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RESUMO DE HEMATO BL2

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RESUMO DE HEMATO BL2 
A. HEMOSTASIA PRIMÁRIA: 
A hemostasia é importante na elaboração de um sistema de controle da formação de 
trombo fora do local de lesão, evitando coagulação disseminada. 
No momento da lesão vascular há a formação do trombo e a liberação de 
mediadores que irão atuar na reparação tecidual e, uma vez que haja a completa reparação 
tecidual deve acontecer a reversão do coágulo, no processo de fibrinólise, garantindo o 
retorno a circulação normal. 
A vasoconstrição favorece o processo, uma vez que ao reduzir a área de lesão, reduz 
o sangramento, sendo o primeiro evento que ocorre após a lesão. 
O megacariócito na medula óssea é uma célula gigante, que ao receber estímulo de 
proliferação não realiza divisão, apesar de aumentar o conteúdo nuclear e citoplasmático. Por 
conta de seu tamanho, é impossível que saia da medula óssea, por isso que em determinado 
estágio da maturação há a formação de prolongamento e a emissão de pseudópodes que 
atravessarão os capilares sinusóides presentes entre as células endoteliais. Esse processo 
resulta na formação das plaquetas, propriamente ditas. Conforme mais plaquetas vão sendo 
formadas, mais fragmentos do megacariócito foram liberados, reduzindo seu conteúdo 
citoplasmático, resultando em uma célula menor, com núcleo grande e pouco citoplasma, 
promovendo a apoptose. 
As plaquetas apresentam poucas organelas, o que contribui para o período de vida 
de 7 a 10 dias, caso não sejam ativadas. As plaquetas devem estar presentes, em condições 
normais, na faixa de 150 a 400 mil/mm³, uma vez que este valor esteja inferior a 150.000 há o 
quadro de trombocitopenia, no qual há maior risco de hemorragia. Acima de 400.000 há o 
quadro de trombocitose, no qual há maior risco de formação de trombo. Próximo ao limite 
inferior não há sangramento espontâneo, o qual já começa ocorrer quando se encontra abaixo 
de 100.000. 
 ESTRUTURA DAS PLAQUETAS: 
o SEM ATIVAÇÃO: são estruturas discóides e simples, apresentando 
mitocôndrias, lisossomos e alguns depósitos de glicogênio. Apresenta 2 tipos de grânulos: os 
grânulos α e os grânulos densos. Tais grânulos se aproximam da membrana da plaqueta 
quando a mesma se ativa a fim de degranular. 
o COM ATIVAÇÃO: apresentam estrutura mais arredonda, com a 
centralização dos grânulos antes dispersos, pois a membrana da plaqueta é bastante 
invaginada e a centralização permite a aproximação com a membrana. Há a emissão de 
pseudópodes decorrente de reorganização do citoesqueleto. outra estrutura importante é a 
presença do sistema tubular denso, o qual é um reservatório de cálcio. Quando as plaquetas 
são ativadas há a abertura de canais de cálcio, que favorecem o aumento da liberação desse, 
favorecendo as mudanças de citoesqueleto, as quais são fundamentais para a ativação 
plaquetária. 
Os grânulos α apresentam os fatores de coagulação V e IX, os quais 
produzidos e degranulados a fim de promover a presença de fatores de coagulação no local de 
lesão. Apresentam também fibrinogênio, sendo a segunda proteína mais abundante e é 
secretada para oferecer suporte no sítio da lesão. Há também a presença de trombospondina 
e β-tromboglobulina, as quais estão relacionadas a ativação plaquetária. 
 
