Buscar

resumo - Mollusca

Prévia do material em texto

RESUMO – FILO MOLLUSCA 
 
O filo Mollusca é o segundo maior grupo em número de espécies, sendo 
superado apenas pelo filo Arthropoda. Para o estudo das estruturas e funcionamento 
dos moluscos, utilizou-se o plano de um molusco generalizado como modelo. Não é 
um plano básico, pois o grupo possui uma grande irradiação adaptativa. 
A partir de um grupo ancestral, pequenos grupos iniciaram a conquista de 
novos ambientes e, consequentemente, sofreram adaptações para sobreviverem nos 
novos meios. Assim, apareceram espécies que possuem características semelhantes às 
do grupo basal e às de outras espécies. Ou seja, há a formação de novas espécies a 
partir de uma espécie ancestral. Esse processo evolutivo é conhecido por Irradiação 
Adaptativa. 
Os animais pertencentes ao filo Mollusca possuem características que os 
relacionam com um ancestral, por isso estão relacionados num mesmo grupo, porém 
existem variações entre eles: existem diferentes processos de respiração, diferentes 
tipos de concha, diferentes modos de locomoção, além dos diversos habitats. 
 
O processo de excreção e equilíbrio osmótico é realizado pelos metanefrídios. 
O nefróstoma se abre na cavidade pericárdica e o nefridióporo se abre na cavidade do 
manto para a expulsão da urina. O sangue que passa pelos átrios em direção ao 
coração sofre uma ultrafiltração, formando uma urina primária, que cai na cavidade 
pericárdica. Essa urina é recolhida pelo nefróstoma, passa pelo duto renopericardial e 
vai para os nefrídios. Nos nefrídios, ocorre a reabsorção de substâncias que são 
importantes para o molusco e a urina final é eliminada pelo nefridióporo na cavidade 
do manto, que segue o curso do canal exalante. Todavia, esse processo pode ter 
algumas mudanças de acordo com as classes de Mollusca. Na classe Aplacophora, há a 
presença de podócitos na parede dos átrios para a realização da ultrafiltração do 
sangue, e a urina primária formada que cai na cavidade pericárdica é modificada à 
medida que flui pelos dutos renopericardiais em direção à cavidade do manto, onde a 
urina é liberada. Na classe Polyplacophora, a excreção é semelhante à do molusco 
generalizado, com a presença de dois nefrídios grandes, secretores e glandulares, que 
são laterais à hemocele e se conectam à cavidade pericárdica pelos dutos 
renopericardiais. Os indivíduos da classe Monoplacophora possuem de três a sete 
pares de nefrídios laterais, já que essa classe possui uma repetição seriada dos órgãos 
de vários sistemas. Os nefrídios se localizam lateralmente, pois a corrente 
provavelmente é lateral, como ocorre também em Polyplacophora. Os nefridióporos 
se abrem na cavidade do manto, porém a existência de dutos renopericardiais 
conectando os nefrídios com a cavidade pericárdica é incerta. Na classe Gastropoda, a 
excreção também é semelhante à do molusco generalizado, no qual o sangue sofre 
ultrafiltração, enquanto passa pelos átrios, formando a urina primária que cai na 
cavidade pericárdica, passa pelos dutos renopericardiais em direção aos nefrídios, e a 
urina final sai pelos nefridióporos. Os gastrópodes marinhos excretam amônia, os 
dulcícolas excretam uréia e os terrestres eliminam ácido úrico. Já na classe 
Cephalopoda, há a presença do coração branquial (um par), no qual o nefrídio, 
também chamado de saco renal, está ligado à cavidade pericárdica do coração 
branquial. Apesar disso, a excreção é semelhante à dos outros moluscos: o ultrafiltrado 
do sangue é lançado na cavidade pericárdica do coração branquial, vai até os nefrídios 
e é liberado como urina final na cavidade do manto, e excretam amônia. Na classe 
Bivalvia, a excreção é semelhante à dos outros representantes de Conchifera. A classe 
Scaphopoda possui um par de nefrídios que se conectam com o pericárdio via canal 
renopericardial. Como o pericárdio envolve os seios sanguíneos, já que essa classe não 
possui coração, os podócitos, que realizam a ultrafiltração, estão presentes nas 
paredes do pericárdio. A urina final é eliminada na cavidade do manto. 
 
