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UNIDADE 4
4. TRIBUTOS
4.1 Conceito
4.2 Espécies
4.3 Tributos da União, dos estados-membros, do DF e dos municípios
REFERÊNCIAS LEGAIS:
Arts. 3º, 4º, 5º, 16, 77, 78, 79, 81 e 82 do CTN
Arts. 145, 148, 149, 153, 154, 155, 156 e 195 da CRFB/88
=============================================================
4.1. – Conceito 
	Os tributos são as receitas derivadas que o Estado arrecada do patrimônio dos particulares, com base no seu poder de tributar e de regular, o qual é disciplinado por normas de direito público. O Direito Tributário não abrange as demais receitas públicas, provenientes do próprio patrimônio do Estado.
“Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.” (art. 3º do CTN)
Vamos estudar cada um dos seus elementos:
A 1ª característica que o art. 3º dá ao tributo é o fato de ser o mesmo uma prestação, ou seja, é o objeto principal de uma obrigação, formando um vínculo de direito que se estabelece entre credor e devedor.
PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA: O adjetivo "pecuniário" conferido pelo art. 3º à prestação tributária atribui a mesma o conteúdo monetário, significa pagamento em dinheiro
COMPULSÓRIA: quem tem capacidade econômica para pagar é obrigado ao pagamento, o seja, é a prestação que deve ser satisfeita obrigatoriamente.
EM MOEDA OU CUJO VALOR NELA SE POSSA EXPRIMIR: o pagamento do tributo deve, em geral, ser em moeda. Entretanto, em algumas vezes, quando existir Lei que permita isso, o tributo pode ser pago com imóveis ou títulos. Mas isso só excepcionalmente. De qualquer forma, o valor do bem tem que ser expresso em moeda.
QUE NÃO CONSTITUA SANÇÃO DE ATO ILÍCITO: o tributo não é punição. Multa não é tributo, ou seja, o tributo não pode ter origem num ato ilícito praticado pelo contribuinte.
INSTITUÍDA EM LEI: para que o tributo possa ser exigido há a necessidade de uma Lei que o estabeleça antes da ocorrência do fato que de motivo à cobrança exercida pelo Estado. Ou seja, para que o tributo possa ser cobrado, há a necessidade de uma lei que o estabeleça antes da ocorrência do fato gerador (sem lei não há tributo).
COBRADA MEDIANTE ATIVIDADE ADMINISTRATIVA PLENAMENTE VINCULADA: para que o tributo possa ser cobrado, há necessidade do seu LANÇAMENTO e de outras atividades, por parte da administração tributária, como veremos mais adiante (art. 142). Qualquer dessas atividades é plenamente vinculada ao que diz a Lei, e não podem ser exercidas sem que nela estejam previstas. Só poderá ser cobrado por ato da Administração Pública, devendo seguir as regras estabelecidas em lei.
Com base na definição, as características principais são:
tem a natureza jurídica de "prestação", a qual o contribuinte dá ao Estado; 
obrigatoriedade da prestação; 
prestação que deve possuir caráter monetário; 
prestação que não pode ser punição do Estado por ato ilícito do contribuinte; 
prestação que deve ser instituída por lei; 
cobrança de prestação feita pela Administração Pública devendo seguir apenas os procedimentos que a lei determina.
4.2. - ESPÉCIES DE TRIBUTOS no CTN (art. 5º) e CRFB (art.145): o imposto, as taxas e as contribuições de melhoria
O art. 5o do CTN diz que os tributos são: impostos, taxas e contribuição de melhoria, o que faria supor serem apenas essas as espécies tributárias. O CTN, editado em 1966, reproduziu a então vigente EC 18/65. 	Tributo é o gênero, do qual impostos, taxas e contribuições de melhoria são espécies.
Por uma série de razões, que adiante examinaremos, há figuras tributárias que não se enquadram na tipologia listada no art. 5o do CTN. Examinemos cada uma das três referidas figuras, para, depois estudarmos as demais exações tributárias.
4.2.1. – O IMPOSTO (art. 16 do CTN)
Segundo o art. 16 do CTN, Imposto – “é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”.
O fato gerador (fato jurídico-tributário)do imposto é uma situação (por exemplo, aquisição de renda, prestação de serviços etc.), que não supõe nem se conecta com nenhuma atividade do Estado especificamente dirigida ao contribuinte. Ou seja, para exigir imposto de certo indivíduo, não é preciso que o Estado lhe preste algo determinado. A atuação do Estado dirigida a prover o bem comum beneficia o contribuinte, mas este frui das utilidades que o Estado fornece porque é membro da comunidade e não por ser contribuinte.
Se o FG do imposto não é um ato do Estado, ele deve configurar uma situação à qual o contribuinte se vincula. O legislador deve escolher determinadas situações materiais (por exemplo, aquisição de renda) evidenciadoras de capacidade contributiva, tipificando-as como fatos geradores da obrigação tributária. As pessoas que se vinculam a essas situações (por exemplo, as pessoas que adquirem renda) assumem o dever jurídico de pagar o IR em favor do Estado.
Essa situação típica pode já estar esboçada na norma constitucional definidora da competência tributária (no caso dos impostos nominados) ou não (impostos da competência residual e impostos de guerra.
