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DIREITO PROCESSUAL PENAL II 
PROF. MARCELO LEONARDO 
 
17-09-2012 
RELAÇÃO PROCESSUAL PENAL 
 
Sujeitos processuais 
Juiz → jurisdição 
Independência → CF/88, art. 95 → garantias constitucionais da magistratura (por 
exemplo, inamovibilidade, irredutibilidade de subsídios) e as respectivas vedações 
(como, por exemplo, exercer outro cargo ou função, salvo magistério). 
Imparcialidade → CPP, art. 252 a 256 
 
Autor → direito de ação 
 
Réu → direito de defesa 
 
JURISDIÇÃO 
Poder, dever e atividade. 
 
COMPETÊNCIA 
Os juízes têm a jurisdição limitada pelos critérios de competência. 
 
1. Lugar da infração → CPP, art. 70 → em regra, a ação penal é proposta no foro do 
lugar da infração. 
CP, art. 6º → considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou 
omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o 
resultado. 
Tentativa → último ato de execução 
 
2. Prevenção → CPP, art. 83 → verificar-se-á a competência por prevenção toda vez 
que, concorrendo dois ou mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição 
cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do processo ou 
de medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da queixa. 
 
3. Domicílio do réu → local onde o indivíduo tem residência (elemento objetivo) com o 
ânimo de ali permanecer (elemento subjetivo). 
Critério utilizando quando se sabe quem é o agente da infração praticada, mas não se 
conhece o local da infração. 
 
CPP, art. 73 → ação penal privada → se o local da infração e o local do domicílio do 
réu forem diversos, a vontade do querelante fixa a competência. 
 
4. Natureza da infração → CPP, art. 74 → grosso modo, competência em razão da 
matéria. 
Justiça Federal → CF/88, art. 109 
 
§ 2º → se, iniciado o processo perante um juiz, houver desclassificação para infração da 
competência de outro, a este será remetido o processo, salvo se mais graduada for a 
jurisdição do primeiro (por exemplo, o tribunal tem a jurisdição mais graduada do que a 
do juiz singular), que, em tal caso, terá sua competência prorrogada. 
 
5. Distribuição → CPP, art. 75 → critério aleatório → quando determinado órgão do 
Judiciário tem mais de um juiz competente para julgar a ação, fixa-se a competência 
pelo critério da distribuição. 
 
6. Prerrogativa de função (pessoas) → CPP, art. 84 a 87 → artigos parcialmente 
recepcionados pela CF → vigoram naquilo que não contrariam o texto constitucional. 
Critério excepcional que prevalece em relação aos outros. 
Ação penal originária dos tribunais. 
 
20-09-2012 
CRITÉRIOS DE DETERMINAÇÃO DE COMPETÊNCIA 
1. Lugar da infração 
2. Domicílio do réu 
3. Natureza da infração 
4. Prerrogativa de função 
5. Distribuição 
6. Prevenção 
 
7. Conexão ou continência 
Conexão → CPP, art. 76 
Continência → CPP, art. 77 
 
CPP, art. 78 → regras da unidade de julgamento. 
CPP, art. 79 → separação obrigatória dos processos. 
CPP, art. 80 → separação facultativa dos processos por decisão devidamente 
fundamentada. 
 
Súmula 90 do STJ → compete à Justiça Estadual Militar processar e julgar o policial 
militar pela prática do crime militar, e à Comum pela prática do crime comum 
simultâneo àquele. 
Súmula 122 do STJ → compete à Justiça Federal o processo e julgamento unificado dos 
crimes conexos de competência federal e estadual, não se aplicando a regra do Art. 78, 
II, "a", do Código de Processo Penal. 
Súmula 704 do STF → não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do 
devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do co-réu ao 
foro por prerrogativa de função de um dos denunciados. 
 
COMPETÊNCIA CRIMINAL DOS ORGÃOS JUDICIÁRIOS BRASILEIROS 
1. STF → art. 102 da CF/88 
I – competência originária → inciso I → ações penais (alíneas “b” e “c”), habeas 
corpus (alíneas “d” e “i”) e revisão criminal (alínea “j”). 
 
Obs.: revisão criminal é a ação rescisória do processo penal, cabível apenas contra 
sentença condenatória transitada em julgado. A revisão criminal é proposta apenas nos 
tribunais. 
 
II – competência recursal → recurso ordinário de habeas corpus (inciso II), recurso 
extraordinário (inciso III) 
 
Impetrava-se habeas corpus originário substitutivo de recurso ordinário quando o STJ 
negava HC (nesse caso o coator passaria a ser o STJ). Entretanto, visando diminuir a 
quantidade de serviço, o STF tem firmado o entendimento de que se deve impetrar 
recurso ordinário de habeas corpus e não habeas corpus originário. 
O prazo para o recurso ordinário de HC é de 5 dias após a publicação do acordão. 
Recurso extraordinário → inobservância de norma constitucional. 
 
2. STJ → art. 105 da CF/88 
I – competência originária → inciso I → ações penais (alínea “a”), habeas corpus 
(alínea “c”) e revisão criminal (alínea “e”). 
 
II – competência recursal → recurso ordinário de habeas corpus (inciso II), recurso 
especial (inciso III) 
 
Aplica-se o mesmo raciocínio do STF no que diz respeito ao recurso ordinário de 
habeas corpus. 
Recurso especial → inobservância de Lei Federal. 
 
3. Justiça Federal 
I – 1ª instância (juiz federal) → art. 109 da CF/88 → ações penais (incisos IV, V, V-A, 
VI, VII, IX, X e XI) 
 
II – 2ª instância (TRF) → art. 108 da CF/88 
a) originária → inciso I → ações penais (alínea “a”), habeas corpus (alínea “d”) e 
revisão criminal (alínea “b”). 
 
b) recursal → inciso II → decisões/sentenças criminais proferidas por juízes federais. 
 
4. Justiça do Trabalho → art. 114 da CF/88 
Matéria criminal não é de sua competência. A Justiça do Trabalho não tem jurisdição 
penal. Entretanto, importante registrar a existência de tese contrária a essa afirmação 
(Antônio Álvares da Silva). 
 
5. Justiça Eleitoral → art. 118 e ss. 
Juiz de direito → zona eleitoral → TRE e TSE 
Crimes eleitorais e habeas corpus em matéria eleitoral. 
 
6. Justiça Militar → art. 122 e ss. 
I – Federal → STM e auditorias militares federais 
Crimes militares definidos no Código Penal Militar nos quais os acusados são 
integrantes das forças armadas. 
 
II – Estadual → Tribunal de Justiça Militar Estadual (TJME) e auditoria militar estadual 
Crimes militares nos quais os acusados são policiais militares. 
 
7. Justiça Estadual 
Competência residual. 
O maior amálgama de competência está na Justiça Estadual, sendo que os outros órgãos 
do Judiciário possuem competência especializada e limitada. 
 
27-09-2012 
COMPETÊNCIA CRIMINAL (CONTINUAÇÃO) 
Justiça Estadual 
Competência residual 
Segunda instância → de 2005 para cá, apenas o Tribunal de Justiça integra a segunda 
instância da justiça estadual. Anteriormente, havia Tribunais de Alçada em alguns 
estados para meros fins de distribuição de recursos. 
 
Tribunal de Justiça 
a) competência originária 
Ações penais → prefeito (CF, art. 29, X); juiz estadual e membros do MP estadual (CF, 
art. 96, III); e aqueles previstos no art. 106 da Constituição Mineira. 
Habeas corpus → coator juiz de direito 
Revisão criminal 
 
A competência do Tribunal do Júri pode ser excepcionada apenas pela Constituição 
Federal. Sendo assim, o membro do MP estadual será julgado pelo TJ até nos casos de 
crimes dolosos contra a vida (CF, art. 93, III). O mesmo não ocorre com aqueles que 
têm prerrogativa de função prevista no art. 106 da Constituição Mineira, sendo que, nos 
casos de crimes dolosos contra a vida, serão julgados perante o Tribunal do Júri. 
 
b) competência recursal 
 
1ª instância 
LDOJE (Lei Complementar 59/2001) → comarca (entrância) → divisão em varas. 
Em Minas Gerais há 853 municípios divididos em 300 comarcas. 
 
Comarca de BH 
(mais de 10) Varas Criminais (comuns) → distribuição 
(3) Vara de Tóxicos → natureza da infração + distribuição 
(2) Vara do Júri → em cada Vara do Júri há um Juiz Sumariante (responsável pela 
primeira fase do julgamento – pronúncia) e um Juizo art. 102, III da CF (cabimento do REx) não se refere 
especificadamente a órgão determinado. 
 
Obs.: contra as decisões das Turmas Recursais cabe incidente de uniformização (CF, 
art. 105, III, c). 
 
Prequestionamento 
Para fins de REsp /REx, é necessário que a parte tenha levantado a questão de direito 
federal na instância inferior → questão de direito decidida no acordão recorrido. 
 
Obs.: embargos declaratórios → pedido de declaração do acordão para se prequestionar 
de forma clara a questão de direito federal. Não importa se os embargos forem 
rejeitados, pois com tal pedido e declaração já se provocou o prequestionamento da 
questão. 
 
Obs.: se o advogado tem determinada questão de direito federal a ser levantada e prevê 
a possibilidade de interposição de REsp / REx, ele deve alega-la desde a resposta à 
acusação (resposta, alegações finais, apelação). 
 
Prazo → 15 dias 
 
Feita apenas por petição que deve conter três partes obrigatórias (exposição do fato e do 
direito, demonstração do cabimento do REsp, razões do pedido e reforma da decisão 
recorrida). 
Dissídio jurisprudencial. 
 
Processamento → petição REsp no próprio Tribunal recorrido, contrarrazões do 
recorrido (15 dias), decisão interlocutória da Presidência do Tribunal (presidente ou 
vice-presidente) recorrido (juízo de admissibilidade): a) admissão → remessa para o 
STJ; b) inadmissão → em face da inadmissão cabe agravo de instrumento. 
 
6. Agravo de instrumento 
Art. 28 da Lei 8.038/90 
Prazo → 5 dias 
 
Obs.: processo eletrônico no STJ → não recebe autos (processo fisicamente falando) → 
admitindo o recurso, determina-se que o Tribunal recorrido faça a digitalização dos 
autos e a posterior remessa para o STJ → interpondo-se agravo de instrumento contra a 
inadmissão de REsp, dá-se vista para contraminuta / contrarrazões e depois os autos são 
digitalizados e remetidos para o STJ 
 
Não confundir com o agravo de instrumento ordinário cível do CPC → 10 dias. 
 
