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Direito Tributário - Tributos

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TRIBUTO
- Conceito: art. 3º, CTN
Tributo como prestação pecuniária
- Prestação: uma conduta, ou seja, o ato de prestar, fornecer algo a determinada pessoa.
- Destinatário: pessoa física ou jurídica responsável pelo cumprimento de tal dever.
Obs.:
 Em regra geral, não é admissível o cumprimento da prestação tributária mediante a entrega de bens ou em troca de trabalho (prestações in natura ou in labore). A LC n. 104/2001 tornou possível o pagamento de tributos mediante a dação de bens imóveis.
Tributo como obrigação
- Nenhuma pessoa, física ou jurídica, poderá se esquivar da prestação pecuniária.
- O direito tributário deve ser entendido como um direito obrigacional, no qual as partes envolvidas, reciprocamente, direitos e deveres, em decorrência das relações jurídicas entre si constituídas. ➡ obrigatoriedade dos deveres, sem a necessária contrapartida do Estado ➡ A relação jurídica tributária deve ser entendida como uma imposição vertical, na qual credor e devedor se encontram em posições distintas, com a prevalência da vontade de um sobre a do outro.
- Em síntese, observada a ocorrência do fato previsto na norma tributária, pouco importa a vontade ou aquiescência do sujeito a ela submetido: surgirá, inexoravelmente, o vínculo obrigacional que tem por objeto o pagamento de tributo.
Tributo em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir
- O sistema tributário não aceita, por enquanto, o pagamento em moeda estrangeira, de sorte que se o valor em questão (conhecido como base de cálculo) estiver em moeda estrangeira, deverá ser feita a conversão em reais, no momento definido em lei, como ocorre, por exemplo, no caso do imposto de importação (art. 143, CTN).
- Em conclusão, o conteúdo da obrigação tributária principal será sempre de índole econômica, e o instrumento moeda parece-nos o único adequado à sua satisfação. Idêntico raciocínio se aplica à figura da compensação, prevista no art. 156, II, do Código Tributário Nacional, pois o encontro de valores entre o Estado e o particular é balizado pela equivalência monetária. Ainda que não haja efetivo desembolso mediante pagamento, o valor compensado atende a direitos pecuniários do contribuinte, de modo que a compensação resolve créditos mútuos, que de outra forma ingressariam para depois deixar o erário, em situação de total equilíbrio. Impende ressaltar que a Lei Complementar n. 104, de 10 de janeiro de 2001, acrescentou ao art. 156 do Código Tributário Nacional a possibilidade de extinção do crédito tributário por meio de dação em pagamento.
Tributo que não constitua sanção de ato ilícito
- Tributo não se confunde com multa.
- O tributo tem por hipótese de incidência um ato lícito, ou seja, praticado de acordo com o ordenamento jurídico, enquanto a penalidade decorre da prática de ato ilícito, em desarmonia com os preceitos legais.
- Como multas e tributos são diferentes, em tese os princípios constitucionais tributários não seriam aplicáveis às multas, que teriam natureza jurídica própria e seguiriam regras relacionadas ao direito sancionatório.
Obs.:
 Princípio pecunia non olet (art. 118, CTN): os atos ilícitos podem ser tributados, pois o direito tributário possui evidente objetivo econômico, e, nesse sentido, se os atos legítimos sofrem tributação, com mais razão as vantagens auferidas de forma ilícita também deverão ser gravadas. O patrimônio ou a renda obtidos a partir de atividades em desacordo com a lei estão dentro do alcance da tributação.
Obs.: 
 Quando a fiscalização tributária, na sua contínua missão de controle e exercício do poder de polícia, consegue interceptar atos ilícitos no momento em que são praticados (durante o chamado iter criminis) não haverá tributação, mas intervenção dos agentes públicos. Sempre que as autoridades públicas flagrarem o ato ilícito, deverão agir para interrompê-lo e evitar os efeitos econômicos dele decorrentes.
Obs.:
 Outras sanções: Embora a multa seja a forma mais comum de sanção tributária, existe a possibilidade de adotar outras medidas punitivas.
STF — Súmula 70: É inadmissível a interdição de estabelecimento como meio coercitivo para cobrança de tributo.
STF — Súmula 323: É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos
Tributo instituído em lei
- A necessidade de lei para a criação de tributos decorre de dois princípios básicos: 
 a) o da legalidade, conforme disposição do art. 150, I, da Constituição da República; e 
 b) o da autoimposição tributária, presente na maioria dos Estados Democráticos.
Tributo cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada
- A administração tributária e seus funcionários não poderão realizar juízos de valor ou de mérito quando do desempenho de suas funções, mas apenas aplicar a lei conforme posta, com base na interpretação literal de seus dispositivos, sempre que o assunto se relacionar com tributos, que são, por definição, bens públicos indisponíveis.
- Em síntese, a administração tributária e seus agentes não podem aumentar, reduzir ou alterar a definição e o alcance das regras tributárias, pois o seu dever precípuo é o de arrecadar recursos para a satisfação das necessidades públicas, em consonância com os preceitos legais.
Classificação dos tributos
Tributos reais e pessoais
- Reais: são manifestações de riqueza que podem ser pensadas sem qualquer relação com determinada pessoa. Tais figuras tomam como referência o valor de um bem, e desse montante constituem parcela, que deverá ser transferida ao Estado, como vimos, sempre em moeda ou valor nela conversível. (IPTU e o IPVA, cujas bases de cálculo são, respectivamente, o valor de referência dos imóveis e automóveis, p. ex.)
- Pessoais: recolhem, no mundo fenomênico, condutas, estados ou negócios jurídicos, também dotados de expressão econômica, e fazem incidir sobre eles o vetor legal impositivo. A base de cálculo será o valor aferido da conduta, como é o caso, por exemplo, do salário em razão da atividade laboral. (IR, p. ex.)
Obs.:
 O enquadramento numa ou noutra espécie exige, apenas, a análise da base de cálculo tomada como referência após a incidência, de modo a se identificar, no caso concreto, a existência de um bem ou de uma conduta subjetiva.
Tributos diretos e indiretos
- Diretos: aqueles que incidem de forma única, imediata e de modo a esgotar a carga tributária devida. Por única deve-se entender que os tributos diretos incidem sobre fatos jurídicos isolados e independentes, sem a necessidade de qualquer correlação ou encadeamento com outras condutas. (Imposto sobre a Renda, p. ex.)
- Indiretos: têm incidência múltipla, mediata e fracionada, o que significa, com base nas premissas já aduzidas, que as diversas incidências individuais ao longo de dada cadeia econômica comporão, ao cabo desta, a carga tributária almejada pela lei. os tributos incidirão diversas vezes na mesma cadeia econômica, e cada contribuinte deverá responder pela parcela de valor adicionada, daí por que, na maioria dos países, os tributos indiretos são chamados de tributos sobre o valor agregado. (IPI e ICMS, p. ex.)
Tributos vinculados e não vinculados (quanto à hipótese de incidência)
- Vinculados: decorrem de uma conduta do Estado, ou seja, uma atividade específica que justifique a exigência, como no caso das taxas e das contribuições de melhoria.
- Não vinculados: condutas do contribuinte, relacionadas à obtenção de renda, patrimônio ou atividades de consumo, como ocorre com os impostos.
Obs.: 
 Costuma-se denominar os tributos não vinculados como contributivos, pois neles inexiste a necessidade de qualquer contraprestação estatal específica, enquanto os tributos vinculados seriam retributivos, pois o seu recolhimento ensejaria, para o contribuinte, a expectativa de algum benefício ou atividade estatal.
Tributos vinculados e não vinculados (quanto ao destino de arrecadação)
- Arrecadação vinculada: aqueles cujos valores são carreados para os fins que justificaram a exigência, como no caso das contribuições para financiamento da seguridade social, cujosrecursos devem ser empregados na atividade social do Estado. Aqueles cuja arrecadação reverteria (seria aplicada, em termos orçamentários) nos motivos que ensejaram sua criação, de modo a fomentar determinados serviços ou atividades prestadas pelo Estado.
