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ARTIGO 
 
 
Este é um artigo publicado em acesso aberto (Open Access) sob a licença Creative Commons Attribution, que permite uso, distribuição e reprodução 
em qualquer meio, sem restrições desde que o trabalho original seja corretamente citado. 
Revista de Economia e Sociologia Rural, 59(3): e229510, 2021 | https://doi.org/10.1590/1806-9479.2021.229510 1/19 
Potencial socioeconômico de produtos florestais 
não madeireiros na reserva de desenvolvimento 
sustentável do Uatumã, Amazonas 
Socioeconomic potential of non-timber forest products in the sustainable 
development reserve of Uatumã, Amazonas 
Otávio Ferrarim Giatti1 , Pedro Henrique Mariosa2 , Sônia Sena Alfaia3 , 
Suzy Cristina Pedroza da Silva4 , Henrique dos Santos Pereira5  
1Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Programa de Pós-graduação em Agricultura no Trópico Úmido 
(PPGATU), Manaus (AM), Brasil. E-mail: otaviogiatti@gmail.com 
2Instituto de Natureza e Cultura (INC), Programa de Pós-graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia 
(PPGCASA), Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Benjamin Constant (AM), Brasil. E-mail: pedromariosa@ufam.edu.br 
3Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Manaus (AM), Brasil. E-mail: sonia.alfaia1@gmail.com 
4Programa de Pós-graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia (PPGCASA), Universidade Federal do 
Amazonas (UFAM), Manaus (AM), Brasil. E-mail: suzyycris@gmail.com 
5Programa de Pós-graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia (PPGCASA), Faculdade de Ciências 
Agrárias, Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Manaus (AM), Brasil. E-mail: hpereira@ufam.edu.br 
Como citar: Giatti, O. F., Mariosa, P. H., Alfaia, S. S., Silva, S. C. P., & Pereira, H. S. (2021). Potencial socioeconômico de 
produtos florestais não madeireiros na reserva de desenvolvimento sustentável do Uatumã, Amazonas. Revista de 
Economia e Sociologia Rural, 59(3), e229510. https://doi.org/10.1590/1806-9479.2021.229510 
Resumo: Nas áreas protegidas da Amazônia, o extrativismo de Produtos Florestais Não Madeireiros 
(PFNMs) é uma das atividades econômicas mais relevantes para o bem-estar das comunidades e para a 
conservação in situ da agrobiodiversidade. Esta pesquisa objetivou avaliar as atuais práticas de manejo 
e de comercialização dos PFNMs na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã, por meio de 
entrevistas semiestruturadas com 23 unidades familiares e 7 revendedores locais de produtos regionais. 
Para avaliação do potencial de comercialização, as seguintes variáveis foram consideradas: abundância 
de PFNMs disponíveis, interesse das famílias, práticas de uso e de manejo, custo de produção, 
produtividade e rentabilidade. Dos 24 PFNMs coletados pelas famílias, houve maior representatividade 
nos produtos alimentícios. Com base em 9 indicadores de potencialidade, os 6 PFNMs com maior 
frequência de comercialização foram avaliados. A oferta e a demanda mostraram-se como variáveis 
determinantes em todos os PFNMs, e o custo da mão de obra mostrou-se como o fator de maior impacto 
no custo de produção. Os PFNMs são recursos que contribuem, principalmente, para a segurança 
alimentar das famílias. É recomendada a intensificação do manejo da copaíba (Copaifera L.), sobretudo 
para a obtenção de óleo de resina, produto mais bem avaliado pelas unidades familiares e com demanda 
regional crescente, segundo os revendedores. 
Palavras-chave: agrobiodiversidade, áreas protegidas, extrativismo, economia florestal. 
Abstract: In the protected areas of the Amazon, the extraction of Non-Timber Forest Products (NTFPs) 
is one of the most relevant economic activities for the well-being of communities and for the in situ 
conservation of agrobiodiversity. This research aimed to evaluate the current management and 
commercialization practices of NTFPs in the Uatumã Sustainable Development Reserve, through semi-
structured interviews with 23 family units and 7 local resellers of regional products. We considered the 
following variables to evaluate the commercialization potential: abundance of available NTFPs, interest 
of families, use and management practices, cost of production, productivity and profitability. Of the 
24 NTFPs collected by the families, there was a greater representativeness in food products. Based on 9 
potentiality indicators, we evaluated the 6 NTFPs with the highest frequency of commercialization. Supply 
and demand proved to be the determining variables in all NTFPs and the cost of labor proved to be the 
factor with the greatest impact on the cost of production. NTFPs are resources that contribute mainly to 
household food security. Ours results recommend an intensified management of copaíba (Copaifera L.), 
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
https://orcid.org/0000-0002-6846-9433
https://orcid.org/0000-0003-0323-776X
https://orcid.org/0000-0001-9975-6673
https://orcid.org/0000-0001-8256-7542
https://orcid.org/0000-0002-9113-1166
Potencial socioeconômico de produtos florestais não madeireiros na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã, Amazonas 
 