 ATIVAÇÃO, ADESÃO E AGREGAÇÃO PLAQUETÁRIA: 
Na superfície das plaquetas há receptores para trombina, TXA2, ADP (P2Y21 e P2Y1), os 
quais são agonistas da agregação plaquetária. As plaquetas e os fatores de coagulação 
precisam resistir ao fluxo sanguíneo, a fim de chegar ao local de lesão. 
As proteínas subendoteliais devem ser expressas na lesão a fim de que sejam 
reconhecidas pelas plaquetas, favorecendo a adesão plaquetária. Após as plaquetas 
aderirem há a redução da expressão dessas proteínas, mas essa camada de plaquetas 
aderidas ainda é capaz de conter o sangramento, sendo necessário que as proteínas 
trombospondina e β-tromboglobulina estejam presentes para que novas plaquetas possam 
aderir. 
PDGF é um fator importante para acelerar o reparo do vaso. Nos grânulos densos há 
cálcio, ADP e ATP, os quais apresentam receptores na superfície das plaquetas, bem como 
serotonina e NE, sendo responsáveis por estimular a vasoconstrição. A PGI2 é uma PG 
produzida pelo endotélio que apresenta a função de inibir a agregação plaquetária, 
estimulando a produção de NO, resultando em vasodilatação. Ou seja, PGI2 e NO contribuem 
para a não formação de trombo. 
Com a ocorrência da lesão há a redução da proteção endotelial, com isso há a redução 
de PGI2. Há também a exposição de proteínas subendoteliais como fator de Von Willembrand 
(FVW) e de colágeno, os quais apresentam receptores nas superfície das plaquetas, ativando-
as. O processo deve acontecer com rapidez a fim de evitar ao máximo o sangramento. 
Na ativação das plaquetas, as mesmas alteram sua forma para o formato arredondado 
e emitem pseudópodes, aumentando a superfície de contato. Após esta etapa há a formação 
do tapete plaquetário, mediado pela liberação dos grânulos contendo ADP e ATP, os quais 
contribuem para que mais plaquetas formem o tapete, nesta etapa de adesão plaquetária. 
Quando mais plaquetas são recrutadas via mediação dos fatores dos grânulos há a agregação 
plaquetária, na quais mais plaquetas são aderidas a camada inicial. 
Na agregação plaquetárias há uma quantidade maior de plaquetas que estão em 
contato via receptores, promovendo a formação de tampão mais eficiente. No entando, as 
interações entre as plaquetas ainda são fracas, requerendo a ativação de fatores de 
coagulação, a qual culminaria na formação da rede de fibrina, a qual consolida o coágulo, 
uma vez que este é uma massa mais compacta e que bloqueia de modo eficaz o 
sangramento. 
Adesão plaquetária é diferente de agregação plaquetária. Na primeira temos a ação 
das proteínas gp Ia/IIb e na segunda a ação é da proteína gp Iib/IIIa. Problemas na adesão 
plaquetária, ou seja, na gp Ia/IIb são mais graves para o paciente, pois se aquelas primeiras 
células que se ligam ao sítio da lesão não funcionam, as demais células que serão recrutadas 
não irão aderir e muito menos agregar, lentificando o processo e isso implica em aumento do 
sangramento. 
 INIBIÇÃO DA AGREGAÇÃO PLAQUETÁRIA: 
A PLA2 é uma fosfolipase que cliva os fosfolipídeos de membrana, resultando na 
formação de ácido araquidônico, o qual sofre ação das ciclooxigenases (COX) 1 e 2 a fim de 
formar PG, LT e TX. A COX-1 é constitutiva presenta nas plaquetas e relacionada com a 
secreção gástrica. Já a COX-2 apresenta função inflamatória. As plaquetas apresentam apenas 
a COX-1 a qual é responsável pela formção de TXA2, o qual é um agonista da agregação 
plaquetária. 
O AAS inibe a produção de TXA2 através da inibição irreversível da COX-1, reduzindo a 
resposta plaquetária, sendo reduzida também a PGI2 endotelial, já que também é produzida 
via COX-1. As plaquetas não apresentam renovação da COX-1, diferente do endotélio, o qual é 
capaz de sintetizar novas COX-1. Com isso, a inibição da COX-1 nas plaquetas é cumulativa, 
enquanto que no endotélio é não cumulativa. Isso resulta na redução de TXA2 de modo 
significativo, mas sem reduzir significativamente a PGI2. 
Sangramentos de mucosa podem estar relacionados a problemas plaquetários, são 
exemplos as petéquias isoladas, as equimosoes, todas superficiais, já que os problemas nas 
plaquetas apresentam como consequências alterações na microvasculatura e sangramentos 
superficiais. Já os hematomas mais profundos podem estar relacionados com problemas de 
coagulação. Os cortes superficiais tendem a sangrar mais que os profundos, quando há 
problemas plaquetários e não de coagulação. 
 AVALIAÇÃO LABORATORIAL – COAGULOGRAMA: 
o CONTAGEM DE PLAQUETAS: é um teste qualitativopara avaliar a presença de 
trombocitopenia ou trombocitose, sem avaliação em termos de função. 
o PROVA DE RESISTÊNCIA CAPILAR (PROVA DO LAÇO): consiste na aplicação de 
pressão moderada no braço a fim de avaliar o aparecimento de petéquias. Não é possível 
identificar se é uma alteração de permeabilidade vascular ou se é plaquetária. 
Muitas vezes é utilizado o garrote na realização do teste e isso é problemático, pois a 
falta de controle sobre a pressão aplicada, a qual não é padronizada. O ideal é a utilização do 
esfignomanômetro, o qual apresenta melhor controle da pressão, a qual é padronizada em 80 
mmHg. O ideal é adequar a pressão arterial do paciente, pois em pacientes hipertensos deve 
ser utilizada uma pressão acima de 80 mmHg a fim de desafiar o vaso. 
A pressão é mantida por 5 minutos. Desenha-se um quadrado de 5 cm². Afrouxa-se a 
pressão, o braço retorna a cor normal e aparecerão petéquias, inclusive dentro do quadrado. 
Conta-se as petéquias dentro do quadrado. Se o resultado for > 5 temos resultado positivo e se 
for < 5 o resultado é negativo. Este teste é empregado no diagnóstico de dengue hemorrágica. 
o TEMPO DE SANGRAMENTO: 
Se realiza um corte superficial e se avalia em quanto tempo há o cessamento do 
sangramento. 
Há diversas técnicas distintas, como a coleta do lóbulo da orelha, da polpa digital, 
sendo que estes podem alterar a viabilidade do teste. O método mais aceito é o método de 
Ivy. 
O método de Ivy consiste na realização de 40 mmHg com esfignomanômetro a fim de 
realizar o controle de fluxo. Há a utilização de lanceta graduada para furar a pele, devendo 
garantir que toda a agulha penetrou na pele, pois quanto mais profundo corte maior será o 
tempo de sangramento. No momento do corte deve-se esticar a pele e realizar o primeiro 
corte, esperando sair a primeira gota a fim de ativar o cronômetro, secando com papel de 
filtro, até que não sangre mais. 
Devem ser realizados 2 furos a fim de abrangir áreas com vasculaturas diferentes, 
realizando uma média dos 2 tempos. O segundo furo deve ser realizado 10 cm acima ou abaixo 
do primeiro. 
o TESTE DE RETRAÇÃO DO COÁGULO: o número de plaquetas influencia neste 
teste, o qual avalia a agregação plaquetária. 
Pode ser que o trombo fique na circulação por muito tempo, pois quando tem a 
fibrinólise, ainda pode ocorrer estímulo a formação do coágulo. 
As hemácias são encarceradas na rede de fibrina, por isso que o trombo é vermelho. 
A retração do coágulo acontece quando as plaquetas se aproximam e expulsam o 
plasma que pode ter ficado aprisionado, resultando na redução do tamanho do coágulo. 
Coleta-se 5 mL de sangue sem anticoagulante, ocorrendo a formação do coágulo. 
Coloca-se no banho maria por 1h. com o funcionamento normal das plaquetas há a redução do 
tamanho, resultando em uma parte líquida (plasma) e um coágulo mais compacto. Mede-se o 
volume de plasma, e uma vez que se conhece o volume inicial, a diferença entre estes dois 
volumes fornece o volume do coágulo. 
Deve-se levar em consideração o hematócrito do paciente, pois dependendo o 
número de hemácias o volume do coágulo pode ser maior ou menor, em função das hemácias 
que ficam aprisionadas. 
 
B. HEMOSTASIA SECUNDÁRIA: 
Acontece paralelamente a hemostasia primária, também sendo iniciada pela lesão. A 
diferença entre hemostasia primária e secundária são as moléculas iniciadoras. Na hemostasia 
secundária a molécula iniciadora é o fator tecidual (TF), o qual é uma proteína transmembrana 
presente nos fibroblastos subendoteliais que são expostos com a lesão. O FT tecidual é o 
responsável por disparar a cascata de coagulação. 
 CASCATA DE COAGULAÇÃO: 
o FASE DE INICIAÇÃO: 
A sequência de ativação dos fatores não é diferente do fisiológico quando se realiza 
laboratorialmente. 
Fisologicamente, quando há lesão vascular há a exposição do FT e a formação do 
complexo tenase extrínseco (tenase, pois irá resultar na ativação do fator X e extrínseco, pois 
se inicia com um fator extrínseco que é o fator tecidual). O complexo tenase extrínseco é 
formado pelo FT e o fator VII. O fator VII não é um zimógeno, o qual ou pode se ativar pela 
ação do FT ou pode ser encontrado ativado em pequenas concentrações na circulação. 
O complexo tenase extrínseco ativa os fatores IX e X à IXa e Xa, sendo que o próprio 
fator IXa é capaz de ativar o X. Com isso o fator Xa ativa o fator II ( protrombina) à IIa 
(trombina). Trombina é a enzima chave do processo de coagulação, devendo estar presente 
em grande quantidade, porém esta produção de trombina neste momento não é muito 
grande. 
O TFPI é um inibidor da cascata de coagulação, pois se liga ao complexo tenase 
extrínseco, reconhecendo, principalmente, o fator tecidual e inativa o complexo. É um fator 
endógeno que realiza a inibição a fim de realizar o controle do sistema de coagulação, já que 
acontece em cascata e se não for finamente controlado haverá coagulação disseminada pelo 
corpo. 
o FASE DE PROPAGAÇÃO: 
A trombina está envolvida com a etapa de propagação, uma vez que ativa os fatores 
XI, V e VII. O fator XIa ativa o fator IX à IXa, o qual ativa X à Xa e este ativa II à IIa . Os fatores V 
e VIII não apresentam funções catalíticas, sendo apenas cofatores. 
O complexo tenase intrínseco ( tenase, pois ativa fator X, e intrínseco, pois é composto 
pelos próprios fatores de coagulação) não apresenta fator externo, sendo composto pelos 
fatores IXa e VIII, sendo responsável por uma formação de fator Xa muito maior que na fase de 
iniciação. 
O complexo protrombinase é composto pelos fatores Xa e Va, sendo responsável pelo 
aumento da atividade catalítica e da clivagem de protrombina à trombina, aumentando a 
quantidade de trombina. 
A trombina cliva o fibrinogênio, o qual é solúvel no plasma, em fibrina a qual é 
insolúvel. A trombina também ativa o fator XIII, o qual realiza reações cruzadas entre os 
filamentos de fibrina, formando a rede de fibrina, resultando em um trombo consistente. 
 
