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1 
 
 
VOZ E O CANTO 
 
 
 
Sumário 
 
FACULESTE ............................................. Erro! Indicador não definido. 
INTRODUÇÃO ......................................................................................... 2 
O que é voz ............................................................................................. 3 
Quais são os tipos de voz para cantar ................................................... 10 
Classificação Vocal ................................................................................ 13 
Voz Cantada X Voz Falada .................................................................... 19 
Falar e Cantar Faz Bem à Saúde .......................................................... 21 
CONCLUSÃO ........................................................................................ 27 
REFERÊNCIA ........................................................................................ 28 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
É altamente provável que, sem o desenvolvimento do canto humano não 
teria havido qualquer desenvolvimento civilizacional tanto musical como cultural. 
O cantor inspira não só através do conteúdo linguístico da sua canção, 
mas também através das características e emoção da sua voz. 
Cantar é uma tarefa complexa e difícil que frequentemente requer anos 
de treino para alcançar os mais altos níveis de performance. O público encara 
essa tarefa como um dado adquirido, e só vai reconhecer os riscos de lesões 
vocais ou dificuldade quando o cantor não puder atuar. Por tudo isto, a prestação 
de cuidados a esses artistas exige uma compreensão dos múltiplos sistemas 
fisiológicos que interagem para permitir a apresentação de uma voz de extrema 
qualidade. 
A estrutura em camadas da prega vocal é única entre os animais e confere 
as características vibratórias à laringe humana, permitindo, por exemplo, o 
aumento do volume para gritar e a subtileza vocal para cantar uma canção de 
embalar. 
 Quando a voz começa a falhar, e particularmente, quando há uma 
mudança na voz de um cantor, o profissional clínico deve efetuar uma 
abordagem mais intensa a esse paciente, comparando com outros indivíduos 
cuja qualidade de voz não seja fundamental para sua profissão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O que é voz 
 
 
Sob o ponto de vista fisiológico, a voz humana pode ser definida como o 
som produzido pela passagem do ar pelas pregas vocais e modificado nas 
cavidades de ressonância e estruturas articulatórias. 
Sobre voz normal. 
Não existe uma definição aceitável de voz normal, por falta de padrões ou 
limites definidos, e, portanto, o conceitomais correto é o de voz adaptada, ou 
seja, em que a pessoa (ou trabalhador) demonstra estabilidade e resistência 
aouso específico, laborativo e/ou social, que habitualmente faz da voz. 
Conceito de voz falada. 
Voz falada é a voz utilizada na comunicação oral e fornece ou transparece 
informações físicas e culturais doindivíduo. 
Conceito de voz cantada. 
A voz cantada é uma forma de comunicação oral, utilizada no canto e 
traduz características específicas relacionadas às modificações fisiológicas, 
acústicas e musicais. 
 
 
 
 
Voz profissional. 
É definida como a forma de comunicação oral utilizada por pessoas que 
dela dependem para sua atividade ocupacional. 
 
Características da VOZ FALADA 
 
1. Respiração 
A. É natural; 
B. O ciclo completo de respiração varia de acordo com a emoção e o 
comprimento das frases e velocidade de fala; 
C. Inspiração relativamente lenta e nasal nas pausas longas, sendo mais 
rápida e bucal durante a fala; 
D. Pequena movimentação pulmonar e da expansão da caixa torácica; 
E. Coordenação pneumofonoarticulatória. 
 
 
 
 
 
2. Fonação 
A. As PV fazem ciclos vibratórios com o quociente de abertura levemente 
maior que o de fechamento. 
B. Produção de uma série regular de harmônicos. 
C. Atrito das PV bastante aumentado durante emissões com ênfase. 
D. Discreta movimentação da laringe no pescoço. 
E. Curta extensão de frequências em uso habitual. 
 
3. Ressonância e projeção de voz 
A. Ressonância equilibrada em condições naturais do trato vocal, sem uso 
particular de alguma cavidade, sem a necessidade de grande projeção da voz 
na conversação. 
B. Intensidade habitual ao redor de 64dB para conversação, com uma 
faixa de variação de cerca de 10dB. 
C. Quando é necessária maior projeção vocal geralmente usam-se 
inspirações mais profundas, com maior abertura de boca, sons mais agudos e 
mais longos. 
 
