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Revisão de véspera de prova 
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REVISÃO PARA O CONCURSO DE 
PROCURADOR FEDERAL DA 
ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO 
Felipe Duque 
Márcio André Lopes Cavalcante 
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DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
Lista suja do trabalho escravo é constitucional 
Encerrando portaria, fundamentada na legislação de regência, divulgação de cadastro de empregadores que 
tenham submetido trabalhadores a condição análoga à de escravo, sem extravasamento das atribuições 
previstas na Lei Maior, tem-se a higidez constitucional. 
Identificada, por auditor-fiscal, exploração de trabalho em condição análoga à de escravo e lavrado auto de 
infração, a inclusão do empregador em cadastro ocorre após decisão administrativa irrecorrível, assegurados 
o contraditório e a ampla defesa. 
Descabe enquadrar, como sancionador, cadastro de empregadores, cuja finalidade é o acesso à informação, 
mediante publicização de política de combate ao trabalho escravo, considerado resultado de procedimento 
administrativo de interesse público. 
STF. Plenário. ADPF 509/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 16/09/2020. 
 
STF determinou, como tutela provisória incidental na ADPF, que a União adote providências para assegurar 
a vida, a saúde e a segurança de povos indígenas 
Cabível o deferimento de tutela provisória incidental em arguição de descumprimento de preceito 
fundamental para adoção de todas as providências indispensáveis para assegurar a vida, a saúde e a 
segurança de povos indígenas vítimas de ilícitos e problemas de saúde decorrentes da presença de invasores 
de suas terras, em situação agravada pelo curso da pandemia ocasionada pelo novo coronavírus (Covid-19). 
STF. Plenário. ADPF 709 TPI-Ref/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 18/6/2021 (Info 1022). 
 
É ilegítima a recusa dos pais à vacinação compulsória de filho menor por motivo de convicção filosófica 
É constitucional a obrigatoriedade de imunização por meio de vacina que, registrada em órgão de vigilância 
sanitária, (i) tenha sido incluída no Programa Nacional de Imunizações ou (ii) tenha sua aplicação obrigatória 
determinada em lei ou (iii) seja objeto de determinação da União, estado, Distrito Federal ou município, com 
base em consenso médico-científico. 
Em tais casos, não se caracteriza violação à liberdade de consciência e de convicção filosófica dos pais ou 
responsáveis, nem tampouco ao poder familiar. 
STF. Plenário. ARE 1267879/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 16 e 17/12/2020 (Repercussão Geral 
– Tema 1103) (Info 1003). 
 
O art. 522 da CLT, que prevê um número máximo empregados que podem ser dirigentes sindicais, é 
compatível com a CF/88 e não viola a garantia da liberdade sindical 
O art. 8º, VIII, da CF/88 prevê que os dirigentes sindicais não podem ser demitidos, salvo se cometerem falta 
grave. 
O art. 522 da CLT prevê um número máximo empregados que podem ser dirigentes sindicais. 
 
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Assim que a CF/88 foi promulgada, alguns doutrinadores começaram a sustentar a tese de que o art. 522 da 
CLT não teria sido recepcionado pela Carta Constitucional. Isso porque o inciso I do art. 8º da Constituição 
prevê que a liberdade sindical, ou seja, proíbe que o poder público interfira na organização dos sindicatos. 
O TST e o STF não concordaram com essa tese. 
A liberdade sindical tem previsão constitucional, mas não possui caráter absoluto. 
A previsão legal de número máximo de dirigentes sindicais dotados de estabilidade de emprego não esvazia 
a liberdade sindical. 
Essa garantia constitucional existe para que possa assegurar a autonomia da entidade sindical, mas não serve 
para criar situações de estabilidade genérica e ilimitada que violem a razoabilidade e a finalidade da norma 
constitucional garantidora do direito. 
Logo, o art. 522 da CLT foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988. 
STF. Plenário. ADPF 276, Rel. Cármen Lúcia, julgado em 15/05/2020. 
 
Lei estadual pode reservar assentos especiais para pessoas com obesidade nos espaços culturais e nos 
meios de transporte coletivo 
É constitucional lei estadual que prevê a reserva de assentos especiais a serem utilizados por pessoas obesas, 
correspondente a 3% dos lugares em salas de projeções, teatros e espaços culturais localizados em seu 
território e a, no mínimo, 2 lugares em cada veículo do transporte coletivo municipal e intermunicipal. 
STF. Plenário. ADI 2477/PR e ADI 2572/PR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 21/10/2022 (Info 1073). 
 
É possível a reserva de vagas a candidato com deficiência oriundo de escola não pública? 
NÃO. Isso porque a Lei de Cotas (Lei 12.711/2012) exige que o estudante tenha cursado integralmente o 
ensino médio em escolas públicas. O STJ não admite interpretação extensiva. 
 
Hipótese em que o candidato pretende a incidência direta do Estatuto da Pessoa com Deficiência para a 
criação de caso não previsto na Lei de Cotas, qual seja, de reserva de vagas a candidato com deficiência 
oriundo de escola não pública. 
O Estatuto da Pessoa com Deficiência previa norma expressa nesse sentido, em seu art. 29, que foi vetado. 
O veto foi mantido pelo Congresso Nacional. Subsequentemente, editou-se lei para incluir a previsão 
específica alusiva aos candidatos com deficiência na lei regradora das cotas sociais. Descabe ao Judiciário 
substituir as opções políticas e administrativas dos representantes diretos do povo, que definiram de forma 
deliberada outros meios de atendimento à necessidade de inclusão dos segmentos da sociedade tutelados 
pela lei. 
STJ. 2ª Turma. REsp n. 1.997.509/PE, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 16/8/2022. 
 
É inconstitucional concessão de descontos lineares nas mensalidades das faculdades privadas na pandemia 
da Covid-19 
São inconstitucionais as interpretações judiciais que, unicamente fundamentadas na eclosão da pandemia 
de Covid-19 e no respectivo efeito de transposição de aulas presenciais para ambientes virtuais, determinam 
às instituições privadas de ensino superior a concessão de descontos lineares nas contraprestações dos 
contratos educacionais, sem considerar as peculiaridades dos efeitos da crise pandêmica em ambas as partes 
contratuais envolvidas na lide. 
Tese fixada pelo STF: É inconstitucional decisão judicial que, sem considerar as circunstâncias fáticas 
efetivamente demonstradas, deixa de sopesar os reais efeitos da pandemia em ambas as partes contratuais, 
e determina a concessão de descontos lineares em mensalidades de cursos prestados por instituições de 
ensino superior. 
STF. Plenário. ADPF 706/DF e ADPF 713/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em 17 e 18/11/2021 (Info 1038). 
 
É inconstitucional lei que autorize o trabalho de gestantes e lactantes em atividades insalubres 
 
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É inconstitucional a expressão “quando apresentar atestado de saúde, emitido por médico de confiança da 
mulher, que recomende o afastamento”, contida nos incisos II e III do art. 394-A da CLT, inseridos pelo art. 
1º da Lei nº 13.467/2017. 
Essa expressão, inserida no art. 394-A da CLT, tinha como objetivo autorizar que empregadas grávidas ou 
lactantes pudessem trabalhar em atividades insalubres. 
Ocorre que o STF entendeu que o trabalho de gestantes e de lactantes em atividades insalubres viola a 
Constituição Federal. 
O art. 6º da CF/88 proclama importantes direitos, entre eles a proteção à maternidade, a proteção do 
mercado de trabalho da mulher e redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, 
higiene e segurança. 
A proteção para que a gestante e a lactante não sejam expostas a atividades insalubres caracteriza-se como 
importante direito social instrumental que protege não apenas a mulher como também a criança (art. 227 
da CF/88). 
A proteção à maternidade e a integral proteção à criança são direitos irrenunciáveis e não podem ser 
afastados pelo desconhecimento, impossibilidade ou a própria negligência da gestante ou lactante em 
apresentar um atestadomédico, sob pena de prejudicá-la e prejudicar o recém-nascido. 
Em suma, é proibido o trabalho da gestante ou da lactante em atividades insalubres. 
STF. Plenário.ADI 5938/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 29/5/2019 (Info 942). 
 
É inconstitucional lei distrital que preveja percentual de vagas nas universidades públicas reservadas para 
alunos que estudaram nas escolas públicas do Distrito Federal, excluindo, portanto, alunos de escolas 
públicas de outros Estados da Federação 
É inconstitucional a lei distrital que preveja que 40% das vagas das universidades e faculdades públicas do 
Distrito Federal serão reservadas para alunos que estudaram em escolas públicas do Distrito Federal. 
Essa lei, ao restringir a cota apenas aos alunos que estudaram no Distrito Federal, viola o art. 3º, IV e o art. 
19, III, da CF/88, tendo em vista que faz uma restrição injustificável entre brasileiros. 
Vale ressaltar que a inconstitucionalidade não está no fato de ter sido estipulada a cota em favor de alunos 
de escolas públicas, mas sim em razão de a lei ter restringido as vagas para alunos do Distrito Federal, em 
detrimento dos estudantes de outros Estados da Federação. 
STF. Plenário. ADI 4868, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 27/03/2020. 
 
É inconstitucional norma estadual que assegure a independência funcional a delegados de polícia, bem 
como que atribua à polícia civil o caráter de função essencial ao exercício da jurisdição e à defesa da ordem 
jurídica 
A Constituição Federal, ao tratar dos órgãos de Administração Pública, escolheu aqueles que deveria ter 
assegurada autonomia. 
Além de não assegurar autonomia à Polícia Civil, a Constituição Federal afirmou expressamente, no seu art. 
144, § 6º, que ela deveria estar subordinada ao Governador do Estado. 
A norma do poder constituinte decorrente que venha a atribuir autonomia funcional, administrativa ou 
financeira a outros órgãos ou instituições que não aquelas especificamente constantes da Constituição 
Federal, padece de vicio de inconstitucionalidade material, por violação ao princípio da separação dos 
poderes. 
STF. Plenário. ADI 5522/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18/2/2022 (Info 1044). 
 
A Constituição Estadual não pode disciplinar sobre intervenção estadual de forma diferente das regras 
previstas na Constituição Federal 
É inconstitucional — por violação aos princípios da simetria e da autonomia dos entes federados — norma 
de Constituição estadual que prevê hipótese de intervenção do estado no município fora das que são 
taxativamente elencadas no art. 35 da Constituição Federal. 
STF. Plenário. ADI 6619/RO, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 21/10/2022 (Info 1073). 
 
 
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É formalmente inconstitucional lei estadual que proíba linguagem neutra nas escolas 
É inconstitucional — por violar a competência privativa da União para legislar sobre diretrizes e bases da 
educação nacional (art. 22, XXIV, CF/88) — lei estadual que veda a adoção da “linguagem neutra” na grade 
curricular e no material didático de instituições de ensino públicas e privadas, assim como em editais de 
concursos públicos locais. 
Tese fixada pelo STF: 
Norma estadual que, a pretexto de proteger os estudantes, proíbe modalidade de uso da língua portuguesa 
viola a competência legislativa da União. 
STF. Plenário. ADI 7019/RO, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 10/02/2023 (Info 1082). 
 
É inconstitucional lei estadual que obriga prévia notificação do consumidor para que a concessionária 
possa fazer a vistoria técnica no medidor de energia 
É inconstitucional — por violação à competência da União para explorar os serviços e instalações de energia 
elétrica e para legislar sobre energia (arts. 21, XVII, “b”; 22, IV; e 175, parágrafo único, CF/88) — lei estadual 
que obriga as empresas concessionárias de energia elétrica a expedirem notificação com aviso de 
recebimento para a realização de vistoria técnica no medidor de usuário residencial. 
STF. Plenário. ADI 3703/RJ, Rel. Min. Edson Fachin, redator do acórdão Min. Gilmar Mendes, julgado em 
6/3/2023 (Info 1085). 
 
É inconstitucional lei estadual que proíbe os órgãos ambientais e a polícia militar de destruírem e 
inutilizarem bens particulares apreendidos em operações de fiscalização ambiental 
É inconstitucional lei estadual que proíbe os órgãos ambientais e a polícia militar de destruírem e inutilizarem 
bens particulares apreendidos em operações de fiscalização ambiental. 
Essa lei viola a competência da União para legislar sobre normas gerais de proteção ao meio ambiente (art. 
24, VI e VII, da CF/99) e a afronta a competência privativa da União para legislar sobre direito penal e 
processual penal (e 22, I, da CF/88). 
STF. Plenário. ADI 7203/RO, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 01/03/2023 (Info 1084). 
 
Lei estadual não pode proibir a transferência do controle técnico, administrativo ou de gestão 
compartilhada das empresas estatais 
É inconstitucional lei estadual que veda ao Poder Executivo e às empresas públicas e de economia mista, cujo 
controle acionário pertença ao estado, de assinarem contratos ou outros instrumentos legais congêneres 
que viabilizem a transferência do controle técnico, administrativo ou de gestão compartilhada. 
STF. Plenário. ADI 1846/SC, Rel. Min. Nunes Marques, julgado em 21/10/2022 (Info 1073). 
 
Os estados-membros detêm competência administrativa para explorar loterias 
A competência da União para legislar privativamente sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive 
loterias, não obsta a competência material (administrativa) para a exploração dessas atividades pelos entes 
estaduais ou municipais, nem a competência regulamentar dessa exploração. 
Os arts. 1º e 32, caput e § 1º, do Decreto-Lei 204/1967 não foram recepcionados pela Constituição Federal 
de 1988. 
STF. Plenário. ADPF 492/RJ, ADPF 493/DF e ADI 4986/MT, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgados em 30/9/2020 
(Info 993). 
 
A incitação de ódio público feita por líder religioso contra outras religiões pode configurar o crime de 
racismo 
A incitação ao ódio público contra quaisquer denominações religiosas e seus seguidores não está protegida 
pela cláusula constitucional que assegura a liberdade de expressão. 
 
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Assim, é possível, a depender do caso concreto, que um líder religioso seja condenado pelo crime de racismo 
(art. 20, §2º, da Lei nº 7.716/89) por ter proferido discursos de ódio público contra outras denominações 
religiosas e seus seguidores. 
STF. 2ª Turma. RHC 146303/RJ, rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, julgado em 6/3/2018 
(Info 893). 
 
É possível que o Fisco requisite das instituições financeiras informações bancárias sobre os contribuintes 
sem intervenção do Poder Judiciário 
As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
podem requisitar diretamente das instituições financeiras informações sobre as movimentações bancárias 
dos contribuintes. Esta possibilidade encontra-se prevista no art. 6º da LC 105/2001, que foi considerada 
constitucional pelo STF. Isso porque esta previsão não se caracteriza como "quebra" de sigilo bancário, 
ocorrendo apenas a “transferência de sigilo” dos bancos ao Fisco. 
Vale ressaltar que os Estados-Membros e os Municípios somente podem obter as informações previstas no 
art. 6º da LC 105/2001, uma vez regulamentada a matéria de forma análoga ao Decreto Federal nº 
3.724/2001, observados os seguintes parâmetros: 
a) pertinência temática entre a obtenção das informações bancárias e o tributo objeto de cobrança no 
procedimento administrativo instaurado; 
b) prévia notificação do contribuinte quanto à instauração do processo e a todos os demais atos, garantido 
o mais amplo acesso do contribuinte aos autos, permitindo-lhe tirar cópias, não apenas de documentos, mas 
também de decisões; 
c) sujeição do pedido de acesso a um superior hierárquico; 
d) existênciade sistemas eletrônicos de segurança que fossem certificados e com o registro de acesso; e, 
finalmente, 
e) estabelecimento de mecanismos efetivos de apuração e correção de desvios. 
A Receita Federal, atualmente, já pode requisitar tais informações bancárias porque possui esse 
regulamento. Trata-se justamente do Decreto 3.724/2001 acima mencionada, que regulamenta o art. 6º da 
LC 105/2001. 
O art. 5º da LC 105/2001, que permite obriga as instituições financeiras a informarem periodicamente à 
Receita Federal as operações financeiras realizadas acima de determinado valor, também é considerado 
constitucional. 
STF. Plenário. ADI 2390/DF, ADI 2386/DF, ADI 2397/DF e ADI 2859/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgados em 
24/2/2016 (Info 815). 
STF. Plenário. RE 601314/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 24/2/2016 (repercussão geral) (Info 815). 
 
SIGILO BANCÁRIO 
Os órgãos poderão requerer informações bancárias diretamente das instituições financeiras? 
Polícia NÃO. É necessária autorização judicial. 
MP 
NÃO. É necessária autorização judicial (STJ HC 160.646/SP, Dje 19/09/2011). 
Exceção: É lícita a requisição pelo Ministério Público de informações bancárias de contas 
de titularidade de órgãos e entidades públicas, com o fim de proteger o patrimônio 
público, não se podendo falar em quebra ilegal de sigilo bancário (STJ. 5ª Turma. HC 
308.493-CE, j. em 20/10/2015). 
TCU 
NÃO. É necessária autorização judicial (STF MS 22934/DF, DJe de 9/5/2012). 
Exceção: O envio de informações ao TCU relativas a operações de crédito originárias de 
recursos públicos não é coberto pelo sigilo bancário (STF. MS 33340/DF, j. em 
26/5/2015). 
Receita Federal 
SIM, com base no art. 6º da LC 105/2001. O repasse das informações dos bancos para o 
Fisco não pode ser definido como sendo "quebra de sigilo bancário". 
Fisco estadual, 
distrital, municipal 
SIM, desde que regulamentem, no âmbito de suas esferas de competência, o art. 6º da 
LC 105/2001, de forma análoga ao Decreto Federal 3.724/2001. 
 
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CPI 
SIM (seja ela federal ou estadual/distrital) (art. 4º, § 1º da LC 105/2001). 
Prevalece que CPI municipal não pode. 
 
CUIDADO! NÃO CONFUNDIR 
É ilegal a requisição, sem autorização judicial, de dados fiscais pelo Ministério Público 
Ao julgar o Tema 990, o STF afirmou que é legítimo que a Receita Federal compartilhe o procedimento 
fiscalizatório que ela realizou para apuração do débito tributário com os órgãos de persecução penal para 
fins criminais (Polícia Federal, Ministério Público etc.), não sendo necessário, para isso, prévia autorização 
judicial (STF. Plenário. RE 1.055.941/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 4/12/2019). 
Por outro lado, neste julgado, o STF não autorizou que o Ministério Público faça a requisição direta (sem 
autorização judicial) de dados fiscais, para fins criminais. Ex: requisição da declaração de imposto de renda. 
A requisição ou o requerimento, de forma direta, pelo órgão da acusação à Receita Federal, com o fim de 
coletar indícios para subsidiar investigação ou instrução criminal, além de não ter sido satisfatoriamente 
enfrentada no julgamento do RE 1.055.941/SP, não se encontra abarcada pela tese firmada no âmbito da 
repercussão geral em questão. 
Em um estado de direito não é possível se admitir que órgãos de investigação, em procedimentos informais 
e não urgentes, solicitem informações detalhadas sobre indivíduos ou empresas, informações essas 
constitucionalmente protegidas, salvo autorização judicial. 
Uma coisa é órgão de fiscalização financeira, dentro de suas atribuições, identificar indícios de crime e 
comunicar suas suspeitas aos órgãos de investigação para que, dentro da legalidade e de suas atribuições, 
investiguem a procedência de tais suspeitas. Outra, é o órgão de investigação, a polícia ou o Ministério 
Público, sem qualquer tipo de controle, alegando a possibilidade de ocorrência de algum crime, solicitar ao 
COAF ou à Receita Federal informações financeiras sigilosas detalhadas sobre determinada pessoa, física ou 
jurídica, sem a prévia autorização judicial. 
STJ. 3ª Seção. RHC 83233-MG, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 09/02/2022 (Info 724). 
 
Polícia Federal pode recusar pedido de inscrição no curso de vigilante pelo fato de o indivíduo ter praticado 
delito que envolve o emprego de violência contra a pessoa ou por ter demonstrado comportamento 
agressivo incompatível com as funções do cargo 
Quando o delito imputado envolve o emprego de violência contra a pessoa ou demonstre comportamento 
agressivo incompatível com as funções de vigilante, é válida a recusa de pedido de inscrição em curso de 
reciclagem para vigilantes profissionais, porquanto configurada, em regra, a ausência de idoneidade do 
indivíduo. 
Caso concreto em que o indivíduo restou condenado pela prática de lesão corporal no âmbito doméstico, 
com sentença penal transitada em julgado e pena já cumprida, não se evidenciando, desse modo, ilegalidade 
na recusa à matrícula no curso de reciclagem pela Polícia Federal, porquanto se trata de delito que atrai 
valoração negativa sobre a conduta exigida do profissional, revelando sua inidoneidade para o exercício da 
profissão. 
STJ. 1ª Turma. REsp 1952439-DF, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 26/04/2022 (Info 734). 
 
Súmula 403-STJ: Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada da imagem 
de pessoa com fins econômicos ou comerciais. 
 
Condenação do ex-Deputado Federal Daniel Silveira 
A liberdade de expressão existe para a manifestação de opiniões contrárias, jocosas, satíricas e até mesmo 
errôneas, mas não para opiniões criminosas, discurso de ódio ou atentados contra o Estado Democrático de 
Direito e a democracia. 
A Constituição garante a liberdade de expressão, com responsabilidade. A liberdade de expressão não pode 
ser usada para a prática de atividades ilícitas ou para a prática de discursos de ódio, contra a democracia ou 
contra as instituições. 
 
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Nesse sentido, são inadmissíveis manifestações proferidas em redes sociais que objetivem a abolição do 
Estado de Direito e o impedimento, com graves ameaças, do livre exercício de seus poderes constituídos e 
de suas instituições. 
Ademais, conforme jurisprudência do STF, a garantia constitucional da imunidade parlamentar incide apenas 
sobre manifestações proferidas no desempenho da função legislativa ou em razão desta, não sendo possível 
utilizá-la como escudo protetivo para a prática de atividades ilícitas. 
Não configurada abolitio criminis com relação aos delitos previstos na Lei de Segurança Nacional (Lei nº 
7.170/83). 
Quando determinada conduta típica (e suas elementares) permanece descrita na nova lei penal, com a 
manutenção do caráter proibido da conduta, há a configuração do fenômeno processual penal da 
continuidade normativo-típica. 
Na hipótese, o legislador não pretendeu abolir as condutas atentatórias à democracia, ao Estado de Direito 
e ao livre exercício dos poderes. Na realidade, aprimorou, sob o manto democrático, a defesa do Estado, de 
suas instituições e de seus poderes. 
Observa-se, assim, a ocorrência de continuidade normativo-típica entre as condutas previstas nos arts. 18 e 
23, IV, da Lei nº 7.170/83 e a conduta prevista no art. 359-L do CP (com redação dada pela Lei nº 
14.197/2021), bem como entre a conduta prevista no art. 23, II, da Lei nº 7.170/83 e o conduta típica prevista 
no art. 286, parágrafo único, do CP, com redação dada pela Lei nº 14.197/2021. 
STF. Plenário. AP 1044/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 20/4/2022 (Info 1051). 
 
Judiciário pode determinar a realização de obras emergenciais em estabelecimento prisional 
É lícito ao Poder Judiciário impor à Administração Pública obrigação de fazer, consistente na promoção de 
medidas ou na execução de obras emergenciais em estabelecimentos prisionais para dar efetividade ao 
postulado da dignidade da pessoa humana e assegurar aosdetentos o respeito à sua integridade física e 
moral, nos termos do que preceitua o art. 5º, XLIX, da CF, não sendo oponível à decisão o argumento da 
reserva do possível nem o princípio da separação dos poderes. 
STF. Plenário. RE 592581/RS, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. em 13/8/2015 (repercussão geral) (Info 794). 
 
“ADPF das favelas” 
O STF determinou que: 
1) o Estado do Rio de Janeiro elabore e encaminhe ao STF, no prazo máximo de 90 dias, um plano para 
redução da letalidade policial e controle das violações aos direitos humanos pelas forças de segurança, que 
apresente medidas objetivas, cronogramas específicos e previsão dos recursos necessários para a sua 
implementação. 
2) o emprego e a fiscalização da legalidade do uso da força sejam feitos à luz dos Princípios Básicos sobre a 
Utilização da Força e de Armas de Fogo pelos Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei. 
3) seja criado um grupo de trabalho sobre Polícia Cidadã no Observatório de Direitos Humanos localizado no 
Conselho Nacional de Justiça; 
4) nos termos dos Princípios Básicos sobre a Utilização da Força e de Armas de Fogo pelos Funcionários 
Responsáveis pela Aplicação da Lei, só se justifica o uso da força letal por agentes de Estado quando, 
ressalvada a ineficácia da elevação gradativa do nível da força empregada para neutralizar a situação de risco 
ou de violência, exauridos os demais meios, inclusive os de armas não-letais, e necessário para proteger a 
vida ou prevenir um dano sério, decorrente de uma ameaça concreta e iminente. 
5) as investigações de incidentes que tenham como vítimas crianças ou adolescentes terão a prioridade 
absoluta; 
6) No caso de buscas domiciliares por parte das forças de segurança do Estado do Rio de Janeiro, devem ser 
observadas as seguintes diretrizes constitucionais, sob pena de responsabilidade: 
(i) a diligência, no caso específico de cumprimento de mandado judicial, deve ser realizada somente durante 
o dia, vedando-se, assim, o ingresso forçado a domicílios à noite; 
(ii) a diligência, quando feita sem mandado judicial, pode ter por base denúncia anônima; 
 
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(iii) a diligência deve ser justificada e detalhada por meio da elaboração de auto circunstanciado, que deverá 
instruir eventual auto de prisão em flagrante ou de apreensão de adolescente por ato infracional e ser 
remetido ao juízo da audiência de custódia para viabilizar o controle judicial posterior; e 
(iv) a diligência deve ser realizada nos estritos limites dos fins excepcionais a que se destina. 
 
