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Apostila de Microbiologia.pdf - Google Drive

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Apostila de Microbiologia.pdf
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MORFOLOGIA
As células bacterianas são caracterizadas
morfologicamente pelo tamanho, forma e arranjo.
Tamanho - as bactérias são microscópicas medindo desde 0,3
por 0,8μ m até 10 por 25μ m. As espécies de maior
interesse médico medem entre 0,5 a 1μ m por 2 a 5μ m.
Forma - as bactérias podem ser classificadas quanto a forma
em três grupos básicos:
Cocos - células esféricas.
Bacilos - células cilíndricas, em forma de bastonetes.
Espirilos - células espiriladas. Algumas delas se comportam
como bacilos curvos, em forma de vírgula, que podem ser
denominados víbrios. Ex: Vibrio cholerae.
Arranjos - Grupamentos bacterianos.
Dependendo do plano e do número de divisões através das
quais as bactérias continuam unidas, podem aparecer os
seguintes arranjos:
1.Cocos
Pares: diplococos (ex.: gonococos)
Cadeias: (ex.: estreptococos)
Tétrades ou cúbicos (Sarcina)
Cocos em cachos (ex.: estafilococos)
2.Bacilos e espirilos apresentam-se em geral, como células
isoladas, porém ocasionalmente, pode-se observar: bacilos
aos pares (diplobacilos) ou em cadeia (estreptobacilos).
Após a divisão de algumas bactérias, podem ocorrer
movimentos característicos, por exemplo: um movimento em
chicotada pode levar as bactérias a posições paralelas.
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Té cni ca s d e Co lo raç ã o d e Ba c t é ria s 10
Divisões repetidas e seguidas desses movimentos determinam
posições semelhantes a letras chinesas características do
bacilo diftérico.
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE MEDICINA TROPICAL
DISCIPLINA DE MICROBIOLOGIA E IMUNOLOGIA
ROTEIRO DE AULAS PRÁTICAS DE
MICROBIOLOGIA E IMUNOLOGIA
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Rot e ir o d e Aul a s Prá ti ca s d e Mi c r ob iolo gi a e Imunolo gi a
Í N D I C E
I- ESTERILIZAÇÃO E DESINFECÇÃO-------------------------------------------------------- 3
II – TÉCNICAS DE COLORAÇÃO DE BACTÉRIAS -------------------------------------------- 9
III – MEIOS DE CULTIVO BACTERIANO ----------------------------------------------------16
IV – ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DE BACTÉRIASGRAM POSITIVAS -------------19
V – ANTIBIOGRAMA: TÉCNICAS DE PREPARAÇÃO E INTERPRETAÇÃO ---------------22
VI – ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DE BACTÉRIASGRAM NEGATIVAS ----------- 27
VII – ASPECTOS MICROSCÓPICOS E MACROSCÓPICOS DOS FUNGOS -----------------33
VIII – REAÇÕES ANTÍGENO ANTICORPO --------------------------------------------------41
IX – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ------------------------------------------------------50
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Est e riliza çã o e De sinf e c çã o 3
I - ESTERILIZAÇÃO E DESINFECÇÃO
Esterilização é o processo de destruição por meio de agentes
físicos ou químicos de todas as formas de vida microbiana
(vírus, bactérias, fungos e esporos) presentes num material.
A esterilização pode ser realizada por agentes físicos e
químicos.
ESTERILIZAÇÃO POR MÉTODOS FÍSICOS
1. Calor Úmido
2.
1.1. Autoclavação - É um processo de esterilização pelo
vapor sob pressão em câmaras conhecidas como “autoclaves”
onde vapor de água é mantido em temperatura acima de
100
oC, pelo emprego de pressão maior que a atmosférica, a
uma temperatura de 121
oC. O tempo de exposição depende do
material a ser esterilizado. Este processo é utilizado
para esterilizar vidraria, instrumentos cirúrgicos, meios
de cultivo e outros.
1.2. Tindalização ou esterilização fracionada - Processo
de esterilização na temperatura de 100
oC durante 30
minutos, repetindo-se o aquecimento 2 a 3 dias
consecutivos. Este processo é usado na bacteriologia para
a esterilização de certos meios de cultura que se alteram
em temperaturas elevada, como meios contendo açúcares,
leite etc.