4. Qualidade vocal 
A. Pode ser neutra ou com pequenos desvios que identificam o falante. 
B. Extremamente sensível ao interlocutor, à natureza do discurso ou a 
aspectos emocionais da situação. 
 
5. Articulação dos sons da fala 
 
 
A. O objetivo da voz falada é a transmissão da mensagem, com 
articulação precisa mantendo a identidade dos sons. 
B. Vogais e consoantes com duração definida pela língua que se fala. 
C. O padrão de articulação sofre grande influência dos aspectos 
emocionais do falante e do discurso. 
D. Fala espontânea e articulada. 
 
6. Pausas 
A. As pausas são individuais do falante, podendo ocorrer por hesitação, 
por valor enfático ou, ainda, refletir interrupções naturais do discurso. 
B. São normais e aceitáveis, podendo ser silenciosas ou preenchidas por 
sons prolongados. 
 
7. Velocidade e ritmo 
A. São pessoais e dependem da característica da língua falada, 
personalidade e profissão do falante, objetivo emocional do discurso e fatores de 
controle neurológico. 
B. Geralmente ocorrem variações independentes da consciência do 
falante, mas podem ser reguladas de acordo com o objetivo emocional da 
emissão. 
C. Levemente entoada. 
 
8. Postura 
A. É variável, com mudanças constantes. 
B. As mudanças habituais na postura corporal não interferem de modo 
significativo na produção da voz coloquial. 
 
 
C. A linguagem corporal acompanha a comunicação verbal e a intenção 
do discurso. 
D. Por vezes com agregados ruidosos como grito, sussurro e assovio. 
 
Características da VOZ CANTADA 
 
1. Respiração 
A. É treinada. 
B. Ciclos respiratórios programados de acordo com as frases musicais. 
C. Inspiração rápida e nasobucal. 
D. Volume de ar muito maior durante o canto (do que na voz falada). 
E. Grande, movimentação pulmonar durante a tomada de ar, com 
expansão das paredes do tórax. 
F. Expiração com controle ativo. 
 
 
 
2. Fonação 
A. Quociente de fechamento da PV maior que o de abertura. 
B. Série mais rica de harmônicos e com intensidade mais forte. 
C. Atrito da mucosa das PV reduzido, sem início de sonorização brusco, 
mas sim com mudança da tensão das estruturas. 
D. Laringe com permanência da posição baixa e estabilizada, mesmo nas 
frequências mais altas, (mas nem semprepara o canto popular). 
E. Ampla extensão de frequências. 
 
3. Ressonância e projeção de voz 
A. A ressonância é geralmente mista (cabeça e peito). 
B. Intensidade muito variável, controlada e de variação rápida. 
C. Projeção vocal é uma necessidade constante no canto e para isso é 
necessária uma inspiração sempre maior que para a fala. A boca está sempre 
aberta. 
 
4. Qualidade vocal 
A. Depende da natureza do coral, do estilo musical e do repertório com 
integração das características pessoais. 
B. Mais estável devido ao treinamento, com menos influência de fatores 
externos à realidade musical. 
 
5. Articulação dos sons da fala 
A. A mensagem a ser transmitida está além das palavras, privilegiando-
se os aspectos musicais, com sacrifício da articulação de certos sons, que 
podem ser subarticulados ou distorcidos. 
 
 
B. As vogais são geralmente mais longas que as consoantes e servem de 
apoio à qualidade vocal. 
C. Os movimentos articulatórios básicos recebem influência dos aspectos 
tonais da música e da frase musical em si; desta forma, as constrições queproduzem os sons e que são realizadas ao longo do trato vocal tendem a ser 
reduzidas. 
 
6. Pausas 
A. São pré-programadas e definidas pelo compositor e/ou pelo regente do 
coral, possuindo forte apelo emocional e de interpretação. 
B. As que ocorrem por hesitação do cantor não são aceitáveis. 
C. Responder à alta demanda em relação à frase musical e articulação do 
texto. 
 
7. Velocidade e ritmo 
A. Dependem do tipo de música, da harmonia, da melodia e do andamento 
que o regente confere ao tema. 
B. As alterações são controladas, pré-programadas e ensaiadas. 
 
8. Postura 
A. É menos variável, procurando-se sempre manter o equilíbrio do eixo 
corporal. 
B. As mudanças na postura corporal interferem tanto na produção da voz 
quanto na estabilidade da qualidade vocal. 
 