Quando há a ativação plaquetária, há a reorganização do formato e da organização das 
plaquetas, com isso há ação de enzimas que irão promover expressão de fosfolipídeos 
negativos, como o fosfatidil serina e o fosfatidil etanolamina. Isso é importante, pois quando 
há a lesão, há a ativação plaquetária e a inicialização da coagulação. E a inicialização da 
coagulação é favorecida pelo fato de esta carga negativa da superfície das plaquetas formar 
um ponto de ancoragem para os fatores de coagulação, o que acelera o processo, resultando 
em menor perda de sangue. 
Qualquer problema na produção dos fatores altera a velocidade das reações e, 
consequentemente, o processo, resultando em aumento do tempo de sangramento. Quanto 
maior a deficiência do fator, maior será o tempo que levará a formação do trombo, 
aumentando o tempo de sangramento. 
 COAGULOGRAMA: 
Para avaliar a coagulação se coleta o sangue em tubo contento citrato como 
anticoagulante. E para realização do exame há várias opções de iniciadores da cascata. 
Quando se ativa pela via intrínseca há uma avaliação diferente do que quando se ativa 
pela via extrínseca. No entanto, não se pode falar estritamente de ativação de uma via só, 
principalmente, quando se fala da via extrínseca, já que a trombina retroalimenta a cascata. 
o TEMPO DE PROTROMBINA (TAP): AVALIA A VIA EXTRÍNSECA 
A tromboplastina fornece o FT e os fosfolipídeos com carga negativa a fim de realizar o 
papel plaquetário. A maioria das tromboplastina apresentam cálcio, já que todo o sistema de 
coagulação e a ativação plaquetária dependem de cálcio. 
O tempo normal do teste é de 11 a 16 s quando se usa tromboplastina não 
recombinante, já quando se utiliza tromboplastinarecombinante este tempo cai para 10 a 12 
s. Este teste é bem rápido pelo fato de avaliar a via extrínseca, na qual o complexo tenase 
extrínseco rapidamente ativa o fator X. 
Deve-se utilizar plasma pobre em plaquetas, o qual é obtido por centrifugação em alta 
rotação do sangue coletado , a fim de sedimentar as células e as plaquetas, coletando-se 
apenas o plasma. É recomendável que se utilize um controle do laboratório, com pelo menos 
20 amostras que sejam conhecidas por apresentarem TAP normal, a fim de realizar a validação 
do equipamento/ metodologia. Deve ser realizada a validação toda vez que for trocar de kit, 
ou trocar de lote de kit. Isso é importante, pois mesmo pequenas variações podem alterar 
significativamente o teste, já que se trabalha com tempos bem curtos. 
Existem os coagulômetros ópticos, os quais avaliam a diferença da passagem de luz 
entre um plasma límpido e o plasma coagulado, calculando a diferença de tempo que foi 
levada na coagulação do plasma límpido. 
Um bom controle da temperatura deve ser realizado, bem como rapidez na realização 
do teste. O teste deve ser realizado em até 2h após a coleta, quando sob a temperatura 
ambiente, não podendo ultrapassar jamais o tempo de 4h de espera para processamento. O 
sangue deve ser mantido a temperatura ou ambiente, ou ter o plasma congelado, nunca deve-
se refrigerar o sangue, pois a refrigeração pode promover a precipitação dos fatores de 
coagulação. 
Deve-se coletar o sangue com citrato, centrifugar e retirar o plasma pobre em 
plaquetas. Adiciona-se a lâmina e espera-se 5 min. a fim de estabilizar a temperatura a 37ºC, 
devendo ser realizado em banho maria. Após os 5 min. adiciona-se tromboplastina e dispara o 
cronômetro a fim de contabilizar o tempo que levou até a coagulação, momento no qual se 
para o cronômetro. 
É recomendável que sempre se confira o tempo padrão fornecido na embalagem da 
tromboplastina, já que este é fundamental no cálculo do INR. O INR retira a diferença do 
tempo da tromboplastina, e utiliza a média das 20 amostras controlea fim de corrigir essa 
diferença. Deve-se considerar o ISI, o qual também é fornecido pelo kit, estando relacionado 
com a ativação da tromboplastina, devendo atentar caso mude de kit, verificar o ISI a fim de 
corrigir o INR. Os valores normais de INR estão entre 1 e 1,3. No entanto, para pacientes em 
terapia anticoagulante é aceitável INR de 2, pois em função da terapia anticoagulante há 
aumento do tempo de formação do trombo, refletindo em maior tempo de TAP. 
 
 
 
 
o TEMPO PARCIAL DE TROMBOPLASTINA ATIVADA (TTPA): AVALIA A VIA INTRÍNSECA 
É um teste que apresenta kit com grande quantidade de fosfolipídeos carregados 
negativamente, já que ambos os complexos tem a atividade facilitada na superfície 
plaquetária. Deve apresentar algo para a iniciação da coagulação, já que não pode ser utilizado 
fator tecidual, então alguns kits apresentam caolin. Os valores de referência são maiores que 
de TAP estando entre 30 e 40 s. 
Também utiliza plasma pobre em plaquetas obtido de sangue coletado com citrato. 
Adiciona-se o plasma à lâmina e adiciona o reagente de aptt e espera 2 a 3 min. para garantir 
que a temperatura seja a ideal, bem como para que haja a interação dos fatores de coagulação 
com os fosfolipídeos. Adiciona-se CaCl2 a fim de iniciar a coagulação, sendo então disparado o 
cronômetro. 
O reagente de aptt não apresentam cálcio, pois é necessário que os fatores de 
coagulação interajam com os fosfolipídeos e se organizem, o que não iria acontecer se 
contivesse cálcio, o qual iria promover precocemente o inicio da coagulação. 
 DEFICIÊNCIAS DE COAGULAÇÃO: 
TAP normal e TTPA elevado Deficiência na via intrínseca 
TAP e TTPA elevados Deficiência na via comum 
TAP elevado e TTPA normal Deficiência na via intrínseca. 
 
