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1 
 
 
 
2 
 
 
 
 
Sumário 
1. DIREITO CIVIL ............................................................................................................................ 3 
2. DIREITO PROCESSUAL CIVIL ...................................................................................................... 3 
3. DIREITO PENAL.......................................................................................................................... 5 
4. DIREITO PROCESSUAL PENAL ................................................................................................... 5 
5. DIREITO CONSTITUCIONAL ..................................................................................................... 10 
6. DIREITO ADMINISTRATIVO ..................................................................................................... 37 
7. DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ............................................................................ 44 
8. DIREITO DO CONSUMIDOR .................................................................................................... 44 
9. DIREITO ELEITORAL ................................................................................................................. 44 
10. DIREITO AMBIENTAL ............................................................................................................ 45 
11. DIREITO TRIBUTÁRIO .......................................................................................................... 49 
12. DIREITO EMPRESARIAL ......................................................................................................... 54 
13. DIREITO FINANCEIRO ............................................................................................................ 54 
14. DIREITO PREVIDENCIÁRIO .................................................................................................... 55 
15. DIREITO DO TRABALHO ........................................................................................................ 55 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
INFORMATIVOS 2022 - STF 
 
1º SEMESTRE 
 
1. DIREITO CIVIL 
 
(INFO 1046) A penhorabilidade de bem de família pertencente a 
fiador de contrato de locação também se aplica no caso de locação 
de imóvel comercial. 
É constitucional a penhora de bem de família pertencente a fiador de 
contrato de locação, seja residencial, seja comercial. STF. Plenário. RE 
1.307.334/SP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 8/3/2022 
(Repercussão Geral – Tema 1127) (Info 1046). 
2. DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
 
(INFO 1052) Município resultante de desmembramento realizado 
em desacordo com o art. 18, § 4º, da CF/88 não detém legitimidade 
ativa para a cobrança de IPTU de imóvel situado em território a ele 
acrescido 
A EC nº 57/08 não convalidou desmembramento municipal realizado 
sem consulta plebiscitária e, nesse contexto, não retirou o vício de 
ilegitimidade ativa existente nas execuções fiscais que haviam sido 
propostas por município ao qual fora acrescida, sem tal consulta, área 
de outro para a cobrança do IPTU quanto a imóveis nela localizados. 
STF. Plenário. RE 614384/SE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 
29/4/2022 (Repercussão Geral – Tema 559) (Info 1052) 
(INFO 1057) É inconstitucional lei estadual que institua sanções 
por litigância de má-fé e que altere critérios para gratuidade 
4 
 
 
 
judicial; por outro lado, a lei estadual pode fixar custas mais 
elevadas para causas complexas. 
É INCONSTITUCIONAL norma estadual que institui sanções 
processuais diversas da legislação federal para litigantes que abusem do 
seu direito à prestação jurisdicional e um procedimento mais restritivo 
para requerer o benefício da gratuidade de justiça. A instituição de 
sanções processuais para litigantes que abusem do seu direito à 
prestação jurisdicional e a criação de novo procedimento para a 
requisição de gratuidade de justiça invadem a competência da União 
para legislar sobre direito processual (art. 22, I, da Constituição 
Federal). Por outro lado, é CONSTITUCIONAL norma estadual que fixa 
custas processuais mais elevadas para causas consideradas de alto 
valor ou alta complexidade. STF. Plenário. ADI 7063/RJ, Rel. Min. 
Edson Fachin, julgado em 3/6/2022 (Info 1057). 
(INFO 1058) Caso haja pedido de destaque em processos com 
julgamento iniciado no ambiente virtual, os votos lançados por 
ministros que, posteriormente, deixarem o exercício do cargo, por 
aposentadoria ou outro motivo, serão válidos. 
Serão preservados os votos proferidos em ambiente virtual por ministro 
aposentado ou cujo exercício do cargo tenha cessado por outro motivo, 
ainda que a continuidade do julgamento se dê no Plenário presencial 
após pedido de destaque. No reinício do julgamento, deve ser adotada a 
mesma sistemática do Regimento Interno do STF (art. 134, § 1º) e do 
Código de Processo Civil (art. 941, § 1º) para os pedidos de vista, 
segundo a qual, no prosseguimento da análise, o voto proferido por 
magistrado que se afaste por aposentadoria ou outro motivo deve ser 
mantido. Modulação de efeitos: como houve mudança de entendimento, 
em nome da segurança jurídica, o STF afirmou que o entendimento 
acima explicado vale apenas os pedidos de destaque que serão julgados 
a partir deste julgamento. STF. Plenário. ADI 5399/SP, Rel. Min. 
Roberto Barroso, julgado em 9/6/2022 (Info 1058). 
5 
 
 
 
3. DIREITO PENAL 
 
(INFO 1047) É constitucional o art. 83 da Lei nº 9.430/96. 
A representação fiscal, para fins penais, relativa aos crimes de 
apropriação indébita previdenciária e de sonegação de contribuição 
previdenciária será encaminhada ao ministério público depois de 
proferida a decisão final, na esfera administrativa, sobre a exigência 
fiscal do crédito tributário correspondente. STF. Plenário. ADI 4980/DF, 
Rel. Min. Nunes Marques, julgado em 10/3/2022 (Info 1047). 
(INFO 1048) É constitucional o art. 12-C da Lei Maria da Penha que 
autoriza, em algumas hipóteses, a aplicação, pela autoridade 
policial, de medida protetiva de urgência em favor da mulher. 
É válida a atuação supletiva e excepcional de delegados de polícia e de 
policiais a fim de afastar o agressor do lar, domicílio ou local de 
convivência com a ofendida, quando constatado risco atual ou iminente 
à vida ou à integridade da mulher em situação de violência doméstica e 
familiar, ou de seus dependentes, conforme o art. 12-C inserido na Lei 
nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha). STF. Plenário. ADI 6138/DF, Rel. 
Min. Alexandre de Moraes, julgado em 23/3/2022 (Info 1048). 
(INFO 1048) A condenação pelo art. 28 da Lei 11.343/2006 (porte 
de droga para uso próprio) não configura reincidência 
Viola o princípio da proporcionalidade a consideração de condenação 
anterior pelo delito do art. 28 da Lei nº 11.343/2006, “porte de droga 
para consumo pessoal”, para fins de reincidência. STF. 2ª Turma. RHC 
178512 AgR/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 22/3/2022 (Info 
1048). 
4. DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
6 
 
 
 
(INFO 1043) PRISÃO TEMPORÁRIA: Requisitos estipulados pelo 
STF para a validade da decretação da prisão temporária 
A decretação de prisão temporária somente é cabível quando: (i) for 
imprescindível para as investigações do inquérito policial; (ii) houver 
fundadas razões de autoria ou participação do indiciado; (iii) for 
justificada em fatos novos ou contemporâneos; (iv) for adequada à 
gravidade concreta do crime, às circunstâncias do fato e às condições 
pessoais do indiciado; e (v) não for suficiente a imposição de medidas 
cautelares diversas. STF. Plenário. ADI 3360/DF e ADI 4109/DF, Rel. 
Min. Carmen Lúcia, redator para o acórdão Min. Edson Fachin, 
julgados em 11/2/2022 (Info 1043). 
(INFO 1045) O descumprimento das formalidades exigidas para o 
reconhecimento de pessoas (art. 226 do CPP) gera a nulidade do 
ato; o réu condenado será absolvido, salvo sedo serviço; e 
II - comprometer-se a cumprir todas as 
cláusulas do contrato em vigor. 
 
O STF decidiu que esse dispositivo é constitucional. 
O parágrafo único do art. 27 prevê que, mesmo com essa transferência, 
a base objetiva do contrato continuará intacta. Permanecem o mesmo 
objeto contratual, as mesmas obrigações contratuais e a mesma 
equação econômico-financeira. O que ocorre é apenas a sua modificação 
subjetiva, seja pela substituição do contratado, seja em razão da sua 
reorganização empresarial. 
 
Em nosso sistema jurídico, o que interessa à Administração é, 
sobretudo, a seleção da proposta mais vantajosa, independentemente 
da identidade do particular contratado, ou dos atributos psicológicos ou 
subjetivos de que disponha. STF. Plenário. ADI 2946/DF, Rel. Min. Dias 
Toffoli, julgado em 8/3/2022 (Info 1046). 
(INFO 1048) É inconstitucional decreto que preveja que a 
participação dos peritos no Mecanismo Nacional de Prevenção e 
Combate à Tortura (MNPCT) será uma atividade não remunerada. 
40 
 
 
 
São indevidos, mediante decreto, o remanejamento dos cargos em 
comissão destinados aos peritos do Mecanismo Nacional de Prevenção e 
Combate à Tortura (MNPCT), a exoneração de seus ocupantes e a 
transformação dessa atividade em prestação de serviço público 
relevante não remunerado. O Decreto nº 9.831/2019, ao transformar o 
trabalho dos membros do MNPTC em serviço não remunerado, 
exonerando-os dos cargos em comissão que ocupavam, alterou de forma 
substancial a forma de execução das atividades voltadas à prevenção e 
ao combate à tortura exercidas pelo órgão, que demandam dedicação, 
tempo e apoio logístico e que dificilmente serão realizadas em 
concomitância a outras atividades remuneradas. Essas medidas 
esvaziam a estrutura de pessoal técnico do órgão, na medida em que 
impossibilitam que o trabalho seja feito com dedicação integral e 
desestimula profissionais especializados a integrarem o corpo técnico. 
STF. Plenário. ADPF 607/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 
25/3/2022 (Info 1048). 
(INFO 1048) Servidor admitido sem concurso antes da promulgação 
da CF, ainda que beneficiado pela estabilidade excepcional do art. 
19 do ADCT, não pode ser reenquadrado em novo Plano de Cargos, 
Carreiras e Remuneração previsto para servidores efetivos. 
É vedado o reenquadramento, em novo Plano de Cargos, Carreiras e 
Remuneração, de servidor admitido sem concurso público antes da 
promulgação da Constituição Federal de 1988, mesmo que beneficiado 
pela estabilidade excepcional do artigo 19 do ADCT, haja vista que esta 
regra transitória não prevê o direito à efetividade, nos termos do artigo 
37, II, da Constituição Federal e decisão proferida na ADI 3609 (Rel. 
Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, DJe. 30/10/2014). STF. Plenário. 
ARE 1306505/AC, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 
28/3/2022 (Repercussão Geral – Tema 1157) (Info 1048). 
(INFO 1049) Para a aposentadoria voluntária de servidor público, o 
prazo mínimo de cinco anos no cargo em que se der a 
41 
 
 
 
aposentadoria refere-se ao cargo efetivo ocupado pelo servidor e 
não à classe na carreira alcançada mediante promoção. 
A promoção por acesso de servidor a classe distinta na carreira não 
representa ascensão a cargo diverso daquele em que já estava efetivado, 
de modo que, para fins de aposentadoria, o prazo mínimo de cinco anos 
no cargo efetivo, exigido pelo artigo 40, § 1º, inciso III, da Constituição 
Federal, na redação da Emenda Constitucional 20/1998, e pelos artigos 
6º da Emenda Constitucional 41/2003 e 3º da Emenda Constitucional 
47/2005, não recomeça a contar pela alteração de classe. STF. Plenário. 
RE 1322195/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 1º/4/2022 
(Repercussão Geral – Tema 1207) (Info 1049). 
(INFO 1053) É inconstitucional a criação de cargos em comissão 
sem a devida observância dos requisitos indispensáveis fixados pelo 
STF. 
O STF possui critérios para definir se as atribuições dos cargos 
podem ser enquadradas como direção, chefia e assessoramento? 
SIM. O STF, ao analisar o Tema 1010, afirmou que a criação de cargos 
em comissão é exceção à regra de ingresso no serviço público mediante 
concurso público de provas ou provas e títulos e somente se justifica 
quando presentes os pressupostos constitucionais para sua instituição. 
Na oportunidade, foram fixadas as seguintes teses: a) A criação de 
cargos em comissão somente se justifica para o exercício de funções de 
direção, chefia e assessoramento, não se prestando ao desempenho de 
atividades burocráticas, técnicas ou operacionais; b) tal criação deve 
pressupor a necessária relação de confiança entre a autoridade 
nomeante e o servidor nomeado; c) o número de cargos comissionados 
criados deve guardar proporcionalidade com a necessidade que eles 
visam suprir e com o número de servidores ocupantes de cargos efetivos 
no ente federativo que os criar; e d) as atribuições dos cargos em 
comissão devem estar descritas, de forma clara e objetiva, na própria lei 
que os instituir. Caso não se respeite esses requisitos, a criação dos 
42 
 