 
 
Quais são os tipos de voz para cantar 
 
No estudo musical, descobrimos que existem algumas categorias nas 
quais as vozes dos cantores se enquadram. Entender qual é o seu “rótulo” é uma 
forma de descobrir o melhor tom para cantar uma canção e onde você se encaixa 
no espectro musical. 
Antes de tudo, vale ressaltar que essas categorias não são limitantes. 
Muitas pessoas acreditam que ao ser classificado como soprano, por exemplo, 
é possível apenas cantar músicas agudas. 
Na verdade, o treino vocal é uma forma de aumentar a sua tessitura e 
garantir versatilidade na hora do canto. Por mais que algumas canções devam 
ser adaptadas para o seu tom, lembre-se de que é, sim, possível interpretar 
qualquer canção que você deseje, independente de qual é o seu tipo de voz. 
A classificação serve, principalmente, para encontrar as notas com as 
quais você se sente confortável. Ao englobar as notas que não exigem esforço 
para serem alcançadas, fica mais fácil entender seu desempenho vocal e 
começar os estudos. 
 
 
 
 
 
Quais são os tipos de voz para cantar 
 
Basicamente, podemos dividir as vozes em 6 grandes categorias: 
• Soprano: nessa categoria, enquadram-se as vozes mais agudas 
femininas; 
• Mezzo soprano – a voz mezzo soprano se enquadra na categoria de notas 
média, ainda no gênero feminino; 
• Contralto – por outro lado, aqui se encaixam as vozes graves femininas; 
• Tenor – vozes agudas masculinas, são como o soprano; 
• Barítonos – vozes médias masculinas, em oposição ao gênero das mezzo 
sopranos; 
• Baixos – vozes graves da categoria feminina, ao contrário do contralto. 
Apesar de esses serem os principais tipos de vozes, vale a pena ressaltar 
que existem ainda subdivisões para entender a performance vocal. Essas 
subdivisões afunilam ainda mais a grande diversidade de vozes encontradas ao 
redor do mundo. 
 
 
Porém, de uma forma geral, a classificação vocal abrangente já é o 
suficiente para conhecer melhor a sua voz. 
Quando pensamos no coro, é comum encontrar pessoas que são 
soprano, contralto, tenor e baixo. Em óperas e grandes espetáculos musicais, a 
composição é completa por todos os tipos de voz. 
 
Como é feita a classificação vocal 
Para descobrir qual é a categoria na qual você se enquadra, o apoio de 
um profissional é imprescindível. Existem pessoas especializadas em 
mapeamento vocal. Elas são responsáveis por estudar e analisar a sua voz, 
encontrar a sua tessitura e classificação vocal. 
O estudo geralmente é feito com o acompanhamento de um instrumento 
musical. Na maioria das vezes, é utilizado o piano ou teclado, já que eles emitem 
notas sem muitos ruídos, sendo de fácil identificação. 
O profissional pede para que você reproduza as notas tocadas no piano. 
De acordo com a performance, fica mais fácil saber qual é o seu tipo de voz. 
O enquadramento pode ser feito de acordo com o seguinte alcance: 
• Sopranos: entre Dó3 a Lá 4; 
• Mezzos: entre Lá 2 a Fá 4; 
• Contraltos: entre Sol 2 a Mi 4; 
• Tenores: entre D3 a Lá 4 (mas soa oitava abaixo); 
• Barítonos: entre Sol1 a Sol 3 e; 
• Baixos: entre Si 1 a Mi 3. 
A classificação pode variar, mas essa é a tabela padrão de alcance para 
definição de diferentes tipos de vozes. 
 