Se o Ministro do STJ denegar o agravo de instrumento, confirmando a inadmissão do 
REsp, caberá contra essa decisão, no prazo de 5 dias, agravo regimental → julgamento 
perante a Turma. 
 
7. Agravo regimental 
 
8. Recurso extraordinário – STF 
CF, art. 102, III e art. 26 da Lei 8.038/90 
 
Matéria de direito constitucional → inconstitucionalidade na decisão recorrida 
 
Prequestionamento 
A matéria deve ter sido decidida na decisão recorrida → embargos declaratórios em 
face do acordão para sanação do prequestionamento. 
 
Procedimento 
O REx também está sujeito a admissão / inadmissão pela Presidência do Tribunal 
recorrido. O procedimento do REx é semelhante ao do REsp. 
 
Limitação da admissão de REx 
STF → ofensa direta à Constituição para cabimento do REx. Ofensa indireta não 
possibilita a interposição de REx. 
Repercussão geral → apenas REx com repercussão geral serão julgados. Exemplos 
atuais: a) MP pode ou não fazer investigação direta? b) conceito de maus antecedentes 
(inquérito policial ou ação penal em andamento pode ser levado em conta para fins de 
maus antecedentes?); c) pessoa jurídica pode ser processada criminalmente? 
É o STF quem decide se há repercussão geral. 
 
Obs.: a repercussão geral era antes chamada de arguição de relevância da questão 
constitucional. 
 
Petição 
Aos tópicos da petição do REsp, adiciona-se a repercussão geral (cabimento). 
 
Obs.: tendo em vista os criteriosos filtros de admissão de REsp / REx, utiliza-se 
bastante o HC para análise de questões que seriam objetos daqueles. 
 
Obs.: julgada uma causa na segunda instância, se houver questão de direito federal e de 
direito constitucional, deve-se interpor REsp e REx ao mesmo tempo. O REx é 
sobrestado, a fim de se aguardar o julgamento do REsp (o REx pode perder o objeto por 
causa de julgamento favorável em sede de REsp). 
 
13-12-2012 
RECURSOS 
1. Apelação 
 
2. Recurso em sentido estrito 
 
3. Carta testemunhável 
 
4. Embargos infringentes 
 
5. Recurso especial 
 
6. Recurso extraordinário 
 
7. Agravo de instrumento → art. 28 da Lei 8.038 → para o processo penal prazo de 5 
dias; para o CPC 10 dias 
 
8. Agravo regimental → negação do seguimento do agravo supra → recurso para a 
turma a que pertence o Ministro → prazo de 5 dias 
 
9. Agravo de execução 
Lei de Execução Penal (7.210/84) → jurisdicionalização da execução penal → antes era 
o diretor do presídio que concedia benefícios e determinava desvantagens em relação ao 
preso, administrando a execução penal. 
 Art. 197 → agravo de execução contra qualquer decisão interlocutória do juízo de 
execução penal → pode haver retratação da decisão → sem efeito suspensivo. 
Com o advento da LEP, as organizações judiciárias estatuais criaram as Varas de 
Execução Criminal 
A VEC do local do presídio do preso será a competente pela execução. 
 
APAC (Associação de Proteção e Assistência ao Condenado) → os juízes da VEC 
estimulam a criação de APACs pela comunidade prisional → mais ou menos 70 presos 
→ os presos têm diversas atividades na APACs (ex. trabalho). 
 
24-01-2013 
REVISÃO CRIMINAL 
Ação rescisória do processo penal 
Erro do judiciário. 
Está erroneamente colocada no capítulo dos recursos. 
 
Não tem prazo para ser proposta, mas só pode ser proposta contra sentença 
condenatória. A revisão criminal pode ser proposta mesmo após a morte do condenado, 
caso a família tenha interesse em limpar o nome dele ou receber uma indenização. 
 
Casos famosos → no tempo do Império, o caso de Motta Coqueiro, um fazendeiro 
condenado de ter realizado uma chacina em Macabu, na região de Campos dos 
Goitacazes/RJ. Motta Coqueiro foi condenado à pena de morte e depois descobriram 
que ele era inocente. Dom Pedro II ficou tão chocado que acabou com a pena de morte 
no Brasil; outro caso é o dos irmãos Naves de Araguari; mais outro caso é o do Bar 
Bodega/SP, bar muito frequentado por artistas. Uum grupo de criminosos entrou pra 
fazer um assalto, disparou alguns tiros e um dos artistas morreu. Alguns dias depois a 
polícia de SP prendeu um grupo de jovens negros como os praticantes, mas algum 
tempo depois os reais culpados apareceram.Presidente (prepara e preside o 
júri). 
(3) Vara Criminal – Maria da Penha 
(1) Vara Criminal – legislação especial 
(1) Vara de Precatórias Criminais 
(1) Vara de Execução Criminal 
 
PROCEDIMENTOS 
O CPP pretérito era uma justificava para a morosidade da Justiça Criminal. Entretanto, a 
reforma de 2008 (art. 394 e ss.) não foi capaz de reduzir consideravelmente essa 
morosidade. Sendo assim, certo é que o problema não reside nas leis e sim na 
adequação do Judiciário. 
A Justiça Federal Criminal preparou-se tecnologicamente para diminuir a morosidade 
do processo, logrando ótimos resultados. Por outro lado, a Justiça Estadual Criminal não 
se valeu da mesma medida. 
 
1. Ordinário → art. 394/405 
CPP, art. 394, I → crimes com pena máxima igual ou superior a 4 anos. 
As partes podem arrolar até 8 testemunhas. 
 
2. Sumário → art. 531/538 
CPP, 394, II → crimes com pena máxima maior que 2 anos e menor que 4 anos. 
As partes podem arrolar até 5 testemunhas. 
 
3. Sumaríssimo → Lei 9099/95 → Juizado Especial Criminal 
CPP, art. 394, III → crimes de competência do juizado especial criminal → 
contravenções e crimes com pena máxima até 2 anos, ou seja, infrações penais com 
menor potencial ofensivo (Lei 9099/95, art. 61). 
As partes podem arrolar até 3 testemunhas. 
 
A Turma Recursal do juizado especial (grosso modo, espécie de 2ª instância) é 
composta por três juízes de primeira instância designados pelo TJ. Minas Gerais tem 
uma das melhores estruturas de Juizado Especial Criminal do Brasil (regionalização e 
interiorização do JESP). 
 
4. Especial 
a) CPP 
I – crimes de competência do júri → art. 406/497. 
II – crimes de responsabilidade de funcionário público → art. 513/518 
III – crimes contra a honra → art. 519/523 
IV – crimes contra a propriedade imaterial → art. 524/530-I 
 
b) Lei especial 
A lei especial criminal quase sempre traz disposições de direito processual. 
 
A Lei 8.038/90 regula a tramitação das ações penais originárias (instâncias superiores) 
→ procedimento especial (art. 1º/12). 
 
1º-10-2012 
PROCEDIMENTO ORDINÁRIO – CRIME COM PENA IGUAL OU SUPERIOR 
A 4 ANOS (ARTS. 394 A 405) 
1. Oferecimento da denúncia ou queixa → CPP, art. 41 
Inépcia → inobservância do art. 41 
Exposição do fato criminoso, qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se 
possa identificá‑lo (o desejável é a identidade civil, mas, quando desconhecida esta, a 
identidade física será suficiente), classificação do crime e rol de testemunhas (até 8 
testemunhas no procedimento ordinário). 
 
2. Decisão judicial 
a) Recebimento da denúncia ou queixa, ordenando a citação do acusado → CPP, art. 
396. 
Se o juiz recebe a denúncia ou queixa, o procedimento prossegue, sendo que o 
magistrado ordena a citação do réu para aviar resposta à acusação. 
 
b) Rejeição da denúncia ou queixa → CPP, art. 395 
I – inépcia → inobservância do art. 41 
II – faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal 
III – faltar justa causa para o exercício da ação penal 
Se o juiz rejeitar a denúncia ou queixa, será cabível recurso em sentido estrito em face 
desta decisão (CPP, art. 581, I). 
 
3. Resposta à acusação (resposta ou defesa escrita) 
O réu é citado para oferecer resposta à acusação, por escrito, no prazo de 10 dias → 
CPP, arts. 396 e 396-A. 
Anteriormente, a resposta à acusação era denominada defesa prévia. 
Resposta à acusação → alegações, requerimento de produção de provas e rol de 
testemunhas (até 8 no procedimento ordinário). 
Se não há argumento para a absolvição sumária do acusado, os defensores, 
estrategicamente, resumem a resposta escrita à negação da denúncia, a fim de que a 
acusação não conheça seus argumentos antecipadamente. 
 
Crítica ao recebimento da denúncia antecipado → o procedimento previsto no CPP 
possibilita a ocorrência de decisão judicial (recebimento da denúncia) anterior à 
manifestação processual do acusado. O certo seria que este se manifestasse antes do 
recebimento da denúncia (ampla defesa e contraditório). 
Para impedir que o acusado facilitasse a prescrição da ação, bastaria prever que o prazo 
prescricional seria interrompido pela propositura da ação penal condicionada ao seu 
recebimento. Atualmente, a prescrição é interrompida pelo recebimento da denúncia. 
 
4. Decisão judicial 
a) Retificação do recebimento da denúncia ou queixa 
b) Absolvição sumária → CPP, art. 397 
c) Designação de AIJ → segundo o artigo art. 400, a AIJ deve se realizar em até 60 dias. 
 
5. Audiência de instrução e julgamento 
Antes, os processos tinham no mínimo três audiências → uma para interrogatório do 
acusado, uma para oitiva das testemunhas da acusação e uma para oitiva das 
testemunhas da defesa. 
 