Quando se encontra TAP ou, principalmente, o TTPA deve-se realizar a dosagem dos 
fatores de coagulação a fim de investigar em qual fator reside a deficiência. Para a dosagem 
dos fatores há a utilização de um kit que apresenta todos os fatores, exceto o fator que se 
pesquisa. Então adiciona-se o plasma do paciente e realiza a dosagem. Se a dosagem para o 
fator que se investiga estiver negativo é sinal de que o paciente não apresenta o fator 
pesquisado. No entanto, se for positivo, o paciente apresenta aquele fator e, na verdade, sua 
deficiência é em outro fator. 
As alterações hepáticas promovem alteração da produção de fatores de coagulação, 
alterando TAP e TTPA. 
o COAGULOPATIAS: 
ADQUIRIDAS CONGÊNITAS 
Deficiência hepática severa Hemofilia A – deficiência do fator VIII 
Coagulação intravascular disseminada Hemofilia B – deficiência do fator IX 
Deficiência de vitamina K Hemofilia C – deficiência do fator XI 
 Deficiência do fator de Von Willembrand 
 Deficiência de outros fatores 
 
Na coagulação intravascular disseminada há alta demanda de coagulação, 
aumentando consumo dos fatores de coagulação acima da capacidade de reposição. Na 
deficiência hepática severa se avalia via TAP, pois o primeiro fator a apresentar alteração é o 
fator VII, já que o mesmo está encontrado em pequenas concentrações na circulação, e 
quando o fígado altera sua produção a resposta é rápida. 
As hemofilias A e B, mas não a C são heranças ligadas ao sexo, sendo alterações 
presentes no cromossomo X. Portanto, as mulheres que receberem apenas 1 cromossomo X 
alterado, serão portadoras, enquanto que não existem homens portadores, já que se 
receberem o cromossomo X alterado serão hemofílicos. A hemofilia apresenta como 
manifestações hemartroses, as quais consistem em extravasamento de sangue para as 
articulações, havendo também a sinovite, na qual há infiltração no sangue nas articulações. 
Hemofilia A TAP normal e TTPA prolongado - dosar fator VIII 
Hemofilia B TAP normal e TTPA prolongado – dosa fator IX 
Hemofilia C TAP normal e TTPA prolongado - dosa fator XI 
 
Não se diferencia as Hemofilias A, B e C pelo coagulograma, pois todas são deficiências da via 
intrínseca. 
Dependendo do grau de deficiência dos fatores as hemofilias podem ser: 
Leve 10 – 30% 
Moderada 2 - 10% 
Severa < 2% 
 
 Há também as trombofilias, nas quais há aumento da ativação dos fatores de 
coagulação, resultando em redução do tempo de TAP e TTPA, como presente no quadro de 
trombose, a qual pode ser de 2 tipos: 
 
TROMBOSE 
ARTERIAL 
Relacioanda a 
PLAQUETAS 
ALTERAÇÕES 
PLAQUETÁRIAS 
ANTIPLAQUETÁRIO
S 
VENOSA 
Relacionada a 
FIBRINA 
ALTERAÇÕES DE 
COAGULAÇÃO 
ANTICOAGULANTES 
Maior incidência 
Genéticas 
C. LEUCÓCITOS E INFECÇÃO: 
 
 
Tempo de meia vuda no 
sangue periférico e tempo que leva 
para chegar aos tecidos. 
 
 
Os neutrófilos são as principais células de defesa, apresentando a maior 
porcentagem, uma vez que atua como um vigia do sangue periférico, estando em constante 
busca por microorganismos. 
 
 
 
LEUCÓCITOS 
NEUTRÓFILOS 
SEGMENTADOS 
55 - 65% 3000 - 
5000m² 
BASTONETES 3 -5% 150 - 400m² 
EOSINÓFILOS 2-4% 100-300m² 
BASÓFILOS 0-1% 50-80m² 
MONÓCITOS 4-8% 200-650m² 
LINFÓCITOS 
20-30% 1500-
2500m² 
Mielóide 
Neutrófilos 
Eosinófilos 
Basófilos 
Monócitos 
Linfóide 
Linfócitos T 
Linfócitos B 
• Plasmócitos 
No processo de maturação 
da linhagem dos granulócitos há o 
processo de condensação e formação 
de lóbulos no núcleo, aumentando a 
relação citoplasma núcleo. 
Os mielócitos já apresentam 
a sinalização para a diferenciação para 
neutrófilos, eosinófilos e basófilos. 
As células na medula 
apresentam compartimentos. Por exemplo, se houvesse a retirada de todas as células da 
medula e houvesse a inserçãode 1 blasto, o mesmo iria iniciar um compartimento de 
proliferação. Após a proliferação devida, haveria a criação de um compartimento de 
maturação, no qual as células 
iriam sofrer os processos de 
condensação de núcleo. Após a 
maturação, haveria a migração 
para um compartimento de 
diferenciação, diferenciando nas 
células que deverão estar 
presentes no circulação sanguínea. 
Quando há a saída do 
compartimento de proliferação e 
entrada no compartimento de 
maturação há a redução do pool mitótico. Os 20% de neutrófilos segmentados presentes no 
compartimento de maturação constituem a reserva medular, sendo os primeiros a serem 
utilizados quando mais neutrófilos são requisitados à medula. 
No processo de maturação há a condensação e redução do tamanho do núcleo a fim 
de facilitar a diapedese. Quando a célula está madura completamente, significa dizer que as 
enzimas presentes nos grânulos ( no caso dos granulócitos) estão preparadas de modo 
eficientepara eliminar 
os microorganismos, 
por isso que os bastões 
são menos eficientes na 
eliminação de 
microorganismos, em 
relação aos 
segmentados, em 
função dos últimos 
serem mais maduros. 
 
 
 
 
 
 
De uma 
maneira geral a 
maioria dos 
distúrbios de 
granulócitos está 
relacionado a 
distúrbios 
quantitativos, com 
aumento ou 
diminuição. 
Leucocitose 
acontece quando há 
aumento, e 
leucopenia, quando 
há redução, 
podendo ser 
específico – neutropenia/leucocitose; eosinopenia/eosinofilia; basopenia/ basofilia. 
Há também distúrbios qualitativos, os quais estão relacionados com alterações 
morfológicas, são eventos frequentes. 
As anomalias qualitivas: 
 Corpúsculo de Dohle, o qual é um agregado de 
retículo endoplasmático, apresentando-se com uma linha azul 
próxima ao citoplasma. Geralmente no RE tem agregado de RNA, por 
isso que fica esta parte mais azul. Presente em infecções virais, mas 
não é diagnóstico diferencial. Não é muito fácil de observar na clínica - 
depende colaração adequada. 
 
 Granulócitos hipersegmentados – anemia macrocítica, apesar de não ser 
diagnóstico diferencial, mas em função da grande prevalência desse tipo de anemia, é um 
forte indicativo. 
 Alterações nos grânulos - mais escuros ou com vacúolos, estando relacionado 
ao processo infeccioso 
 Anomalia de Pelger-Huët é uma mutação no gene da 
laminina, levando a alteração dos neutrófilos, os quais estão bilobulados 
– “Ray – Ban”. É diagnóstico diferencial. No entanto, se há processo 
infeccioso que demande grande quantidade de neutrófilos, há também a 
presença da bilobação. Não há alteração funcional, mas não são tão 
eficientes que os normais. 
 
 Chediak Higashi apresenta 
a presença de inclusões citoplasmáticas com grânulos 
exageradamente grandes. Doença rara, autossômica recessiva, 
alterada com albinismo, com prejuizo na quimiotaxia e 
fagocitose dos neutrófilos, não sendo tão eficazes. 
 