 
 
Por que e quando preciso descobrir o meu tipo de voz 
Como mencionamos acima, saber qual é a sua classificação vocal ajuda 
você a entender o seu perfil e saber o que precisa treinar para aumentar sua 
tessitura. Porém, não necessariamente você deve descobrir o seu tipo de voz 
logo ao iniciar os estudos. 
Na verdade, o ideal é que você comece a entender a performance vocal, 
treine e, então, comece a pensar nos tipos de vozes. Afinal, depois do treino, 
você já conseguirá alcançar as notas com mais facilidade. 
Então, será muito mais fácil entender suas necessidades como cantor. 
Isso sempre lembrando de que a classificação vocal não é limitante. Lembre-se 
de que é, sim, possível interpretar qualquer canção independente do seu tipo de 
voz. 
Como diversas áreas do conhecimento, com a música não é diferente: a 
prática garante sempre os melhores resultados. Logo, quem quer se tornar um 
cantor profissional precisa estar sempre disposto a estudar e treinar muito! 
Se você tiver outras dúvidas sobre os tipos de vozes ou quiser 
compartilhar sua trajetória conosco, aproveite o espaço de comentários abaixo. 
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sociais! 
 
Classificação Vocal 
 
 
 
Você, provavelmente, já está familiarizado ou, pelo menos, já ouviu falar 
em termos como: Soprano, Contralto, Tenor e Baixo. São as vozes de uma forma 
de composição bem conhecida: o coral, cujo nome também, popularmente, 
representa o grupo de pessoas que executa a tal composição (pode-se chamar, 
mais corretamente, o grupo de coro). 
Mas estas não são as únicas possibilidades de classificação das vozes. 
Vamos, em primeiro lugar separar as vozes em agudas, médias e 
graves. 
A voz aguda feminina é o Soprano e a masculina é o Tenor. São as vozes 
encontradas com maior abundância no Brasil. 
A voz média feminina é o Meio-soprano (ou Mezzo-soprano) e a 
masculina é o Barítono. Também são encontradas no Brasil, mas bem menos 
em relação às vozes agudas. 
A voz grave feminina é o Contralto e a masculina o Baixo. São vozes 
raras no Brasil. O Baixo ainda encontramos, mas o Contralto verdadeiro é 
raríssimo e tem partituras interpretadas por Mezzo-sopranos Dramáticos (ver 
mais abaixo). A maioria dos coros tem de valer-se de Barítonos para cantar a 
linha dos Baixos dos corais. Por outro lado, a Rússia é um exemplo de 
abundância em vozes médias e graves, notório em seus coros, por outro lado 
são escassas as vozes ligeiras (sobre as quais falaremos mais abaixo). 
Faço aqui um parêntese para um esclarecimento vital. Todos nós já 
nascemos com um tipo de voz. Nossa voz é o resultado de várias características 
físicas que herdamos de nossos pais. Por isso, é impossível um Tenor 
“desenvolver” uma voz de Barítono. Vai, sim, desenvolver sérios problemas 
vocais se tentar. Deus fez você com esta voz. É um presente dEle a você. Não 
“fabrique” uma voz que não é a sua. Vai estragar sua voz. E esta, nesta vida, é 
uma só. 
Agora atente para a subdivisão das vozes: 
 
Vozes femininas: 
 
 
 
• O Soprano Ligeiro: é o chamado 1º Soprano, que tem por característica 
uma voz de volume menor, mas que alcança notas muito agudas, além 
de ter facilidade para cantar notas com ritmo rápido (volaturas). 
Referências: Joan Sutherland, Kathleen Battle, Sumi Jo; 
• O Soprano Lírico-Ligeiro: Também chamado de Lírico Spinto, é um 
pouco mais encorpado que o ligeiro puro, também tem facilidade pra 
agudos e volaturas. Referências: Renata Tebaldi, Victoria de Los Angeles. 
• O Soprano Lírico: de voz mais cheia, também possui maior volume. É 
também chamada de 2ºSoprano. Referências: Kiri Te Kanawa, Mirella 
Freni, Renata Scotto;. 
• O Soprano Dramático: raro e de sonoridade peculiar, é o soprano mais 
grave. Normalmente tem grande extensão e desenvolve grande volume. 
Referências: Jessie Norman (polêmica classificação,pois alguns a 
consideram Mezzo-soprano Lírico). 
• O Mezzo-soprano Lírico: é também chamado em alguns lugares de 
Mezzo-soprano Ligeiro, pois apesar do timbre grave, assim como o 
Soprano Ligeiro, tem boa agilidade para volaturas (venho ressaltar que 
 
