
 
 
Equação 2: 
 
 
Equação 3: 
 
 
Equação 4: 
 
 
Equação 5: 
 
 
Equação 6: 
 
 
Equação 7: 
 
 
 Para o cálculo do OGIS 2 os valores de 90 e 120 minutos substituem os de 
120 e 180 minutos na fórmula acima. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
_____________________________________________10. APÊNDICES 
 
 
 
 
 
 93
APÊNDICE 1 
 
 
Artigo publicado nos Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia 
 
 
Conseqüências em Longo Prazo da Deficiência do Hormônio de Crescimento 
 
Long Time Consequences of the Growth Hormone Deficiency 
 
 
Carla R. P. Oliveira1, Rossana M. C. Pereira1, José A. S. Barreto-Filho1, Manuel H. 
Aguiar-Oliveira1 
 
 
1Universidade Federal de Sergipe, Departamento de Medicina, Aracaju, Sergipe 
 
 
 
Título Abreviado: Conseqüências da Deficiência de GH 
Palavras-chave: Deficiência de hormônio de crescimento; Hormônio do crescimento. 
Key words: Growth hormone deficiency; Growth hormone 
 
 
 
Arq Bras Endrocrinol Metab 2008;52/5 745
c
o
p
yr
ig
h
t©
 A
BE
&
M
 t
o
d
o
s 
o
s 
d
ire
ito
s 
re
se
rv
a
d
o
s
revisão
Carla r. P. olivEira
roSSana M. C. PErEira
JoSé a. S. BarrEto-FilHo
ManuEl H. aguiar-olivEira
Serviço de Endocrinologia do 
Hospital Universitário da 
Universidade Federal de Sergipe, 
Aracaju, SE, Brasil.
Recebido em 23/5/2008
Aceito em 30/5/2008
Conseqüências em Longo Prazo da Deficiência do 
Hormônio de Crescimento
RESUMO
este artigo descreve as conseqüências puras, em longo prazo, da deficiência 
isolada e vitalícia do hormônio de crescimento (gH) porque usa um modelo 
único de resistência ao hormônio liberador do gH (gHrH), em virtude da 
mutação homozigótica no gene do receptor do gHrH, em uma centena de 
indivíduos acometidos. elas incluem baixa estatura grave com estatura final 
entre –9,6 a –5,2 desvios-padrão abaixo da média, com redução proporcional 
das dimensões ósseas, redução do volume da adenohipófise corrigido para o 
volume craniano e da tireóide, do útero, do baço e da massa ventricular es-
querda, todos corrigidos para a superfície corporal, em contraste com o ta-
manho de pâncreas e fígado, maior que o de controles, quando igualmente 
corrigidos. As alterações características da composição corporal incluem 
redução acentuada da quantidade de massa magra (kg) e aumento do per-
centual de gordura com depósito predominante no abdome. nos aspectos 
metabólicos são encontrados aumento de colesterol total e ldl, redução de 
insulina e do índice de resistência à insulina homeostasis model assessment, 
acompanhados de aumento da proteína c reativa de alta sensibilidade e da 
elevação da pressão arterial sistólica nos adultos, embora sem evidências de 
aterosclerose precoce. outros achados incluem resistência óssea menor, em-
bora acima do limiar de fraturas, puberdade atrasada, fertilidade normal, 
paridade diminuída, climatério antecipado e qualidade de vida normal. (Arq 
Bras Endocrinol Metab 2008; 52/5:745-749)
Descritores: deficiência de hormônio de crescimento; Hormônio do crescimento.
ABSTRAcT
Long Time Consequences of the Growth Hormone Deficiency.
this article describes the long time consequences of the isolated and lifetime 
growth hormone (gH) deficiency using a single model of gH releasing hor-
mone resistance (gHrH) due to a homozygous mutation in the gHrH recep-
tor gene, in a hundred of subjects. these consequences include severe short 
stature with final height between –9.6 and –5.2 standard deviations below of 
the mean, with proportional reductions of the bone dimensions; reduction 
of the anterior pituitary corrected to cranial volume and the thyroid, the uter-
us, the spleen and left ventricular mass volume, all corrected to body surface, 
in contrast of pancreas and liver size, bigger than in controls, when equally 
corrected. Body composition features included marked reduction in the 
amount of fat free mass (kg) and increase of fat mass percentage, with pre-
dominant abdominal deposit. in the metabolic aspects, we find increase in 
the total cholesterol and ldl cholesterol; reduction of the insulin and the 
insulin resistance assessed by Homeostasis model assessment; increase of 
ultra sensitive c reactive protein and systolic body pressure in adults, 
although without evidences of premature atherosclerosis. other findings 
include smaller bone resistance, although above of the threshold of fractures, 
delayed puberty, normal fertility, small parity, anticipated climacteric and 
normal quality of life. (Arq Bras Endocrinol Metab 2008; 52/5:745-749)
Keywords: growth hormone deficiency; growth hormone.
746 Arq Bras Endrocrinol Metab 2008;52/5
Conseqüências da Deficiência de GH
Oliveira et al.
c
o
p
yr
ig
h
t©
 A
BE
&
M
 t
o
d
o
s 
o
s 
d
ire
ito
s 
re
se
rv
a
d
o
s
iNTRODUÇÃO
Evans e long, em 1921, (1) demonstraram a exis-tência do hormônio de crescimento (GH) e, duas 
décadas após, Li e Evans isolaram e sintetizaram o hor-
mônio cristalino (2). O GH tem importantes funções 
no organismo, além do papel que lhe sugere o nome 
(3). Neste trabalho será analisado o papel do GH sobre 
o crescimento, a composição corporal, os metabolismos 
lipídico, glicídico e ósseo, o risco cardiovascular, a vida 
reprodutiva e a qualidade de vida. Para tanto, foi utili-
zadocomo modelo um experimento da natureza, em 
que 105 indivíduos de uma mesma família apresentam 
deficiência genética isolada do GH de herança autossô-
mica recessiva, com níveis extremamente baixos de GH 
(deficiência de GH tipo IB) (4), por causa da mutação 
homozigótica IVSI + 1 G → A no gene do receptor do 
hormônio liberador do GH (GHRH-R), descrita em 
Itabaianinha, Sergipe (5,6). Embora as conseqüências 
da deficiência do GH (DGH) possam diferir quando 
isolada ou associada a outros hormônios hipofisários, 
quando iniciada na infância ou na idade adulta, quando 
grave ou moderada, o modelo em questão é único para 
se estudar as conseqüências puras da deficiência isolada 
do GH (DIGH) vitalícia e não-tratada no organismo 
humano. Esta singularidade será apresentada no pre-
sente trabalho, deixando para os leitores interessados as 
controvérsias sobre os outros modelos, diferentes do a 
seguir apresentado.
cRESciMENTO SOMáTicO
A DIGH de Itabaianinha provoca acentuada baixa es-
tatura de início pós-natal com estatura final entre 107 
e 136 cm ou –5,2 a –9,6 desvios-padrões abaixo da 
média estatural. Esta baixa estatura é proporcional, no 
que diz respeito aos seguimentos corporais, haja vista 
que o crescimento do tecido ósseo é o responsável 
pelo estabelecimento da altura final (7). Dessa forma, 
mãos, pés, membros, tórax e crânio são proporcional-
mente reduzidos, embora os dentes sejam de dimen-
sões normais. É importante ressaltar que as dimensões 
de algumas estruturas, como o volume da adenohipó-
fise corrigido para o volume craniano (8), volume da 
tireóide (9) e massa ventricular esquerda corrigidos 
para a superfície corporal (10), são menores que nos 
controles normais. A hipoplasia da adenohipófise pro-
vavelmente decorre da não-proliferação dos somato-
trofos devidos à resistência ao GHRH, e é um aspecto 
muito importante embora não universal nas mutações 
que envolvam o receptor do GHRH (8,11-18). Já 
para o estabelecimento do volume da tireóide e da 
massa ventricular esquerda são críticos a atividade do 
GH e seu principal mediador, o fator de crescimento 
semelhante à insulina tipo I ou IGF-1. Este fenômeno 
de redução preferencial de alguns órgãos é visto na 
ultra-sonografia dos órgãos intra-abdominais, na qual 
útero e baço apresentam redução das dimensões corri-
gidas para a superfície corporal; próstata e ovários são 
equivalentes aos controles normais; e rins, pâncreas e 
fígado são maiores quando corrigidos para a superfície 
corporal (19).
cOMpOSiÇÃO cORpORAl
Um aspecto fundamental neste modelo de DIGH gené-
tica e grave é a alteração da composição corporal, com 
redução importante da massa magra desde a infância, 
com agravamento na puberdade (20,21) e estabelecen-
do nos adultos (10,22) um padrão de quantidade de 
massa magra (kg) bastante reduzida com o percentual de 
gordura (%) aumentado, não a massa da gordura (kg). 
Outro dado importante é um predomínio da gordura 
abdominal observada em todas as faixas etárias. 
METABOliSMO lipíDicO
As crianças e os adolescentes com DIGH de Itabaiani-
nha apresentam níveis elevados de colesterol LDL e 
de colesterol total em comparação com os controles 
da mesma região (21,23), que continuam durante 
toda a vida (10,22), efeito eventualmente associado à 
redução da expressão dos receptores hepáticos para o 
colesterol LDL. Estudos em ratos e humanos mostra-
ram efeito importante de GH no metabolismo hepáti-
co do colesterol. A administração de GH estimula a 
expressão dos receptores hepáticos do colesterol LDL, 
aumentando o catabolismo de LDL-C pelo fígado 
(24). O aumento de colesterol plasmático com a idade 
(25) ou o hipotireoidismo é pelo menos parcialmente 
secundário à diminuição da atividade nos receptores 
do colesterol LDL induzida pela diminuição na secre-
ção de GH (26). Não há redução nos níveis de coles-
terol HDL, nem diferenças nos níveis de triglicérides 
entre os indivíduos com DIGH de Itabaianinha e os 
controles da mesma região. 
Arq Bras Endrocrinol Metab 2008;52/5 747
Conseqüências da Deficiência de GH
Oliveira et al.
c
o
p
yr
ig
h
t©
 A
BE
&
M
 t
o
d
o
s 
o
s 
d
ire
ito
s 
re
se
rv
a
d
o
s
METABOliSMO glicíDicO
Embora a DIGH moderada de início na idade adulta 
seja associada à insulino-resistência (27,28), os indiví-
duos com DIGH de Itabaianinha apresentam níveis in-
sulínicos reduzidos e dos valores de índice de resistência 
à insulina homeostasis model assessment, HOMA-IR (gli-
cemia (mMol) × insulina (uU/mL) ÷ 22,5) menores 
que dos controles da mesma região (10,22), até em 
idade avançada. Estudos de sensibilidade à insulina uti-
lizando teste endovenoso de tolerância à glicose, com a 
aplicação da análise do modelo mínimo das variações 
das concentrações de glicose e de insulina após a admi-
nistração da glicose (29), deverão ser realizados nestes 
indivíduos para melhor avaliar a secreção insulínica.
METABOliSMO óSSEO
A DGH, de maneira geral, está associada com menor 
densidade mineral óssea e eventual risco de fraturas 
(30,31). Os indivíduos com DIGH de Itabaianinha 
apresentam redução da resistência óssea, medida pela 
ultra-sonografia do calcâneo, embora acima do limiar 
de fraturas, correspondendo ao relato da baixa freqüên-
cia de fraturas neles (32). 
RiScO cARDiOvAScUlAR
Conforme assinalado, os indivíduos com esta forma de 
DIGH apresentam menor massa magra, maior percen-
tual de gordura, distribuição central de gordura, au-
mento do colesterol total e, na idade adulta, pressão 
arterial sistólica mais elevada, embora com índice de 
massa ventricular esquerda menor (10). Com tantos fa-
tores de risco cardiovascular associados, seria esperado 
que estes indivíduos apresentassem aterosclerose pre-
matura, o que não foi evidenciado seja pela ecocardio-
grafia de estresse ou pela aferição da espessura 
médio-intimal da carótida, ainda que os níveis de pro-
teína C reativa de alta sensibilidade, um marcador infla-
matório de risco cardiovascular, sejam marcadamente 
elevados (22). Observou-se que a DIGH genética e 
grave é menos deletéria em termos de aterosclerose que 
a DIGH adquirida ou moderada, talvez pela dificulda-
de de proliferação das células musculares lisas, etapa 
primordial para o crescimento de placa aterosclerótica, 
quando o eixo GH/IGF-1 é vitalício e gravemente de-
primido. Por outro lado, a redução menos grave do 
IGF-1 e de início na idade adulta pode levar à apoptose 
daquelas células, provocando a rotura da placa e os 
eventos cardiovasculares na DIGH adquirida ou mode-
rada (22,33,34).
viDA REpRODUTivA
Os indivíduos com DIGH de Itabaianinha apresentam 
a puberdade moderadamente atrasada (23) e o climaté-
rio de início mais precoce (35), embora este seja essen-
cialmente normal. Os indivíduos de ambos os sexos são 
férteis, embora a paridade das mulheres com DIGH 
seja menor que a das mulheres da região. Esta paridade 
pode se dever ao medo da cirurgia cesariana, pouco dis-
ponível no passado ou à menor duração da vida repro-
dutiva (35).
QUAliDADE DE viDA (Qv)
Embora numerosas citações refiram piora da QV em 
indivíduos com DGH, a maioria é em DIGH adquirida 
e de início na idade adulta (36,37). Novamente é pecu-
liar que o índice total de QV avaliado pelo questionnai-
re of life satisfaction (36), questionário específico e 
validado para a DIGH, foi igual ao dos controles da 
mesma região e superiores ao de todas as séries de 
DIGH, analisados na Europa e nos Estados Unidos 
(36). Dessa forma, a DIGH genética e grave em uma 
população do nordeste brasileiro em processo de urba-
nização não parece comprometer a QV (38).
cONSiDERAÇõES fiNAiS
Nesse modelo de DIGH genético e grave há reper-
cussões evidentes sobre o crescimento, a estatura final 
e os diversos órgãos. Alia-se a isso complexo conjunto 
de alterações metabólicas e de composição corporal 
com fatores adversos ou protetores para a saúde em 
geral e sem piora da QV. O tratamento com GH sub-
cutâneo diário em crianças, além de provocar o ganho 
estatural, melhora o perfillipídico e a composição 
corporal (21,23). Resultados semelhantes sobre o 
perfil lipídico e a composição corporal foram obtidos 
em adultos, sem repercussões sobre a glicemia ou a 
hemoglobina glicada, com a administração do GH de 
depósito subcutâneo a cada 15 dias (34), acrescido de 
melhora da remodelação óssea, de padrão anabólico, 
com conseqüente aumento da resistência óssea (32). 
748 Arq Bras Endrocrinol Metab 2008;52/5
Conseqüências da Deficiência de GH
Oliveira et al.
c
o
p
yr
ig
h
t©
 A
BE
&
M
 t
o
d
o
s 
o
s 
d
ire
ito
s 
re
se
rv
a
d
o
s
Um possível efeito adverso deste tratamento foi a 
eventual aceleração da aterosclerose (34), limitada 
pela suspensão do tratamento. Assim, a terapêutica 
em GH no adulto deve levar em conta o equilíbrio 
entre os fatores positivos e os fatores adversos. Em-
bora a generalização destes achados para as formas de 
DIGH adquiridas e menos graves encontradas na clí-
nica não deva ser assegurada, uma menção de cuidado 
deve ser assinalada por ocasião de usos não completa-
mente estabelecidos do GH, especialmente em indiví-
duos adultos. 
REfERêNciAS
1. evans HM, long JA. the effect of the anterior lobe administe-
red intraperitoneal upon growth maturity an oestrus cycles of 
the rat. Anat rec. 1999;21:62-3.
2. li cH, evans HM. chemistry of anterior pituitary hormones. in: 
Pincus g, thieman Kv, editors. the hormones. new York: new 
York Academic Press; 1948.
3. souza AHo, salvatori r, Martinelli Jr ce, carvalho WMo, Me-
nezes cA, Barretto esA, et al. Hormônio do crescimento ou 
somatotrófico: novas perspectivas na deficiência isolada de 
gH a partir da descrição da mutação no gene do receptor do 
gHrH nos indivíduos da cidade de itabaianinha, Brasil. Arq 
Bras endocrinol Metab. 2004;48:406-13.
4. nishi Y, Masuda H, nishimura s, Kihara M, suwa s, tachibana 
K, et al. isolated human growth hormone deficiency due to a 
hgH gene deletion with (tYPe iA) and without (the israeli-
type) hgH antibody formation during hgH therapy. Yokoama 
– Japão. Acta endocrinology (copenh). 1990;122:267-71.
5. salvatori r, Hayashida cY, Aguiar-oliveira MH, Phillips iii JA, 
souza AHo, gondo rg, et al. Familial isolated growth hor-
mone deficiency due to a novel mutation in the growth hor-
mone releasing hormone receptor. J clin endocrinol Metab. 
1999;84:917-23.
6. Aguiar-oliveira MH, gill Ms, Barretto esA, Alcântara Mrs, 
Miraki-Moud F, Menezes cA, et al. effect of growth hormone 
(gH) deficiency due to a mutation in the gH-releasing hor-
mone receptor on insulin-like growth factors (igFs), igF-bind-
ing proteins, and ternary complex formation throughout life. J 
clin endocrinol Metab. 1999;84:4118-26.
7. tanner JM. normal growth and techniques of growth assess-
ment. clinics in endocrinology and Metabolism. 1986;15:411-51.
8. oliveira HA, salvatori r, Kraus, oliveira crP, silva Pcr, Aguiar-
oliveira MH. Magnetic ressonance imaging study of pituitary 
morphology in subject6s homlozigous and heterozigous for a 
null mutation of the gHrH receptor gene. eur J endocrinol. 
2003;148:427-32.
9. Alcântara Mrs, salvatori r, Alcântara Prs, nóbrega lMA, 
campos vs, oliveira eco, et al. thyroid morphology and 
function in adults with untreated isolated growth hormone de-
ficiency. Journal of clinical endocrinology and Metabolism. 
2006;91:860-4.
10. Barreto-Filho JAs, Alcântara Mrs, salvatori r, Barreto MA, 
sousa Acs, Bastos v, et al. Familial isolated growth hormone 
deficiency is associated with increased systolic blood pres-
sure, central obesity and dyslipidemia. Journal of clinical en-
docrinology and Metabolism 2002;87:2018-23.
11. netchine i, talon P, dastot F, vitaux F, goosens M, Amselem s. 
extensive phenotypic analysis of a family with growth hormo-
ne (gH) deficiency caused by a mutation in the gH-releasing 
hormone receptor gene. Journal of clinical endocrinology 
and Metabolism. 1998;83:432-6.
12. salvatori r, Fan X, Phillips iii JA, espigares-Martin r, Martin 
de lara i, Freeman Kl, et al. three new mutations in the gene 
for the growth hormone (gH)-releasing hormone receptor in 
familial isolated gH deficiency type iB. Journal of clinical en-
docrinology and Metabolism. 2001;86:273-9.
13. salvatori r, Fan X, Mullis Pe, Haile A, levine MA. decreased 
expression of the growth hormone-releasing hormone recep-
tor gene due to a mutation in a Pit-1 binding site. Mol endocri-
nol. 2002;16:450-8.
14. salvatori r, Aguiar-oliveira MH, Monte lBv, Hedges l, santos 
nl, Pereira rMc, et al. detection of a recurring mutation in the 
human growth hormone releasing hormone receptor gene. 
clin endocrinol (oxf). 2002;57:77-80.
15. salvatori r, Fan X, veldhuis J, couch r. serum gH response 
to pharmacological stimuli and physical exercise in two siblin-
gs with two new inactivating mutations in the gH-releasing 
hormone receptor gene. eur J endocrinol. 2002;147:591-6.
16. carakushansky M, Whatmore AJ, clayton Pe, shalet sn, gle-
eson HK, Price dA, et al. A new missense mutation in the gro-
wth hormone-releasing hormone receptor gene in familial 
isolated gH deficiency. eur J endocrinol. 2003;148:25-30.
17. Murray rA, Maheshwari Hg, russel eJ, Baumann g. Pituitary 
hypoplasia in patients with a mutation in the growth hormo-
nereleasing hormone receptor gene. AJnr Am J neuroradiol. 
2000;21:685-9.
18. osorio Mg, Marui s, Jorge AA, latronico Ac, lo ls, leite cc, 
et al. Pituitary magnetic resonance imaging and function in 
patients with growth hormone deficiency with and without 
mutations in gHrH-r, gH-1, or ProP-1 genes. J clin endocri-
nol Metabol. 2002;87:5076-84.
19. oliveira crP, salvatori r, nóbrega lMA, carvalho eoM, Me-
nezes M, Farias ct, et al. sizes of abdominal organs in adults 
with severe short stature due to severe, untreated, congenital 
gH deficiency caused by a homozygous mutation in the gHrH 
receptor gene. clin endocrinol (oxf). 2007;22 nov[epub]. 
20. Barretto esAB, gill Ms, Freitas Mes, Magalhães MMg, souza 
AHo, Aguiar-oliveira MH, et al. serum leptin and body com-
position in children with familial gH deficiency (gHd) due to a 
mutation in the growth hormone-releasing hormone (gHrH) 
receptor. Blackwell science ltd. 1999;51(5):559-64.
21. gleeson HK, souza AHo, gill Ms, Wieringa ge, Barretto esA, 
Barretto-Filho JAs, et al. lipid profiles in untreated severe 
congenital isolated growth hormone deficiency through the 
lifespan. clin endocrinol (oxf). 2002;57:89-95.
22. oliveira Jl, Marques-santos c, Barreto-Filho JA, Filho rX, 
Britto Av, souza AH, et al. lack of evidence of premature ath-
erosclerosis in untreated severe isolated growth hormone de-
ficiency due to a gHrH receptor mutation. Journal of clinical 
endocrinology and Metabolism. 2006;91:2093-9.
23. gleeson HK, Barreto esA, salvatori r, costa l, oliveira crP, 
Pereira rMc, et al. Metabolic effects of growth hormone (gH) 
replacement in children and adolescents with severe isolated 
gH deficiency due to a gHrH receptor mutation. clin endo-
crinol (oxf). 2007;66:466-74.
24. Angelin B, rudling M. growth hormone and hepatic lipopro-
tein metabolism. curr opin lipidol. 1994;5:160-5. 
25. Parini P, Angelin B, rudling M. cholesterol and lipoprotein 
metabolism in aging: reversal of hypercholesterolemia by 
Arq Bras Endrocrinol Metab 2008;52/5 749
Conseqüências da Deficiência de GH
Oliveira et al.
c
o
p
yr
ig
h
t©
 A
BE
&
M
 t
o
d
o
s 
o
s 
d
ire
ito
s 
re
se
rv
a
d
o
s
growth hormone treatment in old rats. Arterioscler thromb 
vasc Biol. 1999;19:832-9.
26. Hoogerbrugge n, Jansen H, staels B, Kloet lt, Birkenhager 
Jc. growth hormone normalizes low-density lipoprotein re-
ceptor gene expression in hypothyroid rats. Metabolism. 
1996;45:680-5.
27. Hew Fl, Koschmann M, christopher M, rantzau c, vaag A, 
Ward g, et al. insulin resistance in growth hormone-deficient 
adults: defects in glucose utilization and glycogen synthase 
activity. J clin endocrinol Metab. 1996;81:555-64.
28. gola M, Bonadonna s, doga M, guistina A. clinical review. 
growthhormone and cardiovascular risk factor. J clin endo-
crinol Metab. 2005;90:1864-70.
29. Bergman rn. Minimal model: perspective from 2005. Horm 
res. 2005;64 suppl 3:8-15.
30. sneppen sP, Hoeck Hc, Kollerup g, sorensen oH, laurberg P, 
rasmussen uF. Bone mineral content and bone metabolism 
during physiological gH treatment in gH-deficient adults – an 
18-month randomised, placebo-controlled, double blinded 
trial. eur J endocrinol. 2007;146:187-95.
31. snyder PJ, Biller BM, Zagar A, Jackson i, Arah BM, nippoldt 
tB, et al. effect of growth hormone replacement on BMd in 
adult-onset growth hormone deficiency. J Bone Miner res. 
2007;22:762-70. 
32. Paula FJA, góis-Júnior MB, Aguiar-oliveira MH, Pereira FA, 
oliveira crP, Pereira rMc, et al. effects of short-term treat-
ment with depot gh on bone in adults with isolated gh defi-
ciency due to a mutation in the gHrH-receptor gene. clin 
endocrinol (oxf). [in press].
33. delafontaine P, song YH, li Y. expression, regulation, and 
function of igF-i, igF-ir, and igF-i binding proteins in blood 
vessels. Arterioscler thromb vasc Biol. 2004;24:435-44.
34. oliveira JlM, Aguiar-oliveira MH, d’oliveira Jr. A, Pereira 
rMc, oliveira crP, Farias ct, et al. congenital growth hormo-
ne (gH) deficiency and atherosclerosis: effects of gH replace-
ment in gH-naive adults. the Journal of clinical endocrinology 
& Metabolism. 2007;92(12):4464-670.
35. Menezes M, salvatori r, oliveira crP, Pereira rMc, souza 
AHo, nobrega lMA, et al. climacteric in untreated isolated 
growth hormone deficiency. Menopause. 2007. [epub].
36. Blum WF, shavrikova eP, edwards dJ, rosilio M, Hartman Ml, 
Marin F, et al. decreased quality of life in adult patients with 
growth hormone deficiency compared with general popula-
tions using the new, validated, self-weighted questionnaire, 
questions on life satisfaction hipopituitarism module. J clin 
endocrinol Metab. 2003;88:4158-67.
37. carroll Pv, christ er, Bengtsson BA, et al. growth hormone de-
ficiency in adulthood and the effects of growth hormone repla-
cement: a review. J clin endocrinol Metab. 1998;83:382-95.
38. Barbosa JAr. qualidade de vida na deficiência isolada e gené-
tica do hormônio de crescimento (gH). efeitos da terapia de 
reposição com o gH. dissertação. sergipe: universidade Fe-
deral de sergipe, 2007.
Endereço para correspondência:
Manuel H. Aguiar-Oliveira
Departamento de Medicina, Universidade Federal de 
Sergipe
Rua Cláudio Batista, s/n
49060-100 Aracaju, SE 
E-mail: herminio@infonet.com.br
 99
APÊNDICE 2 
 
