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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CAMPUS: PROFª. CINOBELINA ELVAS CURSO: BACHARELADO EM ENGENHARIA AGRONÔMICA DISCIPLINA: MORFOLOGIA E FISICA DO SOLO PROF.º JOÃO CARLOS MEDEIROS DETERMINAÇÃO DA CURVA DE COMPACTAÇÃO DO SOLO DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UFPI BOM JESUS-PI, JANEIRO DE 2016 CELIOMAR MATOS DE OLIVEIRA EMERSON ARAÚJO CARREIRO ESTENISLAU VILARINO JOILSON DA SILVA SOARES RONILSON SOARES DA COSTA TIAGO MEDEIROS VINÍCIUS OLIVEIRA DE SOUSA MIRANDA YURI DOUGLAS LOPES INTRODUÇÃO Com a grande demanda por alimentos e a evolução tecnológica, o campo está se deparando com um maquinário mais sofisticadas e de grande porte, facilitando e agilizando, assim, o trabalho no campo, porém, esse aumento no peso das máquinas e aliada a uma umidade inadequada do solo durante as operações, está refletindo em uma compactação do solo, aumentando assim os custos de manejo e produção agrícola. Várias pesquisas vêm sendo realizadas, nas últimas décadas, demonstrando a necessidade de diminuir o tráfego de máquinas e de se encontrar o sistema de produção mais adequado sobre as áreas de cultivo. Um dos grandes avanços foi a adoção do sistema de plantio direto, o que, no entanto, com o passar do tempo, nessas áreas também surgiram problemas, principalmente relacionados à estrutura do solo, como a redução do espaço poroso, afetando o movimento da água no interior do solo, a sua disponibilidade e o crescimento das plantas devido a compactação mais subsuperficial, de forma que a compactação do solo é um problema comumente observado em lavouras em que foi adotado o sistema de plantio direto, especialmente em solos argilosos. Sua origem está relacionada ao não revolvimento do solo, permitindo o acúmulo de pressões produzidas pelo tráfego contínuo de máquinas agrícolas, principalmente em dias de alta umidade do solo, provocando, assim, mudanças significativas em algumas propriedades físicas do solo. Alguns estudos sobre o processo de compactação do solo têm demonstrado que o processo de compactação se diferencia de acordo com as classes de solos que apresentam comportamentos distintos a essa compactação. Isso tem seu motivo por vários fatores, tais como a energia de compactação, textura, matéria orgânica, umidade e história de tensão. Assim, o entendimento do comportamento dos solos, quando submetidos ao processo de compactação, é de grande importância, principalmente para aspectos relacionados ao manejo (Dias Júnior & Miranda). Uma alternativa para avaliar a suscetibilidade do solo à compactação é o ensaio de Proctor Normal. Esse se baseia no fato de que a densidade no qual um solo é compactado, sob determinada energia de compactação, depende da umidade do solo no momento da compactação (Proctor). Per meio deste teste determina-se o ponto ótimo para compactação do solo, ou seja, a umidade crítica em que não devemos trafegar com máquinas agrícolas na lavoura. A relação entre a densidade atual do solo e uma certa densidade referência ou de compactação máxima tem se mostrado útil na caracterização da compactação do solo e na resposta das culturas em diferentes tipos de solo (Silva, A.P.). A densidade referência ou densidade máxima do solo é o estado mais adensado resultante de uma pressão estática de 200 kPa, obtida no teste de compressão uniaxial, utilizando amostras com estrutura não preservada (Hakansson) ou a densidade máxima obtida no teste de Proctor normal (Carter). Um dos resultados da análise do teste de Proctor normal é de se obter uma curva do grau de compactação de acordo com a umidade do solo e saber qual limite crítico de trabalho de maquinas pesadas no campo sem que afete a estrutura através da compactação do solo. Materiais utilizados Para que análise pudesse ser feita utilizou-se os seguintes materiais: Pá Enxadão Saco de Fibra Solo Cilindro Soquete de compactação Balança Proveta de 