 
 
cargos em comissão será considerada inconstitucional. STF. Plenário. 
ADI 6655/SE, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 6/5/2022 (Info 
1053). 
(INFO 1054) São inconstitucionais as leis estaduais que concedam 
isenção do pagamento de taxa de inscrição em concursos a 
servidores públicos estaduais. 
É inconstitucional lei estadual que isenta servidores públicos da taxa de 
inscrição em concursos públicos promovidos pela Administração 
Pública local, privilegiando, sem justificativa razoável para tanto, um 
grupo mais favorecido social e economicamente. O concurso público é 
um mecanismo que proporciona a realização concreta dos princípios 
constitucionais da isonomia e da impessoalidade, não admitindo 
discrímen que, ao invés de fomentar a igualdade de acesso aos cargos e 
empregos públicos, amplia a desigualdade entre os possíveis 
candidatos. A norma estadual questionada não se amolda às hipóteses 
excepcionais mencionadas, pois promove o agrupamento de candidatos 
em dois grupos bem distintos – os que já são servidores públicos e os 
que não o são – e concede preferência apenas ao primeiro grupo, 
resultando em um discrímen desarrazoado e desprovido de fundamento 
jurídico. STF. Plenário. ADI 5818/CE, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 
redator do acórdão Min. Dias Toffoli, julgado em 13/5/2022 (Info 1054). 
STF. Plenário. ADI 3918/SE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 
13/5/2022 (Info 1054). 
(INFO 1055) Não é compatível com a CF a norma que permita a 
convocação temporária de profissionais, sem vínculo com a 
administração pública, para funções de magistério na educação 
básica e superior do estado nos casos de vacância de cargo efetivo. 
É inconstitucional norma estadual que, de maneira genérica e 
abrangente, permite a convocação temporária de profissionais da área 
da educação sem prévio vínculo com a Administração Pública para 
43 
 
 
 
suprir vacância de cargo público efetivo. STF. Plenário. ADPF 915/MG, 
Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 20/5/2022 (Info 1055). 
(INFO 1059) INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE 
PRIVADA (REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA) - A requisição 
administrativa prevista no art. 15, XIII, da Lei do SUS não pode 
recair sobre bens e/ou serviços públicos de outro ente federativo. 
A requisição administrativa “para atendimento de necessidades 
coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigo 
iminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias” — 
prevista no art. 15, XIII, da Lei Orgânica do Sistema Único de Saúde 
(Lei nº 8.080/90) — não recai sobre bens e/ou serviços públicos de 
outro ente federativo. Veja o dispositivo legal: 
Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
exercerão, em seu âmbito administrativo, as seguintes atribuições: XIII 
- para atendimento de necessidades coletivas,urgentes e transitórias, 
decorrentes de situações de perigo iminente, de calamidade pública ou 
de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera 
administrativa correspondente poderá requisitar bens e serviços, tanto 
de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa 
indenização; 
O permissivo constitucional para a requisição administrativa de bens 
particulares, em caso de iminente perigo público, tem aplicação nas 
relações entre Poder Público e patrimônio privado, não sendo possível 
estender a hipótese às relações entre as unidades da Federação. Ofende 
o princípio federativo a requisição de bens e serviços de um ente 
federado por outro, o que somente se admitiria excepcionalmente à 
União durante a vigência de estado de defesa (art. 136, § 1º, II) e estado 
de sítio (art. 139, VII). 
Entre os entes federados não há hierarquia, sendo-lhes assegurado 
tratamento isonômico, ressalvadas apenas as distinções porventura 
44 
 
 
 
constantes na própria CF/88. Portanto, como as relações entre eles se 
caracterizam pela cooperação e horizontalidade, tal requisição, ainda 
que a pretexto de acudir situação fática de extrema necessidade, 
importa ferimento da autonomia daquele cujos bens ou serviços 
públicos são requisitados, acarretando-lhe incontestável 
desorganização. STF. Plenário. ADI 3454/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, 
julgado em 20/6/2022 (Info 1059). 
7. DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 
 
8. DIREITO DO CONSUMIDOR 
 
9. DIREITO ELEITORAL 
 
(INFO 1043) As federações partidárias, introduzidas no 
ordenamento pela Lei 14.208/2021, são constitucionais, no 
entanto, o prazo para a sua constituição deve ser o mesmo 
aplicável para a criação dos partidos políticos. 
A federação partidária, instituto trazido pela Lei nº 14.208/2021, não é 
uma tentativa de se recriar as coligações partidárias nas eleições 
proporcionais, que foram proibidas pela EC 97/2017, que deu nova 
redação ao art. 17, § 1º, da CF/88. A Lei nº 14.208/2021 criou 
mecanismos para se impedir que as federações partidárias provocassem 
um desvirtuamento do sistema representativo. Logo, a figura da 
federação partidária é compatível com a Constituição Federal. Vale 
ressaltar, contudo, que a previsão legal que permite que as federações 
partidárias possuam prazo superior ao dos partidos políticos para se 
constituírem viola o princípio da isonomia. A fim de participarem das 
eleições, as federações partidárias devem estar constituídas como 
pessoa jurídica e obter o registro de seu estatuto perante o TSE no 
mesmo prazo aplicável aos partidos políticos. Excepcionalmente, nas 
45 
 
 
 
eleições de 2022, o prazo para constituição de federações partidárias 
fica estendido até 31 de maio do mesmo ano. STF. Plenário. ADI 
7021/DF MC-Ref, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 9/2/2022 
(Info 1043). 
(INFO 1044) São constitucionais as restrições, previstas na Lei 
9.504/97, quanto à veiculação de propaganda eleitoral em meios de 
comunicação impressos e na internet 
São constitucionais as restrições, previstas na Lei das Eleições (Lei nº 
9.504/1997, arts. 43, caput, e 57-C, caput e § 1º), à veiculação de 
propaganda eleitoral em meios de comunicação impressos e na internet. 
STF. Plenário. ADI 6281/DF, Rel. Min. Luiz Fux, redator do acórdão 
Min. Nunes Marques, julgado em 10, 16 e 17/2/2022 (Info 1044). 
(INFO 1045) STF mantém nova fórmula de cálculo do valor do FEFC 
imposta pela Lei 14.192/2021 
Não cabe ao Supremo Tribunal Federal adentrar o mérito da opção 
legislativa para redesenhar a forma de cálculo do valor do Fundo 
Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) (Lei 14.194/2021, art. 
12, XXVII). STF. Plenário. ADI 7058 MC/DF, Rel. Min. André Mendonça, 
redator do acórdão Min. Nunes Marques, julgado em 3/3/2022 (Info 
1045). 
10. DIREITO AMBIENTAL 
 
(INFO 1052) São inconstitucionais decretos que restrinjam a 
participação da sociedade civil em órgãos ambientais. 
São inconstitucionais as normas que, a pretexto de reestruturarem 
órgãos ambientais, afastam a participação da sociedade civil e dos 
governadores do desenvolvimento e da formulação de políticas públicas, 
bem como reduzem, por via de consequência, o controle e a vigilância 
por eles promovidos. Com base nesse entendimento, o STF declarou a 
inconstitucionalidade: 
46 
 
 
 
• do art. 5º do Decreto nº 10.224/2020, que extinguiu a participação da 
sociedade civil no Conselho Deliberativo do Fundo Nacional do Meio 
Ambiente; e 
• do Decreto nº 10.239/2020, especificamente no ponto em que 
excluída a participação de governadores no Conselho Nacional da 
Amazônia Legal; e 
• do inciso CCII do art. 1º do Decreto nº 10.223/2020, especificamente 
no ponto em que se extinguiu o Comitê Orientador do Fundo Amazônia. 
STF. Plenário. ADPF 651/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 
28/4/2022 (Info 1052) 
(INFO 1052) É inconstitucional a concessão automática de licença 
ambiental para funcionamento de empresas que exerçam atividades 
classificadas como de risco médio. 
É inconstitucional a concessão automática de licença ambiental no 
sistema responsável pela integração (Redesim) para o funcionamento de 
empresas que exerçam atividades de risco médio nos termos da 
classificação estabelecida em ato do Poder Público. O licenciamento 
ambiental dispõe de base constitucional e não pode ser suprimido, 
ainda que de forma indireta, por lei. Também não pode ser simplificado 
a ponto de ser esvaziado, salvo se a norma que o excepcionar 
apresentar outro instrumento apto a assegurar a proteção ao meio 
ambiente com igual ou maior qualidade. 
Nesse contexto, a simplificação do procedimento pelo argumento da 
desburocratização e desenvolvimento econômico, com controle apenas 
posterior, configura retrocesso inconstitucional, pois afasta os 
princípios da prevenção e da precaução ambiental. A automaticidade, 
por sua vez, contraria norma específica sobre o licenciamento 
ambiental, segundo a qual as atividades econômicas potencial ou 
efetivamente causadoras de impacto ambiental estão sujeitas ao 
controle estatal. Não possui fundamento constitucional válido a vedação 
47 
 
 
 
da coleta adicional, pelos órgãos competentes, de dados que não 
tenham sido disponibilizados na Redesim previamente ou no ato do 
protocolo do pedido de licenciamento. STF. Plenário. ADI 6808/DF, Rel. 
Min. Cármen Lúcia, julgado em 28/4/2022 (Info 1052). 
(INFO 1053) Ainda é constitucional a Resolução 491/2018 do 
Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que dispõe sobre 
padrões de qualidade do ar. Entretanto, nova norma deve ser 
ditada. 
O STF decidiu que essa resolução está em trânsito para a 
inconstitucionalidade e precisa ser aperfeiçoada, não cabendo, contudo, 
ao Poder Judiciário substituir o juízo discricionário técnico na 
elaboração da norma. Logo, o Conama deve editar norma atualizada 
tendo em conta os novos parâmetros de qualidade do ar recomendados 
pela OMS. Diante disso, a Corte julgou improcedente o pedido 
formulado na ADI e declarou que a Resolução 491/2018-Conama ainda 
é constitucional. Contudo, determinou que, no prazo de 24 meses, o 
Conama edite nova resolução sobre a matéria, a qual deverá levar em 
consideração: a) as atuais orientações da OMS sobre os padrões 
adequados da qualidade do ar; b) a realidade nacional e as 
peculiaridades locais; bem como c) os primados da livre iniciativa, do 
desenvolvimento social, da redução da pobreza e da promoção da saúde 
pública. Decorrido o prazo de 24 meses concedido, sem a edição de 
novo ato que represente avanço material na política pública relacionada 
à qualidade do ar, passarão a vigorar os parâmetros estabelecidos pela 
OMS enquanto perdurar a omissão administrativa na edição da nova 
resolução. STF. Plenário. ADI 6148/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, 
redator do acórdão Min. André Mendonça, julgado em 4 e 5/5/2022 
(Info 1053) 
(INFO 1055) É inconstitucionala Resolução CONAMA 500/2020; 
por outro lado, é constitucional a Resolução CONAMA 499/2020. 
48 
 
 
 
Caso concreto: o CONAMA editou a Resolução nº 500/2020, que 
revogou as Resoluções 284/2001, 302/2002 e 303/2002. Os atos 
normativos revogados dispunham, respectivamente, sobre: (i) o 
licenciamento de empreendimentos de irrigação, (ii) os parâmetros, 
definições e limites de Áreas de Preservação Permanente de 
reservatórios artificiais e o regime de uso do entorno e (iii) os 
parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente. O 
CONAMA também editou a Resolução nº 499/2020 tratando sobre 
“licenciamento da atividade de coprocessamento de resíduos em fornos 
rotativos de produção de clínquer”. 
A Resolução CONAMA 500/2020, ao revogar normas de proteção 
ambiental na seara hídrica, implicou evidente retrocesso na proteção e 
defesa dos direitos fundamentais à vida, à saúde e ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, pois revela autêntica situação de 
degradação de ecossistemas essenciais à preservação da vida sadia, 
comprometimento da integridade de processos ecológicos essenciais e 
perda de biodiversidade, assim como o recrudescimento da supressão 
de cobertura vegetal em áreas legalmente protegidas. Por essa razão, é 
inconstitucional. 
A Resolução CONAMA 499/2020, ao disciplinar condições, critérios, 
procedimentos e limites a serem observados no licenciamento de fornos 
rotativos de produção de clínquer para a atividade de coprocessamento 
de resíduos, atendeu não apenas à exigência de estudo prévio de 
impacto ambiental para a instalação de atividade potencialmente 
causadora de degradação do meio ambiente, como também à obrigação 
imposta ao Poder Público de controlar o emprego de técnicas, métodos e 
substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o 
meio ambiente. Além disso, sua disciplina guarda consonância com a 
Lei nº 12.305/2020, que institui a Política Nacional de Resíduos 
Sólidos, muito bem observando os critérios de razoabilidade e 
proporcionalidade nela positivados como princípios setoriais. STF. 
49 
 
 
 
Plenário. ADPF 748/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 20/5/2022 
(Info 1055). 
11. DIREITO TRIBUTÁRIO 
(INFO 1042) É cabível a concessão de remissão, com amparo em 
convênios CONFAZ, de créditos de ICMS oriundos de benefícios fiscais 
declarados inconstitucionais. É constitucional a lei estadual ou distrital 
que, com amparo em convênio do CONFAZ, conceda remissão de 
créditos de ICMS oriundos de benefícios fiscais anteriormente julgados 
inconstitucionais. STF. Plenário. RE 851421/DF, Rel. Min. Roberto 
Barroso, julgado em 17/12/2021 (Repercussão Geral – Tema 817) (Info 
1042). 
(INFO 1042) A contribuição prevista no artigo 1º da Lei 
Complementar 110/2001 foi recepcionada pela Emenda 
Constitucional 33/2001. STF. Plenário. RE 1317786/PE, Rel. Min. 
Luiz Fux, julgado em 4/2/2022 (Repercussão Geral – Tema 1193) (Info 
1042). Observação importante: No fim de 2019, foi editada a Lei nº 
13.932/2019, que acabou com a contribuição do art. 1º da LC 
110/2001. Veja o que disse o art. 12 da Lei nº 13.932/2019: Art. 12. A 
partir de 1º de janeiro de 2020, fica extinta a contribuição social 
instituída por meio do art. 1º da Lei Complementar nº 110, de 29 de 
junho de 2001. 
(INFO 1043) É constitucional a exclusão dos bens de informática 
dos incentivos fiscais previstos para a Zona Franca de Manaus, 
promovida pela Lei nº 8.387/91. 
Na época da promulgação da CF/88, os bens de informática não se 
submetiam às regras do DL 288/67. A Lei nº 7.232/84 tratou sobre a 
Política Nacional de Informática, cujo objetivo era a capacitação 
nacional nas atividades de informática. Essa lei previa, dentre as 
medidas aplicáveis ao setor de informática, a possibilidade de concessão 
de benefícios fiscais relativos ao imposto de importação, ao imposto de 
50 
 
