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A ATUAÇÃO PEDAGÓGICA, (NEURO) PSICOPEDAGÓGICAS E A MEDIAÇÃO 
ESCOLAR À LUZ DA PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 1 
 
A ATUAÇÃO PEDAGÓGICA, (NEURO) PSICOPEDAGÓGICA E A MEDIAÇÃO 
ESCOLAR À LUZ DA PSICOLOGIA EDUCACIONAL: CONTRIBUIÇÕES PARA A 
FORMAÇÃO CONTINUADA DE PAIS, PROFESSORES E A PROMOÇÃO DE UMA 
APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA. 
 
Idênis Glória Belchior 
Simone Helen Drumond Ischkanian 
Gladys Nogueira Cabral 
Silvana Nascimento de Carvalho 
Sandro Garabed Ischkanian 
Wilson Bezerra dos Santos 
Vanessa Michelle da Silva Oliveira e Silva 
O presente artigo, por meio de uma pesquisa bibliográfica documental, investiga como as 
contribuições da neurociência podem ampliar a compreensão sobre os processos de aprendizagem. 
A integração entre neurociência e educação possibilita práticas pedagógicas mais eficazes, 
considerando os aspectos emocionais, cognitivos e sociais que influenciam diretamente o 
desenvolvimento dos alunos. Segundo Cosenza e Guerra (2011), o conhecimento sobre o 
funcionamento cerebral permite que os educadores compreendam melhor como os estudantes 
aprendem. Para Damásio (2006), emoção e razão estão interligadas, sendo ambas fundamentais no 
processo de aprendizagem. Fonseca (2016) reforça que as emoções exercem papel determinante na 
construção do conhecimento. Dias e Seabra (2013) destacam a importância das funções executivas 
— como memória de trabalho, atenção e controle inibitório — no desempenho escolar. Herculano-
Houzel (2015) aborda as mudanças cerebrais na adolescência, fase crítica para o desenvolvimento 
de habilidades cognitivas. Rotta (2016b) explora a plasticidade cerebral como mecanismo 
essencial de adaptação e superação de dificuldades. Vigotski (1998) defende que o 
desenvolvimento cognitivo ocorre por meio das interações sociais. Willingham (2011) contribui 
com reflexões sobre a aplicação da ciência cognitiva na sala de aula. Lopes e Maia (2000) 
discutem os períodos sensíveis da aprendizagem, enquanto Perassinoto, Boruchovitch e Bzuneck 
(2013) tratam das estratégias de aprendizagem e da motivação dos estudantes. Purves et al. (2010) 
apresentam uma base científica sólida sobre o funcionamento do cérebro, reforçando a 
importância da neurociência como aliada da prática educacional. 
Palavras-chave: pesquisa bibliográfica; neurociência; aprendizagem; funções executivas; 
plasticidade cerebral; emoção; cognição. 
 
1. INTRODUÇÃO 
A articulação entre práticas pedagógicas, intervenções psicopedagógicas e mediação 
escolar, sob a ótica da Psicologia Educacional, representa um caminho promissor para tornar a 
educação mais sensível às singularidades dos alunos. Ao considerar os aspectos cognitivos, 
emocionais, sociais e culturais, é possível promover uma aprendizagem mais significativa e 
duradoura. Como destacam Cosenza e Guerra (2011, p. 45), a compreensão do funcionamento 
cerebral é essencial para planejar intervenções pedagógicas que realmente façam sentido aos 
estudantes, permitindo que o ensino dialogue com a forma como o cérebro aprende. 
A ATUAÇÃO PEDAGÓGICA, (NEURO) PSICOPEDAGÓGICAS E A MEDIAÇÃO 
ESCOLAR À LUZ DA PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 2 
 
A Psicologia Educacional amplia a visão sobre o processo de aprendizagem ao incorporar 
a afetividade, as relações sociais e os fatores culturais, como propôs Vygotski (1998, p. 29), cuja 
obra enfatiza a importância do contexto social no desenvolvimento humano. Já a Psicopedagogia 
oferece suporte especializado para identificar e superar dificuldades de aprendizagem, 
contribuindo para uma abordagem educativa mais inclusiva, como observam Perassinoto, 
Boruchovitch e Bzuneck (2013, p. 355). 
A Neurociência Educacional, conforme discutem autores como Damasio (2006, p. 110), 
Herculano-Houzel (2015, p. 92), Purves et al. (2010, p. 78) e Rotta (2016a, p. 4; 2016b, p. 471), 
revela os mecanismos neurológicos que sustentam os processos de atenção, memória, emoção e 
aprendizagem, permitindo avanços importantes na personalização do ensino. Fonseca (2016, p. 
368) também reforça o papel das emoções no ato de aprender, sendo elas decisivas para o sucesso 
do estudante. 
Dias e Seabra (2013, p. 208) abordam o papel das funções executivas no 
desenvolvimento escolar, enquanto Lopes e Maia (2000, p. 130) discutem os períodos sensíveis de 
aprendizagem, o que reforça a necessidade de intervenções bem-timed. Willingham (2011, p. 36), 
por sua vez, traz contribuições da ciência cognitiva, oferecendo caminhos para tornar as salas de 
aula mais atrativas e eficazes. 
A mediação escolar assume uma função estratégica: adaptar métodos de ensino à 
realidade dos estudantes, promovendo interações pedagógicas que favoreçam o desenvolvimento 
integral. Para que essa abordagem seja bem-sucedida, é indispensável a formação contínua de 
educadores e o engajamento das famílias. Quando os saberes da Pedagogia, da Psicopedagogia, da 
Psicologia Educacional e da Neurociência são integrados, como propõem os autores citados, a 
escola torna-se um espaço de crescimento humano em múltiplas dimensões – cognitivas, 
emocionais e sociais. 
 
2. DESENVOLVIMENTO 
A educação contemporânea demanda uma abordagem holística e integrada para garantir o 
desenvolvimento pleno dos estudantes. A atuação pedagógica, especialmente quando aliada à 
psicopedagogia, neuropsicopedagogia e mediação escolar, encontra na psicologia educacional um 
potente alicerce para transformar o processo de ensino-aprendizagem. Em um cenário educacional 
que valoriza a personalização e a inclusão, as contribuições de diferentes áreas da psicologia são 
essenciais para a construção de práticas educacionais mais eficazes e sensíveis às necessidades 
cognitivas, emocionais e sociais dos alunos. 
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A psicologia educacional não se limita apenas ao entendimento das capacidades 
intelectuais, mas amplia o olhar para as influências emocionais e culturais sobre a aprendizagem. 
Idênis Glória Belchior (2025) observa que ―a psicologia educacional permite uma leitura mais 
profunda do comportamento do aluno, considerando não apenas suas dificuldades cognitivas, mas 
também suas experiências e contextos emocionais‖. Esse entendimento é crucial, pois torna 
possível ajustar as metodologias pedagógicas às especificidades de cada aluno, especialmente os 
que enfrentam desafios maiores no processo de aprendizagem. 