4.2.2 - AS TAXAS (arts. 78 e 79 do CTN e art. 145, II da CRFB/88)
As taxas são tributos cujo FG é configurado por uma atuação estatal específica, referível ao contribuinte, que pode consistir:
no exercício regular do poder de polícia (art. 78 CTN); ou
na prestação ao contribuinte, ou colocação à disposição deste, de serviço público específico e divisível (CRFB, art. 145, II; CTN, art. 79). 
Como se vê, o fato gerador da taxa não é um fato do contribuinte, mas um fato do Estado. O Estado exerce determinada atividade e, por isso, cobra a taxa da pessoa a quem aproveita aquela atividade.
As diversas teorias sobre as taxas ora sublinham a existência de um benefício ou vantagem para o contribuinte, dando a elas um caráter contraprestacional, ora as vêem como reembolso do custo da atuação estatal, ora as caracterizam meramente como tributo ligado à atuação específica do Estado, abstraídas eventuais vantagens que possam ser fruídas pelo contribuinte.
Se as atividade gerais do Estado devem ser financiadas com os impostos, arrecadados e toda a coletividade, há outras atividades estatais que, dada sua divisibilidade e referibilidade a um indivíduo ou a um grupo de indivíduos determinável, podem (e, numa perspectiva de justiça fiscal, devem) ser financiadas por tributos pagos pelos indivíduos a que essas atividades estatais se dirigem. A implementação dessa idéia levou à criação, a par dos impostos, de outras espécies de tributo (de que as taxas são o exemplo mais expressivo), que se diferenciam pela circunstância de se atrelarem a determinadas manifestações da atuação estatal, que condicionam e legitimam tais exações. Por isso, Alberto Xavier anotou que, não obstante as divergências doutrinárias a respeito dos critérios para distinguir as categorias do imposto e da taxa, em regre se admite “como ponto comum de partida o critério tradicionalmente formulado na ciência das finanças, para o qual o imposto é o modo de financiamento próprio dos serviços públicos indivisíveis e a taxa dos serviços divisíveis”.
4.2.2.1 Taxas de polícia
O art. 78 do CTN define o poder de polícia.
Considera-se regular o exercício do poder de polícia “quando desempenhado pelo órgão competente, nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder”.
Há certos direitos cujo exercício deve ser conciliado com o interesse público, cabendo ao Estado policiar a atuação do indivíduo. A construção de um prédio ou a instalação de uma empresa devem obedecer às leis de zoneamento, de segurança etc. Cabe à administração pública verificar o cumprimento das normas pertinentes e conceder a autorização, licença ou alvará.Do mesmo modo, se um indivíduo deseja viajar para o exterior, compete-lhe obter passaporte.
Esses direitos (de construir, de portar, de viajar etc.), porque podem afetar o interesse da coletividade, sofrem limites e restrições de ordem pública. A taxa de polícia é cobrada em razão da atividade do Estado, que verifica o cumprimento das exigências legais pertinentes e concede a licença, a autorização, o alvará etc. Por isso, fala-se em taxas cobradas pela remoção de limites jurídicos ao exercício de direitos. A atuação fiscalizadora do Estado, em rigor, visa ao interesse da coletividade e não ao do contribuinte da taxa, isoladamente. É este, porém, que provoca a atuação do Estado, sendo isso que justifica a imposição da taxa. Por essa razão foram criadas, a par das taxas pela prestação de serviços ao contribuinte, as taxas pelo exercício do poder de polícia, que, a exemplo daquelas, se referem a atos divisíveis do Estado, justificando-se por isso, custeá-los também com receitas específicas, e não com os impostos.
4.2.2.2 Taxas de serviço
As taxas de serviço têm por fato gerador uma atuação estatal consistente na execução de um serviço público, específico e divisível, efetivamente prestado ou posto à disposição do contribuinte (CRFB, art. 145, II).
Serviços divisíveis, diz o CTN, são aqueles suscetíveis de ser fruídos isoladamente por cada usuário. Serviços indivisíveis (como a defesa do território nacional) não comportam taxação. Já o serviço jurisdicional, sendo divisível, ao permitir que cada usuário dele se utilize isoladamente, enseja a cobrança de taxa (custas) de cada indivíduo que solicitar do Estado a prestação jurisdicional, assumindo o contribuinte (já em relação jurídica de diversa natureza) o direito de reembolso pela outra parte, se vitorioso.
Diante dessa colocação, é ocioso dizer que os serviços, sobre serem divisíveis, precisam ser específicos para que se sujeitem a taxação. Os serviços gerais ou indivisíveis (como a gestão patrimonial do Estado, a defesa do território, a segurança pública etc.) são financiáveis com a receita de impostos e não com taxas de serviço, pois configuram atividades que o Estado desenvolve em atenção a toda a coletividade, sem visar a este ou àquele indivíduo, sendo irrelevante saber se tais atividades são ou não específicas. Já no caso dos serviços que ensejam a cobrança de taxa, sua necessária divisibilidade pressupõe que o Estado os destaque ou especialize, segregando-os do conjunto de suas tarefas, para a eles vincular a cobrança de taxas. A partir do momento em que o Estado se aparelha para executar o serviço, está atendida a exigência de “especificação”. Se (específico embora) o serviço for indivisível, descabe taxá-lo; se divisível, a taxa pode ser instituída. Ou seja, o que importa é a divisibilidade, e não a especificidade do serviço.