- Arrecadação não vinculada: o poder público tem certa liberdade na escolha da destinação, desde que a aplicação seja feita em rubricas previstas no orçamento. É o caso, por exemplo, dos impostos, cujo produto da arrecadação pode ser utilizado para fazer frente às despesas gerais do ente público tributante. Seriam não vinculados os tributos cujo resultado econômico fosse carreado para os cofres das várias fazendas públicas, sem qualquer necessidade de destinação em rubricas específicas.
Obs.:
Tributos progressivos, regressivos, seletivos e proporcionais
- Proporcionalidade: a ideia natural do sistema tributário é a de proporcionalidade, ou seja, a manutenção de alíquotas fixas (em termos percentuais, conhecidas como ad valorem) para todas as manifestações econômicas atinentes a dado tributo, de modo que seria a variação da base de cálculo o fator de impacto no montante da arrecadação.
- Progressividade: a progressividade exigiria mais de quem tem mais, menos de quem tem menos e nada de quem pouco possui. 
- Regressividade: se a progressividade atende a critérios de justiça e de distributividade fiscal, o mecanismo inverso, conhecido como regressividade, revela-se como execrável fenômeno tributário. Conquanto possa parecer raro ou mesmo desprovido de lógica, porque significaria tributar de modo mais oneroso aqueles que possuem menores índices de riqueza, a tributação regressiva se faz muito presente no modelo brasileiro.
- Seletividade: busca minimizar o impacto dos tributos sobre a circulação de mercadorias (entenda-se: consumo), ao determinar a aplicação do princípio da seletividade em função da essencialidade, o que significa que produtos indispensáveis devem ter tributação nula ou próxima de zero, enquanto produtos considerados supérfluos — e, por conseguinte, acessíveis somente às camadas mais abastadas da população — devem ser onerados com maior intensidade.
Função dos Tributos
- Todos os tributos possuem a chamada função arrecadatória, que nada mais é do que a possibilidade de transferir, por meio de vetores normativos, parcelas do patrimônio individual para os cofres do Estado.
Espécies tributárias
Impostos
- A competência para a positivação jurídica dos impostos foi estabelecida, em linhas gerais, no art. 145, I, da Constituição da República, que outorga à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios o poder de legislar (no sentido de criar e estabelecer as circunstâncias legais) sobre tais figuras.
- Conceito: art. 16, CTN.
- Não vinculados, tanto em razão da atividade estatal quanto no que se refere à destinação dos recursos arrecadados. os valores relativos a impostos, em regra, ingressam no caixa da Fazenda Pública e serão gastos de acordo com o previsto nas respectivas leis orçamentárias.
- São tributos não vinculados que servem para fazer frente às despesas gerais do Estado, como o pagamento dos servidores, os gastos com a manutenção e aperfeiçoamento do aparato administrativo e outras rubricas previstas na legislação orçamentária.
Obs.:
 Quis o constituinte derivado prever recursos orçamentários específicos, ainda que oriundos de impostos, para fortalecer as estruturas de fiscalização e arrecadação das diferentes esferas públicas. Promoveu, nesse sentido, alargamento do rol de exceções ao princípio da não afetação, que continua a ser a regra geral do sistema orçamentário. o princípio da não afetação restringe-se aos impostos, quer por decorrência da expressa dicção constitucional, quer pela própria lógica do sistema, uma vez que as demais espécies tributárias, em tese, permitem a vinculação das receitas.
Obs.:
 Impostos Extraordinários: a União pode, sob determinadas circunstâncias, instituir impostos extraordinários, quando da iminência ou declaração de guerra externa, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
 Poderá escolher, mediante lei, fatos típicos dos seus próprios impostos, o que consagra, sem margem para dúvidas, autorização constitucional para a ocorrência dos fenômenos conhecidos como bis in idem (se a base escolhida for pertinente ao IPI, por exemplo) e bitributação (se a base recair sobre tributos da competência dos Estados ou Municípios).
 A CF estabelece como condição de validade para sua permanência no sistema a manutenção da causa que lhe ensejou a criação.
 Os Impostos Extraordinários têm eficácia imediata, vale dizer, sua exigência não se sujeita aos princípios da anterioridade e da noventena.
Taxas
- Art. 145, II, CF c/c art. 77, CTN
- Poder de polícia: art. 78, CTN
- Em regra, as taxas devem ser referíveis a determinado indivíduo ou grupo de indivíduos, no sentido de que sua cobrança deve emanar de atividade estatal direta ou indiretamente observada em relação ao contribuinte. Cabe destacar que o Supremo Tribunal Federal entendeu constitucional a cobrança de taxas independentemente da presença de atividade fiscalizadora individualizada.
- “O poder tributante não exerce o poder de polícia para justificar a cobrança da taxa pertinente, mas cobra a taxa relacionada porque exerce o poder de polícia. E o poder de polícia é serviço público profilático, objetivando orientar o comportamento social e empresarial, dentro de regras de ordem e coerência”.
- Natureza jurídica das custas judiciais e emolumentos notariais e registrais: A jurisprudência do STF firmou orientação no sentido de que as custas judiciais e os emolumentos concernentes aos serviços notariais e registrais possuem natureza tributária, qualificando-se como taxas remuneratórias de serviços públicos, sujeitando-se, em consequência, quer no que concerne à sua instituição e majoração, quer no que se refere à sua exigibilidade, ao regime jurídico-constitucional pertinente a essa especial modalidade de tributo vinculado, notadamente aos princípios fundamentais que proclamam, dentre outras, as garantias essenciais (a) da reserva de competência impositiva, (b) da legalidade, (c) da isonomia e (d) da anterioridade.
- Taxas pela execução de serviços públicos: podem ser instituídas toda vez que o ente público oferecer à comunidade serviços específicos e divisíveis, de utilização efetiva ou potencial, nos exatos termos da Constituição. os critérios constitucionais são cumulativos, ou seja, deverão todos estar presentes para a instituição deste tributo.
- Requisitos:
Obs.:
 ■ Serviços de utilização efetiva ou potencial:
 Para a legalidade de uma taxa basta atender apenas a um desses requisitos, como se pode depreender do disjuntor “ou”.
 Assim, desde que o Estado preste o serviço, pouco importa se o usuário efetivamente o utilizou. A utilização do serviço público adota como premissa sua prestação contínua e regular, de acordo com a legislação administrativa, de forma que a cobrança da respectiva taxa será legítima se o Estado disponibilizar o serviço ao usuário sob tais condições. Se a prestação sofrer interrupções, paralisações ou solução de continuidade, caberá ao usuário exercer o direito de não pagar o tributo, ou de pagá-lo proporcionalmente àquilo que foi oferecido pelo poder público. Os requisitos de efetividade ou potencialidade dizem sempre respeito à utilização pelo contribuinte, de sorte que a validade jurídica das taxas, nesses casos, está condicionada somente à prestação do serviço pelo poder público (ou por particulares em nome deste, mediante concessão).
 ■ Serviços específicos:
 Diz respeito à possibilidade de se identificar prestações autônomas, o que, em tese, se sobrepõe ao próprio conceito de divisibilidade. A especificidade vai além e deve ser considerada a descrição pormenorizada do serviço, de modo que o usuário possa aferir se a prestação realmente ocorreu, em homenagem ao princípio da publicidade do direitoadministrativo.
 Serviço específico é aquele bem discriminado, ou seja, em que todos os mecanismos da prestação são conhecidos pelo usuário; assim, a lei deve veicular todas as características intrínsecas do serviço, até para que o contribuinte possa aferir a sua prestação pelo poder público.
 ■ Serviços divisíveis:
 Trata-se de juízo automático, que transcende o mero comando normativo, porque só se pode cobrar tributos de pessoas identificadas, ainda que estas, a priori, não sejam conhecidas.
 A priori (antes da prestação) é possível que o usuário de um serviço seja indeterminado e que isso não afronte o preceito legal, desde que no momento da prestação do serviço se consiga identificar o usuário.
 A divisibilidade também pode ser utilizada como critério econômico para a fixação do quantum do tributo, de modo que, por exemplo, na taxa de coleta de lixo poderia levar em consideração o custo do serviço (R$ 100.000,00, por exemplo) e dividi-lo pelo número de usuários (10.000 residências), para estabelecer um valor individual de R$ 10,00.