Simone Helen Drumond Ischkanian (2025) destaca a importância de uma formação 
continuada que forneça aos educadores uma compreensão atualizada das práticas pedagógicas e 
psicopedagógicas. Para ela, "os professores precisam de ferramentas não apenas para lidar com o 
conteúdo, mas para compreender o comportamento dos alunos, facilitando a criação de ambientes 
de aprendizagem mais acolhedores e eficientes". Essa formação permite que os educadores 
trabalhem de forma mais assertiva e empática, proporcionando experiências educacionais 
inclusivas que atendem às necessidades emocionais e cognitivas dos estudantes. 
A neuropsicopedagogia surge como uma fusão entre a neurociência e a psicopedagogia, 
oferecendo uma visão ampliada dos processos de aprendizagem ao compreender como o cérebro 
funciona durante o aprendizado. Gladys Nogueira Cabral (2025) ressalta que ―a 
neuropsicopedagogia ajuda a identificar disfunções cognitivas e a implementar estratégias 
personalizadas que favoreçam a aprendizagem, particularmente em alunos com dificuldades 
específicas‖. A ciência cognitiva, portanto, não apenas esclarece os mecanismos cerebrais da 
aprendizagem, mas também sugere maneiras de otimizar o ensino para tornar o processo mais 
acessível e eficaz. 
A mediação escolar torna-se uma ferramenta fundamental para a adaptação das 
metodologias pedagógicas às necessidades individuais dos alunos. Silvana Nascimento de 
Carvalho (2025) propõe que "a mediação escolar não é apenasuma técnica, mas uma filosofia de 
ensino que promove o diálogo entre alunos, professores e o conhecimento". Ao incorporar práticas 
de mediação, o educador consegue criar um ambiente mais dinâmico e interativo, em que as 
diversidades de ritmos e estilos de aprendizagem são respeitadas, tornando a sala de aula mais 
inclusiva e eficaz. 
A participação ativa dos pais é outro fator essencial para o sucesso educacional. Sandro 
Garabed Ischkanian (2025) reforça que ―o envolvimento da família na vida escolar do aluno deve 
ser contínuo e estruturado, pois ela é um reflexo direto das influências sociais e afetivas que o 
aluno recebe em casa‖. Assim, a formação continuada de pais se configura como uma estratégia 
fundamental, não só para o apoio emocional e acadêmico dos filhos, mas também para o 
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estreitamento de laços com a escola, promovendo um ambiente de aprendizagem que transcende 
os limites da sala de aula. 
Wilson Bezerra dos Santos (2025) e Vanessa Michelle da Silva Oliveira e Silva (2025) 
enfatizam a importância de ―estruturas de apoio dentro da escola, que incluam tanto a intervenção 
psicopedagógica quanto o uso de estratégias neuropsicopedagógicas, para garantir que todos os 
alunos, independentemente das suas dificuldades, tenham oportunidades equitativas de 
aprendizagem‖. Para eles, a colaboração entre todos os envolvidos no processo educacional, sejam 
pais, professores, psicopedagogos ou neurocientistas, é a chave para uma educação 
verdadeiramente inclusiva, que promova uma aprendizagem significativa. 
Essas práticas interconectadas não só garantem que a educação seja mais inclusiva e 
personalizada, mas também estabelecem uma base sólida para o desenvolvimento integral do 
aluno, ajudando-o a superar desafios, explorar seu potencial e alcançar o sucesso em um mundo 
educacional que é, cada vez mais, dinâmico e desafiador. 
2.1 A INTEGRAÇÃO ENTRE PSICOLOGIA EDUCACIONAL E PRÁTICA 
PEDAGÓGICA. 
A integração entre psicologia educacional e prática pedagógica tem se mostrado uma 
abordagem essencial para a promoção de um aprendizado significativo, considerando os aspectos 
cognitivos, emocionais, sociais e culturais do estudante. A psicologia educacional, ao aplicar os 
princípios da psicologia ao ambiente escolar, oferece uma compreensão aprofundada dos 
processos de aprendizagem e comportamento dos alunos, permitindo aos educadores adaptar suas 
práticas pedagógicas de forma mais assertiva e inclusiva. Esse campo busca não apenas o 
desenvolvimento acadêmico, mas também o crescimento emocional e social do aluno, criando um 
ambiente que favoreça a aprendizagem integral. Em uma sociedade cada vez mais complexa, é 
imprescindível que os educadores compreendam que a aprendizagem não é um processo 
meramente cognitivo, mas envolve uma rede de fatores emocionais, sociais e culturais que 
impactam diretamente no desempenho escolar (Cosenza; Guerra, 2011, p. 23). 
A escuta ativa, a empatia e a observação sistemática são fundamentais nesse contexto, 
pois são ferramentas que permitem aos educadores compreender melhor o universo emocional e 
psicológico de cada estudante. A escuta ativa, como um componente da prática pedagógica, 
permite que o educador não apenas ouça o que o aluno diz, mas também interprete os sentimentos, 
as necessidades e as dificuldades que ele pode estar enfrentando, oferecendo respostas e 
intervenções mais adequadas ao seu momento de aprendizagem. A empatia, por sua vez, é a 
capacidade de se colocar no lugar do outro, promovendo uma conexão genuína entre educador e 
aluno, o que facilita a construção de um ambiente seguro e acolhedor para o aprendizado. A 
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observação sistemática é outra ferramenta essencial, pois permite ao professor monitorar o 
progresso do aluno de maneira contínua, identificando potenciais dificuldades de aprendizagem e 
intervindo de forma oportuna para garantir o sucesso educacional do estudante (Damásio, 2006, p. 
98). 
No que diz respeito aos aspectos cognitivos do aluno, a psicologia educacional oferece 
contribuições significativas para a construção de práticas pedagógicas que levem em consideração 
as especificidades do desenvolvimento cognitivo de cada estudante. A compreensão de como o 
cérebro aprende, especialmente no que diz respeito às funções executivas, pode orientar a criação 
de estratégias pedagógicas que ajudem a promover o desenvolvimento dessas funções, como a 
atenção, memória, planejamento e organização. De acordo com Cosenza e Guerra (2011), a 
neurociência tem mostrado como as funções cognitivas estão diretamente relacionadas ao sucesso 
acadêmico, e uma educação que considera esses aspectos pode ser mais eficaz no processo de 
ensino-aprendizagem (Cosenza; Guerra, 2011, p. 45). As práticas pedagógicas, ao serem alinhadas 
com o funcionamento do cérebro, tornam-se mais adaptadas às necessidades do aluno, permitindo 
que ele aprenda de maneira mais eficiente e duradoura. 
A psicologia educacional reconhece a importância das emoções no processo de 
aprendizagem. As emoções não apenas influenciam a motivação e o engajamento dos alunos, mas 
também afetam a memória e a capacidade de concentração. O trabalho de Damasio (2006) destaca 
a relação íntima entre emoção e razão, sugerindo que o cérebro humano não pode ser entendido de 
maneira isolada de suas experiências emocionais. As emoções são processadas pelo cérebro de 
maneira integrada, e quando os alunos se sentem emocionalmente seguros e motivados, sua 
capacidade de aprender é significativamente ampliada. Isso implica que práticas pedagógicas que 
não consideram o aspecto emocional do aluno estão deixando de explorar um potencial crucial 
para o aprendizado (Damasio, 2006, p. 75). A psicologia educacional, ao incorporar essas 
descobertas, promove um ambiente de aprendizagem que leva em consideração as emoções dos 
alunos, criando condições para que eles possam se envolver de forma mais profunda com o 
conteúdo escolar. 