Revista de Economia e Sociologia Rural, 59(3): e229510, 2021 2/19 
mainly for obtaining oil-resin, a product best evaluated by Family Units and with growing regional 
demand, according to retailers. 
Keywords: agrobiodiversity, protected areas, extrativism, forest economy. 
INTRODUÇÃO 
Na Floresta Amazônica, a pluriatividade dos agricultores familiares tradicionais resulta 
do manejo múltiplo da agrobiodiversidade, mediante a combinação de diversas práticas 
produtivas, como o extrativismo madeireiro e não madeireiro, a caça, a pesca e o cultivo de 
plantas anuais e perenes. Essas atividades são fundamentais para a reprodução das famílias, 
pois garantem a obtenção de alimentos e matérias-primas com elevada importância 
socioeconômica e cultural para essas populações (Carneiro-Filho, 2000; Pereira et al., 2015). 
Da biodiversidade como um todo, que é a variedade da vida no nível genético das espécies e 
dos ecossistemas, a agrobiodiversidade é um subconjunto que contribui para a agricultura e 
a obtenção de alimentos, incluindo plantas e animais em sistema de cultivo, espécies 
aquáticas e florestais domesticadas e/ou coletadas (Bélanger & Pilling, 2019). Sendo 
componentes da agrobiodiversidade, os Produtos Florestais Não Madeireiros (PFNMs) são os 
materiais biológicos (frutos, óleos, folhas, fibras, raízes e animais silvestres, entre os quais o 
peixe) extraídos das florestas nativas, com exceção da madeira (De Beer & McDemott, 1989). 
Longe de ser uma atividade restrita a determinados locais e de importância apenas no 
passado, a coleta de PFNMs segue sendo importante econômica e culturalmente em diversos 
países do mundo (Shackleton & Pandey, 2014). 
A crescente demanda de mercado por PFNMs oferece uma oportunidade de 
desenvolvimento econômico que pode aliar a inclusão social produtiva de agricultores 
familiares com a conservação dos ecossistemas florestais (Brites & Morsello, 2016; Elias & 
Santos, 2016; Martinot et al., 2017). Para isso, é fundamental que se compreendam, em 
determinado contexto socioeconômico, os fatores que influenciam a obtenção e o manejo de 
diferentes PFNMs, a fim de dinamizar as cadeias de valor daqueles produtos de maior 
potencial explorados pelas populações locais. Esses fatores estão associados aos locais de 
coleta, estoque dos produtos, práticas de manejo, interesses das famílias coletoras, usos dos 
produtos, custo de produção, produtividade, rentabilidade do trabalho e à própria percepção 
dos coletores sobre a potencialidade de cada um dos produtos manejados. Neste trabalho, 
serão abordados apenas os produtos de origem vegetal. 
O extrativismo é definido na lei que instituiu o Sistema Estadual de Unidades de 
Conservação, do estado do Amazonas, como sendo um sistema de exploração fundamentado 
na coleta e extração de recursos naturais (Amazonas, 2007). Na região que hoje corresponde 
à Amazôniabrasileira, o início da exploração de produtos florestais do extrativismo começou 
no século XVII com a comercialização das chamadas “drogas do sertão”, principalmente o 
cacau, o cravo-do-maranhão, o óleo de copaíba, entre outras. A exploração predatória dos 
produtos florestais, a guerra e a escravização das populações indígenas continuaram até o 
século XVIII, quando houve queda da demanda pelo mercado europeu. Apenas por volta de 
1890, a navegação a vapor e a internacionalização das águas amazônicas permitiram a 
reocupação de atividades como a exploração da seringueira (Hevea brasiliensis L.). Esse 
período vigorou até 1960, sendo, até essa última década, a principal atividade econômica da 
Amazônia (Aubertin, 2000). Em 2000, a maioria dos municípios do estado do Amazonas tinha 
no extrativismo a sua principal atividade comercial (Carneiro-Filho, 2000). 
No estado do Amazonas, com o fim do ciclo da borracha e a implantação da Zona Franca 
de Manaus no final dos anos 1960 (Seráfico & Seráfico, 2005), houve acelerado crescimento 
econômico e demográfico da capital do estado (Silva-Araújo, 2017), quando as populações 
que moravam no interior migraram para aquele centro urbano (Rasse & Bressolette, 1996). 
As populações que permaneceram no interior do estado, após terem sido exploradas durante 
o ciclo da borracha, foram negligenciadas e invisibilizadas pela falta de políticas públicas que 
as reintegrassem à economia nacional após o colapso da economia gomífera (Aubertin, 2000). 
A castanha-da-amazônia foi o único produto que continuou a ser explorado e comercializado 
internacionalmente e que segue até o presente sendo importante para a manutenção do 
vínculo dessas populações com seus territórios florestais. 
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No final dos anos 1980, ameaçados de expulsão de seus territórios tradicionais pela nova 
política fundiária do governo militar para a Amazônia, os extrativistas se organizaram e 
pressionaram o governo federal pela garantia de seus direitos à posse da terra (Pinton & 
Aubertin, 2000). O movimento Aliança dos Povos da Floresta foi o responsável pela criação do 
modelo de reforma agrária ecológica para a Amazônia, consolidado da proposta das reservas 
extrativistas (Barbosa-de-Almeida et al., 2018). 
Somente no início dos anos 1990, já com políticas públicas constituídas com o objetivo 
de garantir os direitos fundiários das populações extrativistas, além de preservar a natureza 
e agregar valor aos produtos provenientes dela, é que surgiram as primeiras Unidades de 
Conservação (UCs) na categoria de Reserva Extrativista (RESEX) (Esterci & Schweickardt, 2010). 
Com a instituição do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (pela Lei Federal nº 9.985, 
de 18 de julho de 2000), sete categorias de UCs de uso sustentável foram estabelecidas, entre 
as quais as Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS), que, por serem instrumentos de 
gestão territorial, podem contribuir para a promoção de atividades sustentáveis (agricultura, 
criação de animais, manejo florestal, pesca e extrativismo de PFNMs) das populações que 
nelas habitam (Brasil, 2000; Brasil, 2009; Guimarães, 2013). 
Na RDS Uatumã, assim como em outras áreas da região, as atividades produtivas 
associadas ao manejo dos PFNMs são realizadas em diferentes subcomponentes dos 
agroecossistemas: capoeira (floresta secundária), mata de terra firme (floresta primária 
manejada em áreas não alagáveis), sítios (quintais agroflorestais) e igapós (florestas ripárias 
de rios de água preta) (Shanley & Medina, 2005; Kummar & Nair, 2004; Steward et al., 2016). 
Esses locais divergem em diversos aspectos: localização, espécies que os compõem e 
abundâncias delas, manejo do local e das espécies, umidade, entrada de luz no ambiente, 
entre outras características (Lunz & Franke, 1998; Kummar & Nair, 2004). 
Atualmente, entre os PFNMs da região amazônica como um todo, a castanha-da-
amazônia (Bertholletia excelsa Bonpl.) é a principal espécie coletada pelas populações 
tradicionais (Fernandes, 2016; Galeão, 2016). No Amazonas, o tucumã (Astrocaryum tucuma 
Mart.) possui maior valor entre os PFNMs, destacando-se pelo alto valor agregado desde o 
fim do século passado (Didonet & Ferraz, 2014; Carneiro-Filho, 2000). A resina da copaíba e o 
óleo de andiroba (Carapa guianensis Aubl.) são as principais matérias-primas para produção 
de fitoterápicos, além de serem comercializados em óleos de modo informal no mercado 
local, regional e nacional (Carvalho, 2015; Santos, 2016). As raízes de cipós e a resina de breu 
(Protium Burm.f.; Burseraceae) são importantes produtos manufatureiros para consumo e 
comercialização (Plowden, 2001). A resina de breu possui múltiplas funções, como iniciador 
de fogo, incenso, produtos medicinais e material de calafetagem de barco de madeira 
(Plowden, 2001). Os cipós, como materiais flexíveis e resistentes, são empregados nas 
construções e na confecção de artesanatos (Plowden, 2003). 
Se, por um lado, a atividade extrativista é considerada como insuficiente para 
proporcionar autonomia financeira em médio e longo prazo às populações tradicionais 
(Homma, 2014), por outro não há dúvida de que a atividade é importante fornecedora de 
alimentos da culinária local e de compostos para a medicina tradicional, além de propiciar a 
obtenção de matérias-primas para a construção de moradias e de objetos e ferramentas de 
grande utilidade, especialmente ligados aos modos de vida tradicionais. Os PFNMs têm 
servido como importantes componentes da renda familiar e, em muitos casos, podendo ser 
a única fonte de renda e único acesso a bens de consumo (Carneiro-Filho, 2000; Lescure, 
2000). Assim, o extrativismo vegetal é a atividade econômica que, somada à agricultura, pesca 
e caça, compõe o sistema produtivo polivalente das famílias tradicionais (Pinton & Aubertin, 
2000; Pereira et al., 2015). No entanto, a ênfase excessiva dos projetos de desenvolvimento 
da economia extrativa na mercantilização dos PFNMs desviou a atenção dos meios de 
subsistência locais, do acesso a recursos e das questões de subsistência (Shanley et al., 2002). 
A excessiva atenção aos mercados globais em detrimento aos locais vem resultando em 
menor valorização de seu papel no apoio aos meios de subsistência e em uma maior 
marginalização dos grupos de baixa renda envolvidos (Shackleton et al., 2007). 
Para corrigir essas distorções e efetivamente incentivar o fortalecimento das cadeias de 
valor dos PFNMs de modo que resultem em melhoria socioeconômica das comunidades 
tradicionais, é necessário que as unidades de produção familiar tenham: interesse em 
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trabalhar com o produto; detenham conhecimento cultural sobre o uso e beneficiamento 
dessas espécies; disponham de mão de obra e tecnologia de coleta e beneficiamento; que na 
unidade familiar (UF) exista abundância suficiente do produto; que exista mercado para esse 
produto e que este apresente demanda (Figura 1) (Carrazza et al., 2012; Homma, 2015; 
Neves et al., 2016; Galeão, 2016). 
 