7) seja obrigatória a disponibilização de ambulâncias em operações policiais previamente planejadas em que 
haja a possibilidade de confrontos armados, sem prejuízo da atuação dos agentes públicos e das operações; 
 
8) o Estado do Rio de Janeiro, no prazo máximo de 180 dias, instale equipamentos de GPS e sistemas de 
gravação de áudio e vídeo nas viaturas policiais e nas fardas dos agentes de segurança, com o posterior 
armazenamento digital dos respectivos arquivos. 
STF. Plenário. ADPF 635 MC-ED/RJ, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 2 e 3/02/2022 (Info 1042). 
 
Não é possível, atualmente, o homeschooling no Brasil 
Não é possível, atualmente, o ensino domiciliar (homeschooling) como meio lícito de cumprimento, pela 
família, do dever de prover educação. 
Não há, na CF/88, uma vedação absoluta ao ensino domiciliar. A CF/88, apesar de não o prever 
expressamente, não proíbe o ensino domiciliar. 
No entanto, o ensino domiciliar não pode ser atualmente exercido porque não há legislação que regulamente 
os preceitos e as regras aplicáveis a essa modalidade de ensino. 
Assim, o ensino domiciliar somente pode ser implementado no Brasil após uma regulamentação por meio de 
lei na qual sejam previstos mecanismos de avaliação e fiscalização, devendo essa lei respeitar os 
mandamentos constitucionais que tratam sobre educação. 
STF. Plenário. RE 888815/RS, rel. orig. Min. Roberto Barroso, red. p/ o acórdão Min. Alexandre de Moraes, 
julgado em 12/9/2018 (repercussão geral) (Info 915). 
 
É constitucional lei estadual que determina a reserva de vagas, na mesma escola, para irmãos que 
frequentem a mesma etapa ou o mesmo ciclo escolar 
É constitucional lei estadual, de iniciativa parlamentar, que determina a reserva de vagas, no mesmo 
estabelecimento de ensino, para irmãos que frequentem a mesma etapa ou ciclo escolar, pois disciplina 
medida que visa consolidar políticas públicas de acesso ao sistema educacional e do maior convívio familiar 
possível. 
STF. Plenário. ADI 7149/RJ, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 23/9/2022 (Info 1069). 
 
O Estado tem o dever constitucional de assegurar às crianças entre zero e cinco anos de idade o 
atendimento em creche e pré-escola 
1. A educação básica em todas as suas fases — educação infantil, ensino fundamental e ensino médio — 
constitui direito fundamental de todas as crianças e jovens, assegurado por normas constitucionais de 
eficácia plena e aplicabilidade direta e imediata. 
2. A educação infantil compreende creche (de zero a 3 anos) e a pré-escola (de 4 a 5 anos). Sua oferta pelo 
Poder Público pode ser exigida individualmente, como no caso examinado neste processo. 
3. O Poder Público tem o dever jurídico de dar efetividade integral às normas constitucionais sobre acesso à 
educação básica. 
STF. Plenário. RE 1008166/SC, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 22/9/2022 (Repercussão Geral – Tema 548) (Info 
1069). 
 
É garantida a estabilidade à empregada gestante mesmo que no momento em que ela tenha sido demitida 
pelo empregador ele não soubesse de sua gravidez 
A incidência da estabilidade prevista no art. 10, II, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) 
somente exige a anterioridade da gravidez à dispensa sem justa causa. 
 
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Art. 10. (...) II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa: (...) da empregada gestante, desde a 
confirmação da gravidez até cinco meses após o parto. 
O único requisito exigido é de natureza biológica. Exige-se apenas a comprovação de que a gravidez tenha 
ocorrido antes da dispensa arbitrária, não sendo necessários quaisquer outros requisitos, como o prévio 
conhecimento do empregador ou da própria gestante. 
Assim, é possível assegurar a estabilidade à gestante mesmo que no momento em que ela tenha sido 
demitida pelo empregador ele não soubesse de sua gravidez. 
STF. Plenário. RE 629053/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 
10/10/2018 (repercussão geral) (Info 919). 
 
O servidor público que seja pai solo – de família em que não há a presença materna – faz jus à licença 
maternidade e ao salário maternidade pelo prazo de 180 dias, da mesma forma em que garantidos à 
mulher pela legislação de regência 
À luz do art. 227 da Constituição Federal, que confere proteção integral da criança com absoluta prioridade 
e do princípio da paternidade responsável, a licença maternidade, prevista no art. 7º, XVIII, da CF/88 e 
regulamentada pelo art. 207 da Lei nº 8.112/1990, estende-se ao pai genitor monoparental. 
STF. Plenário. RE 1348854/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 12/5/2022 (Repercussão Geral – 
Tema 1182) (Info 1054). 
 
Nos casos de internações pós-parto que durem mais de duas semanas, o termo inicial da licença-
maternidade e do salário-maternidade é a alta hospitalar da mãe ou do recém-nascido 
Nos casos de internações pós-parto que durem mais de duas semanas, o termo inicial da licença-maternidade 
e do salário-maternidade é a alta hospitalar da mãe ou do recém-nascido — o que ocorrer por último —, 
prorrogando-se ambos os benefícios por igual período ao da internação, visto que não podem ser reduzidos 
de modo irrazoável e conflitante com o direito social de proteção à maternidade e à infância. 
STF. Plenário. ADI 6327/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 21/10/2022 (Info 1073). 
 
É constitucional lei estadual, mesmo que de origem parlamentar,que cria Bolsa Aluguel para famílias em 
situação de risco ou atingida por catástrofes, não havendo problema que o salário-mínimo seja o 
parâmetro para a concessão do benefício 
É constitucional lei estadual que autoriza o Poder Executivo a instituir, no âmbito do ente federado, programa 
destinado ao pagamento de aluguel de imóvel a famílias que residam em local de situação de risco iminente 
ou que tenham seu imóvel atingido por catástrofes, utilizando o valor do salário-mínimo como parâmetro 
para a concessão do benefício de programa social. 
Vale ressaltar, contudo, que: 
É inconstitucional norma que estabelece prazos ao chefe do Poder Executivo para a apresentação de projetos 
de lei ou para a regulamentação de disposições legais. Obs: no caso concreto, a lei estadual estabelecia que 
“o Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de 90 (noventa) dias, estabelecendo normas necessárias 
para operacionalização do Programa.” 
O STF declarou a inconstitucionalidade da expressão “no prazo de 90 (noventa) dias” porque ela afrontava o 
princípio da separação dos Poderes. 
STF. Plenário. ADI 4727/DF, Rel. Min. Edson Fachin, redator do acórdão Ministro Gilmar Mendes, julgado em 
23/2/2023 (Info 1084). 
 
Não há vedação para a fixação de piso salarial em múltiplos do salário mínimo, desde que inexistam 
reajustes automáticos 
A fixação do piso salarial em múltiplos do salário mínimo mostra-se compatível com o texto constitucional, 
desde que não ocorra vinculação a reajustes futuros. 
STF. Plenário. ADPF 53 Ref-MC/PI, ADPF 149 Ref-MC/DF e ADPF 171 Ref-MC/MA, Rel. Min. Rosa Weber, 
julgados em 18/2/2022 (Info 1044). 
 
 
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É imune ao pagamento de taxas para registro da regularização migratória o estrangeiro que demonstre 
sua condição de hipossuficiente, nos termos da legislação de regência 
O estrangeiro que desejar regularizar sua situação no Brasil, pode fazê-lo por meio de um procedimento 
chamado de “regularização migratória”. Exige-se o pagamento de uma taxa. Ocorre que muitos estrangeiros 
são hipossuficientes e não conseguem pagar o valor exigido. Diante disso, indaga-se: é possível a dispensa 
do pagamento dessa taxa caso o estrangeiro seja hipossuficiente? 
SIM. O STF decidiu que o estrangeiro com residência permanente no Brasil, na condição de hipossuficiência, 
está dispensado do pagamento de taxas cobradas para o processo de regularização migratória. 
Não se mostra condizente com a CF a exigência de taxas em face de sujeito passivo evidentemente 
hipossuficiente. 
Fundamento: art. 5º, LXXVI e LXXVII, da CF/88. 
Tese fixada pelo STF: É imune ao pagamento de taxas para registro da regularização migratória o estrangeiro 
que demonstre sua condição de hipossuficiente, nos termos da legislação de regência. 
STF. Plenário. RE 1018911/RR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 10/11/2021 (Repercussão Geral – Tema 988) 
(Info 1037). 
 
O rol de procedimentos e eventos da ANS é meramente explicativo ou taxativo? O plano de saúde pode se 
recusar a cobrir tratamento médico voltado à cura de doença coberta pelo contrato sob o argumento de 
que o referido tratamento não está previsto na lista de procedimentos da ANS? 
1 - O rol de Procedimentos e Eventos em Saúde Suplementar é, em regra, taxativo; 
2 - A operadora de plano ou seguro de saúde não é obrigada a arcar com tratamento não constante do rol 
da ANS se existe, para a cura do paciente, outro procedimento eficaz, efetivo e seguro já incorporado ao rol; 
3 - É possível a contratação de cobertura ampliada ou a negociação de aditivo contratual para a cobertura de 
procedimento extra rol; 
4 - Não havendo substituto terapêutico ou esgotados os procedimentos do rol da ANS, pode haver, a título 
excepcional, a cobertura do tratamento indicado pelo médico ou odontólogo assistente, desde que 
(i) não tenha sido indeferido expressamente, pela ANS, a incorporação do procedimento ao rol da Saúde 
Suplementar; 
(ii) haja comprovação da eficácia do tratamento à luz da medicina baseada em evidências; 
(iii) haja recomendações de órgãos técnicos de renome nacionais (como CONITEC e NATJUS) e estrangeiros; 
e 
(iv) seja realizado, quando possível, o diálogo interinstitucional do magistrado com entes ou pessoas com 
expertise técnica na área da saúde, incluída a Comissão de Atualização do rol de Procedimentos e Eventos 
em Saúde Suplementar, sem deslocamento da competência do julgamento do feito para a Justiça Federal, 
ante a ilegitimidade passiva ad causam da ANS. 
STJ. 2ª Seção. EREsp 1.886.929-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 08/06/2022 (Info 740). 
 
ATUALIZAÇÃO LEGISLATIVA QUE IMPLICARÁ MUDANÇA DE ENTENDIMENTO 
Ocorre que, depois de uma grande mobilização popular, o Congresso Nacional editou a Lei nº 14.454/2022, 
que buscou superar o entendimento firmado pelo STJ. 
A Lei nº 14.454/2022 alterou o art. 10 da Lei dos Planos de Saúde (Lei nº 9.656/98), incluindo o § 12, que 
prevê o caráter exemplificativo do rol da ANS: 
Art. 10 (...) 
§ 12. O rol de procedimentos e eventos em saúde suplementar, atualizado pela ANS a cada nova 
incorporação, constitui a referência básica para os planos privados de assistência à saúde contratados a partir 
de 1º de janeiro de 1999 e para os contratos adaptados a esta Lei e fixa as diretrizes de atenção à saúde. 
Vale ressaltar, contudo, que, para o plano de saúde ser compelido a custear, é necessário que esteja 
comprovada a eficácia do tratamento ou procedimento, nos termos do § 13, também inserido: 
§ 13. Em caso de tratamento ou procedimento prescrito por médico ou odontólogo assistente que não 
estejam previstos no rol referido no § 12 deste artigo, a cobertura deverá ser autorizada pela operadora de 
planos de assistência à saúde, desde que: 
 
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I - exista comprovação da eficácia, à luz das ciências da saúde, baseada em evidências científicas e plano 
terapêutico; ou 
II - existam recomendações pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de 
Saúde (Conitec), ou exista recomendação de, no mínimo, 1 (um) órgão de avaliação de tecnologias em saúde 
que tenha renome internacional, desde que sejam aprovadas também para seus nacionais. 
A Lei nº 14.454/2022 entrou em vigor no dia 22/09/2022. 
 
É possível obrigar o Estado a fornecer medicamento off label? 
• Em regra, não é possível que o paciente exija do poder público o fornecimento de medicamento para uso 
off label. 
• Excepcionalmente, será possível que o paciente exija o medicamento caso esse determinado uso fora da 
bula (off label) tenha sido autorizado pela ANVISA. 
O Estado não é obrigado a fornecer medicamento para utilização off label, salvo autorização da ANVISA. 
STJ. 1ª Seção. PUIL 2101-MG, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 10/11/2021 (Info 717). 
 
É obrigatória a presença da União no polo passivo de ação na qual se pede medicamento registrado na 
Anvisa, mas não incorporado aos protocolos do SUS? 
O STF tem decidido que: 
Em regra, a demanda pode ser proposta em face de qualquer dos entes da Federação (União, Estados, 
Distrito Federal, Municípios), isolada, ou conjuntamente. 
Entretanto, deve-se atentar para as seguintes diretrizes: 
a) tratando-se de medicamento não padronizado/incorporado no RENAME/SUS, a UNIÃO deve 
necessariamente compor o polo passivo da lide; assim, a competência para julgar a lide é da Justiça Federal; 
b) no caso de medicamento padronizado no RENAME/SUS, porém cuja distribuição/financiamento está sob 
a responsabilidade exclusiva a UNIÃO, por exemplo, em razão dos altos custos dos medicamentos ou 
tratamentos oncológicos, a UNIÃO deve necessariamente compor o polo passivo da lide; assim, a 
competência para julgar a lide é da Justiça Federal; 
c) medicamentos não registrados na ANVISA, devem ser postulados necessariamente em face da UNIÃO, 
consoante fixado no Tema 500 da repercussão geral. 
 
Fornecimento pelo Poder Judiciário de medicamentos não registrados pela ANVISA 
Fornecimentopelo Poder Judiciário de medicamentos não registrados pela ANVISA 
1. O Estado não pode ser obrigado a fornecer medicamentos experimentais. 
2. A ausência de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) impede, como regra geral, o 
fornecimento de medicamento por decisão judicial. 
3. É possível, excepcionalmente, a concessão judicial de medicamento sem registro sanitário, em caso de 
mora irrazoável da Anvisa em apreciar o pedido (prazo superior ao previsto na Lei 13.411/2016), quando 
preenchidos três requisitos: 
a) a existência de pedido de registro do medicamento no Brasil (salvo no caso de medicamentos órfãos para 
doenças raras e ultrarraras); 
b) a existência de registro do medicamento em renomadas agências de regulação no exterior; e 
c) a inexistência de substituto terapêutico com registro no Brasil. 
4. As ações que demandem fornecimento de medicamentos sem registro na Anvisa deverão necessariamente 
ser propostas em face da União. 
STF. Plenário. RE 657718/MG, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 
22/5/2019 (repercussão geral) (Info 941). 
 
Responsabilidade pelo fornecimento do medicamento ou pela realização do tratamento de saúde 
Tese: Os entes da federação, em decorrência da competência comum, são solidariamente responsáveis nas 
demandas prestacionais na área da saúde, e diante dos critérios constitucionais de descentralização e 
 
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hierarquização, compete à autoridade judicial direcionar o cumprimento conforme as regras de repartição 
de competências e determinar o ressarcimento a quem suportou o ônus financeiro. 
STF. Plenário. RE 855178 ED/SE, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 23/5/2019 
(Info 941). 
 
Estados e Municípios podem restringir temporariamente atividades religiosas coletivas presenciais a fim 
de evitar a proliferação da Covid-19 
É compatível com a Constituição Federal a imposição de restrições à realização de cultos, missas e demais 
atividades religiosas presenciais de caráter coletivo como medida de contenção do avanço da pandemia da 
Covid-19. 
STF. Plenário. ADPF 811/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 8/4/2021 (Info 1012). 
 
Poder Público pode determinar a vacinação compulsória contra a Covid-19 (o que é diferente de vacinação 
forçada) 
O STF julgou parcialmente procedente ADI, para conferir interpretação conforme à Constituição ao art. 3º, 
III, “d”, da Lei nº 13.979/2020. A tese fixada foi a seguinte: 
(A) A vacinação compulsória não significa vacinação forçada, por exigir sempre o consentimento do usuário, 
podendo, contudo, ser implementada por meio de medidas indiretas, as quais compreendem, dentre outras, 
a restrição ao exercício de certas atividades ou à frequência de determinados lugares, desde que previstas 
em lei, ou dela decorrentes, e 
(i) tenham como base evidências científicas e análises estratégicas pertinentes, 
(ii) venham acompanhadas de ampla informação sobre a eficácia, segurança e contraindicações dos 
imunizantes, 
(iii) respeitem a dignidade humana e os direitos fundamentais das pessoas; 
(iv) atendam aos critérios de razoabilidade e proporcionalidade, e 
(v) sejam as vacinas distribuídas universal e gratuitamente; e 
 
(B) tais medidas, com as limitações acima expostas, podem ser implementadas tanto pela União como pelos 
Estados, Distrito Federal e Municípios, respeitadas as respectivas esferas de competência. 
STF. Plenário. ADI 6586, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 17/12/2020. (Info 1003) 
 
União não pode requisitar seringas e agulhas que já foram contratadas pelo Estado-membro para o plano 
estadual de imunização e que ainda estão na indústria, apesar de já terem sido empenhados 
É incabível a requisição administrativa, pela União, de bens insumos contratados por unidade federativa e 
destinados à execução do plano local de imunização, cujos pagamentos já foram empenhados. 
A requisição administrativa não pode se voltar contra bem ou serviço de outro ente federativo. Isso para que 
não haja indevida interferência na autonomia de um sobre outro. 
STF. Plenário. ACO 3463 MC-Ref/SP, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 8/3/2021 (Info 1008). 
 
É inconstitucional lei que preveja requisitos diferentes entre homens e mulheres para que recebam pensão 
por morte 
É inconstitucional, por transgressão ao princípio da isonomia entre homens e mulheres (art. 5º, I, da CF/88), 
a exigência de requisitos legais diferenciados para efeito de outorga de pensão por morte de ex-servidores 
públicos em relação a seus respectivos cônjuges ou companheiros/companheiras (art. 201, V, da CF/88). 
STF. Plenário. RE 659424/RS, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 9/10/2020 (Repercussão Geral – Tema 
457) (Info 994). 
 
É constitucional lei estadual que permite o sacrifício de animais em cultos de religiões de matriz africana 
É constitucional a lei de proteção animal que, a fim de resguardar a liberdade religiosa, permite o sacrifício 
ritual de animais em cultos de religiões de matriz africana. 
 
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STF. Plenário. RE 494601/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 
28/3/2019 (Info 935). 
 
Não se pode impor, como condição para que a pessoa se desfilie, que ela previamente quite todos os 
débitos ou, então, pague uma multa 
“É inconstitucional o condicionamento da desfiliação de associado à quitação de débito referente a benefício 
obtido por intermédio da associação ou ao pagamento de multa.”. 
STF. Plenário. RE 820823/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 30/9/2022 (Repercussão Geral – Tema 922) 
(Info 1070). 
 
Impossibilidade de aplicação de multa administrativa vinculada ao salário-mínimo 
Tal entendimento é baseado na cláusula final do inciso IV do artigo 7º da Constituição Federal em que a 
tomada do salário-mínimo como parâmetro de cálculo de multa ofende a CF. 
STF. 1ª Turma. Ag-RE-AgR 1.377.546; SP; Rel. Min. Dias Toffoli, DJE 19/09/2022. 
STF. 2ª Turma. ARE 1361517 AgR, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 22/08/2022, DJE 29-08-2022. 
 
Não confunda: 
Multa administrativa vinculada ao salário-mínimo = INCONSTITUCIONAL 
Multa processual vinculada ao salário-mínimo = CONSTITUCIONAL (ADI 4398) 
 
Universidades públicas podem cobrar mensalidade em cursos de especialização 
A garantia constitucional da gratuidade de ensino não obsta a cobrança por universidades públicas de 
mensalidade em cursos de especialização. 
STF. Plenário. RE 597854/GO, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 26/4/2017 (repercussão geral) (Info 862). 
 
Não é possível a cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas 
Súmula vinculante 12: A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola o disposto no art. 
206, inciso IV, da Constituição Federal. 
 
Colégios Militares do Exército podem cobrar mensalidade dos seus alunos 
Não viola a Constituição Federal a cobrança de contribuição obrigatória dos alunos matriculados nos Colégios 
Militares do Exército Brasileiro. 
Os Colégios Militares apresentam peculiaridades que fazem com que eles sejam instituições diferentes dos 
estabelecimentos oficiais de ensino, por razões éticas, fiscais, legais e institucionais. 
Podem, assim, ser qualificados como instituições educacionais sui generis. 
A quota mensal escolar exigida nos Colégios Militares não representa ofensa à regra constitucional de 
gratuidade do ensino público, uma vez que não há violação ao núcleo de intangibilidade do direito 
fundamental à educação. 
Por fim, deve-se esclarecer que esse valor cobrado dos alunos para o custeio das atividades do Sistema 
Colégio Militar do Brasil não possui natureza tributária (não é tributo). Logo, é válida a sua instituição por 
meio de atos infralegais. 
Portanto, são válidos os arts. 82 e 83, da Portaria 42/2008 do Comandante do Exército, que disciplinam essa 
cobrança. 
STF. Plenário. ADI 5082/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 24/10/2018 (Info 921).Constituição Federal 
Art. 21. Compete à União: 
I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais; 
II - declarar a guerra e celebrar a paz; 
III - assegurar a defesa nacional; 
 
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IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território 
nacional ou nele permaneçam temporariamente; 
V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal; 
VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico; 
VII - emitir moeda; 
VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira, especialmente 
as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada; 
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento 
econômico e social; 
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; 
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de 
telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão 
regulador e outros aspectos institucionais; 
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: 
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; 
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em 
articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos; 
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária; 
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que 
transponham os limites de Estado ou Território; 
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros; 
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; 
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e a 
Defensoria Pública dos Territórios; 
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia penal, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do 
Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços 
públicos, por meio de fundo próprio; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019) 
XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia de âmbito nacional; 
XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de rádio e televisão; 
XVII - conceder anistia; 
XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas e 
as inundações; 
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos 
de seu uso; 
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes 
urbanos; 
XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação; 
XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; 
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a 
pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios 
nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições: 
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante 
aprovação do Congresso Nacional; 
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos para pesquisa 
e uso agrícolas e industriais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 118, de 2022) 
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, a comercialização e a utilização de radioisótopos 
para pesquisa e uso médicos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 118, de 2022) 
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; 
XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho; 
XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma associativa. 
XXVI - organizar e fiscalizar a proteção e o tratamento de dados pessoais, nos termos da lei. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 115, de 2022) 
 
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Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; 
II - desapropriação; 
III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra; 
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão; 
V - serviço postal; 
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais; 
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores; 
VIII - comércio exterior e interestadual; 
IX - diretrizes da política nacional de transportes; 
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial; 
XI - trânsito e transporte; 
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; 
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização; 
XIV - populações indígenas; 
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros; 
XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de profissões; 
XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e da Defensoria Pública 
dos Territórios, bem como organização administrativa destes; 
XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais; 
XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular; 
XX - sistemas de consórcios e sorteios; 
XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação, mobilização, 
inatividades e pensões das polícias militares e dos corpos de bombeiros militares; (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais; 
XXIII - seguridade social; 
XXIV - diretrizes e bases da educação nacional; 
XXV - registros públicos; 
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza; 
XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas 
diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no 
art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; 
XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização nacional; 
XXIX - propaganda comercial. 
XXX - proteção e tratamento de dados pessoais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 115, de 2022) 
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das 
matérias relacionadas neste artigo. 
 
Não se pode utilizar verbas do Fundeb para combater à pandemia da Covid-19 
É vedada a utilização, ainda que em caráter excepcional, de recursos vinculados ao Fundeb para ações de 
combate à pandemia do novo coronavírus (Covid-19). 
Ainda que se reconheça a gravidade da pandemia da Covid-19 e os seus impactos na economia e nas finanças 
públicas, nada justifica o emprego de verba constitucionalmente vinculada à manutenção e desenvolvimento 
do ensino básico para fins diversos da que ela se destina. 
STF. Plenário. ADI 6490/PI, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 18/2/2022 (Info 1044). 
 
A omissão injustificada da Administração em providenciar a disponibilização de banho quente nos 
estabelecimentos prisionais fere a dignidade de presos sob sua custódia 
 
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A omissão injustificada da Administração em providenciar a disponibilização de banho quente nos 
estabelecimentos prisionais fere a dignidade de presos sob sua custódia. 
A determinação de que o Estadoforneça banho quente aos presos está relacionada com a dignidade da 
pessoa humana, naquilo que concerne à integridade física e mental a todos garantida. 
O Estado tem a obrigação inafastável e imprescritível de tratar prisioneiros como pessoas, e não como 
animais. 
O encarceramento configura pena de restrição do direito de liberdade, e não salvo-conduto para a aplicação 
de sanções extralegais e extrajudiciais, diretas ou indiretas. 
Em presídios e lugares similares de confinamento, ampliam-se os deveres estatais de proteção da saúde 
pública e de exercício de medidas de assepsia pessoal e do ambiente, em razão do risco agravado de 
enfermidades, consequência da natureza fechada dos estabelecimentos, propícia à disseminação de 
patologias. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.537.530-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 27/04/2017 (Info 666). 
 