 
Artigo submetido aos Arquivos Brasileiros de Cardiologia 
 
 
Papel Emergente do Eixo GH/IGF-1 no Controle Cardiometabólico 
 
Emerging Role of GH/IGF-1 on Cardiometabolic Control 
 
 
 
Carla R.P. Oliveira1, Rafael A. Meneguz-Moreno1, Manuel H. Aguiar-Oliveira1, José 
A. S. Barreto-Filho1 
 
1Universidade Federal de Sergipe, Departamento de Medicina, Aracaju, Sergipe 
 
 
 
Título Abreviado: GH e metabolismo 
Palavras-chave: GH, lipólise, anabolismo, resistência á insulina 
Key words: GH, lypolisis, anabolism, insulin resistance 
 100
RESUMO 
 
 
O hormônio de crescimento (GH), principal regulador do crescimento pós-
natal, tem importantes ações metabólicas em diferentes tecidos, sinérgicas ou até 
antagônicas às do fator de crescimento semelhante à insulina tipo I (IGF-I), produzido 
sobretudo no fígado após ligação do GH ao seu receptor. Experimentos em modelos 
animais indicam um papel importante do GH na resistência à insulina, enquanto o 
papel do IGF-I nesta condição ainda não está completamente elucidado. Em 
humanos, o GH promove aumento da lipólise e da oxidação lipídica, enquanto o IGF-
I desencadeia o aumento da oxidação lipídica apenas cronicamente. Enquanto as 
ações sobre o crescimento são tempo limitado, as ações metabólicas e 
cardiovasculares do eixo GH/IGF-I perduram durante toda a vida. Os potenciais 
efeitos anabólicos do GH têm sido utilizados em condições crônicas e 
hipercatabólicas, embora as investigações sobre os desfechos clínicos ainda sejam 
escassas. Neste artigo, pretendemos revisar as ações metabólicas do GH oriundas de 
modelos animais, os estudos em humanos normais e indivíduos com deficiência de 
GH, diabetes mellitus tipo 1, síndrome metabólica, estados hipercatabólicos e a 
relação do eixo GH/IGF-1 com as adipocinas, disfunção endotelial e hipertrofia 
ventricular esquerda. 
 101
ABSTRACT 
 
 
Growth hormone (GH), main responsible for pos-natal growth, has important 
metabolic actions on different tissues, similar or opposite to insulin like growth factor 
I (IGF-I), mainly produced by the liver after the binding of GH to its receptor. 
Experiments with animal models indicate an important role of GH on insulin-
resistance despite of the IGF-I role is not yet completely established. On humans, GH 
promotes an increase on lypolisis and lipid oxidation, while IGF-I leads to an increase 
on lipid oxidation only in a chronic way. While growth actions are time-limited, 
metabolic and cardiovascular actions of the GH/IGF-I axis are throughout the life. 
GH anabolic effects have been used on chronic and hypercatabolic conditions. On 
this paper we intend to review GH metabolic actions experienced by animal models, 
studies with normal humans and GH deficient, diabetic type 1 and metabolic 
syndrome individuals, hypercatabolic states and the relationship between GH and 
adipokines, endothelial disfunction and left ventricular hypertrophy. 
 
