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ELETROTERAPIA AULA 01 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA · Esta disciplina propõe apresentar os recursos físicos utilizados pela fisioterapia que alteram a transmissividade elétrica dos neurônios, proporcionando respostas fisiológicas e terapêuticas nos pacientes, por meio da aplicação de correntes elétricas que sensibilizam receptores em busca de melhora dos quadros clínicos. · Além disso, são feitas abordagens teóricas e práticas dos princípios da eletroterapia, bem como a diferenciação entre os diversos recursos elétricos disponíveis para o estabelecimento de prioridades de tratamento diante do diagnóstico dos pacientes. ÁTOMO · Partícula fundamental da matéria. · Consiste em um núcleo central de carga elétrica positiva envolto por uma nuvem de elétrons de carga negativa. · O núcleo é composto por prótons e nêutrons. · Os elétrons são ligados ao núcleo por uma força eletromagnética. CARGA ELÉTRICA · Propriedade da matéria que é a base da força eletromagnética. · Carga elétrica positiva: Carregada pelos prótons dos átomos. · Carga elétrica negativa: Carregada pelos elétrons dos átomos. · Átomo neutro: Número de prótons e elétrons IGUAIS. · Átomo positivamente carregado: Número de elétrons número de prótons. Íons ÂNIONS. · Força entre duas cargas estacionárias (que não aumenta e nem diminui, que não muda de tamanho) (q1 e q2) é determinada em Coulombs (é uma lei da Física usada para determinar a intensidade da força de atração ou repulsão entre duas cargas elétricas) (C). · Quanto maiores as cargas ou mais próximas: maior a força de atração ou repulsão. CAMPO ELÉTRICO · Cada carga cria em volta de si mesmo um campo elétrico. · O campo elétrico transporta a força elétrica das partículas carregadas para outras partículas carregadas. CONDUTORES E ISOLANTES · Para as partículas carregadas moverem-se quando submetidas a uma voltagem, elas devem estar livres para fazer isso. · Condutores: Partículas carregadas se movem facilmente quando colocadas em um campo elétrico. · Isolantes: Tendem a não permitir movimentos livre de íons ou de elétrons. CORRENTE ELÉTRICA · Produção de corrente elétrica necessita: · Presença de partículas livremente móveis em alguma substância. *No sistema biológico: íons em líquidos corporais. · Aplicação de uma força motriz para mover as partículas. *Voltagem aplicada. · Unidade-padrão: Ampère (A) é a unidade de medida de corrente elétrica padronizada pelo Sistema Internacional de Unidades (SI). Mede a quantidade de elétrons que formam uma corrente por segundo. · Correntes em aplicações eletroterapêuticas são muito pequenas: *Miliampères (mA, 10̄̄̄̄̄̄ ᶟ, milésimo de um ampère). *Microampères (µA, 10ˉ⁶, milionésimos de um ampère). CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE CORRENTES ELETROTERAPÊUTICAS · CORRENTE CONTÍNUA · Fluxo unidirecional contínuo ou ininterrupto de partículas carregadas. · CORRENTE ALTERNADA · Fluxo bidirecional contínuo ou ininterrupto de partículas carregadas. · CORRENTE PULSADA · Fluxo uni ou bidirecional de particular carregadas que periodicamente param por um período de tempo. AULA 2 CARACTERÍSTICAS DESCRITIVAS DAS FORMAS DE ONDA DA CORRENTE PULSADA OU ALTERNADA · 1. Número de fases. · 2. Simetria de fases. · 3. Equilíbrio da carga de fase. · 4. Forma de onda ou forma da fase. FORMA DA ONDA FORMAS DOS PULSOS ELÉTRICOS Formas dos pulsos elétricos: · A: pulso quadrado ou retangular; · B: pulso senoidal ou sinusoidal (oscilação repetitiva suave, sendo esta uma onda contínua); · C: pulso triangular; · D: pulso pontiagudo ou exponencial (onda se mantem crescente) DESCRIÇÃO QUANTITATIVA DESCRIÇÃO QUALITATIVA DAS CORRENTES ELÉTRICAS CARACTERÍSTICAS DEPENDENTES DA AMPLITUDE · Amplitude Máxima · A corrente máxima alcançada em um pulso