Não cabe ADI contra decreto regulamentar de lei 
A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) é meio processual inadequado para o controle de decreto 
regulamentar de lei estadual. 
Seria possível a propositura de ADI se fosse um decreto autônomo. Mas sendo um decreto que apenas 
regulamenta a lei, não é hipótese de cabimento de ADI. 
STF. Plenário. ADI 4409/SP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 6/6/2018 (Info 905). 
 
Revogação do ato normativo que estava sendo impugnado e repetição de seu conteúdo 
O que acontece caso o ato normativo que estava sendo impugnado na ADI seja revogado antes do julgamento 
da ação? 
Regra: haverá perda superveniente do objeto e a ADI não deverá ser conhecida (STF ADI 1203). 
Exceção 1: não haverá perda do objeto e a ADI deverá ser conhecida e julgada caso fique demonstrado que 
houve "fraude processual", ou seja, que a norma foi revogada de forma proposital a fim de evitar que o STF 
a declarasse inconstitucional e anulasse os efeitos por ela produzidos (STF ADI 3306). 
Exceção 2: não haverá perda do objeto se ficar demonstrado que o conteúdo do ato impugnado foi repetido, 
em sua essência, em outro diploma normativo. Neste caso, como não houve desatualização significativa no 
conteúdo do instituto, não há obstáculo para o conhecimento da ação (ADI 2418/DF). 
Exceção 3: caso o STF tenha julgado o mérito da ação sem ter sido comunicado previamente que houve a 
revogação da norma atacada. Nesta hipótese, não será possível reconhecer, após o julgamento, a 
prejudicialidade da ADI já apreciada. 
STF. Plenário. ADI 2418/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 4/5/2016 (Info 824). 
STF. Plenário. ADI 951 ED/SC, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 27/10/2016 (Info 845). 
 
Alteração do parâmetro constitucional não prejudica o conhecimento da ADI 
A alteração do parâmetro constitucional, quando o processo ainda está em curso, não prejudica o 
conhecimento da ADI. Isso para evitar situações em que uma lei que nasceu claramente inconstitucional volte 
a produzir, em tese, seus efeitos. 
STF. Plenário. ADI 145/CE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 20/6/2018 (Info 907). 
 
Petição inicial da ADI/ADC 
Se a petição inicial da ADI ou da ADC for assinada por advogado, deverá ser acompanhada de procuração. 
Exige-se que essa procuração tenha poderes especiais e indique, de forma específica, os atos normativos que 
serão objeto da ação. 
STF. Plenário. ADI 4430/DF, rel. Min. Dias Toffoli, 27, 28 e 29/6/2012; ADI 4795 MC/DF, rel. Min. Dias Toffoli, 
27, 28 e 29/6/2012 (Info 672). 
 
Cumulação de ADI com ADC 
 
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O legitimado poderá ajuizar uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI) requerendo a 
inconstitucionalidade do art. XX da Lei ZZZ e, na mesma ação, pedir que o art. YY seja declarado 
constitucional? É possível, em uma mesma ação, cumular pedido típico de ADI com pedido típico de ADC? 
SIM. O STF entendeu que é possível a cumulação de pedidos típicos de ADI e ADC em uma única demanda 
de controle concentrado. 
A cumulação de ações, neste caso, além de ser possível, é recomendável para a promoção dos fins a que 
destinado o processo objetivo de fiscalização abstrata de constitucionalidade, destinado à defesa, em tese, 
da harmonia do sistema constitucional. 
A cumulação objetiva permite o enfrentamento judicial coerente, célere e eficiente de questões 
minimamente relacionadas entre si. 
Rejeitar a possibilidade de cumulação de ações, além de carecer de fundamento expresso na Lei 9.868/1999, 
traria como consequência apenas o fato de que o autor iria propor novamente a demanda, com pedido e 
fundamentação idênticos, ação que seria distribuída por prevenção. 
STF. Plenário. ADI 5316 MC/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 21/5/2015 (Info 786). 
 
Na ADI a causa de pedir é aberta 
O STF, ao julgar as ações de controle abstrato de constitucionalidade, não está vinculado aos fundamentos 
jurídicos invocados pelo autor. 
Assim, pode-se dizer que na ADI, ADC e ADPF, a causa de pedir (causa petendi) é aberta. 
Isso significa que todo e qualquer dispositivo da Constituição Federal ou do restante do bloco de 
constitucionalidade poderá ser utilizado pelo STF como fundamento jurídico para declarar uma lei ou ato 
normativo inconstitucional. 
STF. Plenário. ADI 3796/PR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 8/3/2017 (Info 856). 
 
Não se aplica ao processo objetivo de controle abstrato de constitucionalidade a norma que concede prazo 
em dobro à Fazenda Pública 
Não se conta em dobro o prazo recursal para a Fazenda Pública em processo objetivo, mesmo que seja para 
interposição de recurso extraordinário em processo de fiscalização normativa abstrata. 
Não há, nos processos de fiscalização normativa abstrata, a prerrogativa processual dos prazos em dobro. 
Não se aplica ao processo objetivo de controle abstrato de constitucionalidade a norma que concede prazo 
em dobro à Fazenda Pública. 
Assim, por exemplo, a Fazenda Pública não possui prazo recursal em dobro no processo de controle 
concentrado de constitucionalidade, mesmo que seja para a interposição de recurso extraordinário. 
STF. Plenário. ADI 5814 MC-AgR-AgR/RR, Rel. Min. Roberto Barroso; ARE 830727 AgR/SC, Rel. para acórdão 
Min. Cármen Lúcia, julgados em 06/02/2019 (Info 929). 
 
Possibilidade de o STF modificar entendimento firmado em controle concentrado 
As decisões definitivas de mérito proferidas pelo STF em ADI e ADC produzem eficácia contra todos e efeito 
vinculante. 
Tais efeitos não vinculam, contudo, o próprio STF. Assim, se o STF decidiu, em uma ADI ou ADC, que 
determinada lei é CONSTITUCIONAL, a Corte poderá, mais tarde, mudar seu entendimento e decidir que esta 
mesma lei é INCONSTITUCIONAL por conta de mudanças no cenário jurídico, político, econômico ou social 
do país. 
Esta mudança de entendimento do STF sobre a constitucionalidade de uma norma pode ser decidida durante 
o julgamento de uma reclamação constitucional. Segundo o Min. Gilmar Mendes, é no juízo hermenêutico 
típico da reclamação (no “balançar de olhos” entre objeto e parâmetro da reclamação) que surgirá com maior 
nitidez a oportunidade para evolução interpretativa no controle de constitucionalidade. 
STF. Plenário. Rcl 4374/PE, rel. Min. Gilmar Mendes, 18/4/2013 (Info 702). 
 
Modulação de efeitos em recurso extraordinário 
 
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É possível a modulação dos efeitos da decisão proferida em sede de controle incidental de 
constitucionalidade. 
STF. Plenário. RE 522897/RN, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 16/3/2017 (Info 857). 
 
É possível que uma emenda constitucional seja julgada formalmente inconstitucional se ficar demonstrado 
que ela foi aprovada com votos “comprados” dos parlamentares e que esse número foi suficiente para 
comprometer o resultado da votação 
Em tese, é possível o reconhecimento de inconstitucionalidade formal no processo constituinte reformador 
quando eivada de vício a manifestação de vontade do parlamentar no curso do devido processo constituinte 
derivado, pela prática de ilícitos que infirmam a moralidade, a probidade administrativa e fragilizam a 
democraciarepresentativa. 
STF. Plenário. ADI 4887/DF, ADI 4888/DF e ADI 4889/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 10/11/2020 
(Info 998). 
 
Possibilidade de decretação, de ofício, da modulação dos efeitos da decisão proferida em ADI 
Caso o STF, ao julgar uma ADI, ADC ou ADPF, declare a lei ou ato normativo inconstitucional, ele poderá, de 
ofício, fazer a modulação dos efeitos dessa decisão. 
Ex: no julgamento de uma ADI, o STF decidiu que determinado artigo de lei é inconstitucional. Um dos 
legitimados do art. 103 da CF/88 opôs embargos de declaração pedindo a modulação dos efeitos. Ocorre que 
o STF considerou que esses embargos eram intempestivos. O STF, mesmo não conhecendo dos embargos, 
poderá decretar a modulação dos efeitos da decisão. 
STF. Plenário. ADI 5617 ED/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 2/10/2018 (Info 918). 
 
Efeito vinculante de declaração incidental de inconstitucionalidade 
Se uma lei ou ato normativo é declarado inconstitucional pelo STF, incidentalmente, essa decisão, assim 
como acontece no controle abstrato, também produz eficácia erga omnes e efeitos vinculantes. 
Houve mutação constitucional do art. 52, X, da CF/88. A nova interpretação deve ser a seguinte: quando o 
STF declara uma lei inconstitucional, a decisão já tem efeito vinculante e erga omnes e o STF apenas comunica 
ao Senado com o objetivo de que a referida Casa Legislativa dê publicidade daquilo que foi decidido. 
STF. Plenário. ADI 3406/RJ e ADI 3470/RJ, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em 29/11/2017 (Info 886). 
 
O amicus curiae não possui legitimidade para interpor recursos em sede de controle abstrato de 
constitucionalidade 
O amicus curiae não possui legitimidade para interpor recursos em sede de controle abstrato de 
constitucionalidade. Assim, não cabe embargos de declaração em sede de controle concentrado de 
constitucionalidade interposto por amicus curiae, sendo inaplicável o art. 138, § 1º, do CPC. 
STF. Plenário. ADI-ED 6.811/PE, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 05/12/2022; DJE 16/02/2023. 
 
A decisão do Relator que admite ou inadmite o ingresso do amicus curiae é irrecorrível 
É irrecorrível a decisão que defere ou indefere o pedido de ingresso na condição de amicus curiae. A diretriz 
vigora também relativamente a processos de índole subjetiva. 
STF. Plenário. Inq 4888 AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 22/08/2022. 
 
Os efeitos temporais da coisa julgada nas relações jurídicas tributárias de trato sucessivo são 
imediatamente cessados quando o STF decidir em sentido oposto em controle concentrado de 
constitucionalidade ou recurso extraordinário com repercussão geral 
1. As decisões do STF em controle incidental de constitucionalidade, anteriores à instituição do regime de 
repercussão geral, não impactam automaticamente a coisa julgada que se tenha formado, mesmo nas 
relações jurídicas tributárias de trato sucessivo. 
 
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2. Já as decisões proferidas em ação direta ou em sede de repercussão geral interrompem automaticamente 
os efeitos temporais das decisões transitadas em julgado nas referidas relações, respeitadas a 
irretroatividade, a anterioridade anual e a noventena ou a anterioridade nonagesimal, conforme a natureza 
do tributo. 
STF. Plenário. RE 955227/BA, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 8/02/2023(Repercussão Geral – Tema 
885) (Info 1082). 
STF. Plenário. RE 949297/CE, Rel. Min. Edson Fachin, redator do acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 
8/02/2023(Repercussão Geral – Tema 881) (Info 1082). 
 
Crimes de responsabilidade 
Súmula vinculante 46-STF: A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas 
normas de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da União. 
 
COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS 
É inconstitucional lei estadual que dispõe sobre formação específica exigida para a docência de disciplina 
na educação básica 
O magistério na educação básica, que compreende a educação infantil e o ensino fundamental e médio, 
submete-se à competência legislativa privativa da União para legislar sobre diretrizes e bases da educação 
nacional. 
É inconstitucional lei estadual que dispõe sobre formação específica exigida para a docência de disciplina na 
educação básica, pois exorbita o âmbito normativo da Lei nº 9.394/1996, que dispõe sobre diretrizes e bases 
da educação nacional, usurpando competência privativa da União. 
STF. Plenário. ADI 5484/AL, Rel. Min Luiz Fux, julgado em 15/04/2020. 
 
No exercício de sua competência constitucional para suplementar as normas gerais fixadas pela União 
sobre matéria atinente à segurança pública, os estados podem editar normas específicas quanto ao porte 
de arma de fogo, desde que mais restritivas 
É constitucional ato normativo estadual que, respeitando as condições mínimas definidas em diploma federal 
de normas gerais, estabelece exigência adicional para a manutenção do porte de arma de fogo por servidores 
estaduais aposentados das forças de segurança pública. 
STF. Plenário. ADI 7024/PR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 16/12/2022 (Info 1081). 
 
Lei municipal pode obrigar a substituição das sacolas plásticas comuns por sacolas biodegradáveis 
É constitucional – formal e materialmente – lei municipal que obriga à substituição de sacos e sacolas 
plásticos por sacos e sacolas biodegradáveis. 
Os municípios — no limite de seu interesse local e desde que em harmonia com a disciplina estabelecida 
pelos demais entes federados — possuem competência para legislar sobre meio ambiente, e, caso sua 
regulamentação seja mais protetiva, pode ter prevalência sobre a legislação federal ou estadual. 
STF. Plenário. RE 732686/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 19/10/2022 (Repercussão Geral – Tema 970) (Info 
1073). 
 
É inconstitucional lei estadual que concede isenção das tarifas de água, esgoto e energia elétrica para os 
consumidores atingidos por enchentes 
É inconstitucional, por invadir a competência municipal para legislar sobre assuntos de interesse local (art. 
30, I e V, da CF/88), lei estadual que concede, por período determinado, isenção das tarifas de água e esgoto 
e de energia elétrica aos consumidores residenciais, industriais e comerciais. 
Não cabe às leis estaduais a interferência em contratos de concessão de serviços federal e municipal, 
alterando condições que impactam na equação econômico-financeira. 
STF. Plenário. ADI 6912/MG, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 15/8/2022 (Info 1063). 
 
 
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É inconstitucional norma de Constituição estadual que dispõe sobre serviços de atividades nucleares de 
qualquer natureza 
São formalmente inconstitucionais os atos normativos editados pelos Estados-membros que disponham 
sobre atividades que se relacionem de alguma forma com o setor nuclear em seus respectivos territórios. 
Isso porque, ao tratarem do assunto, incorrem em indevida invasão da competência privativa da União para 
explorar tais serviços e legislar a seu respeito (art. 22, XXVI; art. 177, § 3º; art. 225, § 6º, da CF/88). 
STF. Plenário. ADI 6858/AM, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 1º/7/2022 (Info 1061). 
 
É inconstitucional lei estadual que dispõe sobre a aceitação de diplomas expedidos por universidades 
estrangeiras 
Invade a competência privativa da União para legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional lei 
estadual que dispõe sobre reconhecimento de diploma obtido por instituições de ensino superior de países 
estrangeiros. 
STF. Plenário. ADI 6592/AM, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 3/9/2021 (Info 1028). 
 
É inconstitucional lei estadual que estabelece critério diferente das regras federais para o ingresso de 
crianças no primeiro ano do ensino fundamental 
É inconstitucional lei estadual que fixa critério etário para o ingresso no Ensino Fundamental diferente do 
estabelecido pelo legislador federal e regulamentado pelo Ministério da Educação. 
STF. Plenário. ADI 6312, Rel. Min. RobertoBarroso, julgado em 18/12/2020 (Info 1003). 
 
Estados e DF podem legislar sobre postagem de boletos de empresas públicas e privadas 
Os Estados-membros e o Distrito Federal têm competência legislativa para estabelecer regras de postagem 
de boletos referentes a pagamento de serviços prestados por empresas públicas e privadas. 
STF. Plenário. ARE 649379/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 
13/11/2020 (Repercussão Geral – Tema 491) (Info 999). 
 
Lei estadual pode exigir que, no rótulo dos produtos alimentícios, seja mencionada a presença de 
organismo geneticamente modificado quando o percentual existente no produto seja igual ou superior a 
1% 
É constitucional norma estadual que dispõe sobre a obrigatoriedade de rotulagem em produtos de gêneros 
alimentícios destinados ao consumo humano e animal, que sejam constituídos ou produzidos a partir de 
organismos geneticamente modificados, no percentual igual ou superior a 1%, no âmbito do Estado 
federado. 
É o caso, por exemplo, da Lei nº 14.274/2010, do Estado de São Paulo. 
STF. Plenário. ADI 4619/SP, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 9/10/2020 (Info 994). 
 
Lei estadual pode obrigar a exibição, antes das sessões do cinema, de filme publicitário esclarecendo as 
consequências do uso de drogas 
É constitucional lei estadual estabelece a obrigatoriedade da exibição, antes das sessões, em todos os 
cinemas do Estado, de filme publicitário esclarecendo as consequências do uso de drogas. 
É inconstitucional lei estadual, de iniciativa parlamentar, que atribui ao Poder Executivo a supervisão de 
filmes publicitários, a fiscalização de salas de cinema e a lavratura de multas pelo descumprimento da 
obrigação de exibição dos filmes especificados. 
STF. Plenário. ADI 5140/SP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 11/10/2018. 
 
PODER LEGISLATIVO 
Com o término dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito, restam prejudicadas as ações de 
mandado de segurança impetradas contra atos da CP 
 
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Com o término dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito, restam prejudicadas as ações de 
mandado de segurança impetradas contra atos da CPI. 
STF. 1ª Turma. MS-AgR 38.130, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 29/08/2022. 
 
Parlamentar, mesmo sem a aprovação da Mesa Diretora, pode, na condição de cidadão, ter acesso a 
informações de interesse pessoal ou coletivo dos órgãos públicos 
O parlamentar, na condição de cidadão, pode exercer plenamente seu direito fundamental de acesso a 
informações de interesse pessoal ou coletivo, nos termos do art. 5º, inciso XXXIII, da Constituição Federal e 
das normas de regência desse direito. 
STF. Plenário. RE 865401/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 25/4/2018 (repercussão geral) (Info 899). 
 
Parlamentares não têm imunidade formal quanto à prisão em caso de condenação definitiva 
O § 2º do art. 53 da CF/88 veda apenas a prisão penal cautelar (provisória) do parlamentar, ou seja, não 
proíbe a prisão decorrente da sentença transitada em julgado, como no caso de Deputado Federal 
condenado definitivamente pelo STF. 
STF. Plenário. AP 396 QO/RO, AP 396 ED-ED/RO, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 26/6/2013 (Info 712). 
 
Imunidade material dos Vereadores 
Durante sessão da Câmara Municipal, após discussão sobre uma representação contra o Prefeito, um 
Vereador passou a proferir pesadas ofensas contra outro Parlamentar. O Vereador ofendido ajuizou ação de 
indenização por danos morais contra o ofensor. A questão chegou até o STF que, julgando o tema sob a 
sistemática da repercussão geral, declarou que o Vereador não deveria ser condenado porque agiu sob o 
manto da imunidade material. Na oportunidade, o STF definiu a seguinte tese que deverá ser aplicada aos 
casos semelhantes: 
Nos limites da circunscrição do Município e havendo pertinência com o exercício do mandato, garante-se a 
imunidade prevista no art. 29, VIII, da CF aos vereadores. 
STF. Plenário. RE 600063/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, julgado 
em 25/2/2015 (repercussão geral) (Info 775). 
 
A instalação de uma CPI não se submete a um juízo discricionário seja do Presidente da casa legislativa, 
seja do plenário da própria casa legislativa 
A instauração de Comissão Parlamentar de Inquérito depende unicamente do preenchimento dos requisitos 
previstos no art. 58, § 3º, da Constituição Federal, ou seja: 
a) o requerimento de um terço dos membros das casas legislativas; 
b) a indicação de fato determinado a ser apurado; e 
c) a definição de prazo certo para sua duração. 
STF. Plenário. MS 37760 MC-Ref/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 14/4/2021 (Info 1013). 
 
Deputados Estaduais gozam das mesmas imunidades formais previstas para os parlamentares federais no 
art. 53 da CF/88 
Por força do § 1º do art. 27 da Constituição Federal, as imunidades materiais e formais conferidas aos 
membros do Congresso Nacional (deputados federais e senadores) estendem-se aos deputados estaduais. 
Assim, são constitucionais dispositivos da Constituição do Estado que estendem aos Deputados Estaduais as 
imunidades formais previstas no art. 53 da Constituição Federal para Deputados Federais e Senadores. 
STF. Plenário. ADI 5824/RJ e ADI 5.825/MT, Rel. Min. Edson Fachin, julgados em 16/12/2022 (Info 1081). 
 
Constituições estaduais podem prever a reeleição de membros das mesas diretoras das assembleias 
legislativas para mandatos consecutivos, mas essa recondução é limitada a uma única vez 
1. O art. 57, § 4º, da CF, não é norma de reprodução obrigatória por parte dos Estados-membros. 
 
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2. É inconstitucional a reeleição em número ilimitado, para mandatos consecutivos, dos membros das Mesas 
Diretoras das Assembleias Legislativas Estaduais para os mesmos cargos que ocupam, sendo-lhes permitida 
uma única recondução. 
STF. Plenário. ADI 6720/AL, ADI 6721/RJ e ADI 6722/RO, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 24/9/2021 
(Info 1031). 
 
É possível a prorrogação da competência criminal originária do Supremo Tribunal Federal, quando o 
parlamentar federal, sem solução de continuidade, encontrar-se investido, em novo mandato federal, mas 
em casa legislativa federal diversa 
É dizer, admite-se a excepcional e exclusiva prorrogação da competência criminal originária do Supremo 
Tribunal Federal, quando o parlamentar, sem solução de continuidade, encontrar-se investido, em novo 
mandato federal, mas em casa legislativa diversa daquela que originalmente deu causa à fixação da 
competência originária, nos termos do art. 102, I, “b”, da Constituição Federal. 
STF. Plenário. Pet 9189, Rel. Min. Rosa Weber, Relator(a) p/ Acórdão: Edson Fachin, julgado em 12/05/2021. 
 
PROCESSO LEGISLATIVO 
Lei de iniciativa parlamentar não pode criar Conselho de Fiscalização Profissional porque se trata de uma 
autarquia federal, que precisa de lei de iniciativa do Presidente da República 
É formalmente inconstitucional — por vício resultante da usurpação do poder de iniciativa (art. 61, § 1º, II, 
“a”, CF/88) — lei federal de origem parlamentar que cria conselhos de fiscalização profissional e dispõe sobre 
a eleição dos respectivos membros efetivos e suplentes. 
STF. Plenário. ADI 3428/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 01/03/2023 (Info 1084). 
 
O trancamento da pauta por conta de MPs não votadas no prazo de 45 dias só alcança projetos de lei que 
versem sobre temas passíveis de serem tratados por MP 
O art. 62, § 6º da CF/88 afirma que “se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias 
contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas do 
Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações 
legislativas da Casa em que estiver tramitando”. Apesar de o dispositivo falar em “todas as demais 
deliberações”, o STF, ao interpretar esse § 6º, não adotou uma exegese literale afirmou que ficarão 
sobrestadas (paralisadas) apenas as votações de projetos de leis ordinárias que versem sobre temas que 
possam ser tratados por medida provisória. Assim, por exemplo, mesmo havendo medida provisória 
trancando a pauta pelo fato de não ter sido apreciada no prazo de 45 dias (art. 62, § 6º), ainda assim a Câmara 
ou o Senado poderão votar normalmente propostas de emenda constitucional, projetos de lei 
complementar, projetos de resolução, projetos de decreto legislativo e até mesmo projetos de lei ordinária 
que tratem sobre um dos assuntos do art. 62, § 1º, da CF/88. Isso porque a MP somente pode tratar sobre 
assuntos próprios de lei ordinária e desde que não incida em nenhuma das proibições do art. 62, § 1º. 
STF. Plenário. MS 27931/DF, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 29/6/2017 (Info 870). 
 
Análise dos requisitos constitucionais de relevância e urgência 
O art. 62 da CF/88 prevê que o Presidente da República somente poderá editar medidas provisórias em caso 
de relevância e urgência. 
A definição do que seja relevante e urgente para fins de edição de medidas provisórias consiste, em regra, 
em um juízo político (escolha política/discricionária) de competência do Presidente da República, controlado 
pelo Congresso Nacional. 
Desse modo, salvo em caso de notório abuso, o Poder Judiciário não deve se imiscuir na análise dos requisitos 
da MP. 
 
Proibição de reedição de medidas provisórias na mesma sessão legislativa 
É inconstitucional medida provisória ou lei decorrente de conversão de medida provisória cujo conteúdo 
normativo caracterize a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória anterior rejeitada, de 
 
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eficácia exaurida por decurso do prazo ou que ainda não tenha sido apreciada pelo Congresso Nacional 
dentro do prazo estabelecido pela Constituição Federal. 
STF. Plenário. ADI 5717/DF, ADI 5709/DF, ADI 5716/DF e ADI 5727/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em 
27/3/2019 (Info 935). 
 