 
 
 
 
 102
INTRODUÇÃO 
 
O hormônio de crescimento (GH) é o principal regulador do crescimento pós-
natal, e tem importantes ações metabólicas. O GH liga-se ao seu receptor (GHR) e, 
via ativação do sistema JAK–STAT 1, estimula principalmente no fígado a produção 
do fator de crescimento semelhante à insulina tipo I (IGF-I), que se liga a uma das 
seis proteínas transportadoras (IGFBPs1-6), especialmente a IGFBP3 e a subunidade 
ácido-labil (ASL), formando o complexo ternário, que funciona como um reservatório 
circulante do IGF-I, impedindo o seu rápido clearance. O IGF-I liga-se ao seu 
receptor (IGF-IR), que por sua vez apresenta considerável homologia com o receptor 
de insulina (IR), ambos receptores acoplados à tirosina-cinase. O IGF-IR liga-se com 
grande afinidade ao IGF-I e menor à insulina. O reverso ocorre com o IR. Enquanto o 
IGF-I age basicamente sobre o crescimento, desenvolvimento e diferenciação celular, 
a insulina é primariamente envolvida na homeostase metabólica. Porém, é possível 
efeito cruzado entre um ligante e o receptor do outro. As maiores diferenças 
funcionais entre IGF-I e insulina são causadas por dois fatores. Primeiro, apesar de 
ambos receptores serem expressos virtualmente em todos os tecidos, há uma 
expressão diferencial destes receptores. Enquanto o IR é altamente expresso no 
músculo, fígado e tecido adiposo branco em adultos, o IGF-IR é minimamente 
detectado nestes dois últimos sítios. A expressão de IGF-IR é, contudo, comparável à 
do IR no músculo esquelético. Segundo, a diversidade nos domínios intracelulares 
dos receptores nos diferentes tecidos leva a diferentes ações biológicas. 
 Os efeitos do GH sobre os adipócitos podem ser mediados via receptor β3-
adrenérgico ao passo que no músculo esquelético e fígado os efeitos são mediados via 
GHR e ativação do sistema JAK–STAT. Nestes tecidos a sinalização do GH interage 
com aquela da insulina 2. O GH antagoniza as ações da insulina no metabolismo dos 
carboidratos tanto direta, através dos mecanismos de bloqueio da sinalização celular, 
quanto indiretamente, pelo estímulo à lipólise e produção de ácidos graxos livres 
(AGL) nos adipócitos. No fígado, o IGF-I suprime a produção hepática de glicose via 
receptor de insulina (IR), haja vista a escassa expressão hepática do IGF-IR. O IGF-I 
estimula a diferenciação dos pré-adipócitos mediante atuação sobre o IGF-IR, 
amplamente expresso nestas células, enquanto que, nos adipócitosmaduros as ações 
 103
do IGF-I são provavelmente mediadas pelo IR, abundantemente expresso nestas 
células. No músculo, o IGF-I tem efeitos diretos na captação de glicose 3. Neste 
artigo, serão abordados sinteticamente as ações metabólicas do GH oriundas de 
modelos animais, os estudos em humanos normais e em indivíduos com deficiência 
de GH, diabetes mellitus tipo 1, síndrome metabólica e estados hipercatabólicos. 
 
 
AÇÕES METABÓLICAS DO GH EM MODELOS ANIMAIS 
 
Camundongos com deleção do gene do GHR são hipersensíveis à insulina 
devido ao aumento do número de IRs no fígado, porém com uma tolerância 
diminuída à glicose devido a um menor número de células β pancreáticas e uma 
reduzida secreção de insulina, consequentes à redução do estímulo do GH, via IGF-I 
na massa de células β pancreáticas 4. Expressão gênica de IGF-I nas ilhotas 
pancreáticas destes animais restaura a massa de células beta, normalizando a 
produção de insulina e a tolerância à glicose 5. Outro modelo estudado é o do 
camundongo com deficiência hepática de IGF-I (DHIGF-I) 6. Neste modelo há uma 
redução em 75% do IGF-I circulante, com aumento do GH e da insulina, em cerca de 
4 vezes, com glicemias normais, o que sugere insulino-resistência, com tolerância à 
glicose aparentemente normal. Com a técnica do clamp euglicêmico-
hiperinsulinêmico, foi verificado que esta insulino-resistência ocorre basicamente no 
músculo e somente tardiamente no fígado e tecido adiposo. 
Para distinguir se a insulino-resistência seria decorrente da baixa concentração 
de IGF-I ou dos elevados níveis de GH foram realizados estudos em animais 
transgênicos oriundos do cruzamento dos animais com DHIGF-I com outros que 
expressam um antagonista do GH 7. Na progenia obtida destes animais, a 
sensibilidade à insulina foi restaurada em concordância com estudos em humanos em 
que o uso do antagonista do GH na acromegalia também melhorou a insulino-
sensibilidade. Quando cruzados camundongos com DHIGF-I com outros com deleção 
gene da ALS (nocaute da ALS) obtiveram-se animais com IGF-I ainda mais baixos e 
níveis ainda maiores de GH, cerca de 10 vezes em relação aos camundongos normais 
8. Os animais DHIGF-I/ nocaute da ALS mostraram melhora da captação da glicose 
no músculo e no tecido adiposo, mas nenhuma melhora da supressão da produção 
 104
hepática de glicose durante o clamp euglicêmico-hiperinsulinêmico. Desde que o 
músculo também expressa o IGF-IR, não é possível excluir a participação deste 
receptor na melhor captação periférica de glicose. Já a ausência do efeito no fígado 
pode ser causada pela ausência de IGF-IR neste órgão. Em resumo, GH parece ter um 
efeito crítico na insulino resistência, com o IGF-I desempenhando uma possível 
função modulatória. Por outro lado, para o desenvolvimento de uma massa normal de 
células beta e produção de insulina, o IGF-I parece ser o principal fator. 
 
 
AÇÕES METABÓLICAS DO GH EM HUMANOS 
 
O papel do hormônio de crescimento (GH) na regulação metabólica tem sido 
por meio século minimizado pela notória habilidade do GH em promover o 
crescimento. Recentemente, tem-se consolidado o conceito que muito do potencial do 
GH em promover o crescimento é secundário ao seu impacto metabólico 9. Este efeito 
metabólico é conhecido desde os primeiros trabalhos com a administração de GH 
hipofisário em altas doses que demonstraram acentuada lipólise, resistência à insulina 
e hiperglicemia 10. A exposição ao GH leva ao aumento dos níveis circulantes de 
ácidos graxos livres (AGL), corpos cetônicos, IGF-I, insulina e glicose, todos 
anabólicos 11, 12. O jejum e o estresse amplificam a secreção do GH; enquanto a 
alimentação em geral a inibe 13,14, sugerindo um papel predominante do GH nos 
estados pós-absortivos ou de jejum, condições nas quais as concentrações de IGF-I e 
insulina são baixas e as de AGL elevadas. Isto pode significar que o crescimento GH 
mediado e a retenção de nitrogênio são criticamente dependentes da mobilização 
lipídica. Em um organismo homeotérmico com escassa estocagem de carboidratos e 
sem acesso imediato à comida, a oxidação lipídica dependente de GH é um dos 
mecanismos de obtenção de energia para poupar proteína. Estudos com supressão 
seletiva da secreção de GH em humanos, com alimentação normal e dois dias de 
jejum, sugerem que o GH endógeno não tem uma ação relevante na regulação 
metabólica em curto prazo, como no período pos absortivo (jejum noturno), mas 
assume um papel fundamental como um estimulador da lipólise durante jejum 
prolongado 15, o que pode ter representado vantagem evolutiva em períodos de 
escassez alimentar. 
 105
O pico noturno de GH precede o pico dos AGL e dos corpos cetônicos por 
aproximadamente 2 horas, mesmo tempo de latência necessário para elevação dos 
AGL após infusão de GH em humanos no estado pós-absortivo 16. Em um modelo de 
hipersecreção de GH, como no diabetes mellitus tipo 1 com controle glicêmico 
precário, ocorre um estado de excessiva lipólise e cetogênese, devido à incapacidade 
de secreção compensatória de insulina pelas células β do Pâncreas 17. 
A lipólise exagerada decorrente de GH ocorre principalmente no tronco 13, 
envolve a estimulação da expressão gênica após ligação do receptor do GH com a 
JAK2 e subseqüente ativação da adenil-ciclase e estimulação da produção do AMP 
cíclico, ativando a lípase hormônio sensível 18. Desta forma pode-se dizer que o 
principal efeito do GH “per se” é a estimulação da lipólise e oxidação lipídica, além 
da inibição da lipase lipoprotéica (LPL) no tecido adiposo, enzima fundamental à 
hidrólise dos triglicérides para que os AGL possam ser armazenados, e da 
estimulação desta enzima em nível muscular, que permite uma maior utilização de 
AGL pelo músculo esquelético 3. Isto poupa os estoques de proteínas e de 
carboidratos de imediatos requerimentos oxidativos garantindo a adequada 
conservação de proteínas. 
A administração de GH em doses elevadas a voluntários normais provoca 
aumento da síntese protéica e diminuição de excreção de uréia 19, mas leva a prejuízo 
da sensibilidade insulínica no fígado e periferia, sobretudo no músculo esquelético 20, 
evidenciando sua ação antagonista à insulina. Estudos demonstram que a co-
administração de derivados do ácido nicotínico que bloqueiam a lipólise reduz 
drasticamente as ações do GH sobre a sensibilidade insulínica e síntese protéica 21. 
Em suma, o efeito poupador de carboidrato e proteína obtido com GH parece 
depender em grande parte da estimulação da lipólise, aumentando as concentrações 
de ácidos graxos livres e corpos cetônicos na circulação. 
Tendo sua secreção estimulada pelo GH, o IGF-I também apresenta ações 
metabólicas. Os receptores do IGF-I estão presentes principalmente em tecido 
muscular esquelético, cuja estimulação aumenta a captação de glicose, através da 
ativação dos transportadores de glicose tipo 4 (GLUT4) 22 e provoca também 
diminuição da gliconeogênese e glicogenólise hepática, melhorando sensibilidade à 
insulina e a homeostase glicêmica, ações insulino-símile, que originaram seu nome. 
No metabolismo lipídico, o IGF-I parece ter pouca influência, pois os receptores de 
 106
IGF-I são escassos nos adipócitos, no entanto, nos pré-adipócitos esses receptores são 
abundantes e o IGF-I estimula a diferenciação dessas células 23. Quanto ao 
metabolismo protéico, o IGF-I tem ações sinérgicas ao GH e de fato, as ações 
anabólicas do GH imprescindíveis para o crescimento, mas atuantes durante toda a 
vida, são mediadas pelo IGF-I 24. 
Conforme salientadas acima, doses suprafisiológicas do GH são antagônicas 
aos efeitos de insulina, ao passo que o IGF-I potencializa ações insulino-símile. 
Pacientes acromegálicos são predispostos à intolerância a glicose e resistência à 
insulina. Como vimos, a lipólise GH dependente parece ser o determinante principal 
das ações anti insulina do GH. Por outro lado,o IGF-I aumenta a sensibilidade à 
insulina parecendo não exercer efeitos diretos na lipólise ou lipogênese. Em contraste 
com as doses suprafisiológicas de GH, a administração de doses baixas de GH em 
adultos com deficiência do GH, com tolerância diminuída à glicose e com síndrome 
metabólica, é capaz de aumentar o IGF-I circulante, a sensibilidade à insulina e a 
captação periférica de glicose, sem induzir a lipólise. Estes dados sugerem a 
possibilidade que um esquema com GH em doses baixas propicie a manutenção da 
função das células β pancreáticas e possivelmente retardar a progressão para 
intolerância à glicose nestes indivíduos 25, como será detalhado a seguir. Apesar de 
papéis discordantes na homeostase glicídica, ambos GH e IGF-I têm nítidos efeitos 
anabólicos, na deficiência de IGF-I, GH-dependente, e na deficiência de IGF-I por 
resistência ao GH, aumentando a massa magra e reduzindo a massa gorda, 
principalmente a adiposidade visceral. Tendo em vista seu efeito sensibilizador de 
insulina, o IGF-I parece ser um agente anabólico preferível quando há prejuízo 
estabelecido ou possível ao metabolismo dos carboidratos. 
Diferente do GH, que promove aumento da lipólise e da oxidação lipídica, o 
IGF-I leva ao aumento da oxidação lipídica apenas quando ministrado cronicamente. 
Tal diferença poderia ser explicada pela insulinopenia crônica promovida pelo IGF-I. 
A tabela 1 sumariza os principais efeitos metabólicos do GH e IGF-I in vivo. 
 