A divisibilidade (presente na taxa de serviço) não está ausente da configuração da já referida taxa de polícia, que também corresponde a uma atuação do Estado divisível e referível ao contribuinte.
Ao prever as taxas de serviço, o CTN levou em conta a alternativa dada pela CRFB de se tributar tanto a fruição efetiva como a fruição potencial de serviços. Porém, é impreciso o critério legal distintivo dessas modalidades de fruição. O CTN procurou segregar serviços ditos de utilização compulsória (art. 79, I, b), a que se oporiam, a contrario sensu, os de utilização não compulsória (art. 79, I, a). Estes seriam taxáveis somente quando efetivamente fruídos pelo indivíduo; já os serviços de utilização compulsória poderiam ser taxados à vista de sua mera colocação à disposição, que se traduz na existência de uma atividade administrativa em efetivo funcionamento.
Que seria a utilização compulsória a que se refere o CTN? Não parece tratar-se de uma compulsoriedade de fato, vale dizer, impossibilidade material de deixar de fruir o serviço (algo como deixar de respirar numa situação em que só o Estado fornecesse ar respirável). Dizer, nesse sentido, que a taxa é devida mesmo em caso de fruição potencial não faria sentido, pois a hipótese de incidência seria de impossível realização na modalidade de não-fruição efetiva. Se a fruição fosse inevitável, não haveria hipótese de fruição meramente potencial.
Seria, então, de direito a compulsoriedade da utilização? Estaríamos diante de um dever jurídico de utilizar o serviço? Parece ser essa a interpretação que Rubens Gomes de Sousa deu ao art. 79, I, b, do CTN, ao dizer que o dispositivo limita o conceito de “utilização potencial” aos “serviços cuja utilização seja compulsória, quanto aos quais, portanto, a abstenção ou omissão do contribuinte configuraria infração de norma imperativa”, pretendendo-se, com a idéia de “serviço compulsório”, evitar a crítica de Dino Jarach e Hector Villegas, para quem a taxa de serviço não utilizado efetivamente seria um imposto e não uma taxa de serviço.
Parece-nos que há aí equívocos. Em primeiro lugar, não procede a assinalada crítica; tratando-se de tributo atrelado a uma atuação estatal divisível, e tendo-se o Estado aparelhado para a efetiva prestação, o tributo que tenha aí seu fato gerador merece ser diferenciado dos impostos. Chamar esse tributo de taxa (pela utilização meramente potencial de um serviço que o Estado está efetivamente aparelhado para prestar) não viola a discutida “contraprestacionalidade” desse tributo. Ter um serviço público à disposição representa, por si só, uma utilidade com valor econômico, que, presente a nota da divisibilidade, é suscetível de ser financiada por taxas cobradas dos indivíduos a cuja disposição é posta essa utilidade (por exemplo, serviço de coleta de esgoto).
Por outro lado, a tributabilidade da fruição potencial nada tem que ver com a obrigatoriedade de utilização do serviço, nem com o descumprimento da obrigação legal que imponha essa utilização. A eventual infração de norma imperativa ensejaria sanção (administrativa ou penal), com o que o tributo não se confunde (art. 3o).
A razão de ser a taxação do uso potencial está, a nosso ver, em que há atividades para cuja execução o Estado se aparelha, mas que podem não estar à disposição de todos os indivíduos da comunidade; é o caso do serviço de coleta de esgoto. Outros serviços, ao contrário, são acessíveis a todos, como, por exemplo, o serviço funerário e administração de justiça.
Os impostos se destinam a financiar as atividades gerais e indivisíveis do Estado, enquanto as taxas objetivam financiar serviços divisíveis do Estado, mediante a cobrança junto às pessoas que se beneficiam desses serviços, com o que se evita onerar todos (através de impostos) com o custo de serviços que só aproveitam a alguns. À vista disso, se determinado serviço estatal é posto à disposição de um grupo de indivíduos da comunidade (atingindo, por exemplo, só os bairros centrais de uma cidade), é de justiça que o serviço seja financiado pelos indivíduos integrantes desse grupo que dispõe do serviço (ainda que este ou aquele indivíduo não queira fruir efetivamente do serviço). Não seria justo que toda a comunidade (através de imposto) suportasse o custo do serviço que só atinge parte dela. Mas também não seria justo deixar de cobrar a taxa dos indivíduos integrantes do grupo a cuja disposição está posto o serviço (ainda que não o utilizem efetivamente), pois, como anotou Aliomar Baleeiro, ter o serviço à disposição representa em si mesmo uma vantagem. Todo o grupo que tem o serviço à disposição deve, pois, custear a atividade estatal, ainda que este ou aquele indivíduo não queira fruir efetivamente o serviço.
Vê-se, pois, que não é a compulsoriedade (seja lá isso o que for) que caracteriza os serviços taxáveis pela simples utilização potencial. O que importa fixar é que a CRFB autoriza a criação de taxas cobráveis tanto na fruição efetiva quanto na fruição potencial de certos serviços (para cuja prestação o Estado se tenha aparelhado). O CTN não foi feliz quando pretendeu separar os grupos de serviços que poderiam e os que não poderiamser taxados na utilização potencial, contribuindo dessa forma para exponenciar as dificuldades da doutrina no manejo da taxa.
ESTUDO DE CASO: TAXA DE COLETA DE LIXO
Art. 145 da Constituição
§ 2º - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.