 
A. NEUTRÓFILOS: 
 
São os leucócitos mais abundantes na circulação. 
Conferem proteção contra bactérias, fungos, protozoários. São 
as primeiras a agir quando há infecção bacteriana. Quando 
ativadas, penetram nos tecidos e fagocitam patógenos. Grânulos ricos em hidrolase lisossomal, 
lisozima (destrói o esqueleto glicosídico do peptideoglicano que forma a parede celular 
bacteriana) e mieloperoxidase. 
Recebe a informação de que há bactéria no tecido, adere ao endotélio, fagocita, 
libera seus grânulos, funde a bacteria, expõe proteínas de membrana que sinalizam ao baço 
para retirá-lo de circulação, por estar contaminado. 
Neutrofilia está relacionada com condições inflamatórias e infecções em geral, já que 
é a primeira célula a estar aumentada no sangue periférico. Frio ou calor, induzem liberação de 
citocinas que aumentam o número de neutrófilos. Tabagismo. Cirurgias, queimaduras, 
exercício vigoroso, náusea e vômitos, bem como leucemias. Na verdade qualquer pequena 
alteração pode permitir uma alteração de neutrófilos. 
Neutropenia está presente em casos mais particulares, que podem resultar de 
anemia aplásica, onde todas as células do sangue periférico diminuem, mas como os 
neutrófilos se renovama a cada 6 horas, são os primeiros a indicar a redução. Deficiências 
nutricionais, com carência de folato ou vitamina B12, influem na maturação e diferenciação, 
acontecendo em todas as linhagens, apresentando hipersegmentação que são características 
de anemia macrocítica. Infiltrados de células malignas na medula óssea, reduzindo o 
compartimento de células saudáveis. Doenças que aumentam a destruição dos neutrófilos, 
como esplenomegalia que aumenta a velocidade de retirada da circulação. Tuberculose e 
infecções virais, justamente pelo fato de que os neutrófilos estarão no tecido combatendo a 
infecção. Drogas anti-inflamatórias causam neutropenia, mesmo assim são muito utilizadas na 
clínica. 
 
B. EOSINÓFILOS: 
 
Estão mais presentes quando ocorre 
ataque de parasita ou em processo alérgico, a 
diferença está em seus grânulos que contém 
outras proteínas como histamina, fosfatase ácida 
e peroxidase, e não apresenta a lisoenzima, sendo mais eficientes em infecções por parasitas, 
e facilitam a atividade dos neutrófilos, por ao liberar histamina aumentam a vascularização do 
tecido. 
Os grânulos vermelhos são diferenciados em relação aos neutrófilos. 
Eosinofilia relacionada ou a quadro alérgico, dermatite e infecção parasitária, 
podendo estar presente também na leucemia. 
Eosinopenia é rara, estando relacionada com estresse e ao aumento de cortisol. 
 
 
 
C. BASÓFILOS: 
 
Raridade nos esfregaços. Seu papel está relacionado no processo 
alérgico, apresenta em seus grânulos heparina e histamina, e a heparina promove a ação 
anticoagulante no sítio da infecção, possibilitando a chegada de sangue no local com os 
patógenos. Aumenta quando há choque anafilático. 
Basofilia em colite ulcerativa, leucemia mielóide, policitemia vera, hiperlipidemia, 
varíola, varicela. Pode auxiliar no diagnóstico, mas não é um diagnóstico diferencial. 
Basopenia relacionada a corticotropinas e progesterona. A progesterona promove 
redução de basófilos durante a ovulação. 
 
D. MONÓCITOS: 
São classificados quanto a origem mielóide ou 
como agranulócitos – sem grânulos. Apresentam menor 
quantidade de precursores como o monoblasto, o 
prómonocito e o monócito. Há a diminuição do tamanho da 
célula e a redução do núcleo. O grande diferencial é o 
direcionamento aos tecidos periféricos, formando os 
macrófagos, os quais são células residentes, como os 
histiócitos na pele, as células de Kupffer nos fígado e os 
osteoclastos, os quais apresentarão outras funções além da 
defesa dos tecidos, como os osteoclastos atuando na 
reabsorção do tecido ósseo, promovendo renovação. 
 
Os monoblastos são de difícil indentificação tanto na medula óssea quanto no sangue 
periférico, sendo uma célula muito grande, e como não apresenta grânulos e como a célula 
apresenta morfologia variada, é dificil identificar se é monoblasto ou prómonócito. Existe 
dificuldade de atribuir morfologia característica aos monócitos, mas de maneira geral, são os 
leucócitos de maior tamanho. 
A função dos macrófagos é basicamente fagocitose, mas como os neutrófilos, 
liberam citocinas. Geralmente estão fixos nos tecidos, mas há alguns que fazem varredura, 
mas a maioria dos monócitos saem dos tecidos e se transformam em macrófagos, fazendo 
varredura e promovendo a fagocitose dos patógenos no tecido periférico. Em locais onde há 
dano inflamatório, promovem a liberação de citocinas que irão mediar o processo 
inflamatório.As alterações nos monócitos, mas que irão se 
manifestar nos macrófagos, geralmente estão relacionadas 
as doenças lisossomais de deposição. A doença mais comum 
é a doença de Gaucher, mas há outras doenças, em geral 
relaciondas com o metabolismo, promovendo o acúmulo de 
alguma proteína ou lipídeo, pois são os macrófagos que irão 
retirar esse acúmulo dos tecidos. 
 
Na doença de Gaucher há dificuldade de clivar um glicolipídeo, e os macrófagos irão 
retirar o acúmulo desse glicolipídeo, apresentando-se grande e cheios de vacúolos. 
 
E. LINFÓCITOS: 
São o segundo tipo de leucócitos mais predominante no sangue periféricos, são 
menores e co núcleo mais condensado, e realizam o trânsito de fora para dentro do sangue 
periférico, saindo da MO ou dos órgão linfóides primários, vão para o sangue periférico e 
depois para os órgãos linfóides secundários, realizando varredura. Relacionados a imunidade 
adaptativa. 
A hematopoese dos linfócitos, inicialmente era pensada como totalmente na MO, 
mas hoje se sabe que existe a excessão de células precursoras (pró – linfócitos) que saem da 
MO e vão para o timo, acontecendo a hematopoese dos linfócitos T. No entanto, os linfócitos 
B e as células NK apresentam todo seu desenvolvimento na MO. 
Na maturação dos linfócitos há os linfoblastos, o pró-linfócito, o linfócito médio e o 
linfócito menor, bem diferente dos precursores e dos monócitos. No sangue periférico não há 
como saber se é linfócito B ou T. Os linfócitos médios podem ser encontrados nos órgãos 
linfóides secundários, onde os linfócitos T completam sua maturação. 
 