Figura 1 Síntese do modelo teórico para formação do potencial das atividades extrativistas. 
Mais especificamente na RDS Uatumã, locus desta pesquisa, o Plano de Gestão (PG) 
revisado em 2017 (Secretaria Estadual do Meio Ambiente, 2017) registrou a demanda por 
estudos que possibilitassem a otimização da produção e o manejo adequado para melhor 
aproveitamento dos PFNMs. A coleta de PFNMs é um trabalho árduo, mas também é um ato 
de resistência, de defesa da floresta e de um modo de vida. Muitos castanheiros se 
consideram “ricos” por causa da fartura de alimentos, de biodiversidade e da floresta em pé. 
Para os povosindígenas, a safra da castanha também representa fazer vigilância do seu 
território, transmitir os conhecimentos tradicionais e valores de extrema relevância para 
essas populações e para a consolidação da base territorial extrativista (Fernandes, 2016). 
Houve, de fato, a ampliação das áreas protegidas para manutenção das florestas 
extrativas protegidas (Soares-Filho et al., 2010) e manejadas pelas comunidades tradicionais, 
e essas áreas ainda mantêm uma grande diversidade de subcomponentes em 
agroecossistemas ricos em PFNMs. Entretanto, ações de políticas públicas que propiciem a 
inclusão produtiva dessas populações e que contemplem a diversidade cultural e étnica dos 
povos e comunidades tradicionais ainda são insuficientes (Carrazza et al., 2012; Shackleton & 
Pandey 2014; Secretaria Estadual do Meio Ambiente, 2017). 
Neste sentido, considerando-se a necessidade da consolidação das RDS como categoria 
de UC e instrumento de gestão pública, que visa à preservação ambiental e à melhoria na 
qualidade de vida das populações moradoras, esta presente pesquisa oferece bases teórico-
metodológicas para avaliação do potencial das atividades de exploração de PFNMs para o 
desenvolvimento local. Para tanto, foram avaliadas as atuais práticas de manejo e 
comercialização dos PFNMs na perspectiva das UFs de produção da RDS Uatumã. A partir 
desse diagnóstico, foi avaliado o potencial socioeconômico dos principais PFNMs mediante 
indicadores objetivos e dados empíricos de campo e indicadores subjetivos com base na 
percepção das UFs de produção. 
METODOLOGIA 
Neste trabalho, os extrativistas foram considerados como um segmento do que se 
convencionou denominar por “povos e comunidades tradicionais”, os quais, de acordo com a 
Política Nacional de Desenvolvimento de Povos e Comunidades Tradicionais (Brasil, 2007), são 
definidos como grupos culturalmente diferenciados, autoidentificados, com formas próprias 
de organização social, utilizando territórios e recursos como base para sua reprodução 
cultural, social, religiosa, ancestral e econômica. Os produtores extrativistas aqui serão 
referidos como UFs ou simplesmente famílias. 
Potencial socioeconômico de produtos florestais não madeireiros na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã, Amazonas 
 
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Participaram desta pesquisa de 3 a 10 UFs por produto e 7 revendedores que 
compraram os produtos das famílias entrevistadas. Revendedor aqui se refere ao agente de 
comercialização intermediário operador do processo de compra, logística e venda dos 
insumos produzidos pelas UFs. Em muitos casos, nas comunidades distantes das capitais, 
pode assumir denominação também de atravessador, patrão, patrãozinho ou regatão 
(Menezes, 2012), o que varia de acordo com a natureza da relação entre o agente social 
intermediário e o produtor/extrativista. Entre as informações colhidas dos agentes da 
comercialização estão: destino da comercialização, preço de revenda e quantidade 
comercializada. 
Esta pesquisa foi autorizada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos do 
Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia, sob CAAE 96583618.2.0000.0006, e pela 
Secretaria do Estado do Meio Ambiente do Amazonas (SEMA) e Departamento de Mudanças 
Climáticas e Gestão de Unidades de Conservação (DEMUC), sob nº 136/2017. Possuiu ainda 
anuência da Associação de Moradores da RDS do Uatumã e das lideranças das comunidades 
trabalhadas. 
O estudo foi realizado na RDS do Uatumã, criada em 2004 a partir da assinatura do Decreto 
Estadual nº 24.295, de 25 de junho de 2004. A RDS possui 424.425 ha, localizada a 200 km ao 
nordeste da cidade de Manaus, em linha reta, entre as coordenadas 59º 10` 58, 4` Sul e 2º 27` 2, 4` 
Oeste (Figura 2). A gestão de áreas protegidas estaduais, como a RDS do Uatumã, está sob a 
coordenação da Secretaria de Estado e do Meio Ambiente (SEMA), por meio do Departamento de 
Mudanças Climáticas e Gestão de Unidades de Conservação (DEMUC). A SEMA, por meio do DEMUC, 
preside o Conselho Gestor da RDS. 
Desde a época de sua implantação, a população da RDS do Uatumã está espacialmente 
organizada em 20 comunidades. Em 2007, as comunidades eram compostas de 257 famílias, 
variando de 4 a 28 famílias por comunidade, totalizando 1.312 pessoas (Instituto de Conservação 
e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia, 2009). Em 2016, com a revisão do PG, foram 
contabilizadas 361 famílias, com total de 1.644 pessoas (Secretaria Estadual do Meio Ambiente, 
2017), o que representa uma elevada taxa de crescimento na ordem de 2,6% ao ano. 
Os moradores da RDS são representados pela Associação Agroextrativista das 
Comunidades da Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã (AACRDSU). As famílias 
associadas arcam com mensalidades de R$ 9,54 (1% do salário mínimo – ano-base 2018) e 
são, especialmente, extrativistas, agricultores e pescadores, que utilizam os produtos dessas 
atividades primeiramente para uso próprio. A farinha de mandioca, o pescado e a caça 
formam a base alimentar dessas famílias. Além disso, a farinha é responsável pela principal 
renda econômica para 66% das famílias e está presente em todas as comunidades (Secretaria 
Estadual do Meio Ambiente, 2017). Realizam pluriatividades ao longo do ano, como pesca 
comercial, caça, extrativismo, trabalho assalariado e trabalho com turismo de pesca esportiva, 
sendo que algumas dessas atividades são periódicas (Instituto de Conservação e 
Desenvolvimento Sustentável da Amazônia, 2009; Guimarães, 2013; Secretaria Estadual do 
Meio Ambiente, 2017). 
Além da coleta nas áreas de uso intensivo, com o extrativismo de produtos como a 
castanha-da-amazônia, cuja coleta ocorre durante o período de dezembro a maio, época de 
queda dos frutos, as famílias utilizam áreas consideradas particulares ou comunitárias 
localizadas na zona de uso extensivo da RDS. Conforme o zoneamento da RDS, as zonas de 
uso extensivo são áreas florestais, que juntas somam 162.338,45 ha, o equivalente a 41,55% 
da área total. Nessas áreas, são permitidos aos comunitários a prática do extrativismo 
madeireiro para consumo próprio em explorações de pequena escala e o extrativismo não 
madeireiro para consumo e comercialização (Secretaria Estadual do Meio Ambiente, 2017). 
A coleta de dados ocorreu em 2018, durante os períodos de 11 de janeiro a 10 de 
fevereiro; de 5 a 20 de março; de 13 a 24 de abril; e de 19 a 26 de junho. Os dados foram 
obtidos mediante entrevistas semiestruturadas com 23 UFs de 6 comunidades que 
trabalhavam com PFNMs. As comunidades Maracarana (n=5), Santa Luzia do Caranatuba 
(n=1), São Francisco do Caribi (n=5), Nossa Senhora do Livramento (n=5), Santa Luzia do 
Jacarequara (n=4) e Bom Jesus (n=3) (Figura 1) foram selecionadas a partir de indicações 
fornecidas pela presidente da associação dos moradores, pelo gestor da RDS, pelo IDESAM 
Potencial socioeconômico de produtos florestais não madeireiros na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã, Amazonas 
 
Revista de Economia e Sociologia Rural, 59(3): e229510, 2021 6/19 
(ONG, antiga cogestora da RDS, que, atualmente, desenvolve projetos na RDS) e também por 
moradores da RDS do Uatumã. 
 