 
alguns classificam distintamente o Mezzo lírico do ligeiro). Referências: 
Tereza Berganza 
• O Mezzo-soprano Dramático: de grande extensão, timbre escuro e bem 
grave, muitas vezes canta também partituras de Contralto solo, o que 
pode ocorrer com mais freqüência com o abaixamento natural da voz ao 
passar os anos. Referências: Olga Borodina; 
• O Contralto: como já dissemos, é raro no Brasil. Tem timbre muito escuro 
e, até pela pouca oportunidade de se ouvir, impressionante. Tem poucos 
papéis em ópera, a maior parte do repertório está na música barroca e 
nas obras do séc. XX. Referências: canto lírico: Kathleen Ferrier. 
Algumas mulheres, devido a problemas hormonais ou disfunções do 
aparelho fonador, adquirem uma voz atenorada. A extensão destas vozes é bem 
curta (às vezes, de no máximo uma oitava) dificultando o desenvolvimento no 
trabalho de técnica vocal. 
É também importante mencionar a corrente moda que supervaloriza a voz 
grave feminina. A situação, embalada ao som da música comercial, está crítica, 
causando confusão no referencial das pessoas. Além de classificações erradas 
(Sopranos classificados como Mezzo-sopranos e, pasmem, como Contraltos), 
temos uma atitude prejudicial tanto à saúde quanto à estética da voz, com o 
incentivo de se cantar só na sua região grave e, na maioria das vezes, forçando 
muito. Seja ela Contralto, Mezzo-soprano ou Soprano, a voz tem uma tessitura 
grande, e uma composição agradável e de bom senso estético a utiliza como um 
todo. É ridículo legar à voz feminina, seja ela de que tipo for, uma região ínfima 
que não passa de poucas notas no grave. Vozes graves também tem agudos 
bonitos se bem colocados tecnicamente. 
 
Vozes masculinas: 
 
 
 
• O Contratenor: é atualmente a voz masculina que treina tecnicamente o 
falsete para cantar como Contralto. Comum em coros mistos e masculinos 
europeus que interpretam, principalmente, música dos períodos 
Renascentista (séc. XVI) e Barroco (do séc. XVII à primeira metade do 
séc. XVIII). Na liturgia católica não havia canto congregacional (até 
meados do séc. XX). A música era executada por coros masculinos. Por 
este motivo usavam-se meninos (os famosos sopraninos e contraltinos), 
os falsetistas e os castratti. O uso de coros apenas masculinos perdurou 
na liturgia após a reforma protestante. A mulher só participava do canto 
congregacional (todos os fiéis cantando juntos), reintroduzido por Lutero. 
Referências de Contratenores (falsetistas – cantando como contraltos) no 
canto lírico: Andreas Scholl, David Daniels . 
• O Tenor Ligeiro: também conhecido como 1o Tenor é a voz masculina 
natural mais aguda, também com facilidade para volaturas. Referência: 
Juan Diego Florez, Niccolai Gedda, Salvatore Licitra); 
• O Tenor Lírico-Ligeiro: Também chamado de Lírico Spinto, é um pouco 
mais encorpado que o ligeiro puro, também tem facilidade pra agudos e 
volaturas. Referências: Enrico Caruso, Franco Corelli. 
https://musicaeadoracao.com.br/25713/classificacao-vocal/#1
 
 
• O Tenor Lírico: voz mais rica em harmônicos que a anterior, tem o timbre 
mais cheio. É também chamado de 2o Tenor. Por erro ou, às vezes, por 
causa do repertório operístico, alguns Tenores Líricos são chamados de 
Dramáticos. Referências: Mario Lanza, Plácido Domingo; 
• O Tenor Dramático: assim como o Soprano Dramático desenvolve 
grande volume, e é mais raro no Brasil. É o Tenor mais grave. Quando 
intérprete de óperas do Romantismo Germânico (R. Wagner, R. Sttraus) 
é chamado de Heldentenor (diz-se: réldentênor) ou Tenor Heróico. 
Referências: Lauritz Melchior, Wolfgang Windgassen. 
• O Barítono Lírico ou Barítono Central: é comum como terceira voz em 
quartetos masculinos de música cristã. É importante salientar que alguns 
Tenores Dramáticos e Líricos podem ser classificados como Barítonos, 
devido a alguma dificuldade na identificação do timbre. O bom professor, 
com o desenvolver da técnica do aluno, corrige a classificação e 
redireciona o trabalho. Isto ocorreu com o conhecido Tenor Plácido 
Domingo (dos “Três Tenores”), classificado como Barítono, a princípio. 
Referência: Thomas Hampson ; 
• O Barítono Dramático: de voz bem grave e volumosa, é também 
chamado de Baixo Cantante ou Baixo Barítono (de acordo com o 
repertório operístico). Muitos dos Baixos de quartetos masculinos de 
música cristã são, na verdade, Barítonos Dramáticos. Referências: Bryn 
Terfel ; 
• O Baixo: tem o timbre bem escuro e potente. É raro mas encontra-se no 
Brasil. Referências: Gottlob Frick; 
• O Baixo Profundo: timbre escuríssimo, voz potente, impressionante, e 
muito rara no Brasil, é encontrado com maior facilidade em países eslavos 
(Rússia, Ucrânia, Letônia, etc.) Referência: Martti Talvela. 
 