 
 
exportação, ao IPI, ao IOF e ao Imposto de Renda. Para a obtenção dos 
benefícios previstos na lei, era necessário que as empresas cumprissem 
uma série de condições. Logo, era essa lei (e não o DL 288/67) que 
tratava dos bens de informática quando do advento da CF/88. Operou-
se, no caso, revogação implícita do DL 288/67 pela Lei nº 7.232/84 no 
que tange aos bens de informática. Dessa forma, quando do advento da 
Constituição Federal de 1988, os bens de informática, inclusive os 
produzidos na Zona Franca de Manaus, estavam sujeitos unicamente à 
Lei nº 7.232/84 (Lei de Informática), não sendo a eles aplicáveis as 
disposições do DL 288/67. Nesse sentido, não foram eles abrangidos 
pelo comando do art. 40 do ADCT. STF. Plenário. ADI 2399/AM, Rel. 
Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Dias Toffoli, julgado em 
11/2/2022 (Info 1043). 
(INFO 1046) A inserção de textos, desenhos e outros materiais de 
propaganda e publicidade é passível de tributação por ISS (e não 
ICMS) 
A inserção de textos, desenhos e outros materiais de propaganda e 
publicidade em qualquer meio (exceto em livros, jornais, periódicos e 
modalidades de serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens de 
recepção livre e gratuita) é passível de tributação por ISS. 
Tese fixada pelo STF: “É constitucional o subitem 17.25 da lista anexa à 
LC nº 116/03, incluído pela LC nº 157/16, no que propicia a incidência 
do ISS, afastando a do ICMS, sobre a prestação de serviço de inserção de 
textos, desenhos e outros materiais de propaganda e publicidade em 
qualquer meio (exceto em livros, jornais, periódicos e nas modalidades de 
serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e 
gratuita)”. STF. Plenário. ADI 6034/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado 
em 8/3/2022 (Info 1046). 
(INFO 1047) As organizações assistenciais religiosas podem ser 
abrangidas pela imunidade tributária prevista no art. 150, VI, “c”, 
da CF/88 
51 
 
 
 
As entidades religiosas podem se caracterizar como instituições de 
assistência social a fim de se beneficiarem da imunidade tributária 
prevista no art. 150, VI, ‘c’, da Constituição, que abrangerá não só os 
impostos sobre o seu patrimônio, renda e serviços, mas também os 
impostos sobre a importação de bens a serem utilizados na consecução 
de seus objetivos estatutários. STF. Plenário. RE 630790/SP, Rel. Min. 
Roberto Barroso, julgado em 18/3/2022 (Repercussão Geral – Tema 
336) (Info 1047). 
(INFO 1047) Não possui repercussão geral, diante de sua natureza 
infraconstitucional, a discussão sobre a incidência de IPI sobre o 
bacalhau seco e salgado vindo de país signatário do GATT. 
É infraconstitucional, a ela se aplicando os efeitos da ausência de 
repercussão geral, a controvérsia relativa à incidência de IPI sobre o 
bacalhau seco e salgado oriundo de país signatário do GATT. STF. 
Plenário. RE 627280/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 
18/3/2022 (Repercussão Geral – Tema 502) (Info 1047). 
(INFO 1047) O valor total recebido por empresa, mediante venda 
por meio de cartão de crédito ou débito, ainda que uma parte desse 
montante seja repassado à administradora do cartão, se insere na 
base de cálculo das contribuições para o PIS e para a COFINS 
É constitucional a inclusão dos valores retidos pelas administradoras de 
cartões na base de cálculo das contribuições ao PIS e da COFINS 
devidas por empresa que recebe pagamentos por meio de cartões de 
crédito e débito. STF. Plenário. RE 1049811/SE, Rel. Min. Marco 
Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em 
18/3/2022 (Repercussão Geral – Tema 1021) (Info 1047). 
(INFO 1050) O parágrafo único do art. 116 do CTN, incluído pela LC 
104/2001, é constitucional. 
Art. 116 (…) Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá 
desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de 
52 
 
 
 
dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos 
elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os 
procedimentosa serem estabelecidos em lei ordinária. 
A previsão contida no parágrafo único do art. 116 do CTN não viola o 
texto constitucional. Esse dispositivo não ofende os princípios 
constitucionais da legalidade, da estrita legalidade e da tipicidade 
tributária, e da separação dos Poderes. Em verdade, ele confere máxima 
efetividade a esses preceitos, objetivando, primordialmente, combater a 
evasão fiscal, sem que isso represente permissão para a autoridade 
fiscal de cobrar tributo por analogia ou fora das hipóteses descritas em 
lei, mediante interpretação econômica. O dispositivo apenas viabiliza 
que a autoridade tributária aplique base de cálculo e alíquota a uma 
hipótese de incidência estabelecida em lei e que tenha efetivamente se 
realizado. STF. Plenário. ADI 2446/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado 
em 8/4/2022 (Info 1050). 
(INFO 1051) Sociedade de economia mista estadual prestadora 
exclusiva do serviço público de abastecimento de água potável e 
coleta e tratamento de esgotos sanitários faz jus à imunidade 
tributária recíproca. 
Sociedade de economia mista estadual prestadora exclusiva do serviço 
público de abastecimento de água potável e coleta e tratamento de 
esgotos sanitários faz jus à imunidade tributária recíproca sobre 
impostos federais incidentes sobre patrimônio, renda e serviços. Para a 
extensão da imunidade tributária recíproca da Fazenda Pública a 
sociedades de economia mista e empresas públicas, é necessário 
preencher 3 (três) requisitos: a) a prestação de um serviço público; b) a 
ausência do intuito de lucro e c) a atuação em regime de exclusividade, 
ou seja, sem concorrência. STF. Plenário. ACO 3410/SE, Rel. Min. 
Roberto Barroso, julgado em 20/4/2022 (Info 1051). 
53 
 
 
 
(INFO 1057) É inconstitucional norma que prevê a incidência do 
imposto de renda sobre valores percebidos pelo alimentado a título 
de alimentos ou pensão alimentícia. 
A materialidade do imposto de renda está necessariamente ligada à 
existência de acréscimo patrimonial. Nesse contexto, os alimentos ou 
pensão alimentícia oriundos do direito de família representam, para os 
alimentados, apenas entrada de valores, pois se revelam como 
montantes retirados dos acréscimos patrimoniais auferidos pelo 
alimentante. Assim, o recebimento de renda ou provento de qualquer 
natureza pelo alimentante ─ de onde ele retira a parcela a ser paga ao 
credor dos alimentos ─ já configura, por si só, fato gerador do IR. Por 
isso, submeter também os valores recebidos pelo alimentado representa 
nova incidência do mesmo tributo sobre a mesma realidade, 
configurando bis in idem camuflado e sem justificação legítima, em 
evidente violação ao texto constitucional. STF. Plenário. ADI 5422/DF, 
Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 3/6/2022 (Info 1057). 
(INFO 1059) A partir da EC 53/2006, que incluiu o § 6º ao art. 212 
da CF/88, as cotas do salário-educação destinadas aos estados e 
municípios têm o número de alunos matriculados nas redes 
públicas de ensino como único critério de distribuição da 
arrecadação. 
A partir da EC 53/2006, que incluiu o § 6º ao art. 212 da CF/1988, as 
cotas do salário-educação destinadas aos estados e municípios têm o 
número de alunos matriculados nas redes públicas de ensino como 
único critério de distribuição da arrecadação. 
Tese fixada pelo STF: “À luz da EC 53/2006, é incompatível com a 
ordem constitucional vigente a adoção, para fins de repartição das 
quotas estaduais e municipais referentes ao salário-educação, do 
critério legal de unidade federada em que realizada a arrecadação desse 
tributo, devendo-se observar unicamente o parâmetro quantitativo de 
alunos matriculados no sistema de educação básica.”. STF. Plenário. 
54 
 
 
 
ADPF 188/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 15/6/2022 (Info 
1059). 
12. DIREITO EMPRESARIAL 
 
13. DIREITO FINANCEIRO 
 
(INFO 1042) Diante dos riscos de paralisação de serviços essenciais à 
coletividade, deve-se dar, em juízo cautelar, continuidade à execução 
das despesas classificadas sob o identificador de Resultado Primário 9 
(RP 9). STF. Plenário. ADPF 850 MC-Ref-Ref/DF, ADPF 851 MC-Ref-
Ref/DF e ADPF 854 MC-Ref-Ref/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em 
16/12/2021 (Info 1042). 
(INFO 1046) É inconstitucional lei estadual que concede benefício 
fiscal sem a prévia estimativa de impacto orçamentário e 
financeiro exigida pelo art. 113 do ADCT 
O art. 113 do ADCT é aplicável a todos os entes da Federação e a opção 
do Constituinte de disciplinar a temática nesse sentido explicita a 
prudência na gestão fiscal, sobretudo na concessão de benefícios 
tributários que ensejam renúncia de receita. Tese fixada pelo STF:“É 
inconstitucional lei estadual que concede benefício fiscal sem a prévia 
estimativa de impacto orçamentário e financeiro exigida pelo art. 113 do 
ADCT”. STF. Plenário. ADI 6303/RR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado 
em 11/3/2022 (Info 1046). 
(INFO 1051) Não podem ser realizadas junto a instituições 
financeiras estatais operações financeiras com a finalidade de 
obtenção de crédito para pagamento de pessoal ativo, inativo e 
pensionista, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. 
Observa-se que a “regra de ouro” das finanças públicas versada no art. 
167, III, da CF/88, segundo a qual o ente público não deve se endividar 
mais que o necessário para realizar suas despesas de capital, não 
55 
 
 
 
impede a contratação de operações de crédito para o custeio de 
despesas correntes. O estado pode financiar suas despesas de capital 
mediante receitas de operações de crédito, desde que estas não 
excedam o montante das despesas de capital. Isso deverá ser observado 
pelo chefe do Poder Executivo quando fizer a operação financeira 
autorizada por lei. Ademais, o art. 167, X, da CF/88 não proíbe a 
concessão de empréstimos para pagamento de pessoal. O dispositivo 
veda, contudo, que os empréstimos realizados junto a instituições 
financeiras dos governos federal e estaduais sejam utilizados para 
aquele fim. Impede-se, portanto, a alocação das receitas obtidas com 
instituições financeiras estatais para o custeio de pessoal ativo e 
inativo. Por oportuno, nada impede a realização de empréstimos com 
instituições financeiras privadas para pagamento de despesas com 
pessoal, porquanto a proibição não as alcança. STF. Plenário. ADI 
5683/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 20/4/2022 (Info 
1051). 
(INFO 1057) É inconstitucional orçamento impositivo previsto na 
Constituição estadual antes das ECs 86/2015 e 100/2019 
Assunto já apreciado no Info 1034 - São inconstitucionais emendas 
parlamentares estaduais de caráter impositivo em lei orçamentária 
anteriores à vigência das ECs 86/2015 e 100/2019. Não cabe à 
Constituição estadual instituir a figura das programações 
orçamentárias impositivas fora das hipóteses previstas no regramento 
nacional. STF. Plenário. ADI 6308/RR, Rel. Min. Roberto Barroso, 
julgado em 3/6/2022 (Info 1057). 
14. DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
15. DIREITO DO TRABALHO 
 
56 
 
 
 
