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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CAMPUS DE TOLEDO CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA ISOTERMAS DE ADSORÇÃO GABRIELA JULIANI MOREIRA LUÍSA ROBERTO MARTINS MARJHORIE THAIS MENEGUZZO DEON ROBERTA GONÇALVES BENETTI TOLEDO – PR, MARÇO – 2016. GABRIELA JULIANI MOREIRA LUÍSA ROBERTO MARTINS MARJHORIE THAIS MENEGUZZO DEON ROBERTA GONÇALVES BENETTI ISOTERMAS DE ADSORÇÃO Relatório entregue como requisito parcial de avaliação da disciplina de Físico-Química do curso de Engenharia Química da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Campus Toledo. Prof. Drª. Tatiana Rodrigues da Silva Baumgartner. TOLEDO – PR, MARÇO – 2016. 1. INTRODUÇÃO Adsorção é um fenômeno que ocorre na interface entre duas substâncias, podendo ser entre um sólido e um líquido, um sólido e um gás ou um líquido e um gás. É caracterizada pelo aumento da concentração da substância líquida, gasosa ou em solução na superfície da fase condensada (sólido ou líquido). A fase condensada é chamada de adsorvente, e adsorve partículas da segunda substância ou solução em seus poros; a substância ou solução que tem suas partículas adsorvidas na superfície da fase condensada é chamada de adsorbato. Este fenômeno tem grandes aplicações tecnológicas. Alguns adsorventes são utilizados em larga escala em processos de secagem, como catalisadores (catálise heterogênea), purificação de gases e líquidos, controladores de poluição (como componentes de catalisadores em veículos). Adsorventes de uso bastante comum são o carvão ativado, as sílicas gel e argilas. O processo de adsorção pode ser dividido em dois tipos: a adsorção química, e a adsorção física. A adsorção química apresenta interações entre as partículas do adsorbato e a superfície do adsorvente bastante fortes. São específicas e de forma geral alteram as características iniciais do adsorvente e do adsorbato. Já a adsorção física envolve interações fracas entre o adsorvente e o adsorvato, do tipo forças de Van der Waals. Apresentam baixos valores de energia de ligação, e não são específicas. O tratamento matemático do processo de adsorção é feito através de relações chamadas isotermas. Existem alguns tipos mais comuns de isotermas de adsorção: a isoterma de Freundlich, que melhor se aplica a fenômenos de adsorção que ocorrem com formação de multicamadas (fisiossorção); a isoterma de Langmuir, que se aplica à descrição de adsorção de gases em superfícies sólidas, e considera que o processo só finaliza quando todos os sítios (“poros”) da superfície forem preenchidos, formando uma monocamada (quimissorção), porém, só se aplica perfeitamente se considerar-se sistemas ideais; a isoterma BET, que assume que as partículas são adsorvidas em camadas sobrepostas, seguindo conceitos bastante próximos da isoterma de Langmuir, porém, aplicando-os a diversas camadas. Figura 1 – Isoterma de Langmuir Figura 2 – Isoterma de Freundlich O estudo da adsorção do ácido acético (adsorvato) na superfície de carvão ativado (substrato) remete ao procedimento que permite determinar a quantidade de ácido adsorvido por unidade de massa de carvão ( em função da concentração de equilíbrio do ácido . Designando-se por a quantidade máxima de ácido adsorvido por unidade de massa de carvão, a fração dos sítios ocupados torna-se igual à Equação (01). E a isoterma de Langmuir pode ser descrita conforme a Equação (02). O modelo de isoterma de adsorção proposta por Freundlich, de forma empírica, pode ser descrito pela equação (03). Sendo e constantes que dependem da natureza do adsorvato, do solvente, do substrato e da temperatura. 2. OBJETIVOS Utilizar os modelos de isoterma de Langmuir e de Freundlich para estudar a adsorção de ácido acético em superfície de carvão ativado bem como determinar a máxima adsorção nesta superfície. 