As práticas pedagógicas baseadas na psicologia educacional também devem considerar os 
aspectos sociais e culturais dos alunos. Cada estudante traz consigo uma história de vida, 
influências culturais e sociais que moldam sua maneira de aprender e interagir com o mundo. A 
psicologia educacional, ao considerar esses fatores, permite que o educador desenvolva práticas 
pedagógicas que respeitem e integrem as diferenças culturais e sociais dos alunos. Fonseca (2016) 
enfatiza que a aprendizagem não ocorre de forma isolada do contexto social e cultural em que o 
aluno está inserido, sendo fundamental que a escola reconheça e valorize essas diferenças, criando 
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um ambiente inclusivo e respeitoso (Fonseca, 2016, p. 365). O conhecimento das dinâmicas 
sociais e culturais dos alunos é, portanto, um componente essencial para a construção de práticas 
pedagógicas que sejam verdadeiramente significativas. 
A importância da empatia e da escuta ativa se estende também à compreensão das 
dificuldades cognitivas dos alunos. O uso de práticas psicopedagógicas que busquem entender as 
limitações cognitivas, emocionais e sociais do aluno pode ser uma forma eficaz de promover a 
inclusão e garantir que todos os estudantes tenham acesso ao aprendizado de qualidade. As 
intervenções psicopedagógicas, ao focarem nas necessidades específicas de cada aluno, oferecem 
um suporte direcionado, permitindo que ele supere suas dificuldades de aprendizagem e alcance 
seu potencial máximo. A observação contínua e a adaptação das estratégias pedagógicas a partir 
da análise das respostas dos alunos são fundamentais para garantir a eficácia desse processo(Dias; 
Seabra, 2013, p. 210). 
No que se refere às funções executivas, um aspecto essencial do desenvolvimento 
cognitivo, a psicologia educacional oferece insights valiosos para a formação continuada de 
professores. As funções executivas, como a memória de trabalho, o controle inibitório e a 
flexibilidade cognitiva, são fundamentais para o sucesso acadêmico e social dos alunos. O trabalho 
de Dias e Seabra (2013, p. 208). destaca como o desenvolvimento dessas funções pode ser 
promovido por meio de intervenções adequadas, permitindo que os alunos desenvolvam 
habilidades importantes para o aprendizado e a vida cotidiana. Os professores, ao entenderem o 
impacto das funções executivas na aprendizagem, podem implementar estratégias pedagógicas que 
ajudem os alunos a aprimorar essas habilidades, como exercícios que promovam o pensamento 
crítico, a organização de ideias e a resolução de problemas de forma independente. 
A prática pedagógica também deve levar em consideração a neuroplasticidade do 
cérebro, ou seja, a capacidade do cérebro de se reorganizar e formar novas conexões à medida que 
o aluno aprende. A psicologia educacional, ao integrar os conhecimentos da neurociência, permite 
que os educadores compreendam como as experiências de aprendizagem moldam o cérebro e 
como as práticas pedagógicas podem estimular essa plasticidade cerebral. A neurociência aplicada 
à educação tem demonstrado que, ao criar um ambiente de aprendizado estimulante e desafiador, é 
possível promover o desenvolvimento de novas conexões neurais, favorecendo o aprendizado 
(Cosenza; Guerra, 2011, p. 37). A neurociência aplicada à educação tem mostrado que, ao criar 
um ambiente desafiador e estimulante, o cérebro pode desenvolver novas conexões neurais que 
favorecem a aprendizagem, permitindo que os alunos desenvolvam habilidades mais eficazes. 
A relação entre as emoções e o aprendizado também é um fator determinante para a 
eficácia das práticas pedagógicas. Como afirma (Damasio, 2006, p. 121), as emoções não são 
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antagônicas à razão, mas fazem parte de um processo cognitivo integrado que envolve tanto a 
emoção quanto o pensamento. Em um ambiente educacional, isso implica que os alunos precisam 
sentir-se emocionalmente seguros para aprender de maneira eficaz. A psicologia educacional, ao 
reconhecer essa interdependência, promove práticas pedagógicas que considerem o bem-estar 
emocional dos alunos como uma condição essencial para o sucesso acadêmico. 
A integração entre psicologia educacional e prática pedagógica não se limita a aplicar 
técnicas de ensino, mas envolve uma compreensão profunda dos processos cognitivos, 
emocionais, sociais e culturais que influenciam o aprendizado. A escuta ativa, a empatia e a 
observação sistemática são fundamentais para criar um ambiente de aprendizado que respeite e 
valorize as necessidades individuais de cada aluno. As contribuições da psicologia educacional 
são, portanto, essenciais para a formação de educadores que saibam reconhecer e trabalhar com a 
diversidade do aluno, promovendo uma aprendizagem que não só seja significativa, mas também 
inclusiva e transformadora. 
2.2 O PAPEL DA PSICOPEDAGOGIA E DA NEUROPSICOPEDAGOGIA NA 
IDENTIFICAÇÃO DE DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM. 
A integração entre a psicologia educacional e a prática pedagógica é essencial para 
melhorar a compreensão dos processos de aprendizagem dos alunos. De acordo com Herculano-
Houzel (2015, p. 45), compreender como o cérebro se transforma ao longo da infância e 
adolescência permite que educadores ajustem suas práticas de ensino para atender melhor aos 
alunos em cada fase do desenvolvimento. Nesse contexto, a psicopedagogia se destaca ao oferecer 
intervenções que consideram tanto as dificuldades cognitivas quanto as emocionais, promovendo 
estratégias personalizadas que atendem ao ritmo de aprendizagem de cada estudante. 
A psicopedagogia, ao integrar os conhecimentos da psicologia com a prática pedagógica, 
proporciona uma visão holística do aluno. Essa abordagem não se limita apenas aos aspectos 
cognitivos, mas também reconhece a importância das interações emocionais e sociais para o 
aprendizado. Como afirmam Lopes e Maia (2000, p. 130), a compreensão do desenvolvimento 
emocional e social é essencial para o diagnóstico e intervenção em dificuldades de aprendizagem. 
Nesse sentido, a psicopedagogia ajuda a identificar os obstáculos ao aprendizado e a propor 
soluções que respeitem as necessidades individuais de cada aluno. 
A neuropsicopedagogia, por sua vez, baseia-se nas neurociências para estudar o impacto 
das funções cerebrais no processo de aprendizagem. O entendimento das funções cognitivas, como 
a atenção, a memória e a autorregulação, tem permitido que as intervenções pedagógicas sejam 
ainda mais precisas e fundamentadas em evidências científicas. Perassinoto, Boruchovitch e 
Bzuneck (2013, p. 355) destacam que a neuropsicopedagogia pode identificar disfunções 
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cognitivas que afetam o desempenho acadêmico, propondo estratégias que visem ao 
desenvolvimento dessas funções, como o uso de atividades que estimulem a memória de trabalho 
e a atenção sustentada. 