O sistema nervoso de Mollusca é tetraneuro. É constituído por um anel nervoso 
circum-entérico, dois cordões nervosos longitudinais pediosos, dois cordões nervosos 
longitudinais viscerais, comissuras entre os cordões longitudinais e uma área 
ganglionar. De acordo com os indivíduos esse sistema pode ter algumas alterações. Na 
classe Aplacophora, o sistema nervoso é semelhante ao do molusco generalizado. 
Quanto aos órgãos sensoriais, o grupo Neomeniomorpha possui uma fosseta pediosa 
ciliada, que é sensorial e mucossecretora, e uma fosseta sensorial dorso-frontal, que 
fica acima da boca. O grupo Chaetodermorpha possui um escudo oral, que é sensorial, 
contorna a boca e é inervado por gânglios cerebrais. A classe Polyplacophora possui o 
sistema nervoso semelhante ao de Aplacophora, mas não possui gânglios. Possui órgão 
subradular (quimiorreceptor), osfrádio (mecanorreceptor) e estetos, que são 
exclusivos de Polyplacophora e são especializados em recepção sensorial (ficam no 
tegumento das valvas). Em Monoplacophora, o sistema nervoso é semelhante ao de 
Aplacophora e Polyplacophora, mas osfrádios e olhos estão ausentes, possui órgão 
subradular e os músculos radulares são inervados por gânglios bucais e tem um par de 
estatocistos que fica próximo à comissura pediosa anterior. Em Ganglioneura, os 
corpos neuronais estão em gânglios pares: Gastropoda possui um sistema nervoso 
cefalizado, com a presença de gânglios bucais, cerebrais, pleurais, pediosos, parietais e 
viscerais; tem órgãos sensoriais desenvolvidos com um a dois pares de tentáculos 
(quimiorreceptores importantes, pois a maioria é predadora), um par de olhos e um 
par de rinóforos (servem para percepção da presa). Cephalopoda possui sistema 
nervoso e sistema sensorial altamente desenvolvidos para alimentação e locomoção, 
cefalizado e bilateralmente simétrico. O cérebro é um anel nervoso ao redor do 
esôfago (acima é sensorial e abaixo é motora), três nervos cranianos sensoriais (ótico, 
olfatório e óptico que estão alojados em cápsulas associadas no crânio, como nos 
vertebrados), olhos complexos e estatocistos (análogo ao ouvido interno dos peixes e 
detectam gravidade, aceleração, equilíbrio e vibrações na água). O polvo possui um 
nervo em cada tentáculo e as lulas têm neurônios gigantes responsáveis pelo 
movimento de jato propulsão rápido. Bivalvia tem o sistema nervoso menos 
cefalizado, devido à redução da cabeça. Possui sistema nervoso tetraneuro 
(semelhante aos outros moluscos) e seus órgãos sensoriais estão localizados nas 
regiões periféricas (pé, sifão). Os tentáculos e olhos estão na margem mediana do 
manto e os ocelos estão na margem do manto ou na prega mediana do sifão e tem 
função de detectar mudanças súbitas na intensidade luminosa, já que os bivalves são 
fotossensíveis. Scaphopoda também possui cabeça menos cefalizada, já que ela foi 
reduzida, assim como em Bivalvia (são grupos irmãos). Não possui olhos, tem órgão 
subradular (quimiorreceptor gustativo) e estatocistos, que funcionam como 
orientadores espaciais. 
 