Existem 3 tipos principais: linfócitos B, T e NK, os quais estão relacionados a defesa 
do sistema imune, com diferença entre as funções principais. Os linfócitos T vão participar do 
processo de resposta imune adaptativa, bem como da resposta humoral, pois é capaz de 
realizar fagocitose do patógeno, bem como é capaz de apresentar os antígenos aos linfócitos 
B, havendo a produção de anticorpos T dependentes. 
Os linfócitos T também atuam na estimulação ou repressão da produção de linfócitos 
B, havendo estimulação da produção quando há fagocitose de algum patógeno e apresentação 
de seus antígenos, resultando na produção de anticorpos diferentes para aquele patógenos, 
havendo a seleção de alguns anticorpos que serão mais eficazes para a eliminação do 
patógeno. Atua contra fungos, bactérias e protozoários, bem como contra nossas próprias 
células - doenças autoimunes. 
Os linfócitos B atuam na resposta humoral. Uma queda nesses linfócitos pode levar 
ao indivíduo a um quadro imunossopressor, como na AIDS. Uma vez ativados vão ser 
chamados de plasmócitos, os quais são células grandes com o núcleo mais condensado em um 
dos lados do citoplasma, sendo responsável por sintetizar os anticorpos. Na maioria das vezes 
se encontram nos órgãos linfóides 
secundários ou primários. 
As células NK são muito 
citotóxicas, apresentando ação similar 
aos neutrófilos, fagocitando e liberando 
seus grânulos que são tóxicos, 
promovendo a morte do patógeno, 
participam da resposta inata. 
Existem alguns marcadores de membrana para os linfócitos, que vão caracterizar a 
maturação dos linfócitos, como CD9 e CD10 que são marcadores para linfócitos mais imaturos, 
enquanto que CD4 e CD8 são marcadores para células maduras. Esses marcadores são 
importantes na detecção de 
neoplasias, onde se consegue 
entender qual célula da 
linhagem está promovendo a 
proliferação. 
As funções dos 
linfócitos T: auxliar a 
produção de anticorpos, 
estimular a ativdade 
fagocitária dos macrófagos, 
recrutar neutrófilos, 
eosinófilos e basófilos para o 
sítio de infecção, produzir citocinas e quimiocinas para integrar a resposta imune. Infecções 
por HIV matam as células T helper que realizam tais funções. 
Os linfócitos quando ativados, após contato com o patógeno, alteram sua 
morforlogia. Podem ser chamados de atípicos, mas é uma nomenclatura obsoleta. Mesmo não 
estando em processo infeccioso, basalmente há a presença de 5-6% de linfócitos ativados. 
 
Linfocitose pode ser decorrente de infecção viral 
aguda, como mononucleose infecciosa e citomegalovírus. 
Infecções bacterianas por Bordatella pertussis, causadora da 
coqueluche. Infecções parasitárias por T.gondii, e o T.gondii 
não é eliminado pelos macrófagos e neutrófilos, apresentando 
infecção recorrente, e muitas vezes o indivíduo consegue 
debelar a inflamação, mas o parasita está lá e quando há uma 
imunossupressão há retorno da infecção. Reações 
medicamentosas, em quadros de hipersensibilidade. 
Leucemias linfóides aguda e crônica. 
Linfopenia é decorrente de estresse, do uso de glicocorticóides, na AIDS e na 
síndrome de DiGeorge. 
 
F. MÉTODOS DE CONTAGEM DE LEUCÓCITOS: 
A quantificação pode ser manual ou automatizada. A quantificação automatizada 
pode acontecer através de impedância elétrica ou detecção óptica. Na impedânca elétrica há 
lançamento de elétrons sobre a partícula e, dependendo de como a corrente elétrica é 
desviada haverá a caracterização das células. Na detecção óptica há a emissão de luz e como a 
luz é desviada há a caracterização dos diferentes tipos de células. Há diferenças entre as 
células em relação a absorvância e volume. 
 
Na contagem manual há a utilização de microscópio óptico e câmara de Newbauer, 
onde há diluição do sangue do sangue total, utilizando o corante Turk que apresenta ácido 
acético e que mantém o pH evitando hemólise dos leucócitos. Os leucócitos devem ser 
contados nos quadrantes maiores, contados quadro a quadro, e depois se obtém a contagem 
de leucócitos por mm³ após cálculo. 
Há também a contagem diferencial de leucócitos, onde se realiza esfregaço do 
sangue periférico, a fim de avaliar o aspecto morfológico, bem como para diferenciação. O 
local ideal para a contagem dos leucócitos é aquele onde as hemácias não estão tão 
agregadas, bem como não estão muito afastadas. Deve ser realizada a contagem, de maneira 
geral, de 300 – 100 leucócitos, multiplicando para realizar a contagem relativa. 
 
D. NEOPLASIAS: 
De mandeira geral há 3 tipos de neoplasias hematológicas: as leucemias, os linfomas 
e os mielomas. Estas neoplasias são originadas de um clone de célula com mutação 
relacionada a linhagem hematopoética, com alteração na diferenciação e maturação. 
A. LEUCEMIAS: 
As leucemias afetam células cujo clone se encontra na MO, já os linfomas afetam 
células cujo clone está localizado nos linfonodos, sendo uma neoplasia da linhagem linfóide, já 
os mielomas apresentam o clone mutante nos plasmócitos. 
As leucemias podem ser divididas entre aguda e 
crônica e em linfóide e mielóide. A classificação aguda e 
crônica está relacionada com o aparecimento dos 
sintomas, que podem ser rápidos ou sintomas graduais, ou 
discretos, em que o indivíduo apresenta um maior tempo 
para apresentar. A aguda é mais perigosa, apresentando 
um bloqueio de maturação, o que quer dizer que a célula 
afetada pela mutação não consegue se diferenciar e 
maturar, reduzindo a produção das células finais da 
linhagem. Na crônica acontece ou a proliferação 
aumentada ou acontece de células que deveriam entrar em apoptose e morrer não entrarem 
em apoptose. Na crônica há blastos na circulação, mas ainda há as células finais de linhagem 
em número até normal, não sendo susceptível a infecção, como acontece na aguda, por não 
apresentar as células finais de linhagem. 
O influencia ser aguda ou crônica está relacionada com algumas mutações 
direcionadas, outras são mais prevalentes em algumas faixas etárias e podem estar mais 
presentes em um ou outro sexo. 
Quais os clones da leucemia? Qualquercélula da linhagem hematopoética pode ser 
um clone neoplásica, podendo ter diferentes tipos de leucemia, por isso que é uma doença 
sem sintomas 
fixos, variando 
conforme a 
linhagem do clone 
neoplásico. 
 
O que 
promove o 
aumento da 
susceptibilidade a 
leucemia? Fatores 
genéticos ou 
imunológicos, acontecendo mutações como translocação, deleção, inversão ou adição, em 
algumas leucemias é bem marcado a presença do cromossomo filadélfia, que é uma 
translocação entre os cromossomos 9 e 22, bem como outras deleções, a trissomia do 21 – 
fatores que aumentam a susceptibilidade. Exposição ocasional ou ambiental a radiação, raios 
X, como aconteceu o aumento da incidência de leucemia após as bombas de Hiroshima e 
Nagasaki. Exposição a produtos químicos ou drogas, como o benzeno. Agentes virais como 
Epstein baar e HIV – os quais promovem alterações nos leucócitos, e com isso pode aumentar 
a susceptibilidade a mutações e a leucemia. Algumas leucemias apresentam diferença quanto 
a gênero e idade, bem como o tabagismo que está relacionado ao aumento da incidência de 
câncer, inclusive as leucemias. 
Os sintomas são inespecíficos em geral, as vezes bem assustadores como febre 
noturna, anemia, hemorragia. São inespecíficos, pois são decorrentes da realização de uma 
hematopoese ineficaz, já que a célula neoplásica altera a produção das demais linhagens, 
alterando a produção de hemácias, gerando anemia, alteração na produção de plaquetas, 
promovendo hemorragia, e alteração na produção de leucócitos, aumentando a 
susceptibilidade a infecções. Além disso o inflitrado das células neoplásicas promove o 
aumento de linfonodos, como por exemplo na leucemia linfóide, sendo os primeiros sintomas 
que levará o paciente a procurar os serviços de saúde; esplenomegalia, hepatomegalia e dores 
nos ossos, e isso se justifica pelo fato dos blastos serem retirados pelo baço - esplenomegalia, 
o fígado pode incrementar a hematopoese em função da medula óssea não conseguir suprir a 
produção, bem como a ação das células de Kupffer retirando as células neoplásicas da 
circulação – hepatomegalia, infiltrados de células maiores nas articulações, e muitos ossos 
retornam a hematopoese. Estado hipermetabólico leva a febre, perda de peso sem motivo 
aparente. 
Leucemia é um dos tipos mais predominantes de câncer em crianças. 
 