De acordo com Herculano-Houzel (2015, p. 78), a neurociência tem revelado aspectos 
importantes do cérebro adolescente, como sua plasticidade e capacidade de adaptação. Esses 
conhecimentos têm implicações diretas na prática pedagógica, pois permitem que os educadores 
ajustem suas metodologias de ensino para promover uma aprendizagem mais eficaz. O 
entendimento das funções cognitivas envolvidas no aprendizado, como a atenção, por exemplo, é 
fundamental para que os professores possam desenvolver estratégias que ajudem os alunos a se 
concentrar e a se engajar nas atividades propostas. 
A memória é um dos pilares do aprendizado e, como aponta Perassinoto, Boruchovitch e 
Bzuneck (2013, p. 357), a neuropsicopedagogia oferece ferramentas para auxiliar no 
desenvolvimento da memória de trabalho, essencial para a retenção e organização do 
conhecimento. Essa abordagem permite que os educadores usem estratégias de ensino mais 
eficazes, como a repetição espaçada e o uso de recursos visuais, para ajudar os alunos a superar 
dificuldades relacionadas à memória e à retenção de informações. 
A autorregulação, que envolve o controle emocional, a motivação e a capacidade de 
manter o foco nas tarefas, é outra função cognitiva importante para o sucesso acadêmico. Lopes e 
Maia (2000, p. 134) enfatizam que a autorregulação é um fator determinante para o sucesso 
escolar, pois ela permite que os alunos gerenciem suas emoções e comportamentos, melhorando 
sua capacidade de concentração e desempenho acadêmico. Nesse sentido, a psicopedagogia 
contribui ao trabalhar com os alunos estratégias que ajudem a melhorar a autorregulação, 
promovendo o equilíbrio emocional necessário para o aprendizado. 
A psicopedagogia e a neuropsicopedagogia, ao integrarem a psicologia e a neurociência 
ao processo pedagógico, possibilitam a criação de abordagens mais adaptadas às necessidades 
individuais dos alunos. Perassinoto, Boruchovitch e Bzuneck (2013, p. 358) explicam que, por 
meio dessas abordagens, os professores podem implementar práticas de ensino que respeitam as 
diferenças individuais de cada estudante, promovendo um aprendizado mais inclusivo. Essas 
intervenções baseadas no entendimento dos processos cognitivos e emocionais dos alunos 
contribuem para a criação de um ambiente educacional mais equitativo e eficiente. 
A utilização de estratégias baseadas no conhecimento das funções cognitivas e 
emocionais tem o potencial de transformar a prática pedagógica. Como observa Herculano-Houzel 
(2015, p. 89), a educação, ao se apropriardo conhecimento da neurociência, pode tornar-se mais 
inclusiva, adaptando-se às necessidades de cada aluno e, assim, promovendo uma aprendizagem 
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mais eficaz e profunda. Isso implica a adoção de práticas de ensino que estimulem não apenas a 
aprendizagem cognitiva, mas também o desenvolvimento emocional e social dos alunos, criando 
um ambiente educacional mais holístico e acolhedor. 
A integração da psicopedagogia, neuropsicopedagogia e neurociência contribui para o 
desenvolvimento de estratégias pedagógicas mais eficazes, que consideram a complexidade do 
processo de aprendizagem. Lopes e Maia (2000, p. 136) sugerem que essa integração permite que 
os educadores identifiquem as dificuldades de aprendizagem de maneira mais precisa e 
intervenham de forma mais eficaz, respeitando as particularidades de cada aluno. Essa abordagem 
favorece o desenvolvimento de competências cognitivas e emocionais essenciais para o sucesso 
escolar e a inclusão dos alunos com dificuldades de aprendizagem. 
A psicopedagogia e a neuropsicopedagogia ajudam, portanto, a criar um ambiente 
educativo mais adequado, no qual as dificuldades de aprendizagem são identificadas e tratadas de 
maneira eficaz, respeitando o ritmo e as necessidades de cada aluno. Herculano-Houzel (2015, p. 
92) destaca que a compreensão das transformações cerebrais ao longo do desenvolvimento 
permite aos educadores criar estratégias que atendam de forma mais precisa às necessidades dos 
alunos, favorecendo o processo de aprendizagem de forma mais eficiente e inclusiva. 
A contribuição da neurociência, especialmente no que diz respeito às funções cognitivas, 
como a memória e a atenção, é fundamental para a elaboração de estratégias de ensino que 
atendam a alunos com dificuldades específicas. Perassinoto, Boruchovitch e Bzuneck (2013, p. 
359) sugerem que os educadores, ao compreenderem as limitações cognitivas dos alunos, podem 
usar práticas pedagógicas mais eficazes, como o uso de tecnologias de apoio e metodologias 
diferenciadas, para melhorar o desempenho acadêmico desses alunos. Isso se traduz em uma 
educação mais inclusiva, que oferece oportunidades de aprendizagem para todos os alunos, 
independentemente das suas dificuldades cognitivas ou emocionais. 
É evidente que a integração entre psicopedagogia, neuropsicopedagogia e pedagogia é 
essencial para o sucesso educacional de alunos com dificuldades de aprendizagem. Ao utilizar o 
conhecimento das neurociências e das práticas psicopedagógicas, os educadores podem 
desenvolver estratégias que atendem as necessidades individuais de cada aluno, promovendo um 
ambiente de aprendizado mais inclusivo e eficaz. Como afirmam Lopes e Maia (2000, p. 137), 
essa integração permite uma abordagem mais holística e personalizada do processo educativo, 
respeitando as particularidades de cada aluno e oferecendo as ferramentas necessárias para o seu 
sucesso acadêmico. 
 
A ATUAÇÃO PEDAGÓGICA, (NEURO) PSICOPEDAGÓGICAS E A MEDIAÇÃO 
ESCOLAR À LUZ DA PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Página 10 
 
2.3 A MEDIAÇÃO ESCOLAR COMO ESTRATÉGIA INCLUSIVA E 
PERSONALIZADA DE ENSINO. 
A integração entre psicologia educacional e prática pedagógica é fundamental para o 
desenvolvimento de estratégias eficazes no processo de ensino e aprendizagem. A mediação 
escolar se insere como uma ferramenta essencial nesse contexto, especialmente para alunos com 
necessidades educacionais específicas. Esse processo de mediação favorece a interação entre 
aluno, professor, conteúdo e contexto, criando um ambiente de aprendizagem mais inclusivo e 
personalizado. Purves et al. (2010, p. 45) destacam que a mediação é um mecanismo que 
potencializa a construção de conhecimento, principalmente quando aplicada a alunos com 
dificuldades específicas de aprendizagem, como aqueles com dislexia ou transtornos de atenção. A 
interação mediada, ao adaptar as condições do ambiente de aprendizagem às necessidades do 
aluno, oferece uma abordagem mais flexível e responsiva, permitindo que cada estudante participe 
ativamente de seu processo educacional. 