monofásico ou para cada fase de um pulso bifásico. · Amplitude entre Picos · A corrente máxima medida do pico da 1ª fase até o pico da 2ª fase de um pulso bifásico. DURAÇÃO DO PULSO · PULSO - é o tempo em que a corrente permanece na pele, ou seja, é a duração de um pulso elétrico – intervalo de tempo que separa o início e o fim de um pulso. Neste parâmetro, o que se regula é a sua largura pois esta implicará na corrente ser ou não confortável. FREQUÊNCIA · Série contínua e repetitiva de pulsos (série de pulsos em uma frequência fixa). CORRENTE GALVÂNICA E IONTOFORESE · Ela é utilizada na forma contínua, mas é adaptada e reduzida. Normalmente é indicada para fazer ionização, em que facilita a penetração de ativos cosméticos na pele, ou para desincrustação, limpeza de substâncias gordurosas da pele de forma profunda. Há também o eletrolifting (galvanopuntura), que se utiliza de uma microcorrente galvânica. · A ionização (ou iontoforese) pode ser realizada para promover hidratação da área a ser trabalhada, por exemplo, através de seu mecanismo de aplicação com produto específico. Já a desincrustação é comumente realizada em pele oleosa, utilizando-se uma substância própria para desincruste embebida em algodão no eletrodo ativo, que toca a área que será trabalhada. Diferentemente da ionização e da desincrustação, a galvanopuntura usa a microcorrente galvânica combinada a uma agulha de 5 milimetros no polo negativo para minimizar linhas de expressão e estrias. AULA 03 CORRENTE GALVÂNICA · Polo positivo Polo negativo · Ânodo Cátodo · Cabo vermelho Cabo preto AÇÃO FÍSICO-QUÍMICA · Cada célula forma um condutor eletrolítico (sist. que conduzem corrente elétrica), separado por membranas semipermeáveis. · Se aplicarmos um potencial elétrico a essas células e tecidos do organismo, provocamos uma dissociação iônica. · Dissociação iônica: moléculas dividem em seus diferentes elementos químicos devido a cada um ter uma carga elétrica distinta. Exemplo: Temos molécula de sal NaCl (Na+ e Cl-). · Quando corrente atravessa uma solução de água e sal, provoca migração de íons para uma direção definida. · Íons sódio migram para o polo (-) e os íons cloro para o polo (+). · Processo conhecido como eletrólise. EFEITOS FISIOLÓGICOS E TERAPÊUTICOS DA CORRENTE GALVÂNICA OU CORRENTE DIRETA · A corrente galvânica ou corrente direta tem sido utilizada pelos efeitos que causa na pele e, como dito anteriormente, como fonte promotora geradora de iontoforese (uma corrente elétrica de baixa intensidade para facilitar a liberação de uma variedade de fármacos, carregados ou não, através de membranas biológicas, rumo à corrente sangüínea). · Terapia tem duração de 10 a 30 minutos e utiliza uma densidade de corrente em nível baixo a fim de evitarem-se maiores riscos de queimadura ou desconfortos aos pacientes. São indicadas densidades entre 0,1 e 0,5 mA/cm². principais efeitos fisiológicos e terapêuticos da corrente galvânica. · Estimulação sensorial · A passagem da corrente galvânica pela pele do paciente promoverá leve sensação de formigamento ou pontada que, ao longo da terapia, poderá evoluir para leve irritação ou coceira. · Essas sensações são provenientes das alterações bioquímicas sofridas abaixo dos eletrodos e, especialmente, sob o eletrodo negativo, como o processo de irritação química em decorrência da formação de substâncias alcalinas (família dos metais – potássio, sódio). · Estimulação sensorial - Essas alterações promovem grande vasodilatação local, que, clinicamente, geram um vigoroso eritema (vermelhidão na pele) sob os eletrodos, especialmente sob cátodo. · Hiperemia · Resultado da vasodilatação capilar (área das dimensões do eletrodo). · Hiperemia terá duração de cerca de 20 minutos (promove a melhora da nutrição da área e acelera o processo inflamatório),embora não haja evidências