 
 
 
 107
Tabela 1: Ações metabólicas do GH e do IGF-I 
Órgão GH IGF-I 
Tecido Adiposo 
Aumenta lipólise 
Induz diferenciação de pré-adipócitos 
Reduz captação de glicose 
Reduz lipogênese 
Reduz re-esterificação de AGL 
Músculo Esquelético 
Estimula síntese de proteínas 
Estimula síntese de proteínas 
Reduz captação de glicose Estimula captação de glicose (GLUT-
4) 
Aumenta atividade da LPL 
Fígado 
Aumenta secreção de VLDL Diminui produção hepática de glicose 
 
Aumenta atividade de HL 
Reduz expressão de P-PARα 
Global 
Aumenta síntese de proteínas 
Aumenta síntese de proteínas 
Aumenta MM e reduz MG % 
Aumenta MM e reduz MG % 
Reduz sensibilidade insulínica 
Aumenta sensibilidade insulínica 
Aumenta a produção e captação de lipoproteínas 
Agudamente reduz e cronicamente 
aumenta a oxidação lipídica 
Aumenta lipólise 
Aumenta oxidação lipídica 
AGL - ácidos graxos livres; HL- lipase hepática; P-PARα - receptor ativado do proliferador do peroxisomo tipo α; LPL - lipase 
lipoprotéica; VLDL - lipoproteína de muito baixa densidade; MM - massa magra; MM% - percentual de massa gorda 
 
 
ALTERAÇÕES METABÓLICAS DECORRENTES DE DEFEITOS 
DE SECRECÃO E AÇÃO DO GH 
 
A deficiência de GH (DGH) cursa com alterações metabólicas há muito 
conhecidas. Quando esta deficiência ocorre na infância, há predisposição a estados 
hipoglicêmicos persistentes e profundos, pois o GH exerce papel fundamental para a 
homeostase glicêmica neste período. Esta importância decresce em períodos 
posteriores contribuindo para que a deficiência de GH no adulto curse com resistência 
à insulina e hiperglicemia, pois na fase adulta o IGF-I passaria a ter participação mais 
intensa nos mecanismos homeostáticos dos carboidratos 24. Outro fator para esta 
resistência à insulina seria a alteração na composição corporal. É descrito que a DGH 
está associada à diminuição da massa magra e aumento do percentual de gordura, em 
especial da gordura visceral, provavelmente decorrente da ausência das ações 
lipolíticas e inibitórias do armazenamento lipídico do GH, além de suas ações 
 108
referentes ao anabolismo protéico. Este dado é corroborado por estudos que 
demonstram reversão destes parâmetros após reposição com GH 25, 26. 
Estudos realizados com portadores de deficiência isolada e vitalícia do 
hormônio de crescimento (DIGH), devido a uma mutação homozigótica no gene do 
receptor do hormônio liberador do GH (GHRHR) em Itabaianinha, no Nordeste do 
Brasil, demonstraram, da infância à velhice 27, 28, redução de massa magra refletindo a 
carência do efeito sinérgico do GH e do IGF-I sobre o anabolismo protéico e exagero 
do percentual de gordura com predomínio truncal, decorrente da menor lipólise neste 
sitio. O tratamento com GH nestes indivíduos, sobretudo na fase de transição para a 
idade adulta, é crítico para o estabelecimento de uma composição corporal adequada 
29. Em indivíduos com baixa estatura idiopática e resposta exacerbada do GH aos 
testes farmacológicos, o índice de massa corpórea foi menor no subgrupo com 
possível resistência parcial ao IGF-I em relação aos subgrupos com possível 
resistência ao GH e secreção normal do GH, nos quais um efeito metabólico direto do 
GH é possível. Pode-se especular uma menor massa de adipócitos no subgrupo com 
possível resistência parcial ao IGF-I, conseqüente a uma menor diferenciação dos pré-
adipocitos, onde os receptores para IGF-I são abundantes 23. Esses dados enfatizam os 
efeitos do eixo GH/IGF-I sobre a composição corporal em outros modelos que não a 
deficiência clássica do hormônio de crescimento 30. 
Em concordância com estudos que demonstraram associação da deficiência do 
GH com dislipidemia, na DIGH de Itabaianinha ocorrem níveis séricos elevados de 
colesterol LDL e de colesterol total, em comparação com os controles da mesma 
região 28, 31, 32, efeito eventualmente associado a uma redução da expressão dos 
receptores hepáticos para o colesterol LDL 33. 
Embora a DGH de início na idade adulta seja associada à resistência à insulina 
34, 35, os indivíduos com DIGH de Itabaianinha apresentam níveis insulínicos 
reduzidos e os valores de índice de resistência à insulina são menores do que aqueles 
dos controles 28, 32. Indivíduos heterozigóticos para essa mutação, apesar de não terem 
redução estatural e dos níveis de IGF-I, apresentam redução do peso corpóreo, da 
massa magra, da insulina em jejum e do índice de resistência à insulina (homeostasis 
model assessment), sugerindo um efeito direto da menor secreção de GH não 
dependente de IGF-I nos heterozigotos sobre a composição corporal 36. 
 
 109
 
SÍNDROME METABÓLICA, ESTADOS HIPERCATABÓLICOS 
E O EIXO GH-IGF-I 
 
DGH de início na idade adulta e a síndrome metabólica compartilham muitas 
semelhanças, adiposidade visceral, resistência à insulina, hipertrigliceridemia, 
hipertensão arterial e redução dos níveis séricos de HDL A adiposidade central e a 
resistência à insulina são aspectos fundamentais dessas duas síndromes e aumentam o 
risco de evolução para diabetes mellitus tipo 2 37, 38. 
Portadores de síndrome metabólica também possuem níveis séricos de GH 
reduzidos, provavelmente devido aos níveis cronicamente elevados de ácidos graxos 
livres e aos altos níveis de insulina observados na obesidade 39. Este dado levou a 
estudos que avaliassem o potencial do tratamento com GH em indivíduos portadores 
de síndrome metabólica. Os primeiros estudos utilizaram doses altas de GH (5-10 
µg/kg/dia) e observaram redução da massa gorda, mas sem melhora na resistência à 
insulina, provavelmente decorrente da intensa lipólise promovida por este hormônio, 
contrabalanceando os efeitos positivos do IGF-I 40, 41. Com isso, ensaios clínicos estão 
em andamento utilizando-se de doses menores (1-2 µg/kg/dia) e objetivando unir o 
menor efeito lipolítico possível do GH à melhora da resistência à insulina promovida 
pelo IGF-I 25. 
Devido aos efeitos anabólicos do GH, foi postulado que sua utilização em 
situações hipercatabólicas poderia ser benéfica. Estudos realizados em pacientes 
portadores de AIDS, grandes queimados e naqueles submetidos a cirurgias de grande 
porte evidenciaram melhora do balanço nitrogenado após terapia com GH 42,43. Um 
estudo randomizado, controlado por placebo, realizado com pacientes em um centro 
de terapia intensiva (CTI) demonstrou que os pacientes que receberam altas doses de 
GH apresentaram maior mortalidade que aqueles quereceberam placebo 44. No 
entanto, o uso de GH tem se mostrado seguro em condições crônicas, como fibrose 
cística, insuficiência renal crônica, AIDS 44, 45, 46, o que leva a necessidade de mais 
ensaios clínicos para avaliação de sua verdadeira eficácia. 
 
 
 110
ADIPOCINAS E O EIXO GH-IGF-I 
 
Está consolidado o conceito do tecido adiposo como um órgão endócrino e 
não com um reservatório inerte de calorias através do estoque de gorduras. Dentro das 
inúmeras proteínas secretadas pelo tecido adiposo, as adipocinas, vamos nos ater a 
duas, a adiponectina e a leptina e a relação de ambas com o GH. Adiponectina é a 
mais abundante proteína originada do tecido adiposo, diminui com a obesidade e 
associa-se positivamente com a sensibilidade a insulina e inversamente com o risco 
de Diabetes tipo 2 47. Leptina, outra proteína específica do tecido adiposo, 
comumente elevada na obesidade, tem um papel aterogênico, pro-trombótico e 
angiogênico, estimulando a inflamação vascular, o estresse oxidativo e a hipertrofia 
das células musculares lisas, contribuindo para hipertensão, aterosclerose e outras 
doenças cardiovasculares 48, 49. Dados sobre estas duas adipocinas são controversos na 
DGH: Leptina tem sido descrita como elevada 50, 51 ou normal 52, 53, e adiponectina 
como baixa 54 ou normal 55. Nós descrevemos o primeiro relato de concentrações 
elevadas de adiponectina, associada a concentrações normais de leptina sérica, nos 
indivíduos com DIGH de Itabaininha 56 caracterizando um perfil de adipocinas 
distinto do comumente associado com obesidade (leptina elevada e baixa 
adiponectina). Interessante, nossos achados estão em concordância com dados 
recentes que mostram em modelos animais 57 e humanos 58 com resistência ao GH a 
adiponectina é mais elevada. Este perfil de adipocinas, junto com os níveis muito 
baixos de IGF-I e sensibilidade normal à insulina, provavelmente protege estes 
indivíduos com DIGH genética contra o aparecimento precoce da aterosclerose, 
apesar da composição corporal adversa, do aumento da pressão arterial e da presença 
de outros fatores de risco cardiovascular. 
 
 
DISFUNÇÃO ENDOTELIAL, HIPERTROFIA VENTRICULAR E 
O EIXO GH-IGF-I 
 
 A disfunção endotelial (DE) é entendida como o processo fisiopatológico 
inicial da aterogênese. A diminuição de IGF-I parece estar associada à DE, já que o 
 111
IGF-I aumenta a produção de óxido nítrico, melhora a sensibilidade á insulina, 
promove a ativação dos canais de potássio dependentes de ATP, previne a 
dislipidemia pós prandial e ainda têm ações antiinflamatórias e antiapoptóticas. Na 
DGH encontramos prejuízo na vasodilatação dependente de endotélio, aumento da 
agregação plaquetária, aumento da PCRas, elevação do PAI-1, elevação do 
fibrinogênio, aumento da espessura da íntima média e maior prevalência de placas 
ateroscleróticas, que podem ser revertidas com o tratamento com GH 59, 60. 
 O IGF-I e a insulina são potentes fatores tróficos, independentes da pressão 
arterial, na determinação da massa ventricular esquerda e da geometria cardíaca 61. 
 Conforme apresentado acima, os indivíduos com DIGH de Itabaianinha 
apresentam fatores de risco cardiovascular: obesidade central, redução da massa 
magra, aumento do percentual de gordura, da pressão arterial e da PCRas; e como 
fatores de proteção, diminuição da insulina basal e do HOMAir e adiponectina mais 
elevada com leptina normal. O balanço deste conjunto de fatores conduz aos achados 
normais de espessura médio intimal das carótidas e excreção urinária de albumina 
(marcadores precoces de DE e aterosclerose), e da ausência de hipertrofia ventricular 
esquerda (marcador de lesão de órgão alvo) 28, 32, 56. 
Provavelmente esta maior insulino sensibilidade e os níveis muito baixos de 
GH e IGF-I durante toda a vida impeçam o aparecimento precoce da aterosclerose e 
da HVE neste grupo com DIGH congênita, talvez pela menor proliferação das células 
musculares lisas, etapa primordial para o crescimento de placa aterosclerótica. Por 
outro lado, a redução menos grave do IGF-1 e com início na idade adulta pode levar à 
apoptose daquelas células, provocando a ruptura de placas ateroscleróticas pré-
existentes e os eventos cardiovasculares na DIGH adquirida ou moderada 32, 62, 63. 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 A capacidade do eixo GH/IGF-I em promover o crescimento decorre de uma 
complexa interação de ações metabólicas desempenhadas pelo GH e pelo IGF-I. As 
ações do GH e IGF-I são sinérgicas sobre o anabolismo protéico e a composição 
corporal com incremento da massa magra e redução do percentual de gordura, e são 
 112
antagônicas sobre a sensibilidade insulínica, reduzida pelo GH e aumentada pelo IGF-
I, e sobre a lipólise, aumentada pelo GH e reduzida pelo IGF-I. O GH aumenta a 
oxidação lipídica e o efeito do IGF-I é tempo dependente, agudamente diminuindo-a 
e cronicamente aumentando-a, via supressão insulínica. Enquanto a ação sobre o 
crescimento encerra-se com o estabelecimento da estatura final, as ações metabólicas 
e cardiovasculares perduram durante toda a vida, com implicações no processo de 
envelhecimento fisiológico e em várias situações clínicas como a DGH, diabetes 
mellitus, síndrome metabólica e estados hipercatabólicos. A terapia com GH melhora 
os aspectos metabólicos e a composição corporal na DGH de inicio na infância e na 
idade adulta e possivelmente nas condições citadas. Estudos adicionais são 
necessários para definir doses e segurança nestas outras indicações. 
Enquanto os estudos de desfechos clínicos não sejam amplamente disponíveis, 
uma menção de cautela deve ser lembrada para que os desejados efeitos lipolíticos e 
anabólicos da terapia com o GH sejam aplicados na prática clínica. 
REFERÊNCIAS 
 