 Taxa: correspondência entre o valor exigido e o custo da atividade estatal. A taxa, enquanto contraprestação a uma atividade do Poder Público, não pode superar a relação de razoável equivalência que deve existir entre o custo real da atuação estatal referida ao contribuinte e o valor que o Estado pode exigir de cada contribuinte, considerados, para esse efeito, os elementos pertinentes às alíquotas e à base de cálculo fixadas em lei. Se o valor da taxa, no entanto, ultrapassar o custo do serviço prestado ou posto à disposição do contribuinte, dando causa, assim, a uma situação de onerosidade excessiva, que descaracterize essa relação de equivalência entre os fatores referidos (o custo real do serviço, de um lado, e o valor exigido do contribuinte, de outro), configurar-se-á, então, quanto a essa modalidade de tributo, hipótese de ofensa à cláusula vedatória inscrita no art. 150, IV, da CF. Jurisprudência. Doutrina (ADI 2.551MC-QO, Rel. Ministro Celso de Mello).
 Súmula Vinculante 19: A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o art. 145, II, da Constituição Federal.
 Não é possível a exigência de taxas quando os usuários forem indetermináveis, o que significa que os serviços públicos de caráter difuso ou geral não podem ser remunerados mediante taxa.
 Súmula Vinculante 41: O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa. 
Atenção! Com o reconhecimento da inconstitucionalidade da taxa de iluminação pública, o constituinte derivado tratou de inserir na Carta Magna o art. 149-A, que previu a possibilidade de criação de uma contribuição para o custeio da iluminação pública.
- Base de cálculo distinta de impostos: a intenção do legislador foi no sentido de afastar a hipótese de incidência das taxas das condutas praticadas pelo sujeito passivo (que são fundamentos para a criação de impostos), separando a atividade estatal daquela típica do particular. Entende o STF que deve haver uma adequação lógica entre a hipótese de incidência delineada pela norma e a base de cálculo eleita para as taxas, de forma a suprir os custos estatais, com o alcance de todos os sujeitos passivos objeto do poder de polícia, mas sem deixar de considerar o princípio da capacidade contributiva (que, na literalidade do art. 145, § 1º, atingiria apenas os impostos), ou seja, deve ser definido um critério de proporcionalidade conforme a capacidade de pagamento individual.
Súmula Vinculante 29: é constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra.
- Distinção entre taxas e tarifas:
a) Taxas: são receitas derivadas, obtidas em razão do poder de tributar do Estado, cobradas quando do exercício do poder de polícia ou da prestação de serviços públicos, utilizados ou colocados à disposição do contribuinte, em regime de direito público, com pagamento compulsório por força de matriz legal. Exemplo: taxa de coleta de lixo, taxa de fiscalização de estabelecimentos etc. 
b) Tarifas (também tratadas como sinônimo de preço público): são receitas originárias, provenientes da atuação do Estado ou de terceiros (concessionárias de serviços públicos, por exemplo), quando da exploração de atividade econômica em regime de direito privado. São de pagamento facultativo, pois a relação entre as partes instaura-se mediante manifestação de vontade, por contrato. Ex.: tarifa pelo consumo de água, energia elétrica etc.
Contribuição de melhoria
- São tributos destinados a ressarcir gastos públicos na realização de obras e aprimoramento de infraestrutura.
A competência para a instituição das contribuições de melhoria pode ser exercida por qualquer ente político, e o constituinte, a exemplo do que fez com os impostos, não se preocupou em conceituar ou estabelecer critérios para a instituição da espécie.
- Art. 145, III da CF c/c art. 81 do CTN.
- O objetivo do tributo, de acordo com a redação do CTN, é fazer frente ao custo de obras públicas realizadas pelo Estado, quando em razão delas advier valorização dos imóveis circunvizinhos. A contribuição de melhoria pode ser exigida dos proprietários de imóveis que, por se encontrarem em área direta ou indiretamente beneficiada por obra pública, obtiveram hipotético acréscimo patrimonial, de acordo com critérios de avaliação previstos em lei específica (em tese, a mesma que criar a exação).
- As despesas com a obra representarão o limite total arrecadado e que, individualmente, o limite será o acréscimo de valor resultante em cada imóvel beneficiado. Por despesas incorridas na obra devemos entender os gastos com estudos, projetos, fiscalização, desapropriações, administração, execução e financiamento, inclusive prêmios de reembolso e outros de praxe em financiamentos ou empréstimos. 
- A instituição de contribuições de melhoria só pode ser feita mediante lei e deverá atender aos requisitos mínimos previstos no art. 82 do CTN. o primeiro bloco apresenta os critérios legais que nortearão os parâmetros econômicos da obra, especialmente quanto a custo, incidência sobre os imóveis circunvizinhos e montante passível de arrecadação, que deverá ser rateado entre os proprietários das áreas beneficiadas. Os incisos II e III do art. 82 do Código Tributário Nacional trazem requisitos processuais administrativos de controle, pelos próprios contribuintes, dos requisitos previstos na lei, e conferem ao particular o prazo mínimo de 30 dias para impugná-los, bem assim o dever de regulamentar a instrução e julgamento dos processos porventura decorrentes. A lei instituidora da contribuição de melhoria definirá, previamente a qualquer cobrança, todos os detalhes relativos à obra que será realizada, bem assim o montante que será financiado por meio do tributo, além do mais importante, que é a delimitação da área beneficiada, pois somente os proprietários de imóveis localizados na região de influência poderão ser colocados no polo passivo da obrigação tributária. o limite de cobrança seria (nos termos do CTN) a própria valorização do imóvel, e o valor máximo que o Estado poderia arrecadar, de todos os imóveis beneficiados, seria o custo total da obra.
Obs.:
 Decreto-Lei n. 195, de 24 de fevereiro de 1967, no art. 12, estabelece o limite anual de 3% do maior valor fiscal do imóvel (da dúbia dicção adotada presume-se que seja o valor já ajustado em razão da obra), com a possibilidade de correção monetária no momento da cobrança. Ou seja, a valorização dos imóveis situados na área de influência da obra servirá como base de cálculo da contribuição de melhoria, e que a alíquota aplicável não pode exceder a 3% desse valor, anualmente.
 Somente a valorização (diferença entre o antes e o depois da obra) pode servir de base de cálculo para as contribuições de melhoria. Como o tributo tem por fato gerador a valorização decorrenteda obra e não a sua realização, é evidente que a cobrança só poderia ser iniciada com a conclusão dos trabalhos.
Empréstimos compulsórios
- São tributos de competência exclusiva da União e somente podem ser criados mediante lei complementar. Só poderá ser instituída quando da ocorrência das situações previstas nos dois incisos do art. 148, o que nos leva a concluir pela taxatividade do comando constitucional.
- Os empréstimos compulsórios podem ser criados pela União, em caráter exclusivo e mediante lei complementar, somente com base nas circunstâncias previstas no art. 148, o que nos permite afirmar que o art. 15 do Código Tributário Nacional resta parcialmente prejudicado, notadamente quanto ao inciso III, que trata da esdrúxula hipótese de absorção temporária de poder aquisitivo, não contemplada pela Constituição.
- Os empréstimos compulsórios serão sempre temporários, com vigência enquanto perdurar a situação concreta que os ensejou, e a lei complementar que os positivar deverá prever o prazo e as condições de restituição aos contribuintes.
- Os empréstimos compulsórios, como vimos, são tributos restituíveis em dinheiro (acrescidos, em tese, de juros e correção monetária) e podem ter base de cálculo cumulada com impostos, ou seja, é possível exigi-los a partir de situações idênticas àquelas que ensejam a cobrança de impostos, o que, por si só, já revela a natureza transitória da figura. a lógica que preside a instituição de empréstimos compulsórios baseia-se na necessidade de a União fazer frente a despesas excepcionais, que não estavam previstas no orçamento.
Obs.:
 Empréstimo compulsório em caso de calamidade pública, guerra externa ou sua iminência: 
 A hipótese calamidade pública parece aberta (no sentido de vaga) demais para justificar a criação de empréstimos compulsórios, apesar de o Código Tributário Nacional dizer que a figura é cabível quando for necessário auxílio federal impossível de atender com os recursos orçamentários disponíveis, o que nos parece, em tese, um critério adequado.