A função do mediador, portanto, é de grande importância nesse contexto, pois ele facilita 
o acesso do aluno ao conteúdo de forma personalizada, respeitando seu ritmo e suas 
particularidades. Rotta (2016a, p. 6) descreve que o mediador atua como um facilitador do 
aprendizado, sendo uma figura chave no desenvolvimento de estratégias que busquem a inclusão 
de alunos com necessidades educacionais especiais. Ao adaptar o conteúdo, as metodologias de 
ensino e até o próprio ambiente físico, o mediador proporciona condições para que os alunos 
ultrapassem barreiras cognitivas e sociais, permitindo sua plena participação nas atividades 
escolares. Isso é especialmente relevante para alunos com transtornos de aprendizagem, que 
muitas vezes enfrentam dificuldades em acompanhar o ritmo da turma regular. 
A mediação escolar também contribui para a criação de um ambiente mais acessível, 
onde as diferenças entre os alunos não representam um obstáculo, mas uma oportunidade de 
enriquecer o processo educativo. A inclusão, nesse sentido, vai além da simples adaptação de 
conteúdo; ela envolve também a criação de um espaço educacional que valoriza a diversidade e 
favorece a construção de uma aprendizagem coletiva e colaborativa. De acordo com Rotta (2016b, 
p. 473), a plasticidade cerebral, conceito amplamente discutido no campo das neurociências, é um 
dos fatores que explicam a importância da mediação. O cérebro humano tem uma capacidade 
única de se adaptar a diferentes estímulos e condições, e a mediação escolar deve ser vista como 
uma maneira de estimular essa plasticidade, promovendo a adaptação dos alunos a novos desafios 
educacionais. 
A neurociência, portanto, fornece embasamento para a importância do mediador escolar 
no processo de aprendizagem. Segundo Purves et al. (2010, p. 122), a compreensão dos 
A ATUAÇÃO PEDAGÓGICA, (NEURO) PSICOPEDAGÓGICAS E A MEDIAÇÃO 
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mecanismos cerebrais que envolvem a aprendizagem é fundamental para o desenvolvimento de 
estratégias pedagógicas mais eficazes. Ao entender como o cérebro processa informações e se 
adapta a novas experiências, é possível estruturar o ensino de maneira que estimule as capacidades 
cognitivas dos alunos, considerando suas necessidades específicas. Nesse sentido, a mediação 
escolar torna-se um elemento chave para a promoção de um ambiente de aprendizagem mais 
eficiente e acessível para todos, independentemente das dificuldades que o aluno possa enfrentar. 
A mediação escolar permite que o aluno se sinta mais seguro e confiante em seu processo 
de aprendizagem. Quando o mediador adapta as atividades e oferece apoio contínuo, o aluno 
consegue desenvolver sua autonomia e suas habilidades cognitivas de maneira mais eficaz. Rotta 
(2016b, p. 481) enfatiza que a adaptação do ensino às necessidades dos alunos favorece o 
desenvolvimento de competências cognitivas, como a atenção e a memória, que são essenciais 
para o sucesso acadêmico. A mediação, portanto, não só favorece o acesso ao conteúdo, mas 
também contribui para o fortalecimento das habilidades cognitivas fundamentais para a 
aprendizagem. 
Em um contexto mais amplo, a mediação escolar também deve ser vista como parte de 
uma abordagem pedagógica inclusiva que vai além da adaptação curricular. A mediação permite a 
construção de um ambiente educacional que respeita e valoriza as diferenças individuais, criando 
condições para que todos os alunos, independentemente de suas dificuldades, possam participar 
ativamente das atividades escolares. De acordo com Purves et al. (2010, p. 134), a inclusão de 
alunos com necessidades educacionais específicas requer não apenas a adaptação do conteúdo, 
mas também a modificação das estratégiaspedagógicas e a criação de um ambiente físico e 
emocional que favoreça o desenvolvimento integral de cada aluno. 
O mediador, portanto, desempenha um papel crucial nesse processo, pois é ele quem tem 
a função de ajustar as estratégias de ensino às necessidades dos alunos. Isso implica em uma 
atuação dinâmica, em que o mediador deve ser capaz de perceber as necessidades individuais de 
cada aluno e adaptar sua abordagem de acordo. Rotta (2016a, p. 5) argumenta que a flexibilidade 
do mediador é um dos aspectos mais importantes da mediação escolar, pois ela permite que o 
ensino seja ajustado em tempo real, garantindo que todos os alunos recebam a atenção e o suporte 
necessários para o seu desenvolvimento. Essa adaptação constante é fundamental para que os 
alunos com dificuldades de aprendizagem não se sintam excluídos, mas, ao contrário, se sintam 
estimulados a participar e a desenvolver suas competências. 
No processo de mediação, é importante destacar que a construção de um ambiente 
acessível não diz respeito apenas a adaptações físicas ou curriculares. Ela envolve também a 
criação de um espaço emocionalmente seguro, onde os alunos se sintam apoiados e respeitados. 
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Rotta (2016b, p. 484) ressalta que a mediação deve considerar não apenas os aspectos cognitivos e 
pedagógicos, mas também os aspectos emocionais dos alunos. Isso inclui o reconhecimento das 
dificuldades emocionais que muitas vezes acompanham as dificuldades de aprendizagem, como a 
baixa autoestima e o medo do fracasso. Nesse sentido, a mediação escolar deve ser vista como um 
processo que visa a inclusão em todos os aspectos, não apenas no acesso ao conteúdo, mas 
também no acolhimento das diferenças emocionais e sociais de cada aluno. 
A importância do mediador, portanto, vai além do simples suporte pedagógico. Ele é, na 
verdade, um facilitador do processo de aprendizagem, ajudando os alunos a superar obstáculos 
cognitivos, emocionais e sociais. Purves et al. (2010, p. 151) destacam que o mediador deve estar 
preparado para lidar com as diferentes necessidades dos alunos, oferecendo apoio contínuo e 
garantindo que o aluno tenha a confiança necessária para participar das atividades escolares. A 
presença do mediador, em muitas situações, é o que garante que o aluno com dificuldades de 
aprendizagem não se sinta desmotivado ou excluído, mas sim integrado ao processo educacional, 
com suas próprias necessidades e habilidades reconhecidas. 
A mediação escolar é uma estratégia pedagógica inclusiva que promove a interação entre 
aluno, professor, conteúdo e contexto. Ao reconhecer as necessidades específicas de cada aluno e 
adaptar o ensino de acordo com essas necessidades, a mediação contribui para a construção de um 
ambiente de aprendizagem mais acessível e eficiente. Rotta (2016a, p. 7) afirma que a mediação é 
um processo contínuo e dinâmico, que deve ser ajustado conforme as necessidades dos alunos, 
garantindo que todos, independentemente de suas dificuldades, possam alcançar o sucesso 
acadêmico. A atuação do mediador, portanto, é essencial para o desenvolvimento de um ambiente 
educacional mais inclusivo, que favorece a aprendizagem de todos os alunos, respeitando suas 
particularidades e potencialidades. 
2.4 A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES E PAIS COMO 
FERRAMENTA DE TRANSFORMAÇÃO EDUCACIONAL. 