Figura 2 Localização da RDS do Uatumã, Amazonas. 
As UFs nucleares (Lacombe, 1984; Sakamoto et al., 2016) foram consideradas como as 
unidades amostrais da pesquisa e são aquelas cujos membros da família habitam e 
trabalham em uma mesma unidade ou nas quais há ajuda mútua de outras UFs de mesmo 
parentesco que habitam outra unidade, como pais e irmãos, visto que essas comunidades 
rurais representam grandes famílias matriarcadas e/ou patriarcadas. 
As entrevistas semiestruturadas com uso de formulário foram conduzidas durante 
visitas guiadas às áreas de coleta. Para a inclusão das UFs na pesquisa, foi utilizado o método 
bola de neve (Bayle, 1994), em que a indicação dos entrevistados foi obtida em entrevistas 
iniciais com as lideranças de cada comunidade. Na ocasião, foipedido aos líderes que 
indicassem as famílias que trabalhavam com maior frequência na coleta de PFNMs. A seguir, 
a cada nova entrevista, o participante recomendava, entre as UFs constantes da lista, uma 
próxima a ser entrevistada. 
Do mesmo modo, a partir de entrevistas semiestruturadas, foi realizado um 
levantamento sobre os processos produtivos, as cadeias de valores e os custos de produção 
de seis PFNMs. Esses produtos foram escolhidos por possuírem três ou mais UFs que os 
comercializam, sendo: fruto de tucumã, semente da castanha-da-amazônia, óleo de andiroba, 
óleo de copaíba, resina de breu e artesanatos de cipós, feitos de raízes de cipó-titica 
(Heteropsis flexuosa (Kunth) G.S.Bunting), cipó-ambé (Philodendron Schott) e cipó-açu 
(Evodianthus funifer (Poit.) Lindm.). Cabe ressaltar que o custo total aqui foi considerado como 
o custo de produção, ou seja, a soma dos custos variáveis e fixos, enquanto o custo com a 
mão de obra foi referente a um dos custos variáveis e dizia respeito à soma dos dias 
trabalhados (diária) pelos produtores de cada família. Sendo assim, foram levados em 
consideração, nos seis principais PFNMs, os destinos primários da produção, canais de 
comercialização, comunidades principais, preços pagos pelos PFNMs e preço remuneratório 
estimado com a internalização da remuneração de diárias trabalhadas no preço do produto. 
Para a análise de rentabilidade, foi tomado como referência o valor praticado no local para a 
remuneração de diárias pelo trabalho de coleta de PFNMs. 
A análise de custo dos produtos castanha-da-amazônia e óleo de andiroba foi relativo à 
produção de 2018, visto que foi possível analisar toda a safra desse ano e calcular a produção 
no final dela. Para a resina de breu e raízes de cipós, produtos que geralmente eram 
comercializados por encomendas, foram analisados dados referentes a 2017 e 2018. Já para 
Potencial socioeconômico de produtos florestais não madeireiros na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã, Amazonas 
 
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o óleo de copaíba e o fruto de tucumã, que possuíam comercialização durante todo o ano, foi 
analisada a produção de 2017. 
Para avaliar a percepção das UFs quanto aos pontos fortes e fracos da cadeia de valor 
de cada produto, foram utilizados nove indicadores subjetivos: preço comercializado, 
demanda de comercialização, tempo gasto com a atividade, distância da área de coleta, 
abundância do produto, sazonalidade do produto, perecibilidade do produto, exigência do 
trabalho e regime de posse (comunitária ou particular), avaliados a partir da categorização 
posterior, por análise de conteúdo das respostas obtidas em entrevistas abertas e 
classificadas em um gradiente de 3 pontos – ruim (1), médio (2) e bom (3) –, com exceção do 
regime de posse, que foi avaliado em uma escala de dois níveis – médio (2), quando a área 
está em áreas comunitárias, e bom (3), quando em áreas particulares. 
Para avaliar objetivamente o potencial econômico de cada um dos produtos, foram 
utilizados indicadores de produção por UF investigada, sendo estes: número de produtores; 
soma de dias trabalhados; custo total de produção; quantidade comercializada; 
produtividade; custo por unidade do produto comercializado; renda bruta da UF; renda 
líquida da UF; renda líquida do produtor da UF; remuneração média por produtor da UF por 
dia. As unidades consideradas para cada produto foram: a semente da castanha-da-amazônia 
em latas de 18 litros; o fruto do tucumã em sacos de 50 kg; a andiroba e a copaíba em litros; 
a resina do breu em quilos; e as raízes do cipós em unidade ou beneficiadas em artesanatos. 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
As normas locais para o manejo extrativista na RDS do Uatumã foram definidas em dois 
momentos: de uma maneira geral, pelas regras apresentadas no PG da UC, quando diretrizes 
gerais foram determinadas em oficinas comunitárias participativas e consultas públicas; e, 
posteriormente, de modo detalhado, pelo documento de Boas Práticas de Manejo Extrativista 
da RDS do Uatumã, que detalhou as práticas extrativistas de manejo e conservação (Instituto 
de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia, 2009; Instituto de Conservação 
e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia, 2013). 
No mapeamento participativo elaborado para a primeira versão do PG em 2008, a 
respeito das áreas extrativas, foram identificados 42 PFNMs de origem vegetal de 
conhecimento de suas 20 comunidades (Instituto de Conservação e Desenvolvimento 
Sustentável da Amazônia, 2009). Com base em estudos realizados na RDS no período de 2008 
a 2011, Guimarães (2013) levantou um total de 17 espécies de produção extrativista 
comercializadas pelos moradores da RDS, indicando que 59% dos produtos eram 
comercializados por menos de 20% das famílias que manejavam as espécies. De acordo com 
o autor, a comercialização era realizada de forma individual aos mercados locais, não 
havendo organização coletiva para a comercialização da produção agrícola/extrativista. 
Local de Coleta, Unidades Familiares e Usos do PFNMs 
Nesta pesquisa, foi identificada a utilização de 24 taxa (grupos taxonômicos), dos quais 
eram coletados os PFNMs, o que se aproximou da quantidade de 26 PFNMs levantados na 
revisão do PG em 2016 (Secretaria Estadual do Meio Ambiente, 2017). Os taxa são manejados 
em quatro subcomponentes do agroecossistema (floresta manejada, sítio, capoeira e igapó). 
Por causa do tamanho reduzido de sítios e capoeiras, não foi possível diferenciá-los no 
mapeamento participativo, e ambos foram demarcados como sítios. 
Entre os 19 taxa citados no ambiente de floresta manejada, 16 ocorriam exclusivamente 
nesse ambiente. As espécies de castanheiras, andirobeiras, bacabeiras e açaizeiros foram 
relatadas em florestas manejadas, sítios e capoeiras. Como esperado, o tucumã foi 
encontrado apenas em sítios e capoeiras, enquanto as espécies presentes nos igapós não 
ocorreram em outros subcomponentes do agroecossistema. A espécie mari-mari (Cassia 
leiandra Benth.) foi relatada em apenas uma entrevista, em razão da pouca disponibilidade 
do fruto. Por outro lado, de acordo com relatos, há uma abundância de arbustos de camu-
camu (Myrciaria dubia H. B. K. (McVaugh)) ao longo de toda a margem do rio Uatumã, entre a 
comunidade Caranatuba até a proximidade da sede do município de Itapiranga. Segundo os 
Potencial socioeconômico de produtos florestais não madeireiros na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã, Amazonas 
 