Súmula Vinculante 19
A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal.
Súmula Vinculante 29
É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra.
4.2.2.3 Taxa e preço público
Outra questão que tem atormentado a doutrina, no exame das taxas, consiste em distingui-las dos preços públicos. O problema põe-se, na verdade, em relação às taxas de serviço, pois, no que tange ao exercício do poder de polícia, é aceito que o Estado deve cobrar taxas e não preços.
A taxa é um tributo, sendo, portanto, objeto de uma obrigação instituída por lei; já o preço é obrigação contratual.
O preço é , pois, obrigação assumida voluntariamente, ao contrário da taxa de serviço, que é imposta pela lei a todas as pessoas que se encontrem na situação de usuários (efetivos ou potenciais) de determinado serviço estatal.
Há situações em que o legislador (à vista da execução pelo Estado de um serviço divisível) só tem a via da taxa. Noutros casos, onde for possível o preço público, o legislador pode optar entre adotar o regime jurídico das taxas ou o dos preços públicos. Se institui a taxa (por opção ou porque não é aplicável o regime de preços), a exação sujeita-se ao regime jurídico respectivo: princípio da legalidade, princípio da anterioridade, restrições quanto à base de cálculo (CRFB, art. 145, § 2o) etc. Se adotado o regime jurídico de preço público (nos casos em que o Estado não esteja adstrito a utilizar, é óbvio), sua cobrança dependerá do que estipular o contrato com os indivíduos que solicitarem a prestação do serviço.
A adoção do regime jurídico das taxas permitirá, por razões assinaladas anteriormente, a opção do legislador pela incidência mesmo nos casos em que não haja efetiva utilização do serviço público. Os preços, evidentemente, só poderão ser cobrados nos termos do contrato firmado, não cabendo impor ao indivíduo o pagamento, se ele recusa a contratar; nada impede, por outro lado, cobrar preço pela simples colocação do serviço à disposição, se isso tiver sido contratado.
Nota: “... a CRFB prescreve que a lei disporá sobre a política tarifária da prestação de serviços públicos sob regime de concessão ou permissão. Assim, entendemos que a Constituição reservou o termo tarifa para significar a receita decorrente da prestação de serviços públicos sob regime de concessão ou permissão. Disso resulta que as demais receitas contratuais não devem ser denominadas tarifas, mas preços. (Luiz Emygdio Rosa Jr.)
4.2.3. - A CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA (art. 81 e 82 do CTN e art 145, III da CRFB/88)
A CRFB prevê que a U, E, DF e M podem instituir “contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas” (art. 145, III). Esse tributo, a exemplo das taxas, conecta-se com determinada atuação estatal, qual seja, a realização de uma obra pública de que decorra, para os proprietários de imóveis adjacentes, uma valorização (ou melhoria) de suas propriedades.
Melhoria (melhora ou melhoramento) expressa a elevação de algo para um estado ou condição superior. É antônimo de pioria (piora ou pioramento). O vocábulo melhoria não se refere (salvo em linguagem metonímica) à obra em si; esta é a causa; aquela, a conseqüência: a melhoria decorre da obra.
A valorização das propriedades adjacentes é diretamente proporcional à melhoria que advenha da obra pública. A valorização é a medida da melhoria. À vista do engate necessário entre melhoria e valorização, onde esta inexistir, descabe, a nosso ver, a contribuição. O tributo não se legitima pela simples realização da obra.
Também não se trata de um tributo que se atrele apenas ao patrimônio ou à plus-valia patrimonial; é preciso que haja mais-valia, agregada ao patrimônio do contribuinte, mas, além disso, requer-se que essa mais-valia decorra de obra pública (uma avenida, por exemplo), para que se justifique a cobrança.
Não obstante o laconismo do texto constitucional de 1988, que prevê a contribuição de melhoria “decorrente de obra pública”, parece evidente que a CM só cabe se da obra decorrer valorização (ou melhoria) para a propriedade imobiliária do contribuinte. Aquilo que “decorre da obra pública” não é a contribuição, mas sim a melhoria; e é essa melhoria (gerada pela obra) que lastreia a contribuição. Se assim é, o valor dessa melhoria (ou seja, a efetiva valorização do imóvel) não pode ser desconsiderado na quantificação do tributo; não se pode cobrar contribuição de 100 de um proprietário cujo imóvel teve uma melhoria de 10, ou não teve nenhuma valorização.
O fundamento da CM, comum às taxas, está em que a atuação estatal que possa ser referível a um indivíduo, ou a um grupo de indivíduos, deve ser financiada por tributos específicos, exigidos desses indivíduos, e não pelos tributos (impostos) arrecadados junto a toda a coletividade.
A CM se liga a uma atuação estatal que por reflexo se relaciona com o indivíduo (valorização de sua propriedade). Esse reflexo é eventual, já que da obra nem sempre resulta aquela valorização; por vezes ocorre o contrário: a obra desvaloriza o imóvel, ensejando pedido de reparação do indivíduo contra o Estado, com o mesmo fundamento lógico que embasa a CM: se a coletividade não deve financiar a obra que enriquece um grupo de indivíduos, também não se pode empobrecer esse grupo, para financiar uma obra que interessa à coletividade.
Pedágio
Qual é a espécie tributária do pedágio?