Roteiro da AIJ → CPP, arts. 400 e 401 
I – declarações do ofendido (vítima); 
II – testemunhas de acusação (arroladas na denúncia ou queixa); 
III – testemunhas de defesa (arroladas na resposta à acusação); 
IV – esclarecimentos dos peritos; 
V – acareações (art. 229) ou reconhecimento de pessoas e coisas (art. 226); 
Acareação → o declarante é ouvido na presença de outro declarante; 
VI – interrogatório do acusado → anteriormente era o primeiro ato da instrução; 
VII – pedido de diligências finais (art. 402) → surgimento da necessidade de produção 
de provas em virtude do que ficou constatado na instrução do processo; 
VIII – alegações finais orais → prazo para acusação e prazo para a defesa → 20 minutos 
(dependendo da complexidade do caso, prorrogável por mais 10 minutos); 
IX – sentença; 
 
Primeiro se produz a prova de acusação, depois a de defesa. 
Se a testemunha da acusação ausentar-se, o MP pode desistir de sua oitiva, para que se 
proceda à inquirição das testemunhas de defesa, ou insistir em sua oitiva. Neste último 
caso, a AIJ será suspensa. 
 
6. Memoriais (art. 403, §3º) 
Alegações finais escritas → prazo de 5 dias para acusação e defesa. 
 
7. Sentença 
Deve ser prolatada em até 10 dias. 
 
Se o réu estiver preso, o processo deve ser fechado dentro do prazo legal (soma dos 
prazos para a realização dos atos processuais). Ultrapassado esse prazo, o réu deve ser 
posto em liberdade (relaxamento da prisão ilegal por excesso de prazo). 
 
CPP, art. 394, §4º → esse roteiro de procedimento é a regra geral do processo penal 
pátrio. 
 
PROCEDIMENTO SUMÁRIO – CRIME COM PENA MÁXIMA ENTRE 2 A 4 
ANOS 
Diferenças para o procedimento ordinário → CPP, arts. 531 a 536 
Rol de testemunhas → até 5 testemunhas. 
AIJ deve ser marcada para os próximos 30 dias. 
Na AIJ, não há fase para o requerimento de diligências finais. 
Não é permitido substituir as alegações finais orais por memoriais (alegações finais por 
escrito). 
 
Carta precatória 
Na disciplina dos procedimentos ordinário e sumário, deve-se sempre ter em vista o que 
foi disposto no art. 222. 
A precatória é expedida para que a testemunha residente em outra comarca, diversa da 
que corre o processo, seja inquirida. 
Ao expedir a carta precatória, o juiz marcará prazo para o seu retorno, sendo que as 
partes devem ser intimadas da expedição. 
As partes são responsáveis pelo cumprimento da precatória. 
 
Carta rogatória → CPP, art. 222-A 
A rogatória é destinada à jurisdição estrangeira para inquirição de testemunhas → 
depende de relações diplomáticas entre os países → a expedição de carta rogatória deve 
ser justificada, demostrando a sua imprescindibilidade. Ademais, as custas da rogatória 
(tradutor oficial) são antecipadas, sendo que a parte que arrolou a testemunha residente 
no estrangeiro deve pagá-las. 
 
Bibliografia indicada → Aury Lopes Júnior → Curso de Direito Processual Penal, vol. 
único. 
 
04-10-2012 
PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO – JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL (LEI 
9.099/95) 
Fase policial 
Termo circunstanciado de ocorrência → compromisso de comparecer 
 
Audiência preliminar 
Solução consensual (fruto de acordo) 
1. Art. 74→ composição civil dos danos (acordo entre o autor do fato e a vítima) → 
não há oferecimento da denúncia. 
 
2. Art. 76 → transação penal (acordo entre o autor do fato e o MP) → aplicação 
imediata da pena restritiva de direitos ou de multa → não há oferecimento da denúncia. 
Com o advento da Lei 9.099/95, passamos a ter hipóteses de disponibilidade regrada da 
ação penal → anteriormente a regra era a indisponibilidade da ação penal. 
 
Quando cabível a transação penal, o MP deve propô-la? Se o representante do MP não 
propõe, a melhor doutrina defende a aplicação analógica do art. 28 do CPP → remeter 
os autos ao procurador-geral para análise. 
 
3. Art. 89 → suspensão condicional do processo (acordo entre o denunciado e o MP) → 
há oferecimento da denúncia → aplicação nos casos de crime com pena mínima de até 1 
ano → não se aplica apenas aos crimes de menor potencial ofensivo (mais amplo que os 
outros institutos de solução consensual – composição civil dos danos e transação penal). 
Cumprida a suspensão condicional do processo, o indivíduo pode ser beneficiado 
novamente por este instituto. 
 
Quando não há solução consensual. 
Ministério Público oferece denúncia (oral reduzida a termo) → citação do denunciado 
→ AIJ 
 
AIJ do rito sumaríssimo 
1. Defesa oral 
2. Recebimento da denúncia / rejeição da denúncia 
No Juizado Especial, contra a decisão que rejeita a denúncia cabe apelação (art. 82), que 
será julgada pela Turma Recursal. 
3. Inquirição do ofendido 
4. Testemunhas de acusação (até 3) 
5. Testemunhas de defesa (até 3) → as testemunhas da defesa não são arroladas, mas 
trazidas pelo acusado → se o acusado deseja a intimação das testemunhas, o rol deve ser 
depositada no juízo em até 5 dias antes da audiência. 
6. Interrogatório do acusado 
7. Debates orais 
8. Sentença 
 
Apelação (art. 82) → Turma Recursal 
1. Rejeição da denúncia/queixa → na Justiça Comum o recurso cabível é o recurso em 
sentido estrito e não apelação. 
Nem no Juizado Especial e nem na Justiça Comum cabe recurso contra decisão que 
recebe a denúncia → geralmente utiliza-se o Habeas Corpus. 
 
2. Sentença 
Prazo de 10 dias para apelar → petição sempre com as razões. 
Na Justiça Comum há dois prazos → apelar (5 dias) e arrazoar (8 dias). 
 
Embargos declaratórios (art. 83) 
Prazo de 5 dias no Juizado Especial (na Justiça Comum o prazo é de 2 dias – CPP). 
 
No projeto do novo CPP há duas outras hipóteses de solução consensual: 
Procedimento abreviado → acordo entre o MP e o denunciado em torno da aplicação 
imediata da pena privativa de liberdade. 
 
Barganha → aplicável em todos os casos → acordo entre o MP e o denunciado em 
torno da aplicação imediata da pena privativa de liberdade mínima prevista para o 
crime. 
 
Aplicação das soluções consensuais nos crimes ambientais previstos na Lei 9.605/98 
1. Art. 27 → transação penal → a reparação do dano ambiental é obrigatória. 
2. Art. 28 → suspensão condicional do processo → para extinguir a punibilidade, deve-
se comprovar a reparação do dano ambiental por meio de laudo pericial. 
 
08-10-2012 
PROCEDIMENTO ESPECIAL 
1. TRIBUNAL DO JÚRI 
CF/88, art. 5º, XXXVIII → cláusula pétrea 
CPP, art. 406 a 497 → reforma do CPP de 2008 
 
O Tribunal do Júri é competente para julgar os crimes dolosos contra a vida 
(consumados ou tentados). 
 
Ao Júri é assegurado: 
a) o sigilo dos votos; 
b) a soberania dos vereditos → a decisão de mérito dos jurados não pode ser reformada 
pelo Tribunal de Justiça. No caso de apelação, ou se mantém a sentença, ou manda o réu 
a novo julgamento. O TJ pode alterar a dosimetria, tendo em vista que a fixação da pena 
cabe ao magistrado e não aos jurados. 
 
O procedimento especial do Júri é dividido em duas grandes fases: 
a) 1ª fase → denúncia → pronúncia 
Pronúncia é a decisão judicial que manda o réu a julgamento perante o Júri → juízo de 
admissibilidade da denúncia exarado pelo juiz sumariante. 
 
Fase muito parecida com o procedimento ordinário. 
I – Oferecimento da denúncia/queixa (art. 41) → podem ser arroladas até 8 testemunhas 
(art. 406); 
II – Decisão judicial de recebimento ou rejeição (art. 395) da denúncia/queixa; 
III – Recebida a denúncia, procede-se à citação do acusado; 
IV – Resposta à acusação (defesa escrita) no prazo de 10 dias → podem ser arroladas 
até 8 testemunhas; 
V – Manifestação da acusação no prazo de 5 dias (art. 409); 
VI – AIJ: 
VI. 1. Declarações do ofendido 
VI. 2. Inquirição das testemunhas de acusação 
VI. 3. Inquirição das testemunhas de defesa 
VI. 4. Esclarecimentos / peritos 
VI. 5. Acareações / reconhecimentos 
VI. 6. Interrogatório do réu 
VI. 7. Debates (alegações finais orais) 
VI. 8. Decisão judicial 
 
A decisão judicial pode ser: 
1. Pronúncia (art. 413) → manda o réu a julgamento perante o Júri → dois requisitos 
para o magistrado pronunciar o réu, a saber, prova da materialidade de crime doloso 
contra a vida e indícios de autoria. É a decisão mais fácil (o juiz lava as mãos e entrega 
o réu a julgamento perante o povo). Na dúvida, manda-se o réu a julgamento perante o 
júri (um dos requisitos da denúncia diz respeito apenas a indícios de autoria), assim 
como, na dúvida, indicia-se o investigado e se recebe a denúncia. 
Além de decidir sobre a materialidade do crime e indícios de autoria, o juiz sumariante 
decide a respeito da classificação do crime → pronunciar o réu nos termos da denúncia 
ou alterar a classificação. 
Se o juiz sumariante pronunciar o réu com classificação diversa daquela que consta na 
denúncia (desclassificação), cabe recurso em sentido estrito para a acusação → discute-
se apenas a classificação. 
Por fim, o juiz sumariante decide se o réu aguardará o julgamento perante o Júri preso 
ou em liberdade → prisão por pronúncia (requisitos da prisão preventiva / provisória). 
Anteriormente, a regra era de que o acusado pronunciado aguardasse o julgamento 
perante o Júri preso. Com o advento da Lei Fleury, alterou-se tal paradigma. 
 
2. Impronúncia (art. 414) → não tem força de coisa julgada, sendo que, se surgirem 
novas provas, o acusado pode ser pronunciado. A impronúncia não absolve o réu, mas 
apenas arquiva a ação penal por ausência de provas da autoria ou da materialidade do 
delito. 
Essa decisão tem caráter de sentença, cabendo apelação. 
 