3. MATERIAIS E REAGENTES Erlenmeyers; Funil de vidro com suporte; Béqueres; Papel de filtro; Papel filme de PVC; Balança analítica; Bureta de 25 mL; Suporte universal; Pipetas de 10 mL; Carvão ativado; Termômetro; Solução indicadora de fenolftaleína; Soluções de ácido acético (0,03, 0,08, 0,12, 0,2 e 0,3 mol.L-1); Solução de NaOH 0,1 mol.L-1; 4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 4.1 Obtenção das curvas de adsorção Anotou-se a temperatura em que o experimento foi realizado e enumerou-se os erlenmeyers de 1 a 5. Em seguida, pesou-se cerca de 1 g de carvão ativado em cinco béqueres e adicionou-se 20 mL da solução de ácido acético das cinco concentrações apresentadas. Então tampou-se com filme de PVC. Os erlenmeyers foram agitados de 5 em 5 minutos durante 30 minutos. A fim de determinar a concentração real das soluções de ácido acético, realizou-se o processe de titulação sem o carvão ativado. Utilizou-se uma alíquota de 10 mL de cada concentração de ácido acético adicionando fenolftaleína e a solução de hidróxido de sódio na bureta. Anotou-se o volume escoado até o ponto de viragem. As soluções com carvão ativado foram filtradas e pipetou-se uma alíquota de 10 mL de cada uma e o mesmo processo de titulação foi realizado. 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 5.1 Determinação da concentração das soluções de ácido acético O experimento foi realizado na temperatura ambiente igual a 26ºC. A fim de determinar a concentração real das soluções de ácido acético empregadas, utilizou-se a equação (04). Onde é o volume de NaOH escoado da bureta até o ponto de viragem e é o volume de ácido acético (10 mL). A Tabela 1 apresenta os dados de e as concentrações calculadas. Tabela 1 – Concentrações reais calculadas. Concentração de ácido acético 0,03 3,4 0,034 0,08 8,1 0,081 0,12 12,1 0,121 0,20 19,1 0,191 0,30 21,0 0,210 5.2 Determinação da concentração de equilíbrio A concentração de equilíbrio do ácido acético pode ser determinada através da titulação do volume pipetado após a filtração com solução de hidróxido de sódio, conforme a equação (05). Além disso, calculou-se a concentração de ácido acético no equilíbrio em g/mol, multiplicando pela massa molar de ácido acético (MM=60,05 g/mol). A Tabela 2 apresenta os dados do volume escoado da titulação com as soluções de carvão após a filtração. Tabela 2 – Concentração de equilíbrio do ácido acético. 0,9 0,009 0,5405 3,9 0,039 2,3420 7,0 0,070 4,2035 12,5 0,125 7,5062 13,4 0,134 8,0467 5.3 Determinação da quantidade de ácido adsorvida A quantidade de ácido adsorvida no carvão pode ser determinada pela equação (06). Onde é o volume de solução de ácido em contato com a massa de carvão ( A Tabela 3 apresenta as massas de carvão, bem como os valores para e, ainda, em g HAc/g de carvão. Tabela 3 – Quantidade de ácido adsorvida no carvão. Massa de carvão (g) 1,0004 0,4998 3,0013 1,0217 0 8221 4,9371 1,0011 1,0229 6,1424 1,0020 1,3174 7,9108 1,0130 1,5005 9,0105 Comparando a Figura 3 que representa a isoterma de Langmuir sendo a fração de sítios ocupados e [A] a concentração de equilíbrio do adsorvato com a Figura 4 que apresenta o gráfico de em função de é possível observar se há similaridade no comportamento de ambas. Figura 3 – Isoterma de Langmuir. Figura 4 - em função de . Analisando as duas curvas pode-se observar que não apresentam comportamento semelhante e tal fato pode ser explicado porque os parâmetros em questão são diferentes. 5.4 Isotermas de Langmuir e Freundlich Construíram os gráficos para o ajuste linear de Langmuir e Freundlich (Equações 02 e 03), que estão apresentados na Figura 5 e 6. Figura 5 – Isoterma de Langmuir Figura 6 – Isoterma de Freundlich Comparandoo coeficiente de correlação dos dois ajustes, sendo R²=0,939 e R²=0,983 para as isotermas de Langmuir e de Freundlich, respectivamente, pode-se afirmar que o modelo de Freundlich explica melhor o processo de adsorção do ácido acético em carvão ativado. Sendo assim, utilizando-se a equação (03), determinaram-se os parâmetros para este modelo. A equação da reta resultante do ajuste de Freundlich é . Então: Sendo k e n constantes que dependem da natureza do adsorvato, do solvente, do substrato e da temperatura. Ainda, a partir do ajuste de Langmuir, pode-se determinar a adsorção máxima e Kc, sendo estes iguais a 0,08197 e 1,00407, respectivamente. 6. CONCLUSÃO Após a realização da prática e dos cálculos pertinentes a esta, foi possível determinar a máxima adsorção do ácido na superfície de carvão ativado. Analisando os coeficientes de correlação, conclui-se que o melhor ajuste foi o apresentado pela isoterma de Freundlich. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CASTELLAN, G. Fundamentos de Físico-Química. Rio de Janeiro: LTC, 1986 BARROS, M. A. S. D.; ARROYO, P. A. Métodos de Adsorção. Disponível em http://www.icp.csic.es/cyted/Monografias/MonografiasTeneria/capitulov.pdf. Acesso em 24/02/2016.
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