 Muito mais pela repetição de dispositivos de constituições anteriores, mantivemos no atual ordenamento a hipótese de guerra externa como fundamento para a criação de tributos, sejam os empréstimos compulsórios sob análise, seja a figura do imposto extraordinário de guerra, prevista no art. 154, II, da Carta Política, sempre sob a competência da União.
 Empréstimo compulsório para atender investimentos públicos:
 O inciso II do art. 148 permite a criação de empréstimos compulsórios no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional.
 Vale destacar que os empréstimos compulsórios, em razão de suas peculiaridades, poderão alcançar bases de cálculo típicas de impostos, o que reforça a necessidade de sua efetiva restituição, pois, do contrário, tornar-se-iam adicionais destes, circunstância observada no passado, mas vedada pela atual jurisprudência.
Contribuições especiais
- A competência para instituir contribuições é exclusiva da União e comporta uma exceção, descrita no art. 149, § 1º, referente ao dever de os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituírem contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, de regime previdenciário específico, contributivo e solidário.
Obs.:
 a) Contribuições da seguridade social — são aquelas disciplinadas no art. 195, I, II e III, da Constituição, como as contribuições previdenciárias, o PIS/PASEP (art. 239, CF) e a COFINS (que substituiu a antiga contribuição para o FINSOCIAL).
 b) Outras contribuições de seguridade social — conforme previsão do art. 195, § 4º, da Constituição, ao dizer que a lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, no exercício da competência residual da União. Nessa hipótese é necessária a edição de lei complementar, que estabeleça uma contribuição não cumulativa e com fato gerador e base de cálculo distintos dos impostos previstos na Constituição.
 c) Contribuições sociais gerais — relacionadas à atividade da área social, como o salário-educação (previsto no art. 212, § 5º, da Constituição) e as contribuições para os chamados serviços sociais autônomos (art. 240, CF).
Obs.:
 Contribuições sociais: 
 As contribuições destinadas a fomentar a seguridade social, assim considerado o “conjunto de ações de iniciativa do Poder Público e da sociedade, com o objetivo de assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social”, são comumente denominadas, no campo do direito tributário, contribuições sociais. Determinou a Constituição que os recursos necessários à seguridade social seriam financiados por toda a coletividade, com receitas públicas e privadas, nesta última hipótese decorrentes de tributos oriundos de situações específicas. O STF denomina contribuições da seguridade social as contribuições previstas no art. 195 da Constituição, que são diversas figuras com fontes de custeio específicas.
 A possibilidade de criação de contribuição sobre a importação de produtos e serviços estrangeiros surgiu com a Emenda Constitucional n. 42/2003. O legislador ordinário não perdeu tempo e instituiu, a partir de 2004, as figuras conhecidas como PIS Importação e COFINS Importação.
 A segunda fonte de custeio para as contribuições decorre da receita obtida a partir de concursos de prognósticos, que são as loterias de números e apostas autorizadas por lei. 
 Os trabalhadores, inclusive os avulsos e domésticos, também contribuem para o sistema social de previdência, com descontos sobre o montante das respectivas remunerações, que devem ser retidos pelos empregadores e repassados para o poder público, sob a égide da responsabilidade tributária, o que significa que a não observância de tal obrigação implica, inclusive, o crime de apropriação indébita. 
 A quarta fonte de custeio prevista pelo art. 195 alcança o empregador, a empresa ou entidade a ela equiparada e possibilita a criação de diversas contribuições: 
 a) Contribuição patronal sobre a folha de pagamentos; 
 b) PIS/PASEP; 
 c) Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL); 
 d) Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS).
 Situações especiais, que ensejam a adoção de alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, encontra suporte no art. 195, § 9º, da Constituição, que autoriza a cobrança de valores distintos em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.
 Como nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a definição da respectiva fonte de custeio, a Constituição prevê a possibilidade de novas hipóteses de financiamento, que deverão ser instituídas por lei complementar e não poderão ser cumulativas ou possuir fato gerador ou base de cálculo típicos de impostos, nos termos do art. 154, I. 
 Ressalte-se que a pessoa jurídica em débito com a seguridade social fica impedida de contratar com o Poder Público (ou participar de licitações) nem dele receber qualquer tipo de benefício ou incentivo fiscal. 
 É vedada a concessão de remissão ou anistia para as contribuições sobre folha de pagamento das empresas e, ainda, para os trabalhadores e demais segurados em relação ao sistema da previdência social. 
 Os valores arrecadados em prol da previdência social devem ser destinados para atender os objetivos previstos no art. 201 da Constituição.
 As Contribuições para o PIS/PASEP e a chamada COFINS são bastante semelhantes, em termos de incidência e sistemática de apuração. O PIS tem por objetivo promover a integração do empregado na vida e no desenvolvimento das empresas. O PASEP, voltado para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (art. 239 da CF).
 São contribuintes do PIS as pessoas jurídicas de direito privado e as que lhes são equiparadas pela legislação do Imposto de Renda, inclusive empresas prestadoras de serviços,empresas públicas e sociedades de economia mista e suas subsidiárias. No caso das empresas optantes pelo Simples Nacional, o percentual relativo às contribuições (PIS e COFINS) está incluído no montante mensal a pagar, calculado a partir da receita bruta. A COFINS (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social) tem como contribuintes as pessoas jurídicas, inclusive as a elas equiparadas pela legislação do imposto de renda, e os recursos arrecadados deverão ser destinados exclusivamente às despesas com atividades-fim das áreas da saúde, previdência e assistência social.
 A CSLL é um tributo que aproveita diversas disposições relativas ao imposto de renda e tem como as pessoas jurídicas e as pessoas físicas a elas equiparadas por lei. A apuração da CSLL pode ser trimestral, sempre que esta for a opção da empresa para o imposto de renda, ou anual, com recolhimentos mensais por estimativa para as pessoas jurídicas que adotam a sistemática do lucro real anual. Nesse caso, os pagamentos mensais estimados serão deduzidos do montante apurado ao final do exercício.
Obs.:
 Contribuições de intervenção no domínio econômico:
 Conhecidas como CIDE, são tributos de natureza extrafiscal e excepcional, que deveriam apenas ser utilizados quando houvesse necessidade de o Estado regular, temporariamente, determinados setores da atividade econômica. A Constituição, ao adotar o modelo capitalista, limitou a intervenção do Estado nas atividades privadas, reservando-lhe o poder de fiscalizar e incentivar setores considerados essenciais ou estratégicos, como determina o art. 174. As contribuições de intervenção no domínio econômico podem ser instituídas mediante lei ordinária, o que facilita, sobremaneira, sua proliferação no sistema tributário. O legislador federal já instituiu diversas figuras dessa natureza, dentre as quais se destacam a CIDE-Combustíveis e a CIDE-Remessas para o exterior (que alguns denominam CIDE-Royalties).
 Por serem tributos finalísticos, as contribuições de intervenção no domínio econômico têm por objetivo destinar recursos a entidades ou programas específicos, no intuito de incentivar atividades de pesquisa e desenvolvimento, o que enseja, em tese, a vinculação dos valores arrecadados.
 De acordo com a lógica de não tributar as exportações, o constituinte, adicionou o § 2º, inciso I, ao art. 149, para determinar que as contribuições sociais e as de intervenção no domínio econômico não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação, como forma de incentivar os empresários brasileiros a vender seus produtos para o exterior. Trata-se de hipótese de imunidade tributária.
 Em sentido inverso, a Emenda Constitucional n. 42, de 2003, permitiu a incidência das referidas contribuições na importação de produtos estrangeiros ou serviços. Isso possibilita a cobrança de contribuições em praticamente todas as operações de importação, inclusive para pessoas físicas, que poderão ser equiparadas às pessoas jurídicas.
 As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico poderão ter alíquotas ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro, ou específicas, tomando por base a unidade de medida adotada. As alíquotas ad valorem são as mais comuns do sistema tributário, representadas por um percentual (%) aplicável sobre a base de cálculo, enquanto as alíquotas específicas correspondem a uma quantia, em moeda (R$), a ser cobrada em função de uma unidade estabelecida de certo produto.