significativas que sustentem tal afirmação. · Analgesia · Não é incomum encontrar relatos sobre a capacidade da corrente galvânica promover analgesia. · Esse efeito tem sido justificada pela acentuada epidemia (proliferação de estímulos) que ocorre sobre os eletrodos, especialmente do cátodo, removerem os fatores que induzem à dor. · Cicatrização · Existem estudos demonstrando que diferentes formas de estimulação elétrica podem favorecer a cicatrização tecidual. · As correntes elétricas podem oferecer uma ajuda ao processo de cicatrização tecidual. · Os autores afirmam que a capacidade de promover vasodilatação local, com consequente aumento de nutrientes e oxigênio para a região em processo de reparação tecidual, assim como seus efeitos bactericidas, estimuladores de células de defesa e fibroblastos. · Destruição de tecidos · Também é comum encontrar profissionais utilizando-se de um eletrodo do tipo agulha para introduzir no folículo piloso (um anexo da nossa pele responsável pela produção e crescimento do pelo) a fim de liquefazer o tecido (o tecido danificado assume a aparência líquida), destruindo o epitélio que sustenta o pelo. AULA 04 · IONTOFORESE · Demonstrada por Le Duc, professor de física médica na escola de medicina de Nates-França. · Droga é transportada para o interior dos tecidos de acordo com suas características polares. · Íons positivos introduzidos pelo ânodo (polo +) e os íons negativos pelo cátodo (polo -). · Mecanismo de ação · A iontoforese transdérmica de analgésicos envolve o uso da força eletromotriz (voltagem) por meio de um ânodo carregado positivamente e um cátodo carregado negativamente para induzir a infiltração percutânea de um agente terapêutico via transporte ativo para entrega local, regional ou sistêmica. · MEDICAMENTOS · Medicações primárias administradas pela iontoforese · Ácido acético: tendinite calcificante, miosite ossificante. Acredita-se que o acetato aumenta a solubilidade dos depósitos de cálcio nos tendões e em outros tecidos moles. Solução aquosa a 2-5% a partir do pólo negativo. · Cloreto de cálcio: espasmos musculoesqueléticos. O cálcio estabiliza as membranas excitáveis, parece diminuir o limiar de excitabilidade nos nervos periféricos e no músculo esquelético. Solução aquosa a 2% a partir do pólo positivo. · Dexametasona: inflamação. Agente antiinflamatório esteroidal sintético. 4 mg/ml em solução aquosa a partir do pólo negativo. · Iodo: capsulite adesiva e outras adesões do tecido mole, infecções microbianas. O iodo é um antibiótico de amplo espectro, daí seu uso em infecções e assim por diante, as ações escleróticas do iodo não estão completamente entendidas. Solução a 5-10% ou pomada a partir do pólo negativo. · Lidocaína: dor e inflamação do tecido mole (p. ex., bursite, tenossinovite). Os efeitos anestésicos locais produzem analgesia transitória. Solução aquosa a 4-5% ou pomada a partir do pólo positivo. · Sulfato de magnésio: espasmos musculoesqueléticos, miosite. O efeito relaxante muscular pode ser devido a excitabilidade diminuída da membrana musculoesquelética e a transmissão diminuída da junção neuromuscular. Solução aquosa a 2% ou pomada a partir do pólo positivo. · Hialuronidase: edema local (estágio subagudo e crônico). Parece aumentar a permeabilidade no tecido conjuntivo hidrolizando o ácido hialuronico, diminuindo assim a encapsulação e permitindo a dispersão do edema local. Reconstituir com 0,9% de cloreto de sódio para fornecer uma solução de 150 (mg/ml a partir do pólo positivo). · Salicilatos, óxido de zinco: dor muscular e articular em condições agudas e crônicas (p. ex., lesões por uso excessivo, artrite reumatóide). Drogas do tipo aspirina com efeitos analgésicos e antiinflamatórios. 