Emenda parlamentar em medida provisória e contrabando legislativo 
Durante a tramitação de uma medida provisória no Congresso Nacional, os parlamentares poderão 
apresentar emendas? 
SIM, no entanto, tais emendas deverão ter relação de pertinência temática com a medida provisória que está 
sendo apreciada. Assim, a emenda apresentada deverá ter relação com o assunto tratado na medida 
provisória. 
Desse modo, é incompatível com a Constituição a apresentação de emendas sem relação de pertinência 
temática com medida provisória submetida à sua apreciação. 
STF. Plenário. ADI 5127/DF, rel. orig. Min. Rosa Weber, red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 
15/10/2015 (Info 803). 
 
É constitucional a previsão regimental de rito de urgência para proposições que tramitam na Câmara dos 
Deputados e no Senado Federal, descabendo ao Poder Judiciário examinar concretamente as razões que 
justificam sua adoção 
A previsão regimental de um regime de urgência que reduza as formalidades processuais em casos 
específicos, reconhecidos pela maioria legislativa, não ofende o devido processo legislativo. 
A adoção do rito de urgência em proposições legislativas é matéria genuinamente interna corporis, não 
cabendo ao STF adentrar tal seara. Precedente. 
Quando não caracterizado o desrespeito às normas constitucionais pertinentes ao processo legislativo, é 
defeso ao Poder Judiciário exercer o controle jurisdicional em relação à interpretação do sentido e do alcance 
de normas meramente regimentais das Casas Legislativas. 
STF. Plenário. ADI 6968/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 20/4/2022 (Info 1051). 
 
É possível editar medidas provisórias sobre meio ambiente? 
É possível a edição de medidas provisórias tratando sobre matéria ambiental, mas sempre veiculando normas 
favoráveis ao meio ambiente. 
A proteção ao meio ambiente é um limite material implícito à edição de medida provisória, ainda que não 
conste expressamente do elenco das limitações previstas no art. 62, § 1º, da CF/88. 
STF. Plenário. ADI 4717/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 5/4/2018 (Info 896). 
 
Proibição de reedição de medidas provisórias na mesma sessão legislativa 
É inconstitucional medida provisória ou lei decorrente de conversão de medida provisória cujo conteúdo 
normativo caracterize a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória anterior rejeitada, de 
eficácia exaurida por decurso do prazo ou que ainda não tenha sido apreciada pelo Congresso Nacional 
dentro do prazo estabelecido pela Constituição Federal. 
STF. Plenário. ADI 5717/DF, ADI 5709/DF, ADI 5716/DF e ADI 5727/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em 
27/3/2019 (Info 935). 
 
Iniciativa de lei que disponha sobre o regime jurídico dos servidores públicos 
São inconstitucionais leis estaduais, de iniciativa parlamentar, que disponham sobre o regime jurídico dos 
servidores públicos (seus direitos e deveres). 
O art. 61, § 1º, II, “c”, da CF/88 prevê que compete ao Chefe do Poder Executivo a iniciativa de lei que trate 
sobre os direitos e deveres dos servidores públicos. Essa regra também é aplicada no âmbito estadual por 
força do princípio da simetria. 
O fato de o Governador do Estado sancionar esse projeto de lei não faz com que o vício de iniciativa seja 
sanado (corrigido). A Súmula 5 do STF há muitos anos foi cancelada. 
 
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STF. Plenário. ADI 3627/AP, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 6/11/2014. (Info 766). 
 
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com 
força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. 
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: 
I – relativa a: 
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; 
b) direito penal, processual penal e processual civil; 
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; 
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado 
o previsto no art. 167, § 3º; 
II – que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro; 
III – reservada a lei complementar; 
IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do 
Presidente da República. 
 
Não se pode declarar a inconstitucionalidade formal da lei sob o argumento de que houve mero 
descumprimento das regras do regimento interno, sendo indispensável o desrespeito às normas 
constitucionais que tratam sobre o processo legislativo 
O controle judicial de atos “interna corporis” das Casas Legislativas só é cabível nos casos em que haja 
desrespeito às normas constitucionais pertinentes ao processo legislativo (arts. 59 a 69 da CF/88). 
Tese fixada pelo STF: “Em respeito ao princípio da separação dos poderes, previsto no art. 2º da Constituição 
Federal, quando não caracterizado o desrespeito às normas constitucionais pertinentes ao processo 
legislativo, é defeso ao Poder Judiciário exercer o controle jurisdicional em relação à interpretação do sentido 
e do alcance de normas meramente regimentais das Casas Legislativas, por se tratar de matéria ‘interna 
corporis’.” 
STF. Plenário. RE 1297884/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 11/6/2021 (Repercussão Geral – Tema 1120) 
(Info 1021). 
 
O Tribunal de Contas tem o prazo de 5 anos para julgar a legalidade do ato de concessão inicial de 
aposentadoria, reforma ou pensão, prazo esse contado da chegada do processo à Corte de Contas 
Em atenção aos princípios da segurança jurídica e da confiança legítima, os Tribunais de Contas estão sujeitos 
ao prazo de cinco anos para o julgamento da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma 
ou pensão, a contar da chegada do processo à respectiva Corte de Contas. 
STF. Plenário. RE 636553/RS, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 19/2/2020 (repercussão geral – Tema445) 
(Info 967). 
 
Não é possível republicar uma lei já sancionada, promulgada e publicada para incluir novos vetos, ainda 
que sob o argumento de que se trata de mera retificação da versão original 
Não se admite “novo veto” em lei já promulgada e publicada. 
Manifestada a aquiescência do Poder Executivo com projeto de lei, pela aposição de sanção, evidencia-se a 
ocorrência de preclusão entre as etapas do processo legislativo, sendo incabível eventual retratação. 
STF. Plenário. ADPF 714/DF, ADPF 715/DF e ADPF 718/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 13/2/2021 
(Info 1005). 
 
ADVOCACIA PÚBLICA 
CPC 2015 
Art. 182. Incumbe à Advocacia Pública, na forma da lei, defender e promover os interesses públicos da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, por meio da representação judicial, em todos os âmbitos 
federativos, das pessoas jurídicas de direito público que integram a administração direta e indireta. 
 
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Responsabilidade do parecerista 
É possível a responsabilização de advogado público pela emissão de parecer de natureza opinativa, desde 
que reste configurada a existência de culpa ou erro grosseiro. 
STF. 1ª Turma.MS 27867 AgR/DF, rel. Min. Dias Toffoli, 18/9/2012 (Info 680). 
 
Segundo a doutrina e o voto do Min. Joaquim Barbosa no MS 24.631/DF, existem três espécies de parecer: 
Facultativo Obrigatório Vinculante 
O administrador NÃO é obrigado 
a solicitar o parecer do órgão 
jurídico. 
O administrador é obrigado a 
solicitar o parecer do órgão 
jurídico. 
O administrador é obrigado a 
solicitar o parecer do órgão jurídico. 
O administrador pode discordar 
da conclusão exposta pelo 
parecer, desde que o faça 
fundamentadamente. 
O administrador pode discordar 
da conclusão exposta pelo 
parecer, desde que o faça 
fundamentadamente com base 
em um novo parecer. 
O administrador NÃO pode 
discordar da conclusão exposta pelo 
parecer. 
Ou o administrador decide nos 
termos da conclusão do parecer, ou, 
então, não decide. 
Em regra, o parecerista não tem 
responsabilidade pelo ato 
administrativo. 
 
Contudo, o parecerista pode ser 
responsabilizado se ficar 
configurada a existência de culpa 
ou erro grosseiro. 
Em regra, o parecerista não tem 
responsabilidade pelo ato 
administrativo. 
 
Contudo, o parecerista pode ser 
responsabilizado se ficar 
configurada a existência de 
culpa ou erro grosseiro. 
Há uma partilha do poder de decisão 
entre o administrador e o 
parecerista, já que a decisão do 
administrador deve ser de acordo 
com o parecer. 
 
Logo, o parecerista responde 
solidariamente com o 
administrador pela prática do ato, 
não sendo necessário demonstrar 
culpa ou erro grosseiro. 
 
O atual ordenamento jurídico prevê aos Advogados da União o direito de gozar somente 30 dias de férias 
anuais 
Os Advogados da União não possuem direito a férias de 60 (sessenta) dias, nos termos da legislação 
constitucional e infraconstitucional vigentes. 
STF. Plenário. RE 929886/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 2/9/2022 (Repercussão Geral – Tema 1063) 
(Info 1066). 
 
Inconstitucionalidade de cargo em comissão de assessor jurídico no Poder Executivo 
É inconstitucional lei estadual que crie cargos em comissão de “consultor jurídico”, “coordenador jurídico”, 
“assistente jurídico” etc. e que tenham por função prestar assessoria jurídica para os órgãos da 
Administração Pública. 
Essa norma viola o art. 132 da CF/88, que confere aos Procuradores de Estado a representação exclusiva do 
Estado-membro em matéria de atuação judicial e de assessoramento jurídico, sempre mediante investidura 
fundada em prévia aprovação em concurso público. 
STF. Plenário. ADI 4843 MC-Referendo/PB, rel. Min. Celso de Mello, julgado em 11/12/2014 (Info 771). 
 
É constitucional lei que preveja o pagamento de honorários de sucumbência aos advogados públicos; no 
entanto, a somatória do subsídio com os honorários não pode ultrapassar mensalmente o teto 
remuneratório, ou seja, o subsídio dos Ministros do STF 
É constitucional o pagamento de honorários sucumbenciais aos advogados públicos, observando-se, porém, 
o limite remuneratório previsto no art. 37, XI, da Constituição. 
 
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STF. Plenário. ADI 6159 e ADI 6162, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 25/08/2020. 
 
DEFENSORIA PÚBLICA 
É inconstitucional norma estadual que confere à Defensoria Pública o poder de requisição para instaurar 
inquérito policial 
O STF já decidiu que é constitucional lei complementar estadual que confere à Defensoria Pública a 
prerrogativa de requisitar, de quaisquer autoridades públicas e de seus agentes, certidões, exames, perícias, 
vistorias, diligências, processos, documentos, informações, esclarecimentos e demais providências 
necessárias ao exercício de suas atribuições. 
Esse mesmo raciocínio, contudo, não vale para a requisição de inquérito policial. 
É inconstitucional norma estadual que confere à Defensoria Pública o poder de requisição para instaurar 
inquérito policial. Isso porque o poder de requisitar a instauração de inquérito policial está intrinsecamente 
ligado à persecução penal, o que exige uma disciplina uniforme em todo o território nacional. Nesse contexto, 
o art. 5º do CPP — norma editada no exercício da competência privativa da União para legislar sobre direito 
processual (art. 22, I, CF/88) — já delimitou essa atribuição, conferindo-a somente à autoridade judiciária ou 
ao Ministério Público. 
Logo, viola o art. 22, I, da CF/88, a norma estadual que, indo de encontro à disciplina processual editada pela 
União, amplia o poder de requisição para instauração de inquérito policial para conferir tal atribuição à 
Defensoria Pública. 
STF. Plenário. ADI 4346/MG, Rel. Min. Roberto Barroso, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes, 
julgado em 13/03/2023 (Info 1086). 
 
Poder Judiciário não pode determinar a lotação de Defensor Público em desacordo com os critérios 
previamente definidos pela própria instituição, desde que cumpridos os parâmetros do art. 98, caput e § 
2º, do ADCT 
É inconstitucional — por violar a autonomia administrativa da Defensoria Pública — a imposição, por via 
judicial, de lotação de defensor público em divergência com os critérios prefixados pela própria instituição, 
quando estes já considerem a proporcionalidade da efetiva demanda de seus serviços e a respectiva 
população na unidade jurisdicional, com prioridade de atendimento às regiões com maiores índices de 
exclusão social e adensamento populacional. 
Tese fixada pelo STF: 
Ofende a autonomia administrativa das Defensorias Públicas decisão judicial que determine a lotação de 
defensor público em localidade desamparada, em desacordo com os critérios previamente definidos pela 
própria instituição, desde que observados os critérios do art. 98, caput e § 2º, do Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias – ADCT. 
STF. Plenário. RE 887671/CE, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Ricardo Lewandowski, julgado 
em 08/03/2023 (Repercussão Geral – Tema 847) (Info 1086). 
 
TEMAS DIVERSOS 
A comunidade indígena cuja posse é questionada em ação de nulidade de demarcação deve ser 
considerada como litisconsorte passiva necessária 
A comunidade indígena cuja posse fundiária é questionada em ação de nulidade de demarcação tem o direito 
subjetivo de ser ouvida no processo, na qualidade de litisconsorte passivo necessário. 
STJ. 2ª Turma.AgInt na Pet no REsp 1586943-SC, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 17/05/2022 (Info 
737). 
 
Entidades estudantis municipais e estaduais podem emitir a carteira estudantil mesmo sem estarem 
filiadas às entidades nacionais; é constitucional a exigência de um modelo único nacionalmente 
padronizado da carteira 
É inconstitucional exigir das entidades estudantis locais e regionais, legitimadas para a expedição da carteira 
de identidade estudantil (CIE), filiação às entidades de abrangência nacional. 
 
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Admite-se a definição de um modelo único nacionalmente padronizado da CIE, desde que publicamente 
disponibilizado e fixados parâmetros razoáveis que não obstem o acesso pelas entidades com prerrogativa 
legal para sua emissão. 
STF. Plenário. ADI 5108/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 25/3/2022 (Info 1048). 
 
Populações indígenas 
É INCONSTITUCIONAL norma da Constituição Estadual que disponha as atribuições para a defesa dos direitos 
e interesses das populações indígenas. Isso porque somente a União pode legislar sobre a matéria, conforme 
determina o art. 22, XIV, da CF/88. 
STF. 1ª Turma. ADI 1499/PA, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 17/9/2014 (Info 759). 
 
O Poder Judiciário pode determinar, ante injustificável inércia estatal, que o Poder Executivo adote 
medidas necessárias à concretização de direitos constitucionais dos indígenas 
Caso concreto: MPF ajuizou ACP contra a União e a FUNAI para que concluíssem o Processo Administrativo 
instaurado pelo Grupo Indígena Fulkaxó, no prazo de 4 meses, a contar da intimação da sentença, bem como 
para destinar área à posse e ocupação dessa tribo, no prazo de 1 ano, ante a impossibilidade de convivência 
pacífica com os índios da etnia Kariri-Xocó (de quem os primeiros se originam), nas terras originariamente 
demarcadas pela administração pública. 
STJ. 1ª Turma. REsp 1623873-SE, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 26/04/2022 (Info 734). 
 
É necessário que a União e a FUNAI executem e implementem atividade de proteção territorial nas terras 
indígenas, independentemente de sua homologação 
Nos termos do art. 231 da Constituição Federal, a União tem o dever (e não a escolha) de demarcar as terras 
indígenas. Tais demarcações deveriam estar concluídas no prazo de 5 anos, contados da promulgação da 
Constituição, conforme art. 67 do ADCT. 
A não homologação das demarcações dessas terras deriva de inércia deliberada do Poder Público, em afronta 
ao direito originário dos índios. 
Ao afastar a proteção territorial em terras não homologadas, a FUNAI sinaliza a invasores que a União se 
absterá de combater atuações irregulares em tais áreas, o que pode constituir um convite à invasão de terras 
que são sabidamente cobiçadas por grileiros e madeireiros, bem como à prática de ilícitos de toda ordem. 
Além disso, a suspensão da proteção territorial abre caminho para que terceiros passem a ali transitar, o que 
põe em risco a saúde dessas comunidades, expondo-as a eventual contágio por COVID-19 e outras 
enfermidades. 
STF. Plenário. ADPF 709-MC-segunda-Ref/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 25/2/2022 (Info 1045). 
 
A comunidade indígena cuja posse é questionada em ação de nulidade de demarcação deve ser 
considerada como litisconsorte passiva necessária 
A comunidade indígena cuja posse fundiária é questionada em ação de nulidade de demarcação tem o direito 
subjetivo de ser ouvida no processo, na qualidade de litisconsorte passivo necessário. 
STJ. 2ª Turma. AgInt na Pet no REsp 1.586.943-SC, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 17.05.2022 (Info 
737). 
 
Judiciário pode impor aos parlamentares as medidas cautelares do art. 319 do CPP, no entanto, a 
respectiva Casa legislativa pode rejeitá-las (caso Aécio Neves) 
O Poder Judiciário possui competência para impor aos parlamentares, por autoridade própria, as medidas 
cautelares previstas no art. 319 do CPP, seja em substituição de prisão em flagrante delito por crime 
inafiançável, por constituírem medidas individuais e específicas menos gravosas; seja autonomamente, em 
circunstâncias de excepcional gravidade. 
Obs: no caso de Deputados Federais e Senadores, a competência para impor tais medidas cautelares é do 
STF (art. 102, I, “b”, da CF/88). 
 
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Importante, contudo, fazer uma ressalva: se a medida cautelar imposta pelo STF impossibilitar, direta ou 
indiretamente, que o Deputado Federal ou Senador exerça o seu mandato, então, neste caso, o Supremo 
deverá encaminhar a sua decisão, no prazo de 24 horas, à Câmara dos Deputados ou ao Senado Federal para 
que a respectiva Casa delibere se a medida cautelar imposta pela Corte deverá ou não ser mantida. 
Assim, o STF pode impor a Deputado Federal ou Senador qualquer das medidas cautelares previstas no art. 
319 do CPP. No entanto, se a medida imposta impedir, direta ou indiretamente, que esse Deputado ou 
Senador exerça seu mandato, então, neste caso, a Câmara ou o Senado poderá rejeitar (“derrubar”) a medida 
cautelar que havia sido determinada pelo Judiciário. 
Aplica-se, por analogia, a regra do §2º do art. 53 da CF/88 também para as medidas cautelares diversas da 
prisão. 
STF. Plenário. ADI 5526/DF, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 
11/10/2017 (Info 881). 
 
A revogação ou modificação do ato normativo em que se fundou a edição de enunciado de súmula 
vinculante acarreta, em regra, a necessidade de sua revisão ou cancelamento pelo STF, conforme o caso 
Imaginemos que o STF edite uma súmula vinculante baseado na interpretação do art. XX da Lei. Se o 
Congresso Nacional revogar o art. XX ou alterá-lo, diante desse fato, será necessária a revisão ou o mesmo o 
cancelamento da súmula vinculante que havia sido editada? 
Em regra, sim. 
Em regra, deve-se revisar ou cancelar enunciado de súmula vinculante quando ocorrer a revogação ou a 
alteração da legislação que lhe serviu de fundamento. 
Contudo, o STF pode concluir, com base nas circunstâncias do caso concreto, pela desnecessidade de tais 
medidas. 
STF. Plenário. RE 1116485/RS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 01/03/2023 (Repercussão Geral – Tema 477) 
(Info 1084). 
 
Acesso do MPF a procedimentos do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB depende de prévia autorização 
judicial 
O acesso do MPF às informações inseridas em procedimentos disciplinares conduzidos pela OAB depende de 
prévia autorização judicial. O fundamento para esta decisão encontra-se no § 2º do art. 72 da Lei nº 8.906/94, 
que estabelece que a obtenção de cópia dos processos ético-disciplinares é matéria submetida à reserva de 
jurisdição, de modo que somente mediante autorização judicial poderá ser dado acesso a terceiros. 
STJ. Corte Especial. REsp 1.217.271-PR, Rel. Min. Humberto Martins, j. em 18/5/2016 (Info 589). 
 
STF não é competente para julgar MS impetrado contra decisões negativas do CNJ 
Não cabe mandado de segurança contra ato de deliberação negativa do Conselho Nacional de Justiça, por 
não se tratar de ato que importe a substituição ou a revisão do ato praticado por outro órgão do Judiciário. 
Assim, o STF não tem competência para processar e julgar ações decorrentes de decisões negativas do CNMP 
e do CNJ. Como o conteúdo da decisão do CNJ/CNMP foi “negativo”, o Conselho não decidiu nada. Se não 
decidiu nada, não praticou nenhum ato. Se não praticou nenhum ato, não existe ato do CNJ/CNMP a ser 
atacado no STF. Em razão do exposto, não compete ao STF julgar MS impetrado contra decisão do CNJ que 
julgou improcedente pedido de cassação de um ato normativo editado por vara judicial. 
STF. 2ª Turma. MS 33085/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 20/09/2016 (Info 840). 
 
STF não é competente para julgar MS impetrado contra decisões negativas do CNJ/CNMP 
A competência para julgar mandados de segurança impetrados contra o CNJ e o CNMP é do STF (art. 102, I, 
“r”, da CF/88). Algumas vezes o interessado provoca o CNJ ou o CNMP, mas tais órgãos recusam-se a tomar 
alguma providência no caso concreto porque alegam que não têm competência para aquela situação ou que não 
é hipótese de intervenção. Nessas hipóteses, dizemos que a decisão do CNJ ou CNMP foi “NEGATIVA” porque ela 
nada determina, nada aplica, nada ordena, nada invalida. 
 
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Nesses casos, a parte interessada poderá impetrar MS contra o CNJ/CNMP no STF? NÃO. O STF não tem 
competência para processar e julgar ações decorrentes de decisões negativas do CNMP e do CNJ. Segundoentende o STF, como o conteúdo da decisão do CNJ/CNMP foi “negativo”, ele não decidiu nada. Se não 
decidiu nada, não praticou nenhum ato. Se não praticou nenhum ato, não existe ato do CNJ/CNMP a ser 
atacado no STF. 
STF. 2ª Turma. MS 37301 AgR, Rel. Ricardo Lewandowski, julgado em 08/04/2021. 
 
A sobreposição da propriedade rural com área indígena, ainda que o processo de demarcação não tenha 
sido concluído, inviabiliza a certificação de georreferenciamento 
Caso hipotético: João, proprietário de uma fazenda, realizou o georreferenciamento de seu imóvel rural e, 
em seguida, solicitou ao INCRA a atualização cadastral e a certificação das peças técnicas (planta e memorial 
descritivo), decorrentes para atender as exigências da Lei 10.267/2001. O INCRA, contudo, recusou-se a fazer 
a certificação sob o argumento de que a fazenda estaria sobreposta a uma reserva indígena. 
A recusa do INCRA foi correta mesmo se a área indígena ainda não tiver sido demarcada. 
As terras ocupadas pelos indígenas são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis 
(§ 4º do art. 231 da CF/88). Não pode a Administração ser compelida a certificar situação imobiliária em 
descumprimento da lei e Constituição, pois são nulos os títulos particulares sobre terras indígenas, a teor do 
§ 6º do art. 231 da CF/88. 
STJ. 2ª Turma. AREsp 1640785-MS, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 25/10/2022 (Info 755). 
 
É constitucional lei municipal que instituía feriado local para comemorar o Dia da Consciência Negra 
É constitucional a instituição, por lei municipal, de feriado local para a comemoração do Dia da Consciência 
Negra, a ser celebrado em 20 de novembro, em especial porque a data representa um símbolo de resistência 
cultural e configura ação afirmativa contra o preconceito racial. 
STF. Plenário. ADPF 634/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 30/11/2022 (Info 1078). 
 
Súmula vinculante 10-STF: Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, art. 97) a decisão de órgão fracionário 
de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder 
Público, afasta a sua incidência no todo ou em parte. 
• Importante. 
 
Súmula vinculante 3-STF: Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório 
e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que 
beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, 
reforma e pensão. 
• Aprovada em 30/05/2007, DJe 06/06/2007. 
• Importante. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
Possibilidade de divulgação de vencimentos dos servidores públicos com relação nominal 
É legítima a publicação, inclusive em sítio eletrônico mantido pela Administração Pública, dos nomes de seus 
servidores e do valor dos correspondentes vencimentos e vantagens pecuniárias. 
STF. Plenário. ARE 652777/SP, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 23/4/2015 (repercussão geral) (Info 782) 
 
Necessidade de garantir contraditório e ampla defesa 
A Administração Pública pode anular seus próprios atos quando estes forem ilegais. No entanto, se a 
invalidação do ato administrativo repercute no campo de interesses individuais, faz-se necessária a 
instauração de procedimento administrativo que assegure o devido processo legal e a ampla defesa. 
 
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Assim, a prerrogativa de a Administração Pública controlar seus próprios atos não dispensa a observância do 
contraditório e ampla defesa prévios em âmbito administrativo. 
STF. 2ª Turma. RMS 31661/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 10/12/2013 (Info 732). 
STF. Plenário. MS 25399/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 15/10/2014 (Info 763). 
 
O prazo decadencial do art. 54 da Lei nº 9.784/99 não se aplica quando o ato a ser anulado afronta 
diretamente a Constituição Federal 
Não existe direito adquirido à efetivação na titularidade de cartório quando a vacância do cargo ocorre na 
vigência da CF/88, que exige a submissão a concurso público (art. 236, § 3º). 
O prazo decadencial do art. 54 da Lei nº 9.784/99 não se aplica quando o ato a ser anulado afronta 
diretamente a Constituição Federal. 
O art. 236, § 3º, da CF é uma norma constitucional autoaplicável. Logo, mesmo antes da edição da Lei 
8.935/1994 ela já tinha plena eficácia e o concurso público era obrigatório como condição para o ingresso na 
atividade notarial e de registro. 
STF. Plenário. MS 26860/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 2/4/2014 (Info 741). 
 