3. Desclassificação (art. 419) → se o juiz sumariante entender que a infração não é de 
competência do júri (por exemplo, desclassificação do homicídio – crime contra a vida 
– para lesão corporal – crime contra a integridade física), exara-se decisão judicial de 
desclassificação, sendo que as partes são intimadas e remetem-se os autos ao juízo 
competente para julgamento. 
Aproveita-se a instrução realizada pelo juiz sumariante. Eventualmente, remetidos os 
autos ao juízo competente, pode haver singela instrução. 
 
4. Absolvição sumária (art. 415) → hipótese mais rara, já que sempre se pronuncia o 
acusado diante da dúvida. 
Essa decisão também tem caráter de sentença, cabendo apelação. 
 
Art. 416 → cabe apelação em face da impronúncia e da absolvição sumária. 
 
11-10-2012 (completar essa aula) 
2ª fase → preparação e julgamento perante o Júri 
Após a pronúncia, no prazo de 5 dias, a defesa e a acusação podem apresentar petição 
para juntada de documentos, pedidos de diligências e apresentação do rol de 
testemunhas (máximo de cinco). 
 
Art. 422 → intimação das partes para arrolarem testemunhas (no máximo 5) → prazo de 
5 dias. 
 
Documentos (art. 479) → a intimação sobre a juntada de documentos deve ser realizada 
em até 3 dias antes do julgamento → não existe, no processo penal brasileiro, 
testemunha ou documento "bomba", como nos filmes americanos. 
 
Toda comarca deverá ter uma lista de jurados, a ser elaborada anualmente (art. 425). A 
lista provisória é publicada e qualquer pessoa pode fazer impugnação. Depois, será 
elaborada uma lista definitiva, que valerápara o próximo ano. 
 
Marcado o julgamento, com 10 dias de antecedência a este, proceder-se-á ao sorteio, em 
sessão pública, de 25 jurados (art. 433). 
 
A sessão de julgamento pelo júri divide-se em 4 fases: 
I – Formação do Conselho de Sentença 
a) pregão → verificação da presença de todos que precisam estar presentes. 
Cláusula de imprescindibilidade da testemunha (no momento em que a testemunha é 
arrolada) → a ausência da testemunha arrolada com esta cláusula pode adiar o 
julgamento; 
 
b) chamada dos jurados → dos 25 jurados devem comparecer no mínimo 15; 
 
c) Conselho de Sentença → formados por 7 jurados → as mesmas hipóteses que 
impedem o juiz de julgar, impedem os jurados de votar (causas de impedimento) → a 
quantidade de jurados impedidos não é computado para efeitos de atingimento de 
quórum necessário (15). 
Recusa de jurados → cada parte pode recusar, sem justificativa, no máximo 3 jurados. 
 
d) compromisso dos jurados (art. 472); 
Incomunicabilidade → os jurados não podem conversar entre si e nem com terceiros 
(diferente do sistema anglo-saxão, no qual os jurados debatem entre si para chegar a 
uma decisão). O projeto do novo CPP prevê a supressão dessa incomunicabilidade. 
Hoje, a quebra da incomunicabilidade pode gerar a nulidade do júri. 
 
II – Instrução do plenário → produção de provas para os jurados 
a) declarações do ofendido; 
 
b) testemunhas de acusação → máximo de 5 testemunhas; 
 
c) testemunhas de defesa → máximo de 5 testemunhas para cada réu; 
 
Os jurados podem fazer perguntas às testemunhas por intermédio do juiz. 
 
d) acareações, reconhecimento, esclarecimentos dos peritos; 
 
e) leitura de peças → antes de 2008, se as partes requeressem ao juiz a leitura de peças 
do processo, o juiz deveria acatar. Após a reforma, a leitura de peças foi veementemente 
limitada (art. 473, §3º). 
 
f) interrogatório do acusado 
 
III – Debates → alegações orais feitas na sessão de julgamento 
a) prazo destinado à acusação – MP e assistente (1h30min) 
b) prazo destinado à defesa (1h30min) 
 
Se o processo tiver mais de um réu o prazo é aumentado em 1h para a defesa, bem como 
para acusação. 
 
Após os debates iniciais, pergunta-se à acusação se pretende fazer a réplica. Se não, 
finda a fase de debates. Se sim: 
c) réplica (1h para acusação) 
d) tréplica (1h para defesa) 
 
Nas ações com mais de um réu, os prazos para réplica e tréplica são contados em dobro. 
 
IV – Julgamento (votação de quesitos) 
Art. 483 → simplificação dos quesitos 
a) juiz → questionário → quesitos: 
I – materialidade 
II – autoria / participação 
III – absolvição 
Se o veredito decidir pela não absolvição (condenação), formular-se-á quesitos sobre 
agravantes e atenuantes. 
 
b) sala para votação 
Cédulas de votação → sim / não 
 
c) sentença 
No caso de absolvição, a sentença é simples, pois basta respeitar a decisão dos jurados; 
No caso de condenação, o magistrado deve fixar a pena, levando em conta o veredito 
dos jurados. 
 
d) leitura pública da sentença 
Todos saem devidamente intimados da sentença (5 dias para apelação). 
 
A sessao de julgamento pelo júri se divide em 4 fases: 
1) Formação do Conselho de Sentença: no dia marcado pelo julgamento, far-se-á um 
pregão pelo oficial de justiça, chamando todas as pessoas arroladas e verificando se as 
mesmas estao presentes. Ele faz tambem uma chamada dos jurados. Antes de 2008, nao 
podia haver julgamento pelo juri sem o reu estar presente; a partir desse ano, se o réu for 
regularmente intimado, será possível fazer o julgamento (art. 467). Arrolar testemunhas 
com a cláusula de imprescidibilidade e esta não comparecer, nem sempre impede o 
julgamento (em ciudades do interior é mais fácil fazer a condução coercitiva). O 
julgamento só será realizado se comparecerem, dos 25 arrolados, no mínimo 15 deles, 
para compor o Conselho, que é formado por 7 jurados. Os jurados serao informados das 
restrições como os impedimentos (nesse ponto, valem as mesmas restrições aplicáveis 
ao juízes). Na hora do sorteio, cada uma das partes pode recusar ate 3 jurados sem 
justificar, sem dizer er os motivos. Essa fase termina com o compromisso dos jurados 
(art. 472). 
Existe uma regra de incomunicabilidade entre os jurados após comporem o Conselho de 
Sentença (ao contrário do direito anglo-saxão). Há na proposta do novo CPP dispositivo 
pelo qual os jurados poderao se comunicar. Se houver quebra da incomunicabilidade, o 
processo será anulado. 
2) Instrução em Plenário: instrucao é a fase destinada a produzir prova. Produzir-se-á a 
prova para os jurados. Assim, se for o caso, haverá: 1) declarações do ofendido; 2) 
testemunhas da acusação (máx. 5); 3) testemunhas de defesa (máx. 5 para cada réu). 
Quem pergunta primeiro é quem arrolou a testemunha. Os jurados podem formular 
perguntas para as testemunhas por intermédio do juiz; 4) acareações, reconhecimentos e 
esclarecimentos de peritos; 5) leitura de peças do processo (após 2008, art. 473, p.3 - 
pecas que se referirem exclusivamente a cartas precatórias e laudos, porque sao 
irrepetiveis e realizadas em fase pré-processual); 6) interrogatório do acusado (após a 
reforma de 2008). 
3) Debates: sao as alegacoes orais feitas no julgamento. Há um prazo obrigatório para a 
acusacao (1h e 30 min) e um prazo obrigatório para a defesa (1h e 30 min). Se o 
processo tiver mais de um réu, haverá uma hora a mais para cada parte (art. 477). O 
tempo referido para a acusaçao engloba o tempo para o Ministerio Público e para o 
assistente (eles devem combinar a divisão do tempo). A segunda fase dos debates só 
existirá se o promotor quiser. Se positivo, o MP terá direito a réplica de 1h e a defesa 
terá direito a tréplica de 1h, ambos prorrogáveis por mais 1h no caso de mais de um réu. 
4) Julgamento com a votação de quesitos: o juiz formulará perguntas, chamadas 
quesitos, para os jurados. A maior causa de anulação de júris é a formulação de 
quesitos. Art. 483. Quesitos acerca de I) materialidade; II) autoria/participação; III) 
absolvição (este último quesito aproxima o modelo brasileiro do anglo-saxão); se 
negativo; IV) agravantes, atenuantes, etc. Depois, haverá a fase de votação em sala 
separada, na qual somente algumas pessoas podem estar presentes. Na votação, quando 
o quesito atinge maioria (4), para-se a contagem. Após, o juiz redigirá a sentença. Na 
sentença condenatória, caberá ao juiz fixar a pena, com base no que foi definido pelos 
jurados, justificadamente. Após, haverá leitura pública da sentença, a partir da qual 
começa a correr o prazo de 5 dias para a apelação. 
 
15-10-2012 
APELAÇÃO DE DECISÃO DO JÚRI 
A apelação de decisão do júri tem toda uma regulamentação peculiar, pois a 
Constituição consagra o princípio da soberania do veredito dos jurados. 
 
Art. 593, III, alíneas: 
a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia. 
Nulidade de ordem pública e de caráter absoluto. 
A parte que deu causa a nulidade não pode alega-la. 
Não há limite para este tipo de apelação. Nesse caso, caberá apelação todas as vezes que 
ocorrer nulidade; 
 
b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados; 
 
c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança. 
 
As alíneas “b” e “c” se referem à sentença proferida pelo juiz togado. Nesse caso, o 
Tribunal pode proceder à devida ratificação da sentença (§§1º e 2º). 
 
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos 
Única hipótese na qual o Tribunal trata do mérito. 
§3º → Se a apelação se fundar neste dispositivo e o tribunal ad quem convencer-se de 
que a decisão dos jurados é manifestamente contrária à prova dos autos, dar-lhe-á 
provimento para sujeitar o réu a novo julgamento; não se admite, porém, pelo mesmo 
motivo, segunda apelação. 
 
Além da apelação, havia o protesto por novo júri, que foi extinto pela reforma de2008. 
 
Se o réu for submetido a novo julgamento, em virtude de nulidade (a) ou de cassação da 
decisão de mérito (d), os sete jurados do julgamento anterior estão automaticamente 
impedidos de julgar a mesma causa. 
 