Quais são as ferramentas para diagnóstico? O tratamento e o prognóstico podem ser 
diferentes para cada tipo de leucemia, variando conforme a faixa etária, por isso que é 
importante identificar qual o tipo de leucemia que o indivíduo apresenta. Se utiliza como 
ferramenta os aspectos morfológicos, buscando identificar se é um blasto da linhagem linfóide 
ou da mielóide. Nem sempre as alterações morfológicas são tão claras, por isso que há outros 
métodos, como: coloração citoquímica (para ter certeza da linhagem), imunofenotipagem 
(utiliza marcadores de diferenciação para saber que tipo aquele blasto vai diferenciar) e 
Leucemias 
Mielóide 
Aguda 
(LMA) 
Crônica 
(LMC) 
Linfóide 
Aguda 
(LLA) 
Crônica 
(LLC) 
cariotipagem (observar anomalias genéticas que são mais características de 
uma leucemia em relação a outra). 
 Análise coloração citoquímica: ] 
o Sudan Black: marcação azul escura quase preta, 
marcando grânulos dos blastos, mostrando que 
aquele blasto é de origem mielóide, sendo capaz de 
diferenciar leucemia mielóide de linfóide. 
o Mieloperoxidase: também consegue diferenciar 
mielóide de linfóide, é uma enzima presente nos 
grânulos dos precursores da linhagem mielóide, 
observando-se precipitados pretos. Muitos blastos 
são Sudan Black negativos, sendo mieloperoxidase 
positivos, e vice-versa, por isso que é importante a 
realização de mais de uma reação para diferenciar. 
o PAS: é uma reação que indica a presença de 
glicogênio presente em linfócitos e linfoblastos ( os 
quais apresentam acúmulo de glicogênio no 
citoplasma), aparece também em neutrófilos 
maduro, mas é fácil a diferenciação. 
 
 Imunofenotipagem: método mais apurado, que apresenta marcadores que 
permitem a diferenciação da origem mielóide e linfóide, permitindo 
identificar também o quão imatura é a célula. Consiste em marcação das 
células com marcadores fluorescentes e análise por citometria de fluxo. CD13 
e CD33 presentes em granulócitos e monócitos; CD7 presente na membrana 
de blastos de origem linfóide; CD19 presente em blastos de linfócitos B. 
 Cariotipagem: é a análise dos cromossomos, realizada com leucócitos do 
sangue periférico, ou diretamente da MO, buscando identificar alguma 
inversão , deleção translocação que possa justificar aqueles sintomas ou 
possa ajudar no diagnóstico. 
 
a. LMA: M0 À M7, buscando entender qual é o clone neoplásico. Se é um clone 
mais indiferenciado, mieloblástico, pode ser M0,M1 ou M2. M0 é completamente 
indiferenciado, não sabendo se dará origem aos granulócitos, monócitos, eritrócitos ou 
megacariócitos, M1 começa apresentar algum grânulos sutis e M2 apresenta mais granulos. 
M3 o clone é o prómielócito, M4 o clone é mielomonocítico, M5 o clone é monoblástico, M6 o 
clone é eritroblástico e M7 o clone é megacarioblástico. 
É importante saber qual é a subclassificação, já que LMA pode atingir qualquer célula 
da linhagem mielóide. É mais frequente em adultos, em ampla faixa de idade, ocorre 
igualmente em ambos os sexos, está relacionada a fatores ambientais como benzeno, 
radiação, fumo e quimioterapia. Como atinge diversos precursores apresenta uma ampla gama 
de sintomas, por isso que a classificação é muito importante para tratamento e prognóstico. 
Tríade de sintomas da LMA é astenia e cansaço, os quais são reflexos de anemia de 
instalação rápida, hemorragia, devido a prejuízo da hemostasia, sendo anomalia, redução da 
produção ou redução da atividade das plaquetas, a febre é geralmente causada por 
Essa diferenciação 
oferece 50% de 
certeza da 
diferenciação entre 
linfóide e mielóide, 
juntamente com os 
sintomas que dirão se 
é aguda ou crônica. 
neutropenia ou febre neoplásica ( em função da produção exacerbada). Todos decorrente de 
hematopoese medular ineficaz. Sinal característico é o inchaço de gengiva, em função da 
infiltração dos blastos. 
Achados laboratoriais são anemia, plaquetopenia, deve fazer esfregaço para 
identificar os blastos, pois os mesmos podem ser lidos na leitura automatizada como outros 
tipos de células. A Imunofenotipagem confirma via CD13 e CD33, bem como a marcação 
citoquímica com Sudan Black e MPO. Bastonetes de Auer é um bom indício de que os blastos 
são de origem mielóide. 
 
b. LLA: é a forma mais comum em crianças, quando é leucemia em crianças busca 
sempre saber se é LLA. Apresenta 2 tipos de distribuição: crianças de 3 – 5 anos ou idosos. 
Ocorre mais frequentemente em meninos, sendo leucemia que tem diferença de sexo. Os 
sintomas se dão em função da proliferação de um determinado tipo de célula, reduzindo a 
produção das outras. Dor óssea é bem comum, devido aos infiltrados blásticos. Afeta SNC e 
promove inchaço de testíticulo. 
É dividida em 1, 2 e 3, sendo baseada na morfologia e no tipo de blasto. LLA 1 
apresenta blastos mais arrendondados, LLA 2 apresenta blastos não tão uniformes, LLA 3 
apresenta blastos com citoplasma proeminte e com vacúolos. 
Os achados laboratoriais no esfregaço do sangue periférico é a presença grande de 
linfoblastos, anemia, granulocitopenia, ausência de bastonetes de Auer e PAS positiva, que é 
característica da linhagem linfóide. 
 
 
As leucemias crônicas apresentam acúmulo lento e gradativo dos clones neoplásicos 
no sangue e na MO, as células estão em fase tardia dematuração e o início é insidioso, 
apresentando sintomas muito sutis. Quando a anemia é crônica o indíviduo se adapta a falta 
de HB, compensando. Não há bloqueio de maturação, logo se há blasto neoplásico, o mesmo 
pode proliferar e amadurecer, diferente do que é presente nas leucemias agudas. 
 
c. LMC: pico na idade adulta, sendo marcada pela presença do cromossomo 
filadélfia – BCR/ABL. Começa a ser expresso um gene que produz tirosina quinase ativa 
constitutivamente, isso desrregula toda cascata intracelular, aumentando eventos de mitose e 
freando eventos de apoptose, resultando em aumento da velocidade de proliferação e 
redução da velocidade de apoptose, gerando o clone neoplásico. 
Há esplenomegalia, em função da retirada das células neoplásicas do sangue, e os 
sintomas são anemia, estado hipercatabólico, além da esplenomegalia. Infecção não é sintoma 
presente, pois há leucócitos adultos, pode não ter plaquetopenia, mas as plaquetas não são 
funcionais, promovendo hemorragia e trombos, em função do aumento de blastos na 
circulação. 
Os achados laboratorais são leucocitose, pode ocorre neutrofilia, eosinofilia, 
basofilia, monocitose e plaquetocitose, há anemia normocítica. A MO está hipercelular, com 
muitos precursores de granulócitos em vários estágios. 
 