Prazo decadencial do art. 54 da Lei 9.784/99 e ato praticado antes da vigência da Lei 
Prazo de que dispõe a Administração Pública federal para anular um ato administrativo ilegal: 5 anos, 
contados da data em que o ato foi praticado (art. 54 da Lei nº 9.784/99) 
A Lei 9.784/99 entrou em vigor em 01/02/1999. Se o ato administrativo tiver sido praticado antes da vigência 
dessa Lei, qual será o prazo e a partir de quando ele é contado? 
O STJ possui o entendimento de que o prazo decadencial previsto no art. 54 da Lei nº 9.784/99, quanto aos 
atos administrativos anteriores à sua promulgação, iniciou-se a partir da data de sua entrada em vigor, ou 
seja, na data de sua publicação, em 01/02/1999. 
Assim, caso o ato ilegal tenha sido praticado antes da Lei nº 9.784/99, a Administração teve o prazo de 5 anos 
a contar da vigência da aludida norma para anulá-lo. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.270.474-RN, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 18/10/2012 (Info 508). 
 
É possível a anulação do ato de anistia pela Administração Pública, evidenciada a violação direta do art. 
8º do ADCT, mesmo quando decorrido o prazo decadencial contido na Lei 9.784/99 
O decurso do lapso temporal de 5 (cinco) anos não é causa impeditiva bastante para inibir a Administração 
Pública de revisar os atos de concessão de anistia a cabos da Aeronáutica relativos à Portaria 1.104, editada 
pelo Ministro de Estado da Aeronáutica, em 12 de outubro de 1964. 
STJ. 1ª Seção. MS 17526-DF, Rel. Min. Manoel Erhardt (Desembargador convocado do TRF da 5ª Região), 
julgado em 9/11/2022 (Info Especial 8). 
STF. Plenário. RE 817338/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 16/10/2019 (Repercussão Geral – Tema 839) 
(Info 956); STJ. 1ª Seção. MS 20.187-DF, Rel. Min. Manoel Erhardt (Desembargador convocado Do TRF5), 
julgado em 10/08/2022 (Info 744). 
 
A inscrição de Estado-membro nos cadastros federais de inadimplência antes da instauração e do 
julgamento de tomada de contas especial viola o devido processo legal 
A tomada de contas especial é a medida adequada para se alcançar o reconhecimento definitivo das 
irregularidades detectadas. Só a partir daí é que se permite a inscrição do ente nos cadastros de restrição ao 
crédito organizados e mantidos pela União. 
O processo de contas é essencial para a apuração de responsabilidades. Não se pode impor sanção sem 
anterior identificação de responsáveis. 
STF. Plenário. ACO 2910 AgR, Rel. Roberto Barroso, julgado em 29/06/2020 (Info 988 – clipping). 
 
A inscrição de entes federados em cadastro de inadimplentes (ou outro que dê causa à negativa de realização 
de convênios, acordos, ajustes ou outros instrumentos congêneres que impliquem transferência voluntária 
 
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de recursos), pressupõe o respeito aos princípios do contraditório, da ampla defesa e do devido processo 
legal, somente reconhecido: 
a) após o julgamento de tomada de contas especial ou procedimento análogo perante o Tribunal de Contas, 
nos casos de descumprimento parcial ou total de convênio, prestação de contas rejeitada, ou existência de 
débito decorrente de ressarcimento de recursos de natureza contratual (salvo os de conta não prestada) e; 
b) após a devida notificação do ente faltoso e o decurso do prazo nela previsto (conforme constante em lei, 
regras infralegais ou em contrato), independentemente de tomada de contas especial, nos casos de não 
prestação de contas, não fornecimento de informações,débito decorrente de conta não prestada, ou 
quaisquer outras hipóteses em que incabível a tomada de contas especial. 
STF. Plenário. RE 1067086, Rel. Rosa Weber, julgado em 16/09/2020 (Repercussão Geral – Tema 327) 
 
Personalidade judiciária das Câmaras Municipais e das Assembleias Legislativas 
Súmula 525-STJ: A Câmara de vereadores não possui personalidade jurídica, apenas personalidade judiciária, 
somente podendo demandar em juízo para defender os seus direitos institucionais. 
 
É possível aplicar o regime de precatórios às empresas públicas? 
Não se submetem ao regime de precatório as empresas públicas dotadas de personalidade jurídica de direito 
privado com patrimônio próprio e autonomia administrativa que exerçam atividade econômica sem 
monopólio e com finalidade de lucro. 
STF. 1ª Turma. RE 892727/DF, rel. orig. Min. Alexandre de Morais, red. p/ o ac. Min. Rosa Weber, julgado em 
7/8/2018 (Info 910). 
 
É possível aplicar o regime de precatórios às sociedades de economia mista? 
É inconstitucional determinação judicial que decreta a constrição de bens de sociedade de economia mista 
prestadora de serviços públicos em regime não concorrencial, para fins de pagamento de débitos 
trabalhistas. 
Sociedade de economia mista prestadora de serviço público não concorrencial está sujeita ao regime de 
precatórios (art. 100 da CF/88) e, por isso, impossibilitada de sofrer constrição judicial de seus bens, rendas 
e serviços, em respeito ao princípio da legalidade orçamentária (art. 167, VI, da CF/88) e da separação 
funcional dos poderes (art. 2º c/c art. 60, § 4º, III). 
STF. Plenário. ADPF 275/PB, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 17/10/2018 (Info 920). 
 
A fundação instituída pelo Estado pode estar sujeita ao regime público ou privado, a depender do estatuto 
da fundação e das atividades por ela prestadas 
A qualificação de uma fundação instituída pelo Estado como sujeita ao regime público ou privado depende: 
i) do estatuto de sua criação ou autorização e 
ii) das atividades por ela prestadas. 
As atividades de conteúdo econômico e as passíveis de delegação, quando definidas como objetos de dada 
fundação, ainda que essa seja instituída ou mantida pelo poder público, podem se submeter ao regime 
jurídico de direito privado. 
STF. Plenário. RE 716378/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 1º e 7/8/2019 (repercussão geral) (Info 946). 
 
Fundação pública com personalidade jurídica de direito privado pode adotar o regime celetista para 
contratação de seus empregados 
É constitucional a legislação estadual que determina que o regime jurídico celetista incide sobre as relações 
de trabalho estabelecidas no âmbito de fundações públicas, com personalidade jurídica de direito privado, 
destinadas à prestação de serviços de saúde. 
STF. Plenário. ADI 4247/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 3/11/2020 (Info 997). 
 
As fundações públicas de direito privado não fazem jus à isenção das custas processuais 
 
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As fundações públicas de direito privado não fazem jus à isenção das custas processuais. 
A isenção das custas processuais somente se aplica para as entidades com personalidade de direito público. 
Dessa forma, para as Fundações Públicas receberem tratamento semelhante ao conferido aos entes da 
Administração Direta é necessário que tenham natureza jurídica de direito público, que se adquire no 
momento de sua criação, decorrente da própria lei. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1.409.199-SC, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 10/03/2020 (Info 676). 
 
Lei estadual pode autorizar a criação de fundação pública de direito privado para atuar na prestação de 
serviço público de saúde 
É constitucional a constituição de fundação pública de direito privado para a prestação de serviço público de 
saúde. 
STF. Plenário. ADI 4197/SE, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 1º/3/2023 (Info 1085). 
 
Os serviços sociais autônomos precisam realizar concurso público para contratar seu pessoal? 
NÃO. Os serviços sociais autônomos, por possuírem natureza jurídica de direito privado e não integrarem a 
Administração Pública, mesmo que desempenhem atividade de interesse público em cooperação com o ente 
estatal, NÃO estão sujeitos à observância da regra de concurso público (art. 37, II, da CF/88) para contratação 
de seu pessoal. 
Obs.: vale ressaltar, no entanto, que o fato de as entidades do Sistema “S” não estarem submetidas aos 
ditames constitucionais do art. 37, não as exime de manterem um padrão de objetividade e eficiência na 
contratação e nos gastos com seu pessoal. 
STF. Plenário. RE 789874/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 17/9/2014 (repercussão geral) (Info 759). 
 
Os recursos geridos pelos serviços sociais autônomos são considerados recursos públicos? 
NÃO. Segundo entende o STF, os serviços sociais autônomos do denominado sistema “S”, embora 
compreendidos na expressão de entidade paraestatal, são pessoas jurídicas de direito privado, definidos 
como entes de colaboração, mas não integrantes da Administração Pública. 
Assim, quando o produto das contribuições ingressa nos cofres dos Serviços Sociais Autônomos, perde o 
caráter de recurso público. 
STF. Plenário. ACO 1953 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 18/12/2013. 
 
Imunidade 
Os serviços sociais autônomos gozam de imunidade tributária? 
SIM. O art. 150, VI, “c” da CF/88 prevê que as instituições de educação e de assistência social, sem fins 
lucrativos, gozam de imunidade tributária quanto aos impostos, desde que atendidos os requisitos previstos 
na lei. 
As entidades do chamado “Sistema S”, tais como SESI, SENAI, SENAC e SEBRAE, também gozam de imunidade 
porque promovem cursos para a inserção de profissionais no mercado de trabalho, sendo consideradas 
instituições de educação e assistência social. 
Se o SENAC adquire um terreno para a construção de sua sede, já havendo inclusive um projeto nesse 
sentido, deverá incidir a imunidade nesse caso considerando que o imóvel será destinado às suas finalidades 
essenciais. 
STF. 1ª Turma. RE 470520/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 17/9/2013 (Info 720). 
 
Sem prerrogativas processuais 
Os serviços sociais autônomos gozam das prerrogativas processuais inerentes à Fazenda Pública (ex.: prazo 
em dobro para recorrer)? 
NÃO. As entidades paraestatais não gozam dos privilégios processuais concedidos à Fazenda Pública. 
STF. AI 841548 RG, julgado em 09/06/2011. 
 
 
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A vítima somente poderá ajuizar a ação de indenização contra o Estado; se este for condenado, poderá 
acionar o servidor que causou o dano em caso de dolo ou culpa; o ofendido não poderá propor a demanda 
diretamente contra o agente público 
A teor do disposto no art. 37, § 6º, da Constituição Federal, a ação por danos causados por agente público 
deve ser ajuizada contra o Estado ou a pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público, sendo 
parte ilegítima para a ação o autor do ato, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos 
de dolo ou culpa. 
STF. Plenário. RE 1027633/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 14/8/2019 (repercussão geral) (Info 947). 
 
Responsabilidade civil do Estado em caso de morte de detento 
Em caso de inobservância de seu dever específico de proteção previsto no art. 5º, inciso XLIX, da CF/88, o 
Estado é responsável pela morte de detento. 
STF. Plenário. RE 841526/RS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 30/3/2016 (repercussão geral) (Info 819). 
 
Em regra, o Estado não tem responsabilidade civil por atos praticados por presos foragidos; exceção: 
quando demonstrado nexo causal direto 
Nos termos do artigo 37, § 6º, da Constituição Federal, não se caracteriza a responsabilidade civil objetiva do 
Estado por danos decorrentes de crime praticado por pessoa foragida do sistema prisional, quando não 
demonstrado o nexo causal direto entre o momento da fuga e a conduta praticada. 
STF. Plenário. RE 608880, Rel. Min. Marco Aurélio,Relator p/ Acórdão Alexandre de Moraes, julgado em 
08/09/2020 (Repercussão Geral – Tema 362) (Info 993). 
 
Em regra, o Estado responde de forma objetiva pelos danos causados a profissional de imprensa ferido, 
por policiais, durante cobertura jornalística de manifestação pública 
O Estado responde de forma objetiva pelos danos causados a profissional de imprensa ferido, por policiais, 
durante cobertura jornalística de manifestação pública em que ocorra tumulto ou conflito, desde que o 
jornalista não haja descumprido ostensiva e clara advertência quanto ao acesso a áreas definidas como de 
grave risco à sua integridade física, caso em que poderá ser aplicada a excludente da responsabilidade por 
culpa exclusiva da vítima. 
Tese fixada pelo STF: “É objetiva a Responsabilidade Civil do Estado em relação a profissional da imprensa 
ferido por agentes policiais durante cobertura jornalística, em manifestações em que haja tumulto ou 
conflitos entre policiais e manifestantes. Cabe a excludente da responsabilidade da culpa exclusiva da vítima, 
nas hipóteses em que o profissional de imprensa descumprir ostensiva e clara advertência sobre acesso a 
áreas delimitadas, em que haja grave risco à sua integridade física”. 
STF. Plenário. RE 1209429/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes, 
julgado em 10/6/2021 (Repercussão Geral – Tema 1055) (Info 1021). 
 
O Estado responde, objetivamente, pelos danos causados por notários e registradores 
O Estado responde, objetivamente, pelos atos dos tabeliães e registradores oficiais que, no exercício de suas 
funções, causem dano a terceiros, assentado o dever de regresso contra o responsável, nos casos de dolo ou 
culpa, sob pena de improbidade administrativa. 
O Estado possui responsabilidade civil direta, primária e objetiva pelos danos que notários e oficiais de 
registro, no exercício de serviço público por delegação, causem a terceiros. 
STF. Plenário. RE 842846/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 27/2/2019 (repercussão geral) (Info 932). 
 
Para o reconhecimento da responsabilidade do Estado em decorrência da fixação de preços no setor 
sucroalcooleiro é indispensável a comprovação de efetivo prejuízo, mediante perícia 
É imprescindível para o reconhecimento da responsabilidade civil do Estado em decorrência da fixação de 
preços no setor sucroalcooleiro a comprovação de efetivo prejuízo econômico, mediante perícia técnica em 
cada caso concreto. 
 
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STF. Plenário. ARE 884325, Rel. Edson Fachin, julgado em 18/08/2020 (Repercussão Geral - Tema 826). 
 
O prazo prescricional para pedir reparação por danos causados por fundação privada de apoio à 
universidade pública é de 5 anos 
A fundação privada de apoio à universidade pública presta serviço público, razão pela qual responde 
objetivamente pelos prejuízos causados a terceiros, submetendo-se a pretensão indenizatória ao prazo 
prescricional quinquenal previsto no art. 1º-C da Lei nº 9.494/97. 
STJ. 2ª Turma. AREsp 1.893.472-SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 21/06/2022 (Info 744). 
 
O hospital que deixa de fornecer o mínimo serviço de segurança, contribuindo de forma determinante e 
específica para homicídio praticado em suas dependências, responde objetivamente pela conduta omissiva 
Caso concreto: o hospital não possuía nenhum serviço de vigilância e o evento morte decorreu de um disparo 
com arma de fogo contra a vítima dentro do hospital. 
A conduta do hospital que deixa de fornecer o mínimo serviço de segurança e, por conseguinte, despreza o 
dever de zelar pela incolumidade física dos seus pacientes contribuiu de forma determinante e específica 
para o homicídio praticado em suas dependências, afastando-se a alegação da excludente de ilicitude, qual 
seja, fato de terceiro. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.708.325-RS, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 24/05/2022 (Info 740). 
 
As ações de indenização por danos morais e materiais decorrentes de perseguição, tortura e prisão, por 
motivos políticos, ocorridas durante o regime militar, são imprescritíveis 
Súmula 647-STJ: São imprescritíveis as ações indenizatórias por danos morais e materiais decorrentes de atos 
de perseguição política com violação de direitos fundamentais ocorridos durante o regime militar. 
STJ. 1ª Seção. Aprovada em 10/03/2021, DJe 15/03/2021. 
 
Demora injustificada da Administração em analisar o requerimento de aposentadoria do servidor 
A demora injustificada da Administração em analisar o pedido de aposentadoria do servidor público gera o 
dever de indenizá-lo, considerando que, por causa disso, ele foi obrigado a continuar exercendo suas funções 
por mais tempo do que o necessário. 
Exemplo de demora excessiva: mais de 1 ano. 
STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1.469.301/SC, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em 21/10/2014. 
STJ. 1ª Turma. AgInt no AREsp 483.398/PR, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 11/10/2016. 
 
Se o servidor público estadual está respondendo a PAD e pede a concessão de aposentadoria, a tramitação 
do requerimento ficará suspensa até a conclusão do PAD, mesmo que isso não esteja previsto na lei 
estadual; aplica-se, por analogia, o art. 172 da Lei 8.112/90 
A lacuna na Lei Complementar Estadual nº 131/2010 do Estado do Paraná acerca da possibilidade de 
suspender o processo de aposentadoria enquanto tramita o processo administrativo disciplinar deve ser 
suprida com a aplicação subsidiária da Lei n. 8.112/1990. 
Trata-se de legítima integração da legislação estadual por meio da aplicação subsidiária da norma federal, 
consoante pacífica jurisprudência. 
STJ. 2ª Turma. AgInt no RMS 58.568/PR, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 19/10/2020. 
 
A lacuna em Lei Complementar Estadual acerca da possibilidade de suspender processo de concessão de 
aposentadoria enquanto tramita processo administrativo disciplinar deve ser suprida com a aplicação 
subsidiária da Lei nº 8.112/90. 
STJ. 2ª Turma. AgInt no AgInt no RMS 61.130-PR, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 27/09/2022 
(Info 751). 
 
Regra geral da prescrição em ações contra a Fazenda Pública 
 
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O prazo prescricional aplicável às ações de indenização contra a Fazenda Pública é de 5 (CINCO) anos, 
conforme previsto no Decreto 20.910/32, e não de três anos (regra do Código Civil), por se tratar de norma 
especial, que prevalece sobre a geral. 
STJ. 1ª Seção. REsp 1.251.993-PR, Rel. Min. Mauro Campbell, julgado em 12/12/2012 (recurso repetitivo) 
(Info 512). 
 
Início do prazo prescricional 
O termo inicial do prazo prescricional para o ajuizamento de ação de indenização contra ato do Estado ocorre 
no momento em que constatada a lesão e os seus efeitos, conforme o princípio da actio nata. 
STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1.333.609-PB, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 23/10/2012 (Info 507). 
 
Estado deve indenizar preso que se encontre em situação degradante 
Considerando que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em seus presídios os padrões 
mínimos de humanidade previstos no ordenamento jurídico, é de sua responsabilidade, nos termos do art. 
37, § 6º, da Constituição, a obrigação de ressarcir os danos, inclusive morais, comprovadamente causados 
aos detentos em decorrência da falta ou insuficiência das condições legais de encarceramento. 
STF. Plenário. RE 580252/MS, rel. orig. Min. Teori Zavascki, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgado em 
16/2/2017 (repercussão geral) (Info 854). 
 
Termo inicial da prescrição de pretensão indenizatória decorrente de tortura e morte de preso 
Determinada pessoa foi presa e torturada por policiais. Foi instaurado inquérito policial para apurar o 
ocorrido. 
Qual será o termo de início da prescrição da ação de indenização por danos morais? 
• Se tiver sido ajuizada ação penal contra os autores do crime: o termo inicial da prescrição será o trânsito 
em julgado da sentença penal. 
• Se o inquérito policial tiver sido arquivado (não foi ajuizadaação penal): o termo inicial da prescrição da 
ação de indenização é a data do arquivamento do IP. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.443.038-MS, Rel. Ministro Humberto Martins, julgado em 12/2/2015 (Info 556). 
 
Reconhecimento administrativo pela Fazenda e renúncia ao prazo prescricional 
Caso o Poder Público tenha reconhecido administrativamente o débito, o termo inicial do prazo prescricional 
de 5 anos para que servidor público exija seu direito será a data desse ato de reconhecimento. 
Para o STJ, o reconhecimento do débito implica renúncia, pela Administração, ao prazo prescricional já 
transcorrido. 
STJ. 1ª Turma. AgRg no AgRg no AREsp 51.586-RS, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 13/11/2012 (Info 
509). 
 
Empresa em recuperação judicial pode participar de licitação, desde que demonstre a sua viabilidade 
econômica 
Sociedade empresária em recuperação judicial pode participar de licitação, desde que demonstre, na fase de 
habilitação, a sua viabilidade econômica. 
STJ. 1ª Turma. AREsp 309.867-ES, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 26/06/2018 (Info 631). 
 
Em regra, é imprescindível prévia licitação para a concessão ou permissão da exploração de serviços de 
transporte coletivo de passageiros 
Salvo situações excepcionais, devidamente comprovadas, o implemento de transporte público coletivo 
pressupõe prévia licitação. 
STF. Plenário. RE 1001104, Rel. Marco Aurélio, julgado em 15/05/2020 (Repercussão Geral – Tema 854) (Info 
982). 
 
 
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Princípio da intranscendência e entidade integrante de consórcio público com pendência no CAUC 
Se um consórcio público celebrou convênio com a União por meio do qual estão previstos repasses federais, 
o fato de um dos entes integrantes do consórcio possuir pendência inscrita no CAUC não pode impedir que 
o consórcio receba os valores prometidos. Isso porque o consórcio público é uma pessoa jurídica distinta dos 
entes federativos que o integram e, segundo o princípio da intranscendência das sanções, as punições 
impostas não podem superar a dimensão estritamente pessoal do infrator, ou seja, não podem prejudicar 
outras pessoas jurídicas que não sejam aquelas que praticaram o ato. 
Assim, o fato de ente integrante de consórcio público possuir pendência no Serviço Auxiliar de Informações 
para Transferências Voluntárias (CAUC) não impede que o consórcio faça jus, após a celebração de convênio, 
à transferência voluntária a que se refere o art. 25 da LC 101/2000. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.463.921-PR, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 10/11/2015 (Info 577). 
 
 
Município pode obter certidão positiva com efeitos de negativa quando os débitos são da Câmara 
Municipal (e não do Poder Executivo) 
É possível ao Município obter certidão positiva de débitos com efeito de negativa quando a Câmara Municipal 
do mesmo ente possui débitos com a Fazenda Nacional, tendo em conta o princípio da intranscendência 
subjetiva das sanções financeiras. 
STF. Plenário. RE 770149, Rel. Min. Marco Aurélio, Relator p/ Acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 
05/08/2020 (Repercussão Geral – tema 743) (Info 993). 
 
Ente desapropriante não responde por tributos anteriores à desapropriação 
O ente desapropriante não responde por tributos incidentes sobre o imóvel desapropriado nas hipóteses em 
que o período de ocorrência dos fatos geradores é anterior ao ato de aquisição originária da propriedade. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1668058-ES, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 8/6/2017 (Info 606). 
 
Possibilidade de o proprietário afastar a sanção do art. 243 da CF/88 se provar que não teve culpa 
A expropriação prevista no art. 243 da Constituição Federal pode ser afastada, desde que o proprietário 
comprove que não incorreu em culpa, ainda que in vigilando ou in eligendo. 
STF. Plenário. RE 635336/PE, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 14/12/2016 (repercussão geral) (Info 851). 
 
Súmula 652-STF: Não contraria a Constituição o art. 15, § 1º, do Dl. 3.365/41 (Lei da Desapropriação por 
utilidade pública). 
Súmula 56-STJ: Na desapropriação para instituir servidão administrativa são devidos os juros compensatórios 
pela limitação de uso da propriedade. 
 
Súmula 164-STF: No processo de desapropriação, são devidos juros compensatórios desde a antecipada 
imissão de posse, ordenada pelo juiz, por motivo de urgência. 
 
Súmula 69-STJ: Na desapropriação direta, os juros compensatórios são devidos desde a antecipada imissão 
na posse e, na desapropriação indireta, a partir da efetiva ocupação do imóvel. 
 
Súmula 113-STJ: Os juros compensatórios, na desapropriação direta, incidem a partir da imissão na posse, 
calculados sobre o valor da indenização, corrigido monetariamente. 
 
Súmula 114-STJ: Os juros compensatórios, na desapropriação indireta, incidem a partir da ocupação, 
calculados sobre o valor da indenização, corrigido monetariamente. 
 
Súmula 378-STF: Na indenização por desapropriação incluem-se honorários do advogado do expropriado. 
 
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Súmula 354-STJ: A invasão do imóvel é causa de suspensão do processo expropriatório para fins de reforma 
agrária. 
 
O prazo prescricional no caso de ação de desapropriação indireta é, em regra, de 10 anos; 
excepcionalmente, será de 15 anos caso de comprove que não foram feitas obras ou serviços públicos no 
local 
Qual é o prazo da ação de desapropriação indireta? 
Regra: 10 anos (art. 1.238, parágrafo único, do CC/2002). 
Exceção: o prazo será de 15 anos se ficar comprovada a inexistência de obras ou serviços públicos no local. 
Em regra, portanto, o prazo prescricional das ações indenizatórias por desapropriação indireta é de 10 anos 
porque existe uma presunção relativa de que o Poder Público realizou obras ou serviços públicos no local. 
Admite-se, excepcionalmente, o prazo prescricional de 15 anos, caso a parte interessada comprove, concreta 
e devidamente, que não foram feitas obras ou serviços no local, afastando a presunção legal. 
STJ. 1ª Seção. EREsp 1.575.846-SC, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 26/06/2019 (Info 658). 
Obs: a súmula 119 do STJ está superada (Súmula 119-STJ: A ação de desapropriação indireta prescreve em 
vinte anos). 
 
Não configura desapropriação indireta quando o Estado se limita a realizar serviços públicos de 
infraestrutura em gleba cuja invasão por particulares apresenta situação consolidada e irreversível 
Não se imputa ao Poder Público a responsabilidade integral por alegada desapropriação indireta quando, em 
gleba cuja ocupação por terceiros apresenta situação consolidada e irreversível, limita-se a realizar serviços 
públicos de infraestrutura, sem que tenha concorrido para o esbulho ocasionado exclusivamente por 
particulares. Assim, na medida em que o Poder Público não pratica o ato ilícito denominado “apossamento 
administrativo” nem, portanto, toma a propriedade do bem para si, não deve responder pela perda da 
propriedade em desfavor do particular, ainda que realize obras e serviços públicos essenciais para a 
comunidade instalada no local. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.770.001-AM, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 05/11/2019 (Info 660). 
 