DESAFORAMENTO DO JÚRI 
Art. 427 → deslocamento do julgamento perante o júri de uma comarca para outra. 
Em principio, o réu deverá ser julgado na comarca do local da infração. Entretanto, 
algumas situações excepcionais podem motivar o desaforamento do julgamento para 
outra comarca. 
 
PROCEDIMENTO ESPECIAL 
2. CRIME PRATICADO POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO EM RAZÃO DE SUA 
FUNÇÃO (ARTS. 513 A 518) 
Peculiaridade 
Art. 514 → notificação do acusado para oferecer defesa preliminar no prazo de 15 dias, 
antes do recebimento da denúncia → assegura-se de forma mais adequada o exercício 
da ampla defesa e do contraditório (deveria ser a regra geral). 
 
Súmula 330 do STJ → não é preciso cumprir o art. 514 se o caso for precedido de 
inquérito policial no qual o acusado foi ouvido (entendimento insustentável que não se 
baseia em nenhuma norma). 
 
3. CRIME CONTRA A HONRA (ARTS. 519 A 523) 
Crítica → o código fala em “do processo e do julgamento dos crimes de calúnia e 
injúria, de competência do juiz singular”. 
Não é “do processo”, mas sim “do procedimento”, pois o processo é toda relação que se 
dá entre as partes e o juiz. 
Ademais, o procedimento do crime de difamação é regulamentado pelos dispositivos 
desse capítulo (interpretação analógica, totalmente aceita no processo penal) → o nome 
do capítulo deveria ser, pois, “do procedimento e do julgamento dos crimes contra a 
honra”. 
 
Peculiaridades 
Audiência de tentativa de conciliação (art. 520). 
 
Exceção da verdade (defesa do querelado) → alegação de defesa na qual o querelado 
confirma o que disse e procura demonstrar a veracidade de suas alegações. Em regra, é 
possível no caso da calúnia. Porém, em determinados casos, o réu não tem direito à 
exceção da verdade. 
A lei não admite exceção da verdade na injúria. 
Na difamação, a exceção da verdade é possível apenas quando aquela se referir a 
funcionário público. 
 
Julgar a exceção da verdade é julgar a conduta do autor da ação penal. Sendo assim, o 
julgamento de exceção da verdade proposta em face de, por exemplo, indivíduo que é 
magistrado será de competência do Tribunal de Justiça (art. 85). 
Se o tribunal acolher a exceção da verdade, o querelado estará absolvido, procedendo-se 
à instauração de nova ação penal para julgar a conduta do querelante (juiz). Se não 
acolher, o processo volta ao órgão de origem. 
 
4. CRIME CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL (ART. 524 A 530-I) 
No caso de crime contra a propriedade imaterial, é necessária prova pré-constituída da 
materialidade da infração, realizada através de medida cautelar preparatória da ação 
penal. 
Com isso, a lei objetiva impedir acusações infundadas entre concorrentes econômicos. 
Antes, propõe-se medida cautelar para apreensão dos objetos do delito. Após, realiza-se 
perícia. Se esta concluir pela materialidade da infração, poder-se-á propor a ação penal. 
 
Ao lado dos procedimentos especiais previstos no Código, há aqueles regulados em 
legislação especial (Lei Maria da Penha, Lei das Licitações, Lei de Tóxicos, entre 
outras). 
 
Prova → 29-10-2012 → competência e procedimento 
 
1º-11-2012 
PROVA 
Meio de formar o convencimento de quem tem a responsabilidade de julgar, meio de 
convencer alguém de um fato ou alegação. 
Tudo que for capaz de cumprir essa tarefa é meio de prova. 
De regra, tem-se ampla liberdade em relação à produção de provas. 
Tudo o que for capaz de convencer o juiz, em regra, será admitido como meio de prova, 
ainda que não regulado na legislação processual penal. A quebra de sigilo é um 
exemplo. 
Entretanto, há limite constitucional em relação aos meios de produção de provas → 
princípio fundamental → CF, art. 5º, LVI (prova ilícita). O projeto do novo CPP prevê 
em determinado artigo que provas ilícitas são as provas inconstitucionais e ilegais. 
Exemplo: se a quebra de sigilo for realizada sem decisão fundamentada de juiz, a prova 
será ilícita, pois não atendido requisitos legais. 
Frutos da árvore envenenada → a prova derivada da prova ilícita também assumirá esta 
qualidade, também será ilícita. 
Art. 157 e parágrafos → a prova ilícita juntada aos autos deverá ser desentranhada. 
Anteriormente, previa-se que o juiz que tomasse conhecimento da prova ilícita ficava, 
automaticamente, impedido de julgar. 
§2º → exceção à teoria dos frutos da árvore envenenada. 
 
Sistemas de valoração da prova 
1. Hierarquia legal das provas 
As provas são postas na lei em ordem hierárquica, sendo que a primeira prova elencada 
é mais importante do que a próxima → ditadura do legislador, a muito tempo 
ultrapassada. 
 
2. Convicção íntima do juiz 
Nesse sistema o convencimento do juiz não necessitava ser justificado. 
Ditadura do juiz, também ultrapassada. 
 
3. Livre convencimento motivado → adotado por nosso CPP → art. 155 
As provas não se valorizam de forma hierárquica, sendo que são postas lado a lado, 
horizontalmente. O juiz deve justificar o seu convencimento em relação às provas 
produzidas. O magistrado deve se reportar a fundamentos de fato. 
Obs.: fundamento de direito → exame da lei, da jurisprudência e da doutrina; 
fundamento de fato → exame das provas. 
Art. 197 → redação que permite aferir a mudança no sistema de valoração da prova → 
pode-se substituir confissão por documento, perícia, depoimento, etc. 
Art. 182 → também reflexo do livre convencimento motivado do juiz. 
 
O art. 155 ainda preceitua que o magistrado não pode fundamentar sua decisão 
exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação. Sua convicção 
deve se formar pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial. 
A prova produzida em inquérito policial serve para fundamentar o oferecimento da 
denúncia e o seu recebimento pelo juiz. Mas, por ocasião da sentença, a convicção do 
magistrado não deve se formar exclusivamente pelos elementos produzidos na fase 
extrajudicial. Apenas o sistema acusatório (ação penal) é marcado pelo contraditório. Já 
o sistema inquisitório (inquérito policial) não tem essa característica. O próprio art. 155 
ressalva essa limitação ao excetuar as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. 
A confirmação em juízo do depoimento prestado em sede policial é prova produzida em 
contraditório judicial; 
A produção de provas cabe às partes, sendo que o juiz é imparcial (art. 156). Entretanto, 
o magistrado pode decidir pela produção antecipada de provas (inciso I). 
 
In dubio pro reo → CPP, art. 386, inciso VII → absolvição por ausência de provas. 
Apenas a condenação deve ser lastreada por provas produzidas em contraditório 
judicial. 
 
MEIOS DE PROVA 
1. Pericial (arts. 158 a 184) 
Art. 158 → exame de corpo de delito → a confissão não supre a falta do exame de 
corpo de delito → hoje, a confissão não é a rainha das provas. 
Corpo de delito → ser de qualquer dos reinos que sofreu uma transformação pela ação 
típica que gerou resultado como vestígios e pode ser objeto de perícia. Em relação a 
vestígio imaterial (como páginas na internet), deve-se lavrar ata notarial (em cartório), 
que tem fé pública, para transforma-lo em corpo de delito. 
Art. 159 → se a perícia for realizada por perito oficial, portador de diploma de curso 
superior, não é necessário mais de um perito. 
§1º → na falta de perito oficial, o exame será realizado por duas pessoas idôneas, 
portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as 
que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame. 
Nas perícias feitas em juízo, as partes podem formular quesitos e designar assistente 
técnico para a perícia. 
Ademais, as partes podem requerer esclarecimentos dos peritos. 
 
Art. 161 → a perícia pode ser realizadaem qualquer dia e em qualquer hora 
Art. 162 → a autópsia (o certo é necropsia) será feita pelo menos seis horas depois do 
óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser 
feita antes daquele prazo, o que declararão no auto. 
Encaixa-se na segunda parte deste dispositivo o caso de decapitação. 
 
05-11-2012 
MEIOS DE PROVA 
2. Palavra do réu (arts. 185 a 200) 
A testemunha presta depoimento. Quem não tem compromisso de dizer a verdade 
(vítima) presta declaração. O réu é interrogado. 
 
Interrogatório (arts. 185 a 196) 
Cinco pessoas são necessárias para a realização da audiência de interrogatório do réu: 
juiz, promotor, escrivão, réu e seu defensor. 
Deve-se oportunizar a entrevista prévia e particular do acusado com seu defensor → 
exercício da ampla defesa. 
Ao iniciar o interrogatório, o juiz deve esclarecer ao acusado que ele tem o direito de 
permanecer calado e que o seu silêncio não pode ser interpretado em seu desfavor. 
 
Interrogatório por videoconferência de réu preso (art. 185, §5º) → dificuldade de se 
transportar o acusado → virou letra morta, pois o CPP exige a presença do réu na AIJ 
para que as testemunhas sejam ouvidas → comparecer à AIJ é direito do acusado. 
 
Interrogatório por precatória → acusado que reside em outra comarca. A regra é que o 
acusado seja interrogado pelo juiz do processo. Entretanto, excepcionalmente, o 
acusado é interrogado por precatória. O CPP é omisso quanto ao interrogatório por 
precatória. As partes solicitam e o juiz defere ou indefere o interrogatório por 
precatória. 
 
Confissão / retratação (arts. 197 a 200) 
Por ocasião de seu interrogatório, o acusado pode proceder à confissão ou à retratação. 
Confissão → deve ser compatível com as demais provas coligidas aos autos. Não é a 
rainha das provas como no sistema da hierarquia legal das provas. 
Retratação → ocorre quando o acusado confessa o delito na fase extrajudicial e se 
retrata em juízo → a retratação deve ser analisada em consonância com os demais 
elementos probatórios coligidos aos autos 
 
Delação 
Ocorre quando um corréu assume sua participação no crime e aponta outros indivíduos. 
Delação / colaboração premiada → regulada na lei de tóxicos, na lei de crimes contra o 
sistema financeiro (lavagem de dinheiro) e na lei 9.807. 
 
Depois das perguntas do juiz, as partes (promotor e defensores dos corréus) podem 
solicitar esclarecimentos ao acusado (art. 188). O defensor do próprio acusado deve ser 
o último a formular perguntas dirigidas ao seu cliente. 
 