(INFO 1056) Normas coletivas expiradas só podem ser mantidas 
com nova negociação. 
É inconstitucional a interpretação jurisprudencial da Justiça do Trabalho que 
mantém a validade de direitos fixados em cláusulas coletivas com prazo já 
expirado até que novo acordo ou convenção coletiva seja firmado. Com base 
nesse entendimento, o STF declarou a inconstitucionalidade da Súmula 277 
do TST, assim como de interpretações e decisões judiciais que entendem que o 
art. 114, § 2º, da CF/88, autoriza a aplicação do princípio da ultratividade de 
normas de acordos e de convenções coletivas. 
Súmula 277-TST: As cláusulas normativas dos acordos coletivos ou 
convenções coletivas integram os contratos individuais de trabalho e somente 
poderão ser modificadas ou suprimidas mediante negociação coletiva de 
trabalho. STF. Plenário. ADPF 323/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 
27/5/2022(Info 1056). 
(INFO 1057) É constitucional norma oriunda de negociação coletiva que, 
apesar de limitar ou afastar direitos trabalhistas, assegura aos 
trabalhadores os direitos absolutamente indisponíveis. 
São constitucionais os acordos e as convenções coletivos que, ao considerarem 
a adequação setorial negociada, pactuam limitações ou afastamentos de 
direitos trabalhistas, independentemente da explicitação especificada de 
vantagens compensatórias, desde que respeitados os direitos absolutamente 
indisponíveis. STF. Plenário. ARE 1121633/GO, Rel. Min. Gilmar Mendes, 
julgado em 1 e 2/6/2022 (Repercussão Geral – Tema 1046) (Info 1057). 
(INFO 1058) A dispensa em massa de empregados deve ser precedida da 
tentativa de diálogo entre a empresa e o sindicato dos trabalhadores 
A intervenção sindical prévia é exigência procedimental imprescindível para a 
dispensa em massa de trabalhadores, que não se confunde com autorização 
prévia por parte da entidade sindical ou celebração de convenção ou acordo 
coletivo. STF. Plenário. RE 999435/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do 
acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 8/6/2022 (Repercussão Geral – Tema 
638) (Info 1058).houver provas da 
autoria que sejam independentes 
A desconformidade ao regime procedimental determinado no art. 226 do 
CPP deve acarretar a nulidade do ato e sua desconsideração para fins 
decisórios, justificando-se eventual condenação somente se houver 
elementos independentes para superar a presunção de inocência. STF. 
2ª Turma. RHC 206846/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 
22/2/2022 (Info 1045). 
(INFO 1046) Lei estadual pode autorizar que policiais militares e 
bombeiros militares lavrem TCO 
É constitucional norma estadual que prevê a possibilidade da lavratura 
de termos circunstanciados pela Polícia Militar e pelo Corpo de 
Bombeiros Militar. O art. 69 da Lei dos Juizados Especiais, ao dispor 
que “a autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência 
lavrará termo circunstanciado” não se refere exclusivamente à polícia 
judiciária, englobando também as demais autoridades legalmente 
reconhecidas. O termo circunstanciado é o instrumento legal que se 
7 
 
 
 
limita a constatar a ocorrência de crimes de menor potencial ofensivo, 
motivo pelo qual não configura atividade investigativa e, por via de 
consequência, não se revela como função privativa de polícia judiciária. 
STF. Plenário. ADI 5637/MG, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 
11/3/2022 (Info 1046). 
(INFO 1046) O descumprimento do prazo do parágrafo único do art. 
316 do CPP não acarreta automaticamente a liberdade do preso. 
Esse dispositivo se aplica também aos Tribunais? 
MUDANÇA DE ENTENDIMENTO 
O transcurso do prazo previsto no parágrafo único do art. 316 do 
Código de Processo Penal não acarreta, automaticamente, a revogação 
da prisão preventiva e, consequentemente, a concessão de liberdade 
provisória. A exigência da revisão nonagesimal quanto à necessidade e 
adequação da prisão preventiva aplica-se até o final dos processos de 
conhecimento. 
O parágrafo único do art. 316 do CPP se aplica para: 
• o juízo em 1ª instância: SIM 
• o TJ ou TRF: SIM (tanto nos processos de competência originária do 
TJ/TRF – foro por prerrogativa de função – como também durante o 
tempo em que se aguarda o julgamento de eventual recurso interposto 
contra decisão de 1ª instância). 
• o STJ/STF: em regra, não. Encerrado o julgamento de segunda 
instância, não se aplica o art. 316, parágrafo único, do CPP. 
Exceção: caso se trate de uma ação penal de competência originária do 
STJ/STF. Em conclusão, o art. 316, parágrafo único, do CPP aplica-se: 
a) até o final dos processos de conhecimento, onde há o encerramento 
da cognição plena pelo Tribunal de segundo grau; 
b) nos processos onde houver previsão de prerrogativa de foro. 
8 
 
 
 
Por outro lado, o art. 316, parágrafo único, do CPP não se aplica para 
as prisões cautelares decorrentes de sentença condenatória de segunda 
instância ainda não transitada em julgado. STF. Plenário. ADI 6581/DF 
e ADI 6582/DF, Rel. Min. Edson Fachin, redator do acórdão Min. 
Alexandre de Moraes, julgados em 8/3/2022 (Info 1046). 
(INFO 1047) A interceptação telefônica pode ser renovada 
sucessivamente se a decisão judicial inicial e as prorrogações forem 
fundamentadas, com justificativa legítima, mesmo que sucinta, a 
embasar a continuidade das investigações. 
São lícitas as sucessivas renovações de interceptação telefônica, desde 
que, verificados os requisitos do art. 2º da Lei nº 9.296/96 e 
demonstrada a necessidade da medida diante de elementos concretos e 
a complexidade da investigação, a decisão judicial inicial e as 
prorrogações sejam devidamente motivadas, com justificativa legítima, 
ainda que sucinta, a embasar a continuidade das investigações. São 
ilegais as motivações padronizadas ou reproduções de modelos 
genéricos sem relação com o caso concreto. STF. Plenário. RE 
625263/PR, Rel. Min. Gilmar Mendes, redator do acórdão Min. 
Alexandre de Moraes, julgado em 11/5/2021 (Repercussão Geral – 
Tema 661) (Info 1047). 
(INFO 1054) É constitucional a norma de Regimento Interno de 
Tribunal de Justiça que condiciona a instauração de inquérito à 
autorização do desembargador-relator nos feitos de competência 
originária daquele órgão. 
Caso concreto: dispositivo do Regimento Interno do TJ/AP condiciona a 
instauração de inquérito à autorização do Desembargador Relator nos 
feitos de competência originária daquele órgão, utilizando-se como 
similaridade o inciso XV do art. 21 do Regimento Interno do STF. Esse 
dispositivo é constitucional. Tratando-se de autoridades com 
prerrogativa de foro do STF, “a atividade de supervisão judicial deve ser 
constitucionalmente desempenhada durante toda a tramitação das 
9 
 
 
 
investigações desde a abertura dos procedimentos investigatórios até o 
eventual oferecimento, ou não, de denúncia pelo dominus litis” 
(Inquérito 2411-QO, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 
10/10/2007). A mesma interpretação tem sido aplicada pelo STF aos 
casos de investigações envolvendo autoridades com prerrogativa de foro 
nos Tribunais de segundo grau, afirmando-se a necessidade de 
supervisão das investigações pelo órgão judicial competente. Em 
interpretação sistemática da Constituição, a mesma razão jurídica 
apontada para justificar a necessidade de supervisão judicial dos atos 
investigatórios de autoridades com prerrogativa de foro no STF aplica-se 
às autoridades com prerrogativa de foro em outros Tribunais. Não há 
que se falar em usurpação das funções institucionais conferidas 
constitucionalmente ao Ministério Público, pois o órgão mantém a 
titularidade da ação penal e as prerrogativas investigatórias, devendo 
apenas submeter suas atividades ao controle judicial. A norma 
questionada não apresenta vício de iniciativa, não inovando em matéria 
processual penal ou procedimental, e limitando-se a regular a norma 
constitucional que prevê o foro por prerrogativa de função. STF. 
Plenário. ADI 7083/AP, Rel. Min. Cármen Lúcia, redator do acórdão 
Min. Dias Toffoli, julgado em 13/5/2022 (Info 1054). 
(INFO 1057) É inconstitucional norma estadual que impõe a 
necessidade de prévia autorização do órgão colegiado do tribunal 
competente para prosseguir com investigações que objetivam 
apurar suposta prática de crime cometido por magistrado. 
É inconstitucional norma estadual de acordo com a qual compete a 
órgão colegiado do tribunal autorizar o prosseguimento de investigações 
contra magistrados, por criar prerrogativa não prevista na Lei Orgânica 
da Magistratura Nacional e não extensível a outras autoridades com 
foro por prerrogativa de função. A prerrogativa de foro dos magistrados 
é disciplinada no art. 33, parágrafo único, da LOMAN, que dispõe que 
“quando, no curso de investigação, houver indício da prática de crime 
por parte do magistrado, a autoridade policial, civil ou militar, remeterá 
10 
 
 
 
os respectivos autos ao Tribunal ou órgão especial competente para o 
julgamento, a fim de que prossiga na investigação”. Assim, na hipótese 
de indícios de prática de crime por magistrado, o art. 33 da LOMAN 
determina a remessa dos autos ao Tribunal ou órgão competente, para 
fins de prosseguimento da investigação, a ser dirigida pelo relator, sem 
condicionar a investigação à necessidade de prévia autorização do órgão 
colegiado. Logo, não é possível que a norma estadual diga que somente 
o órgão colegiado irá autorizar. Basta que o relator decida a respeito. 
STF. Plenário. ADI 5331/MG, Rel. Min. Rosa Weber, redator do acórdão 
Min. Roberto Barroso, julgado em 3/6/2022 (Info 1057). 
5. DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
(INFO 1042) O STF determinou que: 1) o Estado do Rio de Janeiro 
elabore e encaminhe ao STF, no prazo máximo de 90 dias, um plano 
para redução da letalidade policial e controle das violações aos direitos 
humanos pelas forças de segurança, que apresente medidas objetivas, 
cronogramas específicos e previsão dos recursos necessários para a sua 
implementação. 
2) o emprego e a fiscalização da legalidadedo uso da força sejam feitos 
à luz dos Princípios Básicos sobre a Utilização da Força e de Armas de 
Fogo pelos Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei. 
3) seja criado um grupo de trabalho sobre Polícia Cidadã no 
Observatório de Direitos Humanos localizado no Conselho Nacional de 
Justiça; 
4) nos termos dos Princípios Básicos sobre a Utilização da Força e de 
Armas de Fogo pelos Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei, 
só se justifica o uso da força letal por agentes de Estado quando, 
ressalvada a ineficácia da elevação gradativa do nível da força 
empregada para neutralizar a situação de risco ou de violência, 
exauridos os demais meios, inclusive os de armas não-letais, e 
11 
 
 
 
necessário para proteger a vida ou prevenir um dano sério, decorrente 
de uma ameaça concreta e iminente. 
5) as investigações de incidentes que tenham como vítimas crianças ou 
adolescentes terão a prioridade absoluta; 
6) No caso de buscas domiciliares por parte das forças de segurança do 
Estado do Rio de Janeiro, devem ser observadas as seguintes diretrizes 
constitucionais, sob pena de responsabilidade: (i) a diligência, no caso 
específico de cumprimento de mandado judicial, deve ser realizada 
somente durante o dia, vedando-se, assim, o ingresso forçado a 
domicílios à noite; (ii) a diligência, quando feita sem mandado judicial, 
pode ter por base denúncia anônima; (iii) a diligência deve ser 
justificada e detalhada por meio da elaboração de auto circunstanciado, 
que deverá instruir eventual auto de prisão em flagrante ou de 
apreensão de adolescente por ato infracional e ser remetido ao juízo da 
audiência de custódia para viabilizar o controle judicial posterior; e (iv) 
a diligência deve ser realizada nos estritos limites dos fins excepcionais 
a que se destina. 
7) seja obrigatória a disponibilização de ambulâncias em operações 
policiais previamente planejadas em que haja a possibilidade de 
confrontos armados, sem prejuízo da atuação dos agentes públicos e 
das operações; 
8) o Estado do Rio de Janeiro, no prazo máximo de 180 dias, instale 
equipamentos de GPS e sistemas de gravação de áudio e vídeo nas 
viaturas policiais e nas fardas dos agentes de segurança, com o 
posterior armazenamento digital dos respectivos arquivos. STF. 
Plenário. ADPF 635 MC-ED/RJ, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 2 e 
3/02/2022 (Info 1042). 
(INFO 1042) É inconstitucional lei estadual que legitime ocupações 
em solo urbano de área de preservação permanente (APP) fora das 
situações previstas em normas gerais editadas pela União 
12 
 
 
 
Os arts. 2º, III; 3º, II, “c”; e 17, da Lei nº 20.922/2013, do Estado de 
Minas Gerais, ampliaram os casos de ocupação antrópica em áreas de 
preservação permanente previstos na norma federal vigente à época (no 
caso, a Lei nº 11.977/2009, revogada pela Lei nº 13.465/2017). Com 
isso, essa lei estadual, além de estar em descompasso com o conjunto 
normativo elaborado pela União, flexibilizou a proteção ao meio 
ambiente local, tornando-o mais propenso a sofrer danos. A legislação 
mineira, ao flexibilizar os casos de ocupação antrópica em áreas de 
Preservação Permanente, invadiu a competência da União, que já havia 
editado norma que tratava da regularização e ocupação fundiária em 
APPs. STF. Plenário. ADI 5675/MG, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 
julgado em 17/12/2021 (Info 1042). 
(INFO 1043) Lei estadual não pode proibir que os prestadores de 
serviço público de abastecimento de água e de esgotamento 
sanitário inscrevam os usuários inadimplentes no SPC/Serasa 
É inconstitucional lei estadual que vede a inscrição em cadastro de 
proteção ao crédito de usuário inadimplente dos serviços de 
abastecimento de água e esgotamento sanitário. STF. Plenário. ADI 
6668/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 11/2/2022 (Info 1043). 
(INFO 1043) É inconstitucional norma de Constituição estadual que 
preveja quórum diverso de 3/5 dos membros do Poder Legislativo 
para aprovação de emendas constitucionais 
A Constituição do Estado de Rondônia estabeleceu que, para a 
aprovação de emendas à Constituição estadual seria necessário o voto 
de 2/3 dos Deputados Estaduais. Ocorre que a Constituição Federal diz 
que, para uma emenda alterar seu texto, é necessário o voto de 3/5 dos 
Deputados Federais e Senadores (art. 60, § 2º). Logo, a CE/RO não 
seguiu o modelo previsto na Constituição Federal. As regras básicas do 
processo legislativo previstas na Constituição Federal são de 
observância obrigatória pelos Estados-membros por força do princípio 
13 
 