500ml Becker Peneira Bandeja Faca Estufa Metodologia Primeiramente as amostras de solo das profundidades de 0 a 10cm e 10 a 20cm foram colocadas para serem secas ao ar, após ocorrer a secagem do solo ele foi peneirado e colocado 5 kg dele em uma bandeja de plástico. O solo solto foi colocado no cilindro até atingir um terço da altura do cilindro e aplicado 25 golpes com o soquete, a superfície foi escarificada, para haver maior entrosamento entre as camadas, e depositado mais um terço do solo sobre esta primeira camada e aplicado mais 25 golpes, novamente escarificada a superfície do solo e depositado o ultimo um terço de solo e aplicado mais 25 golpes, totalizando três camadas. Após a compactação, o cilindro com o solo compactado foi pesado, depois foi retirada uma amostra uniforme do interior do cilindro e colocada no Becker para a determinação da umidade que foi levada a estufa posteriormente. Esse processo foi repetido por mais seis vezes havendo a adição de 100ml de água para cada ensaio. Como foram analisadas 2 profundidades, esse processo foi repetido para cada profundidade. Resultados Gráfico 1. Curva de compactação de solo coletado no Hospital Universitário Veterinário. Gráfico 2. Curva de compactação de solo coletado no Hospital Universitário Veterinário. Discussão No presente trabalho foi avaliado a umidade ótima de compactação e a densidade máxima de compactação, e esses parâmetros foram obtidos a partir da curva de compactação. Foram avaliadas duas profundidades de solo, onde na primeira (0-10 cm) foram obtidos valores de Umidade Ótima de compactação de 13,3 L/cm³ e Densidade Máxima de 2,7 g/cm³ respectivamente (gráfico 1.). Na segunda profundidade (10-20 cm) obtivemos os valores de Umidade Ótima de compactação de 13,8 L/cm³ e uma Densidade Máxima de 2,08 g/cm³ (gráfico 2.), valores característicos com um solo franco-argiloarenosa. A densidade menor do solo superficial é proveniente da sua maior quantidade de matéria orgânica, mostrando que solos idênticos podem apresentar valores diferentes de compactação dependendo da taxa de matéria orgânica na sua composição. Comparando as duas profundidades podemos observar que a camada de 0-10cm tem a maior facilidade de compactar em relação a camada de 10-20. Esse fato pode ser atribuído, de acordo com Silva et al. (1986), aos maiores teores de matéria orgânica da camada superficial deste solo. Conclusões O teste de Proctor é um ótimo parâmetro para estabelecer o manejo adequado e a umidade correta de utilização de maquinário no solo sem que haja compactação no momento de máxima hídrica do mesmo. No teste realizado as umidades ótimas de compactação média e o grau de compactação da camada de 0-10 cm foram menores que as umidades de compactação da camada de 10-20 cm. A diferença de densidade se deve ao teor de matéria orgânica na camada superior ser mais elevada em relação a camada de maior profundidade, pois o solo com matéria orgânica tem menos resistência a compactação, já que a matéria tem ação cimentante.Referências bibliográficas DIAS JUNIOR, M. S. & MIRANDA, E. E. V. Comportamento da curva de compactação de cinco solos da região de Lavras (MG). Ciência Agrotecnica, Lavras v.24, n.2: 337-346, 2000. PROCTOR, R. R. Fundamental principles of soil compaction. Engineering News Record, ago/set 1933. SILVA, A.P.; LIBARDI, P.L. & CAMARGO, O. A. Influência da compactação na propriedade física de dois Latossolos. R. Bras. Ci. Solo, 10:91-95, 1986. SILVA, A.P.; KAY, B.D.; PERFECT, E. Managment versus inherent soil properties effects on bulk density and relative compaction. Soil & Tillage Research, v.44, p.81-93, 1997. HAKANSSON, I. A method for characterizing the state of compactness of the plough layer. Soil & Tillage Research, v.16, p.105-120, 1990. CARTER, M.R. 1990. Relative measures of soil bulk density to characterize compaction in tillage studies on fine Sandy loams . Canadian Journal of Soil Science, 70:425-433.