3. Palavra da vítima (art. 201) 
Sempre que possível, a vítima deve ser ouvida. 
A vítima não presta compromisso de dizer a verdade. 
A palavra da vítima é analisada pelo magistrado como qualquer outra prova. Não 
importa que a vítima seja criança, o juiz deve sempre analisar livremente suas 
declarações. 
Determinada condenação pode basear-se apenas nas declarações prestadas pelo 
ofendido, desde que sejam coerentes e críveis. Tal fato é muito recorrente nos crimes 
contra a dignidade sexual (palavra da vítima vs. palavra do acusado). 
 
Na realidade, o art. 201 não regula as declarações prestadas pelo ofendido, mas assegura 
a este alguns direitos. 
§6º → procura regular o conflito existente entre princípios constitucionais: liberdade de 
imprensa e vedação de censura vs. preservação da imagem e direito à intimidade da vida 
privada → segredo de justiça. 
 
4. Prova testemunhal (arts. 202 a 225) 
As testemunhas são previamente arroladas pelas partes. Na denúncia, pela acusação e na 
resposta, pela defesa. 
Excepcionalmente, poderá haver testemunhas do juízo (art. 209) → pessoas citadas nos 
autos que não são arroladas por nenhuma das partes → não há limites para a quantidade 
de testemunhas do juízo. 
As testemunhas podem ser dos fatos e das pessoas. Estas avaliam as pessoas envolvidas 
no fato. Quando advier condenação, os depoimentos prestados pelas testemunhas das 
pessoas são levados em consideração na dosimetria da pena. 
Algumas pessoas são proibidas de depor (art. 207), outras podem se recusar (art. 206). 
Os menores de 14 anos, os deficientes / doentes mentais e as pessoas que podem recusar 
a prestar depoimento não prestaram o compromisso de dizer a verdade (art. 208). 
Art. 221 → determinadas autoridades → não se expede mandado, mas sim convite para 
prestar depoimento. 
§1º → possibilidade de prestação de depoimento por escrito. 
As partes devem ser intimadas da expedição de carta precatória para prestação de 
depoimento de testemunha que reside em outra comarca. O magistrado, ao determinar a 
expedição da precatória, deve fixar prazo razoável para o seu cumprimento. Findo o 
prazo, o processo pode-se encerrar sem o cumprimento / devolução da precatória (art. 
222). 
Art. 222-A → as cartas rogatórias só serão expedidas se demonstrada previamente a sua 
imprescindibilidade, arcando a parte requerente com os custos de envio. 
Art. 214 → contradita à testemunha → produz efeitos independentemente de seu 
deferimento pelo magistrado → pode gerar dúvidas a respeito do depoimento prestado 
por determinada testemunha. 
 
5. Reconhecimento de pessoas / coisas (arts. 226 a 228) 
O reconhecimento para se constituir em meio de prova deve ser feito licitamente, isto é 
na forma do art. 226. 
 
12-11-2012 
6. Acareações (arts. 229 e 230) 
Todas as testemunhas devem ser ouvidas separadamente. Se entre elas houver 
divergência sobre ponto relevante, podem ser convocadas a serem ouvidos juntas. É 
possível desde que haja um pedido formulado pelas partes. 
 
7. Documentos (arts. 231 a 238 e 479) 
Qualquer documento juntado, a parte contrária tem que ter ciência. Qualquer papel 
escrito, documento público ou privado. A fotografia do documento tem o mesmo valor 
que o original, desde que autenticado. Em caso de dúvidas há de se fazer perícia. Se 
estrangeiros, têm que ser traduzidos por tradutor público (registrado na Junta 
Comercial). É ideal que o documento esteja autenticado pelo consulado do país 
estrangeiro de origem. 
 
8. Indícios (art. 239) 
Como meio de prova (art. 239), nos permite afirmar por raciocínio/indução 
circunstância que era desconhecida. Mas não traduz ideia de certeza. 
O legislador previu expressamente decisões judiciais que podem ter como fundamento 
provas indiciárias → prisão preventiva (art. 312), pronúncia (art. 413) e medida cautelar 
de sequestro de bens (art. 126). 
Em princípio, a prova indiciária não é suficiente para sustentar sentença condenatória. 
Entretanto, tal entendimento não é pacífico, sendo recorrentes sentenças condenatórias 
fundadas em provas indiciárias consideradas veementes. 
 
NULIDADES 
O CPP preocupa-se em limitar as hipóteses de nulidade → o processo não é fim em si 
mesmo, mas meio para aplicar o direito material (penal) ao caso concreto. Esse caráter 
instrumental do processo deve ser respeitado sempre que possível. 
 
Princípios 
1. Prejuízo 
Art. 563 → nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a 
acusação ou para a defesa (princípio da instrumentalidade). 
A parte deverá demonstrar prejuízo, afim de que seja decretada a nulidade de 
determinado ato. 
 
2. Causador da nulidade 
Art. 565 → nenhuma das partes poderá arguir nulidade a que haja dado causa, ou para 
que tenha concorrido, ou referente à formalidade cuja observância só à parte contrária 
interesse. 
A falta de protesto formal gera preclusão. 
 
3. Interesse na nulidade 
Parte final do art. 565 
 
4. Relevância do ato 
Art. 566 → não será declarada a nulidade de ato processual que não houver influído na 
apuração da verdade substancial ou na decisão da causa. 
 
5. Finalidade do ato processual 
Art. 572 → as nulidades previstas no artigo 564, III, “d” e “e”, segunda parte, “g e h”, e 
IV, considerar‑se‑ão sanadas: 
I – se não forem arguidas, em tempo oportuno, de acordo com o disposto no artigo 
anterior;II – se, praticado por outra forma, o ato tiver atingido o seu fim; 
III – se a parte, ainda que tacitamente, tiver aceito os seus efeitos 
 
O CPP não se refere a nenhuma diferença existente entre ato nulo, ato anulado e ato 
inexistente. 
Para efeitos doutrinários tem-se que: ato nulo é o ato que existe, mas tem um defeito 
que impede a produção de efeitos jurídicos; ato anulado é o ato que existe, mas tem um 
defeito que impede a produção de efeitos jurídicos a partir do momento em que é 
anulado; ato inexistente é o ato que possui defeito impeditivo de sua própria existência. 
 
O CPP apenas faz a distinção entre nulidade absoluta ou insanável e nulidade relativa ou 
sanável. As nulidades relativas são aquelas para as quais a lei prevê possibilidade de 
sanação (arts. 568, 569, 570). 
O mesmo fato, porém, não ocorre com as nulidades absolutas, que não podem ser 
sanadas. 
 
Art. 571 c/c art. 572, I → prazos para arguição das nulidades → se há momento 
processual oportuno para arguição da nulidade e esta não se perfaz, ocorrerá a 
preclusão. 
Art. 564 → hipóteses de nulidade → entende-se que esse artigo é taxativo (numerus 
clausus). 
 
Art. 567 → a incompetência do juízo anula somente os atos decisórios, devendo o 
processo, quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz competente. 
Se a competência for fixada na Constituição, o processo será integralmente nulo, não se 
aplicando o artigo em questão → incompetência absoluta. 
A suspeição e o suborno também engendram nulidade integral do processo, pois tais 
vícios não podem ser sanados. 
 
Ao decretar a nulidade, o magistrado deverá elucidar os seus efeitos (art. 573, §2º). 
 
No processo civil, observa-se a revelia quando o réu não oferece resposta, sendo que os 
fatos reputados na inicial são considerados verdadeiros. 
No processo penal, a revelia tem efeitos delimitados, pois o que reina é a presunção de 
inocência. A revelia apenas tem o condão de fazer o processo continuar sem a presença 
do réu. Apesar de revel, o réu ainda tem direito à ampla defesa e ao contraditório. 
 
Obs.: libelo → peça eliminada dos processos da competência do Júri. 
 
Art. 564, III, o → a intimação do réu sempre deve ser pessoal. A publicação no Diário 
Eletrônico do Judiciário serve apenas para a intimação do defensor. 
 
19-11-2012 
SENTENÇA 
Atos do juiz – jurisdicionais 
O CPP utiliza equivocadamente os termos despacho, decisão interlocutória e sentença, 
confundindo-os (ex. art. 581). Para fins de classificação do ato, deve-se analisar a 
essência e não o nome atribuído pelo CPP. 
 
Despacho → atos que não têm carga decisória, constituindo mero impulso processual. 
São tecnicamente irrecorríveis (ex. juntada de documentos). 
 
Decisão interlocutória → atos com carga decisória, mas que não põem fim ao 
procedimento em determinada instância. No Direito Processual Penal há decisões 
interlocutórias recorríveis e irrecorríveis. Quando a decisão interlocutória for 
irrecorrível, deve-se valer, dependendo do caso, do Habeas Corpus ou do Mandado de 
Segurança. Quando recorrível a decisão interlocutória, caberá recurso em sentido estrito 
(art. 581). 
 
Sentença → decisão que, com ou sem julgamento de mérito, põe termo ao procedimento 
em determinada instância. Contra sentença caberá apelação (art. 593). 
 
Sentença (art. 381) 
Relatório 
Exposição das partes, da acusação e da defesa → demonstra que o juízo analisou os 
autos para prolatar a sentença. 
 
Fundamentação 
Fundamento de fato → análise da prova constante do processo 
Fundamento de direito → referência à lei penal → o juiz é obrigado a citar a lei penal 
que está sendo aplicada ao caso concreto (princípio da reserva legal). 
 
Dispositivo 
Conclusão 
No DPP, pode-se ter sentença condenatória ou sentença absolutória. 
 
Data e assinatura do juiz 
Ao prolatar a sentença, o juiz coloca a data e, após, a entrega à Secretaria. É a data da 
publicação que é considerada como a data da sentença. 
Embargos declaratórios (art. 382) 
Não tem natureza de recurso → é mero pedido de declaração de sentença. 
 
Art. 382 → qualquer das partes poderá, no prazo de dois dias, pedir ao juiz que declare 
a sentença, sempre que nela houver obscuridade, ambiguidade, contradição ou omissão. 
 