 Possibilidade de CIDE sempre que haja “(i) efetiva intervenção do Estado no domínio econômico, nos limites das possibilidades constitucionalmente previstas para tanto, (ii) em atividade originariamente reservada ao setor privado ou que tenha a este sido transferida por autorização, concessão ou permissão, (iii) e que cause um gasto excepcional do Estado ou que atenda interesse especial de determinado grupo de indivíduos, componentes do setor objeto da intervenção”.
CIDE-Combustíveis:
 CIDE-Combustíveis (art. 149 c/c art. 177, § 4º)
 A CIDE-Combustíveis tem como contribuintes o produtor, o formulador e o importador, pessoa física ou jurídica, de combustíveis líquidos, como gasolina e suas correntes, diesel e suas correntes, querosene de aviação e outros querosenes, óleos combustíveis (fuel-oil), gás liquefeito de petróleo, inclusive o derivado de gás natural e de nafta, e álcool etílico combustível. O tributo tem como fato gerador as operações de importação e comercialização, no mercado interno, dos combustíveis líquidos.
 As alíquotas da CIDE-Combustíveis têm sido estabelecidas por decreto presidencial e atualmente possuem alíquotas positivas apenas a gasolina (R$ 100,00 por m3) e o diesel (R$ 50,00 por m3), pois para os demais combustíveis a alíquota é zero (Decreto n. 8.395/2015).
 A CIDE-Combustíveis é apurada mensalmente e o pagamento deverá ser feito até o último dia útil da primeira quinzena do mês subsequente ao de ocorrência do fato gerador, ou, no caso de importação, o pagamento será na data do registro da Declaração de Importação (DI).
 Contribuição para o custeio de iluminação pública
 A instituição de uma contribuição para o custeio de iluminação pública (conhecida como COSIP) passou a ser possível no Brasil com a introdução do art. 149-A no texto constitucional e surgiu como resposta à declaração, pelo Supremo Tribunal Federal, da inconstitucionalidade da antiga cobrança de taxa pela prestação de serviços de iluminação pública. A competência para a criação da COSIP pertence aos Municípios e ao Distrito Federal, que deverão exercê-la por meio de lei específica. O produto da arrecadação deve ser aplicado no custeio do serviço de iluminação pública, vedada qualquer destinação para fins distintos.
Questões
1. (CGU — Analista de Finanças e Controle — Auditoria e Fiscalização — ESAF — 2004) De acordo com a teoria da tributação, aponte a única opção incorreta. 
a) Os impostos específicos são aqueles cujo valor do imposto é fixo em termos monetários. 
– Impostos com alíquotas específicas são expressos em moeda (R$), de acordo com a unidade de medida fixada em lei.
b) Os impostos ad valorem são aqueles em que se tem uma alíquota de imposto e o valor arrecadado depende da base sobre a qual incide. 
– Na sistemática de tributação ad valorem o montante arrecadado depende da base de cálculo (% sobre o valor).
c) Os impostos específicos são pró-cíclicos. 
– Os impostos específicos são pró-cíclicos, pois o aumento no consumo (em unidades) implica aumento na arrecadação.
d) O sistema tributário deve poder conter o processo de crescimento desajustado, atuando, muitas vezes, de forma contracíclica. 
– O sistema tributário pode agir de forma contracíclica, para reduzir ou desestimular o consumo e conter um crescimento desajustado ou indesejado pelo governo.
e) Um sistema tributário é progressivo quando a participação dos impostos na renda dos agentes diminui conforme a renda aumenta. 
– Um sistema tributário é progressivo quando a participação dos agentes aumenta de acordo com a renda.
2. (Receita Federal — Auditor Fiscal da Receita Federal — Tecnologia da Informação — ESAF — 2005) Sobre as contribuições sociais gerais (art. 149 da Constituição Federal), é errôneo afirmar-se, haver previsão de que 
a) poderão ter alíquotas ad valorem ou específicas. 
b) incidirão, também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços. 
c) incidirão, em todos os casos, uma única vez. 
– A incidência única não é obrigatória em todos os casos, posto que o § 4º do art. 149 estabelece que a lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez.
d) poderão ter por base, entre outras, o faturamento e a receita bruta. 
e) não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação. 
3. (TJ-MG — Juiz — EJEF — 2006) A respeito das espécies tributárias previstas na Constituição Federal, é CORRETA a afirmação de que: 
a) assim como os impostos, as taxas e as tarifas deverão ter, sempre que possível,caráter pessoal e serão graduadas segundo a capacidade econômica do contribuinte, podendo ser exigidas em razão do exercício do poder de polícia ou em razão da utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis; 
– Os critérios de pessoalidade e capacidade econômica (art. 145, § 1º, da Constituição) não se aplicam às taxas e menos ainda às tarifas. 
b) as contribuições de melhoria somente podem ser exigidas pela União Federal como instrumento de sua intervenção no domínio econômico, pois que se destinam primordialmente a custear obras públicas que beneficiem imóveis privados, adotando-se como parâmetro a valorização havida em tais imóveis; 
– As contribuições de melhoria não se confundem com as de intervenção no domínio econômico.
c) os impostos, tributos não vinculados, têm a competência para sua instituição rigidamente prevista no texto constitucional, que ainda atribui à União competência para instituir, por lei complementar, outros impostos além daqueles já previstos, os quais não poderão ser cumulativos e nem poderão ter base de cálculo e fato gerador próprios dos impostos já discriminados na Constituição Federal; 
– A competência para instituir impostos foi rigidamente definida pela Constituição, cabendo apenas à União a instituição de novas figuras por meio do exercício da chamada competência residual, por lei complementar, nos termos do art. 154, I.
d) os Municípios, os Estados e o Distrito Federal têm competência para instituir contribuição cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário próprio, cuja alíquota deverá ser inferior à da contribuição exigida pela União Federal dos servidores públicos federais, ocupantes de cargos efetivos. 
– Nos termos do art. 149, § 1º, da Constituição, as alíquotas exigíveis dos servidores municipais e estaduais não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União.
4. (Receita Federal — Auditor Fiscal da Receita Federal — ESAF — 2009) Sobre as taxas, podemos afirmar, exceto, que: 
a) o fato gerador da taxa não é um fato do contribuinte, mas um fato do Estado; este exerce determinada atividade, e por isso cobra a taxa das pessoas que dela se aproveitam. – Art. 77, CTN
b) a atuação estatal referível, que pode ensejar a cobrança de taxa, pode consistir no exercício regular do poder de polícia. 
– Art. 77, CTN
c) a atuação estatal referível, que pode ensejar a cobrança de taxa, pode consistir na prestação ao contribuinte, ou na colocação à disposição deste, de serviço público específico, divisível ou não. 
– O serviço público deve ser específico e divisível, pois não se trata de uma faculdade conferida ao poder legislativo, nos termos do art. 145, II, da CF.
d) as atividades gerais do Estado devem ser financiadas com os impostos, e não com as taxas. – Art. 16, CTN
e) o poder de polícia, que enseja a cobrança de taxa, considera-se regular quando desempenhado pelo órgão competente e nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder. – Art. 78, parágrafo único, CTN.
5. (MF — Assistente Técnico Administrativo — ESAF — 2009) A determinação da natureza jurídica específica do tributo, de acordo com o Código Tributário Nacional, decorre, especificamente: 
a) do fato gerador da respectiva obrigação. 
– A determinação da natureza jurídica específica do tributo, de acordo com o Código Tributário Nacional, decorre, especificamente, do fato gerador da respectiva obrigação, nos termos do art. 4º.
b) da destinação legal do produto da arrecadação. 
c) da denominação. 
d) da fixação do agente arrecadador. 
e) das peculiaridades dos sujeitos ativo e passivo da obrigação. 
6. (SMF-RJ — Agente de Fazenda — ESAF — 2010) As taxas, no direito tributário, são espécies tributárias que decorrem, entre outros fatos geradores, do exercício regular do poder de polícia. Sobre estes, julgue os itens a seguir: 
I. entende-se por regular o poder de polícia quando desempenhado por órgão competente, nos limites da lei, observando devido processo legal, e exercida sem desvio ou excesso de poder; – Art. 78, parágrafo único, do CTN.