3. Calor Seco
2.1. Forno de Pasteur - Neste processo são empregados
fornos ou estufas, onde a temperatura pode ser regulada e
mantida pelo tempo necessário para que haja
esterilização. É realizada em temperatura de 170-180
oC,
em estufas elétricas por 1 a 2 horas. O material a ser
esterilizado deve ser distribuído de modo uniforme para
facilitar a distribuição do calor que emana das paredes
laterais e da base da estufa. Este processo é indicado
para esterilizar vidraria, instrumentos cirúrgicos
passíveis de serem oxidados pelo vapor, e materiais
impermeáveis como ceras, pomadas, pó e óleos.
2.2. Incineração -É um processo usado para materiais
descartáveis e carcaça de animais utilizados em
experimentos.
2.3. Flambagem - Aquecimento direto na chama do bico de
Bunsen utilizado em rotina de laboratório para
esterilização de alças de platina e bordas da boca de
tubos e balões.
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Est e riliza çã o e De sinf e c çã o 4
3. Filtração - É um processo usado para esterilização de
gases e líquidos tais como soros, soluções de enzimas e
vitaminas, açúcares, que não podem ser submetidos ao
calor. A filtração consiste em passar o material a ser
esterilizado por filtros de poros muito pequenos que não
permitem a passagem de bactérias e fungos.
3.1. Tipos de filtros:
Disco de amianto - Filtro de SEITZ
Membrana de ester de celulose- Millipore
Filtros de partículas de ar de alta eficiência (HEPA) –
removem quase todos os microrganismos maiores que
0,3μ m de diâmetro. São utilizados para reduzir o
número de micróbios transmitidos pelo ar.
4. Radiações
4.1. Radiação ultra-violeta (UV) tem sido utilizada na
esterilização do ar e de ambientes. Na indústria de
alimentos são aplicados para esterilização de
superfícies de pães, xaropes, sacos plásticos, garrafas
de água mineral, carnes mantidas sob refrigeração.
Porém, seu uso é limitado, devido a seu baixo poder de
penetração, pois trata-se de radiação não ionizante.
4.2- Raios gama e raios X (radiações ionizantes)têm alto
poder de penetração. Raios gama têm sido empregados
na esterilização de certas vacinas e sanitização de
alimentos embalados.
MÉTODOS QUÍMICOS
• Glutaraldeído 2% - As soluções de glutaraldeído são
indicadas para esterilização ou desinfecção de instrumentos
médicos cirúrgicos sensíveis ao calor, equipamentos de
anestesia gasosa, fibroscópios,partes ópticas de endoscópios
etc. Exposição em torno de 18 horas.
• Formaldeído (Solução Alcoólica 8%) - A fórmula alcoólica
apresenta 8% de Formaldeído. Sua atividade germicida é
atribuída à inativação de proteínas e ácidos nucléicos
microbianos. Exposição em torno de 18 horas.
• Formaldeído (solução aquosa 10%) - As soluções aquosas além
de não liberar vapores irritantes não possuem os
inconvenientes das soluções alcoólicas sobre lentes de
equipamentos ópticos e artigos de poliestireno e borracha
em exposições prolongadas. Exposição em torno de 18 horas.
Est e riliz a çã o e De sinf e c çã o 5
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MÉTODOS FÍSICO-QUÍMICOS
• Estes métodos associam o produto químico com o uso de
equipamentos, garantindo assim
a efetividade ao processo e
a segurança dos profissionais de saúde, sendo utilizado
para materiais termosensíveis.
• 1 – Esterilização por óxido de etileno: A esterilização é
realizada à baixa temperatura em torno de 54oC durante 8 a 12
horas. Para materiais de implantes e próteses se recomenda uma
aeração ambiental em torno de 7 dias.
• Esterilização por vapor de formaldeído à baixa temperatura:
A esterilização por vapor de formaldeído é realizada em
autoclaves, em concentrações baixas em torno de 2% sob
forma de vapor, em temperaturas que variam entre 73oC e
82oC durante 90 e 180 minutos.
Precauções - As precauções recomendadas para estas soluções
consistem em utilizar luvas ou pinças para o manuseio de
artigos nelas imersas e, nos casos das soluções alcoólicas,
mantê-las em cubas de esterilização fechadas em ambientes
ventilados.