 
 
 
Voz Cantada X Voz Falada 
 
 
 
As pregas vocais, conhecidas popularmente como cordas vocais, são 
dobras musculares que apresentam limites de extensão que atingem somente 
algumas notas da região aguda e também algumas notas da região grave. 
Devido a esse limite sonoro podemos classificar então as vozes que são 
divididas em: masculina (baixo, barítono, tenor), e feminina (contralto, mezzo- 
soprano e soprano). 
 
 
 
Para um cantor(a) é recomendado que se tome alguns cuidados com a 
voz, para que não haja necessidade de um constante acompanhamento médico. 
A ponderação na voz falada para que não haja sobrecarga nas pregas 
vocais. A competição entre a voz falada e a voz cantada sempre existe. Por 
exemplo, a maior parte dos cantores falam muito antes de cantar isso só 
aumenta o desgaste muscular, prejudicando logo em seguida a emissão da voz. 
A voz falada muita das vezes é aplicada da forma inadequada. É 
necessário que a voz falada também, receba disciplina. Sempre que estiver em 
um diálogo nunca fale quando alguém já estiver falando, pois sua voz sofrerá 
alteração no volume e ambos não se ouvirão. Espere alguém acabar a colocação 
que estiver fazendo, para que você possa então responder, indagando, 
concordando, exclamando, etc… se todos nós conversamos pausadamente, 
teríamos maior aproveitamento do assunto em pauta. O pausar respiratório, o 
volume da voz natural e a dicção bem aplicado lhe dará uma boa conclusão. 
 
 
Quando alteramos nossa voz, é bem provável que estejamos com uma 
certa ansiedade ou nervosismo, sendo assim podemos perder o controle da 
situação. Isso também se aplica na voz cantada. A partir do momento que você 
aplicar sua voz para cantar os cuidados vão ter que ser dobrados. 
Para que você possa cantar, é necessário conhecer bem sua extensão 
vocal. Todos nós somos limitados e precisamos saber até onde podemos chegar. 
Para voz cantada usamos 3 registros: graves (encontram-se na região 
abdominal), médio (região peitoral), agudo (na região do crânio). Pelo fato de 
passearmos por estes 3 registros o tempo todo quando estamos cantando, 
passagem de um registro para o outro deve ser bem ajustada para que a 
sonoridade não fique deficiente. 
Cantor(a), conheça sua classificação vocal respeitando sua extensão e 
não excedendo na impostação de sua voz. Uma boa voz, é aquela colocada de 
maneira natural, respeitando a afinação, a ressonância, a dicção e a articulação 
que estiver sendo pedida. Por isso procure um instrutor vocal. Há muito o que 
falar sobre este assunto. 
 
Falar e Cantar Faz Bem à Saúde 
 
 
 
 
Quando falamos ou cantamos de maneira correta estamos praticando 
uma arte ou ciência muito importante inclusive para a saúde. Em geral todos os 
que podem falar também podem cantar e nunca é demasiado cedo ou tarde para 
começarmos estudos de técnica vocal. 
Os exercícios de técnica vocal ajudarão a criança,adolescente ou adulto 
a melhorar a postura do corpo, desenvolvendo o tórax proporcionando uma 
melhor oxigenação ao corpo do indivíduo pelos exercícios respiratórios. 
Quando respiramos é preciso renovar oxigênio do sangue e expulsar 
através da respiração o carbono que inspiramos. Um fator importante na 
respiração é a capacidade de inspirarmos o ar necessário para termos fôlego 
suficiente podendo assim emitir corretamente uma frase quando falamos ou 
cantamos. 
Existem três espécies de respiração: 
 