II. a exigência da taxa em decorrência do exercício do poder de polícia não mais exige a concreta fiscalização por parte dos órgãos competentes, ou seja, a simples regulação de certas atividades por meio de atos normativos também caracteriza o exercício desse poder; – Atual entendimento dos tribunais superiores, que pode ser observado no julgado do RE 588.322, com repercussão geral: “O texto constitucional diferencia as taxas decorrentes do exercício do poder de polícia daquelas de utilização de serviços específicos e divisíveis, facultando apenas a estas a prestação potencial do serviço público. A regularidade do exercício do poder de polícia é imprescindível para a cobrança da taxa de localização e fiscalização. À luz da jurisprudência deste STF, a existência do órgão administrativo não é condição para o reconhecimento da constitucionalidade da cobrança da taxa de localização e fiscalização, mas constitui um dos elementos admitidos para se inferir o efetivo exercício do poder de polícia, exigido constitucionalmente. Precedentes. (…) É constitucional taxa de renovação de funcionamento e localização municipal, desde que efetivo o exercício do poder de polícia, demonstrado pela existência de órgão e estrutura competentes para o respectivo exercício, tal como verificado na espécie quanto ao Município de Porto Velho/RO”.
III. a atuação fiscalizadora do Estado, em rigor, visa ao interesse da coletividade e não ao do contribuinte da taxa, isoladamente. É este, porém, que provoca a atuação do Estado, sendo isso que justifica a imposição da taxa; – A atuação pública tem por objetivo o interesse da coletividade.
IV. exercendo o poder de polícia, o Estado impõe restrições aos interesses individuais em favor do interesse público, conciliando esses interesses. – O poder de polícia tem como característica a limitação dos interesses individuais, como no caso de licenças e alvarás, que condicionam e restringem o exercício de direitos pelas pessoas.
Estão corretos: 
a) apenas os itens I e III. 
b) apenas os itens I, III e IV. 
c) todos os itens estão corretos. 
d) apenas os itens III e IV. 
e) apenas os itens II, III e IV. 
7. (Receita Federal — Analista Tributário da Receita Federal — Prova 2 — Informática — ESAF — 2012) É vedada a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais do empregador incidentes sobre a folha de salários para a realização de despesas distintas das enumeradas na Constituição. Entre essas, veda-se a aplicação de recursos dessa origem 
a) na cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada. 
– Inciso I, art. 201
b) na proteção à maternidade, especialmente à gestante, nos termos da legislação pertinente. 
– Inciso II, art. 201
c) no aporte de recursos à entidade de previdência, tendo em vista as prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias. 
– O aporte de recursos à entidade de previdência, tendo em vista as prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, não consta entre os objetivos do art. 201 da Constituição, que relaciona as possibilidades de destinação dos recursos da previdência social.
d) na proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário, como previsto na legislação respectiva. 
– Inciso III, art. 201
e) no pagamento de salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda. 
– Inciso IV, art. 201
8. (SEFAZ — MTP — Auditor Fiscal Tributário da Receita Municipal — FGV — 2014) Assinale a opção que apresenta elemento estranho ao conceito legal de tributo. 
a) Prestação compulsória. 
b) Prestação pecuniária. 
c) Prestação com natureza de sanção. 
– Art. 3º do CTN: Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada medianteatividade administrativa plenamente vinculada.
d) Prestação cobrada mediante atividade administrativa vinculada. 
e) Prestação instituída em lei. 
9. (Auditor Fiscal do Tesouro Estadual — SEFAZ-PE — FCC — 2014) De acordo com a Constituição Federal, 
a) a União poderá instituir, mediante lei ordinária, na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação. 
– Exercício da competência residual prevista no art. 154, II, da Constituição, que exige, para os impostos extraordinários, apenas lei ordinária.
b) a União poderá instituir, mediante lei ordinária, impostos não compreendidos em sua competência tributária, desde que sejam não cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados na Constituição Federal. 
– Para novos impostos exige-se lei complementar, nos termos do art. 154, I.
c) a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir contribuição de melhoria, decorrente de obra pública, ainda que não haja valorização imobiliária dela decorrente. 
– A valorização do imóvel é requisito essencial para a instituição de contribuição de melhoria, de acordo com o art. 81 do CTN.
d) a União poderá instituir empréstimos compulsórios, mediante medida provisória, no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional. 
– Os empréstimos compulsórios são instituídos por lei complementar, conforme o art. 148 da Constituição.
e) os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública. 
– Apenas os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir a COSIP, nos termos do art. 149-A da Constituição. 
10. (Agente Fiscal de Tributos Estaduais — SEFAZ-SP — FCC — 2014) Sobre as contribuições relacionadas na Constituição Federal, é correto afirmar que 
a) as contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação. 
– Nos termos da imunidade em relação às receitas de exportação prevista pelo art. 149, § 2º, I, da Constituição.
b) os recursos arrecadados com a contribuição de intervenção no domínio econômico serão destinados, exclusivamente, para ações e serviços públicos de saúde e para a manutenção e desenvolvimento do ensino. 
– A destinação dos recursos obtidos com uma contribuição de intervenção no domínio econômico será de acordo com o que dispuser a respectiva lei instituidora.
c) a União tem competência privativa para instituir contribuição previdenciária dos servidores dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União. 
– O art. 149, § 1º, da Constituição autoriza os Estados, o Distrito Federal e os Municípios a instituir as contribuições dos seus servidores.
d) às contribuições sociais aplicam-se os princípios constitucionais da anterioridade (ano-calendário) e da anterioridade nonagesimal (noventena), cumulativamente. 
– As contribuições sociais estão sujeitas, apenas, ao princípio da noventena, conforme disposto no art. 195, § 6º, da Constituição.
e) todas as contribuições relacionadas na Constituição Federal são denominadas “contribuições parafiscais”, porque ocorre o fenômeno denominado “parafiscalidade”. 
– Existem diversos tipos de contribuições em que não ocorre o fenômeno da parafiscalidade.
11. (TJ-SP — Juiz — VUNESP — 2014) Quanto ao chamado empréstimo compulsório, assinale a opção correta. 
a) É possível, no que diz respeito a tal tributo, que a forma de sua restituição ao contribuinte não se dê em espécie, mas sim em quotas de fundos oficiais ou em ações do Poder Público, podendo ser instituído por meio de medida provisória, dada a urgência verificada. 
– Os tribunais decidiram que a restituição do valor arrecadado a título de empréstimo compulsório deve ser efetuada da mesma forma que recolhido. Ademais, descabe sua instituição por medida provisória.
b) O empréstimo compulsório pode ser instituído por qualquer dos entes públicos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), para o fim de fazer frente a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência, ou ainda no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse. 
– Somente a União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios.
c) Seu aspecto mais relevante é a restituibilidade, podendo-se falar em uma simultaneidade de deveres; um, para o contribuinte, que é o dever de pagar; outro, para o fisco, que é a devolução da quantia paga. 
– O entendimento pacífico dos tribunais superiores exige a restituibilidade dos empréstimos compulsórios.
d) Malgrado seja considerado tributo, lato sensu, é de se entender que o empréstimo compulsório se respalda em autêntico acordo de vontades, obedecendo ao princípio da contratualidade. 
– Inexiste qualquer acordo de vontade ou característica contratual nos empréstimos compulsórios, que devem seguir os preceitos das respectivas leis instituidoras. 
12. (Auditor Fiscal da Fazenda Estadual — SEFAZ-PI — FCC — 2015) Com base nas normas da Constituição Federal e do Código Tributário Nacional, a contribuição de melhoria 
a) pode ser cobrada da União, em relação a terreno baldio de sua propriedade, por Município que tenha realizado obra pública da qual tenha resultado valorização do referido imóvel. 
– A cobrança da contribuição de melhoria decorre da valorização do imóvel alcançado pela obra pública e a possibilidade não viola, em tese, a imunidade prevista no art. 150, VI, a, da Constituição, que cuida apenas de impostos.
b) é uma espécie de contribuição pertencente ao gênero das contribuições sociais. 
– A contribuição de melhoria não se confunde com as contribuições sociais.
c) pode ser cobrada em razão de obra realizada em imóvel pertencente ao próprio ente tributante, no qual funciona repartição pública, e da qual tenha resultado valorização do imóvel. 
d) só pode ser cobrada pela União, a quem cabe instituir contribuições de todas as espécies. 
