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Apostila de Microbiologia.pdf Apostila de Microbiologia.pdf Abrir Extrair Abrir com MORFOLOGIA As células bacterianas são caracterizadas morfologicamente pelo tamanho, forma e arranjo. Tamanho - as bactérias são microscópicas medindo desde 0,3 por 0,8μ m até 10 por 25μ m. As espécies de maior interesse médico medem entre 0,5 a 1μ m por 2 a 5μ m. Forma - as bactérias podem ser classificadas quanto a forma em três grupos básicos: Cocos - células esféricas. Bacilos - células cilíndricas, em forma de bastonetes. Espirilos - células espiriladas. Algumas delas se comportam como bacilos curvos, em forma de vírgula, que podem ser denominados víbrios. Ex: Vibrio cholerae. Arranjos - Grupamentos bacterianos. Dependendo do plano e do número de divisões através das quais as bactérias continuam unidas, podem aparecer os seguintes arranjos: 1.Cocos Pares: diplococos (ex.: gonococos) Cadeias: (ex.: estreptococos) Tétrades ou cúbicos (Sarcina) Cocos em cachos (ex.: estafilococos) 2.Bacilos e espirilos apresentam-se em geral, como células isoladas, porém ocasionalmente, pode-se observar: bacilos aos pares (diplobacilos) ou em cadeia (estreptobacilos). Após a divisão de algumas bactérias, podem ocorrer movimentos característicos, por exemplo: um movimento em chicotada pode levar as bactérias a posições paralelas. Create PDF with GetPDF on Windows 7, Vista, XP, Server 2003, 2008. To remove the mark, buy a license. Té cni ca s d e Co lo raç ã o d e Ba c t é ria s 10 Divisões repetidas e seguidas desses movimentos determinam posições semelhantes a letras chinesas características do bacilo diftérico. Página 1 de 56 3333333 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE MEDICINA TROPICAL DISCIPLINA DE MICROBIOLOGIA E IMUNOLOGIA ROTEIRO DE AULAS PRÁTICAS DE MICROBIOLOGIA E IMUNOLOGIA Create PDF with GetPDF on Windows 7, Vista, XP, Server 2003, 2008. To remove the mark, buy a license. Página 2 de 56 Rot e ir o d e Aul a s Prá ti ca s d e Mi c r ob iolo gi a e Imunolo gi a Í N D I C E I- ESTERILIZAÇÃO E DESINFECÇÃO-------------------------------------------------------- 3 II – TÉCNICAS DE COLORAÇÃO DE BACTÉRIAS -------------------------------------------- 9 III – MEIOS DE CULTIVO BACTERIANO ----------------------------------------------------16 IV – ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DE BACTÉRIASGRAM POSITIVAS -------------19 V – ANTIBIOGRAMA: TÉCNICAS DE PREPARAÇÃO E INTERPRETAÇÃO ---------------22 VI – ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DE BACTÉRIASGRAM NEGATIVAS ----------- 27 VII – ASPECTOS MICROSCÓPICOS E MACROSCÓPICOS DOS FUNGOS -----------------33 VIII – REAÇÕES ANTÍGENO ANTICORPO --------------------------------------------------41 IX – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ------------------------------------------------------50 Create PDF with GetPDF on Windows 7, Vista, XP, Server 2003, 2008. To remove the mark, buy a license. Página 3 de 56 Est e riliza çã o e De sinf e c çã o 3 I - ESTERILIZAÇÃO E DESINFECÇÃO Esterilização é o processo de destruição por meio de agentes físicos ou químicos de todas as formas de vida microbiana (vírus, bactérias, fungos e esporos) presentes num material. A esterilização pode ser realizada por agentes físicos e químicos. ESTERILIZAÇÃO POR MÉTODOS FÍSICOS 1. Calor Úmido 2. 