 
 
da simetria (art. 25 da CF/88 c/c o art. 11 do ADCT). STF. Plenário. 
ADI 6453/RO, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 11/2/2022 (Info 1043) 
(INFO 1044) Não há vedação para a fixação de piso salarial em 
múltiplos do salário mínimo, desde que inexistam reajustes 
automáticos 
A fixação do piso salarial em múltiplos do salário mínimo mostra-se 
compatível com o texto constitucional, desde que não ocorra vinculação 
a reajustes futuros. STF. Plenário. ADPF 53 Ref-MC/PI, ADPF 149 Ref-
MC/DF e ADPF 171 Ref-MC/MA, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em 
18/2/2022 (Info 1044). No mesmo sentido é a OJ 71, da SBDI-2 do 
TST: “A estipulação do salário profissional em múltiplos do salário 
mínimo não afronta o art. 7º, inciso IV, da Constituição Federal de 
1988, só incorrendo em vulneração do referido preceito constitucional a 
fixação de correção automática do salário pelo reajuste do salário 
mínimo.” 
(INFO 1044) Não se pode utilizar verbas do Fundeb para combater à 
pandemia da Covid-19 
É vedada a utilização, ainda que em caráter excepcional, de recursos 
vinculados ao Fundeb para ações de combate à pandemia do novo 
coronavírus (Covid-19). Ainda que se reconheça a gravidade da 
pandemia da Covid-19 e os seus impactos na economia e nas finanças 
públicas, nada justifica o emprego de verba constitucionalmente 
vinculada à manutenção e desenvolvimento do ensino básico para fins 
diversos da que ela se destina. STF. Plenário. ADI 6490/PI, Rel. Min. 
Cármen Lúcia, julgado em 18/2/2022 (Info 1044). 
(INFO 1044) É inconstitucional norma estadual que assegure a 
independência funcional a delegados de polícia, bem como que 
atribua à polícia civil o caráter de função essencial ao exercício da 
jurisdição e à defesa da ordem jurídica. 
14 
 
 
 
A Constituição Federal, ao tratar dos órgãos de Administração Pública, 
escolheu aqueles que deveria ter assegurada autonomia. Além de não 
assegurar autonomia à Polícia Civil, a Constituição Federal afirmou 
expressamente, no seu art. 144, § 6º, que ela deveria estar subordinada 
ao Governador do Estado. A norma do poder constituinte decorrente 
que venha a atribuir autonomia funcional, administrativa ou financeira 
a outros órgãos ou instituições que não aquelas especificamente 
constantes da Constituição Federal, padece de vicio de 
inconstitucionalidade material, por violação ao princípio da separação 
dos poderes. STF. Plenário. ADI 5522/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, 
julgado em 18/2/2022 (Info 1044). 
(INFO 1045) Lei estadual pode obrigar empresas de TV por 
assinatura e estabelecimentos comerciais de venda a fornecerem 
atendimento telefônico gratuito aos clientes 
É válida lei estadual que obrigue empresas prestadoras de serviços de 
televisão por assinatura e estabelecimentos comerciais de vendas no 
varejo e no atacado — que já possuam Serviço de Atendimento ao 
Consumidor (SAC) — a fornecerem atendimento telefônico gratuito a 
seus clientes. STF. Plenário. ADI 4118/RJ, Rel. Min. Rosa Weber, 
julgado em 25/2/2022 (Info 1045). 
(INFO 1045) Lei estadual não pode conceder porte de arma para 
Procuradores do Estado 
A concessão de porte de arma a procuradores estaduais, por lei 
estadual, é incompatível com a Constituição Federal. STF. Plenário. ADI 
6985/AL, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 25/2/2022 (Info 
1045) 
(INFO 1045) A prerrogativade requisição conferida aos membros da 
Defensoria Pública é constitucional 
A Defensoria Pública detém a prerrogativa de requisitar, de quaisquer 
autoridades públicas e de seus agentes, certidões, exames, perícias, 
15 
 
 
 
vistorias, diligências, processos, documentos, informações, 
esclarecimentos e demais providências necessárias à sua atuação. STF. 
Plenário. ADI 6852/DF e ADI 6862/PR, Rel. Min. Edson Fachin, 
julgados em 18/2/2022 (Info 1045). STF. Plenário. ADI 6865/PB, ADI 
6867/ES, ADI 6870/DF, ADI 6871/CE, ADI 6872/AP, ADI 6873/AM e 
ADI 6875/RN, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgados em 18/2/2022 
(Info 1045) 
(INFO 1045) É necessário que a União e a FUNAI executem e 
implementem atividade de proteção territorial nas terras 
indígenas, independentemente de sua homologação 
Nos termos do art. 231 da Constituição Federal, a União tem o dever (e 
não a escolha) de demarcar as terras indígenas. Tais demarcações 
deveriam estar concluídas no prazo de 5 anos, contados da 
promulgação da Constituição, conforme art. 67 do ADCT. A não 
homologação das demarcações dessas terras deriva de inércia 
deliberada do Poder Público, em afronta ao direito originário dos índios. 
Ao afastar a proteção territorial em terras não homologadas, a FUNAI 
sinaliza a invasores que a União se absterá de combater atuações 
irregulares em tais áreas, o que pode constituir um convite à invasão de 
terras que são sabidamente cobiçadas por grileiros e madeireiros, bem 
como à prática de ilícitos de toda ordem. Além disso, a suspensão da 
proteção territorial abre caminho para que terceiros passem a ali 
transitar, o que põe em risco a saúde dessas comunidades, expondo-as 
a eventual contágio por COVID-19 e outras enfermidades. STF. 
Plenário. ADPF 709-MC-segunda-Ref/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, 
julgado em 25/2/2022 (Info 1045) 
(INFO 1046) Análise da (in)constitucionalidade de lei estadual que 
trouxe regras para a inclusão e exclusão de consumidores dos 
cadastros de proteção ao crédito (ex: SPC/Serasa) 
1) Lei estadual não pode exigir que o consumidor, antes de ser inserido 
no cadastro restritivo, seja comunicado por meio de AR. A adoção de 
16 
 
 
 
sistema de comunicação prévia a consumidor inadimplente por carta 
registrada com aviso de recebimento configura desrespeito à 
Constituição Federal. 
2) Lei estadual não pode exigir que seja dado ao consumidor um prazo 
de tolerância antes da sua inserção no cadastro restritivo. É 
inconstitucional a previsão, por lei estadual, de “prazo de tolerância” a 
impedir que o nome do consumidor inadimplente seja imediatamente 
inscrito em cadastro ou banco de dados. 
3) As empresas administradoras de bancos de dados e cadastros de 
consumidores não se qualificam como entidades certificadoras da 
certeza, liquidez e exigibilidade dos títulos de dívidas. A supressão da 
verificação prévia quanto à existência do crédito, exigibilidade do título 
e inadimplência do devedor não caracteriza violação do princípio da 
vedação ao retrocesso. STF. Plenário. ADI 5224/SP, ADI 5252/SP, ADI 
5273/SP e ADI 5978/SP, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em 8/3/2022 
(Info 1046). 
(INFO 1047) Se o Estado ou Município receber da União valores de 
complementação do FUNDEB, por força de condenação judicial, ele 
não precisa aplicar a quantia recebida na forma do art. 60, XII, do 
ADCT. 
O caráter extraordinário dos valores de complementação do FUNDEB 
pagos pela União aos estados e aos municípios, por força de 
condenação judicial, justifica o afastamento da subvinculação prevista 
nos arts. 60, XII, do ADCT e 22 da Lei nº 11.949/2007. É 
inconstitucional o pagamento de honorários advocatícios contratuais 
com recursos destinados ao FUNDEB, o que representaria indevido 
desvio de verbas constitucionalmente vinculadas à educação. STF. 
Plenário. ADPF 528/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 
18/3/2022 (Info 1047). 
17 
 
 
 
(INFO 1047) Notas técnicas do Ministério da Mulher e do Ministério 
da Saúde devem esclarecer a validade da compulsoriedade da 
vacinação, conforme decidiu o STF; disque denúncia não pode ser 
utilizado para queixas contra a obrigatoriedade da vacinação e das 
medidas restritivas contra a Covid. 
As notas técnicas objeto de análise, ao disseminarem informações 
matizadas pela dubiedade e ambivalência, no concernente à 
compulsoriedade da imunização, podem desinformar a população, 
desestimulando a vacinação contra a Covid-19. É vedado ao governo 
federal a utilização do canal de denúncias “Disque 100” do Ministério 
da Mulher, Família e Direitos Humanos (MMFDH) para recebimento de 
queixas relacionadas à vacinação contra a Covid-19, bem como para o 
recebimento de queixas relacionadas a restrições de direitos 
consideradas legítimas pelo STF. Resumo do caso concreto: o MMFDH 
produziu uma nota técnica em que se opõe ao passaporte vacinal e à 
obrigatoriedade de vacinação de crianças contra a Covid. O Ministério 
da Saúde divulgou em seu site uma nota técnica dedicada unicamente 
a fornecer argumentos jurídicos para sustentar que a vacinação de 
crianças não é obrigatória. MMFDH estava disponibilizando canal de 
denúncia para que a população apresentasse queixas contra a 
vacinação e restrições da Covid. STF considerou que essas práticas 
seriam ilegítimas, devendo as notas técnicas serem retificadas para que 
seja esclarecida a validade da compulsoriedade da vacinação. Além 
disso, foi proibida a utilização do disque denúncia para a finalidade com 
a qual estava sendo usada. STF. Plenário. ADPF 754 16ª TPI-Ref/DF, 
Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 18/3/2022 (Info 1047). 
(INFO 1048) Entidades estudantis municipais e estaduais podem 
emitir a carteira estudantil mesmo sem estarem filiadas às 
entidades nacionais; é constitucional a exigência de um modelo 
único nacionalmente padronizado da carteira. 
18 
 
 
 
É inconstitucional exigir das entidades estudantis locais e regionais, 
legitimadas para a expedição da carteira de identidade estudantil (CIE), 
filiação às entidades de abrangência nacional. Admite-se a definição de 
um modelo único nacionalmente padronizado da CIE, desde que 
publicamente disponibilizado e fixados parâmetros razoáveis que não 
obstem o acesso pelas entidades com prerrogativa legal para sua 
emissão. STF. Plenário. ADI 5108/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 
25/3/2022 (Info 1048). 
(INFO 1048) É inconstitucional lei estadual que fixe a 
obrigatoriedade de divulgação diária de fotos de crianças 
desaparecidas em noticiários de TV e em jornais de estado-
membro. 
Lei estadual 16.576/2015, de Santa Catarina, previa “a obrigatoriedade 
diária de divulgação de fotos de crianças desaparecidas nos noticiários 
de TV e jornais sediados” no Estado. Essa lei é inconstitucional sob os 
pontos de vista formal e material. A lei estadual invadiu a competência 
privativa da União para legislar sobre radiodifusão de sons e imagens 
(art. 22, IV, da CF/88). No que tange ao aspecto material, a lei estadual 
viola o princípio da livre iniciativa e a liberdade de informação 
jornalística dos veículos de comunicação social (art. 220 da CF/88). 
Além disso, disciplina o tema de forma diferente daquilo que prevê a Lei 
federal nº 12.127/2009, que criou o Cadastro Nacional de Crianças e 
Adolescentes Desaparecidos. STF. Plenário. ADI 5292/SC, Rel. Min. 
Cármen Lúcia, julgado em 25/3/2022 (Info 1048). 
(INFO 1049) Não há vício de iniciativa de lei na edição de norma de 
origem parlamentar que proíba a substituição de trabalhador 
privado em greve por servidor público. 
Dispositivo legal, de iniciativa parlamentar, que foi considerado 
constitucional: “ao servidor público do Distrito Federal é proibido 
substituir, sob qualquer pretexto, trabalhadores de empresas privadas 
em greve”. A proibição de que o trabalhador privado em greve seja 
19 
 
 
 
substituído por servidor público não inibe a iniciativa doGovernador do 
Distrito Federal para propor leis sobre organização administrativa, 
servidores públicos e regime jurídico destes. STF. Plenário. ADI 
1164/DF, Rel. Min. Nunes Marques, julgado em 1º/4/2022 (Info 1049). 
(INFO 1050) Compete aos estados-membros a definição do prazo de 
validade de bilhetes de transporte rodoviário intermunicipal de 
passageiros 
A União possui competência para explorar os serviços de transporte 
rodoviário interestadual e internacional (art. 21, XII, “e”, da CF/88). 
Logo, compete à União privativamente legislar sobre o transporte 
rodoviário interestadual e internacional. O transporte coletivo 
intramunicipal é de competência do Município (art. 30, V, da CF/88). 
Logo, como consequência, compete aos Municípios legislar sobre o 
transporte coletivo intramunicipal. A Constituição Federal não trouxe 
uma regra expressa dizendo de quem seria a competência para explorar 
os serviços de transporte intermunicipal. Diante disso, a competência 
será dos Estados-membros, que possuem competência residual, na 
forma do art. 25, § 1º, da CF/88. O prazo de validade pode influenciar 
na política tarifária e, por consequência, impactar o equilíbrio 
econômico-financeiro do contrato celebrado em âmbito estadual. O 
prazo de validade do bilhete, mais elastecido ou não, corresponde a um 
benefício que, por sua natureza, tem um custo. Logo, incumbe aos 
Estados-membros, como titulares da exploração do transporte 
rodoviário intermunicipal, a definição da respectiva política tarifária, à 
luz dos elementos que possam influenciá-la, como o prazo de validade 
do bilhete, nos termos do art. 175 da Constituição. A União, ao dispor 
acerca do prazo de validade dos bilhetes de transporte coletivo 
rodoviário intermunicipal, imiscuiu-se na competência constitucional 
residual do Estado-membro. STF. Plenário. ADI 4289/DF, Rel. Min. 
Rosa Weber, julgado em 8/4/2022 (Info 1050). 
20 
 