– As contribuições de melhoria podem ser criadas por qualquer ente público, mediante lei específica.
e) tem como limite total a despesa orçada para a obra pública a ser realizada. 
– De acordo com o art. 81 do CTN, o limite total é a despesa realizada, e não a despesa simplesmente orçada.
13. (Auditor Fiscal da Fazenda Estadual — SEFAZ-PI — FCC — 2015) A Constituição Federal atribui competência a determinados entes federados para instituir contribuições de naturezas diversas. Desse modo, as contribuições 
a) para o custeio do serviço de iluminação pública poderão ser instituídas pelos Estados e pelo Distrito Federal.
– COSIP não pode ser instituída pelos Estados, conforme o art. 149-A. 
b) sociais serão instituídas preferencialmente pela União e, no caso de omissão, poderão sê-lo, subsidiariamente, por Estados e Municípios. 
– A competência é exclusiva da União, nos termos do caput do art. 149
c) de intervenção no domínio econômico serão instituídas pela União e, supletivamente, pelos Estados. 
– A competência é exclusiva da União, nos termos do caput do art. 149
d) para o custeio do regime previdenciário dos servidores públicos estatutários, em benefício desses servidores, poderão ser instituídas pelos Municípios. 
– O art. 149, § 1º, da Constituição prevê que os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União.
e) de interesse das categorias profissionais ou econômicas serão instituídas pela União, pelos Estados e pelos Municípios, nas suas respectivas áreas de atuação. 
– A competência é exclusiva da União, nos termos do caput do art. 149.
14. (ExameXX — OAB — 2016) Determinado ente da Federação instituiu um tributo incidente sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que preste serviço a empregador privado, ainda que sem vínculo empregatício, com o objetivo de financiar a seguridade social. Em sintonia com a CRFB/88, assinale a opção que indica o ente da federação competente para a instituição do tributo descrito e o nome do tributo em questão. 
a) Estados-membros e o Distrito Federal. Contribuição previdenciária. 
– A competência é da União.
b) União. Contribuição social. 
– São de competência exclusiva da União, nos termos do art. 149 da Constituição. O tributo mencionado tem previsão constitucional específica no capítulo da Seguridade Social, art. 195, I, ‘a’, que autoriza a União a criar contribuição social do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidente sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício.
c) União. Imposto sobre a renda. 
– Não se trata de imposto de renda.
d) Todos os entes da Federação. Contribuições sociais.
– A competência para criação de contribuições sociais é exclusiva da União. 
15. (Exame XX — OAB — 2016) O Estado Alfa institui, por meio de lei complementar, uma taxa pela prestação de serviço público específico e divisível. Posteriormente a alíquota e a base de cálculo da taxa vêm a ser modificadas por meio de lei ordinária, que as mantêm em patamares compatíveis com a natureza do tributo e do serviço público prestado. A lei ordinária em questão é 
a) integralmente inválida, pois lei ordinária não pode alterar lei complementar. 
– Não há exigência de lei complementar para a instituição de taxas, de sorte que a lei complementar original pode ser alterada por lei ordinária posterior.
b) parcialmente válida — apenas no que concerne à alteração da base de cálculo, pois a modificação da alíquota só seria possível por meio de lei complementar. 
– A alteração pode ser em relação à alíquota.
c) parcialmente válida — apenas no que concerne à alteração da alíquota, pois a modificação da base de cálculo só seria possível por meio de lei complementar. 
– A alteração pode ser referente à base de cálculo.
d) integralmente válida, pois a matéria por ela disciplinada não é constitucionalmente reservada à lei complementar. 
– Conforme entendimento do STF, que já decidiu que matérias não reservadas à lei complementar, quando por esta reguladas, a tornam apenas formalmente complementar, o que autoriza sua alteração por lei ordinária posterior, que será integralmente válida.
16. (CESPE — Analista Judiciário — TRE-PE — Administrativa — Contabilidade — 2017) A respeito de tributo, assinale a opção correta. 
a) É vedado o pagamento de tributos com títulos da dívida mobiliária. 
b) Tributo deve ser criado por lei ou por qualquer norma que tenha força de lei. 
c) O tributo pode ser instituído por procedimentos administrativos que não sejam proibidos por lei. 
d) O tributo constitui direito real do Estado perante o contribuinte. 
e) A vontade do sujeito passivo é irrelevante na relação tributária. 
– O tributo implica uma prestação pecuniária prevista e exigida em lei, de sorte que é irrelevante a vontade das partes (sujeitos da obrigação).
17. (Exame XXII — OAB — 2017) O Município Alfa realizou obras nas praças públicas de determinado bairro, incluindo iluminação e arborização. Tais obras acarretaram a valorização imobiliária de dezenas de residências daquela região. Em decorrência disso, o município instituiu contribuição de melhoria. Sobre a contribuição em questão, segundo o CTN, assinale a afirmativa correta. 
a) É inválida, pois deveria ter sido instituída pelo Estado Beta, onde está localizado o Município Alfa. 
– A competência para a instituição do tributo é do Município que realizou a obra.
b) É válida, porque foi instituída para fazer face ao custo de obra pública da qual decorre a valorização imobiliária. 
– A contribuição de melhoria pode ser instituída em razão de valorização imobiliária decorrente de obras públicas, conforme o art. 81 do CTN.
c) É válida, mas poderia ter sido instituída independentemente da valorização dos imóveis dos contribuintes. 
– O requisito básico para a instituição da contribuição de melhoria é a valorização de imóveis decorrente de obra pública.
d) É inválida, porque deveria ter, como limite individual, o valor global da despesa realizada pelo Poder Público na obra e não a valorização de cada imóvel. 
– O limite individual da contribuição de melhoria é a valorização do imóvel.
18. (CESPE — Procurador do Estado de Pernambuco — 2018) Considerando-se o que dispõe o CTN, é correto afirmar que, como regra geral, os tributos 
a) são compulsórios, podendo a sua obrigatoriedade advir da lei ou do contrato. 
– A obrigatoriedade dos tributos decorre exclusivamente da lei.
b) podem ser pagos em pecúnia, in natura ou in labore. 
– Não se admite o pagamento de tributos in natura ou in labore.
c) são cobrados mediante atividade administrativa, a qual pode ser vinculada ou discricionária. 
– A cobrança de tributos é atividade administrativa vinculada.
d) podem incidir sobre bens e rendimentos decorrentes de atos ilícitos, embora não possam ser utilizados como sanção. 
– Os tributos podem alcançar bens e rendimentos de origem ilícita, em homenagem ao princípio “pecunia non olet”, mas não servem de instrumento de sanção.
e) têm por fato gerador uma situação jurídica abstrata, não sendo possível vincular um tributo a qualquer atividade estatal específica. 
– O fato gerador dos tributos é uma situação prevista em lei.
19. (FAUEL — Advogado — S. J. dos Pinhais — 2018) Considere a cobrança municipal de taxa denominada “taxa de limpeza pública” cujo fato gerador esteja descrito em lei como sendo: “serviços de coleta, remoção, tratamento e destinação final do lixo provenientes de imóveis, bem como a limpeza de vias e logradouros públicos”. É correto afirmar, segundo a correta interpretação sobre as disposições da Constituição Federal (CF/88) a respeito deste tributo, que: 
a) O fato gerador descrito é constitucional, pois tanto o serviço de limpeza de vias e logradouros públicos quanto a coleta, remoção, tratamento e destinação final do lixo são serviços públicos específicos e divisíveis. 
b) O fato gerador descrito é inconstitucional, pois, apesar de tratar de serviços divisíveis, carecem, todos eles, do elemento especificidade. 
c) O fato gerador descrito é inconstitucional pois, apesar de constitucional a cobrança de taxas pelos serviços de conservação de vias e logradouros públicos e coleta, remoção, tratamento e destinação final do lixo, deve existir a previsão legal de hipóteses de incidência distintas para cada um dos critérios materiais. 
d) O fato gerador descrito é inconstitucional, pois, apesar de a taxa cobrada em razão da coleta, remoção, tratamento ou destinação de lixo provenientes de imóveis ser divisível e específica, a limpeza de logradouros e vias públicas não goza dessa qualidade. 