1.1. Autoclavação - É um processo de esterilização pelo vapor sob pressão em câmaras conhecidas como “autoclaves” onde vapor de água é mantido em temperatura acima de 100 oC, pelo emprego de pressão maior que a atmosférica, a uma temperatura de 121 oC. O tempo de exposição depende do material a ser esterilizado. Este processo é utilizado para esterilizar vidraria, instrumentos cirúrgicos, meios de cultivo e outros. 1.2. Tindalização ou esterilização fracionada - Processo de esterilização na temperatura de 100 oC durante 30 minutos, repetindo-se o aquecimento 2 a 3 dias consecutivos. Este processo é usado na bacteriologia para a esterilização de certos meios de cultura que se alteram em temperaturas elevada, como meios contendo açúcares, leite etc. 3. Calor Seco 2.1. Forno de Pasteur - Neste processo são empregados fornos ou estufas, onde a temperatura pode ser regulada e mantida pelo tempo necessário para que haja esterilização. É realizada em temperatura de 170-180 oC, em estufas elétricas por 1 a 2 horas. O material a ser esterilizado deve ser distribuído de modo uniforme para facilitar a distribuição do calor que emana das paredes laterais e da base da estufa. Este processo é indicado para esterilizar vidraria, instrumentos cirúrgicos passíveis de serem oxidados pelo vapor, e materiais impermeáveis como ceras, pomadas, pó e óleos. 2.2. Incineração -É um processo usado para materiais descartáveis e carcaça de animais utilizados em experimentos. 2.3. Flambagem - Aquecimento direto na chama do bico de Bunsen utilizado em rotina de laboratório para esterilização de alças de platina e bordas da boca de tubos e balões. Create PDF with GetPDF on Windows 7, Vista, XP, Server 2003, 2008. To remove the mark, buy a license. Página 4 de 56 Est e riliza çã o e De sinf e c çã o 4 3. Filtração - É um processo usado para esterilização de gases e líquidos tais como soros, soluções de enzimas e vitaminas, açúcares, que não podem ser submetidos ao calor. A filtração consiste em passar o material a ser esterilizado por filtros de poros muito pequenos que não permitem a passagem de bactérias e fungos. 3.1. Tipos de filtros: Disco de amianto - Filtro de SEITZ Membrana de ester de celulose- Millipore Filtros de partículas de ar de alta eficiência (HEPA) – removem quase todos os microrganismos maiores que 0,3μ m de diâmetro. São utilizados para reduzir o número de micróbios transmitidos pelo ar. 4. Radiações 4.1. Radiação ultra-violeta (UV) tem sido utilizada na esterilização do ar e de ambientes. Na indústria de alimentos são aplicados para esterilização de superfícies de pães, xaropes, sacos plásticos, garrafas de água mineral, carnes mantidas sob refrigeração. Porém, seu uso é limitado, devido a seu baixo poder de penetração, pois trata-se de radiação não ionizante. 4.2- Raios gama e raios X (radiações ionizantes)têm alto poder de penetração. Raios gama têm sido empregados na esterilização de certas vacinas e sanitização de alimentos embalados. MÉTODOS QUÍMICOS • Glutaraldeído 2% - As soluções de glutaraldeído são indicadas para esterilização ou desinfecção de instrumentos médicos cirúrgicos sensíveis ao calor, equipamentos de anestesia gasosa, fibroscópios,partes ópticas de endoscópios etc. Exposição em torno de 18 horas. • Formaldeído (Solução Alcoólica 8%) - A fórmula alcoólica apresenta 8% de Formaldeído. Sua atividade germicida é atribuída à inativação de proteínas e ácidos nucléicos microbianos. Exposição em torno de 18 horas. • Formaldeído (solução aquosa 10%) - As soluções aquosas além de não liberar vapores irritantes não possuem os inconvenientes das soluções alcoólicas sobre lentes de equipamentos ópticos e artigos de poliestireno e borracha em exposições prolongadas. Exposição em torno de 18 horas. Est e