Revista de Economia e Sociologia Rural, 59(3): e229510, 2021 8/19 
entrevistados, era estimada uma produção de pelo menos 15 mil frutos por safra. No entanto, 
no PG, não houve inventário sobre o potencial desse produto (Tabela 1). 
Tabela 1 Lista de taxa dos quais foram obtidos PFNMs nas unidades familiares estudadas e os diferentes 
subcomponentes do agroecossistema de ocorrência. 
Floresta manejada (19) Sítio (5) Capoeira (4) Igapó (3) 
Açaí; andiroba; amapá; bacaba; 
castanha-da-amazônia; breu; 
buriti; cipó-ambé; cipó-titica; cipó-
açu; copaíba; cumaru; palha 
(Arecaceae Schultz Sch.); patauá; 
pau-rosa (Aniba rosaeodora 
Ducke); piquiá; saracura-mirá; uxi-
coroa; uxi-liso 
Açaí; andiroba; 
bacaba; castanha-da-
amazônia; tucumã 
Açaí; bacaba; 
castanha-da-
amazônia; 
tucumã 
Camu-camu; 
jauari 
(Astrocaryum 
jauari Mart.); 
mari-mari 
Foram levantados 11 produtos com fins alimentícios, 8 manufatureiros e 5 medicinais, 
sendo estes últimos a copaíba, a andiroba, o cumaru (Dipteryx odorata (Aubl.) Willd.), o amapá 
(Brosimum potabile Ducke) e a saracura-mirá (Ampelozizyphus amazonicus Ducke). A castanha-
da-amazônia foi o PFNM coletado pelo maior número de UFs, 17 ao todo, distribuídas entre 
as 6 comunidades estudadas, confirmando os resultados obtidos por Guimarães (2013) em 
estudo realizado na RDS. A castanha-da-amazônia é consumida na forma in natura ou 
triturada em concentrado aquoso (“leite”), com ingrediente da “tapioca”(preparado de amido 
de mandioca) ou de doces. O produto foi comercializado por 10 UFs. 
Foram contabilizados 9 PFNMs coletados exclusivamente para consumo próprio, 
enquanto outros 15 foram comercializados. Entre os produtos exclusivos para o consumo 
alimentício, destacaram-se os frutos de bacaba (Oenocarpus distichus Mart.), piquiá (Caryocar 
villosum (Aubl.) Pers.), uxi-coroa (Duckesia verrucosa (Ducke) Cuatrec.), uxi-liso (Endopleura uchi 
(Huber) Cuatrec.), buruti e patauá (Oenocarpus bataua Mart.). A polpa extraída dos frutos de 
palmeiras, como bacaba, patauá, açaí (Euterpe precatoria Mart.) e buriti (Mauritia flexuosa L.f.), 
era consumida em diluição em água ou “vinhos”, como normalmente os produtores 
denominavam. Como aponta Soares et al. (2018), o extrativismo proporciona alimentos 
diversificados, contribuindo para a manutenção desses agricultores na área rural, 
principalmente pelo fato de reduzir a insegurança alimentar em razão da disponibilidade 
básica de alimentos nutricionalmente ricos (Yuyama et al., 2007). 
Dos 15 PFNMs comercializados na RDS do Uatumã, destacaram-se pelo menos 6 com 
oportunidade de potencial econômico (castanha-da-amazônia, frutos de tucumã, resina de 
breu, óleo de copaíba, óleo de andiroba e artesanatos de cipós) comercializados por três ou 
mais UFs. A mão de obra das etapas do processo produtivo era composta da própria UF 
nuclear. 
Descrição do Processo de Comercialização e Análise de Custo 
1) Castanha-da-amazônia 
Na RDS do Uatumã, a comercialização da castanha-da-amazônia era feita por meio de 
cinco canais de comercialização, sendo que 40% dos produtores acessavam mais de um tipo 
de revendedor (Tabela 2). Em 2018, a comunidade Bom Jesus foi uma das que mais coletou 
castanha-da-amazônia. A discrepância na quantidade de latas de castanhas comercializadas 
entre os produtores pode estar associada não apenas à diferença na produtividade dos 
castanhais, mas à competição entre os coletores. Famílias que reivindicavam o acesso 
exclusivo às áreas de coleta podiam acumular maior volume de produto do que aquelas que 
compartilhavam uma mesma área. 
Potencial socioeconômico de produtos florestais não madeireiros na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã, Amazonas 
 
Revista de Economia e Sociologia Rural, 59(3): e229510, 2021 9/19 
Tabela 2 Número de famílias por faixas de rentabilidade líquida diária estimada por trabalhador. 
Pr
od
ut
o 
Destinos primários 
da produção 
Canais de 
comercialização 
Comunidades 
principais 
Preços pagos (R$) 
Preço 
remuneratório 
estimado (R$) 
Ca
st
an
ha
 
Urucará (50 km*) Regatão** Bom Jesus 
25 – 55,00/Lata ~100,00/lata 
Presid. Figueiredo 
(200 km) 
Venda direta 
Santa Luzia do 
Jacarequara 
Maracarana 
Livramento 
Caranatuba 
Fazenda Aruanã 
(120 km) 
 
Tu
cu
m
ã 
Presid. Figueiredo Venda direta 
Santa Luzia do 
Jacarequara 
25,00 – 190,00/saca 
de 50kg 
~100,00/saca de 
50kg Manaus (200 km) Atravessador Caribi 
Itapiranga (40 km) Maracarana 
Br
eu
 
Itapiranga Regatão Livramento 
3,00 – 4,00/kg ~6,00/kg 
S. Seb. Do Uatumã 
(35 km) 
Revendedor Carnatuba 
Itacoatiara (80 km) Jaraoaca 
Co
pa
íb
a 
Urucará Atravessador Bom Jesus 
25,00-30,00/kg 100,00/kg Manaus Revendedor Livramento 
Parintins (170 km) Venda direta Caranatuva 
An
di
ro
ba
 
Itapiranga Venda direta Santa Luzia do 
Jacarequara 
Maracarana 
50,00-80,00/litro 270,00 -400,00/litro 
Presid. Figueiredo Revendedor 
Ci
pó
s 
Venda local 
Venda direta 
Livramento 5,00-70,00/cestos 
~20,00/cesto Itapiranga 
Santa Luzia do 
Jacarequara 
5,50-7,00/vassoura 
S. Seb. Do Uatumã Caribi 
* Distância em quilômetros aproximada em linha reta. A distância em linha reta é apenas para fins de comparação, 
uma vez que, no Amazonas, as distâncias são muito maiores, uma vez que o transporte majoritariamente hidroviário 
acompanha a sinuosidade dos rios. **Atravessador – compra do produtor para vender ao consumidor final; 
Revendedor – compra do produtor para fazer estoque e revender para a indústria ou para o comércio varejista. 
Regatão – comerciante ambulante embarcado que realiza escambo. 
Os preços pagos pelos compradores possuíam tendência a diminuir no decorrer da 
safra, resultado do aumento da oferta de castanha no mercado. Para Fernandes (2016), no 
município de Manicoré, no Amazonas, a lata de castanha-da-amazônia era comercializada 
para revendedores por R$ 45,00, enquanto o preço da castanha com casca pago pela Política 
de Garantia do Preço Mínimo (PGPM) equivalia a R$ 1,27/kg, sendo que em uma lata havia 
aproximadamente 10 quilos de castanha (Fernandes, 2016; Tonini et al., 2017). Portanto, o 
preço ofertado pelo programa mostrava-se o menor para o mercado da castanha. Quanto à 
PGPM-Bio, foi analisado que nenhuma das 23 famílias entrevistadas acessava a política, pois 
a desconheciam; apenas uma família sabia de sua existência. No entanto, estavam incluídas 
na PGPM-Bio apenas a castanha-da-amazônia e as sementes de andiroba. 
Apenas uma entre as sete UFs teve os dias de trabalhos remunerados pelo valor superior 
a R$ 50,00, valor da diária local. Neves et al. (2016) afirmam que a disponibilidade do recurso 
influencia a viabilidade econômica da castanha, corroborando os resultados encontrados por 
Potencial socioeconômico de produtos florestais não madeireiros na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã, Amazonas 
 