1- Herrington J, Carter-Su. Signaling pathways activated by the GH receptor. Trends 
Endocrinol Metab 2001;12:252-257. 
2- Dupont J, LeRoith D. Insulin and insulin-like growth factor I receptors: similarities and 
differences in signal transduction. Horm Res 2001;55(2):S22-S26. 
3- LeRoith D, Yakar S. Mechanisms of disease: metabolic effects of growth hormone and 
insulin-like growth factor 1. Nat Clin Prac End Met 2007;3:302-310. 
4- Liu J, Coschigano KT, Robertson K, Lipsett M, Guo Y, Kopchick JJ, et al. Disruption 
of growth hormone receptor gene causes diminished pancreatic islet size and increased 
insulin sensitivity in mice. Am J Physiol Endocrinol Metab 2004;287:E405-E413. 
5- Guo Y, Lu Y, Houle D, Robertson K, Tang Z, Kopchick JJ, et al. Pancreatic islet-
specific expression of an insulin-like growth factor-I transgene compensates islet cell growth 
in growth hormone receptor gene deficient mice. Endocrinology 2005;146:2602-2609. 
6- Yakar S, Liu J, Stannard B, Butler A, Accili D, Sauer B, et al. Normal growth and 
development in the absence of hepatic insulin-like growth factor I. Proc Natl Acad Sci USA 
1999;96:7324-7329. 
7- Yakar S, Setser J, Zhao H, Stannard B, Haluzik M, Glatt V, et al. Inhibition of growth 
hormone action improves insulin sensitivity in liver IGF-I- deficient mice. J Clin Invest 
2004;113:96-105. 
8- Haluzik M, Yakar S, Gavrilova O, Setser J, Boisclair Y, LeRoith D. Insulin resistance in 
the liverspecific IGF-I gene-deleted mouse is abrogated by deletion of the acid-labile subunit 
of the IGF-binding protein-3 complex: relative roles of growth hormone and IGF-I in insulin 
resistance. Diabetes 2003;52:2483-2489. 
9- Møller N, Gjedsted J, Gormsen L, Fuglsang J, Djurhuus C. Effects of growth hormone 
on lipid metabolism in humans. Growth Horm IGF Res. 2003;13(A):18-21. 
10- Beck JC, McGarry EE, Dyrenfurth I, Venning EH. Metabolic effects of human and 
monkey growth hormone in man. Science 1957;125:884-885. 
 113
11- Davidson MB. Effect of growth hormone on carbohydrate and lipid metabolism. Endocr 
Rev 1987;8:115-131. 
12- Møller N. The role of growth hormone in the regulation of human fuel metabolism. In: 
FlyvbjergA, Ørskov H, Alberti KGMM, editors. Growth hormone and Insulin-like growth 
factors in human and experimental diabetes. Chichester: John Wiley & Sons 1993, 224-332. 
13- Ho KY, Veldhuis JD, Jonson ML, FurianettoR, Evans WS, Alberti KGMM, et al. 
Fasting enhances growth hormone secretion and amplifies the complex rhythms of growth 
hormone secretion in man. J Clin Invest 1988;81:968-975. 
14- Hohnston DG, Davis RR, Prescott RW. Regulation of growth hormone secretion in 
man: a review. J R Soc Med 1985;78:319-327. 
15- Sakharova AA, Horowitz JF, Surya S, Goldenberg N, Harber MP, Symons K, et al. 
Role of Growth Hormone in Regulating Lipolysis, Proteolysis, and Hepatic Glucose 
Production during Fasting. J Clin Endocrinol Metab 2008:93(7): 2755-2759. 
16- Edge JA, Pal BR, Harris DA, Matthews DR, Phillips PE, Dunger DB. Evidence for a 
role for insulin and growth hormone in overnight regulation of 3-hidroxybutyrate in normal 
and diabetic adolescent. Diabetes Care 1993;16:1011-1018. 
17- Hansen AP, Johansen K. Diurnal patterns of blood glucose, serum free fatty acids, 
insulin, glucagon and growth hormone in normals and juvenile diabetics. Diabetologia 
1970;6:2703-2708. 
18- Argetsinger LS, Campbell GS, Yang X, Witthuhn BA, Silvennoinen O, Ihle JN, et al. 
Identification of JAK2 as a growth hormone receptor-associated tyrosine kinase. Cell 
1993;74:237-244. 
19- Fryburg DA, Louard RJ, Gerow KE, Gelfand RA, Barrett EJ. Growth hormone 
stimulates skeletal muscle protein synthesis and antagonizes insulin’s antiproteolytic action in 
humans. Diabetes 1992;41:424-429. 
20- Bratusch-Marrain PR, Smith D, DeFronzo RA. The effect of growth hormone on 
glucose metabolism and insulin secretion in man. J Clin Endocrinol Metab 1982;55:973-982. 
21- Nielsen S, Møller N, Christiansen JS, Jørgensen JO. Pharmacological antilipolysis 
restores insulin sensitivity during growth hormone exposure. Diabetes 2001;50:2301-2308. 
22- Di Cola G, Cool MH, and Accili D et al. Hypoglycemic effect of insulin-like growth 
factor-1 in mice lacking insulin receptors. J Clin Invest 1997;99:2538-2544. 
23- Scavo LM, Karas M, Murray M, Leroith D. Insulin-like growth factor-I stimulates both 
cell growth and lipogenesis during differentiation of human mesenchymal stem cells into 
adipocytes. J Clin Endocrinol Metab 2004;89:3543-3553. 
24- Mauras N, Haymond MW. Are the metabolic effects of GH and IGF-I separable? 
Growth Horm IGF Res 2005;15:19-27. 
25- Yuen KC, Dunger DB. Impact of treatment with recombinant human GH and IGF-I on 
visceral adipose tissue and glucose homeostasis in adults. Gr Horm IGF-I Res 2006;16:S55-
61. 
26- Brummer RJ. Effects of growth hormone treatment on visceral adipose tissue. Growth 
Horm IGF Res 1998;8:19-23. 
27- Barretto ESAB, Gill MS, Freitas MES, Magalhães MMG, Souza AHO, Aguiar-Oliveira 
MH, et al. Serum leptin and body composition in children with familial GH deficiency 
(GHD) due to a mutation in the growth hormone-releasing hormone (GHRH) receptor. 
Clinical Endocrinology 1999;51(5):559-64. 
28- Barreto-Filho JAS, Alcântara MRS, Salvatori R, Sousa ACS, Souza AH, Aguiar-
Oliveira MH, et al. Familial isolated growth hormone deficiency is associated with increased 
systolic blood pressure, central obesity and dyslipidemia. J Clin Endocrinol Metab 
2002;87:2018-2023. 
29- Gleeson HK, Barreto ESA, Salvatori R, Oliveira CRP, Pereira RMC, Aguiar-Oliveira 
MH, et al. Metabolic effects of growth hormone (GH) replacement in children and 
 114
adolescents with severe isolated GH deficiency due to a GHRH receptor mutation. Clinical 
Endocrinology 2007;66:466-474. 
30- Milani, SLS. Caracterização clínica e laboratorial de crianças e adolescentes com 
insensibilidade parcial ao hormônio de crescimento ou ao IGF-I. Tese de doutoramento. 
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP, Ribeirão Preto, São Paulo, 2009. 
31- Gleeson HK, Gill MS, Wieringa GE, Barretto ESA, Barretto-Filho JAS, Aguiar-
Oliveira MH, et al. Lipid profiles in untreated severe congenital isolated growth hormone 
deficiency through the lifespan. Clinical Endocrinology 2002;57:89-95. 
32- Oliveira JL, Marques-Santos C, Barreto-Filho JA, Pereira RM, Aguiar-Oliveira MH, 
Salvatori R, et al. Lack of evidence of premature atherosclerosis in untreated severe isolated 
growth hormone deficiency due to a GHRH receptor mutation. J Clin Endocrinol Metab 
2006;91:2093-2099. 
33- Raben MS, Hollenberg CH. Effect of growth hormone on plasma fatty acids. J. Clin. 
Invest 1959;38:484-488. 
34- Hew FL, Koschmann M, Christopher M, Rantzau C, Vaag A, Ward G, et al. Insulin 
resistance in growth hormone-deficient adults: defects in glucose utilization and glycogen 
synthase activity. J Clin Endocrinol Metab 1996;81:555-564. 
35- Gola M, Bonadonna S, Doga M, Guistina A. Clinical Review: Growth Hormone and 
Cardiovascular Risk Factor. J Clin Endocrinol Metab 2005;90:1864-1870. 
36- Pereira RM, Aguiar-Oliveira MH, Oliveira JL, Marques-Santos C, Barreto-Filho JAS, 
Salvatori R, et al. Heterozygosity for a mutation in the growth hormone-releasing hormone 
receptor gene does not influence adult stature, but affects body composition. J Clin 
Endocrinol Metab 2007;92:2353-57. 
37- Bengtsson BA. The consequences of growth hormone deficiency in adults. Acta 
Endocrinol (Copenh) 1993;128(Suppl. 2):2-5. 
38- Johansson JO, Fowelin J, Landin K, Lager I, Bengtsson BA. Growth hormone-deficient 
adults are insulin-resistant. Metabolism 1995;44:1126-1129. 
39- Veldhuis JD, Iranmanesh A, Ho KK, Waters MJ, Johnson ML, Lizarralde G. Dual 
defects in pulsatile growth hormone secretion and clearance subserve the hyposomatotropism 
of obesity in man. J Clin Endocrinol Metab 1991;72:51-59. 
40- Albert SG, Mooradian AD. Low-dose recombinant human growth hormone as adjuvant 
therapy to lifestyle modifications in the management of obesity. J Clin Endocrinol Metab 
2004;89:695-701. 
41- Franco C, Brandberg J, Lonn L, Andersson B, Bengtsson BA, Johannsson G. Growth 
hormone treatment reduces abdominal visceral fat in postmenopausal women with abdominal 
obesity: a 12-month placebo-controlled trial. J Clin Endocrinol Metab 2005;90:1466-1474. 
42- Wilmore DW. The use of growth hormone in severely ill patients, Adv Surg 
1999;33:261-274. 
43- Mulligan K, Tai VW, Schambelan M. Use of growth hormone and other anabolic agents 
in AIDS wasting, J. Parenter Enteral Nutr 1999;23:S202-S209. 
44- Takala J, Ruokonen E, Webster NR, Nielsen MS, Zandstra DF, Vundelinckx G, et al. 
Increased mortality associated with growth hormone treatment in critically ill adults. N Engl J 
Med 1999;341:785-792. 
45- Haffner D, Schaefer F, Nissel R, Wuhl E, Tonshoff B, Mehls O. Effect of growth 
hormone treatment on the adult height of children with chronic renal failure. German Study 
Group for Growth Hormone Treatment in Chronic Renal Failure. N Engl J Med 
2000;343:923-930. 
46- Hardin DS, Ellis KJ, Dyson M, Rice J, McConnell R, Seilheimer DK. Growth hormone 
improves clinical status in prepubertal children with cystic fibrosis: results of a randomized 
controlled trial. J Pediatr 2001;139(5):636-642. 
47- Li S, Shin HJ, Ding E, van Dan RM. Adiponectin levels and risk of type 2 diabetes: a 
systematic review and meta-analasis. JAMA 2009;302:179-188. 
 115
48- Beltowski J. Leptin and atherosclerosis. Atherosclerosis 2006;189:47-60. 
49- Seufert J. Leptin effects on pancreatic beta-cell gene expression and function. Diabetes 
2004;53:S152-S158. 
50- Stevenson AE, Evans BAJ, Gevers EF, Elford C, McLeod RWJ, Perry MJ, et al. Does 
adiposity status influence femoral cortical strength in rodent models of growth hormone 
deficiency? Am J Physiol Endocrinol Metab 2009;296:E147-E156. 
51- Joaquin C, Aguilera E, Granada ML, Pastor MC, Salinas I, Alonso N, et al. Effects of 
GH treatment in GH deficiency adults on adiponectin, leptin and pregnancy- associeted 
plasma protein-A. Eur J Endocrinol 2008;158:483-490. 
52- Jung CH, Lee WY, Rhee EJ, Kim SY, Oh KW, Yun EJ, et al. Serum ghrelin and leptin 
levels in adult growthhormone deficiency syndrome. Arch Med Res 2006;37: 612-618. 
53- Gill MS, Toogood AA, Jones J, Clayton PE, Shalet SM. Serum leptin response to the 
acute and chronic administration of growth hormone (GH) to elderly subjects with GH 
deficiency. J Clin Endocrinol Metab 1999;84:1288-129. 
54- Lanes R, Soros A, Gunczler P, Paoli M, Carrillo E, Villaroel O, et al. Growth hormone 
deficiency, low levels of adiponectin and unfavorable plasma lipid and lipoproteins. J Pediatr 
2006;149:324-329. 
55- Fukuda I, Hizuka N, Ishikawa Y, Itoh E, Yasumoto K, Murakami Y, et al. Serum 
adiponectin levels in adult growth hormone deficiency and acromegaly. Growth Horm IGF 
Res 2004;14:449-454. 
56- Oliveira CRP, Salvatori R, Meneguz-Moreno RA, Aguiar-Oliveira MH, Pereira RMC. 
Valença EHA Adipokine profile and urinary albumin excretion in solated GH deficiency. J 
Clin Endocrinol Metab. 2010 Feb;95(2):693-8. 
57- Nilsson L, Binart N, Bohlooly-y M, Bramnert M, Egecioglu E, Kindblom J, et al. 
Prolactin and growth hormone regulate adiponectin secretion and receptor expression in 
adipose tissue. Biochem Biophys Res Commun 2005;331:1120-1126. 
58- Kanety H, Hemi R, Ginsberg S, ParienteC, Yissachar E, Barhod E et al. Total and high 
molecular weight adiponectin are elevated in patients with Laron syndrome despite marked 
obesity. European Journal of Endocrinology 2009;161:837–44. 
59- Capaldo B, Patti L, Oliviero U, Longobardi S, Pardo F, Vitale F et al. Increased arterial 
intima-media thickness in childhood-onset growth hormone deficiency. J clin Endocrinol 
Metabolism 1997; 82: 1378-81. 
60- Pfeiter M, Verhovec R, Zizek B. Growth hormone (GH) treatement reverses early 
atherosclerotic changes in GH-deficient adults. J Clin Endocrinol Metabolism 1999; 84: 453-
7. 
61- Verdecchia P, Reboldi G, Schillaci G, Borgioni C, Ciucci A, Telera MP et al . 
Circulating insulin and insulin growth factor-1 are independent determinants of left 
ventricular mass and geometry in essencial hypertension. Circulation 1999; 100:1802-7. 
62- Delafontaine P, Song YH, Li Y. Expression, regulation, and function of IGF-I, IGF-IR, 
and IGF-I binding proteins in blood vessels 2004. Arterioscler Thromb Vasc Biol;.24 : 435-
44. 
63- Oliveira, JLM, Aguiar-Oliveira MH, D’Oliveira Jr A, Pereira RMC, Oliveira CRP, 
Farias CT et al. Congenital Growth Hormone (GH) deficiency and Atherosclerosis: Effects of 
GH Replacement in GH-Naive Adults 2007. J Clin Endocrinol Metabolism; 92(12):4664-70. 
 116
 
APÊNDICE 3 
 
Termo de Consentimento 
 
O termo de consentimento utilizado está impresso na íntegra nas folhas 
seguintes. 
 
 
 
 Approved June 9, 2009 
Date: June 9, 2009 
Principal Investigator: Roberto Salvatori 
Application No.: NA_00018533 
 
- 1 - 
 
Local da pesquisa: 
Universidade Federal de Sergipe, 
Bairro Sanatório, S/N 
Aracaju, SE/ Brasil-49.060-100 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Identificação do Paciente 
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 
 
Título de projeto: Conseqüências de deficiência de hormônio de 
crescimento isolada vitalícia parte II (Termo de 
Consentimento dos Anões) 
 
Número da Aplicação: NA_00018533 
 
Patrocinador: Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos da 
América 
 
Investigador principal: Roberto Salvatori, MD. 
 
 
1. O que você deve saber sobre este estudo: 
 
• Estão lhe pedindo que participe de um projeto de pesquisa. 
• Este termo de consentimento explica o projeto de pesquisa e sua 
participação no projeto. 
• Por favor, leia cuidadosamente e leve o tempo que você achar necessário. 
• Por favor, faça perguntas qualquer hora a por qualquer coisa que você não 
entenda. 
• Você é um voluntário. Se você participar do estudo, você pode mudar de 
idéia depois. Você pode desistir a qualquer momento. Não haverá nenhuma 
penalidade ou perda de benefícios se você decidir deixar o estudo. 
• Durante o estudo, nós lhe diremos qualquer informação nova que viermos a 
aprender e que poderia alterar seu desejo de continuar no estudo. 
• Durante este estudo, você não terá acesso a certas informações médicas e 
resultados de teste coletados para propósitos de estudo. Se uma 
emergência acontecer enquanto você estiver no estudo, as informações 
médicas precisas ou necessárias para seu tratamento serão disponíveis para 
seu médico. Quando o estudo for completado, todas as informações em seu 
registro médico estarão disponíveis para você. 
 
 
 
 
 
 
 Approved June 9, 2009 
Date: June 9, 2009 
Principal Investigator: Roberto Salvatori 
Application No.: NA_00018533 
 
- 2 - 
 
 
2. Por que esta pesquisa está sendo realizada? 
 
. Esta pesquisa está sendo feita para determinar as conseqüências que a falta de 
hormônio de crescimento por muitos anos pode causar além da baixa estatura ( 
nanismo). Além disso, nós desejamos descobrir se as pessoas com deficiência do 
hormônio de crescimento vivem tanto quanto as pessoas com níveis normais do 
hormônio de crescimento. Também queremos estudar se as pessoas de estatura 
normal, que portam o gene que causa baixa estatura em Itabaianinha têm 
alterações no corpo delas, comparados com pessoas que não portam este gene. 
Pessoas com baixa estatura devido à deficiência de hormônio de crescimento, seus 
parentes de estatura normal, e as pessoas normais que residem em Itabaianinha e 
municípios vizinhos podem se unir a este estudo. Estima-se que um total de cerca 
de 930 pessoas entrará no estudo. 
 