Resposta: Segundo o STF no RE 181.475/RS, o pedágio possui natureza jurídica de TAXA, com fulcro nos arts. 145,II c/c 150,V CRFB/88.
Desta forma, se um motorista resolve pegar uma rodovia que possui a cobrança de pedágio e ele não tem opção de pegar outra (sem acesso), este terá natureza de tributo (taxa). No entanto, havendo opção de pegar outra via (autonomia de vontade), o pedágio não terá natureza de tributo e sim de preço público.
O pedágio aparece na CRFB de uma forma insólita. O art. 150, V, ao proibir o estabelecimento de limitações ao tráfego de pessoas ou bens por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvou a “cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo poder Público”.
Essa disposição deu legitimação constitucional expressa ao pedágio. Além disso, reconheceu-se natureza tributária (por oposição à idéia de que ele traduziria um preço público), pois essa figura está referida num dispositivo que cuida de tributos, e como exceção a um princípio que limita a criação de tributos.
A CRFB, ademais, relaciona o pedágio com uma atuação estatal específica, pois ele tem por fato gerador a utilização de vias conservadas pelo Poder Público. Não é a construção de uma estrada, de per si, que embasa a exigência do pedágio; essa obra pública pode dar lugar à contribuição de melhoria. Já o pedágio é cobrável de quem trafegue pela via pública, e, por isso, frui a utilidade propiciada pela obra do Estado.
O fundamento da exigência do pedágio é análogo ao das taxas de serviço ou de polícia e da contribuição de melhoria, ou seja, a atuação estatal que possa ser referida a um indivíduo ou a um grupo de indivíduos deve ser financiada por tributos cobrados desses indivíduos e não de toda a coletividade.
O fato gerador do pedágio é a utilização da via pública e não a conservação desta. A utilização há de ser efetiva e não meramente potencial (simples colocação da via à disposição). Não se pode dizer que o fato gerador seja o “serviço” (de restauração) que o Poder Público execute, pois essa tarefa é meio (para manter a via públicautilizável) e não fim da atuação estatal. A utilidade que o Estado propicia ao indivíduo não é o conserto, mas sim a utilização da estrada. Noutras palavras, a coisa ou fato estatal a que se liga o pedágio não é uma prestação de serviço (de conserto), é a estrada, com cuja utilização se concretiza o enlace do indivíduo à obrigação tributária.
À vista disso, o pedágio diferencia-se da taxa de serviço. Esta se refere a um serviço prestado pelo Estado ao indivíduo ou posto à sua disposição. Com o pedágio, isso não ocorre; mesmo os reparos que a via pública demande não configuram “prestações” (de serviço) do Estado; a estrada que se restaura não é do contribuinte, é pública. Inexiste, assim, a figura do usuário (do “serviço” de restauração), como decorrência lógica da inexistência de serviço.
O que o contribuinte do pedágio faz não é utilizar um serviço do Estado; utiliza, sim, um bem público e paga por esse bem. Se de taxa se quiser chamar essa prestação pecuniária (e, teoricamente, nada impede que assim se designe a exação), trata-se de taxa de utilização de bem público, e não de taxa de serviço. Nessa ordem de idéias, Alberto Xavier leciona que “o facto constitutivo das obrigações em que se traduzem (as taxas) consiste ou na prestação de uma actividade pública, ou na utilização de bens do domínio público, ou na remoção de um limite jurídico à actividade dos particulares”, enquadrando-se o pedágio no segundo grupo.
Porém, a CRFB só previu com a designação de “taxas”, as de serviço e de polícia, sem especificar o “terceiro” grupo no qual se poderia enquadrar o pedágio. Vide decisão do TJ-SP em RDA, vol. 36, p.200 – “O pedágio é uma taxa de utilização”. Não obstante, são inúmeras as decisões do judiciário de que o pedágio, quando a via pública é conservada pelo Governo é considerado TAXA.
4.2.4 Empréstimos compulsórios
Em princípio deve-se estranhar a figura EMPRÉSTIMO como modalidade de tributo, isto porque quando alguém empresta algo deve, com certeza, haver a obrigação de devolver.
É exatamente o que se está pensando: emprestar dinheiro ao governo de maneira obrigatória, pois consiste na tomada compulsória de certa quantidade em dinheiro do contribuinte a título de "empréstimo", para que este o resgate em certo prazo, conforme as determinações estabelecidas por lei (complementar).
A história nos mostra que os empréstimos compulsórios constam em nosso Sistema Tributário Nacional desde a Emenda Constitucional n. 18 de 1965, e assim foi estabelecido no Código Tributário Nacional (1966):
Art. 15. Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode instituir empréstimos compulsórios:
        I - guerra externa, ou sua iminência;
        II - calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos orçamentários disponíveis;
        III - conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo.�
        Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as condições de seu resgate, observando, no que for aplicável, o disposto nesta Lei.
Por meio do Decreto-Lei nº 2.288 de 1986, o então presidente da República José Sarney, fundamentado na conjuntura que àquela época o Brasil via: hiperinflação (inciso III do artigo 15 do CTN) instituiu os empréstimos compulsórios sobre compra de veículos novos e combustíveis.
Após muitas discussões acerca de sua natureza jurídica, o Supremo Tribunal Federal (STF) editou a Súmula n. 418 estabelecendo que os empréstimos compulsórios fossem uma espécie de CONTRATO, embora ditado ou coativo.