DESINFECÇÃO E ASSEPSIA
* Desinfecção - A Desinfecção consiste na destruição ou
redução dos microrganismos na forma vegetativa, presentes
num material inanimado ou superfícies inertes, mediante a
aplicação de agentes físicos ou químicos. A desinfecção não
implica a eliminação de todos microrganismos viáveis, porém
elimina a potencialidade infecciosa do objeto, superfícies
ou local tratado.
* Assepsia - É o termo usado para designar o processo de
desinfecção de tecidos vivos. Os anti-sépticos são
preparações contendo substâncias microbiocidas ou
microbiostáticas podendo ser usadasna pele, mucosas e
ferimentos. Exemplos: soluções alcoólicas, soluções
iodadas, soluções de permanganato de potássio, formulações
à base de sais de prata, iodóforos, etc.
Observações:
Não são recomendados a utilização de iodofóros no recém-
nascido, pois pode ocorrer absorção transcutânea de iodo
com supressão da função tireoideana.
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Est e riliza çã o e De sinf e c çã o 6
Para a finalidade de antissepsia, não são permitidas as
formulações contendo mercuriais orgânicos, acetona,
quaternários de amônio, hipoclorito a 0,5%, éter e
clorofórmio.
A desinfecção pode ser realizada por agentes físicos e
químicos.
• AGENTES FÍSICOS:
1.0. Pasteurização - É um processo empregado na indústria de
alimentos que elimina microrganismos patogênicos (bacilos
tíficos, paratíficos e desintéricos, brucelas,
estreptococos, bacilo da tuberculose) de produtos como o
leite pasteurizado, vinho, cerveja, submetendo-os a
temperatura de 63
oC por 30 minutos ou 75
oC por 15
segundos. Os tempos e as temperaturas de pasteurização
dependem do método e do produto a ser tratado. A
pasteurização não é um processo de esterilização, uma vez
que esporos e bactérias não patogênicas podem permanecer
viáveis.
1.1.Água Fervente - Artigos de pequeno porte, depois de
lavados com detergente adequado, podem ser desinfetados
por imersão em água a 100
oC durante 10 minutos.
• AGENTES QUÍMICOS:
Principais compostos utilizados em desinfecção e assepsia:
– Álcoois - soluções a 70% e 80%
– Fenóis e Derivados - Fenol, Cresóis, Ac. salicílico e Ác.
Benzóico.
– Halogênios - Iodo, Iodóforos (Polivinil Piralidona-
Iodo/PVP-I, cloro, Hipoclorito de Sódio ou cálcio).
– Metais Pesados - Mercúrio (Mercúrio Cromo,Mertiolato),
Prata (Nitrato de prata), Cobre (Sulfato de Cobre).
– Corantes - Verde brilhante e malaquita. Violeta
Genciana, Azul de Metileno.
de
– Detergentes Sintéticos
-Aniônicos: laurilsulfato de sódio
-Catiônicos: cloreto de cetilpiridínio.
– Oxidantes - Água oxigenada, permanganato de potássio.
– Ácidos, Álcalis - Ác. Sulfúrico, Ác. clorídico, soda
(NaOH).
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Est e riliz aç ã o e De sinf e c çã o 7
NOTAS:
As seguintes precauções deverão ser tomadas para evitar
a sobrevivência de microrganismos contaminantes, falhas de
esterilização ou a recontaminação dos artigos esterilizados,
independentes do processo de esterilização.
1. A escolha do processo de esterilização
Processo de esterilização mais eficaz é o vapor saturado
sob pressão, seguindo-se o calor seco e os esterilizantes
químicos.A escolha depende da natureza do artigo a ser
esterilizado.
2. Limpeza prévia
A presença de matéria orgânica (óleo, gordura, sangue, pus
e outras secreções) protege os microrganismos contaminantes
do contato indispensável com o agente esterilizante. Por
outro lado, quanto menor for o número de microrganismos
presentes, maior será a possibilidade de esterilização.
Assim, é necessário lavar cuidadosamente todos os artigos
em soluções desencrostantes (hiploclorito de sódio,
detergentes sintéticos etc), e enxaguá-los abundantemente
com água corrente e no último enxague com água destilada ou
deionizada antes de submetê-los a qualquer processo de
esterilização.