3. O que acontecerá se você participar deste estudo? 
 Se você concordar em participar deste estudo, nós lhe pediremos que faça uma ou 
mais das seguintes coisas abaixo: 
Responder algumas questões sobre sua saúde e se você é parente de anão. 
 Você será medido e será pesado, e se for selecionado para a pesquisa, nós 
coletaremos algumas células dentro de sua boca esfregando um cotonete de 
algodão suavemente na sua bochecha por aproximadamente 30 segundos. Isto nos 
permitirá obter seu DNA (material genético) para determinar se você pode transmitir 
a sua descendência, o gene alterado que causa a baixa estatura nos anões de 
Itabaianinha. 
 
• Baseado no resultado do teste genético nós podemos lhe pedir que leve 
adiante uma segunda fase do estudo. Nós lhe pediremos que seja examinado 
em Itabaianinha ou na Universidade Federal de Sergipe em Aracaju. Nós 
organizaremos um transporte de carro à noite antes do exame ou mesmo no 
dia para participantes serem deslocados para Aracaju, e transporte de 
retorno ao término de teste. Se você passar a noite, você ficará sem nenhum 
custo no Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe. Nós lhe 
pediremos que faça os testes indicados: 
• Medir sua pressão sanguínea, estatura, dobras da pele 
• Colher seis colheres de chá de sangue 
• Se você for uma mulher capaz de engravidar ,nós lhe perguntaremos se 
você poderá estar grávida. Se você responder que sim ,será pedido para 
você colher uma amostra de sua urina, onde realizaremos um teste para 
saber se você está grávida 
 
• Realize um teste de Tolerância a glicose para medir o aumento no sangue do 
nível de um hormônio chamado insulina, depois que nós injetarmos açúcar 
em sua veia. De manhã cedo, você será transportado para o Hospital 
Universitário em Aracaju. Você será solicitado para não comer nada antes da 
meia-noite, até o fim do teste. Serão puncionadas duas veias e colocados 
dois escalpes onde serão colocadas duas agulhas em seus antebraços. A 
 
 Approved June 9, 2009 
Date: June 9, 2009 
Principal Investigator: Roberto Salvatori 
Application No.: NA_00018533 
 
- 3 - 
 
metade de colher de chá de sangue será tirada novamente através do 
escalpe nos tempos 15, 10 e 1 minuto antes da administração do açúcar, e 5, 
 
10, 15, 30, 45, 60, 90, 120 e 180 minutos depois da administração do açúcar. 
O total de sangue puncionado não será mais que 2 colheres de sopa. O único 
efeito negativo que a água e açúcar podem causar é um aumento ou 
diminuiçãodos níveis de açúcar no sangue. 
• Uma parte de seu sangue será armazenada para possível repetição das 
provas ou estudos futuros. 
• Você só receberá os resultados do estudo se nós descobrirmos qualquer 
problema médico que pode precisar de tratamento. 
• Quanto tempo você estará no estudo? Você estará neste estudo por um 
tempo máximo de 24 horas. 
 
4. Quais os riscos ou desconfortos do estudo? 
 
• A coleta do material bucal, o exame médico, medida das dobras da pele, 
pressão sanguínea e a ultra-sonografia não levam a nenhum risco. 
• Risco do teste genético: Você poderá ficar preocupado se souber que é um 
portador e que pode transmitir o gene da baixa estatura para seu filho. 
• A coleta de sangue, só leva ao risco de um pequeno sangramento, mancha e 
infecção, mas este procedimento será realizado por pessoal treinado, com 
material estéril para minimizar riscos. 
• Se você realizar o teste de tolerância de glicose, há um risco pequeno que o 
açúcar em seu sangue possa ficar muito baixo. Se isto acontecer, você pode 
notar que as batidas do seu coração se tornarão mais rápida, você poderá 
começar a suar muito e ter problemas para manter a concentração. Se isto 
acontecer, você deverá nos informar imediatamente, e nós administraremos 
açúcar (Glicose) em sua veia, e o teste será parado, voltando tudo ao normal. 
• Você pode se sentir cansado ou entediado enquanto nós estivermos lhe 
fazendo perguntas ou você estiver completando questionários. Você não tem 
que responder qualquer pergunta você não queira responder. 
• Pode haver efeitos colaterais e desconfortos que ainda não são conhecidos. 
5. Há riscos relacionados à gravidez? 
 
No dia inicial do estudo, nós lhe perguntaremos da possibilidade de você estar 
grávida. Se você responder sim, nós faremos um teste de gravidez em sua urina. Se 
o resultado der negativo você pode continuar no estudo. Caso fique grávida antes 
do estudo ser completado você deve informar ao médico responsável pelo estudo. 
Se você estiver grávida, nós não a incluiremos no estudo, porque a gravidez pode 
alterar muito dos parâmetros naturalmente que nós estamos estudando. Porém, 
esta pesquisa pode lesar um embrião ou feto de modo que nós não sabemos 
atualmente. 
 
 6. Há benefícios de estar no estudo? 
 
Não há nenhum benefício direto a você de estar neste estudo. 
 
 
 Approved June 9, 2009 
Date: June 9, 2009 
Principal Investigator: Roberto Salvatori 
Application No.: NA_00018533 
 
- 4 - 
 
 
 
 
 
 
7. Quais as opções se você não quiser fazer parte neste estudo? 
 
Você é livre para decidir se você quer participar deste estudo. Em nenhum momento 
será negado cuidado médico futuro a você porque se recusou a entrar neste estudo. 
Você não tem que participar deste estudo. Se você não participar, seu atendimento 
na Universidade Federal de Sergipe não será afetado. 
8. Você teria alguma despesa para participar deste estudo? 
 
Não. 
 
9. Você será pago para participar deste estudo? 
 
Você não será pago para participar deste estudo. Se lhe pedirem para ir à Aracaju, 
serão providenciados transporte e alimentação gratuitamente. Você poderá receber 
diária pelo dia de trabalho perdido. 
 
10. Você pode deixar o estudo mais cedo? 
 
• Você pode concordar estar no estudo agora e depois mudar de idéia. 
• Se você desejar parar, por favor, nos fale imediatamente. 
• Você deixando o estudo mais cedo não terá seu tratamento médico 
interrompido. 
• Se você deixar o estudo mais cedo, o Johns Hopkins pode usar ou distribuir a 
informação sobre sua saúde que já tem mesmo que você não dê seguimento 
ao estudo. 
 
11. O que nos levaria a retirá-lo mais cedo do estudo? 
 
Você pode ser levado para sair do estudo se: 
• Ficar no estudo for prejudicial a sua saúde. 
• Você precisa de tratamento não permitido no estudo. 
• Você não seguir as instruções. 
• Você ficar grávida. 
• O estudo for cancelado. 
• Pode haver outras razões que nós não sabemos neste momento para retirá-
lo deste estudo. 
 
12. Como sua privacidade será protegida? 
 
Algumas informações de sua saúde coletadas neste estudo serão enviadas para os 
Estados Unidos. 
 
 
 Approved June 9, 2009 
Date: June 9, 2009 
Principal Investigator: Roberto Salvatori 
Application No.: NA_00018533 
 
- 5 - 
 
Há uma lei nos Estados Unidos que protegem esta informação. A lei diz que 
informações médicas sobre você só podem ser usadas seguindo regras rígidas. 
Estamos lhe pedindo que nos deixe usar e distribuir detalhes sobre sua saúde como 
permitido por esta lei norte americana. Você não tem que concordar em permitir que 
 
 
façamos isto. Se você não estiver de acordo, você não entrará neste estudo. Se 
você concordar em nos deixar usar e distribuir informação sobre sua saúde você 
 
poderá mudar de idéia a qualquer momento. Caso você mude de idéia, por favor, 
nos fale e nos dê documento por escrito dizendo que mudou de idéia quanto a 
participar do estudo. Desta data em diante nós não coletaremos mais novas 
informações sobre sua saúde. Seu cancelamento não afetará as informações já 
coletadas anteriormente neste estudo. 
 
13. O estudo exigirá que outros provedores de assistência médica 
compartilhem de suas informações de saúde com os pesquisadores deste 
estudo? 
 
Como parte deste estudo, os pesquisadores podem pedir para ver seus registros 
médicos de outros provedores de assistência médica. Nós pediremos para que este 
outro provedor de assistência médica nos forneça qualquer informação sobre seu 
estado de saúde e cuidados médicos. 
 
14. Que custos de tratamento serão pagos se você ficar doente neste 
estudo? 
 
O governo federal e Johns Hopkins não têm programas para pagar se você for 
lesado ou tenha outras reações ruins por estar no estudo. Porém, os cuidados 
médicos na Universidade Federal de Sergipe estarão abertos a você como é a todas 
as pessoas doentes,que dela precisarem. 
- Se você tem plano médico de saúde: Serão faturados para o seu plano os custos 
para qualquer tratamento ou cuidado hospitalar que você receba como o resultado 
de um dano relacionado ao estudo. Qualquer valor que não for coberto pelo seu 
plano de saúde será faturado em seu nome. 
- Se você não tem plano médico de saúde: Será faturado em seu nome qualquer 
custo para qualquer tratamento ou cuidado hospitalar que você receba como o 
resultado de um dano relacionado ao estudo. 
 
15. Que outras coisas você deveria saber sobre este estudo de pesquisa? 
 
A) O que é o Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) e como o protege? 
 
O CEP do Johns Hopkins Medicine e da Universidade Federal de Sergipe são 
compostos de: 
• Médicos 
• Enfermeiras 
• Eticistas 
 
 Approved June 9, 2009 
Date: June 9, 2009 
Principal Investigator: Roberto Salvatori 
Application No.: NA_00018533 
 
- 6 - 
 
• Não cientistas 
• E pessoas da comunidade local. 
 
O CEP revisa estudos de pesquisa em seres humanos. Protege os direitos e bem-
estar das pessoas que participam nesses estudos. Você pode contatar o CEP se 
 
 
você tiver perguntas sobre seus direitos como participante ou se você pensa que 
você não foi tratado devidamente. O número do telefone do CEP da Universidade 
 
Federal de Sergipe é (079) 2105-1805, falar com Maria do Carmo Queiroz Gouveia. 
Você também pode ligar para este número para retirar outras dúvidas sobre a 
pesquisa. 
 
B. O que você faz se tiver perguntas sobre o estudo? 
 
Ligue para o investigador, Dr. Manuel H. Aguiar-Oliveira no número 079 - 3227-
3026. Se você não puder localizar o investigador principal pode falar com outra 
pessoa, ligue para o Comitê de Ética em Pesquisa no Hospital Universitário da 
Universidade Federal de Sergipe pelo telefone (79) 2105-1805. 
 
C. O que deveria fazer você se você se sentir doente como resultado de estar 
neste estudo? 
 
Ligue para Dr. Manuel H. Aguiar-Oliveira, pelo telefone (079) 3227-3026 oupelo 
celular (79) 8803-9726, se você tiver um problema médico urgente relacionado à 
sua participação neste estudo. 
 
Ligue para o investigador local, Dr. Dr. Manuel Aguiar-Oliveira, ou telefone para 
(079) 3227-3026 ou o celular (79) 8826.6335 se você pensa que você está doente 
por causa deste estudo. O tratamento médico na Universidade Federal de Sergipe 
está aberto a você como a qualquer pessoa doente. 
 
D. O que acontece a Dados, Tecidos, Amostras de Sangue que são coletados 
no estudo? 
 
A Universidade Johns Hopkins e a Universidade Federal de Sergipe são dedicadas 
à descoberta das causas e curas das doenças. As informações, tecidos, amostras 
de sangue coletadas de seu corpo durante este estudo são importantes para o 
mesmo e para pesquisas futuras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Approved June 9, 2009 
Date: June 9, 2009 
Principal Investigator: Roberto Salvatori 
Application No.: NA_00018533 
 
- 7 - 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16. O que significa sua assinatura neste termo de consentimento? 
 Sua assinatura neste termo significa que: 
• Você entende a informação contida neste termo de consentimento 
• Você aceita as condições deste termo de consentimento 
• Você concorda em participar do estudo 
• Você não desistirá de nenhum direito legal por assinar este termo de 
consentimento. 
 
NÓS LHE DAREMOS UMA CÓPIA DESTE TERMO DE CONSENTIMENTO 
ASSINADA E DATADA. 
 
 
 
 
PARA ADULTOS CAPAZES DE DAR CONSENTIMENTO: 
 
_______________________________________________________________ 
Assinatura do Participante Data 
 
ASSINATURA(S): 
 
_______________________________________________________________ 
Assinatura de Pessoa que Obtém o Termo de Consentimento Data 
(Investigador pó pessoas designada pelo CEP) 
 
Assinatura de Testemunha dos procedimentos para Consentimento Data 
 
NOTA: UMA CÓPIA DO TERMO DE CONSENTIMENTO ASSINADA DEVE SER 
MANTIDA PELO INVESTIGADOR PRINCIPAL, UMA CÓPIA DEVE SER DADA AO 
PACIENTE E SE APROPRIADO, UMA CÓPIA DO TERMO DE CONSENTIMENTO 
PODE SER COLOCADA NO PRONTUÁRIO MÉDICO DO PARTICIPANTE. 
 