riliz a çã o e De sinf e c çã o 5 Create PDF with GetPDF on Windows 7, Vista, XP, Server 2003, 2008. To remove the mark, buy a license. Página 5 de 56 MÉTODOS FÍSICO-QUÍMICOS • Estes métodos associam o produto químico com o uso de equipamentos, garantindo assim a efetividade ao processo e a segurança dos profissionais de saúde, sendo utilizado para materiais termosensíveis. • 1 – Esterilização por óxido de etileno: A esterilização é realizada à baixa temperatura em torno de 54oC durante 8 a 12 horas. Para materiais de implantes e próteses se recomenda uma aeração ambiental em torno de 7 dias. • Esterilização por vapor de formaldeído à baixa temperatura: A esterilização por vapor de formaldeído é realizada em autoclaves, em concentrações baixas em torno de 2% sob forma de vapor, em temperaturas que variam entre 73oC e 82oC durante 90 e 180 minutos. Precauções - As precauções recomendadas para estas soluções consistem em utilizar luvas ou pinças para o manuseio de artigos nelas imersas e, nos casos das soluções alcoólicas, mantê-las em cubas de esterilização fechadas em ambientes ventilados. DESINFECÇÃO E ASSEPSIA * Desinfecção - A Desinfecção consiste na destruição ou redução dos microrganismos na forma vegetativa, presentes num material inanimado ou superfícies inertes, mediante a aplicação de agentes físicos ou químicos. A desinfecção não implica a eliminação de todos microrganismos viáveis, porém elimina a potencialidade infecciosa do objeto, superfícies ou local tratado. * Assepsia - É o termo usado para designar o processo de desinfecção de tecidos vivos. Os anti-sépticos são preparações contendo substâncias microbiocidas ou microbiostáticas podendo ser usadasna pele, mucosas e ferimentos. Exemplos: soluções alcoólicas, soluções iodadas, soluções de permanganato de potássio, formulações à base de sais de prata, iodóforos, etc. Observações: Não são recomendados a utilização de iodofóros no recém- nascido, pois pode ocorrer absorção transcutânea de iodo com supressão da função tireoideana. Create PDF with GetPDF on Windows 7, Vista, XP, Server 2003, 2008. To remove the mark, buy a license. Página 6 de 56 Est e riliza çã o e De sinf e c çã o 6 Para a finalidade de antissepsia, não são permitidas as formulações contendo mercuriais orgânicos, acetona, quaternários de amônio, hipoclorito a 0,5%, éter e clorofórmio. A desinfecção pode ser realizada por agentes físicos e químicos. • AGENTES FÍSICOS: 1.0. Pasteurização - É um processo empregado na indústria de alimentos que elimina microrganismos patogênicos (bacilos tíficos, paratíficos e desintéricos, brucelas, estreptococos, bacilo da tuberculose) de produtos como o leite pasteurizado, vinho, cerveja, submetendo-os a temperatura de 63 oC por 30 minutos ou 75 oC por 15 segundos. Os tempos e as temperaturas de pasteurização dependem do método e do produto a ser tratado. A pasteurização não é um processo de esterilização, uma vez que esporos e bactérias não patogênicas podem permanecer viáveis. 1.1.Água Fervente - Artigos de pequeno porte, depois de lavados com detergente adequado, podem ser desinfetados por imersão em água a 100 oC durante 10 minutos. • AGENTES QUÍMICOS: Principais compostos utilizados em desinfecção e assepsia: – Álcoois - soluções a 70% e 80% – Fenóis e Derivados - Fenol, Cresóis, Ac. salicílico e Ác. Benzóico. – Halogênios - Iodo, Iodóforos (Polivinil Piralidona- Iodo/PVP-I, cloro, Hipoclorito de Sódio ou cálcio). – Metais Pesados - Mercúrio (Mercúrio Cromo,Mertiolato), Prata (Nitrato de prata), Cobre (Sulfato de Cobre). – Corantes - Verde brilhante e malaquita. Violeta Genciana, Azul de Metileno. de – Detergentes Sintéticos -Aniônicos: laurilsulfato de sódio -Catiônicos: cloreto de cetilpiridínio. – Oxidantes - Água oxigenada, permanganato de potássio. – Ácidos, Álcalis - Ác. Sulfúrico, Ác. clorídico, soda (NaOH). Create PDF with GetPDF on Windows 7, Vista, XP, Server 2003, 2008. To remove the mark, buy a license. Página 7 de 56 Est e riliz aç ã o e De sinf e c çã o 7 NOTAS: As seguintes precauções deverão ser tomadas para evitar a sobrevivência de microrganismos contaminantes, falhas de esterilização ou a recontaminação dos artigos esterilizados, independentes do processo de esterilização. 1. A escolha do processo de esterilização Processo de esterilização mais eficaz é o vapor saturado sob pressão, seguindo-se o calor seco e os esterilizantes químicos.A escolha depende da natureza do artigo a ser esterilizado. 2. Limpeza prévia A presença de matéria orgânica (óleo, gordura, sangue, pus e outras secreções) protege os microrganismos contaminantes do contato indispensável com o agente esterilizante. Por outro lado, quanto menor for o número de microrganismos presentes, maior será a possibilidade de esterilização. Assim, é necessário lavar cuidadosamente todos os artigos em soluções desencrostantes (hiploclorito de sódio, detergentes sintéticos etc), e enxaguá-los abundantemente com água corrente e no último enxague com água destilada ou deionizada antes de submetê-los a qualquer processo de esterilização. 3. Invólucros e pacotes Os invólucros devem permitir o contato dos artigos com o agente esterilizante, bem como mantê-los livres de microrganismos durantea estocagem. A permeabilidade ao vapor e ao óxido de etileno, a impermeabilidade a partículas, a ruptura e a flexibilidade são as características mais importantes para a seleção de um invólucro. 4. Estocagem Após a esterilização, é essencial que os pacotes estejam íntegros secos e frios, a fim de conservarem a esterilidade dos artigos neles contidos. Se o pacote, ao ser removido da câmara ainda estiver quente, o vapor contido no papel condensa na temperatura ambiente, criando uma pressão Create PDF with GetPDF on Windows 7, Vista, XP, Server 2003, 2008. To remove the mark, buy a license. negativa que aspira o ar (contaminado) do ambiente através Página 8 de 56 do invólucro. Este atua como se fosse um filtro, deixando- se penetrar pelo ar e retendo células, partículas bacterianas ou não. Se este invólucro não estiver íntegro, os artigos no pacote sofrerão recontaminação. A umidade além de diminuir a resistência de invólucros de papel, facilita rupturas e interfere no mecanismo de filtração do ar. Para evitar a contaminação posterior, recomenda-se o uso de cestos metálicos. Os pacotes esterilizados devem ser manuseados o menos possível, sempre com delicadeza e estocados em ambientes limpos e secos (30 a 60% de umidade) e temperatura em torno de 25 oC, reesterilizados quinzenalmente quando não utilizados. 5. Medidas Preventivas Uso de luvas, Avental e, se necessário, máscara. Materiais contaminados por agentes patógenos devem ser esterilizados antes de serem descartados. Após o manuseio de materiais contaminados por agentes microbianos, lavar cuidadosamente as mãos com sabão ou soluções detergentes antissépticas, como soluções aquosas de Polivinil Pirrolidona-Iodo (PVP-I) a 10%, cloro-hexidina a 4% ou hexaclorofeno a 3% adicionado de 0,3% de clorofenol. Create PDF with GetPDF on Windows 7, Vista, XP, Server 2003, 2008. To remove the mark, buy a license. Página 9 de 56 Est e riliza çã o e De sinf e c çã o 8 Aula Prática - Análise do efeito da ação de antissépticos relacionada ao crescimento bacteriano. Objetivo: Observar o efeito de antissépticos sobre o crescimento bacteriano na superfície da pele das mãos. Materiais: “Swab” estéril Placa com meio de cultura Ágar nutriente. Antissépticos: Sabão líquido e Solução álcool-iodado, álcool 70% e álcool gel. Técnica: 1. Abrir a placa rapidamente e colocar a ponta dos dedos, sobre a superfície do meio de cultura. Fechar a placa. 