3. Invólucros e pacotes
Os invólucros devem permitir o contato dos artigos com o
agente esterilizante, bem como mantê-los livres de
microrganismos durantea estocagem. A permeabilidade ao
vapor e ao óxido de etileno, a impermeabilidade a
partículas, a ruptura e a flexibilidade são as
características mais importantes para a seleção de um
invólucro.
4. Estocagem
Após a esterilização, é essencial que os pacotes estejam
íntegros secos e frios, a fim de conservarem a esterilidade
dos artigos neles contidos. Se o pacote, ao ser removido da
câmara ainda estiver quente, o vapor contido no papel
condensa na temperatura ambiente, criando uma pressão
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the mark, buy a license. negativa que aspira o ar (contaminado) do 
ambiente através
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do invólucro. Este atua como se fosse um filtro, deixando-
se penetrar pelo ar e retendo células, partículas
bacterianas ou não. Se este invólucro não estiver íntegro,
os artigos no pacote sofrerão recontaminação. A umidade
além de diminuir a resistência de invólucros de papel,
facilita rupturas e interfere no mecanismo de filtração do
ar. Para evitar a contaminação posterior, recomenda-se o
uso de cestos metálicos.
Os pacotes esterilizados devem ser manuseados o menos
possível, sempre com delicadeza e estocados em ambientes
limpos e secos (30 a 60% de umidade) e temperatura em torno
de 25
oC, reesterilizados quinzenalmente quando não
utilizados.
5. Medidas Preventivas
Uso de luvas, Avental e, se necessário, máscara.
Materiais contaminados por agentes patógenos devem ser
esterilizados antes de serem descartados.
Após o manuseio de materiais contaminados por agentes
microbianos, lavar cuidadosamente as mãos com sabão ou
soluções detergentes antissépticas, como soluções aquosas
de Polivinil Pirrolidona-Iodo (PVP-I) a 10%, cloro-hexidina
a 4% ou hexaclorofeno a 3% adicionado de 0,3% de
clorofenol.
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Est e riliza çã o e De sinf e c çã o 8
Aula Prática - Análise do efeito da ação de antissépticos
relacionada ao crescimento bacteriano.
Objetivo: Observar o efeito de antissépticos sobre o
crescimento bacteriano na superfície da pele das mãos.
Materiais:
“Swab” estéril
Placa com meio de cultura Ágar nutriente.
Antissépticos: Sabão líquido e Solução álcool-iodado,
álcool 70% e álcool gel.
Técnica:
1. Abrir a placa rapidamente e colocar a ponta dos dedos,
sobre a superfície do meio de cultura. Fechar a placa.
2. Lavar as mãos com água corrente e sabão líquido, deixar a
água escorrer espontaneamente em seguida colocar a ponta
dos dedos sobre a superfície do meio de
cultura. Fechar a
placa rapidamente.
3. Friccionar a ponta dos dedos com solução de álcool iodado
2%. Esperar secar, em seguida colocar a ponta dos dedos
sobre o meio de cultura, como item 2.
4. Friccionar a ponta dos dedos com solução de álcool 70% e
depois com álcool gel. Esperar secar, em seguida colocar a
ponta dos dedos sobre o meio de cultura, como item 2.
5. Incubar a 37oC por 24 horas.
Resultado:
Ação dos Agentes Crescimento Bacteriano
Álcool Iodado
Álcool 70%
Sabão
Sem anti-sépticos
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Té cni ca s d e Co lo raç ã o d e Ba c t é ri a s 9
II – TÉCNICAS DE COLORAÇÃO DE BACTÉRIAS
As técnicas de coloração iniciadas por Paul Erlich e
Robert Koch (1843-1910) permitiram ao microbiólogo distinguir
as células bacterianas quanto a sua morfologia, tamanho e
arranjo celular e diferenciá-las de acordo com as suas
características tintoriais. Os corantes são divididos em dois
grupos: os ácidos e os básicos. Os corantes básicos são sais
com base corada que se unem eficazmente a substratos ácidos,
tendo uma grande afinidade para corar material nuclear (azul
de metileno, cristal violeta, fucsina básica, safranina). As
bactérias comportam-se como material nuclear e desse modo,
quase todos os corantes utilizados em bacteriologia são
corantes básicos. Os corantes ácidos tendem a corar mais
eficientemente os substratos básicos, como o citoplasma.