 
 
(INFO 1050) É constitucional lei estadual que concede aos 
professores das redes públicas estadual e municipais de ensino o 
benefício da meia-entrada nos estabelecimentos de lazer e 
entretenimento. 
O Estado que edita lei concedendo meia-entrada para os professores 
das redes públicas estadual e municipais de ensino atua no exercício da 
competência suplementar prevista no art. 24, § 2º, da Constituição 
Federal. Ao não incluir no benefício da meia-entrada os professores 
pertencentes à rede privada e aqueles vinculados às unidades federais 
de ensino, a legislação atacada não atuou de forma anti-isonômica. Os 
professores da rede privada estão sob influência de outros mecanismos 
de incentivo e os professores da rede pública federal estão dedicados 
quase exclusivamente ao ensino superior e à educação profissional e 
tecnológica. STF. Plenário. ADI 3753/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado 
em 8/4/2022 (Info 1050). 
(INFO 1051) É constitucional a previsão regimental de rito de 
urgência para proposições que tramitam na Câmara dos Deputados 
e no Senado Federal, descabendo ao Poder Judiciário examinar 
concretamente as razões que justificam sua adoção. 
A previsão regimental de um regime de urgência que reduza as 
formalidades processuais em casos específicos, reconhecidos pela 
maioria legislativa, não ofende o devido processo legislativo. A adoção 
do rito de urgência em proposições legislativas é matéria genuinamente 
interna corporis, não cabendo ao STF adentrar tal seara. Precedente. 
Quando não caracterizado o desrespeito às normas constitucionais 
pertinentes ao processo legislativo, é defeso ao Poder Judiciário exercer 
o controle jurisdicional em relação à interpretação do sentido e do 
alcance de normas meramente regimentais das Casas Legislativas. STF. 
Plenário. ADI 6968/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 20/4/2022 
(Info 1051). 
21 
 
 
 
(INFO 1051) A liberdade de expressão existe para a manifestação de 
opiniões contrárias, jocosas, satíricas e até mesmo errôneas, mas não 
para opiniões criminosas, discurso de ódio ou atentados contra o 
Estado Democrático de Direito e a democracia. A Constituição garante a 
liberdade de expressão, com responsabilidade. A liberdade de expressão 
não pode ser usada para a prática de atividades ilícitas ou para a 
prática de discursos de ódio, contra a democracia ou contra as 
instituições. Nesse sentido, são inadmissíveis manifestações proferidas 
em redes sociais que objetivem a abolição do Estado de Direito e o 
impedimento, com graves ameaças, do livre exercício de seus poderes 
constituídos e de suas instituições. Ademais, conforme jurisprudência 
do STF, a garantia constitucional da imunidade parlamentar incide 
apenas sobre manifestações proferidas no desempenho da função 
legislativa ou em razão desta, não sendo possível utilizá-la como escudo 
protetivo para a prática de atividades ilícitas. Não configurada abolitio 
criminis com relação aos delitos previstos na Lei de Segurança Nacional 
(Lei nº 7.170/83). Quando determinada conduta típica (e suas 
elementares) permanece descrita na nova lei penal, com a manutenção 
do caráter proibido da conduta, há a configuração do fenômeno 
processual penal da continuidade normativo-típica. Na hipótese, o 
legislador não pretendeu abolir as condutas atentatórias à democracia, 
ao Estado de Direito e ao livre exercício dos poderes. Na realidade, 
aprimorou, sob o manto democrático, a defesa do Estado, de suas 
instituições e de seus poderes. Observa-se, assim, a ocorrência de 
continuidade normativo-típica entre as condutas previstas nos arts. 18 
e 23, IV, da Lei nº 7.170/83 e a conduta prevista no art. 359-L do CP 
(com redação dada pela Lei nº 14.197/2021), bem como entre a 
conduta prevista no art. 23, II, da Lei nº 7.170/83 e o conduta típica 
prevista no art. 286, parágrafo único, do CP, com redação dada pela Lei 
nº 14.197/2021. STF. Plenário. AP 1044/DF, Rel. Min. Alexandre de 
Moraes, julgado em 20/4/2022 (Info 1051). 
22 
 
 
 
(INFO 1051) A Medida Provisória 144/2003, convertida na Lei nº 
10.848/2004, que dispõe sobre a comercialização de energia 
elétrica, não viola o art. 246 da Constituição Federal. 
O autor da ADI alegava que, como a MP 144/2003 estipulou um novo 
modelo para o setor elétrico após a EC 06/95, o que essa MP fez foi 
regulamentar o § 1º do art. 176 da CF/88 (alterado pela EC 06/95). 
Logo, a MP teria violado o art. 246 da CF/88: Art. 246. É vedada a 
adoção de medida provisória na regulamentação de artigo da 
Constituição cuja redação tenha sido alterada por meio de emenda 
promulgada entre 1º de janeiro de 1995 até a promulgação desta 
emenda, inclusive. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 
32/2001) O STF não concordou. A EC 6/95 não promoveu alteração 
substancial na disciplina constitucional do setor elétrico. O que a EC 
06/95 fez foi tão somente substituir a expressão “empresa brasileira de 
capital nacional” pela expressão “empresa constituída sob as leis 
brasileiras e que tenha sua sede e administração no país”, que foi 
incluída no § 1º do art. 176 da CF/88. O setor elétrico já estava, antes 
dessa alteração, aberto ao capital privado. Houve apenas ampliação 
colateral em relação às empresas que poderiam ser destinatárias de 
autorização ou concessão para explorar o serviço. Além disso, a MP 
144/2003 não se destinou a dar eficácia às modificações introduzidas 
pela EC 6/1995. O que ela fez foi regulamentar o art. 175 da CF/88, 
que dispõe sobre o regime de prestação de serviços públicos no setor 
elétrico. Logo, não houve violação ao art. 246 da CF/88. STF. Plenário. 
ADI 3090/DF e ADI 3100/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em 
20/4/2022 (Info 1051). 
(INFO 1052) É obrigatória a presença da União no polo passivo de 
ação na qual se pede medicamento registrado na Anvisa, mas não 
incorporado aos protocolos do SUS? 
Tema polêmico! Regina está acometida de uma doença e precisa de um 
medicamento, que já foi registrado na ANVISA, masque não está 
23 
 
 
 
incorporado aos atos normativos do SUS. Ela quer ajuizar uma ação 
para que seja fornecido esse medicamento. A União precisa 
necessariamente figurar no polo passivo da demanda? O STJ decidiu 
que não: Em ação que pretende o fornecimento de medicamento 
registrado na ANVISA, ainda que não incorporado em atos normativos 
do SUS, é prescindível a inclusão da União no polo passivo da 
demanda. STJ. 2ª Turma. RMS 68.602-GO, Rel. Min. Assusete 
Magalhães, julgado em 26/04/2022 (Info 734). 
O problema foi que a 1ª Turma do STF, no mesmo dia, decidiu, 
aparentemente, em sentido contrário ao que foi explicado: É obrigatória 
a inclusão da União no polo passivo de demanda na qual se pede o 
fornecimento gratuito de medicamento registrado na Agência de 
Vigilância Sanitária (Anvisa), mas não incorporado aos Protocolos 
Clínicos e Diretrizes Terapêuticas do Sistema Único de Saúde. Esse 
entendimento está em consonância com a tese fixada pelo STF nos 
embargos de declaração do RE 855.178 (Tema 793). STF. 1ª Turma. RE 
1286407 AgR-segundo/PR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 
26/4/2022 (Info 1052). 
No informativo 1052 do STF não foram fornecidos mais detalhes e o 
acórdão ainda não foi publicado. Assim, não se pode ter certeza se 
houve alguma distinção entre os dois casos. 
(INFO 1052) Município resultante de desmembramento realizado 
em desacordo com o art. 18, § 4º, da CF não detém legitimidade 
ativa para a cobrança de IPTU de imóvel situado em território a ele 
acrescido 
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o 
desmembramento de Municípios, far-se-ão 
por lei estadual, dentro do período 
determinado por Lei Complementar 
Federal, e dependerão de consulta prévia, 
mediante plebiscito, às populações dos 
24 
 
 
 
Municípios envolvidos, após divulgação dos 
Estudos de Viabilidade Municipal, 
apresentados e publicados na forma da 
lei. 
A EC nº 57/08 não convalidou desmembramento municipal realizado 
sem consulta plebiscitária e, nesse contexto, não retirou o vício de 
ilegitimidade ativa existente nas execuções fiscais que haviam sido 
propostas por município ao qual fora acrescida, sem tal consulta, área 
de outro para a cobrança do IPTU quanto a imóveis nela localizados. 
Informativo comentado Informativo 1052-STF (06/05/2022) – STF. 
Plenário. RE 614384/SE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 29/4/2022 
(Repercussão Geral – Tema 559) (Info 1052). 
(INFO 1052) É inconstitucional norma estadual que restabeleça, no 
âmbito do Poder Judiciário local, cargos de Advogado da Justiça 
Militar vocacionados a patrocinar a defesa gratuita de praças da 
Polícia Militar. 
Esse modelo não se coaduna com aquele implementado pela ordem 
constitucional inaugurada em 1988, o qual dispõe que a função de 
defesa dos necessitados, quando desempenhada pelo Estado, é própria 
à Defensoria Pública (art. 134 da CF/88). A função de defesa dos 
necessitados, quando desempenhada pelo Estado, é própria da 
Defensoria Pública. STF. Plenário. ADI 3152/CE, Rel. Min. Rosa Weber, 
julgado em 26/4/2022 (Info 1052). 
(INFO 1053) É inconstitucional lei estadual que obriga as 
operadoras de planos saúde a assegurar atendimento médico-
hospitalar integral e adequado às pessoas com deficiência. 
É formalmente inconstitucional lei estadual que estabelece obrigações 
referentes a serviço de assistência médico-hospitalar que interferem nas 
relações contratuais estabelecidas entre as operadoras de planos de 
25 
 
 
 
saúde e seus usuários. STF. Plenário. ADI 7029/PB, Rel. Min. Cármen 
Lúcia, julgado em 6/5/2022 (Info 1053). 
(INFO 1053) Não estão protegidas pela imunidade parlamentar as 
manifestações injuriosas de Senador proferidas em redes sociais de 
forma dolosa e genérica, com intenção de destruir reputações, sem 
qualquer indicação de prova que pudesse corroborar as acusações. 
A liberdade de expressão não alcança a prática de discursos dolosos 
(actual malice), com intuito manifestamente difamatório, de juízos 
depreciativos de mero valor, de injúrias em razão da forma ou de 
críticas aviltantes. A garantia da imunidade parlamentar, que deve ser 
compreendida de forma extensiva para a garantia do adequado 
desempenho de mandatos parlamentares, não alcança os atos que 
sejam praticados sem claro nexo de vinculação recíproca do discurso 
com o desempenho das funções parlamentares (teoria funcional) ou nos 
casos em que for utilizada para a prática de flagrantes abusos, usos 
criminosos, fraudulentos ou ardilosos. Caso concreto: em vídeos 
divulgados no Twitter, Facebook, Instagram e YouTube, o Senador Jorge 
Kajuru afirma que determinado Senador seria um “pateta bilionário” 
que “entrou na política por negócio”. Também disse que um ex-
Deputado Federal teria feito parte de esquema de jogos de azar e seria 
“chefe de quadrilha”. Prevaleceu o voto-vista do Ministro Gilmar Mendes 
no sentido de que as declarações de Kajuru são desvinculadas do 
mandato parlamentar. Para o Ministro, as manifestações do Senador 
têm conteúdo injurioso e foram proferidas de forma dolosa e genérica, 
com intenção de destruir reputações, sem qualquer indicação de prova 
que pudesse corroborar as acusações. STF. 2ª Turma. Pet 8242, 8259, 
8262, 8263, 8267 e 8366 AgR/DF, Rel. Min. Celso de Mello, redator do 
acórdão Min. Gilmar Mendes, julgados em 3/5/2022 (Info 1053). 
(INFO 1054) STF julgou inconstitucional a investigação que estava 
sendo realizada pelo Ministério da Justiça contra servidores 
26 
 