Outras doenças relacionadas a clones neoplásicos mieloproliferativos da linhagem 
mielóide: policetemia vera (aumenta linhagem eritróide), mielofibrose primária e 
trombocitopenia essencial (aumenta linhagem megacariócito). Tais doenças não são 
leucemias, mas estão relacionadas ao aumento da proliferação dos blastos da linhagem 
mielóide. CD34 positivo na imunofenotipagem para neoplasias mieloproliferativas. 
Apresentam hematopoese extramedular, em função da MO não dar conta do aumento da 
hematopoese. Essas 3 doenças apresenta mutação na proteína JAK2, a qual fosforila a via JAK-
STAT que está relacionada a proliferação da célula. 
 
 Policitemia vera: apresenta sintomas decorrente da viscosidade do sangue, 
pois há aumento da proliferação do eritroblasto, ou de toda linhagem eritróide. Os sintomas 
são: cefaleia, tontura, disturbios visuais, parestesia, perda ponderal, febre baixa e sudorese. 
Hipervolemia - aumento pressão arterial. A face se apresenta mais vermelha, e há mudança 
de cor na pele, com partes mais escuras (mão) em função do acúmulo de hemácias - 
eritrocianose de extremidade. Pode apresentar esplenomegalia moderada, sangramento no 
TGI, complicação de eventos trombóticos e fibrose da medula. 
Os achados laboratoriais são eritrocitose, VGM, HCM E CHCM estão reduzidos, pois o 
aumento da produção de hemácias, promove problemas na incorporação de HB. Esta 
produção de hemácia está aumenta na ausência de eritropoetina, resultando em menor 
presença de eritropoetina na urina. 
 
 Mielofibrose primária: fibrose na medula, que desencadeia hematopoese 
extramedular. Os clones neoplásicos, que na maioria das vezes são eritroblastos e 
megacarioblastos vão secretar fatores que ativam fibroblasto na MO, aumentando sua 
produção de colágeno e isso promove a fibrose medular. O marco da doença é a 
hepatoesplenomegalia de grande porte, mas é doença rara, de início insidioso, com perda de 
peso, anemia, com aparecimento por volta dos 50 anos. 
 
 Trombocitopenia essencial: o clone neoplásico é o trombócito, promovendo 
trombocitose. Geralmente atinge indivíduos com 50 – 60 anos, geralmente assintomático, 
podendo apresentar trombose ou hemorragia . Os achados laboratoriais são aumento de 
plaquetas, formas anormais de plaquetas e plaquetas gigantes. Se observa o aumento de 
trombopoetina, e presença de megacariócitos gigantes. 
 
 
d. LLC: segunda causa de leucemia em adultos, afeta mais homens que mulheres. 
Sua característica é o clone neoplásico ser origem linfóide, podendo dar origem aos linfócitos 
B, T e NK, principalmente os linfócitos B. Geralmente é doença cumulativa e não proliferativa, 
as células não entram em apoptose e acumulam. Diferente de LMC não está associada a fator 
genético específico, apresentando heterogeneidade. 
É bem frequentes indivíduos assintomáticos. Os sintomas são febre baixa e suor 
noturno. Os marcadores clássicos que marcam a linhagem linfóide CD19, CD20, CD21, CD23 e 
CD24, sendo o CD5 que não é marcador de linfócito B, mas é presente em linfócitos 
neoplásicos. É marcada por anemia, trombocitopenia, neutropenia, devido ao infiltrado 
neoplásico da medula. 
O marco morfológico da doença são os linfócitos ativados ou com alteração 
morfológico – smudge cell. Há linfocitose. 
B. LINFOMAS: 
Ao contrário das leucemias linfocíticas, os linfomas nascem nos tecidos linfóides. O 
timo é capaz de apresentar hematopoese dos linfócitos, e os órgãos secundários, podem 
apresentar blastos que chegam para se diferenciar, podendo levar a produção de um clone 
neoplásico, resultando no acúmulo dessa célula que ainda é indiferenciada, nos linfonodos. 
Os linfomas são classificados em linfomas Hodgkin e linfomas não Hodgkin, os quais 
vão afetar as células T, B e NK. O marco é a presença de linfoadenomegalia, a qual também 
está presente nas leucemias, sendo necessário identificar se a alteração está acontecendo na 
MO ou nos linfonodos. 
A primeira procura que se realiza é as células Reed-Sternberg, as quais são clones 
neoplásicos derivado de linfócito B em 
um centro germinativo no linfonodo, 
sendo característica dos linfomas 
Hodgkin. 
O linfoma de Hodgkin 
apresenta 2 picos de incidência de 20 -
30 anos e de 50-60 anos. Apresenta 
ótimo prognóstico e cura com os 
tratamentos existentes. Os sintomas 
são suor noturno, perda de peso e 
febre. Os achados laboratoriais são inespecíficos, como anemia, leucocitose, 
linfopenia,neutrofilia, monocitose, eosinofilia e trombocitose, em quadro muito similar a 
processo inflamatório e infecção. O diagnóstico diferencial se dá com a histopatologia dos 
linfonodos. Neutrofilia do linfoma é mais intensa que na infecção. 
Os linfomas não Hodgkin não apresenta as células Reed-Sternberg, mas apresentam 
outros padrões histopatológicos alterados nos linfondos. O pico de incidência é de 50 -65 anos, 
muito relacionado com infecção por HIV e por Epstein barr. O vírus HIV replica nos linfócitos T 
e desestabiliza a proliferação desses linfócitos podendo predispor ao linfoma não Hodgkin. 
HIV, transplantes de órgãos sólidos, deficiência imune congênita, agentes infecciosos como 
HTLV1, H.pilory, Epstein barr, tireoidite de Hashimoto, são fatores de risco para linfomas não 
Hodgkin. 
Os sintomas são linfoadenomegalia perférica não dolorosa, febre, suor noturno e 
perda ponderal. Os achados laboratoriais anemia, leucopenia, trombocitopenia, presença de 
linfócitos neoplásicos no sangue. 
 
C. MIELOMAS: 
O clone neoplásico é um plasmócito, havendo aumento na produção de anticorpos, 
com o aumento das Rouleaux, que são hemácias enfileiradas e agregadas, pois há ligação de 
imunoglobulina, sendo sinal de aumento de imunoglobulina no sangue periférico. Há presença 
de anemia e distúrbios de plaquetas. Existem 23 famílias de anticorpos que se encontram 
aumentadas no mieloma múltiplo, que indica uma possível causa genética. Mais frequente em 
homens. Sintomas inespecíficos como dor nos ossos, fadiga, fraqueza, sudorese, hemorragia, 
infecções e IR, em função do aumento exagerado de imunoglobulinas, sobrecarregando os 
rins.

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