MORFOLOGIA
As células bacterianas são caracterizadas
morfologicamente pelo tamanho, forma e arranjo.
Tamanho - as bactérias são microscópicas medindo desde 0,3
por 0,8μ m até 10 por 25μ m. As espécies de maior
interesse médico medem entre 0,5 a 1μ m por 2 a 5μ m.
Forma - as bactérias podem ser classificadas quanto a forma
em três grupos básicos:
Cocos - células esféricas.
Bacilos - células cilíndricas, em forma de bastonetes.
Espirilos - células espiriladas. Algumas delas se comportam
como bacilos curvos, em forma de vírgula, que podem ser
denominados víbrios. Ex: Vibrio cholerae.
Arranjos - Grupamentos bacterianos.
Dependendo do plano e do número de divisões através das
quais as bactérias continuam unidas, podem aparecer os
seguintes arranjos:
1.Cocos
Pares: diplococos (ex.: gonococos)
Cadeias: (ex.: estreptococos)
Tétrades ou cúbicos (Sarcina)
Cocos em cachos (ex.: estafilococos)
2.Bacilos e espirilos apresentam-se em geral, como células
isoladas, porém ocasionalmente, pode-se observar: bacilos
aos pares (diplobacilos) ou em cadeia (estreptobacilos).
Após a divisão de algumas bactérias, podem ocorrer
movimentos característicos, por exemplo: um movimento em
chicotada pode levar as bactérias a posições paralelas.
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Té cni ca s d e Co lo raç ã o d e Ba c t é ria s 10
Divisões repetidas e seguidas desses movimentos determinam
posições semelhantes a letras chinesas características do
bacilo diftérico.
PREPARAÇÃO DE ESFREGAÇO BACTERIANO PARA COLORAÇÃO
1-Preparação a partir de meio líquido
Usando alça de platina estéril, colocar duas a três
alíquotas de cultura bacteriana preparada em meio líquido
sobre a superfície de uma lâmina de microscopia.
Espalhar sobre a lâmina, fazendo movimentos circulares
de dentro para fora e deixar o esfregaço secar a temperatura
ambiente. Em seguida, realizar a fixação passando duas a três
vezes a lâmina na chama do bico de Bunsen.
2-Preparação a partir de meio sólido
Colocar uma pequena gota de água destilada numa lâmina.
Com alça de platina colocar sobre a lâmina uma pequena porção
do crescimento bacteriano. Espalhar sobre a lâmina e
prosseguir a preparação como no item anterior.
3-Preparação a partir de material biológico
Usando um swab estéril (zaragatoa), friccionar a
superfície da mucosa ou lesão oral por exemplo e fazer um
esfregaço circular na superfície de uma lâmina. Deixar secar
à temperatura ambiente. Recolocar o swab dentro do tubo de
ensaio e executar a fixação, como no item anterior.
COLORAÇÃO SIMPLES
Técnica de coloração caracterizada pelo uso de apenas um
corante, permitindo a observação da forma, tamanho e
grupamento da célula bacteriana. Esta técnica de coloração é
bastante utilizada para a detecção de cocos que causam
meningite (Neisseria meningitidis), em amostra de líquido
cefalorraquidiano (LCR).
MÉTODO
1)Preparar o esfregaço bacteriano em lâminas;
2)Cobrir toda a lâmina com solução de azul de metileno, aguar
dar 5 minutos e desprezar o corante na pia;
3)Lavar a lâmina rapidamente em água corrente, secar com
papel de filtro ou à temperatura ambiente (sem esfregar) e
observar em objetiva de imersão.
RESULTADO
Visualizar, descrever a morfologia e arranjo das
bactérias existente na lâmina.
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Té cni ca s d e Co lo raç ã o d e Ba c t é ria s 11
COLORAÇÃO DE GRAM (Coloração diferencial)
Este método de coloração foi empiricamente desenvolvido
pelo bacteriologista dinamarquês, Christian Gram, em 1884, e
permite distinção entre diferentes bactérias que podem
mostrar uma morfologia similar, porém com propriedades
tintoriais diferentes. A coloração de Gram classifica as
bactérias em dois grupos: Gram positivas e Gram negativas.