A integração entre psicologia educacional e prática pedagógica é fundamental para 
promover uma transformação educacional significativa. Uma das chaves para essa transformação 
está na formação continuada de professores e no envolvimento das famílias no processo 
educacional. A formação contínua de educadores, aliada ao apoio das famílias, pode gerar 
mudanças profundas na qualidade da aprendizagem, tanto para alunos quanto para os próprios 
profissionais envolvidos no processo. Vigotski (1998, p. 42) afirma que o desenvolvimento 
cognitivo é resultado da interação social e cultural, e isso inclui a formação contínua dos 
professores, que deve ser vista como uma forma de promover o desenvolvimento profissional e 
intelectual dos educadores. Os professores são mediadores essenciais nesse processo de 
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aprendizagem, e, portanto, seu desenvolvimento contínuo e a aproximação da teoria com a prática 
pedagógica são fundamentais para garantir a eficácia do ensino. 
A formação continuada de professores, para ser eficaz, deve se basear em evidências 
científicas, especialmente nas áreas de psicologia, pedagogia e neuroeducação, de modo a 
proporcionar uma aprendizagem mais fundamentada e eficaz. Willingham (2011, p. 85) destaca 
que a ciência cognitiva oferece respostas para muitos dos desafios enfrentados pelas escolas, 
especialmente ao tratar de como motivar os alunos e tornar as salas de aula mais atrativas e 
eficazes. A formação continuada, ao integrar os conhecimentos dessas áreas, permite que os 
professores adaptem suas práticas pedagógicas para atender às necessidades cognitivas e 
emocionais dos alunos. Além disso, a ciência cognitiva tem fornecido insights valiosos sobre 
como o cérebro aprende, o que pode ser aplicado para melhorar a prática pedagógica no dia a dia. 
A formação de professores não pode ser vista como um processo isolado. O 
envolvimento das famílias também é um aspecto crucial para o sucesso educacional. Como 
argumenta Vigotski (1998, p. 48), a aprendizagem não ocorre de forma isolada, mas é 
profundamente influenciada pelas interações sociais, especialmente no contexto familiar. O apoio 
da família no processo educacional é essencial para garantir que os alunos se sintam motivados e 
que tenham a oportunidade de consolidar o que aprendem na escola. Para isso, é fundamental que 
as famílias se envolvam de maneira ativa, participando não apenas das atividades escolares, mas 
também apoiando os filhos nas tarefas e aprendizados diários. A colaboração entre escola e família 
fortalece o processo educacional, proporcionando ao aluno um ambiente de aprendizagem 
contínuo e enriquecedor. 
A aproximação entre teoria e prática na formação de professores é um ponto crucial para 
que as práticas pedagógicas se tornem mais eficazes. Willingham (2011, p. 95) argumenta que a 
maioria dos professores não tem acesso a conhecimentos sobre como a mente humana aprende de 
maneira eficiente, e isso pode levar a métodos de ensino que não são otimizados para o 
desenvolvimento cognitivo dos alunos. Para que a formação de professores seja efetiva, ela deve 
incorporar as descobertas da neurociência e da psicologia educacional, ajudando os educadores a 
entenderem como os alunos processam as informações e como essas informações podem ser 
melhor apresentadas para maximizar a aprendizagem. 
A integração da psicologia educacional e da neuroeducação na formação de professores 
proporciona uma abordagem mais holística da aprendizagem. As estratégias pedagógicas devem 
ser baseadas em evidências que considerem os processos cognitivos envolvidos no aprendizado, 
como atenção, memória e autorregulação. A neurociência tem mostrado que os alunos aprendem 
de maneira mais eficaz quando o conteúdo é apresentado de forma que leve em consideração suas 
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capacidades cognitivas e emocionais, e que estimule a autorregulação e o pensamento crítico. Isso 
exige que os professores se atualizem constantemente sobre as descobertas científicas e as 
apliquem em suas práticas cotidianas. Segundo Willingham (2011, p. 102), quando os professores 
compreendem como os alunos aprendem, eles são mais eficazes em sua prática pedagógica, pois 
podem aplicar essas informações de forma a ajudar os alunos a superarem suasdificuldades e a 
maximizar seu potencial. 
A formação continuada também deve ser entendida como um processo dinâmico, no qual 
os professores são incentivados a refletir sobre suas próprias práticas pedagógicas e a buscar 
constantemente melhorias. Esse processo de reflexão, aliado ao aprendizado das novas abordagens 
científicas, contribui para a evolução da prática pedagógica e, consequentemente, para o sucesso 
do processo educacional. A reflexão sobre a prática permite que os educadores identifiquem 
pontos de melhoria em seu ensino e ajustem suas abordagens pedagógicas para atender melhor às 
necessidades dos alunos. Para Vigotski (1998, p. 55), a prática pedagógica deve ser entendida 
como um processo de construção contínua, no qual os educadores e alunos aprendem juntos, de 
maneira colaborativa, o que reforça a importância da formação contínua para o desenvolvimento 
de todos os envolvidos no processo educativo. 
O envolvimento das famílias, por sua vez, não deve se limitar a visitas periódicas à escola 
ou ao simples acompanhamento das tarefas de casa. A verdadeira colaboração entre escola e 
família envolve uma parceria ativa e constante, com os pais sendo parceiros no processo de 
aprendizagem. A participação das famílias deve incluir o apoio emocional e intelectual, 
oferecendo aos filhos um ambiente de aprendizagem estimulante e encorajador. Isso pode 
envolver a criação de atividades de aprendizagem em casa, o incentivo à leitura e ao estudo, além 
do apoio às habilidades sociais e emocionais dos alunos. O envolvimento da família é um fator de 
proteção contra o fracasso escolar, como sugere Vigotski (1998, p. 60), pois um aluno que sente o 
apoio de sua família tem mais chances de se sentir motivado e engajado no processo de 
aprendizagem. 
As políticas educacionais também devem refletir a importância da formação continuada 
de professores e do envolvimento das famílias, garantindo que as escolas disponham de recursos 
adequados para apoiar esses processos. A formação de professores deve ser vista como uma 
prioridade dentro do sistema educacional, com programas de desenvolvimento profissional que 
sejam baseados em evidências científicas e que envolvam práticas pedagógicas inovadoras. Além 
disso, as escolas devem criar mecanismos que facilitem a participação das famílias no processo 
educacional, como reuniões regulares, programas de apoio à parentalidade e oportunidades de 
envolvimento nas atividades escolares. Willingham (2011, p. 108) defende que a colaboração 
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entre escolas e famílias é essencial para a criação de um ambiente de aprendizagem coeso e eficaz, 
onde todos os envolvidos se sintam responsáveis pelo sucesso dos alunos. 
Para que a transformação educacional aconteça de fato, é necessário um compromisso 
contínuo de todos os envolvidos: professores, alunos e famílias. A formação continuada de 
professores e o envolvimento das famílias são dois pilares fundamentais nesse processo. A 
formação dos educadores deve ser baseada em evidências científicas sobre o funcionamento da 
mente humana, e as famílias devem ser incentivadas a participar ativamente do processo 
educacional, criando um ambiente que favoreça o desenvolvimento cognitivo e emocional dos 
alunos. Através dessas estratégias, é possível promover uma educação mais inclusiva e eficaz, que 
respeite as necessidades individuais de cada aluno e que favoreça o seu desenvolvimento integral. 