Como ninguém se conformou com a idéia, nem mesmo o pessoal do STF, esse tribunal modificou seu entendimento, passando a ditar a quem possa interessar que os empréstimos compulsórios fazem parte do rol de tributos, ao lado dos impostos taxas e contribuição de melhoria, mas diferente desses porque eles seriam tributos temporários e restituíveis.
LEMBRE: A NATUREZA JURÍDICA DOS EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS É TRIBUTÁRIA, embora sejam TEMPORÁRIOS E RESTITUÍVEIS.
A atual CRFB/1988 prevê a instituição de empréstimos compulsórios pela União somente em duas situações: 
despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública e de guerra externa efetiva ou iminente (art. 148, I);
investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional (art. 148, II).
O instrumento para a instituição dos EC é a lei complementar. Excepciona-se, desse modo, a regra geral de que os tributos são instituídos por lei ordinária.
A CRFB não indica quais os possíveis fatos geradores dos EC. É evidente que o FG do EC não é a guerra, nem a calamidade pública, nem o investimento público, embora ele só possa ser instituído à vista dessas situações. A calamidade, a guerra e o investimento, nas circunstâncias previstas, condicionam o exercício da competência tributária (isto é, só se pode instituir EC se presente uma das situações referidas) e direcionam a aplicação do produto da arrecadação (vale dizer, absorvem necessariamente os recursos arrecadados). À lei complementar que instituir o empréstimo compulsório caberá definir-lhe o fato gerador.
Cuidado em prova o aluno não deve ser iludido com motivos de hiperinflação, recessão na produção, escassez de alimentos...etc para instituição de empréstimo compulsório. Para a prova, o aluno deve conhecer as hipóteses constitucionais de empréstimo compulsório (questão de prova de AFTN/91) e não as do CTN. Ler o art. 15 do CTN e compará-lo com o 148 da CRFB, para verificar que a causa prevista no inciso III do art. 15 não foi recepcionada pela CRFB/88.
RESUMO:
Os empréstimos compulsórios estão previstos no artigo 148 da Constituição Federal e no artigo 15 do Código Tributário Nacional . Entretanto, cabe ressaltar que o inciso III , do artigo 15 do CTN não foi recepcionado pela Constituição de 1988. 
O Constituinte de 1988 unificou os dois primeiros incisos do artigo 15 do Código Tributário Nacional num único inciso no artigo 148 da CF , qual seja, inciso I. No inciso II, do citado artigo 148 , da Constituição Federal , previu a necessidade de instituir empréstimos compulsórios no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional. 
Portanto, o que se pode concluir é que o Constituinte desprezou o inciso III , do art. 15 , do CTN , logo, não se pode instituir empréstimos compulsórios baseados no inciso III do artigo 15 do CTN. 
Não esqueçam: Os empréstimos compulsórios servem para atender a situações excepcionais, e só podem ser instituídos pela União, mediante Lei Complementar nos casos do art. 148 da atual CRFB.
4.2.5. CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS (art. 149, caput, da CRFB/88):
contribuições sociais
contribuições de intervenção no domínio econômico;
contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas.
A CRFB caracteriza as contribuições sociais pela sua destinação, vale dizer, são ingressos necessariamente direcionados a instrumentar (ou financiar) a atuação da União (ou dos demais entes políticos, na específica situação prevista no § 1º do art. 149) no setor da ordem social.
As contribuições sociais têm seu perfil delineado no Título VIII da CRFB (“Da Ordem Social”), onde se afirma o primado do trabalho e põem os objetivos do bem-estar e da justiça social. Cuidadosa disciplina é dada à seguridade social (Capítulo II do Título VIII), que é financiada por contribuições sociais e ainda por recursos dos orçamentos da União, E, DF e M (art. 195).
As contribuições especiais têm fundamento no art. 149 da Constituição, que as divide em três subespécies: contribuições sociais, contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE), e contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas. 
As contribuições sociais podem ser subdivididas em: a) previdenciárias, se destinadas especificamente ao custeio da Previdência Social, e são formadas pelas contribuições dos segurados e das empresas (arts. 20/23 da Lei nº 8.212/1991); b) e não previdenciárias,quando voltadas para o custeio da Assistência Social e da Saúde Pública. Por exemplo: a COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), o PIS (Programa de Integração Social), incidentes sobre a receita ou o faturamento, e a CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), que recai sobre o lucro.
As contribuições previdenciárias são espécies de contribuições sociais, com a destinação específica de custear o pagamento dos benefícios previdenciários (sistema atuarial). Há, desse modo, como hipótese de incidência, uma atuação do Poder Público indiretamente vinculada ao contribuinte: por meio do custeio da seguridade social ele terá direito a ações gratuitas da saúde pública e, eventualmente, da assistência social e da previdência social (quando se enquadrar em alguma das hipóteses legais). Essas contribuições financiam o sistema da seguridade social (e não retribuem uma atividade específica e divisível do Estado), pois o contribuinte tem a obrigação de pagá-las, mas não necessariamente irá usufruir algum benefício ou serviço da previdência social (a menos que cumpra os requisitos).