 
 
 
1. Clavicular: É a que move as clavículas. Lembramos de quando crianças 
ao assistir filmes de quartel, o sargento ordenava aos soldados: “Respirar 
Fundo”. Os soldados levantavam os ombros, como se tivessem 
respirando profundamente. Agindo dessa maneira, só uma parte mínima 
dos pulmões recebe ar, comprime o tórax às vezes causando sua ruptura. 
Também comprime o esôfago, a laringe e a faringe ocasionando até 
fadiga devido a quantidade insignificante de ar pelo esforço 
desnecessário pra levantar asa costelas e clavículas tornando-se uma 
respiração ineficiente e perigosa. 
 
 
2. Abdominal: É executada pelos movimentos do diagrama, músculo que 
se dilata quando recebe o ar voltando a posição normal quando o expele. 
Trata-se de uma respiração profunda. 
3. Intercostal: É quando há uma dilatação lateral das costelas. É uma 
respiração ampla porque fornece uma maior quantidade de ar. 
A combinação dessas ultimas respirações produz um bom resultado para 
a saúde e para produzir um bom som sem cortar palavras e sentenças. 
A pratica da técnica vocal alem de aumentar o gosto pela arte desenvolve 
na pessoa um espírito de solidariedade e o canto coral desperta no individuo a 
capacidade de trabalhar em grupo. 
Quando se acostuma a falar e cantar erroneamente como pela garganta 
ou nariz, isso pode transtornar e mesmo destruir as cordas vocais até um 
cansaço contínuo, rouquidão quase incurável e muito mais. Uma boa dicção 
tanto no falar como no cantar depende de como pronunciamos as palavras. 
Quando articulamos bem as vogais e as consoantes, respeitando as 
acentuações das silabas tônicas dos vocábulos, estamos aperfeiçoando a nossa 
maneira de falar e cantar. Por isso uma música bem escrita deve respeitar as 
leis da Prosódia Musical, isto é, as silabas fortes das palavras devem coincidir 
exatamente com as notas acentuadas da musica. Em linguagem simples 
queremos dizer que prosódia nada mais é que o casamento perfeito da letra 
como a música. Quando isso acontece, os que cantam sempre irão entoar uma 
melodia corretamente, pois, reenfatizando, as silabas fortes e fracas de uma 
palavra sempre combinam com os tempos fortes e fracos da música 
propriamente dita. 
Muitas pessoas costumam falar rápido demais e com isto comem as 
palavras e engolem as terminações das mesmas além de ligar os vocábulos e 
sentenças tornando-se difícil a compreensão devido a rapidez e péssima dicção. 
Muitos defeitos quando falamos ou cantamos estão relacionados com: 
temperamento pessoal do indivíduo, estado emocional, má colocação da voz, 
respiração defeituosa, uso de vogais muito abertas, tensão muscular, problemas 
 
 
sérios fisiológicos do aparelho vocal, e nesse último caso depende-se muito da 
ajuda de médicos especialistas para resolvê-los. 
Em geral o homem apresenta maior trauma em relação à voz. Isto ocorre 
porque na puberdade a mudança da voz é mais drástica do que na mulher. 
Durante esse período a sociedade e a família muitas vezes acabam 
desmotivando o amor à música que o adolescente possui fazendo “chacotas” 
quando eles cantam ou falam usando termos tais como: voz de taquara rachada, 
lata velha, arame farpado, sapo desafinado e outros termos pejorativos. 
 
 
É muito importante que professores de Português (ou da língua natal do 
individuo), cuidem bem da fonética e os instrutores da musica utilizem partituras 
apropriadas para os adolescentes que tem “Voz de Cambiata” – isto é, não 
possuem ainda voz definida. 
Geralmente falando, as vozes são classificadas de acordo com a tessitura 
e timbre: Soprano, Meio – Soprano e Contralto(para as vozes femininas), Tenor, 
 
 
Barítono e Baixo(para as vozes masculinas). Porém é muito importante não 
confundirmos com o Registro de Voz. Os registros de voz são classificados em 
Grave, Médio e Agudo dependendo aonde se encontram as ressonâncias, como 
podemos observar: 
 