PARA USO DE ESCRITÓRIO SÓ: ESTUDO APROVADO PARA MATRÍCULA DE: 
( x ) Só Adultos ( ) Adultos e Crianças ( ) Só Crianças 
 124
APÊNDICE 4 
 
 
Tabelas do experimento 1: avaliação da adiponectina, leptina e 
microalbuminúria 
 
 
Tabela A1: Características basais do grupo DIGH- Experimento 1 
Número 
Paciente 
Nome Sexo Idade Altura Peso IMC Cintura Quadril C/Q IGF-I 
3 JFD F 70 1,15 36,3 27,45 80 91 0,88 0,80 
5 BNC F 68 1,17 42,6 31,12 101,5 105 0,97 0,80 
6 JNC F 55 1,08 20,2 17,32 57,5 66 0,87 0,80 
7 JNC M 64 1,20 39,8 27,64 88 82 1,07 0,80 
14 MJM F 58 1,20 39,9 27,71 81 80 1,01 0,80 
15 MJN F 51 1,25 37,6 24,06 84 88 0,95 17,99 
17 MNN F 40 1,25 34,9 22,52 79 90 0,88 11,06 
20 MHCN F 50 1,22 41,1 27,61 88,5 96,5 0,92 0,80 
21 JDF M 71 1,26 36,7 23,12 86,5 85 1,02 0,80 
23 VMF M 58 1,24 39,4 25,83 89 81 1,10 0,80 
24 JBJS M 33 1,39 34,0 17,60 68,5 77 0,89 0,83 
27 JFJ F 53 1,13 37,8 29,60 90,5 89,5 1,01 2,73 
30 MLN F 43 1,24 34,2 22,24 75,5 86,5 0,87 0,80 
31 AME F 76 1,15 43,3 32,74 87 85 1,02 0,80 
33 NJS M 48 1,28 45,4 27,93 80,6 81,7 0,99 3,89 
35 MFSN F 30 1,22 32,1 21,74 67,5 85 0,79 24,88 
38 JS F 41 1,22 48,6 32,55 96 98 0,98 19,23 
39 CTJ M 27 1,36 35,8 19,36 76 81 0,94 11,50 
41 ELFL F 30 1,20 29,3 20,35 64 80 0,80 15,70 
47 JDCS M 50 1,18 33,1 23,97 80 78 1,03 0,80 
Média 7M/13F 50,80 1,22 37,1 25,12 81,03 85,31 0,95 11,9 
Desvio Padrão 14,58 0,07 6,2 4,64 10,81 8,48 0,08 15,72 
 
 
 
 
 125
 Tabela A2: Características basais do grupo Controle- Experimento 1 
Número 
Paciente 
Nome Sexo Idade Altura Peso IMC Cintur
a 
Quadri
l 
C/Q IGF-I 
1 MHAO M 53 1,74 84,5 27,91 101 108 0,94 209,08 
2 SJSN M 43 1,68 67,8 24,02 85 96 0,89 241,65 
4 JMJF M 29 1,79 79,4 24,78 93,5 100,5 0,93 130,85 
9 ONC M 67 1,53 44,5 19,01 70 74 0,95 77,12 
10 MLCS F 65 1,46 59,7 28,01 95,5 95 1,01 64,92 
11 CCA F 30 1,59 64,8 25,63 81 100 0,81 334,93 
12 RMCP F 50 1,57 54,8 22,23 81 93 0,87 95,03 
19 JSC F 30 1,63 59,4 22,49 84 96,5 0,87 214,57 
22 RMJ F 60 1,51 56,0 24,72 91 96 0,95 121,80 
25 JOS F 47 1,54 54,1 22,81 84 94 0,89 199,59 
26 FJ F 61 1,54 63,6 26,82 98 100 0,98 152,08 
28 JFB M 50 1,59 53,8 21,42 79 85 0,93 137,08 
29 JJ M 46 1,73 69,5 23,22 92 96 0,96 191,20 
32 RMJS F 42 1,62 74,5 28,39 97 104,5 0,93 175,16 
34 RFS F 71 1,54 59,2 25,12 94 99,5 0,94 138,81 
37 MJS F 46 1,53 64,4 27,51 89,5 104 0,86 125,34 
42 SLV M 49 1,66 67,0 24,31 85 96 0,89 177,69 
43 EHOV F 41 1,60 80,0 31,25 106,5 118,5 0,90 124,89 
44 MS F 52 1,49 46,0 20,72 80,5 89 0,90 142,08 
45 LHAO M 57 1,67 73,0 26,18 101 102,5 0,99 100,36 
50 MFLO F 55 1,65 65,0 23,88 86,5 110,5 0,78 254,09 
51 BSJ F 55 1,56 58,0 23,83 87,5 101,5 0,86 155,10 
Média 8/14 49,95 1,6 63,59 24,74 89,2 91,18 0,91 161,97 
Desvio Padrão 11,48 0,09 10,49 2,85 8,7 8,99 0,05 63,36 
 
 
 126
 Tabela A3: Pressão Arterial, Composição Corporal e Lípides no grupo DIGH- 
Experimento 1 
Número 
Paciente 
PAS PAD MM MG % MG CT LDL HDL TG 
3 157 80 21,10 15,20 41,85 268 165 41 309 
5 180 100 24,90 17,70 41,55 306 178 50 392 
6 100 70 14,70 8,30 36,00 207 152 39 81 
7 180 110 27,65 12,15 30,55 199 66 23 670 
14 160 107 21,85 18,05 45,20 251 175 56 98 
15 155 98 24,80 12,80 34,05 322 245 57 101 
17 113 82 21,15 13,75 39,45 184 121 51 59 
20 132 78 25,70 15,40 37,45 170 102 46 110 
21 160 80 24,33 12,37 33,70 163 81 69 63 
23 120 80 29,75 9,65 24,60 231 132 44 277 
24 110 80 26,45 7,55 22,20 254 156 36 311 
27 140 75 22,30 15,50 41,10 289 203 33 267 
30 147 90 20,60 13,60 39,80 153 89 49 77 
31 170 100 23,15 20,15 46,50 251 173 44 168 
33 137 90 31,28 14,12 31,74 187 114 44 145 
35 90 60 17,70 14,40 44,80 164 112 40 60 
38 118 77 28,80 19,80 40,75 215 138 39 191 
39 100 60 22,85 12,95 36,10 193 127 39 136 
41 100 70 15,75 13,55 46,35 182 105 54 113 
47 112 72 19,70 13,40 40,55 238 168 39 155 
Média 134,05 82,95 23,22 14,02 37,71 221,35 140,1 44,65 140,5 
DP 28,95 14,3 4,42 3,32 6,73 49,69 44,04 9,98 189,25 
 
 127
 Tabela A4: Pressão Arterial, Composição Corporal e Lípides no grupo Controle- 
Experimento 1 
Número 
Paciente 
PAS PAD MM MG % MG CT LDL HDL TG 
1 133 90 68,45 16,05 19,00 200 114 64 108 
2 100 55 57,80 10,00 14,75 158 93 42 117 
4 100 63 69,95 9,45 11,90 181 78 28 456 
9 130 60 38,80 5,70 12,80 188 89 29 351 
10 142 95 36,65 23,05 38,60 262 140 37 498 
11 90 60 47,20 17,60 27,20 184 127 37 102 
12 95 65 39,60 15,20 27,75 138 84 43 57 
19 98 63 41,45 17,95 30,20 160 96 45 94 
22 130 78 34,35 21,65 38,65 259 173 49 185 
25 122 70 38,10 16,00 29,55 232 145 52 174 
26 153 90 44,00 19,60 30,85 178 100 35 215 
28 110 70 49,45 4,35 8,05 180 114 47 93 
29 120 80 68,50 1,00 1,45 135 68 38 14432 118 77 51,08 23,42 31,44 183 111 60 60 
34 130 90 43,50 15,70 26,50 165 70 60 174 
37 113 80 41,00 23,40 36,40 131 64 52 76 
42 110 70 52,15 14,85 22,20 200 116 70 69 
43 140 90 54,95 32,05 36,85 141 76 47 88 
44 110 75 31,80 14,20 30,90 245 168 45 158 
45 110 70 55,20 17,80 24,40 237 166 52 94 
50 105 70 47,50 17,50 26,90 312 209 59 219 
51 98 68 39,25 18,75 32,30 187 114 61 61 
Média 116,23 74,05 47,76 16,15 25,39 193,45 114,32 47,82 112,5 
DP 17,05 11,45 11,08 7,01 10,19 46,98 38,87 11,38 107,5 
 
 
 128
Tabela A5: Dados laboratoriais do grupo DIGH- Experimento 1 
Número 
Paciente 
PCRas Glicemia Insulina HOMAir Adiponectina Adiponectina/ 
MG kg 
Leptina Leptina/ 
MG Kg 
EUA 
3 2,09 116 4 1,14 12,61 0,83 15,20 1,00 3,60 
5 2,40 129 8 2,55 14,40 0,81 21,50 1,21 27,60 
6 1,07 80 1 0,20 27,68 3,33 1,60 0,19 4,80 
7 0,69 175 4 1,73 9,84 0,81 4,70 0,39 17,33 
14 0,33 102 5 1,26 40,01 2,22 28,90 1,60 4,65 
15 1,03 98 6 1,45 13,89 1,08 8,40 0,66 6,00 
17 0,14 105 3 0,78 9,02 0,66 4,90 0,36 3,69 
20 0,88 94 3 0,70 17,05 1,11 8,20 0,53 2,40 
21 1,46 93 2 0,46 52,31 4,23 4,30 0,35 9,60 
23 0,48 120 4 1,18 10,53 1,09 6,30 0,65 1,66 
24 0,23 103 1 0,25 4,51 0,60 2,40 0,32 1,33 
27 0,97 113 7 1,95 11,67 0,75 9,40 0,61 2,59 
30 0,35 89 2 0,44 7,35 0,54 9,00 0,66 1,45 
31 0,62 118 3 0,87 13,97 0,69 34,50 1,71 1,20 
33 0,39 90 4 0,89 12,40 0,88 4,40 0,31 60,00 
35 0,85 89 2 0,44 14,43 1,00 11,00 0,76 11,33 
38 0,79 104 8 2,05 5,18 0,26 9,50 0,48 8,67 
39 0,29 91 4 0,90 8,19 0,63 2,40 0,19 1,50 
41 1,14 79 2 0,39 17,02 1,26 6,50 0,48 1,66 
47 0,52 102 3 0,75 13,05 0,97 2,30 0,17 1,33 
Média 0,84 102 3,5 0,88 12,83 0,85 7,35 0,63 8,62 
DP 0,6 25 2,75 0,96 7,15 0,44 6,3 0,44 13,78 
 
 
 129
Tabela A6: Dados laboratoriais do grupo Controle- Experimento 1 
Número 
Paciente 
PCRas Glicemia Insulina HOMAir Adiponectina Adiponectina/ 
MG kg 
Leptina Leptina/ 
MG Kg 
EUA 
1 0,12 106 4 1,05 12,69 0,79 14,20 0,88 2,40 
2 0,09 109 4 1,08 11,04 1,10 4,10 0,41 3,52 
4 0,62 95 8 1,88 4,40 0,47 0,50 0,05 4,53 
9 0,23 75 3 0,56 13,66 2,40 0,50 0,09 8,80 
10 0,85 119 6 1,76 19,09 0,83 41,20 1,79 34,47 
11 0,22 97 11 2,63 8,06 0,46 21,90 愀䘃 メ϶ 6,60 
12 0,98 89 3 0,66 9,20 0,61 10,20 0,67 9,60 
19 0,43 97 6 1,44 7,40 0,41 2,90 0,16 7,82 
22 0,44 103 5 1,27 12,67 0,59 2,00 0,09 2,64 
25 0,06 104 7 1,80 13,23 0,83 17,50 1,09 10,80 
26 0,18 114 9 2,53 8,39 0,43 0,90 0,05 2,64 
28 0,02 105 2 0,52 9,27 2,13 0,50 0,11 3,30 
29 0,19 98 2 0,48 4,92 4,92 0,50 0,50 6,60 
32 0,36 97 13 3,11 10,20 0,44 19,50 0,83 4,89 
34 0,71 116 28 8,01 4,50 0,29 6,30 0,40 2,40 
37 0,35 119 4 1,17 8,36 0,36 11,20 0,48 47,52 
42 0,39 100 7 1,73 6,57 0,44 1,60 0,11 5,28 
43 0,05 102 19 4,78 7,96 0,25 36,10 1,13 4,80 
44 0,05 97 4 0,96 14,17 1,00 8,40 0,59 3,60 
45 0,15 96 8 1,89 10,44 0,59 32,90 1,85 11,20 
50 0,30 104 10 2,57 13,77 0,79 11,40 0,65 2,40 
51 0,11 101 8 1,99 11,43 0,61 39,80 2,12 1,76 
Média 0,31 101,5 6,5 1,74 9,73 0,6 9,3 0,7 8,52 
DP 0,27 9,75 5,25 1,52 5 0,44 18,68 0,62 11,07 
 
 
 
 
 130
APÊNDICE 5 
 
 
Tabelas experimento 2: avaliação da sensibilidade à insulina 
 
 
Tabela A7: Características basais do grupo DIGH- Experimento 2 
Número Nome Sexo Idade Peso Altura IMC Cintura Quadril C/Q 
1 ELFL F 32 31,2 119,6 22 64 79 0,81 
4 EFL F 29 39,1 126,0 25 74 93 0,80 
5 VSF F 25 39,0 140,0 20 74 83 0,90 
6 VMF M 60 38,2 124,0 25 84 82 1,02 
7 AEJS M 37 35,7 135,0 20 73 73 1,00 
8 JEJS M 34 40,9 129,0 25 81 78 1,03 
9 MJN F 54 40,0 126,0 25 80 88 0,91 
10 MLN F 45 37,5 126,0 24 79 88 0,90 
11 MNN F 42 36,9 125,0 24 81 91 0,89 
12 CTJ M 29 35,8 136,0 19 73 80 0,91 
13 CTJ M 27 27,8 129,0 17 60 73 0,82 
14 MHCN F 42 44,2 122,0 30 88 94 0,94 
15 MFSN F 32 31,9 122,0 21 70 89 0,79 
16 WJS M 25 27,7 136,0 15 55 70 0,79 
18 AFS F 30 27,4 119,0 19 62 64 0,97 
19 JFC M 45 33,0 130,0 20 74 72 1,03 
20 JDCS M 52 32,0 118,5 23 81 78 1,05 
21 JAN M 50 42,7 137,0 23 80 79 1,01 
22 NJS M 50 47,8 127,5 29 95 90 1,06 
23 DFC F 25 51,1 143,5 25 77 85 0,91 
24 MJM F 60 39,9 120,5 28 81 91 0,89 
26 FMC M 27 38,5 143,5 19 88 82 1,07 
27 JBJS M 35 35,9 139,0 19 71 77 0,92 
61 JFJ F 55 38,5 103,0 36 94 91 1,03 
Média 12M/12F 39,25 37,2 128,21 22,9 76,5 81,94 0,93 
Desvio Padrão 11,73 5,95 9,42 4,68 9,99 8,01 0,09 
 