 
 
públicos e demais cidadãos integrantes de movimento político 
antifascista. 
Assunto já apreciado no Info 987: Caso concreto: a imprensa divulgou 
que o Ministério da Justiça estaria investigando e elaborando dossiês 
sigilosos contra um grupo de servidores públicos identificados como 
integrantes do “movimento antifascismo”. Os principais alvos da 
investigação seriam professores e policiais autointitulados de 
“antifascistas”. Determinado partido político ajuizou ADPF para que o 
STF declare que essa investigação viola os preceitos fundamentais da 
liberdade de expressão, reunião, associação, inviolabilidade de 
intimidade, vida privada e honra. O STF julgou o pedido procedente e 
declarou inconstitucionais atos do Ministério da Justiça de produção ou 
compartilhamento de informações sobre a vida pessoal, as escolhas 
pessoais e políticas, e as práticas cívicas de cidadãos, servidores 
públicos federais, estaduais e municipais identificados como integrantes 
de movimento político, professores universitários e quaisquer outros 
que, atuando nos limites da legalidade, exerçam seus direitos de 
livremente expressar-se, reunir-se e associar-se. Os órgãos do Sistema 
Brasileiro de Inteligência, conquanto necessários para a segurança 
pública, segurança nacional e garantia de cumprimento eficiente dos 
deveres do Estado, devem operar com estrita vinculação ao interesse 
público, observância aos valores democráticos e respeito aos direitos e 
garantias fundamentais. Caracterizam desvio de finalidade e abuso de 
poder a colheita, a produção e o compartilhamento de dados, 
informações e conhecimentos específicos para satisfazer interesse 
privado de órgão ou de agente público. Na hipótese, a utilização da 
máquina estatal para a colheita de informações de servidores com 
postura política contrária ao governo caracteriza desvio de finalidade e 
afronta aos direitos fundamentais da livre manifestação do pensamento, 
da privacidade, reunião e associação, aos quais deve ser conferida 
máxima efetividade, pois essenciais ao regime democrático. Ademais, os 
órgãos de inteligência de qualquer nível hierárquico de qualquer dos 
27 
 
 
 
Poderes do Estado, embora sujeitos ao controle externo realizado pelo 
Poder Legislativo, submetem-se também ao crivo do Poder Judiciário, 
em respeito ao princípio da inafastabilidade da jurisdição. STF. 
Plenário. ADPF 722/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgadoem 
13/5/2022 (Info 1054). 
(INFO 1054) O servidor público que seja pai solo – de família em 
que não há a presença materna – faz jus à licença maternidade e ao 
salário maternidade pelo prazo de 180 dias, da mesma forma em 
que garantidos à mulher pela legislação de regência. 
À luz do art. 227 da Constituição Federal, que confere proteção integral 
da criança com absoluta prioridade e do princípio da paternidade 
responsável, a licença maternidade, prevista no art. 7º, XVIII, da CF/88 
e regulamentada pelo art. 207 da Lei nº 8.112/90, estende-se ao pai 
genitor monoparental. STF. Plenário. RE 1348854/DF, Rel. Min. 
Alexandre de Moraes, julgado em 12/5/2022 (Repercussão Geral – 
Tema 1182) (Info 1054). 
(INFO 1054) É constitucional a norma federal que criou a 
Ouvidoria-Geral da Defensoria Pública nos estados-membros e 
estabeleceu suas competências. 
Caso concreto: o art. 105-B e o art. 105-C, da LC 80/94, acrescentados 
pela LC 132/2009, tratam sobre a Ouvidoria-Geral das Defensorias 
Públicas dos Estados-membros. Determinado partido político 
argumentou que a União excedeu sua competência para estabelecer 
normas gerais sobre a Defensoria Pública, prevista no art. 24, XIII e §1º, 
da Constituição Federal. O STF não concordou. Ao editar a LC 80/94, a 
União atuou conforme sua competência legislativa, pois se limitou a 
instituir diretrizes gerais sobre a organização e a estrutura da 
Ouvidoria-Geral das Defensorias Públicas estaduais, sem prever 
qualquer singularidade regional ou especificidade local. Não há 
singularidade regional ou especificidade local que justifique a 
impugnação da referida norma. Antes, a legislação veio a garantir que o 
28 
 
 
 
órgão não tenha atribuições distintas em cada unidade da federação, 
desvirtuando sua função. STF. Plenário. ADI 4608/DF, Rel. Min. Gilmar 
Mendes, julgado em 13/5/2022 (Info 1054) 
(INFO 1055) É constitucional a regra do Código de Trânsito que 
impõe a aplicação de multa e infrações administrativas aos 
motoristas que se recusem a fazer bafômetro, exames clínicos ou 
perícias visando aferir influência de álcool ou outra substância 
psicoativa. 
É inadmissível qualquer nível de alcoolemia por condutores de veículos 
automotivos. A eventual recusa de motoristas na realização de “teste do 
bafômetro”, ou dos demais procedimentos previstos no CTB para 
aferição da influência de álcool ou outras drogas, por não encontrar 
abrigo no princípio da não autoincriminação, permite a aplicação de 
multa e a retenção/apreensão da CNH validamente. Tese fixada pelo 
STF: “Não viola a Constituição a previsão legal de imposição das 
sanções administrativas ao condutor de veículo automotor que se 
recuse à realização dos testes, exames clínicos ou perícias voltados a 
aferir a influência de álcool ou outra substância psicoativa (art. 165-A e 
art. 277, §§ 2º e 3º, todos do Código de Trânsito Brasileiro, na redação 
dada pela Lei 13.281/2016)”. STF. Plenário. RE 1224374/RS, Rel. Min. 
Luiz Fux, julgado em 18 e 19/5/2022 (Repercussão Geral – Tema 1079) 
(Info 1055). 
Outro ponto enfrentado no julgado: São constitucionais as normas que 
estabelecem a proibição da venda de bebidas alcóolicas em rodovias 
federais (Lei nº 11.705/2008, art. 2º). STF. Plenário. ADI 4017/DF e 
ADI 4103/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgados em 18 e 19/5/2022 (Info 
1055). 
(INFO 1055) É inconstitucional lei federal, de iniciativa 
parlamentar, que veda medida privativa e restritiva de liberdade a 
policiais e bombeiros militares dos estados, dos territórios e do 
Distrito Federal. 
29 
 
 
 
Caso concreto: a Lei nº 13.967/2019 alterou o art. 18 do Decreto-Lei nº 
667/69 e previu que os policiais militares e os bombeiros militares não 
poderão receber, como sanção disciplinar, medida privativa e restritiva 
de liberdade. O STF julgou inconstitucional essa previsão. Compete ao 
chefe do Poder Executivo local a iniciativa de lei que disponha sobre o 
regime jurídico de servidores militares estaduais e distritais. No caso, a 
norma impugnada resultou da aprovação de projeto de lei de autoria 
parlamentar. Dessa forma, ainda que se entendesse que ela dispõe 
sobre normas gerais, de competência da União, há um incontornável 
vício de inconstitucionalidade formal. 
A lei combatida também padece de inconstitucionalidade material. Não 
obstante as polícias militares e os corpos de bombeiros militares dos 
entes federados subordinem-se aos Governadores, constituem forças 
auxiliares e reserva do Exército, sendo responsáveis, em conjunto com 
as polícias de natureza civil, e portando armas letais, pela preservação 
da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio. 
Nesse contexto, os servidores militares estaduais e distritais submetem-
se a um regime jurídico diferenciado, motivo pelo qual a própria 
Constituição, expressamente, autoriza a prisão por determinação de 
seus superiores hierárquicos no caso de transgressão das regras e não 
lhes assegura sequer o habeas corpus em relação às punições 
disciplinares. STF. Plenário. ADI 6595/DF, Rel. Min. Ricardo 
Lewandowski, julgado em 20/5/2022 (Info 1055). 
(INFO 1055) São inconstitucionais as normas que preveem 
concentração acentuada de poderes do sistema gestor, em 
detrimento da autonomia dos municípios integrantes da região 
metropolitana. 
É inconstitucional norma que prevê a concentração excessiva do poder 
decisório nas mãos de só um dos entes públicos integrantes de região 
metropolitana. Nesse mesmo contexto, é inadmissível que a gestão e a 
percepção dos frutos da empreitada metropolitana comum, incluídos os 
30 
 
 
 
valores referentes a eventual concessão à iniciativa privada, aproveitem 
a apenas um dos entes federados. Com base nesse entendimento, o STF 
declarou inconstitucionais normas que concentravam no Estado de 
Alagoas o poder decisório nas instâncias deliberativas e executivas da 
Região Metropolitana de Maceió, resultando na violação da autonomia 
dos municípios envolvidos. O STF, no entanto, modulou os efeitos da 
decisão para que passe a valer em 24 meses, período em que o 
legislativo estadual deverá reapreciar o desenho institucional da região 
metropolitana. STF. Plenário. ADI 6573/AL, ADI 6911/AL e ADPF 
863/AL, Rel. Min. Edson Fachin, julgados em 13/5/2022 (Info 1055). 
(INFO 1055) É inconstitucional norma que prevê a designação 
bienal para o exercício de funções institucionais inerentes às 
respectivas carreiras dos membros do MPU. 
O STF declarou a inconstitucionalidade parcial, sem redução de texto, 
dos arts. 216, 217 e 218, da LC 75/93 (Lei orgânica do MPU), de modo 
a afastar qualquer interpretação que implique remoção do membro da 
carreira de seu ofício de lotação. 
Art. 216. As designações, salvo quando estabelecido outro critério por 
esta lei complementar, serão feitas por lista, no último mês do ano, para 
vigorar por um biênio, facultada a renovação. 
Art. 217. A alteração da lista poderá ser feita, antes do termo do prazo, 
por interesse do serviço, havendo: (...) 
Art. 218. A alteração parcial da lista, antes do termo do prazo, quando 
modifique a função do designado, sem a sua anuência, somente será 
admitida nas seguintes hipóteses: (...) Dentro da estrutura 
organizacional do MPU, as unidades de lotação dos integrantes de suas 
carreiras correspondem aos denominados ofícios, que representam os 
locais em que exercidas suas atribuições institucionais. Após lotados 
em determinado ofício, eles gozam da garantia constitucional da 
inamovibilidade. Nesse contexto, o deslocamento para outro ofício, sem 
31 
 
 
 
retorno ao de origem, por meio de designações e redesignações bienais, 
conduz ao grave risco de movimentações casuísticas. Isso porque deixa 
margem para lotação definitiva em ofício diverso ao que o membro atua, 
independentemente do concurso de sua vontade, destoando daquelas 
de caráter meramente eventual, em manifesta afronta à garantiada 
inamovibilidade. STF. Plenário. ADI 5052/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, 
julgado em 20/5/2022 (Info 1055). 
(INFO 1056) Corregedor Nacional de Justiça pode requisitar dados 
bancários e fiscais sem prévia autorização judicial 
É constitucional a requisição, sem prévia autorização judicial, de dados 
bancários e fiscais considerados imprescindíveis pelo Corregedor 
Nacional de Justiça para apurar infração de sujeito determinado, desde 
que em processo regularmente instaurado mediante decisão 
fundamentada e baseada em indícios concretos da prática do ato. 
O art. 8º, V, do Regimento Interno do CNJ prevê que o Corregedor 
Nacional de Justiça possui competência para “requisitar das 
autoridades fiscais, monetárias e de outras autoridades competentes 
informações, exames, perícias ou documentos, sigilosos ou não, 
imprescindíveis ao esclarecimento de processos ou procedimentos 
submetidos à sua apreciação, dando conhecimento ao Plenário”. Essa 
previsão regimental tem por fundamento a probidade patrimonial dos 
agentes públicos. A legitimidade para requisição pode ser por decisão 
singular do Corregedor por conta da função constitucional por ele 
exercida, de fiscalização da integridade funcional do Poder Judiciário. 
Contudo, é preciso assegurar a existência de garantias ao contribuinte, 
de modo que não há espaço para devassa ou varredura, buscas 
generalizadas e indiscriminadas na vida das pessoas, com o propósito 
de encontrar alguma irregularidade. STF. Plenário. ADI 4709/DF, Rel. 
Min. Rosa Weber, julgado em 27/5/2022 (Info 1056). 
32 
 
 
 
(INFO 1056) Lei federal não pode conceder anistia a policiais e 
bombeiros militares estaduais que praticaram infrações 
disciplinares. 
É formalmente inconstitucional norma federal que concede anistia a 
policiais e bombeiros militares estaduais por infrações disciplinares 
decorrentes da participação em movimentos reivindicatórios por 
melhorias de vencimentos e de condições de trabalho. Caso concreto: a 
Lei federal nº 12.505/2011 concedeu anistia aos policiais e bombeiros 
militares de diversos Estados punidos por participar de movimentos 
reivindicatórios. A União possui competência para legislar concedendo 
anistia para crimes. A anistia de infrações disciplinares cometidas por 
servidores estaduais deve ser concedida pelos próprios entes estaduais 
tendo em vista a autonomia que caracteriza a Federação brasileira. 
Quanto aos bombeiros e policiais militares, a competência estadual é 
realçada nos arts. 42 e 144, § 6º, da CF/88. STF. Plenário. ADI 
4869/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 27/5/2022 (Info 1056). 
(INFO 1056) É constitucional norma estadual decorrente de 
emenda parlamentar a projeto de lei de iniciativa do Tribunal de 
Contas estadual que veicule regras sobre prescrição e decadência a 
ele aplicáveis. 
A Constituição da República e a legislação federal não disciplinam a 
aplicação da prescrição e da decadência especificamente no âmbito do 
TCU. Diante dessa omissão, mostra-se permitida a criação desses 
institutos no âmbito dos Tribunais de Contas dos Estados. Ao instituir 
essa disciplina localmente, a legislação estadual vai ao encontro do 
texto constitucional, que impõe o estabelecimento de prazos 
prescricionais e decadenciais, em razão da segurança jurídica, da 
dignidade da pessoa humana, dos princípios democrático e republicano 
e da excepcionalidade das regras que preveem a imprescritibilidade. 
Não houve violação à iniciativa legislativa privativa do TCE. Isso porque 
essas normas não tratam da organização ou do funcionamento da corte 
33 
 