TÉCNICA DE COLORAÇÃO DE GRAM
1)cobrir toda a lâmina com solução de cristal violeta,
aguardar um minuto e desprezar o corante na pia;
2)cobrir a lâmina com lugol, aguardar um minuto, desprezar o
lugol na pia;
3)inclinar a lâmina e gotejar álcool-acetona até que não haja
desprendimento de corante (cerca de 30 segundos), lavar a
lâmina rapidamente em água corrente.
4)cobrir a lâmina com fucsina de Gram e aguardar 30 segundos.
Lavar, secar e observar em objetiva de imersão.
NOTAS
1)O Cristal violeta só se liga a parede celular bacteriana
após a adição da solução de lugol (mordente)
2)O etanol poderá ser usado como agente descorante fraco.
3)O material dos corantes empregados na técnica,
principalmente sedimento do cristal violeta, poderá
aparecer como artefato.
4)O descoramento para mais ou menos é resultante da incorreta
diferenciação pelo álcool-acetona.
5)A idade da cultura bacteriana tem importância fundamental
na coloração de Gram. Em culturas envelhecidas, células
Gram Positivas freqüentemente se tornam Gram Negativas.
Enzimas líticas excretadas normalmente por culturas
envelhecidas podem causar danos à parede da célula, como por
exemplo, alterando a permeabilidade aos solventes (álcool-
acetona). Conseqüentemente, o complexo iodo cristal violeta
poderá ser retirado da célula, nessa fase de coloração.
RESULTADO
Visualizar, desenhar a morfologia e classificar as
bactérias nas lâminas de acordo com o seu comportamento
diante dos corantes de Gram:
Bactérias Gram positivas coradas em roxo
Bactérias Gram negativas coradas em rosa
INTERPRETAÇÃO
A coloração de Gram classifica as bactérias em Gram
positivas ou Gram negativas. O mecanismo da coloração de
Gram,
 se refere à composição da parede celular, sendo que as Create PDF with 
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Té cni ca s d e Co lo raç ã o d e Ba c t é ri a s 12
Gram positivas possuem espessa camada de peptidoglicano e
ácido teicóico, e as Gram negativas, uma fina camada de
peptidoglicano, sobre a qual se encontra uma camada composta
por lipoproteínas, fosfolipídeos, proteínas e
lipopolissacarídeos.
Durante o processo de coloração, o
tratamento com o álcool(ou álcool-acetona) extrai os
lipídeos, daí resultando uma porosidade ou permeabilidade
aumentada da parede celular das bactérias Gram negativas.
Assim, o complexo cristal violeta iodo (CV-I) pode ser
retirado e as bactérias Gram negativas são descoradas. A
parede celular das bactérias Gram positivas, em virtude de
sua composição diferente, torna-se desidratada durante o
tratamento com álcool, a porosidade diminui, a permeabilidade
é reduzida e o complexo CV-I não pode ser extraído.
COLORAÇÃO DIFERENCIAL PELO MÉTODO DE ZIEHL-NEELSEN (1882)
A coloração de Ziehl-Neelsen é o método para a pesquisa
de bacilos álcool ácido resistentes (BAAR) incluindo-se o
bacilo da tuberculose, o bacilo de Hansen e micobactérias
atípicas. Este método de coloração se baseia na propriedade
das micobactérias de se corarem inicialmente pela
carbolfucsina (a fucsina dissolvida numa solução de fenol-
álcool-água) e resistirem a uma descoloração por álcool-
ácido.
Através desta coloração, podemos visualizar um grupo
restrito de bactérias que possuem sua parede celular
constituída delipídeos em grande concentração, devido a
presença de cêras e ácidos graxos de cadeia longa(ácidos
micólicos), que conferem à célula a característica de álcool-
ácido resistência.
COLETA DO MATERIAL
1- Coletar a amostra, antes da antibioticoterapia.
2- Obter, de preferência o primeiro escarro da manha antes da
ingestão de alimentos.
3- Orientar o paciente para escovar os dentes com água (não
utilizar pasta dental) e enxaguar a boca varias vezes,
inclusive com gargarejos.
4- Respirar fundo, umas oito ou dez vezes, e tossir
profundamente, recolhendo o material no frasco de coleta
estéril.
5- Quando o material produzido for escasso, coletar amostra
após nebulização.
6- Enviar ao laboratório o mais breve possível.
O escarro obtido deve ser purulento. As amostras salivares
são impróprias para análise bacteriológica, pois não são
representativas do processo infeccioso.
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