Revista de Economia e Sociologia Rural, 59(3): e229510, 2021 10/19 
Araújo, Soares & Wadt (2017), que demonstraram o retorno econômico superior a R$ 50,00 
aos indígenas de Rio Branco que possuíam castanhais próprios e abundantes. Em um cenário 
hipotético em que os produtores teriam cada dia de trabalho remunerado em R$ 50,001, o 
preço da lata da castanha deveria ser o dobro do atualmente praticado (Tabela 2). 
2) Tucumã 
Não havia beneficiamento do tucumã na RDS do Uatumã; os frutos coletados 
permaneciam nos sacos até a comercialização, e, em razão de sua alta perecibilidade, não 
podia haver atrasos. O transporte era realizado por embarcação própria e/ou por 
embarcação da prefeitura com três destinos possíveis (Tabela 2). Existiam duas reivindicações 
dos extrativistas: a primeira era o transporte para a cidade duas vezes ao mês durante a safra 
por conta da alta perecibilidade; a segunda era o fornecimento de energia elétrica, que 
permitiria beneficiar os frutos e conservar a “polpa de tucumã”. O beneficiamento poderia 
agregar valor ao produto, como acontecia em Manaus (Didonet & Ferraz, 2014). 
Os maiores valores pagos às unidades familiares ocorreram no início da safra (fevereiro) 
e também na entressafra (de junho a agosto) (Tabela 2). De acordo com Didonet & Ferraz 
(2014), em Manaus essa lógica é inversa, pois, no mês de agosto (maior oferta de tucumã), os 
preços caem. Entre os destinos de comercialização, os feirantes de Presidente Figueiredo 
foram os melhores pagantes no início da safra, com o preço chegando a R$ 190,00, 
provavelmente por causa da menor oferta de tucumã na região e da maior demanda 
proporcional, ao comparar com a alta oferta de tucumãs em Manaus e a baixa demanda dos 
aproximados 9 mil habitantes de Itapiranga (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica, 
2018). 
O valor pago aos produtores pelo revendedor variava de acordo com o preço do saco 
comercializado em Manaus. O valor da saca duplicava na entressafra em Manaus, e o nível de 
exigência dos compradores diminuía. A venda para Manaus apresentava um alto custo de 
produção quando comparado aos outros destinos. Esse alto custo estava relacionado, 
principalmente, aos custos variáveis que compunham o custo total, com maior peso em 
quatro atividades: pré-coleta, combustível para se deslocar da reserva até Itapiranga, frete 
dos sacos e passagem do produtor até Manaus, que somadas equivaliam a 92,41% do custo 
total. 
Para as UFs que transportavam o produto até Manaus, os valores recebidos deveriam 
ser superior a R$ 100,00 por unidade (no caso, saca de 50 kg)(Tabela 2). Para as demais, esse 
valor já seria suficiente para assegurar uma renda mínima. 
3) Breu 
Esse produto tradicional foi comercializado em 2018 com um regatão no porto da 
comunidade, que percorria a região somente durante a safra da castanha-da-amazônia. 
Como não houve produção de castanha em 2017, o regatão não entrou na RDS para 
comercializar outros produtos. Para os outros destinos da produção (Tabela 2), o produto era 
transportado em próprias embarcações das UFs. Em Itapiranga, o produto era comercializado 
com um revendedor local que revendia o produto em Manaus. As UFs comercializaram o breu 
com seis compradores durante os anos de 2017 e 2018 (Tabela 2). 
Os valores recebidos pelas famílias não variaram amplamente como foi observado em 
outros produtos (Tabela 2). Um dos revendedores afirmou comprar aproximadamente mil 
quilos de breu por ano e ter preferência na compra do produto solto, pois possibilitava 
acessar mercados além das lojas de construção. Na capital amazonense, o revendedor 
afirmava que a variação de preço ocorria em razão da oscilação de oferta nas lojas voltadas 
a construções. Como as coletas da resina de breu eram realizadas por meio de encomendas, 
as quantias e os preços comercializados eram preestabelecidos. Como o preço do quilo do 
breu variava pouco, a produtividade era determinante para variação da remuneração entre 
as UFs. A única das UFs a comercializar em 2018, apesar de não ter custos com 
 
1 Valor autodeclarado pago em média para uma diária de serviço prestado no processo de obtenção de um PFNM. 
Potencial socioeconômico de produtos florestais não madeireiros na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã, Amazonas 
 
Revista de Economia e Sociologia Rural, 59(3): e229510, 2021 11/19 
beneficiamento e comercialização, não obteve lucro, principalmente pela baixa produtividade 
e alta emprego de mão de obra. A produtividade dessa UF provavelmente também tenha sido 
afetada pela área de coleta, que, segundo os moradores, possuía menor abundância de breu, 
quando comparada às áreas mais distantes, como as de Jaraoaca. Quando questionados 
sobre qual seria o preço justo do breu, os valores informados pelas famílias variaram de 
R$ 5,00 a R$ 8,00 por quilo, valor que corresponde ao valor estimado neste estudo (Tabela 2). 
4) Copaíba 
As famílias comercializavam o óleo de copaíba apenas em dois mercados locais e um 
regional (Tabela 2), corroborando os resultados de Santos (2016), que indicaram que a 
maioria da produção do estado do Amazonas tinha como destino a região centro-sul do país, 
onde o produto entrava na cadeia de produção dos mercados de cosméticos e 
medicamentos. O preço pago pelos revendedores aos produtores (Tabela 2) era acima do 
valor registrado em outras localidades produtoras. Em Lábrea, por exemplo, o povoado 
Jammandi, com a APOAN, comercializou o óleo a R$ 12,00 por litro (Santos, 2016). Os 
revendedores declararam renegociar o óleo por R$ 35,00 a outros revendedores de Manaus 
e Parintins. O preço de revenda dos comerciantes corroborou os preços encontrados por 
Silva et al. (2018) em Santarém, no Pará, onde o litro do óleo era comercializado de R$ 40,00 
a R$ 50,00 por feirantes do mercado municipal. 
Nenhuma das UFs analisadas tiveram seus dias de trabalhos remunerados pelo valor 
superior a R$ 50,00, equivalente à diária local. O preço comercializado era um dos fatores 
determinantes para o insucesso da atividade. Os custos elevados para produção de um litro 
de óleo e a menor produtividade resultaram em uma remuneração inferior a R$ 15,00 por dia 
trabalhado. A produtividade das famílias poderia estar sendo influenciada pela abundância 
de copaibeiras nas áreas de coleta. As áreas de coleta do Livramento e do Bom Jesus 
possuíam mais copaibeiras que as áreas exploradas pela família de Caranatuba. Esse fato 
levou a UF de Caranatuba a acampar em áreas mais afastadas para coletar o óleo, além de 
buscar outros produtos extrativos, tais como o camu-camu. 
A média do preço considerado justo estimado para as UFs era maior do que o dobro do 
preço pago pelos revendedores. Como a exploração de copaíba era uma atividade recente 
(máximo três anos) para os entrevistados, as áreas exploradas eram delimitadas pelas 
comunidades, com isso a produção de copaíba poderia decair nos próximos anos em razão 
de o estoque do produto ser limitado (Homma, 2015), como já acontece em algumas das 
áreas exploradas. 
O principal questionamento das famílias em relação à comercialização do óleo foi 
justamente o baixo preço praticado, o que, segundo eles, deveria ser algo em torno de 
R$ 35,00 a R$ 40,00, para ser justo. Seria necessário elevar o preço pago aos produtores para 
diminuir o nível de intensidade de exploração do recurso, a fim de manter o manejo 
sustentável. Para isso, seria preciso, além de inserir o produto na política de preços mínimos, 
rever o método utilizado pela PGPM-Bio para fixar o preço dos produtos, visto que, 
atualmente, ela determina o preço mínimo referente ao custo de produção dos produtos. 
5) Andiroba 
A produção artesanal do óleo de andiroba variou de 1,4 a 5 litros entre as famílias por 
safra. Essas famílias afirmaram que a demanda do óleo de andiroba era maior do que a 
produção, o que ajudava a explicar a maior valorização do produto em relação aos demais 
(Tabela 2). Apesar disso, o óleo era comercializado em um menor número de comunidades e 
de destinos da produção. 
A análise de custo do processo do óleo foi realizada apenas com duas UFs. Como as 
andirobeiras estavam nos quintais, não havia gasto variável com gasolina e custos fixos de 
depreciação de motores e barcos, resultando no custo total menor que R$ 3,00 para ambas 
as famílias. Apesar do baixo custo com variáveis de produção, as UFs não obtiveram a 
remuneração da mão de obra igual ou superior a R$ 50,00 por causa da baixa produção, em 
relação aos diversos dias utilizados para produção do óleo. 
Potencial socioeconômico de produtos florestais não madeireiros na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã, Amazonas 
 