No Juizado Especial Criminal, o prazo para interposição de embargos declaratórios é de 
cinco dias (art. 83 da Lei 9.099/95). 
Art. 83 → caberão embargos de declaração quando, em sentença ou acórdão, houver 
obscuridade, contradição, omissão ou dúvida. 
§1º. Os embargos de declaração serão opostos por escrito ou oralmente, no prazo de 
cinco dias, contados da ciência da decisão. 
 
Nova definição jurídica do fato (classificação): correlação entre a sentença e a 
denúncia 
A classificação dada pelo delegado no inquérito policial prevalece até o oferecimento da 
denúncia pelo Ministério Público. O processo prossegue segundo a classificação 
atribuída pelo MP. 
 
Emendatio libelli (art. 383) 
No momento em que se diz o direito subsumido ao caso concreto, o juiz não se limita 
pela classificação atribuída na exordial acusatória. Poderá haver desclassificação (mais 
grave para menos grave) ou classificação (agravação da situação do réu). 
O juiz verifica o fato narrado na denúncia ou na queixa → se o fato é o mesmo, o juiz 
pode dar-lhe nova classificação penal, desclassificando-o ou agravando a situação do 
réu → a correlação entre a sentença e a denúncia significa convergência entre o fato 
narrado na denúncia e o fato reconhecido na sentença. 
O fundamento desta possibilidade é que o réu é citado para se defender dos fatos, da 
conduta narrada na denúncia ou na queixa, e não da classificação penal atribuída, sendo 
que esta pode ser corrigida pelo magistrado → o fato deve ser o mesmo para possibilitar 
o exercício do contraditório pelo acusado. 
 
Mutatio libelli (art. 384) 
Art. 384 → encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova definição jurídica 
do fato, em consequência de prova existente nos autos de elemento ou circunstância da 
infração penal não contida na acusação, o Ministério Público deverá aditar a denúncia 
ou queixa, no prazo de 5 (cinco) dias, se em virtude desta houver sido instaurado o 
processo em crime de ação pública, reduzindo‑se a termo o aditamento, quando feito 
oralmente. 
§1º. Não procedendo o órgão do Ministério Público ao aditamento, aplica‑se o art. 28 
deste Código (remessa dos autos ao procurador-geral). 
 
Mudança fática → se houver alteração do fato, da circunstância fática, o juiz não 
poderá dar nova definição jurídica ao que foi narrado na exordial, pois estaria 
condenando o réu por fato que não lhe foi imputado. 
 
Obs.: libelli → acusação; mutatio → mudança; emendatio → correção. 
 
Obs.: súmula 453 do STF → não se aplica mutatio libelli à segunda instância, pois 
impossível a reabertura da instrução → o Tribunal deverá absolver tecnicamente o réu 
por falta de condição da condenação. 
 
Para a aplicação desses institutos deve-se centrar no fato (é o mesmo ou houve alteração 
fática?). 
 
Sentença absolutória 
Obs.: art. 385 → nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença 
condenatória, ainda que o Ministério Público tenha opinado pela absolvição, bem como 
reconhecer agravantes, embora nenhuma tenha sido alegada. 
As qualificadoras e as causas especiais de aumento de pena previstas em certos tipos 
penais devem ser narradas na denúncia e objeto de pedido. A parte final do artigo em 
questão trata das agravantes genéricas. 
O juiz não se vincula ao pedido da acusação. Ele deve julgar o caso de acordo com o 
seu convencimento. 
 
Ao absolver o acusado o juiz deve mencionar explicitamente qual o fundamento da 
absolvição, indicando o inciso correspondente do art. 386. 
 
A sentença absolutória, dependendo do fundamento, impede a propositura de ação cível 
pelo mesmo fato. Se a absolvição fundar-se na ausência de provaspara a condenação, 
poder-se-á ajuizar ação cível, buscando a produção de provas que não foram obtidas no 
juízo penal. 
 
Art. 386 → o juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que 
reconheça: 
I – estar provada a inexistência do fato; 
II – não haver prova da existência do fato 
III – não constituir o fato infração penal; 
IV – estar provado que o réu não concorreu para a infração penal; 
V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal; 
VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 
21, 22, 23, 26 e §1º do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada 
dúvida sobre sua existência; 
VII – não existir prova suficiente para a condenação. 
 
Os incisos I e II relacionam-se com materialidade do delito. 
O inciso III relaciona-se com a tipicidade da conduta. 
Os incisos IV e V relacionam-se com a autoria do delito. 
O inciso VI relaciona-se com os requisitos da antijuricidade (ilicitude) e da 
culpabilidade. 
O inciso VII é reflexo da adoção do princípio in dubio pro reo. 
 
Parágrafo único → na sentença absolutória, o juiz: 
I – mandará, se for o caso, pôr o réu em liberdade → não era a regra no DPP pátrio → 
eventual apelação interposta pelo MP não terá efeito suspensivo, sendo que o réu poderá 
ser colocado em liberdade; 
 
II – ordenará a cessação das medidas cautelares e provisoriamente aplicadas; 
 
III – aplicará medida de segurança, se cabível. 
Apenas quando o réu for absolvido pela inimputabilidade → aplicação de medida de 
segurança. 
Não se condena inimputável (haverá absolvição imprópria) e não se aplica medida de 
segurança ao condenado. 
 
22/11/2012 
SENTENÇA (ART. 381) 
Embargos Declaratórios (art. 382) 
Interposto em 2 dias. 
Juizado especial criminal → 5 dias. 
 
Nova definição jurídica do fato 
Mesmo fato (art. 383) 
Mudança no fato (art. 385) 
 
Pedido de absolvição do MP / agravantes (art. 385) 
Art. 385 → Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença condenatória, 
ainda que o Ministério Público tenha opinado pela absolvição, bem como reconhecer 
agravantes, embora nenhuma tenha sido alegada. 
 
Sentença absolutória (art. 386, I a VII) 
Juiz julga a sentença penal improcedente. 
 
Sentença condenatória (art. 387) 
Ação penal procedente, resultando em condenação. Em primeiro lugar, o juiz deve 
indicar qual dispositivo da lei penal está sendo aplicado no caso concreto para a 
condenação. Na segunda parte, há a aplicação da pena (dosimetria da pena). A aplicação 
da pena envolve os critérios de fixação da pena (método trifásico – art. 68 do CP). 
 
Dosimetria da pena 
1ª fase → pena base (art. 59 CP) 
2ª fase → atenuantes e agravantes 
3ª fase → causas especiais (majorantes e minorantes) 
 
Regime inicial e pena de multa 
 
Substituição da Prisão 
 
Valor mínimo da indenização (art. 387, IV) 
Novidade trazida pela reforma de 2008. É a possibilidade de inserir na sentença penal 
aspecto cível. 
 
Liberdade ou prisão (art. 312) 
 
Intimação da Sentença 
Ministério Público → deve ser pessoalmente intimado da sentença. 
Réu e defesa → intima-se duas pessoas diferentes. Se o defensor for público, deve ser 
pessoalmente intimado. Se for defensor constituído, será por publicação. O réu será 
pessoalmente intimado. 
Para a defesa, o prazo para recurso (apelação) é contado a partir da última intimação, 
seja do réu ou do defensor. 
 
APELAÇÃO 
Prazo para recorrer (art. 593) → 5 dias 
Pode ser por petição ou por termo. O réu pode, pessoalmente, assinar o termo. 
O termo pode ser feito na Secretaria, com data e assinatura do escrivão. 
 
Prazo para arrazoar (art. 600) → 8 dias 
 
Apelação na Lei 9.099/95 (art. 82, §1º) → 10 dias. 
Aqui não há termo de apelação. A tempestividade se relaciona apenas com o prazo para 
recorrer. 
 
26-11-2012 
RECURSO 
Conceito 
Recurso é pedido de reforma ou modificação da decisão judicial, baseado no 
inconformismo da parte vencida, manifestado no próprio processo em que foi proferida 
a decisão, dirigido ao magistrado que a exarou ou a órgão judiciário de instância 
superior, que adia a formação da coisa julgada. 
 
Obs.: o habeas corpus não é recurso, mas sim ação que tutela a liberdade constitucional 
de locomoção; a revisão criminal (grosso modo, ação rescisória do processo civil) tem 
natureza de ação autônoma de impugnação de coisa julgada (ataca sentença penal 
condenatória transitada em julgado) e também não é recurso; os embargos declaratórios 
não têm natureza recursal, sendo mero pedido de declaração de sentença. 
 
Princípio do duplo grau de jurisdição 
Decorre da própria organização do Poder Judiciário pátrio. 
Princípio previsto no art. 8º, item 2, alínea “l”, da Convenção Americana de Direito 
Humanos. 
 
Requisitos subjetivos 
a) interesse em recorrer 
Vinculado à utilidade da reforma para o recorrente (parte vencida) → sucumbência. 
 
b) legitimidade para recorrer 
 
Obs.: embargos infringentes (art. 609, parágrafo único) → divergência no Tribunal 
(turma de 3 desembargadores), com decisão por maioria, isto é, não unânime. 
 
Requisitos objetivos 
a) cabimento 
Quando a decisão é recorrível, cabendo recurso contra ela. 
Princípio atenuado pela fungibilidade dos recursos (art. 579) → se a decisão é recorrível 
e a parte interpõe recurso errado (apelação no lugar do recurso em sentido estrito), o 
magistrado deve analisar o atendimento aos requisitos como se o recurso correto tivesse 
sido interposto. 
 
b) tempestividade 
Apenas o prazo para recorrer é analisado para fins de tempestividade. 
 
c) regularidade formal 
Os dois principais recursos do processo penal (apelação e recurso em sentido estrito) 
podem ser interpostos por petição ou por termo. 
A jurisprudência entende que a cota nos autos (manifestação inequívoca do réu no 
sentido de recorrer) não afronta a regularidade formal. 
 
Obs.: recurso especial (STJ) e recurso extraordinário (STF) → recursos interpostos 
apenas por petição. Esta deve atender requisitos formais especiais. 
Em matéria de recurso especial e recurso extraordinário, o processo penal ainda é 
regulado pela Lei 8.038/90 (Lei de tramitação de ações e recursos nos Tribunais 
Superiores) → ver art. 26. 
 
d) preparo 
Na ação penal pública não se exige preparo, sendo que não há custeio do processo 
durante o seu andamento (o réu, se condenado, paga as custas apenas no final do 
procedimento). 
Há preparo apenas na ação penal privada. 
 