Contribuições sociais nos Estados, DF e municípios 
A previdência no serviço público trata das questões relacionadas às normas previdenciárias aplicáveis aos servidores públicos titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Os trabalhadores da iniciativa privada são vinculados, obrigatoriamente, ao Regime Geral de Previdência Social, gerido pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). De outro lado, os servidores titulares de cargos efetivos filiam-se aos regimes próprios de previdência, instituídos e organizados pelos respectivos entes federativos. Os preceitos legais que regem esses regimes possuem fundamento no Art. 40, da Constituição Federal, e são diferentes daqueles aplicados ao Regime Geral.
Regra geral, as contribuições sociais só podem ser instituídas pela União. Porém, no que diz respeito às do tipo previdenciárias, segundo o §1° do artigo 149, é facultado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a instituição de contribuições, cobráveis de seus funcionários, para o custeio, em benefício destes, de planos previdenciários. Essas exações participam da natureza das contribuições sociais, destinadas à seguridade social, embora atuem no âmbito restrito do funcionalismo público dos E, DF e M. 
Ressalvado este, somente a União pode instituir contribuição social como instrumento de sua atuação no campo da ordem social.
b) Contribuições para intervenção no domínio econômico (CIDE) trata-se de contribuições que, à vista do próprio art. 149, só podem destinar-se a instrumentar a atuação da União no domínio econômico, financiando os custos e encargos pertinentes. A atuação do Poder Público nesse campo foi, porém, afetada pela disciplina que a atual CRFB conferiu à matéria. 
Nota: Até então tínhamos apenas CIDE para o IBAA - Instituto Brasileiro do Açúcar e do Álcool, IBC – Instituto Brasileiro do Café, AFRMM – Adicional ao Frete para a Renovação da Marinha Mercante, e Adicional de Tarifa Portuária – ATP, o qual, como firmou o STF, "possui a natureza jurídica de contribuição de intervenção no domínio econômico (CRFB, art. 149), tendo em vista a vinculação de sua receita a investimentos para melhoramento, reaparelhamento, reforma e expansão de instalações portuárias." (RE 209.365-SP e 218.061-SP, Rel. Min. Carlos Velloso, 04.03.99).
A Lei nº 10 336/01 instituiu a CIDE – combustíveis, incidente sobre a importação e a comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados, e álcool etílico combustível.
Art. 3o A Cide tem como fatos geradores as operações, realizadas pelos contribuintes referidos no art. 2o, de importação e de comercialização no mercado interno de:
I – gasolinas e suas correntes;
II - diesel e suas correntes;
III – querosene de aviação e outros querosenes; 
IV - óleos combustíveis (fuel-oil);
V - gás liqüefeito de petróleo, inclusive o derivado de gás natural e de nafta; e
VI - álcool etílico combustível.
Hoje fala-se muito na CIDE, tendo em vista que somente os impostos da União eram divididos com os Estados e Municípios e agora uma Emenda Constitucional permite essa repartição somente para a CIDE sobre importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível (art. 177, § 4º).
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União. 
§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo: 
I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; (Incluído pela EC nº 33, de 2001)
II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; 
III - poderão ter alíquotas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada. (Incluído pela E c nº 33, de 2001)
Art. 159. A União entregará:
III - do produto da arrecadação da contribuição de intervenção no domínio econômico prevista no art. 177, § 4º, 29% (vinte e nove por cento) para os Estados e o Distrito Federal, distribuídos na forma da lei, observada a destinação a que se refere o inciso II, c, do referido parágrafo.(EC nº 44- 2004)
NOTA: A CIDE é recurso novo, começou a ser cobrado em 2002, porém sem a participação dos municípios na arrecadação. Na VI Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, em 2003, a Confederação Nacional dos Municípios solicitou ao Governo Federal a inclusão dos municípios na divisão deste recurso. Com a aprovação de parte da Reforma Tributária, os municípios obtiveram o direito na divisão da Cide. Desde 2004, as prefeituras estão recebendo 7,25% do total arrecado pela União. Os repasses dos recursos da Cide aos estados e municípios foram definidos pela MP 161/04, após acordo do Executivo com governadores e prefeitos, que foi convertida na LEI No 10.866, DE 4 DE MAIO DE 2004.
A lei que criou a CIDE- combustíveis determinou que o produto de sua arrecadação será destinada, na forma da lei orçamentária, ao:
I - pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, de gás natural e seus derivados e de derivados de petróleo;
II - financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; e
III - financiamento de programas de infra-estrutura de transportes
A União entregará aos Estados 29%(e estes 25% aos seus Municípios) sob os seguintes critérios:
I – 40% (quarenta por cento) proporcionalmente à extensão da malha viária federal e estadual pavimentada existente em cada Estado e no Distrito Federal, conforme estatísticas elaboradas pelo Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes - DNIT; (Incluído pela Lei nº 10.866, de 2004)
II – 30% (trinta por cento) proporcionalmente ao consumo, em cada Estado e no Distrito Federal, dos combustíveis a que a Cide se aplica, conforme estatísticas elaboradas pela Agência Nacional do Petróleo - ANP; (Incluído pela Lei nº 10.866, de 2004)
III – 20% (vinte por cento) proporcionalmente à população, conforme apurada pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE; (Incluídopela Lei nº 10.866, de 2004)
IV – 10% (dez por cento) distribuídos em parcelas iguais entre os Estados e o Distrito Federal. (Incluído pela Lei nº 10.866, de 2004
c) Contribuições no interesse de categorias profissionais ou econômicas (contribuições corporativas)  trata-se de tributos destinados ao custeio das atividades das instituições fiscalizadoras e representativas de categorias econômicas ou profissionais, que exercem funções legalmente reputadas como de interesse público. O que faz aqui a União é disciplinar por lei a atuação dessas entidades, conferindo-lhes, para que tenham suporte financeiro, a capacidade de arrecadar contribuições legalmente instituídas. O fato gerador dessas contribuições reside no exercício, pelo contribuinte, de determinada atividade profissional ou econômica, a que se atrelam as funções (de interesse público) exercidas pela entidade credora das contribuições (fiscalização, representatividade, defesa de interesses etc.).