Revista de Economia e Sociologia Rural, 59(3): e229510, 2021 12/19 
No Médio Juruá, onde o beneficiamento do óleo ocorre de modo industrial, os valores 
variaram de R$ 39,01 dia/pessoa a R$ 17,75 dia/pessoa em estudo realizado por Instituto de 
Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (2013). Carvalho (2015), ao 
comparar o preço dos produtos da semente de andiroba no mercado em diferentes níveis de 
processamento, encontrou que a lata de 18 quilos de semente custava R$ 10,00, e o óleo, 
R$ 22,00/kg. Já o preço mínimo pago pela PGPM era de R$ 1,60/kg da semente. A PGPM não 
fazia subvenção em relação à produção do óleo, o que poderia ser corrigido. 
Por ser um produto processado e com um longo tempo de fabricação, requer um maior 
emprego de mão de obra, além da baixa produtividade do processo artesanal. Assim, para 
que os produtores conseguissem remunerar a mão de obra em R$ 50,00 por dia trabalhado, 
o valor comercializado deveria ser de 6 a 8 vezes maior que o atualmente praticado. 
6) Cipós 
Os cipós eram comercializados, sobretudo, já beneficiados artesanalmente na forma de 
cestos, vassouras e outros pequenos objetos. Havia produtores que comercializavam apenas 
quando havia encomendas, e os destinos de comercialização eram as lojas situadas em 
cidades mais próximas, além dos próprios moradores da RDS (Tabela 2). 
Os preços variavam para cada tipo e tamanho de objeto (Tabela 2). As vassouras 
chegavam a ser revendidas pelo preço de R$ 10,00 nas lojas das cidades. Esses números 
corroboram os resultados de Santos et al. (2018), que encontrou um aumento médio de 30% 
a 70% do preço em produtos de cipó-titica comprados de produtores da FLONA do Tapajós 
por revendedores de Santarém, no Pará. 
O cálculo do custo de produção teve como base a experiência de uma família da 
comunidade de Santa Luzia do Jacarequara, que comercializou 60 cestarias por mês, em 
média. O custo sobrea mão de obra foi o principal responsável pelo ressarcimento menor 
que R$ 50,00. Durante o beneficiamento, as duas artesãs da família utilizam 20 dias para 
confeccionar as 60 cestarias. Portanto, o tempo gasto durante o processo produtivo 
culminado com o baixo preço de comercialização resultou em uma remuneração abaixo do 
desejável. Para que essas famílias fossem remuneradas em R$ 50,00 por dia trabalhado, as 
cestarias teriam que ser vendidas a R$ 37,41, quase o dobro do valor comercializado. 
Comparando os PFNMs - Processo Produtivo x Cadeia de Valor 
A dinâmica de oferta e demanda do mercado local era influenciada pelas condições de 
comercialização dos principais produtos coletados na RDS. Para a castanha e o tucumã, o fator 
mais importante foi a variação dos preços ao longo da safra. Na comercialização do breu e dos 
cipós, feitos sob encomendas, merece destaque o papel dos revendedores locais, que exerciam o 
papel de controle como gerentes dessas duas cadeias de expressão local. Já as cadeias da copaíba 
e da andiroba, segundo os revendedores, possuíam a possibilidade de expansão de mercado 
regional e nacional, que poderiam oferecer maior rentabilidade a toda a cadeia. 
Se, por um lado, quanto maior o valor pago pelo produto, maior é a possibilidade que o 
resultado seja distribuído por toda a cadeia, por outro, como afirmam Alexiades & Shanley (2004), 
se essa distribuição não acontece, são agravadas as diferenças socioeconômicas entre o extrativista 
e o revendedor. No caso do óleo de copaíba, a produção era considerada como de alto potencial 
pelo fato de haver a possibilidade de extração contínua durante todo o ano, apresentar alta 
demanda do mercado e ser um produto não perecível. Apesar desses fatores, houve o declínio na 
produção do óleo nos últimos anos, como pode ser verificado nas entrevistas com três famílias na 
RDS, notadamente pela não acessibilidade a mercados compradores. 
Em relação à castanha, a disponibilidade de acesso aos castanhais, sua produtividade 
(produção de ouriços por árvore) e a queda nos preços, principalmente em razão do aumento 
da oferta no mercado, foram determinantes para o retorno econômico. Os castanhais 
apresentaram uma grande variação de produtividade interanual, havendo a ocorrência de 
anos sem produção, ou seja, sem safra (Wadt et al., 2005). No outro extremo, há o caso do 
tucumã, para o qual, nas últimas safras, ocorreu uma maior produção, e isso impactou na 
logística de escoamento, fazendo com que muitos frutos não fossem aproveitados. 
Potencial socioeconômico de produtos florestais não madeireiros na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã, Amazonas 
 
Revista de Economia e Sociologia Rural, 59(3): e229510, 2021 13/19 
Rentabilidade dos PFNMs 
A remuneração por dia trabalhado quase sempre não ultrapassou o valor da diária local, que 
era de R$ 50,00. Os fatores que influenciaram a baixa remuneração dessas famílias foram 
determinados essencialmente por: 1) tipo de produto, 2) preço de venda e 3) custos de mão de obra 
com a coleta. 
Entre os PFNMs analisados (castanha, tucumã, breu, copaíba e andiroba), o breu 
apresentou melhor rentabilidade para mais de uma família, com média diária acima de 
R$ 50,00, seguido pelo tucumã (entre R$ 40,00 e R$ 50,00) e a castanha, com renda média 
diária de R$ 10,00. Com média calculada para uma UF apenas, é possível destacar a copaíba, 
com renda acima de R$ 50,00, e a andiroba, com valores entre R$ 10,00 a R$ 30,00 da renda 
líquida por dia trabalhado. O potencial socioeconômico do breu, da castanha e da copaíba é 
determinado, principalmente, pela ocorrência e disponibilidade do recurso nas florestas 
extrativas, o que influencia a sua produtividade e, consequentemente determina os seus 
custos de produção. Para a produção artesanal do óleo de andiroba, foi observada uma 
produção relativamente pequena diante dos dias de trabalho (Figura 3). A rentabilidade dos 
cipós não foi estimada por causa da insuficiência dos dados, pois a estimativa da 
remuneração por dia trabalhado foi calculada com precisão para uma única família e somente 
para a coleta de uma das espécies, no caso, o cipó-ambé. 
Potencial dos Produtos - Indicadores de Tomadas de Decisão 
O óleo de copaíba foi o produto comercializado mais bem avaliado pelos entrevistados. Em 
todos indicadores, o produto obteve média acima de dois pontos (Figura 4). Quando as três UFs 
coletoras de copaíba foram questionadas sobre a preferência por esse PFNM, todas afirmaram que 
os motivos para sua escolha se deviam à sua produção contínua e alta demanda do mercado. O 
baixo número de UFs que trabalhavam com a copaíba pode estar relacionado a dois fatores de 
ordem cultural: o não conhecimento de práticas modernas de coleta da copaíba, que evitam o abate 
das árvores para a extração do óleo de resina, e a falta de experiência com a espécie e o seu produto, 
já que 13 UFs entrevistadas alegaram nunca ter trabalhado com o produto. 
O breu, segundo produto mais bem avaliado, também apresentou os indicadores com 
média acima de dois. Porém, o indicador “demanda de comercialização” foi avaliado como 
“bom” por três famílias. A demanda pelo produto se concentrou em Itacoatiara, enquanto nas 
cidades mais próximas da RDS existiam poucos compradores ou nenhum. O acesso a esse 
mercado comprador, por ser mais distante, era menos acessível aos produtores, tendo sido 
citado por apenas uma família, a qual comercializou o breu em Itacoatiara nos dois últimos 
anos (2017 e 2018). A falta de compradores foi a principal justificativa das famílias que não 
trabalhavam com esse produto (Figura 4). A unidade familiar do Livramento, que 
comercializou o breu em 2018 com o regatão, afirmou que, se houvesse “comprador certo”, 
preferia trabalhar com o breu do que com a castanha. As famílias de Maracarana afirmaram 
não trabalhar com breu por não existir demanda em Presidente Figueiredo. Já as famílias das 
outras comunidades alegaram a falta de demanda pelo produto e o fato de nunca terem 
trabalhado com breu como os principais motivos para não optarem por ele. 
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Valor (em R$) da rentabilidade líquida diária por trabalhador 
Figura 3 Número de famílias por faixas de rentabilidade líquida diária estimada por trabalhador. 
Potencial socioeconômico de produtos florestais não madeireiros na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã, Amazonas 
 