Obs.: art. 222-A → carta rogatória → na ação penal pública é o único caso de custeio 
para a realização do ato. 
 
Carta testemunhável (art. 639) 
Cabível contra decisão que não recebe recurso em sentido estrito. 
Muito utilizado quando o recurso em sentido estrito interposto contra decisão que não 
recebe apelação também não é recebido. 
 
Recurso ordinário de habeas corpus 
Quando se impetra habeas corpus em Tribunal, se houver decisão denegatória do HC, 
pode-se interpor, no prazo de 5 dias, recurso ordinário de habeas corpus → CF, art. 102, 
II (STF) art. 105, II (STJ). 
Anteriormente não se utilizava o recurso ordinário de HC, mas sim novo HC originário 
substitutivo de recurso ordinário (substituição da autoridade coatora) → bem 
recentemente, o STF não conheceu de um HC originário substitutivo de recurso 
ordinário, dizendo que a jurisprudência deveria ser revista para entender cabível apenas 
o recurso ordinário de HC. Por sua vez, o STJ passou a entender da mesma forma. 
 
Obs.: o recurso do protesto por novo júri foi revogado com a reforma de 2008. 
 
RESUMO DOS PRINCIPAIS RECURSOS NO PROCESSO PENAL PÁTRIO 
1. Apelação 
Contra sentença; 
CPP, art. 593; 
Interposta por petição ou termo; 
Prazo de 5 dias para interpor; 
Prazo de 8 dias para arrazoar. 
 
2. Apelação no Juizado Especial Criminal 
Contra sentença; 
Lei 9.099/95, art. 82, §1º; 
Interposta por petição; 
Prazo de10 dias para interpor; 
Não há prazo para arrazoar (razões apresentadas com a interposição do recurso). 
 
3. Recurso em sentido estrito 
Contra decisão interlocutória recorrível; 
CPP, art. 581; 
Interposta por petição ou termo; 
Prazo de 5 dias para interpor; 
Prazo de 2 dias para arrazoar. 
 
4. Carta testemunhável 
Contra decisão que não recebe recurso em sentido estrito; 
CPP, art. 639; 
Prazo de 48 horas para interpor. 
 
5. Recurso especial 
Violação de norma federal; 
CF, art. 105, III; Lei 8.038, art. 26; 
Interposto por petição; 
Prazo de 15 dias para interpor. 
 
6. Recurso extraordinário 
Violação de norma constitucional; 
CF, art. 102, III; Lei 8.038, art. 26; 
Interposto por petição; 
Prazo de 15 dias para interpor. 
 
7. Agravo de instrumento 
Contra decisão que inadmite REsp ou REx; 
Lei 8.038/90, art. 28; 
Prazo de 5 dias para interpor. 
 
8. Embargos infringentes 
Contra decisão tomada por maioria (órgão colegiado) em desfavor do réu; 
CPP, art. 609, parágrafo único; 
Prazo de 10 dias para interpor. 
 
9. Agravo de execução 
Contra decisão interlocutória do juízo da execução penal; 
Lei 7.210/84 (LEP), art. 197; 
Prazo de 5 dias para interpor. 
 
10. Agravo regimental 
Contra decisões monocráticas de membros do Tribunal; 
Regimento interno do Tribunal; 
Habitualmente, prazo de 5 dias para interpor. 
 
11. Embargos divergentes 
Uniformização jurisprudencial. 
 
03-12-2012 
RECURSOS 
1. APELAÇÃO 
Cabimento (art. 593) 
 
Contra sentença (I) 
 
Contra decisão definitiva (II) 
 
Contra sentença do Júri (IV) → soberania do veredicto 
a) nulidade 
b e c) sentença 
d) mérito 
 
Tempestividade 
5 dias da intimação da sentença (AIJ / julgamento do Júri) 
 
Art. 370 
MP → intimação pessoal 
Defensor Público → intimação pessoal 
Defensor constituído → publicação no DJe 
Acusado → intimação pessoal → edital de intimação (lugar incerto e não sabido) 
 
Razões de apelação 
Recurso de apelação 
Vista para apelante para oferecimento das razões de apelação (8 dias) 
Vista para apelado para oferecimento das contrarrazões (8 dias) 
Art. 600, §4º → oferecimento das razões no Tribunal → vista no Tribunal 
 
Efeitos 
Devolutivo 
Devolve o exame da matéria objeto da sentença ao órgão competente para julgar o 
recurso → todo recurso tem este efeito → o efeito devolutivo ocorre nos limites do que 
foi pedido na apelação → leva-se em conta a petição de apelação; 
Obs.: na apelação contra sentença do Júri deve-se indicar a alínea que fundamenta o 
recurso. O mais indicado é indicar todas as alíneas, a fim de que o efeito devolutivo se 
torne amplo. 
 
Suspensivo 
Antigamente, a regra era que a apelação interposta pelo MP contra sentença absolutória 
tinha efeito suspensivo. Hoje, não há mais essa regra. 
Obs.: apelação contra sentença absolutória por inimputabilidade (aplicação de medida 
de segurança) não tem efeito suspensivo. 
 
Arts. 594 e 595 revogados expressamente em 2008 → exigência do réu se recolher à 
prisão para interposição de apelação contra sentença condenatória. 
 
Art. 387, parágrafo único → na sentença, o juiz decide, fundamentadamente, se o réu 
pode ou não recorrer em liberdade → hipóteses autorizadoras da prisão preventiva (art. 
312) → ressalte-se que o não cumprimento do mandado de prisão não interfere no 
direito à interposição de recurso (sem efeito suspensivo). 
 
Em regra, REsp e REx não têm efeito suspensivo. 
STJ → sentença condenatória que decide que o réu pode recorrer em liberdade → 
interposição de recurso → ao confirmar a sentença, o Tribunal pode ordenar a prisão do 
réu, mesmo que haja interposição de novo recurso → Súmula 267 
STF → entendimento diverso → in casu, deve-se aguardar o trânsito em julgado da 
sentença para se expedir o mandado de prisão. 
 
Extensivo → art. 580 
Sentença transitada em julgado para um réu; o corréu interpõe recurso; absolvição pelo 
Tribunal fundada na ausência de materialidade do crime → deve-se aplicar o efeito 
extensivo do recurso. 
Analogicamente, aplica-se o efeito extensivo ao habeas corpus. 
 
Vedação da reformatio in pejus 
Ao julgar o recurso, não se pode agravar a situação do réu. 
 
Proibição da reformatio in pejus indireta → se houve sentença anulada, não se pode 
agravar a situação do réu na prolação de nova sentença (não se pode aplicar pena 
superior àquela anteriormente fixada). 
 
2. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
Cabimento 
Art. 581 → rol taxativo de decisões interlocutórias 
 
Tempestividade 
5 dias para interposição 
2 dias para razões e contrarrazões 
 
10-12-2012 
RECURSOS 
1. Apelação 
 
2. Recurso em sentido estrito 
Primeiramente, o efeito devolutivo do recurso em sentido estrito se dirige ao juiz que 
exarou a decisão. Este pode: a) manter a decisão → remessa para o Tribunal; b) 
reformar (juízo de retratação) → nesse caso, o recorrido pode recorrer da decisão 
advinda da retratação. 
 
3. Carta testemunhável 
Cabimento 
Art. 639. Dar‑se‑á carta testemunhável: 
I – da decisão que denegar o recurso; 
II – da que, admitindo embora o recurso, obstar à sua expedição e seguimento para o 
juízo ad quem. 
 
Art. 640. A carta testemunhável será requerida ao escrivão, ou ao secretário do tribunal, 
conforme o caso, nas quarenta e oito horas seguintes ao despacho que denegar o 
recurso, indicando o requerente as peças do processo que deverão ser trasladadas. 
 
Prazo → 48 horas 
 
Processamento → próprio escrivão 
 
4. Embargos infringentes 
Art. 609. Os recursos, apelações e embargos serão julgados pelos Tribunais de Justiça, 
câmaras ou turmas criminais, de acordo com a competência estabelecida nas leis de 
organização judiciária. 
Parágrafo único. Quando não for unânime a decisão de segunda instância, desfavorável 
ao réu, admitem‑se embargos infringentes e de nulidade, que poderão ser opostos 
dentro de dez dias, a contar da publicação de acórdão, na forma do artigo 613. Se o 
desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto de divergência. 
 
Cabimento → decisão por maioria (não unânime) de Tribunal (2ª instância – TJ ou 
TRF) no julgamento de apelação ou recurso em sentido estrito → voto vencido a favor 
do réu. 
 
Nos embargos infringentes discutem-se apenas as matérias sobre as quais há 
divergência. 
 
Prazo → 10 dias 
 
Julgamento → composição maior do que aquela que julgou a apelação ou o recurso em 
sentido estrito. 
Sendo cabível embargos infringentes, apenas após a interposição e julgamento deste é 
que se pode interpor REsp / REx. 
 
Obs.: o regimento do STF prevê a possibilidade de interposição de embargos 
infringentes (4 votos vencidos). Mas há divergência. Alguns entendem que o regimento 
do STF tem força de lei federal, do mesmo modo que a Lei 8.038/90. Assim a 
interposição de embargos infringentes no STF é possível (previsão legal no regimento). 
Outros afirmam que a Lei 8.038/90, que regula matéria recursal nos tribunais 
superiores, não prevê a interposição de embargos infringentes (revogação do regimento 
do STF no que se refere aos embargos infringentes). Uma crítica a esse entendimento é 
que se não tem previsão, também não há proibição (vigência do regimento do STF no 
que se refere aos embargos infringentes). 
 
5. Recurso especial 
Previsão legal 
CF, art. 105, III e art. 26 da Lei 8.038/90 
 
Matéria de direito 
Em sede de REsp, não se pode tratar de matéria de fato, de reexame de provas ou da 
justiça / injustiça da decisão. Se discute apenas legalidade / ilegalidade de diploma 
federal (CP / CPP). 
 
Obs.: os recursos interpostos em face das decisões do juizado especial são julgados 
pelas Turmas Recursais. Assim, o STJ funda-se no art. 105, III, da CF para denegar a 
competência de julgar REsp interposto contra decisão das Turmas Recursais. O mesmo 
não ocorre no âmbito do STF no que se refere ao julgamento de REx interposto contra 
decisão da Turma Recursal, pois

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