Em ação de desapropriação indireta é cabível reparação decorrente de limitações administrativas 
Imóvel do particular foi incluído em unidade de conservação. Houve, no caso, uma limitação administrativa. 
Ele ajuizou ação de desapropriação indireta pedindo indenização. Mesmo não tendo havido desapropriação 
indireta, mas sim mera limitação administrativa, o juiz deverá conhecer da ação e julgar seu mérito. 
Devem ser observados os princípios da instrumentalidade das formas e da primazia da solução integral do 
mérito. 
STJ. 1ª Turma. REsp 1.653.169-RJ, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 19/11/2019 (Info 662). 
 
Denúncia anônima 
Súmula 611-STJ: Desde que devidamente motivada e com amparo em investigação ou sindicância, é 
permitida a instauração de processo administrativo disciplinar com base em denúncia anônima,em face do 
poder-dever de autotutela imposto à Administração. 
 
Súmula 641-STJ: A portaria de instauração do processo administrativo disciplinar prescinde da exposição 
detalhada dos fatos a serem apurados. 
 
Validade da prova emprestada 
Súmula 591-STJ: É permitida a “prova emprestada” no processo administrativo disciplinar, desde que 
devidamente autorizada pelo juízo competente e respeitados o contraditório e a ampla defesa. 
 
Empréstimo das interceptações telefônicas do processo criminal para o PAD 
 
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A prova colhida mediante autorização judicial e para fins de investigação ou processo criminal pode ser 
utilizada para instruir procedimento administrativo punitivo. Assim, é possível que as provas provenientes 
de interceptações telefônicas autorizadas judicialmente em processo criminal sejam emprestadas para o 
processo administrativo disciplinar. 
STF. 1ª Turma. RMS 28774/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, julgado 
em 9/8/2016 (Info 834). 
STJ. 1ª Seção. MS 16.146-DF, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 22/5/2013. 
 
Ausência de transcrição integral de dados obtidos por meio de interceptação telefônica não gera nulidade 
Mesmo em matéria penal, a jurisprudência do STF e do STJ é no sentido de que não é necessária a degravação 
integral das escutas, sendo bastante que dos autos constem excertos suficientes a embasar o oferecimento 
da denúncia. 
O servidor processado, que também é réu no processo criminal, tem acesso à integralidade das 
interceptações e, se entender necessário, pode juntar no processo administrativo os eventuais trechos que 
considera pertinentes ao deslinde da controvérsia. 
O acusado em processo administrativo disciplinar não possui direito subjetivo ao deferimento de todas as 
provas requeridas nos autos, ainda mais quando consideradas impertinentes ou meramente protelatórias 
pela comissão processante (art. 156, §1º, Lei nº 8.112/90). 
STF. 1ª Turma. RMS 28774/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, julgado 
em 9/8/2016 (Info 834). 
 
Inexistência de impedimento de que os membros da comissão do primeiro PAD, que foi anulado, participem 
da segunda comissão 
Respeitados todos os aspectos processuais relativos à suspeição e impedimento dos membros da Comissão 
Processante previstos pelas Leis 8.112/90 e 9.784/99, não há qualquer impedimento ou prejuízo material na 
convocação dos mesmos servidores que anteriormente tenham integrado Comissão Processante, cujo 
relatório conclusivo foi posteriormente anulado (por cerceamento de defesa), para comporem a segunda 
Comissão de Inquérito. 
Assim, não há qualquer impeditivo legal de que a comissão de inquérito em processo administrativo 
disciplinar seja formada pelos mesmos membros de comissão anterior que havia sido anulada. 
STF. 1ª Turma. RMS 28774/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, julgado 
em 9/8/2016 (Info 834). 
 
A mesma autoridade que ofereceu denúncia criminal contra o suspeito pode atuar como julgadora no 
processo administrativo que apura o mesmo fato 
O oferecimento de denúncia criminal por autoridade que, em razão de suas atribuições legais, seja obrigada 
a fazê-lo não a inabilita, só por isso, a desempenhar suas funções como autoridade julgadora no processo 
administrativo. 
Caso concreto: membro do MP praticou fato que, em tese, configura, ao mesmo tempo, infração disciplinar 
e crime. Foi instaurado processo administrativo. Além disso, o PGJ ofereceu denúncia criminal. Depois da 
denúncia, chegou ao fim o processo administrativo e o mesmo PGJ aplicou sanção disciplinar. Ele poderia ter 
feito isso. Não há, nesse caso, comprometimento da imparcialidade. 
STJ. 1ª Turma. RMS 54.717-SP, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 09/08/2022 (Info 744). 
 
Servidor já punido não pode ser novamente julgado para agravar sua pena 
Depois do servidor já ter sido punido, é possível que a Administração, com base na autotutela, anule a sanção 
anteriormente cominada e aplique uma nova penalidade mais gravosa? 
NÃO. A decisão administrativa que põe fim ao processo administrativo, à semelhança do que ocorre no 
âmbito jurisdicional, possui a característica de ser definitiva. 
 
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Logo, o servidor público já punido administrativamente não pode ser julgado novamente para que sua pena 
seja agravada mesmo que fique constatado que houve vícios no processo e que ele deveria receber uma 
punição mais severa. 
Assim, a anulação parcial do processo administrativo disciplinar para adequar a penalidade aplicada ao 
servidor, consoante pareceres do órgão correspondente, ensejando aplicação de sanção mais grave ofende 
o devido processo legal e a proibição da reformatio in pejus. 
STJ. 3ª Seção. MS 10.950-DF, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 23/5/2012. 
STJ. 1ª Seção. MS 11.749/DF, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 11/06/2014. 
 
Excesso de prazo para conclusão do PAD 
Súmula 592-STJ: O excesso de prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar só causa 
nulidade se houver demonstração de prejuízo à defesa. 
 
 
Inaplicabilidade do princípio da insignificância no caso de infração disciplinar que gere demissão 
Deve ser aplicada a penalidade de demissão ao servidor público federal que obtiver proveito econômico 
indevido em razão do cargo, independentemente do valor auferido (no caso, eram apenas R$ 40,00). Isso 
porque não incide, na esfera administrativa, o princípio da insignificância quando constatada falta disciplinar 
prevista no art. 132 da Lei 8.112/1990. 
STJ. 1ª Seção. MS 18.090-DF, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 8/5/2013 (Info 523). 
 
PAD e destituição de cargo em comissão 
Deve ser aplicada a penalidade de destituição de cargo em comissão na hipótese em que se constate que 
servidor não ocupante de cargo efetivo, valendo-se do cargo, tenha indicado irmão, nora, genro e sobrinhos 
para contratação por empresas recebedoras de verbas públicas, ainda que não haja dano ao erário ou 
proveito pecuniário e independentemente da análise de antecedentes funcionais. 
STJ. 1ª Seção. MS 17.811-DF, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 26/6/2013 (Info 526). 
 
Termo inicial do prazo prescricional do PAD 
O art. 142, § 2º da Lei nº 8.112/90 prevê que o prazo prescricional da ação disciplinar “começa a correr da 
data em que o fato se tornou conhecido”. Para que o prazo prescricional tenha início, é necessário que a 
irregularidade praticada pelo servidor chegue ao conhecimento da autoridade competente para instaurar o 
PAD ou o prazo já se inicia caso outras autoridades do serviço público saibam do fato? 
O termo inicial da prescrição é a data do conhecimento do fato pela autoridade competente para instaurar 
o Processo Administrativo Disciplinar (PAD) e não a ciência de qualquer autoridade da Administração Pública. 
STJ. 1ª Seção. MS 20.615/DF, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 08/03/2017. 
 
Termo inicial e causa de interrupção do prazo prescricional das infrações administrativas 
Súmula 635-STJ: Os prazos prescricionais previstos no art. 142 da Lei nº 8.112/1990 iniciam-se na data em 
que a autoridade competente para a abertura do procedimento administrativo toma conhecimento do fato, 
interrompem-se com o primeiro ato de instauração válido - sindicância de caráter punitivo ou processo 
disciplinar - e voltam a fluir por inteiro, após decorridos 140 dias desde a interrupção. 
 
Se a infração disciplinar praticada for, em tese, também crime, o prazo prescricional do processo 
administrativo será aquele que for previsto no art. 109 do CP, esteja ou não esse fato sendo apurado na 
esfera penal 
O prazo prescricional previsto na lei penal se aplica às infrações disciplinares também capituladas como crime 
independentemente da apuração criminal da conduta do servidor. 
 
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Para se aplicar a regra do § 2º do art. 142 da Lei nº 8.112/90não se exige que o fato esteja sendo apurado 
na esfera penal (não se exige que tenha havido oferecimento de denúncia ou instauração de inquérito 
policial). 
Se a infração disciplinar praticada for, em tese, também crime, deve ser aplicado o prazo prescricional 
previsto na legislação penal independentemente de qualquer outra exigência. 
STJ. 1ª Seção. MS 20.857-DF, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. Acd. Min. Og Fernandes, julgado em 
22/05/2019 (Info 651). 
 
A administração pública, quando se vê diante de situações em que a conduta do investigado se amolda às 
hipóteses de demissão e de cassação de aposentadoria de servidor, não dispõe de discricionariedade para 
aplicar pena menos gravosa (Súmula 650-STJ) 
Súmula 650-STJ: A autoridade administrativa não dispõe de discricionariedade para aplicar ao servidor pena 
diversa de demissão quando caracterizadas as hipóteses previstas no art. 132 da Lei nº 8.112/90. 
STJ. 1ª Seção. Aprovada em 22/09/2021. 
 
Em regra é dispensável a formação de litisconsório passivo necessário entre os candidatos aprovados em 
concursos públicos, há exceções. 
Em regra, não é necessário a formação de litisconsórcio passivo necessário entre candidatos de concurso 
público, na medida em que eles têm apenas expectativa de direito à nomeação. 
Exceções: 
1) em concurso público que se destinou à outorga de delegações de serventias extrajudiciais de Notas e de 
Registro; 
2) em concursos de promoção. 
STJ. 1 ª Seção. MS 22.822/DF, Rel. p/ Acórdão Ministra Aussete Magalhães, julgado em 09/09/2020. 
 
É válida a comprovação da escolaridade por outros meios além do diploma 
Candidato foi aprovado em concurso público que exige nível superior. 
Candidato não conseguiu juntar o diploma, mas comprovou a conclusão do curso superior por outros meios. 
Isso é válido. 
Ainda que exigido pelo edital, não pode a falta da apresentação do diploma ser óbice a assunção de cargo 
público ou mesmo a contabilização de título em concurso, se por outros documentos idôneos se comprove 
a conclusão do curso superior, mesmo que pendente alguma formalidade para a expedição do diploma. 
STJ. 1ª Turma. AgInt no REsp 1713037/DF, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 16/12/2019. 
 
Ainda que exigido pelo edital, não pode a falta da apresentação do diploma ser óbice a assunção de cargo 
público ou mesmo a contabilização de título em concurso, se por outros documentos idôneos se comprovem 
a conclusão do curso superior, mesmo que pendente alguma formalidade para expedição do diploma. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1784621/BA, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 21/03/2019. 
 
É inconstitucional ato normativo que exclui o direito dos candidatos com deficiência à adaptação razoável 
em provas físicas de concursos públicos 
A exclusão da previsão de adaptação das provas físicas para candidatos com deficiência viola o bloco de 
constitucionalidade composto pela Constituição Federal e pela Convenção Internacional sobre os Direitos 
das Pessoas com Deficiência – CDPD (Decreto Legislativo 186/2008), incorporada à ordem jurídica brasileira 
com o “status” de Emenda Constitucional, na forma do art. 5º, § 3º, da CF/88. 
Duas teses fixadas pelo STF para o tema: 
1) É inconstitucional a interpretação que exclui o direito de candidatos com deficiência à adaptação razoável 
em provas físicas de concursos públicos. 
2) É inconstitucional a submissão genérica de candidatos com e sem deficiência aos mesmos critérios em 
provas físicas, sem a demonstração da sua necessidade para o exercício da função pública. 
STF. Plenário. ADI 6476/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 3/9/2021 (Info 1028). 
 
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É possível que o candidato a concurso público consiga a alteração das datas e horários previstos no edital 
por motivos religiosos, desde que cumpridos alguns requisitos 
Nos termos do art. 5º, VIII, da Constituição Federal, é possível a realização de etapas de concurso público em 
datas e horários distintos dos previstos em edital, por candidato que invoca escusa de consciência por motivo 
de crença religiosa, desde que presentes a razoabilidade da alteração, a preservação da igualdade entre 
todos os candidatos e que não acarrete ônus desproporcional à Administração Pública, que deverá decidir 
de maneira fundamentada. 
STF. Plenário. RE 611874/DF, rel. orig. Min. Dias Toffoli, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 19/11, 
25/11 e 26/11/2020 (Repercussão Geral – Tema 386) (Info 1000). 
 
A candidata que esteja gestante no dia do teste físico possui o direito de fazer a prova em uma nova data 
no futuro 
Os candidatos possuem direito à segunda chamada nos testes físicos em concursos públicos? 
REGRA: NÃO. 
Os candidatos em concurso público NÃO têm direito à prova de segunda chamada nos testes de aptidão física 
em razão de circunstâncias pessoais, ainda que de caráter fisiológico ou de força maior, salvo se houver 
previsão no edital permitindo essa possibilidade. 
STF. Plenário. RE 630733/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 15/5/2013 (repercussão geral) (Info 706). 
STJ. 1ªTurma. REsp 1.597.570/DF, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 25/10/2018 
STJ. 2ªTurma REsp 1.721.068/MT, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 08/05/2018. 
 
EXCEÇÃO: as candidatas gestantes possuem. 
É constitucional a remarcação do teste de aptidão física de candidata que esteja grávida à época de sua 
realização, independentemente da previsão expressa em edital do concurso público. 
STF. Plenário. RE 1058333/PR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 21/11/2018 (repercussão geral) (Info 924). 
 
É constitucional a remarcação de curso de formação para o cargo de agente penitenciário feminino de 
candidata que esteja lactante à época de sua realização, independentemente da previsão expressa em edital 
do concurso público. 
STJ. 1ª Turma. RMS 52622-MG, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 26/03/2019 (Info 645). 
 
É inconstitucional o parágrafo único do art. 137 da Lei 8.112/90, que proíbe o retorno ao serviço público 
federal de servidor condenado pela prática de determinados fatos graves 
O parágrafo único do art. 137 da Lei nº 8.112/90 proíbe, para sempre, o retorno ao serviço público federal 
de servidor que for demitido ou destituído por prática de crime contra a Administração Pública, improbidade 
administrativa, aplicação irregular de dinheiro público, lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio 
nacional e corrupção. 
Essa previsão viola o art. 5º, XLVII, “b”, da CF/88, que afirma que não haverá penas de caráter perpétuo. 
STF. Plenário. ADI 2975, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 04/12/2020. 
 
É possível a cassação de aposentadoria de servidor público pela prática, na atividade, de falta disciplinar 
punível com demissão 
A pena de cassação de aposentadoria é compatível com a Constituição Federal, a despeito do caráter 
contributivo conferido àquela, especialmente porque nada impede que, na seara própria, haja o acertamento 
de contas entre a administração e o servidor aposentado punido. Assim, constatada a existência de infração 
disciplinar praticada enquanto o servidor estiver na ativa, o ato de aposentadoria não se transforma num 
salvo conduto para impedir o sancionamento do ilícito pela administração pública. Faz-se necessário observar 
o regramento contido na Lei n. 8.112/1990, aplicando-se a penalidade compatível com as infrações apuradas. 
STJ. 1ª Seção. MS 23.608-DF, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. Acd. Min. Og Fernandes, julgado em 
27/11/2019 (Info 666). 
 
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STF. 2ª Turma. AgR no ARE 1.092.355, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 17/5/2019. 
 
Possibilidade de execução imediata de penalidade imposta em PAD 
Determinado servidor público federal recebeu pena de demissão em processo administrativo disciplinar 
contra si instaurado. O servidor interpôs recurso administrativo contra a decisão proferida. Ocorre que, antes 
mesmo de ser julgado o recurso, a Administração Pública já cessou o pagamentoda remuneração do servidor 
e o afastou das funções. 
É possível que a sanção aplicada seja desde logo executada mesmo que ainda esteja pendente recurso 
interposto no âmbito administrativo? SIM. É possível o cumprimento imediato da penalidade imposta ao 
servidor logo após o julgamento do PAD e antes do julgamento do recurso administrativo cabível. 
Não há qualquer ilegalidade na imediata execução de penalidade administrativa imposta em PAD a servidor 
público, ainda que a decisão não tenha transitado em julgado administrativamente. 
STJ. 1ª Seção. MS 19.488-DF, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 25/3/2015 (Info 559). 
 
Competência para instaurar e julgar PAD relacionado com servidor cedido 
A instauração de processo disciplinar contra servidor efetivo cedido deve ocorrer, preferencialmente, no 
órgão em que tenha sido praticada a suposta irregularidade. Por outro lado, o julgamento e a eventual 
aplicação de sanção só podem ocorrer no órgão ao qual o servidor efetivo estiver vinculado. 
STJ. Corte Especial. MS 21.991-DF, Rel. Min. Humberto Martins, Rel. para acórdão Min. João Otávio de 
Noronha, julgado em 16/11/2016 (Info 598). 
 
Estado responde subsidiariamente caso a prova do concurso público seja suspensa ou cancelada por 
indícios de fraude; a responsabilidade direta é da instituição organizadora 
O Estado responde subsidiariamente por danos materiais causados a candidatos em concurso público 
organizado por pessoa jurídica de direito privado (art. 37, § 6º, da CRFB/88), quando os exames são 
cancelados por indícios de fraude. 
STF. Plenário. RE 662405, Rel. Luiz Fux, julgado em 29/06/2020 (Repercussão Geral – Tema 512) (Info 986 – 
clipping). 
 
Candidato só pode ser excluído de concurso público por não se enquadrar na cota para negros se houver 
contraditório e ampla defesa 
A exclusão do candidato, que concorre à vaga reservada em concurso público, pelo critério da 
heteroidentificação, seja pela constatação de fraude, seja pela aferição do fenótipo ou por qualquer outro 
fundamento, exige o franqueamento do contraditório e da ampla defesa. 
STJ. 2ª Turma. RMS 62.040-MG, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 17/12/2019 (Info 666). 
 
Restrição a candidatos com tatuagem 
Editais de concurso público não podem estabelecer restrição a pessoas com tatuagem, salvo situações 
excepcionais em razão de conteúdo que viole valores constitucionais. 
STF. Plenário. RE 898450/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 17/8/2016 (repercussão geral) (Info 835). 
 
Mandado de segurança não serve para questionar o parecer da comissão examinadora de 
heteroidentificação, que não aceitou a autodeclaração de cotista em concurso 
É inadequado o manejo de mandado de segurança com vistas à defesa do direito de candidato em concurso 
público a continuar concorrendo às vagas reservadas às pessoas pretas ou pardas, quando a comissão 
examinadora de heteroidentificação não confirma a sua autodeclaração. 
STJ. 1ª Turma. RMS 58.785-MS, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 23/08/2022 (Info 746). 
 
 
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Não é legítima a cláusula de edital de concurso público que restrinja a participação de candidato pelo 
simples fato de responder a inquérito ou a ação penal, salvo se essa restrição for instituída por lei e se 
mostrar constitucionalmente adequada 
Sem previsão constitucionalmente adequada e instituída por lei, não é legítima a cláusula de edital de 
concurso público que restrinja a participação de candidato pelo simples fato de responder a inquérito ou a 
ação penal. 
STF. Plenário. RE 560900/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 5 e 6/2/2020 (repercussão geral – 
Tema 22) (Info 965). 
 
A prerrogativa da escolha do momento para a nomeação de candidato, aprovado dentro das vagas 
ofertadas em concurso público, é da Administração Pública, durante o prazo de validade do certame 
Embora o candidato aprovado dentro das vagas ofertadas em concurso público tenha direito público 
subjetivo à nomeação, a prerrogativa da escolha do momento para a prática do ato é da Administração 
Pública, durante o prazo de validade do certame. 
STJ. 2ª Turma. RMS 68657-MG, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 27/9/2022 (Info Especial 8). 
 
A exigência de teste de aptidão física é legítima quando prevista em lei, guardar relação de pertinência 
com as atividades a serem desenvolvidas, estiver pautada em critérios objetivos e for passível de recurso 
Em concurso público, o teste de capacidade física somente pode ser exigido se: 
a) houver previsão na lei que criou o cargo (não pode ser previsto apenas no edital do certame); 
b) tiver relação (razoabilidade) com as funções do cargo; 
c) estiver pautado em critérios objetivos; 
d) for passível de recurso. 
STJ. 1ª Turma. AgInt nos EDcl no RMS 56.200/PE, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 07/08/2018. 
STJ. 2ª Turma. AgRg no RMS 39.181/BA, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 11/11/2014. 
STJ. 6ª Turma. RMS 26.927/RO, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 04/08/2011. 
 
Momento para comprovação do limite de idade 
O limite de idade, quando regularmente fixado em lei e no edital de determinado concurso público, há de 
ser comprovado no momento da inscrição no certame. 
STF. 1ª Turma. ARE 840.592/CE, Min. Roberto Barroso, julgado em 23/6/2015 (Info 791). 
 
Surdez unilateral NÃO é considerada deficiência para fins de concurso público. 
Cegueira unilateral É considerada deficiência para fins de concurso público. 
 
Pandemia, crise econômica e limite prudencial atingido para despesas com pessoal não são motivos 
suficientes para se deixar de nomear o candidato aprovado dentro do número de vagas do concurso público 
Para a recusa à nomeação de aprovados dentro do número de vagas em concurso público devem ficar 
comprovadas as situações excepcionais elencadas pelo Supremo Tribunal Federal no RE 598.099/MS, não 
sendo suficiente a alegação de estado das coisas - pandemia, crise econômica, limite prudencial atingido para 
despesas com pessoal -, tampouco o alerta da Corte de Contas acerca do chamado limite prudencial. 
A recusa à nomeação dos candidatos aprovados dentro do número de vagas deve ser a última das 
alternativas, somente sendo adotada quando realmente já não houver outra saída para a Administração 
Pública. 
STJ. 1ª Turma. RMS 66.316-SP, Rel. Min. Manoel Erhardt (Desembargador convocado do TRF da 5ª Região), 
julgado em 19/10/2021 (Info 715). 
 
O prazo para se questionar a preterição de nomeação de candidato em concurso público é de 5 anos, 
contado da data em que o outro servidor foi nomeado no lugar do aprovado 
 
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Nos casos de preterição de candidato na nomeação em concurso público, o termo inicial do prazo 
prescricional quinquenal recai na data em que foi nomeado outro servidor no lugar do aprovado no certame. 
STJ. 2ª Turma. AgInt no REsp 1.643.048-GO, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em 05/03/2020 (Info 668). 
 
Posse em cargo público por determinação judicial e dever de indenizar 
O candidato que teve postergada a assunção em cargo por conta de ato ilegal da Administração tem direito 
a receber a remuneração retroativa? 
Regra: NÃO. Não cabe indenização a servidor empossado por decisão judicial sob o argumento de que houve 
demora na nomeação. Dito de outro modo, a nomeação tardia a cargo público em decorrência de decisão 
judicial não gera direito à indenização. 
Exceção: será devida indenização se ficar demonstrado, no caso concreto, que o servidor não foi nomeado 
logo por conta de uma situação de arbitrariedade flagrante. 
Nas exatas palavras do STF: “Na hipótese de posse em cargo público determinada por decisão judicial, o 
servidor não faz jus à indenização, sob fundamento de que deveria ter sido investido em momento anterior, 
salvo situação de arbitrariedade flagrante.” 
STF. Plenário. RE 724347/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, julgado 
em 26/2/2015 (repercussão geral) (Info775). 
 
A nomeação tardia de candidatos aprovados em concurso público não gera direito à indenização, ainda que 
a demora tenha origem em erro reconhecido pela própria Administração Pública. 
STJ. 1ª Turma. REsp 1.238.344-MG, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 30/11/2017 (Info 617). 
 
A nomeação tardia a cargo público em decorrência de decisão judicial não gera direito à promoção 
retroativa 
A nomeação tardia de candidatos aprovados em concurso público, por meio de ato judicial, à qual atribuída 
eficácia retroativa, não gera direito às promoções ou progressões funcionais que alcançariam se houvesse 
ocorrido, a tempo e modo, a nomeação. 
STF. Plenário. RE 629392 RG/MT, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 8/6/2017 (repercussão geral) (Info 868). 
 
Teoria do fato consumado: inaplicabilidade em concurso público 
O candidato que toma posse em concurso público por força de decisão judicial precária assume o risco de 
posterior reforma desse julgado que, em razão do efeito “ex tunc”, inviabiliza a aplicação da teoria do fato 
consumado em tais hipóteses. 
A posse ou o exercício em cargo público por força de decisão judicial de caráter provisório não implica a 
manutenção, em definitivo, do candidato que não atende a exigência de prévia aprovação em concurso 
público (CF, art. 37, II), valor constitucional que prepondera sobre o interesse individual do candidato, que 
não pode invocar, na hipótese, o princípio da proteção da confiança legítima, pois conhece a precariedade 
da medida judicial. 
Em suma, não se aplica a teoria do fato consumado para candidatos que assumiram o cargo público por força 
de decisão judicial provisória posteriormente revista. 
STF. Plenário. RE 608482/RN, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 7/8/2014 (repercussão geral) (Info 753). 
STF. 1ª Turma. RMS 31538/DF, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio, julgado em 
17/11/2015 (Info 808). 
 