1. Grave ou Voz do Peito – A ressonância vem do tórax. 
2. Médio ou Voz Media – A ressonância se dá na face. 
3. Agudo ou Voz Aguda – A ressonância se dá nos ossos da cabeça. 
O ideal para o orador ou cantor é desenvolver esses três registros porque 
usando só o registro grave produz fadiga nos ouvintes devido à monotonia. 
Usando só o registro agudo cansa e irrita os que ouvem, mas o registro médio é 
o mais natural sendo maleável e ponto de transição para os outros registros. Os 
que cantam as vozes intermediárias (Meio-Soprano e Barítono), possuem mais 
condições de desenvolver todos esses registros podendo cantar em um coral 
qualquer voz que necessitem em uma emergência. 
Esperamos com essa sucinta explanação, que o leitor possa incentivar o 
estudo da técnica vocal para o seu próprio prazer e saúde alegrando aos que 
rodeiam através da oratória e do canto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONCLUSÃO 
 
A voz cantada é cada vez mais interpretada como o resultado da 
combinação harmoniosa da genética, anatomia, fisiologia, psicologia, 
desenvolvimento social e arte. 
Como tal, o especialista da voz cantada deve ter um conhecimento 
profundo em todas essas áreas para facilitar a avaliação e diagnóstico e ajudar 
a maximizar os resultados terapêuticos. Cada cantor é único e, portanto, uma 
história clínica e exame físicos detalhados são essenciais para identificar o seu 
problema e clarificar a intensidade e urgência do tratamento, com especial 
atenção para as cirurgias que devem ser realizadas com extrema cautela, tendo 
bem presentes os riscos e benefícios do procedimento. 
Com o advento da era tecnológica são cada vez mais e melhores os 
instrumentos auxiliares de diagnóstico e avaliação da função vocal. Muita 
investigação está a ser feita no sentido de compreender melhor esta área visto 
que existe ainda muito por esclarecer principalmente nos domínios da genética 
e física acústica. Como tal é uma área ainda em desenvolvimento, mas com 
derradeiras aplicações e resultados promissores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIA 
 
PINHO, SILVIA. MÚSCULOS INTRÍNSECOS DA LARINGE E DINÂMICA VOCAL. V. 1 
(SÉRIE: DESVENDANDO OS SEGREDOS DA VOZ). SÃO PAULO, REVINTER, 2008. 
PINHO, SILVIA, JARRUS, MARTA E TSUJI, DOMINGO. MANUAL DE SAÚDE VOCAL 
INFANTIL. SÃO PAULO, REVINTER, 2004. 
PINHO, SILVIA. FUNDAMENTOS EM FONOAUDIOLOGIA. RIO DE JANEIRO, 
GUANABARA KOOGAN, 1998. 
KAHLE, CHARLOTTE. MANUAL PRÁTICO DE TÉCNICA VOCAL. PORTO ALEGRE, 
SULINA, 1966 
COSTA, HENRIQUE E ANDRADA E SILVA, MARTA, VOZ CANTADA - EVOLUÇÃO, 
AVALIAÇÃO E TERAPIA FONOAUDIOLÓGICA. SÃO PAULO, LOUVISE LTDA, 1998. 
MANUAL PRÁTICO DE TÉCNICA VOCAL, CHARLOTTE KAHLE, PORTO ALEGRE, 
LIVRARIA SULINA EDITORA, 1966 
ESTÉTICA DA VOZ – UMA VOZ PARA O ATOR, EUDÓSIA ACUÑA QUINTEIRO. SUMMUS 
EDITORIAL, SÃO PAULO, 1989. 
FUNDAMENTOS EM FONOAUDIOLOGIA, SILVIA M. REBELO PINHO, EDITORA 
GUANABARA KOOGAN. RIO DE JANEIRO 1998. 
VOZ CANTADA – EVOLUÇÃO, AVALIAÇÃO E TERAPIA FONOAUDIOLÓGICA, 
HENRIQUE OLIVAL COSTA E MARTA ASSUMPÇÃO DE ANDRADA E SILVA. EDITORA 
LOUVISE LTDA, SÃO PAULO, 1998. 
CANTO Y DICCIÓN, JORGE PERELLÓ, MONSERRAT CABALÍE E ENRIQUE GUITART, 
EDITORA CIENTÍFICO-MÉDICA, BARCELONA

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