2.5 A PROMOÇÃO DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA E DO 
DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DO ESTUDANTE. 
A promoção da aprendizagem significativa e do desenvolvimento integral do estudante é 
um desafio central na educação contemporânea. A aprendizagem significativa, conforme definida 
por Ausubel, ocorre quando o novo conhecimento se conecta de maneira relevante aos 
conhecimentos prévios dos alunos, criando um ambiente propício para a construção de saberes 
duradouros e aplicáveis. Dias e Seabra (2013, p. 207) afirmam que as funções executivas, como a 
memória de trabalho e o controle inibitório, são essenciais nesse processo, pois permitem que o 
aluno organize, compreenda e relacione os novos conteúdos com aqueles que já possui. Quando a 
aprendizagem se dá de forma significativa, os estudantes se tornam mais motivados a aprender, já 
que veem sentido no que estão estudando, a interação entre o que o aluno sabe e o que precisa 
aprender é crucial para o sucesso educacional. 
Além de promover a conexão entre os conhecimentos prévios e novos conteúdos, a 
aprendizagem significativa também depende de práticas pedagógicas contextualizadas, 
motivadoras e afetivamente envolventes. Como aponta Fonseca (2016, p. 370), as emoções 
desempenham um papel fundamental na aprendizagem, uma vez que o envolvimento emocional 
facilita o processo de memorização e compreensão. Quando o conteúdo é apresentado de maneira 
que estimule a curiosidade, a emoção e o interesse do aluno, este se sente mais motivado a 
aprender, criando um ciclo positivo que reforça seu engajamento com os estudos. O professor, 
deve buscar estratégias pedagógicas que levem em consideração as necessidades emocionais e 
cognitivas dos alunos, proporcionando um ambiente de aprendizado que favoreça tanto o 
desenvolvimento intelectual quanto o afetivo. 
O desenvolvimento integral do estudante, por sua vez, envolve não apenas o 
aprimoramento de suas habilidades cognitivas, mas também o desenvolvimento de competências 
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socioemocionais. Hercunano-Houzel (2015, p. 58) destaca que a adolescência é um período crítico 
de transformação cerebral, no qual as funções executivas do cérebro, como a regulação emocional, 
o controle da impulsividade e o planejamento, ainda estão em desenvolvimento. Nesse sentido, a 
educação deve fornecer oportunidades para que os alunos possam exercer e aprimorar essas 
competências ao longo do processo de aprendizagem. O desenvolvimento dessas funções 
executivas é crucial para que o aluno seja capaz de enfrentar os desafios acadêmicos e da vida 
cotidiana com autonomia e responsabilidade. As práticas pedagógicas devem ser desenhadas de 
forma a promover tanto o desenvolvimento cognitivo quanto o socioemocional do estudante. 
A promoção de práticas pedagógicas que considerem a complexidade do ser humano é 
essencial para o desenvolvimento integral do aluno. Isso implica a criação de um ambiente de 
aprendizado que seja capaz de estimular não apenas o intelecto, mas também as emoções e as 
relações sociais dos estudantes. A educação deve, portanto, ser vista como um processo que vai 
além da transmissão de conteúdos, mas que busca, também, a formação do indivíduo de maneira 
holística, respeitando suas individualidades e suas necessidades específicas. O uso de estratégias 
que envolvam os alunos afetivamente, como projetos de grupo, atividades práticas e que 
estimulem a criatividade, pode ser uma forma eficaz de promover esse tipo de aprendizagem 
significativa e integral. 
A relação entre o desenvolvimento cognitivo e as emoções ganha destaque, pois ambas 
estão intimamente ligadas ao processo de aprendizagem. De acordo com Fonseca (2016, p. 370), a 
neurociência e a neuropsicopedagogia fornecem um embasamento teórico importante para 
entender como as emoções influenciam a aprendizagem. A ideia de que as emoções são elementos 
fundamentais para a aprendizagem significativa é corroborada por diversos estudos que 
demonstram que alunos emocionalmente engajados têm maior probabilidade de reter informações 
e aplicar os conhecimentos adquiridos em diferentes contextos. Assim, uma educação que 
favorece o desenvolvimento emocional do aluno tende a resultar em um aprendizado mais 
profundo e duradouro. 
A criação de ambientes motivadores é outrachave para o desenvolvimento integral dos 
estudantes. Hercunano-Houzel (2015, p. 62) afirma que o cérebro adolescente está em um estágio 
de desenvolvimento no qual a motivação e o interesse são determinantes para o sucesso 
acadêmico. As práticas pedagógicas, portanto, precisam ser construídas de forma a despertar o 
interesse dos alunos, relacionando o conteúdo escolar com suas experiências pessoais e com o 
mundo ao seu redor. Isso não apenas torna o aprendizado mais interessante, mas também facilita a 
aquisição de conhecimentos, pois o estudante é capaz de ver a utilidade do que está aprendendo. 
A ATUAÇÃO PEDAGÓGICA, (NEURO) PSICOPEDAGÓGICAS E A MEDIAÇÃO 
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O desenvolvimento das funções executivas, como a autorregulação e o controle 
emocional, é essencial para que os alunos possam se envolver de forma efetiva no processo de 
aprendizagem. Segundo Dias e Seabra (2013, p. 209), o desenvolvimento dessas funções é um dos 
principais indicadores do sucesso acadêmico e social dos estudantes. Quando os alunos 
conseguem controlar suas emoções, planejar suas ações e tomar decisões conscientes, eles estão 
mais preparados para enfrentar os desafios da vida escolar e da vida adulta, a educação deve se 
preocupar em desenvolver essas habilidades, criando condições para que os alunos possam se 
tornar aprendizes autônomos e responsáveis. 
A aprendizagem significativa, portanto, depende de uma abordagem pedagógica que 
considere o aluno como um ser completo, cujas dimensões cognitivas, emocionais e sociais devem 
ser igualmente trabalhadas. Isso significa que os professores devem ser preparados para identificar 
as necessidades de seus alunos e ajustar suas práticas pedagógicas de acordo com essas 
necessidades. A formação dos educadores, como discutido por Dias e Seabra (2013, p. 210), deve 
incluir o desenvolvimento de competências que lhes permitam promover uma aprendizagem que 
vá além do simples repasse de informações. O papel do educador é essencial para criar um 
ambiente de aprendizado que seja tanto desafiador quanto acolhedor, permitindo que o aluno 
desenvolva seu pleno potencial. 
As práticas pedagógicas devem, ainda, ser baseadas em um conhecimento profundo sobre 
como o cérebro aprende, considerando os processos cognitivos e as funções executivas envolvidas 
na aprendizagem. Como observa Hercunano-Houzel (2015, p. 64), a educação deve ser projetada 
de forma a estimular o cérebro de maneiras que favoreçam a consolidação do aprendizado, o que 
inclui estratégias que envolvam tanto a atenção quanto a memória. O uso de tecnologias, por 
exemplo, pode ser uma ferramenta poderosa para tornar o aprendizado mais envolvente e eficaz, 
pois permite a personalização do ensino de acordo com as necessidades de cada aluno. 
A motivação também desempenha um papel central na aprendizagem significativa. 