 
 
de contas, mas apenas estabelecem regras quanto à tempestividade de 
sua atuação, sem interferência na autonomia do órgão para o 
cumprimento de sua missão institucional. STF. Plenário. ADI 5384/MG, 
Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 27/5/2022 (Info 1056) 
(INFO 1056) Desde que respeitado o teto remuneratório, lei 
estadual pode destinar aos Procuradores do Estado os honorários 
advocatícios advindos de meios alternativos de cobrança. 
É constitucional, desde que observado o teto remuneratório, norma 
estadual que destina aos procuradores estaduais honorários 
advocatícios incidentes na hipótese de quitação de dívida ativa em 
decorrência da utilização de meio alternativo de cobrança 
administrativa ou de protesto de título. Caso concreto: em Rondônia foi 
editada lei prevendo a cobrança de honorários advocatícios, destinados 
à Procuradoria-Geral do Estado, de 10% sobre o valor total de dívidas 
de até 1.000 UPF/RO quitadas por meios alternativos de cobrança 
administrativa ou de protesto de título. STF. Plenário. ADI 5910/RO, 
Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 27/5/2022 (Info 1056). 
(INFO 1057) É inconstitucional, por ofensa ao princípio da 
separação dos Poderes, norma estadual que submete as despesas 
com pessoal do Ministério Público de Contas aos limites 
orçamentários fixados para o Poder Executivo. 
Caso concreto: a CE/RR previu que “As despesas com o Ministério 
Público de Contas ocorrerão por conta da dotação orçamentária anual, 
dentro dos limites legais destinados ao Poder Executivo Estadual.” Cabe 
ao próprio Tribunal de Contas a iniciativa de leis que tratem de sua 
organização e estrutura internas, o que inclui a organização do 
Ministério Público junto ao Tribunal de Contas estadual, não sendo 
admissível que ato legislativo de iniciativa do Executivo disponha sobre 
a matéria. Mesmo emenda constitucional de estatura estadual emanada 
do Poder Constituinte Decorrente não é instrumento com aptidão para 
burlar à regra constitucional da iniciativa reservada. O Ministério 
34 
 
 
 
Público junto ao Tribunal de Contas integra, em termos estruturais, as 
Cortes de Contas, órgãos auxiliares do Poder Legislativo no mister de 
controle externo, motivo pelo qual suas despesas não devem se 
submeter aos limites orçamentários fixados para o Poder Executivo, 
sendo certo, ainda, que o limite prudencial de despesas com pessoal se 
aplica a cada um dos Poderes do ente federativo. STF. Plenário. ADI 
5563/RR, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 3/6/2022 (Info 1057). 
(INFO 1058) É inconstitucional norma estadual que obriga empresa 
privada de telefonia celular e instituição de ensino a garantir 
idênticos benefícios promocionais tanto aos novos clientes quanto 
aos antigos. 
É inconstitucional lei estadual que impõe aos prestadores privados de 
serviços de ensino e de telefonia celular a obrigação de estender o 
benefício de novas promoções aos clientes preexistentes. STF. Plenário. 
ADI 5399/SP e ADI 6191/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 
9/6/2022 (Info 1058). STF. Plenário. ADI 6333 ED/PE, Rel. Min. 
Gilmar Mendes, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado 
em 9/6/2022 (Info 1058). 
(INFO 1058) É constitucional norma estadual que prevê o 
pagamento proporcional da remuneração devida a conselheiro de 
Tribunal de Contas para auditor em período de substituição. 
A norma estadual se limita a prever o direito dos Auditores do Tribunal 
de Contas de receberem remuneração proporcional devida ao 
Conselheiros nos dias em que atuarem em substituição a este. Trata-se 
de compensação financeira, justa e devida, cuja constitucionalidade já 
foi reconhecida pelo STF. 
O pagamento dos mesmos vencimentos e vantagens do substituído 
àquele que ocupa transitoriamente o cargo é decorrência natural do 
desempenho de função idêntica durante o período da substituição, sob 
pena de eventual quebra da isonomia. Assim, por constituir exercício 
35 
 
 
 
temporário das mesmas funções, admite-se o pagamento dos mesmos 
vencimentos e vantagens, por critério de isonomia. Não se trata, 
portanto, de equiparação ou vinculação das remunerações das duas 
carreiras, prática vedada pela CF/88. Não existe, ainda, qualquer 
afronta ao modelo federal de fiscalização dos Tribunais de Contas, cuja 
observância pelos estados é compulsória, nostermos do art. 75 da 
CF/88. A ausência de previsão expressa no art. 73, § 4º, da 
Constituição Federal, do pagamento do vencimento de Ministro ao 
Auditor que estiver em substituição, não implica em sua proibição. Em 
uma interpretação sistemática da ordem constitucional vigente não há 
nada que sustente que o dispositivo em questão deixou, 
intencionalmente, de fazer menção à vinculação de vencimentos e 
vantagens. STF. Plenário. ADI 6951/CE e ADI 6952/AM, Rel. Min. 
Edson Fachin, julgados em 10/6/2022 (Info 1058). 
(INFO 1059) O poder de veto previsto no art. 66, § 1º, da 
Constituição não pode ser exercido após o decurso do prazo 
constitucional de 15 dias. 
A prerrogativa do poder de veto presidencial somente pode ser exercida 
dentro do prazo expressamente previsto na Constituição, não se 
admitindo exercê-la após a sua expiração. No caso concreto, apenas no 
dia imediatamente seguinte à expiração do prazo (16º dia), a 
Presidência da República providenciou a publicação de edição extra do 
Diário Oficial da União para a divulgação de novo texto legal com a 
aposição adicional de veto a dispositivo que havia sido sancionado 
anteriormente. Esse tipo de procedimento não se coaduna com a 
Constituição Federal, de modo que, ultrapassado o período do art. 66, § 
1º, da CF/88, o texto do projeto de lei é, necessariamente, sancionado 
(art. 66, § 3º) e o poder de veto não pode mais ser exercido. Portanto, a 
manutenção de veto extemporâneo na forma do art. 66, § 4º, da CF/88 
não retira a sua inconstitucionalidade, pois o ato apreciado pelo 
Congresso Nacional sequer poderia ter sido praticado. Nessa hipótese, 
caso o Legislativo deseje encerrar a vigência de dispositivo legal por ele 
36 
 
 
 
aprovado, deve retirá-lo da ordem jurídica por meio da sua revogação. 
STF. Plenário. ADPF 893/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, redator do 
acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 20/6/2022 (Info 1059). 
(INFO 1059) É constitucional a Resolução 184/2013 do CNJ, que 
determina aos tribunais de justiça o encaminhamento, para 
eventual elaboração de nota técnica, de cópia dos anteprojetos de 
lei de criação de cargos, funções comissionadas e unidades 
judiciárias. 
Veja o que diz a Resolução: Art. 1º Os anteprojetos de lei de criação de 
cargos de magistrados e servidores, cargos em comissão, funções 
comissionadas e unidades judiciárias no âmbito do Poder Judiciário da 
União obedecerão ao disposto nesta Resolução. (...) § 3º Os Tribunais de 
Justiça dos Estados devem encaminhar cópia dos anteprojetos de lei 
referidos no caput ao CNJ, que, se entender necessário, elaborará nota 
técnica, nos termos do artigo 103 do Regimento Interno. 
A referida Resolução foi editada em consideração à LC 101/2000 (Lei de 
Responsabilidade Fiscal) e da Lei de Diretrizes Orçamentárias quanto à 
geração de novas despesas públicas, visando à execução orçamentária 
de forma responsável e equilibrada, nos termos do art. 167 da CF/88. 
Insere-se, portanto, na perspectiva de uma gestão do Poder Judiciário 
com responsabilidade, planejamento, avaliação, controle, limite e 
transparência, a fim de fomentar o uso racional dos recursos públicos 
mediante análise prévia de anteprojetos de lei. STF. Plenário. ADI 
5119/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 20/6/2022 (Info 1059). 
(INFO 1059) É inconstitucional a atribuição de iniciativa privativa a 
Governador de estado para leis que disponham sobre a organização 
do Ministério Público estadual 
A atribuição de iniciativa privativa ao Governador do Estado para leis 
que disponham sobre a organização do Ministério Público estadual 
contraria o modelo delineado pela Constituição Federal nos arts. 61, § 
37 
 
 
 
1º, II, d, e 128, § 5º. Nos estados, os Ministérios Públicos poderão 
estabelecer regras sobre sua organização, atribuições de seus membros 
e seu estatuto por meio de lei complementar de iniciativa do respectivo 
Procurador-Geral de Justiça. Assim, na esfera estadual, coexistem dois 
regimes de organização: (i) a Lei Orgânica Nacional (Lei 8.625/1993); e 
(ii) a Lei Orgânica do estado-membro, que delimita as regras acima 
referidas e que, como visto, se dá através de lei complementar de 
iniciativa do Procurador-Geral de Justiça. Com base nesse 
entendimento, o STF declarou inconstitucional a expressão “do 
Ministério Público”, prevista no art. 63, parágrafo único, V, da 
Constituição do Estado do Espírito Santo: “Art. 63. A iniciativa das leis 
cabe a qualquer membro ou comissão da Assembleia Legislativa, ao 
Governador do Estado, ao Tribunal de Justiça, ao Ministério Público e 
aos cidadãos, satisfeitos os requisitos estabelecidos nesta Constituição. 
Parágrafo único. São de iniciativa privativa do Governador do Estado as 
leis que disponham sobre: (...) V - organização do Ministério Público, da 
Procuradoria-Geral do Estado e da Defensoria Pública;” STF. Plenário. 
ADI 400/ES, Rel. Min. Nunes Marques, redator do acórdão Min. 
Roberto Barroso, julgado em 20/6/2022 (Info 1059). 
6. DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
(INFO 1043) Não se admite a concessão do Adicional de 
Compensação por Disponibilidade Militar no percentual máximo 
estabelecido pela Lei 13.954/2019 a todos os integrantes das 
Forças Armadas, com fundamento no princípio da isonomia 
Contraria o disposto na Súmula Vinculante 37 a extensão, pelo Poder 
Judiciário e com fundamento no princípio da isonomia, do percentual 
máximo previsto para o Adicional de Compensação por Disponibilidade 
Militar, previsto na Lei 13.954/2019, a todos os integrantes das Forças 
Armadas. STF. Plenário. ARE 1341061/SC, Rel. Min. Luiz Fux, julgado 
em 15/10/2021 (Repercussão Geral - Tema 1175) (Info 1043) 
38 
 
 
 
(INFO 1044) Em regra, não cabe ao Poder Judiciário anular cláusula 
de contrato de concessão de serviço público que autoriza o reajuste 
de tarifa telefônica em percentual superior ao índice inflacionário. 
Afronta o princípio da separação dos Poderes a anulação judicial de 
cláusula de contrato de concessão firmado por Agência Reguladora e 
prestadora de serviço de telefonia que, em observância aos marcos 
regulatórios estabelecidos pelo Legislador, autoriza a incidência de 
reajuste de alguns itens tarifários em percentual superior ao do índice 
inflacionário fixado, quando este não é superado pela média ponderada 
de todos os itens. STF. Plenário. RE 1059819/PE, Rel. Min. Marco 
Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em 
18/2/2022 (Repercussão Geral – Tema 991) (Info 1044). 
(INFO 1045) Em regra, a imposição de sigilo a processos 
administrativos sancionadores, instaurados por agências 
reguladoras contra concessionárias de serviço público, é 
incompatível com a Constituição 
Os processos administrativos sancionadores instaurados por agências 
reguladoras contra concessionárias de serviço público devem obedecer 
ao princípio da publicidade durante toda a sua tramitação, ressalvados 
eventuais atos que se enquadrem nas hipóteses de sigilo previstas em 
lei e na Constituição. STF. Plenário. ADI 5371/DF, Rel. Min. Roberto 
Barroso, julgado em 25/2/2022 (Info 1045). 
(INFO 1046) É constitucional a transferência da concessão e do 
controle societário das concessionárias de serviços públicos, 
mediante anuência do poder concedente prevista no art. 27 da Lei 
8.987/95. 
O art. 27 da Lei nº 8.987/95 permite que se transfira a concessão ou o 
controle societário da concessionária para uma outra pessoa, desde que 
o poder público concorde e sejam respeitados os requisitos legais. 
 
39 
 
 
 
Art. 27. A transferência de concessão ou 
do controle societário da concessionária 
sem prévia anuência do poder concedente 
implicará a caducidade da concessão. 
Parágrafo único. Para fins de obtenção da 
anuência de que trata o caput deste artigo 
o pretendente deverá: 
I - atender às exigências de capacidade 
técnica, idoneidade financeira e 
regularidade jurídica e fiscal necessárias à 
assunção

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