 
A maioria dos moluscos é dióica, mas existem algumas espécies que são 
hermafroditas. A fecundação externa ocorre na água do mar, porém alguns têm 
fecundação interna. Possuem um par de gônadas associada à cavidade pericárdica, 
onde os gametas são liberados e entram pelo nefróstoma (passam a funcionar como 
gonodutos). Alguns grupos possuem gonodutos separados do nefrídio. Os gametas 
saem pelo nefridióporo na cavidade do manto e seguem a corrente exalante. A maioria 
tem desenvolvimento indireto, com a formação da larva trocófora (ela já tem uma 
projeção para a formação do pé). Em Aplacophora, as gônadas estão em pares e os 
gametas são liberados na cavidade pericárdica através de dutos gonopericardiais. 
Porém possui gonodutos distintos para conduzir os gametas da cavidade pericárdica 
até a cavidade do manto.Os ovos podem ser retidos no corpo da fêmea e se 
desenvolverem diretamente ou podem ser liberados e se desenvolverem 
indiretamente, formando a larva trocófora. Em Polyplacophora, quase todos são 
dióicos com uma gônada mediana. Diferentemente de Aplacophora, os quítons não 
têm conexão entre a gônada e a cavidade pericárdica. Os gametas são transportados 
diretamente para a cavidade do manto por dois gonodutos distintos, que se abrem 
antes do nefridióporo. Os espermas são liberados e os ovos, envolvidos numa cápsula, 
são lançados no mar, ou seja, não há cópula. A fecundação ocorre no mar ou no 
interior da cavidade do manto da fêmea. Em muitas espécies o desenvolvimento é 
indireto, ou seja, formam a larva trocófora. Não há fase de véliger. A trocófora possui 
manto, pé, prototríquio e glândulas da concha. As glândulas da concha têm sete 
regiões distintas que irão formar as valvas; a sétima se divide e forma a 7ª e 8ª valvas. 
Cerca de trinta espécies são incubadoras, tem desenvolvimento direto: os ovos são 
incubados na cavidade do manto da fêmea. Em Monoplacophora, quase todos são 
dióicos, como na grande parte dos moluscos, possui dois pares de gônadas que se 
localizam na região mediana. Cada gônada está conectada a um nefrídio intermediário, 
no qual os gametas são liberados pelo nefridióporo. A fecundação, supostamente, é 
externa. O desenvolvimento dos monoplacóforos é desconhecido, pois são animais 
que vivem em águas profundas. Em Gastropoda, os marinos são dióicos e os 
opistobrânquios e os pulmonados são hermafroditas. Os pulmonados secretam muco 
para se fixarem num local rígido e os corpos se entrelaçam. O ápice do pênis de cada 
indivíduo tem uma região dilatada, que vai se fundir e é onde ocorre a troca de 
espermatóforos. Eles serão armazenados até a época da fecundação. Nos 
opistobrânquios, os indivíduos se encontram, encostando o canal seminal de um no 
outro e no final desse sulco, eles colocam o pênis na abertura genital, injetando os 
espermatóforos. O ovoteste é o responsável por produzir os ovos e o esperma, no qual 
em uma época ele produz ovos e em outra produz espermatóforos. Do esperma que 
chega, parte vai para a bolsa copulatória, onde estão os ovos para serem fecundados e 
a outra parte vai para o receptáculo seminal. Em Cephalopoda, os indivíduos são 
dióicos e o desenvolvimento é direto. A fêmea tem ovário, glândulas nidimentares, 
glândulas oviducais (produz a casca do ovo) e um oviduto que conduz o óvulo até o 
gonóporo. Os machos possuem testículo, vesícula seminal, saco de Needham 
(armazena os espermatóforos) e o duto espermático que conduz os espermatóforos 
até o gonóporo; além disso, os machos possuem o hectocótilo, que é um tentáculo 
diferenciado que retira os espermatóforos do saco de Needham e os transfere para o 
corpo da fêmea. Nos indivíduos pelágicos, o macho segura a fêmea pela região cefálica 
e, durante a cópula, o hectocótilo retira os espermatóforos do saco de Needham e os 
insere na cavidade do manto da fêmea. Eles vão até o gonóporo ou a uma vesícula 
para serem armazenados. No gonóporo feminino, o capuz do espermatóforo abre e os 
espermatozóides são liberados, que vão fecundar uma massa de óvulos. Os ovos 
deixam a cavidade do manto e a fêmea os fixa no substrato, em cachos ou cordões. Em 
Bivalvia, a maioria é gonocórica, a fecundação é externa e os gametas são lançados na 
água, como na maioria dos moluscos. Possui um par de gônadas que estão tão 
próximas que não podem ser distintas. O desenvolvimento é indireto, no qual a 
trocófora é suprimida e se desenvolve em véliger. Ela tem simetria bilateral, duas 
valvas, véu ciliado, dois músculos adutores, brânquias rudimentares e trato digestório. 
Em Scaphopoda, a fecundação é externa, os indivíduos são gonocóricos e o 
desenvolvimento é indireto, com o desenvolvimento da larva véliger, semelhante à 
Bivalvia. Os gametas são eliminados no nefrídio direito, pelo qual atingem a cavidade 
do manto.

Continue navegando