Segundo Fonseca (2016, p. 375), os alunos que são motivados a aprender estão mais dispostos a 
investir tempo e esforço no processo de aprendizagem, o que, por sua vez, aumenta suas chances 
de sucesso. As estratégias pedagógicas devem ser desenhadas para promover a motivação 
intrínseca dos alunos, ajudando-os a perceber o valor do que estão aprendendo e a relacionar o 
conteúdo escolar com suas próprias vidas e interesses. Isso pode ser feito, por exemplo, por meio 
de atividades práticas, projetos de pesquisa e outras abordagens que envolvam os alunos de 
maneira ativa no processo de aprendizagem. 
A construção de uma aprendizagem significativa, portanto, não é um processo que 
acontece de forma automática. Ela requer a criação de condições favoráveis no ambiente escolar, 
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incluindo o apoio emocional, o engajamento dos alunos e a adaptação das práticas pedagógicas às 
necessidades individuais de cada estudante. Quando essas condições são atendidas, os alunos têm 
mais chances de desenvolver uma aprendizagem significativa, que irá prepará-los para os desafios 
acadêmicos e para a vida fora da escola. 
A promoção da aprendizagem significativa e do desenvolvimento integral do estudante 
envolve uma abordagem pedagógica holística, que considere o aluno em sua totalidade, levando 
em conta suas dimensões cognitivas, emocionais e sociais. As estratégias pedagógicas devem ser 
adaptadas às necessidades dos alunos, de modo a promover uma aprendizagem que seja tanto 
eficaz quanto envolvente. Quando essas condições são atendidas, o processo de aprendizagem 
torna-se mais significativo, duradouro e aplicável ao cotidiano dos estudantes. 
3. CONCLUSÃO 
A atuação pedagógica, neuropsicopedagógica e a mediação escolar, à luz da psicologia 
educacional, demonstram-se fundamentais para a construção de uma educação inclusiva e eficaz, 
que favoreça a promoção de uma aprendizagem significativa e o desenvolvimento integral dos 
alunos. A integração dessas abordagens não apenas enriquece o processo de ensino-aprendizagem, 
mas também contribui de maneira substancial para a formação contínua de pais e professores, 
agentes essenciais no acompanhamento e na construção de ambientes educacionais saudáveis e 
estimulantes. 
A neuropsicopedagogia, com seu olhar atento aos processos cognitivos, emocionais e 
sociais, fornece as ferramentas necessárias para entender as particularidades do desenvolvimento 
de cada aluno. Ao incorporar essas contribuições na prática pedagógica, os educadores conseguem 
promover práticas que considerem as necessidades individuais, respeitando a diversidade e 
potencializando o aprendizado. A psicologia educacional, ao focar no bem-estar emocional e na 
motivação dos alunos, promove um ambiente que favorece o engajamento e o desempenho 
escolar, resultando em uma aprendizagem mais profunda e duradoura. 
A mediação escolar, enquanto estratégia inclusiva, desempenha um papel essencial e 
multifacetado no processo educacional. Ela vai além do simples repasse de informações e do 
ensino de conteúdos curriculares, sendo um mecanismo que favorece a criação de uma rede de 
suporte que integra diversos elementos cruciais para o sucesso acadêmico do aluno. Nesse sentido, 
a mediação escolar possibilita uma interação eficaz entre quatro componentes fundamentais: o 
aluno, o professor, o conteúdo e o contexto educacional. Essa dinâmica interacional permite que o 
processo de aprendizagem seja mais fluido e adaptado às necessidades individuais dos estudantes, 
respeitando suas especificidades cognitivas, emocionais e sociais. 
A ATUAÇÃO PEDAGÓGICA, (NEURO) PSICOPEDAGÓGICAS E A MEDIAÇÃO 
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Por meio de práticas mediadoras, o educador se transforma não apenas em transmissor de 
conhecimento, mas em um facilitador do aprendizado. Nesse papel, ele deve ser capaz de criar 
condições para que o aluno construa seu próprio conhecimento de maneira ativa, interativa e 
personalizada. O mediador, portanto, atua como um ponte entre o conteúdo e o aluno, oferecendo 
suportes que permitem a compreensão e o domínio do saber de forma mais profunda. Além disso, 
ele é responsável por estimular o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, como empatia, 
autocontrole, comunicação e resolução de problemas, que são vitais para o sucesso acadêmico e 
para o desenvolvimento integral do aluno. Ao cultivar essas competências, o educador contribui 
para a formação de cidadãos mais preparados para os desafios da vida acadêmica, profissional e 
social. 
O processo de mediação não se limita ao ambiente escolar, e o envolvimento dos pais 
nesse processo torna-se um fator crucial para fortalecer essa articulação. A presença ativa dos pais 
e responsáveis no cotidiano escolar do aluno cria uma rede de apoio que complementa o trabalho 
do educador. Ao participarem ativamente no acompanhamento das atividades escolares, naorganização da rotina e na comunicação com os professores, os pais tornam-se parceiros 
essenciais na construção de um ambiente educacional favorável ao desenvolvimento do estudante. 
Essa parceria entre escola e família reforça o aprendizado do aluno, tanto dentro como fora da sala 
de aula, promovendo um ambiente mais integrado e sinérgico. 
O envolvimento dos pais também facilita a identificação de possíveis dificuldades ou 
obstáculos no processo de aprendizagem do aluno. Quando os pais têm um conhecimento mais 
profundo sobre as estratégias pedagógicas adotadas, os objetivos educacionais e os avanços do 
estudante, podem contribuir de forma mais eficaz para superar desafios e promover o 
desenvolvimento de habilidades que, porventura, estejam sendo negligenciadas. Esse engajamento 
também favorece a construção de um senso de pertencimento e responsabilidade, tanto por parte 
dos alunos quanto dos educadores e familiares, criando um círculo de apoio que fortalece a 
trajetória educacional de cada estudante. 
À mediação escolar, quando aliada à participação ativa dos pais, cria um ambiente 
educacional mais inclusivo, dinâmico e responsivo às necessidades de cada aluno. Esse modelo de 
atuação pedagógica não só facilita a aprendizagem acadêmica, mas também contribui para o 
desenvolvimento de competências socioemocionais e para a criação de uma rede de suporte 
contínuo que vai além dos muros da escola, assegurando que o aluno tenha o suporte necessário 
para prosperar em sua jornada educacional. A efetividade desse processo depende da colaboração 
constante entre todos os envolvidos, seja dentro do ambiente escolar ou no contexto familiar, com 
o objetivo comum de promover uma educação mais humanizada, adaptada e integradora. 
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Ao alicerçar a formação de professores e pais na psicologia educacional e na 
neuropsicopedagogia, cria-se uma rede de apoio que potencializa o sucesso educacional e o bem-
estar dos alunos. Esse modelo de atuação pedagógica oferece uma educação mais humanizada, 
reflexiva e adaptada às necessidades reais dos estudantes, promovendo não só a aquisição de 
conhecimento, mas também o desenvolvimento de competências cognitivas, emocionais e sociais. 
A promoção de uma aprendizagem significativa, sustentada por esses princípios, é, sem dúvida, o 
caminho para a construção de um futuro educacional mais inclusivo, equitativo e transformador. 
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