2. Lavar as mãos com água corrente e sabão líquido, deixar a água escorrer espontaneamente em seguida colocar a ponta dos dedos sobre a superfície do meio de cultura. Fechar a placa rapidamente. 3. Friccionar a ponta dos dedos com solução de álcool iodado 2%. Esperar secar, em seguida colocar a ponta dos dedos sobre o meio de cultura, como item 2. 4. Friccionar a ponta dos dedos com solução de álcool 70% e depois com álcool gel. Esperar secar, em seguida colocar a ponta dos dedos sobre o meio de cultura, como item 2. 5. Incubar a 37oC por 24 horas. Resultado: Ação dos Agentes Crescimento Bacteriano Álcool Iodado Álcool 70% Sabão Sem anti-sépticos Create PDF with GetPDF on Windows 7, Vista, XP, Server 2003, 2008. To remove the mark, buy a license. Página 10 de 56 Té cni ca s d e Co lo raç ã o d e Ba c t é ri a s 9 II – TÉCNICAS DE COLORAÇÃO DE BACTÉRIAS As técnicas de coloração iniciadas por Paul Erlich e Robert Koch (1843-1910) permitiram ao microbiólogo distinguir as células bacterianas quanto a sua morfologia, tamanho e arranjo celular e diferenciá-las de acordo com as suas características tintoriais. Os corantes são divididos em dois grupos: os ácidos e os básicos. Os corantes básicos são sais com base corada que se unem eficazmente a substratos ácidos, tendo uma grande afinidade para corar material nuclear (azul de metileno, cristal violeta, fucsina básica, safranina). As bactérias comportam-se como material nuclear e desse modo, quase todos os corantes utilizados em bacteriologia são corantes básicos. Os corantes ácidos tendem a corar mais eficientemente os substratos básicos, como o citoplasma. MORFOLOGIA As células bacterianas são caracterizadas morfologicamente pelo tamanho, forma e arranjo. Tamanho - as bactérias são microscópicas medindo desde 0,3 por 0,8μ m até 10 por 25μ m. As espécies de maior interesse médico medem entre 0,5 a 1μ m por 2 a 5μ m. Forma - as bactérias podem ser classificadas quanto a forma em três grupos básicos: Cocos - células esféricas. Bacilos - células cilíndricas, em forma de bastonetes. Espirilos - células espiriladas. Algumas delas se comportam como bacilos curvos, em forma de vírgula, que podem ser denominados víbrios. Ex: Vibrio cholerae. Arranjos - Grupamentos bacterianos. Dependendo do plano e do número de divisões através das quais as bactérias continuam unidas, podem aparecer os seguintes arranjos: 1.Cocos Pares: diplococos (ex.: gonococos) Cadeias: (ex.: estreptococos) Tétrades ou cúbicos (Sarcina) Cocos em cachos (ex.: estafilococos) 2.Bacilos e espirilos apresentam-se em geral, como células isoladas, porém ocasionalmente, pode-se observar: bacilos aos pares (diplobacilos) ou em cadeia (estreptobacilos). Após a divisão de algumas bactérias, podem ocorrer movimentos característicos, por exemplo: um movimento em chicotada pode levar as bactérias a posições paralelas. Create PDF with GetPDF on Windows 7, Vista, XP, Server 2003, 2008. To remove the mark, buy a license. Página 11 de 56 Té cni ca s d e Co lo raç ã o d e Ba c t é ria s 10 Divisões repetidas e seguidas