Revista de Economia e Sociologia Rural, 59(3): e229510, 2021 14/19 
O fruto do tucumã, apesar de ter sido avaliado como de alto preço, apresentou demanda 
avaliada em valores inferiores ao nível médio (Figura 4), em razão de duas famílias de 
Maracarana e uma família do Livramento apontarem não haver demanda para comprar 
tucumã dentro da RDS, no porto das comunidades. Outros indicadores importantes para o 
tucumã foram: a alta perecibilidade do fruto, que resultou em perda da maioria da produção; 
e a dificuldade de se trabalhar com a espécie, por causa do seu estirpe liso e próximo ao ápice 
do pedúnculo, densamente espinhosa. As famílias que não trabalhavam com o fruto de 
tucumã alegaram, principalmente, não ter a espécie em suas propriedades, ainda que ela 
ocorresse exclusivamente em sítios e em capoeiras. 
Os entrevistados avaliaram o trabalho com artesanatos de cipós como difícil e 
demorado. Além disso, julgaram o preço e a demanda como médios (Figura 4). Apesar dessas 
avaliações, metade dos entrevistados alegou gostar de trabalhar com cipó, pois apreciavam 
tecer e realizavam o trabalho em casa: “Eu gosto de tecer e posso trabalhar aqui em casa, 
sentada na sombra ecuidando das crianças e das outras coisas” (Entrevista realizada com 
família de Santa Luzia do Jacarequara em 29 de janeiro de 2018), o que indica para um valor 
sociocultural para além do monetário. A maioria das famílias que não trabalhavam com os 
cipós alegou não saber confeccionar os artesanatos. Das que sabiam, muitas deixaram de 
trabalhar nesses últimos dois anos em razão da falta de compradores. 
O óleo de andiroba foi avaliado por duas unidades como produto de abundância média 
por causa da quantidade de sementes produzidas nos sítios dessas UFs, e não pela 
quantidade de óleo produzido (Figura 4). O potencial desse produto foi influenciado 
positivamente pela distância, demanda e preço comercializado, e negativamente pela 
sazonalidade e tempo do processo produtivo. 
A castanha-da-amazônia, produto com maior número de UFs produtoras, apesar de ter 
apresentado alta demanda, teve o preço considerado próximo ao valor médio (Figura 4). Além 
disso, a produção dos ouriços apresentou sazonalidade que impedia as famílias de trabalhar 
o ano inteiro com o produto. Provavelmente, o alto número de famílias que coletaram a 
castanha-da-amazônia, quando comparado aos demais produtos, está relacionado com 
diferentes processos, como o aprendizado adquirido com os familiares, a alta demanda e a 
necessidade de pouco investimento para a coleta, processamento, armazenamento e 
comercialização. Com exceção de uma UF do Livramento, que afirmou não coletar castanha 
pela pouca disponibilidade do recurso nas áreas da comunidade, os demais alegaram não 
trabalhar com esse produto por não ter acesso a castanhais. 
A mão de obra familiar participou de todas as operações da atividade florestal não 
madeireira, pois, geralmente, essas operações estavam relacionadas à geração de renda ou 
segurança alimentar, como é o caso do açaí e do buriti, para citar dois importantes PFNMs 
alimentícios da região (Ribeiro et al., 2004). Apesar da disponibilidade de produção e mão de 
obra, a remuneração por dia trabalhado pelas UFs da RDS poucas vezes atingiu o valor da 
diária local de R$ 50,00. Assim, torna-se necessário apoiar essas cadeias extrativistas, a partir 
da organização social e do apoio do conselho deliberativo, associação de moradores e 
prefeituras, para realização de um planejamento estratégico das atividades e efetivamente 
desenvolver o potencial dos PFNMs na RDS. Essas cadeias poderiam ser motivadas a partir 
capacitação e a definição de novas estratégias para estimular a participação da população 
local, como a descentralização do local de realização das reuniões e a necessidade de apoio 
para locomoção dos representantes da sociedade civil (Olival et al., 2007). 
É possível desenvolver a Amazônia a partir das dinâmicas locais de produção que não 
degradam os recursos naturais em quantidades similares aos grandes empreendimentos e, 
mesmo assim, gerar emprego e renda para parte expressiva da população agrária 
(Herrera et al., 2014). Isso significa permitir que produtores familiares sejam sujeitos do 
desenvolvimento com incentivos que considerem suas especificidades locais. 
As cadeias de produção e consumo dos PFNMs possuem uma gama numerosa e 
heterogênea de atores que ocupam diferentes espaços geográficos e socioeconômicos muito 
diferentes. Quanto mais extensa a cadeia, maiores são as diferenças socioeconômicas entre 
os extrativistas e aqueles que comercializam os produtos finais (Alexiades & Shanley, 2004). 
Foi constatado que, no nível da economia familiar, os moradores da RDS do Uatumã 
asseguravam uma renda líquida suficiente a partir da coleta dos PFNMs. Isso corrobora a 
Potencial socioeconômico de produtos florestais não madeireiros na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã, Amazonas 
 
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observação feita por Barbosa-de-Almeida et al. (2018) sobre a não extinção do extrativismo 
em nível microeconômico, uma vez que a importância em nível local dos produtos 
alimentícios e medicinais e a possibilidade de articulação com mercados regionais e nacional 
se apresentam como possibilidade ainda vigente. 
 
Figura 4 Avaliação dos indicadores de percepção (1 = ruim, 2 = médio e 3 = bom) das unidades 
familiares sobre os PFNMs. 
CONCLUSÕES 
Na RDS do Uatumã, as famílias manejavam simultaneamente quatro subcomponentes 
dos agroecossistemas (floresta manejada, igapó, sítio e capoeira), sendo as florestas 
manejadas os locais com as maiores coocorrências entre os produtos. Ainda, coletavam 
nesses locais pelo menos 25 PFNMs. 
No que tange aos produtos utilizados para alimentação e comercialização, é possível 
destacar a castanha-da-amazônia como o mais representativo em termos de volume 
comercializado e do número de famílias envolvidas. 
Entre os PFNMs potenciais explorados em menor frequência entre as UFs, o açaí, o camu-
camu, o breu, o tucumã e a copaíba carecem de estudos específicos, a partir do mapeamento 
de suas cadeias de valor para estimular seus mercados locais e regionais. O breu foi o produto 
que apresentou melhor rentabilidade para as famílias, no entanto possuía uma baixa 
demanda local. O tucumã, embora abundante na região, tinha sérias restrições quanto à 
Potencial socioeconômico de produtos florestais não madeireiros na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã, Amazonas 
 
Revista de Economia e Sociologia Rural, 59(3): e229510, 2021 16/19 
logística, o que implicou elevadas perdas durante seu escoamento. A coleta de cipós exigia 
melhores condições de manejo e agregação de valor. 
Dos produtos atualmente comercializados, no curto prazo, o óleo de copaíba apresentou 
os melhores indicadores socioeconômicos, pois tinha um mercado regional com demanda 
crescente, uma produção que não sofria com a sazonalidade e era um produto de baixa 
perecibilidade. No entanto, a falta de conhecimento de boas práticas de manejo e de 
manipulação foi um fator decisivo que impedia sua larga exploração na RDS. Já o breu 
apresentou um maior potencial em médio a longo prazo, já que foi o produto que melhor 
remunerou as famílias e foi o segundo produto mais bem avaliado, apesar de não ter alta 
demanda, o que pode ser superado com ações que visem conectar a cadeia local com centros 
consumidores. 
Outro fator importante nesse tipo de economia foi a garantia do preço mínimo praticado 
dentro da RDS, o que poderia incentivar a continuidade da coleta e, principalmente, torná-la 
efetivamente rentável e, por conseguinte, sustentável. Essa meta poderia ser alcançada pela 
inclusão de todos os PFNMs elencados neste estudo na Política de Garantia de Preços 
Mínimos da Sociobiodiversidade (PGPM-Bio), considerando como referência para a 
remuneração justa o valor da diária de trabalho despendida pelos extrativistas no manejo e 
beneficiamento dos PFNMs. O pagamento do preço mínimo poderia assegurar uma renda 
líquida suficiente para manter o engajamento das famílias coletoras nas atividades produtivas 
e na conservação dos recursos florestais. 
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Submetido: 2/out/2019 
Aceito: 2/nov/2020 
Classificação JEL: N56 – Latin America ; Caribbean 
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