– A limpeza de logradouros e vias públicas não atende aos requisitos de divisibilidade e especificidade necessários para a instituição de uma taxa, pois são serviços gerais que, em tese, beneficiam um número indeterminável de pessoas.
e) O fato gerador é inconstitucional pois os serviços de limpeza pública, compreendidos desde a limpeza de logradouros e vias até a coleta, remoção, tratamento e destinação de lixos, devem ser custeados por meio de impostos, tão somente.
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
- A Constituição conferiu aos entes políticos da República (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) o poder de instituir tributos, para o fomento de suas atividades precípuas, dentro das respectivas esferas de atuação.
- A competência não pode ser absoluta, pois deve haver equilíbrio entre o poder estatal e os direitos dos indivíduos.
- Art. 6º, CTN: A atribuição constitucional de competência tributáriacompreende a competência legislativa plena, ressalvadas as limitações contidas na Constituição Federal, nas Constituições dos Estados e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios, e observado o disposto nesta Lei. 
 Parágrafo único. Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras pessoas jurídicas de direito público pertencerá à competência legislativa daquela a que tenham sido atribuídos.
- “As competências do Estado federal são repartidas horizontal e verticalmente. A repartição horizontal ocorre pela atribuição a cada ente federativo de uma área reservada, que lhe cabe, então, disciplinar em toda a sua extensão. A repartição vertical distribui uma mesma matéria em diferentes níveis (do geral ao particular) e a reparte entre os entes federativos. No primeiro caso (horizontal), as competências ou são comuns ou são privativas. No segundo (vertical), temos a competência concorrente. Para disciplinar a competência concorrente há duas técnicas conhecidas: a cumulativa, pela qual os entes podem avançar na disciplina das matérias desde que o que lhes é considerado superior não o faça (não há limites prévios, mas a regra da União prevalece, em caso de conflito); a não cumulativa, em que, previamente, as matérias estão delimitadas por sua extensão (normas gerais e particulares)”.
Obs.:
 A Constituição adota uma repartição não cumulativa, ao indicar, no § 4º, a prevalência da lei federal geral sobre as normas estaduais e cumulativa, ao dizer, no § 1º, que a União limitar-se-á a estabelecer regras gerais. O § 2º garante aos Estados competência suplementar, ainda que a União tenha exercido sua competência privativa, circunstância que também alcançaria os municípios, por força do disposto no art. 30, II, da Constituição, embora não seja reconhecida, no art. 24, a competência concorrente destes. Em sentido diverso, o § 3º cuida da ausência de normas gerais, ou seja, o não exercício da competência federal. Na hipótese, os Estados poderiam exercer competência legislativa plena, para atender suas peculiaridades e suprir a omissão do legislador federal, com a ressalva de que o alcance de tais comandos ficaria restrito aos limites da atividade estadual.
 A competência suplementar não se confunde com o exercício da competência plena ‘para atender a suas peculiaridades’ conforme consta do § 2º, que é competência para editar normas gerais em caso de lacuna (inexistência) na legislação federal. Não se trata, pois, de competência para editar normas gerais eventualmente concorrentes. Se assim fosse, o § 3º seria inútil ou o § 3º tomaria inútil o § 2º. Além disso, é competência também atribuída aos Municípios que estão, porém, excluídos da legislação concorrente. Isto nos leva a concluir que a competência suplementar não é para a edição de legislação concorrente, mas para a edição de legislação decorrente, que é uma legislação de regulamentação, portanto de normas gerais que regulam situações já configuradas na legislação federal e às quais não se aplica o disposto no § 4º (ineficácia por superveniência de legislação federal), posto que com elas não concorrem (se concorrem, podem ser declaradas inconstitucionais). É, pois, competência que se exerce à luz de normas gerais da União e não na falta delas.
Competência tributária e capacidade tributária ativa
Bitributação e bis in idem
- A bitributação seria a possibilidade de um mesmo fato ser tributado por pessoas jurídicas distintas, como a União e os Estados, por exemplo.
- O modelo tributário adotado pela Constituição tem por objetivo evitar a ocorrência da bitributação, embora existam situações em que isso efetivamente possa ocorrer, como no caso dos impostos extraordinários de guerra (art. 154, II, CF). No caso extremo de um confronto externo, o legislador federal poderia criar um imposto extraordinário para fazer frente ao esforço de guerra cujo fato jurídico já fosse objeto de tributação pelos estados ou municípios. Ter-se-ia, portanto, uma hipótese, constitucionalmente aceita, de bitributação.
- O fenômeno conhecido como bis in idem implica a possibilidade de o mesmo ente político tributar um fato jurídico mais de uma vez. Essa situação não é vedada pela Constituição e ocorre com mais frequência do que o desejado, como no caso da cobrança da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) em paralelo ao Imposto de Renda, pois ambos são tributos de competência da União e incidem sobre o lucro das empresas. A exigência simultânea do PIS e da COFINS, que são tributos praticamente idênticos, também acarreta um indesejado bis in idem.
SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
Limitações constitucionais ao poder de tributar
- Art. 150, CF.
- O constituinte declara que os princípios tributários devem ser aplicados sem prejuízo de todas as outras garantias asseguradas ao contribuinte, o que nos convida a uma análise sistêmica das relações entre Estado e particular. Em termos normativos, os princípios prescrevem um dever-ser, que representa o conjunto de expectativas relativas ao comportamento social, conforme ditames jurídicos.
- Princípios essenciais à compreensão dos limites impostos ao Estado podem ser encontrados em outros tópicos da Carta, como é o caso do princípio da capacidade contributiva (art. 145, § 1º), da vedação de cumulação entre taxas e impostos (art. 145, § 2º), de determinadas imunidades, como no caso de IPI e ICMS relativos a exportações (arts. 153, § 3º, III, e 155, § 2º, X, ‘a’, respectivamente), entre diversos outros.
- Princípio da progressividade: a progressividade, como instrumento da igualdade, tem por objetivo reconhecer as diferenças econômicas entre os contribuintes e tributar de forma mais intensa as pessoas que recebem mais. A progressividade é o mecanismo de tributação que determina a aplicação de alíquotas mais elevadas de acordo com o incremento da base de cálculo.
 Previsão no texto constitucional:
 Arts. 153, § 2º (Imposto sobre a Renda), 153, § 4º, I (Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural), 155, § 1º, I e II (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana, em razão do valor, localização e uso do imóvel), e 182, § 4º, II (IPTU Progressivo no Tempo, de caráter sancionatório). 
- O princípio da progressividade funciona, portanto, como instrumento balizador da carga tributária e tem por objetivo graduar as alíquotas de acordo com as rendas obtidas pelas pessoas.
TRIBUTOS FEDERAIS
Imposto de Importação (II)
- É de competência da União, possui natureza extrafiscal e não se sujeita aos princípios da anterioridade e da noventena. O crédito tributário é objeto de lançamento por homologação.
- Art. 153, I da CF c/c arts. 19 a 22 do CTN
- Importar é a conduta que tem por objetivo fazer ingressar, no território aduaneiro, bens de procedência estrangeira, com impacto econômico.
- O critério espacial da hipótese de incidência do imposto de importação é preenchido toda vez que uma mercadoria de procedência estrangeira adentra o território aduaneiro brasileiro, composto da porção terrestre, do mar territorial de 12 milhas marítimas, medidas a partir da linha de baixa-mar do litoral continental e insular, do espaço aéreo e do subsolo correspondentes aos limites da soma entre as extensões terrestres e marinhas.
- Art. 73 do Regulamento Aduaneiro ➡ quando ocorre o fato gerador para efeito de base de cálculo
Imposto de Exportação (IE)
- É de competência da União, possui natureza extrafiscal e não se sujeita aos princípios da anterioridade e da noventena. O crédito tributário é objeto de lançamento por homologação.
- Trata-se de tributo utilizado apenas em caráter excepcional, com nítido objetivo extrafiscal, de sorte que para a maioria dos produtos possui alíquota zero ou goza de isenção.
- Art. 213 do Regulamento Aduaneiro: “imposto de exportação tem como fato gerador a saída da mercadoria do território aduaneiro e que para efeito de cálculo considera-se ocorrido o fato gerador na data de registro do registro de exportação no Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX)”.

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