desses movimentos determinam posições semelhantes a letras chinesas características do bacilo diftérico. PREPARAÇÃO DE ESFREGAÇO BACTERIANO PARA COLORAÇÃO 1-Preparação a partir de meio líquido Usando alça de platina estéril, colocar duas a três alíquotas de cultura bacteriana preparada em meio líquido sobre a superfície de uma lâmina de microscopia. Espalhar sobre a lâmina, fazendo movimentos circulares de dentro para fora e deixar o esfregaço secar a temperatura ambiente. Em seguida, realizar a fixação passando duas a três vezes a lâmina na chama do bico de Bunsen. 2-Preparação a partir de meio sólido Colocar uma pequena gota de água destilada numa lâmina. Com alça de platina colocar sobre a lâmina uma pequena porção do crescimento bacteriano. Espalhar sobre a lâmina e prosseguir a preparação como no item anterior. 3-Preparação a partir de material biológico Usando um swab estéril (zaragatoa), friccionar a superfície da mucosa ou lesão oral por exemplo e fazer um esfregaço circular na superfície de uma lâmina. Deixar secar à temperatura ambiente. Recolocar o swab dentro do tubo de ensaio e executar a fixação, como no item anterior. COLORAÇÃO SIMPLES Técnica de coloração caracterizada pelo uso de apenas um corante, permitindo a observação da forma, tamanho e grupamento da célula bacteriana. Esta técnica de coloração é bastante utilizada para a detecção de cocos que causam meningite (Neisseria meningitidis), em amostra de líquido cefalorraquidiano (LCR). MÉTODO 1)Preparar o esfregaço bacteriano em lâminas; 2)Cobrir toda a lâmina com solução de azul de metileno, aguar dar 5 minutos e desprezar o corante na pia; 3)Lavar a lâmina rapidamente em água corrente, secar com papel de filtro ou à temperatura ambiente (sem esfregar) e observar em objetiva de imersão. RESULTADO Visualizar, descrever a morfologia e arranjo das bactérias existente na lâmina. Create PDF with GetPDF on Windows 7, Vista, XP, Server 2003, 2008. To remove the mark, buy a license. Página 12 de 56 Té cni ca s d e Co lo raç ã o d e Ba c t é ria s 11 COLORAÇÃO DE GRAM (Coloração diferencial) Este método de coloração foi empiricamente desenvolvido pelo bacteriologista dinamarquês, Christian Gram, em 1884, e permite distinção entre diferentes bactérias que podem mostrar uma morfologia similar, porém com propriedades tintoriais diferentes. A coloração de Gram classifica as bactérias em dois grupos: Gram positivas e Gram negativas. TÉCNICA DE COLORAÇÃO DE GRAM 1)cobrir toda a lâmina com solução de cristal violeta, aguardar um minuto e desprezar o corante na pia; 2)cobrir a lâmina com lugol, aguardar um minuto, desprezar o lugol na pia; 3)inclinar a lâmina e gotejar álcool-acetona até que não haja desprendimento de corante (cerca de 30 segundos), lavar a lâmina rapidamente em água corrente. 4)cobrir a lâmina com fucsina de Gram e aguardar 30 segundos. Lavar, secar e observar em objetiva de imersão. NOTAS 1)O Cristal violeta só se liga a parede celular bacteriana após a adição da solução de lugol (mordente) 2)O etanol poderá ser usado como agente descorante fraco. 3)O material dos corantes empregados na técnica, principalmente sedimento do cristal violeta, poderá aparecer como artefato. 4)O descoramento para mais ou menos é resultante da incorreta diferenciação pelo álcool-acetona. 