 
 131
 
Tabela A8: Características basais do grupo Controle - Experimento 2 
Número Nome Sexo Idade Peso Altura IMC Cintur
a 
Quadri
l 
C/Q 
2 MJS F 26 70,6 158,0 28 89 104 0,86 
3 AMJS F 52 58,2 148,3 27 86 93 0,92 
17 JJ M 48 69,9 174,0 23 91 94 0,97 
29 AAB M 62 69,9 170,5 24 89 98 0,91 
30 RS F 39 51,6 155,0 22 77 96 0,80 
33 VPA F 25 55,4 168,0 20 67 100 0,67 
41 ELBN F 37 51,1 153,5 22 72 92 0,78 
43 MBGJ M 36 70,2 169,0 25 84 99 0,85 
46 AHOS F 57 64,0 150,0 28 81 107 0,76 
49 JOS F 60 55,6 160,0 22 78 92 0,85 
52 EHOV F 43 90,7 158,0 36 107 119 0,89 
54 SSO M 30 89,0 178,5 28 93 95 0,98 
56 JRC M 46 75,9 179,5 24 88 91 0,97 
57 JJS M 26 74,7 169,5 26 85 104 0,82 
58 JJS M 26 49,1 154,0 21 79 82 0,96 
59 MSJ F 45 69,7 168,5 25 86 100 0,86 
60 LRC M 33 75,1 173,5 25 88 98 0,90 
66 JN F 30 77,0 161,5 30 98 107 0,92 
67 JES M 44 61,1 171,0 21 73 77 0,95 
69 EM M 40 72,3 175,0 24 86 89 0,97 
70 MHAO M 55 86,0 175,0 28 101 104 0,97 
71 FHOS M 25 83,4 173,5 28 88 110 0,80 
72 LAON M 26 97,9 176,0 32 112 114 0,98 
83 JMCS F 60 63,0 155,0 26 86 98 0,88 
89 JLJS M 28 60,0 164,5 22 81 93 0,87 
Média 14M/11F 39,96 69,66 165,57 25,31 86,5 98,06 0,88 
Desvio Padrão 12,49 13,06 9,46 3,86 10,3 9,27 0,08 
 
 132
 
Tabela A9: Glicemia nos 6 tempos do TTGO e ASC Glicose no grupo DIGH - 
Experimento 2 
Paciente 
Número 
Dose de 
Glicose 
Glicemia 
0 
Glicemia 
30 
Glicemia 
60 
Glicemia 
90 
Glicemia 
120 
Glicemia 
180 
ASC 
Glicose 
1 55 87 140 161 131 113 72 119,5 
4 69 84 148 130 131 113 111 121,9 
5 69 85 121 159 107 119 132 123,3 
6 68 107 240 317 320 288 153 252,6 
7 63 96 220 191 134 128 83 144,7 
8 73 108 151 172 145 125 89 133,1 
9 70 95 188 201 154 142 90 148,9 
10 66 90 179 131 147 118 99 129,7 
11 65 96 156 160 138 132 110 135,0 
12 64 93 168 226 197 133 123 160,0 
13 49 91 158 139 134 149 130 138,3 
14 75 100 162 171 177 122 141 147,3 
15 56 87 82 86 98 108 95 94,4 
16 49 85 139 79 104 116 133 111,9 
18 49 105 179 153 160 149 121 148,2 
19 59 101 195 155 150 164 58 142,4 
20 58 97 155 158 109 143 128 135,5 
21 75 97 188 136 143 129 59 128,0 
22 75 110 192 227 201 145 166 176,4 
23 75 78 125 107 110 83 101 101,1 
24 70 97 159 211 200 181 149 173,2 
26 68 81 150 114 91 97 84 104,2 
27 64 93 157 140 113 118 103 122,8 
61 75 98 172 197 176 168 133 163,2 
Média 65 94,2 163,5 163,4 148,8 136,8 111 139,8 
Erro padrão 8,6 1,9 6,1 9,4 9 7,2 5,4 32 
 
 
 
 
 133
 Tabela A10: Glicemia nos 6 tempos do TTGO e ASC Glicose no grupo Controle - 
Experimento 2 
Paciente 
Número 
Dose de 
Glicose 
Glicemia 
0 
Glicemia 
30 
Glicemia 
60 
Glicemia 
90 
Glicemia 
120 
Glicemia 
180 
ASC 
Glicose 
2 75 87 144 133 125 104 106 117,9 
3 75 86 177 153 108 110 86 122,0 
17 75 113 151 208 146 117 108 140,8 
29 75 110 176 202 243 204 115 182,8 
30 75 109 131 135 150 143 151 139,3 
33 75 73 98 63 78 102 86 85,8 
41 75 97 183 169 151 125 53 132,0 
43 75 77 106 105 93 104 88 97,8 
46 75 90 85 117 121 114 81 103,3 
49 75 89 132 139 125 112 106 119,1 
52 75 87 116 89 148 121 100 113,0 
54 75 87 136 99 120 107 76 105,8 
56 75 100 154 143 87 100 45 104,8 
57 75 97 146 173 117 115 67 120,7 
58 75 95 145 101 110 95 66 102,0 
59 75 103 151 92 123 117 96 114,8 
60 75 94 132 92 84 114 49 95,8 
66 75 96 130 124 130 138 64 117,2 
67 75 98 162 102 85 67 66 94,1 
69 75 102 184 91 189 106 75 124,8 
70 75 81 138 145 125 114 58 112,9 
71 75 87 117 94 65 59 86 82,3 
72 75 99 137 175 151 140 63 130,9 
83 75 107 174 211 193 194 99 170,3 
89 75 93 102 126 113 93 87 102,3 
Média 75 94,3 140,3 131,2 127,2 116,6 83,1 117,3 
Erro padrão 1,9 6,0 9,2 8,8 7,1 5,3 23,5 
 
 134
Tabela A11: Insulina nos 6 tempos do TTGO e ASC Insulina no grupo DIGH- 
Experimento 2 
Paciente 
Número 
Insulina 
0 
Insulina 30 Insulina60 Insulina 90 Insulina 120 Insulina 180 ASC Insulina 
1 1,78 14,6 22,9 26,4 29,2 6,31 19,2 
4 1,35 41,5 29,3 26,2 21,5 14,20 24,0 
5 1,92 13,4 49,0 8,5 16,6 21,10 19,7 
6 4,25 31,8 42,0 45,1 88,6 26,80 46,8 
7 1,57 26,1 31,6 35,2 27,0 5,07 23,2 
8 3,44 20,0 121,0 62,6 63,7 6,27 51,2 
9 4,18 71,7 101,0 76,6 67,8 13,70 61,1 
10 2,51 41,0 28,6 41,5 32,3 19,70 30,1 
11 2,49 37,3 33,2 34,2 41,0 46,85 35,7 
12 1,59 29,1 127,0 94,4 73,4 35,70 66,2 
13 1,44 30,6 36,0 17,9 18,8 17,30 21,8 
14 5,14 36,0 27,3 60,1 18,0 33,90 31,1 
15 1,21 23,0 16,1 10,8 9,6 3,90 11,5 
16 1,96 27,3 8,2 15,9 21,4 16,60 16,8 
18 2,13 64,2 61,8 62,2 50,4 24,20 48,2 
19 2,52 32,1 27,4 27,9 29,9 1,60 22,5 
20 ,97 25,3 21,1 7,2 19,9 15,10 16,5 
21 2,20 34,6 23,8 22,8 23,0 2,31 19,9 
22 7,10 23,9 44,5 47,4 40,5 46,20 37,7 
23 3,50 41,4 18,4 24,0 15,9 16,90 21,1 
24 2,69 17,6 24,7 41,4 41,5 2,47 25,0 
26 1,54 47,6 33,4 14,8 18,7 9,95 22,4 
27 2,84 58,3 43,2 36,5 31,4 13,65 33,3 
61 4,92 28,7 38,9 65,6 73,9 38,80 47,6 
Média 2,72 34,04 42,09 37,71 36,41 18,27 31,3 
Erro padrão 0,3 3 6,4 4,7 4,5 2,8 14,9 
 
 135
 Tabela A12: Insulina nos 6 tempos do TTGO e ASC Insulina no grupo Controle 
– Experimento 2 
Paciente 
Número 
Insulina 
0 
Insulina 
30 
Insulina 
 60 
Insulina 
90 
Insulina 
120 
Insulina 
180 
ASC 
Insulina 
2 11,10 93,6 70,6 75,9 40,3 39,00 57,5 
3 3,78 81,8 114,0 121,0 117,0 48,80 90,5 
17 3,59 33,6 54,8 56,3 10,3 13,90 29,3 
29 5,36 10,9 26,9 36,4 6,8 20,60 17,9 
30 1,26 23,2 18,8 25,1 25,4 21,00 21,1 
33 1,00 73,1 6,5 12,4 31,9 21,20 26,9 
41 2,27 43,8 43,4 38,7 39,1 3,18 31,5 
43 1,95 20,8 26,2 22,8 20,1 11,00 18,7 
46 2,27 2,6 27,2 30,9 29,7 13,25 19,9 
49 2,47 38,8 43,4 29,0 22,8 11,40 26,3 
52 6,88 29,9 66,0 85,3 84,2 21,60 55,4 
54 5,90 62,7 20,1 45,5 23,8 3,04 28,3 
56 3,74 65,1 58,7 28,4 34,3 1,31 34,5 
57 7,50 203,5 190,0 56,4 65,3 9,43 93,5 
58 1,40 67,6 31,6 46,8 20,2 2,71 30,0 
59 5,35 87,4 19,9 23,0 27,7 17,70 32,0 
60 4,56 24,5 29,5 26,8 26,0 3,43 20,9 
66 6,14 32,8 26,4 37,2 26,4 7,25 24,4 
67 1,74 38,2 43,9 10,9 3,5 1,54 16,8 
69 4,30 60,0 51,0 58,0 12,7 1,62 32,0 
70 2,53 104,0 76,6 62,8 65,9 4,93 58,1 
71 1,71 34,3 37,8 26,4 5,6 1,32 18,2 
72 10,50 137,5 276,0 189,0 189,5 17,10 151,5 
83 2,47 26,7 25,4 33,8 52,3 22,70 31,4 
89 5,85 37,1 41,7 39,6 32,8 19,20 31,6 
Média 4,23 58,76 57,05 48,73 40,54 13,56 39,9 
Erro padrão 0,5 9,1 11,8 7,6 8,1 2,4 6,5 
 
 
 
 
 136
Tabela A13: HOMAir, OGIS 2, OGIS 3, HOMA- beta, índice insulinogênico e 
ASC I/G grupo DIGH - Experimento 2 
Paciente 
Número 
HOMAir QUICKI OGIS 2 OGIS 3 HOMA- 
beta 
Índice 
insulinogênico 
ASC I/G 
1 0,38 0,46 485,8 538,4 26,78 0,2 0,2 
4 0,28 0,49 507,8 491,4 23,22 0,6 0,2 
5 0,40 0,45 506,7 445,5 31,52 0,3 0,2 
6 1,12 0,38 399,0 387,2 34,84 0,2 0,2 
7 0,37 0,46 429,4 500,8 17,17 0,2 0,2 
8 0,92 0,39 384,3 431,7 27,57 0,4 0,4 
9 0,98 0,38 396,2 449,4 47,14 0,7 0,4 
10 0,56 0,42 464,2 482,4 33,56 0,4 0,2 
11 0,59 0,42 434,7 438,8 27,23 0,6 0,3 
12 0,36 0,46 403,3 375,8 19,13 0,4 0,4 
13 0,32 0,47 438,3 432,9 18,56 0,4 0,2 
14 1,27 0,37 425,8 409,2 50,12 0,5 0,2 
15 0,26 0,49 496,4 517,9 18,20 -4,4 0,1 
16 0,41 0,45 478,5 402,5 32,17 0,5 0,2 
18 0,55 0,43 366,4 381,8 18,29 0,8 0,3 
19 0,63 0,42 399,3 533,5 23,93 0,3 0,2 
20 0,23 0,51 431,0 435,5 10,29 0,4 0,1 
21 0,53 0,43 453,5 569,6 23,35 0,4 0,2 
22 1,93 0,35 404,0 328,2 54,49 0,2 0,2 
23 0,67 0,41 555,3 502,9 84,36 0,8 0,2 
24 0,64 0,41 424,0 411,7 28,55 0,2 0,1 
26 0,31 0,48 534,6 551,5 30,91 0,7 0,2 
27 0,65 0,41 438,8 458,2 34,17 0,9 0,3 
61 1,19 0,37 406,0 410,0 50,72 0,3 0,3 
Média 0,65 0,43 444,3 453,6 31,9 0,26 0,22 
DP 0,4 0,04 49,6 62,14 16 1 0,08 
 
 137
Tabela A14: HOMAir, QUICKI, OGIS 2, OGIS 3, HOMA- beta, índice 
insulinogênico e ASC I/G grupo Controle- Experimento 2 
Paciente 
Número 
HOMAir QUICKI OGIS 2 OGIS 3 HOMA- 
beta 
Índice 
insulinogênico 
ASC I/G 
2 2,38 0,34 422,4 409,8 167,00 1,4 0,5 
3 0,80 0,40 372,2 379,9 59,35 0,9 0,7 
17 1,00 0,38 355,9 386,5 25,90 0,8 0,2 
29 1,45 0,36 382,6 457,8 41,13 0,1 0,1 
30 0,34 0,47 390,5 344,8 9,88 1,0 0,2 
33 0,18 0,54 542,7 517,5 36,22 2,9 0,3 
41 0,54 0,43 428,6 526,8 24,09 0,5 0,2 
43 0,37 0,46 498,4 497,8 50,37 0,7 0,2 
46 0,50 0,43 447,0 481,5 30,35 -0,1 0,2 
49 0,54 0,43 462,2 446,1 34,30 0,8 0,2 
52 1,48 0,36 399,1 362,7 103,51 0,8 0,5 
54 1,27 0,37 432,2 473,9 88,76 1,2 0,3 
56 0,92 0,39 395,1 507,0 36,47 1,1 0,3 
57 1,79 0,35 385,1 430,7 79,60 4,0 0,8 
58 0,33 0,47 436,7 543,3 15,79 1,3 0,3 
59 1,36 0,36 406,1 413,0 48,25 1,7 0,3 
60 1,06 0,38 396,3 529,5 53,09 0,5 0,2 
66 1,45 0,36 394,3 502,8 67,14 0,8 0,2 
67 0,42 0,45 485,6 533,4 17,94 0,6 0,2 
69 1,08 0,38 410,8 472,8 39,78 0,7 0,3 
70 0,51 0,43 431,9 468,1 50,79 1,8 0,5 
71 0,37 0,46 493,1 418,7 25,73 1,1 0,2 
72 2,56 0,33 276,7 310,9 105,24 3,3 1,2 
83 0,65 0,41 369,9 418,2 20,25 0,4 0,2 
89 1,34 0,37 447,4 448,5 70,38 3,5 0,3 
Média 0,99 0,4 418,5 451,3 52 1,27 0,34 
DP 0,64 0,05 54,1 63,1 35,6 1 0,24 
 
 
	01
	02
	03
	04
	05
	06
	07
	08

Mais conteúdos dessa disciplina