10% de pomada de salicilato de trolamina ou 2-3% de solução de salicilato de sódio a partir do pólo negativo. · Úlceras de pele, outras doenças dermatológicas. O zinco age como um antisséptico geral, podendo aumentar a cicatrização do tecido. 20% de pomada a partir do pólo positivo (Mackler, Robinson, 2001). · Efeitos colaterais · Parestesia local. · Coceira. · Irritação. · Eritema - vermelhidão. · Edema. · Urticária galvânica. PROCEDIMENTOS PARA APLICAÇÃO DA CORRENTE DIRETA · Procedimentos fundamentais para aplicação segura da iontoforese. · Preparando a região corporal a ser tratada. · Aplicação. · Dosimetria. PROCEDIMENTOS FUNDAMENTAIS PARA APLICAÇÃO SEGURA DA IONTOFORESE PREPARANDO A REGIÃO CORPORAL A SER TRATADA · Sugerimos que a área a ser tratada seja higienizada com álcool ou lavada com água corrente morna, a fim de remover o óleo ou a gordura em excesso que, porventura, esteja na superfície, pois assim será facilitada a passagem da corrente pela pele. · Técnica banho monopolar, o paciente deverá ser orientado a não retirar a mão da água, pois, se o fizer, poderá ter a experiência de uma descarga elétrica de maior magnitude, promovendo uma sensação que poderá ser bastante desagradável. APLICAÇÃO · Cuidados na operação do paciente. · Intensidade (orientar o paciente sobre as sensações). · Polaridade. DOSIMETRIA · Densidade da corrente: 0,1 a 0,2 mA/cm² (opinião pessoal 0,5 mA/cm²). · Dosagem (LOW; REED, 2001): 100 – 200 mA/min. · Tempo de aplicação: 20 – 30 minutos. EXERCÍCIO 01 - É comum encontrarmos na literatura informações sobre as vantagens da utilização de correntes de média frequência, como a Interferencial, e a Russa em relação às correntes de baixa frequência. Em qual das alternativas abaixo encontramos uma informação que justifique esta afirmativa? a) ( ) Correntes de média frequência apresentam maior densidade de corrente, necessitando de menor tempo de tratamento. b) Correntes de média frequência se utilizam de eletrodos de metal, sendo mais incisivas, gerando melhores resultados clínicos. c) ( x ) Correntes de média frequência são mais confortáveis, pois apresentam menor impedância. d) ( ) Embora as correntes de média frequência sejam mais eficientes que as de baixa frequência, são correntes que atingem tecidos mais superficiais. e) ( ) As correntes de média frequência, embora mais eficientes, geram maiores riscos de queimaduras. 02 - Classifique as características físicas dessa corrente elétrica. a) (X) Corrente pulsada, bifásica, assimétrica, desequilibrada, com pulsos sinusoidais. b) ( ) Corrente monofásica, assimétrica e desequilibrada. c) ( ) Corrente pulsada monofásica de duas pontas, com pulsos pontiagudos. d) ( ) Corrente alternada, assimétrica, desequilibrada, com pulsos retangulares. e) ( ) Corrente pulsada, bifásica, assimétrica, equilibrada, com pulsos retangulares. 03 - Paciente apresenta-se com dor na região do tendão patelar, o exame de ressonância magnética demonstrou uma inflamação no local. Durante a sessão de fisioterapia, o profissional optou por usar a técnica da iontoforese com o medicamento chamado lidocaína. Mas ele está com uma dúvida: qual seria o eletrodo ativo para esses medicamentos? a) ( ) Eletrodo dispersivo positivo e ativo negativo. b) ( ) Eletrodo dispersivo negativo e ativo neutro. c) ( ) Eletrodo dispersivo neutro e ativo positivo. d) (X)Eletrodo dispersivo negativo e ativo positivo. e) ( )Não existe padrão de colocação. 2 image3.png image4.png image5.png image6.png image7.png image8.png image9.png image10.png image11.png image12.png image13.png image14.png image15.png image16.png image17.png image18.png image19.png image20.png image21.png image22.png image23.png image24.png image25.png image26.png image27.png image28.png image29.png image30.png image31.png image32.png image33.png image34.png image35.png image36.png image37.png image38.png image39.png image40.png image41.png image1.png image2.png