5)A idade da cultura bacteriana tem importância fundamental na coloração de Gram. Em culturas envelhecidas, células Gram Positivas freqüentemente se tornam Gram Negativas. Enzimas líticas excretadas normalmente por culturas envelhecidas podem causar danos à parede da célula, como por exemplo, alterando a permeabilidade aos solventes (álcool- acetona). Conseqüentemente, o complexo iodo cristal violeta poderá ser retirado da célula, nessa fase de coloração. RESULTADO Visualizar, desenhar a morfologia e classificar as bactérias nas lâminas de acordo com o seu comportamento diante dos corantes de Gram: Bactérias Gram positivas coradas em roxo Bactérias Gram negativas coradas em rosa INTERPRETAÇÃO A coloração de Gram classifica as bactérias em Gram positivas ou Gram negativas. O mecanismo da coloração de Gram, se refere à composição da parede celular, sendo que as Create PDF with GetPDF on Windows 7, Vista, XP, Server 2003, 2008. To remove the mark, buy a license. Página 13 de 56 Té cni ca s d e Co lo raç ã o d e Ba c t é ri a s 12 Gram positivas possuem espessa camada de peptidoglicano e ácido teicóico, e as Gram negativas, uma fina camada de peptidoglicano, sobre a qual se encontra uma camada composta por lipoproteínas, fosfolipídeos, proteínas e lipopolissacarídeos. Durante o processo de coloração, o tratamento com o álcool(ou álcool-acetona) extrai os lipídeos, daí resultando uma porosidade ou permeabilidade aumentada da parede celular das bactérias Gram negativas. Assim, o complexo cristal violeta iodo (CV-I) pode ser retirado e as bactérias Gram negativas são descoradas. A parede celular das bactérias Gram positivas, em virtude de sua composição diferente, torna-se desidratada durante o tratamento com álcool, a porosidade diminui, a permeabilidade é reduzida e o complexo CV-I não pode ser extraído. COLORAÇÃO DIFERENCIAL PELO MÉTODO DE ZIEHL-NEELSEN (1882) A coloração de Ziehl-Neelsen é o método para a pesquisa de bacilos álcool ácido resistentes (BAAR) incluindo-se o bacilo da tuberculose, o bacilo de Hansen e micobactérias atípicas. Este método de coloração se baseia na propriedade das micobactérias de se corarem inicialmente pela carbolfucsina (a fucsina dissolvida numa solução de fenol- álcool-água) e resistirem a uma descoloração por álcool- ácido. Através desta coloração, podemos visualizar um grupo restrito de bactérias que possuem sua parede celular constituída delipídeos em grande concentração, devido a presença de cêras e ácidos graxos de cadeia longa(ácidos micólicos), que conferem à célula a característica de álcool- ácido resistência. COLETA DO MATERIAL 1- Coletar a amostra, antes da antibioticoterapia. 2- Obter, de preferência o primeiro escarro da manha antes da ingestão de alimentos. 3- Orientar o paciente para escovar os dentes com água (não utilizar pasta dental) e enxaguar a boca varias vezes, inclusive com gargarejos. 4- Respirar fundo, umas oito ou dez vezes, e tossir profundamente, recolhendo o material no frasco de coleta estéril. 5- Quando o material produzido for escasso, coletar amostra após nebulização. 6- Enviar ao laboratório o mais breve possível. O escarro obtido deve ser purulento. As amostras salivares são impróprias para análise bacteriológica, pois não são representativas do processo infeccioso. Create PDF with GetPDF on Windows 7, Vista, XP, Server 2003, 2008. To remove the mark, buy a license. 11 de 56 Detalhes Comentários Informações gerais Tipo PDF Dimensões Tamanho 5 MB Local Modificado 18:38 28 de abr Criado 18:14 28 de abr Aberto por mim 17:22 29 de abr Descrição Adicionar uma descrição Compartilhamento Thaynara Pimentel Proprietário Qualquer pessoa com o link Pode editar Permissão para download Os leitores podem fazer o download ✓ Exibindo Apostila de Microbiologia.pdf…
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