Ex: contribuições sindicais, contribuições para a OAB, CRECI, CRM, SENAI, SENAC, SENAR, SESI, SESC (art. 240, CRFB)..
É complexo o trabalho de determinar a natureza jurídica específica das contribuições citadas.
Será possível ignorar a circunstância de que a contribuição dos advogados, por exemplo, é devida à OAB e não ao Estado, e que se destina a custear aquela específica entidade, legalmente qualificada para executar funções peculiares, no interesse não só dos advogados, mas de toda a coletividade? 
RESUMO: as contribuições sociais são aquelas destinadas ao custeio da seguridade social, as CIDE são as instituídas com o objetivo de regular determinado mercado, para corrigir distorções (como a CIDE sobre a importação de gasolina, diesel e gás), e as coorporativas são destinadas ao financiamento das categorias econômicas ou profissionais (OAB, SESI, SENAI, etc.).
Contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública – CIP ou COSIP (art. 149-A):
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III.
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica. Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 39/2002
4.3 - TRIBUTOS DA UNIÃO, DOS ESTADOS, DO DF e DOS MUNICÍPIOS
Rol de tributos na CRFB/88
A CRFB não se preocupou em definir as espécies de tributo nem em classificá-las, limitando-se a arrolar:
IMPOSTOS instituíveis pela U, E, DF e M, conforme a partilha constante dos arts. 153 e 154 (U), 155 (E e DF) e 156 (M e DF, art. 147);
TAXAS instituíveis por essas mesmas pessoas políticas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição (art. 145, II);
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA decorrente de obra pública, também instituíveis pelas mesmas pessoas políticas (art. 145, III);
Pedágio, instituível igualmente pelas pessoas políticas mencionadas, em razão da utilização de vias por elas conservadas (art. 150, V);
Empréstimos compulsórios, instituíveis pela União (art. 148);
Contribuições sociais, instituíveis pela União (art. 149);
Contribuições de intervenção no domínio econômico, também instituíveis pela União (art. 149);
Contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas, instituíveis igualmente pela União (art. 149);
Contribuição para custeio de sistemas de previdência e assistência social, em benefício dos servidores dos Estados, DF e Municípios, instituível por essas pessoas políticas, e cobrável dos respectivos servidores (art. 149, § 1º);
O art. 147 da CRFB atribui à União, em Território Federal, os impostos estaduais, e, se o TF não for dividido em Municípios, também os impostos municipais.
Ao DF cabem tanto os impostos outorgados aos Estados (art. 155) como os atribuídos aos Municípios (art.147). Não se justifica a assimetria dos preceitos constitucionais: se os impostos do art. 155 são “dos Estados e do DF”, os do art. 156 são também “dos Municípios e do DF”, e não apenas “dos Municípios”, como proclama o rótulo da Seção V do capítulo do Sistema Tributário Nacional. A omissão do art. 156 é sanada, com a evidente atecnia, pelo art. 147, in fine. 
A CRFB arrola na competência da UNIÃO (art. 153):
IMPOSTOS:
II  o imposto sobre a importação de produtos estrangeiros;
IE  o imposto sobre a exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
IR  o imposto sobre a renda e os proventos de qualquer natureza;
IPI  o imposto sobre os produtos industrializados;
IOF  o imposto sobre as operações de crédito, câmbio e seguro ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
ITR  o imposto sobre a propriedade territorial rural;
IGF  o imposto sobre as grandes fortunas, mediante Lei Complementar;
Impostos decorrentes de competência residual (art. 154, I);
Impostos extraordinários de guerra (art. 154, II);
TAXAS
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA;
Empréstimos compulsórios;
Contribuições sociais;
Contribuições de intervenção no domínio econômico;
Contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas.
A CRFB arrola na competência dos ESTADOS e DF (art. 155):
IMPOSTOS:
ITCD  os impostos sobre a transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou direitos;
ICMS  sobre as operações relativas à circulação de mercadorias e sobre a prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação;
IPVA  sobre a propriedade de veículos automotores.
TAXAS
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL DOS SERVIDORES PÚBLICOS ESTADUAIS(tipo previdenciárias)
A CRFB arrola na competência dos MUNICÍPIOS e DF (art. 155 e 147, in fine):
IMPOSTOS:
IPTU  os impostos sobre a propriedade territorial e predial urbana;
ITBI  sobre a transmissão intervivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis;
ISS  sobre serviços de qualquer natureza.
TAXAS
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS(tipo previdenciárias)
CONTRIBUIÇÃO PARA O CUSTEIO DO SERVIÇO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA (CIP)
� Não tem mais eficácia esse inciso desde a Constituição de 1988

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