Não se pode cassar a aposentadoria do servidor que ingressou no serviço público por força de provimento 
judicial precário e se aposentou durante o processo, antes da decisão ser reformada 
Em regra, não produzem fato consumado a posse e o exercício em cargo público decorrentes de decisão 
judicial tomada à base de cognição não-exauriente. 
 
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Em outras palavras, não se aplica a teoria do fato consumado para candidatos que assumiram o cargo público 
por força de decisão judicial provisória posteriormente revista. Trata-se do entendimento firmado no RE 
608482/RN (Tema 476). 
A situação é diferente, contudo, se a pessoa, após permanecer vários anos no cargo, conseguiu a concessão 
de aposentadoria. Neste caso, em razão do elevado grau de estabilidade da situação jurídica, o princípio da 
proteção da confiança legítima incide com maior intensidade. Trata-se de uma excepcionalidade que autoriza 
a distinção (distinguish) quanto ao leading case do RE 608482/RN (Tema 476). 
STF. 1ª Turma. RE 740029 AgR/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 14/8/2018 (Info 911). 
 
Em casos excepcionais, em que a restauração da estrita legalidade ocasionaria mais danos sociais que a 
manutenção da situação consolidada pelo decurso do tempo, a jurisprudência do STJ é firme no sentido de 
admitir a aplicação da teoria do fato consumado 
Em regra, o STJ acompanha o entendimento do STF e decide que é inaplicável a teoria do fato consumado 
aos concursos públicos, não sendo possível o aproveitamento do tempo de serviço prestado pelo servidor 
que tomou posse por força de decisão judicial precária, para efeito de estabilidade. 
Contudo, em alguns casos, o STJ afirma que existem situações excepcionais nas quais a solução padronizada 
ocasionaria mais danos sociais do que a manutenção da situação consolidada, impondo-se o distinguishing, 
e possibilitando a contagem do tempo de serviço prestado por força de decisão liminar, em necessária 
flexibilização da regra. 
STJ. 1ª Turma. AREsp 883.574-MS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 20/02/2020 (Info 666). 
 
Inexistência de direito à remoção para acompanhamento de cônjuge que foi removido a pedido (art. 36 da 
Lei 8.112/90) 
O servidor público federal somente tem direito à remoção prevista no art. 36, parágrafo único, III, "a", da Lei 
nº 8.112/90, na hipótese em que o cônjuge/companheiro, também servidor, tenha sido deslocado de ofício, 
para atender ao interesse da Administração (nos moldes do inciso I do mesmo dispositivo legal). 
STJ. 1ª Seção. EREsp 1.247.360-RJ, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 22/11/2017 (Info 617). 
 
Não se aplica a teoria do fato consumado para remoção realizada fora das hipóteses legais 
A “teoria do fato consumado" não pode ser aplicada para consolidar remoção de servidor público destinada 
a acompanhamento de cônjuge, em hipótese que não se adequa à legalidade estrita, ainda que tal situação 
haja perdurado por vários anos em virtude de decisão liminar não confirmada por ocasião do julgamento de 
mérito. 
STJ. Corte Especial. EREsp 1.157.628-RJ, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 7/12/2016 (Info 598). 
 
Governador é parte ilegítima em MS contra ato de concurso estadual no qual o candidato quer pontuação 
O Governador do Estado é parte ilegítima para figurar como autoridade coatora em mandado de segurança 
no qual o impetrante busque a atribuição da pontuação referente a questão de concurso público realizado 
para o provimento de cargos do quadro de pessoal da respectiva unidade federativa. 
STJ.2ª Turma. AgRg no RMS 37.924-GO, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 9/4/2013 (Info 519). 
 
Termo inicial do mandado de segurança envolvendo concurso público 
O termo inicial do prazo decadencial para a impetração de mandado de segurança no qual se discuta regra 
editalícia que tenha fundamentado eliminação em concurso público é a data em que o candidato toma 
ciência do ato administrativo que determina sua exclusão do certame, e não a da publicação do edital do 
certame. 
STJ. Corte Especial. REsp 1.124.254-PI, Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em 1º/7/2014 (Info 545). 
 
Impossibilidade de ampliação de jornada de trabalho sem alteração da remuneração do servidor 
 
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O STF possui entendimento consolidado no sentido de que o servidor público não tem direito adquirido de 
manter o regime jurídico existente no momento em que ingressou no serviço público. No entanto, as 
mudanças no regime jurídico do servidor não podem reduzir a sua remuneração, considerando que o art. 37, 
XV, da CF/88 assegura o princípio da irredutibilidade dos vencimentos. 
No caso concreto, os servidores de determinado órgão público tinham jornada de trabalho de 20 horas 
semanais. Foi editada, então, uma Lei aumentando a jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem, 
contudo, majorar a remuneração paga. 
O STF entendeu que a lei que alterou a jornada de trabalho não poderia ser aplicada aos servidores que, 
antes de sua edição, já estivessem legitimamente subordinados à carga horária inferior. Isso porque, se 
fossem obrigados a trabalhar mais sem aumento da remuneração, haveria uma redução proporcional dos 
vencimentos recebidos. 
Assim, nas hipóteses em que houver aumento de carga horária dos servidores, essa só será válida se houver 
formal elevação proporcional da remuneração; caso contrário, a regra será inconstitucional, por violação da 
norma constitucional da irredutibilidade vencimental. 
STF. Plenário. ARE 660010/PR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 30/10/2014 (repercussão geral) (Info 762). 
STF. Plenário. MS 25875/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 9/10/2014 (Info 762). 
 
É possível que o servidor público cumpra seus deveres funcionais em dias alternativos por motivos 
religiosos, desde que cumpridos alguns requisitos 
Nos termos do art. 5º, VIII, da Constituição Federal, é possível à Administração Pública, inclusive durante o 
estágio probatório, estabelecer critérios alternativos para o regular exercício dos deveres funcionaisinerentes aos cargos públicos, em face de servidores que invocam escusa de consciência por motivos de 
crença religiosa, desde que presentes a razoabilidade da alteração, não se caracterize o desvirtuamento do 
exercício de suas funções e não acarrete ônus desproporcional à Administração Pública, que deverá decidir 
de maneira fundamentada. 
STF. Plenário. RE 611874/DF, rel. orig. Min. Dias Toffoli, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 19/11, 
25/11 e 26/11/2020 (Repercussão Geral – Tema 386) (Info 1000). 
 
É inconstitucional remunerar servidor público, mesmo que exerça jornada de trabalho reduzida, em 
patamar inferior a um salário mínimo 
É defeso (proibido) o pagamento de remuneração em valor inferior ao salário mínimo ao servidor público, 
ainda que labore em jornada reduzida de trabalho. 
STF. Plenário. RE 964659/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 5/8/2022 (Repercussão Geral – Tema 900) 
(Info 1062). 
 
Se o servidor público federal trabalha exposto à radiação, sua jornada semanal máxima será de 24 horas; 
todas as horas que ultrapassarem esse limite deverão ser pagas como horas extras 
Os servidores públicos federais expostos à radiação fazem jus à jornada de vinte e quatro horas semanais, 
sendo-lhes assegurado o pagamento de horas extras em relação a todo o período trabalhado além desse 
limite, sob pena de enriquecimento indevido da Administração. 
STJ. 1ª Turma. AgInt no AREsp 1565474-RJ, Rel. Min. Manoel Erhardt (Desembargador convocado do TRF da 
5ª Região), julgado em 29/11/2022 (Info Especial 8). 
 
É inconstitucional a previsão de pensão mensal vitalícia para dependentes de prefeitos e vice-prefeitos em 
razão do mero exercício do mandato eletivo 
Contraria a ordem constitucional vigente — por se tratar de benefício incompatível com a sua sistemática 
previdenciária e com os princípios republicano e da igualdade — o pagamento de pensão especial a ex-
detentor de cargo público e a seus dependentes. 
Tese fixada pelo STF: 
 
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São incompatíveis com a Constituição Federal de 1988 a concessão e, ainda, a continuidade do pagamento 
de pensões mensais vitalícias não decorrentes do RGPS a dependentes de prefeitos e vice-prefeitos, em razão 
do mero exercício do mandato eletivo. 
STF. Plenário. ADPF 783/ES, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 6/3/2023 (Info 1085). 
 
Não há qualquer obstáculo ao recebimento acumulado de dois benefícios de pensão por morte se eles 
decorrerem de cargos acumuláveis, expressamente previstos no art. 37, XVI, da CF/88 
Em se tratando de cargos constitucionalmente acumuláveis, descabe aplicar a vedação de acumulação de 
aposentadorias e pensões contida na parte final do art. 11 da Emenda Constitucional 20/1998, porquanto 
destinada apenas aos casos de que trata, ou seja, aos reingressos no serviço público por meio de concurso 
público antes da publicação da referida emenda e que envolvam cargos inacumuláveis. 
STF. Plenário. RE 658999/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 16/12/2022 (Repercussão Geral – Tema 627) 
(Info 1080). 
 
Não é compatível com a CF a norma que permita a convocação temporária de profissionais, sem vínculo 
com a administração pública, para funções de magistério na educação básica e superior do estado nos 
casos de vacância de cargo efetivo 
É inconstitucional norma estadual que, de maneira genérica e abrangente, permite a convocação temporária 
de profissionais da área da educação sem prévio vínculo com a Administração Pública para suprir vacância 
de cargo público efetivo. 
STF. Plenário. ADPF 915/MG, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 20/5/2022 (Info 1055). 
 
Não há prescrição de fundo de direito nas ações em que se busca a concessão do benefício de pensão por 
morte 
Não é possível inviabilizar o pedido de concessão do benefício previdenciário ou de seu restabelecimento em 
razão do transcurso de quaisquer lapsos temporais - seja decadencial ou prescricional. 
Diante da decisão do STF na ADI 6.096/DF, não é possível inviabilizar o próprio pedido de concessão do 
benefício (ou de restabelecimento), em razão do transcurso de quaisquer lapsos temporais - seja decadencial 
ou prescricional -, de modo que a prescrição se limita apenas às parcelas pretéritas vencidas no quinquênio 
que precedeu à propositura da ação, nos termos da Súmula 85/STJ. 
Assim, fica superado o entendimento firmado pelo STJ nos EDcl nos EREsp 1.269.726/MG, tendo em vista 
que o art. 102, § 2º, da CF/1988 confere efeito vinculante às decisões definitivas em sede de ADI em relação 
aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta nos âmbitos federal, 
estadual e municipal. 
STJ. 1ª Turma. AgInt no REsp 1805428-PB, Rel. Min. Manoel Erhardt (Desembargador convocado do TRF5), 
julgado em 17/05/2022 (Info 737). 
 
A equiparação de carreira de nível médio a outra de nível superior constitui ascensão funcional, vedada 
pelo art. 37, II, da CF/88 
A equiparação de carreira de nível médio a outra de nível superior constitui ascensão funcional, vedada pelo 
art. 37, II, da CF/88. 
STF. Plenário. ADI 3199, Rel. Roberto Barroso, julgado em 20/04/2020 (Info 977). 
 
Os Correios têm o dever jurídico de motivar, em ato formal, a demissão de seus empregados 
A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) tem o dever jurídico de motivar, em ato formal, a 
demissão de seus empregados. 
STF. Plenário. RE 589998 ED/PI, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 10/10/2018 (repercussão geral) (Info 
919). 
 
 
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A progressão funcional não está elencada no rol de proibições do art. 22, parágrafo único, da LRF (limite 
prudencial) 
É ilegal o ato de não concessão de progressão funcional de servidor público, quando atendidos todos os 
requisitos legais, a despeito de superados os limites orçamentários previstos na Lei de Responsabilidade 
Fiscal, referentes a gastos com pessoal de ente público, tendo em vista que a progressão é direito subjetivo 
do servidor público, decorrente de determinação legal, estando compreendida na exceção prevista no inciso 
I do parágrafo único do art. 22 da Lei Complementar n. 101/2000. 
STJ. 1ª Seção. REsp 1.878.849-TO, Rel. Min. Manoel Erhardt (Desembargador Convocado do TRF da 5ª região), 
julgado em 24/02/2022 (Recurso Repetitivo – Tema 1075) (Info 726). 
 
Vedação de vinculação de vencimentos e SV 42 
Súmula vinculante 42-STF: É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores 
estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária. 
Aprovada pelo Plenário do STF em 12/03/2015. 
 
Inconstitucionalidade de subsídio vitalício a ex-governador 
Algumas Constituições estaduais preveem que a pessoa que tiver exercido o cargo de Governador do Estado 
fará jus, após deixar o mandato, a um subsídio mensal e vitalício. Alguns chamam isso de representação, 
outros de pensão vitalícia e outros de pensão civil. A previsão desse pagamento é compatível com a CF/88? 
NÃO. Essa regra fere o princípio da isonomia. Não há uma justificativa razoável para que seja prevista 
genericamente a concessão da “pensão” para ex-governadores, configurando um tratamento privilegiado 
sem haver fundamento legítimo. 
STF. Plenário. ADI 4552 MC/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 9/4/2015 (Info 780). 
 
É inconstitucional o pagamento de subsídio mensal e vitalício a ex-Vereadores, assim, como o pagamento 
de pensão por morte aos dependentes dos ex-ocupantes deste cargo 
Algumas leis municipais preveem que a pessoa que tiver exercido o cargo de Vereador fará jus, após deixar 
o mandato, a um subsídio mensal e vitalício. Alguns chamam isso de representação, outros de pensão vitalícia 
e outros de pensão civil. A previsão desse pagamento é compatível com a CF/88? 
NÃO. O STF fixou a seguinte tese a respeito do tema: Lei municipal a versar a percepção, mensal e vitalícia, 
de “subsídio” por ex-vereador e a consequente pensão em caso de morte não é harmônica com a 
Constituição Federal de 1988.STF. Plenário. RE 638307/MS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 19/12/2019 (Tema 672 – repercussão 
geral) (Info 964). 
 
Administração Pública deve descontar os dias não trabalhados por servidor público em greve 
A administração pública deve proceder ao desconto dos dias de paralisação decorrentes do exercício do 
direito de greve pelos servidores públicos, em virtude da suspensão do vínculo funcional que dela decorre. É 
permitida a compensação em caso de acordo. O desconto será, contudo, incabível se ficar demonstrado que 
a greve foi provocada por conduta ilícita do Poder Público. 
STF. Plenário. RE 693456/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 27/10/2016 (repercussão geral) (Info 845). 
 
O desconto dos dias parados pode ser feito de forma parcelada 
Não se mostra razoável a possibilidade de desconto em parcela única sobre a remuneração do servidor 
público dos dias parados e não compensados provenientes do exercício do direito de greve. 
STJ. 2ª Turma. RMS 49.339-SP, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 6/10/2016 (Info 592). 
 
Policiais são proibidos de fazer greve 
O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a todos os 
servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública. 
 
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É obrigatória a participação do Poder Público em mediação instaurada pelos órgãos classistas das carreiras 
de segurança pública, nos termos do art. 165 do CPC, para vocalização dos interesses da categoria. 
STF. Plenário. ARE 654432/GO, Rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado 
em 5/4/2017 (repercussão geral) (Info 860). 
 
Compete à Justiça Comum (estadual ou federal) decidir se a greve realizada por servidor público é ou não 
abusiva 
A justiça comum, federal ou estadual, é competente para julgar a abusividade de greve de servidores públicos 
celetistas da Administração pública direta, autarquias e fundações públicas. 
STF. Plenário. RE 846854/SP, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 
1º/8/2017 (repercussão geral) (Info 871). 
 
Cabe à Justiça Comum (estadual ou federal) julgar ações contra concurso público realizado por órgãos e 
entidades da Administração Pública para contratação de empregados celetistas 
Compete à Justiça Comum processar e julgar controvérsias relacionadas à fase pré-contratual de seleção e 
de admissão de pessoal e eventual nulidade do certame em face da Administração Pública, direta e indireta, 
nas hipóteses em que adotado o regime celetista de contratação de pessoas, salvo quando a sentença de 
mérito tiver sido proferida antes de 6 de junho de 2018, situação em que, até o trânsito em julgado e a sua 
execução, a competência continuará a ser da Justiça do Trabalho. 
STF. Plenário. RE 960429 ED-segundos, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 15/12/2020 (Repercussão Geral 
– Tema 992). 
 
Revisão anual de vencimentos não é obrigatória, mas chefe do Executivo deve justificar 
O não encaminhamento de projeto de lei de revisão anual dos vencimentos dos servidores públicos, previsto 
no inciso X do art. 37 da CF/88, não gera direito subjetivo a indenização. Deve o Poder Executivo, no entanto, 
se pronunciar, de forma fundamentada, acerca das razões pelas quais não propôs a revisão. 
STF. Plenário. RE 565089 /SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 
25/9/2019 (repercussão geral – Tema 19) (Info 953). 
 
Judiciário não pode obrigar que o chefe do Poder Executivo encaminhe o projeto de lei para revisão geral 
anual dos servidores 
O Poder Judiciário não possui competência para determinar ao Poder Executivo a apresentação de projeto 
de lei que vise a promover a revisão geral anual da remuneração dos servidores públicos, tampouco para 
fixar o respectivo índice de correção. 
STF. Plenário. RE 843112, Rel. Luiz Fux, julgado em 22/09/2020 (Repercussão Geral – Tema 624) (Info 998). 
 
Pessoa jurídica de direito público tem direito à indenização por danos morais relacionados à violação da 
honra ou da imagem, quando a credibilidade institucional for fortemente agredida e o dano reflexo sobre 
os demais jurisdicionados em geral for evidente 
Suponha, contudo, que uma autarquia foi vítima de grande esquema criminoso que desviou vultosa quantia 
e gerou grande repercussão na imprensa, acarretando descrédito em sua credibilidade institucional. Neste 
caso, os particulares envolvidos poderiam ser condenados a pagar indenização por danos morais à autarquia? 
SIM. Pessoa jurídica de direito público tem direito à indenização por danos morais relacionados à violação da 
honra ou da imagem, quando a credibilidade institucional for fortemente agredida e o dano reflexo sobre os 
demais jurisdicionados em geral for evidente. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.722.423-RJ, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 24/11/2020 (Info 684). 
 
A concessão de aposentadoria ao empregado público, com utilização do tempo de contribuição, acarreta 
obrigatoriamente o rompimento do vínculo trabalhista? 
 
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A justiça comum é competente para processar e julgar ação em que se discute a reintegração de empregados 
públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea. 
A concessão de aposentadoria, com utilização do tempo de contribuição, leva ao rompimento do vínculo 
trabalhista nos termos do art. 37, § 14, da CF. Entretanto, é possível a manutenção do vínculo trabalhista, 
com a acumulação dos proventos com o salário, se a aposentadoria se deu pelo RGPS antes da promulgação 
da EC 103/2019. 
Tese fixada pelo STF: 
A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o 
que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. 
A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos 
do art. 37, § 14, da Constituição Federal, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de 
Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional 103/19, nos termos do que 
dispõe seu art. 6º. 
STF. Plenário. RE 655283/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Dias Toffoli, julgado em 
16/6/2021 (Repercussão Geral – Tema 606) (Info 1022). 
 
A instituição do teto teve eficácia imediata e todas as remunerações tiveram que se submeter a ele 
O teto de retribuição fixado pela EC nº 41/2003 é de eficácia imediata e todas as verbas de natureza 
remuneratória recebidas pelos servidores públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios devem se submeter a ele, ainda que adquiridas de acordo com regime legal anterior. 
A aplicação imediata da EC nº 41/2003 e a redução das remunerações acima do teto não afrontou o princípio 
da irredutibilidade nem violou a garantia do direito adquirido. 
Em outras palavras, com a EC nº 41/2003, quem recebia acima do teto fixado, teve a sua remuneração 
reduzida para respeitar o teto. Essa redução foi legítima. 
STF. Plenário. RE 609381/GO, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 2/10/2014 (Info 761). 
 
Vantagens pessoais também devem estar dentro do teto, mesmo que anteriores à EC 41/2003 
Alguns servidores continuavam tentando excluir do teto as vantagens pessoais que haviam adquirido antes 
da EC 41/2003 (que implementou, na prática, o teto no funcionalismo). Argumentavam que a garantia da 
irredutibilidade de vencimentos, modalidade qualificada de direito adquirido, impediria que as vantagens 
percebidas antes da vigência da EC 41/2003 fossem por ela alcançadas. O STF acolheu esse argumento? As 
vantagens pessoais anteriores à EC 41/2003 estão fora do teto? 
NÃO. Computam-se para efeito de observância do teto remuneratório do artigo 37, XI, da Constituição da 
República, também os valores percebidos anteriormente à vigência da EC 41/2003 a título de vantagens 
pessoais pelo servidor público, dispensada a restituição de valores eventualmente recebidos emexcesso e 
de boa-fé até o dia 18/11/2015. 
STF. Plenário. RE 606358/SP, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 18/11/2015 (repercussão geral) (Info 808). 
 
Se o servidor público recebe remuneração (ou aposentadoria) mais pensão, a soma dos dois valores não 
pode ultrapassar o teto 
Ocorrida a morte do instituidor da pensão em momento posterior ao da Emenda Constitucional 19/1998, o 
teto constitucional previsto no inciso XI do art. 37 da Constituição Federal incide sobre o somatório de 
remuneração ou provento e pensão percebida por servidor. 
STF. Plenário. RE 602584/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 6/8/2020 (Repercussão Geral – Tema 359) 
(Info 985). 
 
Teto remuneratório de Procuradores Municipais é o subsídio de Desembargador de TJ 
A expressão "Procuradores", contida na parte final do inciso XI do art. 37 da Constituição da República, 
compreende os procuradores municipais, uma vez que estes se inserem nas funções essenciais à Justiça, 
estando, portanto, submetidos ao teto de 90,25% (noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento) do 
subsídio mensal, em espécie, dos ministros do STF. 
 
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STF. Plenário. RE 663696/MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 28/2/2019 (Info 932). 
 
Contratação sem concurso público e ausência de efeitos trabalhistas 
É nula a contratação de pessoal pela Administração Pública sem a observância de prévia aprovação em 
concurso público, razão pela qual não gera quaisquer efeitos jurídicos válidos em relação ao empregado 
eventualmente contratado, ressalvados: 
• o direito de ele receber os salários referentes ao período trabalhado; e 
• o direito de ele levantar os depósitos do FGTS (art. 19-A da Lei 8.036/90). 
STF. Plenário. RE 705140/RS, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 28/8/2014 (repercussão geral) (Info 756). 
 
Constitucionalidade do art. 19-A da Lei 8.036/90 
É nula a contratação de pessoal pela Administração Pública sem a observância de prévia aprovação em 
concurso público, razão pela qual não gera quaisquer efeitos jurídicos válidos em relação aos empregados 
eventualmente contratados, ressalvados os direitos à percepção dos salários referentes ao período 
trabalhado e, nos termos do art. 19-A da Lei 8.036/90, ao levantamento dos depósitos efetuados no Fundo 
de Garantia do Tempo de Serviço — FGTS. 
Neste julgado, o STF declarou que o art. 19-A da Lei 8.036/90 é CONSTITUCIONAL. 
STF. Plenário. ADI 3127/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 26/3/2015 (Info 779). 
 
Se a pessoa acumular licitamente dois cargos públicos ela poderá receber acima do teto 
Nos casos autorizados constitucionalmente de acumulação de cargos, empregos e funções, a incidência do 
art. 37, XI, da Constituição Federal pressupõe consideração de cada um dos vínculos formalizados, afastada 
a observância do teto remuneratório quanto ao somatório dos ganhos do agente público. 
Ex: se determinado Ministro do STF for também professor da UnB, ele irá receber seu subsídio integral como 
Ministro e mais a remuneração decorrente do magistério. Nesse caso, o teto seria considerado 
especificamente para cada cargo, sendo permitido que ele receba acima do limite previsto no art. 37, XI da 
CF se considerarmos seus ganhos globais. 
STF. Plenário. RE 612975/MT e RE 602043/MT, Rel. Min. Marco Aurélio, julgados em 26 e 27/4/2017 
(repercussão geral) (Info 862). 
 
Inaplicabilidade da recondução do art. 29, I, da Lei 8.112/90 por analogia 
Se a legislação estadual não prevê a recondução, é possível aplicar a Lei 8.112/90 por analogia? 
NÃO. Não é possível a aplicação, por analogia, do instituto da recondução previsto no art. 29, I, da Lei 
8.112/1990 a servidor público estadual na hipótese em que o ordenamento jurídico do estado for omisso 
acerca desse direito. 
Segundo a jurisprudência do STJ, somente é possível aplicar, por analogia, a Lei 8.112/90, aos servidores públicos 
estaduais e municipais se houver omissão, na legislação estadual ou municipal, sobre direito de cunho 
constitucional e que seja autoaplicável e desde que tal situação não gere o aumento de gastos. Ex: aplicação, por 
analogia, das regras da Lei 8.112/90 sobre licença para acompanhamento de cônjuge a determinado servidor 
estadual cuja legislação não prevê esse afastamento (RMS 34.630⁄AC, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda 
Turma, julgado em 18/10/2011). Nesse exemplo, o STJ reconheceu que a analogia se justificava para proteção da 
unidade família, valor protegido constitucionalmente (art. 226 da CF/88). 
No caso da recondução, contudo, não é possível a analogia porque esse direito não tem cunho constitucional. 
STJ. 2ª Turma. RMS 46.438-MG, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 16/12/2014 (Info 553). 
 
O Tribunal de Contas tem o prazo de 5 anos para julgar a legalidade do ato de concessão inicial de 
aposentadoria, reforma ou pensão, prazo esse contado da chegada do processo à Corte de Contas 
Em atenção aos princípios da segurança jurídica e da confiança legítima, os Tribunais de Contas estão sujeitos 
ao prazo de cinco anos para o julgamento da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma 
ou pensão, a contar da chegada do processo à respectiva Corte de Contas. 
 
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STF. Plenário. RE 636553/RS, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 19/2/2020 (repercussão geral – Tema 445) 
(Info 967). 
 
Na falta de lei específica que regulamente a aposentadoria especial dos servidores públicos portadores de 
deficiência (art. 40, § 4º, I, da CF/88), deve ser aplicada a LC 142/2013, que trata sobre a aposentadoria 
especial de pessoas com deficiência no RGPS 
O art. 40, § 4º, I, da CF/88 prevê que o servidor público com deficiência possui direito à aposentadoria com 
requisitos e critérios diferenciados (aposentadoria especial). Ocorre que o dispositivo constitucional exige 
que uma lei complementar regulamente essa aposentadoria, sendo, portanto, uma norma constitucional de 
eficácia limitada. 
Até o presente momento, não foi editada essa lei complementar, havendo, portanto, uma omissão 
inconstitucional. 
Diante disso, a LC nº 142/2013, que regulamentou a aposentadoria especial de pessoas com deficiência no 
Regime Geral de Previdência Social, deve ser aplicada aos pedidos de aposentadoria de servidores públicos 
com deficiência, por se tratar de diploma mais adequado para suprir a omissão na regulamentação do art. 
40, § 4º, I, da CF/1988. 
Assim, o servidor público com deficiência possui o direito de ver analisado o requerimento de aposentadoria 
especial apresentado com base no art. 40, § 4º, I, da CF/88 utilizando-se das normas da LC 142/2013. 
STF. 1ª Turma. MI 6818/DF e MI 6988/RR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgados em 13/8/2019 (Info 947). 
 
Aposentadoria compulsória não se aplica a cargos comissionados 
Os servidores ocupantes de cargo exclusivamente em comissão não se submetem à regra da aposentadoria 
compulsória prevista no art. 40, § 1º, II, da CF, a qual atinge apenas os ocupantes de cargo de provimento 
efetivo, inexistindo, também, qualquer idade limite para fins de nomeação a cargo em comissão. 
Ressalvados impedimentos de ordem infraconstitucional, não há óbice constitucional a que o servidor 
efetivo, aposentado compulsoriamente, permaneça no cargo comissionado que já desempenhava ou a que 
seja nomeado para cargo de livre nomeação e exoneração, uma vez que não se trata de continuidade ou 
criação de vínculo efetivo com a Administração. 
STF. Plenário. RE 786540/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 15/12/2016 (repercussão geral) (Info 851). 
 
Regime próprio de previdência social e contribuição previdenciária de inativos 
O Estado-membro pode tratar sobre o regime próprio de previdência social de seus servidores por meio de 
lei, não sendo necessário que tal regulamentação seja feita na Constituição estadual. 
As normas estaduais, contudo, deverão observar as regras da CF/88, em especial aquelas previstas no art. 40. 
Determinada lei estadual previu que os servidorespúblicos aposentados e pensionistas que fossem 
portadores de doenças incapacitantes não iriam pagar contribuição previdenciária (seriam isentos). O STF 
afirmou que essa regra estadual está em confronto com o § 21 do art. 40 da CF/88, considerando que a Carta 
Federal previu que os servidores públicos aposentados e pensionistas que sejam portadores de doenças 
incapacitantes devem pagar contribuição previdenciária se o valor dos proventos por eles recebidos superar 
o dobro do teto do RGPS (dobro do maior valor de aposentadoria do INSS). 
Assim, a norma da lei estadual deve receber interpretação conforme para que respeite essa previsão do art. 
40, § 21 da CF/88. 
STF. Plenário. ADI 3477/RN, red. p/ o acórdão Min. Luiz Fux, julgado em 4/3/2015 (Info 776). 
 
Lei que institua hipóteses abrangentes e genéricas é inconstitucional 
O STF decidiu que a lei do ente federativo regulamentando o art. 37, IX, da CF/88 não poderá prever hipóteses 
abrangentes e genéricas de contratações temporárias sem concurso público. 
Além disso, essa lei deverá especificar a contingência fática que caracteriza a situação de emergência. 
A Lei questionada no STF era do Município de Bertópolis/MG e dizia que seria possível a contratação 
temporária para “suprir necessidades de pessoal na área do magistério”. 
 
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Os Ministros entenderam que a lei municipal permitia, de forma genérica e abrangente, a contratação 
temporária de profissionais para a realização de atividade essencial e permanente (magistério), sem 
descrever as situações excepcionais e transitórias que fundamentam esse ato, como calamidades e 
exonerações em massa, por exemplo. 
STF. Plenário. RE 658026/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 9/4/2014 (Info 742). 
 
Competência para julgar demandas propostas por servidores temporários contra a Administração 
A justiça comum é competente para processar e julgar causas em que se discuta a validade de vínculo 
jurídico-administrativo entre o poder público e servidores temporários. 
Dito de outra forma: a Justiça competente para julgar litígios envolvendo servidores temporários (art. 37, IX, 
da CF/88) e a Administração Pública é a JUSTIÇA COMUM (estadual ou federal). 
A competência NÃO é da Justiça do Trabalho, ainda que o autor da ação alegue que houve desvirtuamento 
do vínculo e mesmo que ele formule os seus pedidos baseados na CLT ou na lei do FGTS. 
STF. Plenário. Rcl 4351 MC-AgR/PE, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Dias Toffoli, julgado 
em 11/11/2015 (Info 807). 
 
RESTITUIÇÃO DE VALORES RECEBIDOS 
SITUAÇÃO TERÁ QUE DEVOLVER? 
1) Servidor recebe por decisão ADMINISTRATIVA depois revogada por se 
constatar que houve errônea ou inadequada interpretação da lei por parte 
da Administração Pública. 
NÃO 
STJ REsp 1244182-PB, Tema 
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2) Servidor que recebe indevidamente valores em decorrência de erro 
administrativo da Administração (erro operacional ou de cálculo), que não 
se enquadre como interpretação errônea ou equivocada da lei pela 
Administração. 
SIM, 
salvo se comprovar a sua 
boa-fé objetiva 
STJ REsp 1.769.306/AL, Tema 
1009 
3) Servidor recebe por decisão JUDICIAL não definitiva depois reformada. SIM 
(posição do STJ) 
STJ EAREsp 58820-AL 
4) Servidor recebe por decisão JUDICIAL não definitiva depois reformada 
(obs: a reforma da liminar foi decorrência de mudança na jurisprudência). 
NÃO 
(posição do STF) 
4) Servidor recebe por sentença TRANSITADA EM JULGADO e que 
posteriormente é rescindida. 
NÃO 
STJ AgRg no AREsp 
463.279/RJ 
5) Herdeiro que recebe indevidamente proventos do servidor aposentado 
depois que ele morreu. 
SIM 
STJ AgRg no REsp 1387971-
DF 
 
O pagamento indevido feito ao servidor público e que decorreu de erro administrativo está sujeito à 
devolução, salvo se o servidor, no caso concreto, comprovar a sua boa-fé objetiva 
Os pagamentos indevidos aos servidores públicos decorrentes de erro administrativo (operacional ou de 
cálculo), não embasado em interpretação errônea ou equivocada da lei pela Administração, estão sujeitos à 
devolução, ressalvadas as hipóteses em que o servidor, diante do caso concreto, comprova sua boa-fé 
objetiva, sobretudo com demonstração de que não lhe era possível constatar o pagamento indevido. 
STJ. 1ª Seção. REsp 1.769.306/AL, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 10/03/2021 (Recurso Repetitivo 
– Tema 1009) (Info 688). 
 
Não cabe ao Poder Judiciário, sob o fundamento de isonomia, conceder retribuição por substituição a 
advogados públicos federais em hipóteses não previstas em lei 
Por inexistir norma constitucional que imponha o deferimento de retribuição financeira por substituição a 
advogados públicos federais que não exercem funções expressamente especificadas em lei, a concessão, ou 
 
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não, de benefício dessa natureza configura juízo de discricionariedade do legislador ordinário, o que impede 
o Poder Judiciário de fazê-lo. 
Tese fixada pelo STF: Não cabe ao Poder Judiciário, sob o fundamento de isonomia, conceder retribuição por 
substituição a advogados públicos federais em hipóteses não previstas em lei. 
STF. Plenário. ADI 5519/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 17/02/2023 (Info 1083). 
 
Se o servidor possui 45 dias de férias por ano, o pagamento do terço constitucional de férias deverá incidir 
sobre 45, e não apenas sobre 30 dias 
O art. 7º, XVII, da CF/88 assegura ao trabalhador o gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um 
terço a mais do que o salário normal, sem limitar o tempo da sua duração, razão pela qual esse adicional 
deve incidir sobre todo o tempo de descanso previsto em lei. 
Tese fixada pelo STF: 
“O adicional de 1/3 (um terço) previsto no art. 7º, XVII, da Constituição Federal incide sobre a remuneração 
relativa a todo período de férias.”. 
STF. Plenário. RE 1400787/CE, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 15/12/2022 (Repercussão Geral – Tema 
1.241) (Info 1080). 
 
Lei estadual não pode instituir regime previdenciário específico para os agentes públicos não titulares de 
cargos efetivos 
Viola o art. 40, caput e § 13, da Constituição Federal, a instituição, por meio de lei estadual, de um regime 
previdenciário específico para os agentes públicos não titulares de cargos efetivos. 
O regime próprio de previdência social aplica-se aos servidores titulares de cargos efetivos (art. 40, caput, 
CF/88). 
Aos agentes públicos não titulares de cargos efetivos, por sua vez, aplica-se o regime geral de previdência 
social (art. 40, §13, CF/88). 
STF. Plenário. ADI 7198/PA, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 28/10/2022 (Info 1074). 
 
É inconstitucional a previsão de pensão vitalícia para viúvas de ex-prefeitos 
É inconstitucional, por violação aos princípios republicano, democrático, da moralidade, da impessoalidade 
e da igualdade, lei municipal que concede pensão especial mensal e vitalícia a viúvas de ex-prefeitos. 
STF. Plenário. ADPF 975/CE, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 7/10/2022 (Info 1071). 
 
Servidor público federal pode tirar mais de um período de férias no mesmo ano 
É possível ao servidor que já usufruiu o primeiro período de férias, após cumprida a exigência de 12 (doze) 
meses de exercício, usufruir as férias seguintes no mesmo ano civil, dentro do período aquisitivo ainda em 
curso, nos termos do § 1° do art. 77 da Lei nº 8.112/90. 
STJ. 1ª Seção. REsp 1907153-CE, Rel. Min. Manoel Erhardt (Desembargador convocado do TRF da 5ª Região), 
julgado em 26/10/2022 (Recurso Repetitivo – Tema 1135) (Info 755). 
 
Servidor admitido sem concurso antes da promulgação da CF, ainda que beneficiado pela estabilidade 
excepcional do art. 19 do ADCT, não pode ser reenquadrado em novo Plano de Cargos, Carreiras e 
Remuneração previsto para servidores efetivos 
É vedado o reenquadramento, em novo Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração, de servidor admitido sem 
concurso público antes da promulgação da Constituição Federal de 1988, mesmo quebeneficiado pela 
estabilidade excepcional do artigo 19 do ADCT, haja vista que esta regra transitória não prevê o direito à 
efetividade, nos termos do artigo 37, II, da Constituição Federal e decisão proferida na ADI 3609. 
STF. Plenário. ARE 1306505/AC, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 28/3/2022 (Repercussão Geral – 
Tema 1157) (Info 1048). 
 
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 
 
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Mesmo que o juiz reconheça a prescrição das penas pela prática do ato de improbidade, a ação poderá 
continuar para analisar o pedido de ressarcimento ao erário, não sendo necessária uma ação autônoma 
apenas para discutir isso 
Na ação civil pública por ato de improbidade administrativa é possível o prosseguimento da demanda para 
pleitear o ressarcimento do dano ao erário, ainda que sejam declaradas prescritas as demais sanções 
previstas no art. 12 da Lei nº 8.429/92. 
STJ. 1ª Seção. REsp 1899455-AC, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em 22/09/2021 (Recurso Repetitivo 
– Tema 1089) (Info 710). 
 
Qual é o elemento subjetivo exigido para os atos de improbidade administrativa? 
O dolo. 
A Lei nº 14.230/2021 inseriu o § 1º ao art. 1º da Lei nº 8.429/92 – LIA trazendo uma definição de ato de 
improbidade administrativa. 
Um ponto de destaque é o fato de que o legislador deixa expressamente consignado que só existe ato de 
improbidade em caso de conduta dolosa: 
Art. 1º (...) 
§ 1º Consideram-se atos de improbidade administrativa as condutas dolosas tipificadas nos arts. 9º, 10 e 11 
desta Lei, ressalvados tipos previstos em leis especiais. 
Essa foi uma grande novidade imposta pela Lei nº 14.230/2021: 
• Antes da Lei nº 14.230/2021: os atos de improbidade administrativa previstos nos arts. 9º, 10-A e 11 
exigiam dolo. Havia, contudo, uma hipótese de improbidade que poderia ser praticada com culpa: o art. 10. 
• Depois da Lei nº 14.230/2021: todos os atos de improbidade administrativa exigem dolo. Não existe mais 
a possibilidade de ser praticado ato administrativo com culpa. 
 
Art. 1º (...) 
§ 2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente de alcançar o resultado ilícito tipificado nos arts. 9º, 10 e 
11 desta Lei, não bastando a voluntariedade do agente. (Incluído pela Lei nº 14.230/2021) 
 
Competência para julgar ação de improbidade proposta por Município contra ex-prefeito que não prestou 
contas de convênio federal 
Nas ações de ressarcimento ao erário e improbidade administrativa ajuizadas em face de eventuais 
irregularidades praticadas na utilização ou prestação de contas de valores decorrentes de convênio federal, 
o simples fato de as verbas estarem sujeitas à prestação de contas perante o Tribunal de Contas da União, 
por si só, não justifica a competência da Justiça Federal. 
Igualmente, a mera transferência e incorporação ao patrimônio municipal de verba desviada, no âmbito civil, 
não pode impor de maneira absoluta a competência da Justiça Estadual. Se houver manifestação de interesse 
jurídico por ente federal que justifique a presença no processo, (v.g. União ou Ministério Público Federal) 
regularmente reconhecido pelo Juízo Federal nos termos da Súmula 150/STJ, a competência para processar 
e julgar a ação de improbidade administrativa será da Justiça Federal. 
As Súmulas 208 e 209 do STJ provêm da 3ª Seção do STJ e versam hipóteses de fixação da competência em 
matéria penal, em que basta o interesse da União ou de suas autarquias para deslocar a competência para a 
Justiça Federal, nos termos do inciso IV do art. 109 da CF. Logo, não podem ser utilizadas como critério para 
as demandas cíveis. 
Diante disso, é possível afirmar que a competência cível da Justiça Federal deve ser definida em razão da 
presença das pessoas jurídicas de direito público previstas no art. 109, I, da CF/88 na relação processual, seja 
como autora, ré, assistente ou oponente e não em razão da natureza da verba federal sujeita à fiscalização 
do TCU. 
Assim, em regra, compete à Justiça Estadual processar e julgar agente público acusado de desvio de verba 
recebida em razão de convênio firmado com o ente federal, salvo se houver a presença das pessoas jurídicas 
de direito público previstas no art. 109, I, da CF/88 na relação processual. 
STJ. 1ª Seção. CC 174.764-MA, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 09/02/2022 (Info 724). 
 
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Aplica-se às ações de improbidade administrativa o reexame necessário previsto no art. 19 da lei da ação 
popular? 
• Antes da Lei nº 14.230/2021: SIM 
O STJ entendia que devia se realizar o reexame necessário nas ações de improbidade administrativa 
julgadas improcedentes ou extintas em razão da carência da ação: 
A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência de ação de improbidade administrativa está 
sujeita ao reexame necessário, com base na aplicação subsidiária do CPC e por aplicação analógica da 
primeira parte do art. 19 da Lei nº 4.717/65. 
STJ. 1ª Seção. EREsp 1.220.667-MG, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 24/5/2017 (Info 607). 
 
• Depois da Lei nº 14.230/2021: NÃO 
O art. 17, § 19, IV; e o art. 17-C, § 3º, da LIA, inseridos pela Lei nº 14.230/2021, vedam o reexame obrigatório 
da sentença de improcedência ou de extinção sem resolução de mérito das ações de improbidade 
administrativa: 
Art. 17 (...) 
§ 19. Não se aplicam na ação de improbidade administrativa: 
(...) 
IV - o reexame obrigatório da sentença de improcedência ou de extinção sem resolução de mérito. 
Art. 17 (...) 
§ 3º Não haverá remessa necessária nas sentenças de que trata esta Lei. 
 
Logo, está superado o entendimento jurisprudencial acima mencionado. 
Quais são os pressupostos para se decretar a indisponibilidade de bens do réu? 
Antes da Lei nº 14.230/2021 Depois da Lei nº 14.230/2021 
Somente o fumus boni iuris (indícios de que o réu 
praticou o ato de improbidade). 
 
Para o STJ, bastava que o MP demonstrasse o fumus 
boni iuris. 
 
O periculum in mora era considerado presumido 
(implícito). 
Assim, a decretação de indisponibilidade de bens 
dispensava a demonstração do periculum in mora, 
bastando a demonstração do fumus boni juris, que 
consiste em indícios de atos ímprobos. 
STJ. 2ª Turma. AREsp 1812026/RJ, Rel. Min. Herman 
Benjamin, julgado em 08/06/2021. 
Passou a ser indispensável a demonstração, no 
caso concreto, do: 
a) fumus boni iuris (juiz deve estar convencido da 
probabilidade da ocorrência dos atos descritos na 
petição inicial com fundamento nos respectivos 
elementos de instrução); 
b) periculum in mora (deve estar demonstrado, no 
caso concreto, o perigo de dano irreparável ou de 
risco ao resultado útil do processo. 
 
Veja o novo § 3º que foi incluído: 
Art. 16 (...) § 3º O pedido de indisponibilidade de 
bens a que se refere o caput deste artigo apenas 
será deferido mediante a demonstração no caso 
concreto de perigo de dano irreparável ou de risco 
ao resultado útil do processo, desde que o juiz se 
convença da probabilidade da ocorrência dos atos 
descritos na petição inicial com fundamento nos 
respectivos elementos de instrução, após a oitiva 
do réu em 5 (cinco) dias. 
Jurisprudência em Teses (Ed. 38) 
12) É possível a decretação da indisponibilidade de 
bens do promovido em ação civil pública por ato de 
improbidade administrativa, quando ausente (ou não 
demonstrada) a prática de atos (ou a sua tentativa) 
Essa tese está superada. 
A Lei agora exige expressamente a “demonstração 
no caso concreto de perigo de dano irreparável ou 
de risco ao resultado útil do processo”. 
 
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que induzam a conclusão de risco de alienação, 
oneração ou dilapidação patrimonial de bens do 
acionado, dificultando ou impossibilitando o eventual 
ressarcimento futuro. 
Assim, o MP deve demonstrar que o réu está se 
desfazendo do seu patrimônio e, por essa razão, 
seria necessária a decretação da indisponibilidade. 
 
 
A indisponibilidade deve garantir apenas o integral ressarcimento do prejuízo ao erário outambém 
eventual multa civil? Ex: o prejuízo ao erário foi de R$ 300 mil; ocorre que o MP afirma que o réu pode ser 
condenado a pagar mais R$ 300 mil de multa civil; logo, o MP pede que sejam tornados indisponíveis bens 
do réu equivalentes a R$ 600 mil. Isso é possível? 
• Antes da Lei nº 14.230/2021: SIM 
A indisponibilidade era decretada para assegurar o ressarcimento dos valores ao Erário e também para 
custear o pagamento da multa civil: 
É possível a inclusão do valor de eventual multa civil na medida de indisponibilidade de bens decretada em 
ação de improbidade administrativa, inclusive nas demandas ajuizadas com esteio na prática de conduta 
prevista no art. 11 da Lei nº 8.429/92, tipificador da ofensa aos princípios nucleares administrativos. 
STJ. 1ª Seção. REsp 1.862.792-PR, Rel. Min. Manoel Erhardt (Desembargador convocado do TRF da 5ª Região), 
julgado em 25/08/2021 (Recurso Repetitivo – Tema 1055) (Info 706). 
 
• Depois da Lei nº 14.230/2021: NÃO 
Foi incluído o § 10 para afastar expressamente essa possibilidade: 
Art. 16 (...) 
§ 10. A indisponibilidade recairá sobre bens que assegurem exclusivamente o integral ressarcimento do dano 
ao erário, sem incidir sobre os valores a serem eventualmente aplicados a título de multa civil ou sobre 
acréscimo patrimonial decorrente de atividade lícita. 
 
A indisponibilidade pode ser determinada sobre bens com valor superior ao mencionado na petição inicial 
da ação de improbidade (ex.: a petição inicial narra um prejuízo ao erário de R$ 100 mil, mas o MP pede a 
indisponibilidade de R$ 500 mil do requerido)? 
• Antes da Lei nº 14.230/2021: SIM 
Era possível que se determinasse a indisponibilidade de bens em valor superior ao indicado na inicial da ação, 
visando a garantir o integral ressarcimento de eventual prejuízo ao erário, levando-se em consideração, até 
mesmo, o valor de possível multa civil como sanção autônoma. Isso porque a indisponibilidade acautelatória 
prevista na Lei de Improbidade Administrativa tem como finalidade a reparação integral dos danos que 
porventura tenham sido causados ao erário. 
REsp 1176440-RO, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 17/9/2013. 
 
• Depois da Lei nº 14.230/2021: NÃO 
Somente poderá ser decretada a indisponibilidade de bens em valor que seja suficiente para custear a 
quantia apontada na petição inicial do MP como sendo o dano ao erário ou o enriquecimento ilícito. Isso fica 
claro nos dois parágrafos inseridos no art. 16: 
Art. 16 (...) 
§ 5º Se houver mais de um réu na ação, a somatória dos valores declarados indisponíveis não poderá superar 
o montante indicado na petição inicial como dano ao erário ou como enriquecimento ilícito. 
 
§ 6º O valor da indisponibilidade considerará a estimativa de dano indicada na petição inicial, permitida a sua 
substituição por caução idônea, por fiança bancária ou por seguro-garantia judicial, a requerimento do réu, 
bem como a sua readequação durante a instrução do processo. 
 
Bens que deverão ser prioritariamente tornados indisponíveis 
 
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A Lei nº 14.230/2021 incluiu um novo parágrafo prevendo uma ordem de prioridade na decretação da 
indisponibilidade. O bloqueio de contas bancárias passa a ser a última opção: 
Art. 16 (...) 
§ 11. A ordem de indisponibilidade de bens deverá priorizar veículos de via terrestre, bens imóveis, bens 
móveis em geral, semoventes, navios e aeronaves, ações e quotas de sociedades simples e empresárias, 
pedras e metais preciosos e, apenas na inexistência desses, o bloqueio de contas bancárias, de forma a 
garantir a subsistência do acusado e a manutenção da atividade empresária ao longo do processo. 
 
Quantias inferiores a 40 salários-mínimos não podem ser objeto de indisponibilidade 
Art. 16 (...) 
§ 13. É vedada a decretação de indisponibilidade da quantia de até 40 (quarenta) salários mínimos 
depositados em caderneta de poupança, em outras aplicações financeiras ou em conta-corrente. 
 
A indisponibilidade pode recair sobre bem de família? 
• Antes da Lei nº 14.230/2021: SIM 
A indisponibilidade prevista no art. 7º, parágrafo único, da LIA podeia recair sobre bens de família (STJ. 2ª 
Turma. EDcl no AgRg no REsp 1351825/BA, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 22/09/2015). 
 
• Depois da Lei nº 14.230/2021: em regra, NÃO 
Veja o novo § 14: 
 
Art. 16 (...) 
§ 14. É vedada a decretação de indisponibilidade do bem de família do réu, salvo se comprovado que o imóvel 
seja fruto de vantagem patrimonial indevida, conforme descrito no art. 9º desta Lei. 
 
Indisponibilidade não pode acarretar prejuízo à prestação de serviços públicos 
Art. 16 (...) 
§ 12. O juiz, ao apreciar o pedido de indisponibilidade de bens do réu a que se refere o caput deste artigo, 
observará os efeitos práticos da decisão, vedada a adoção de medida capaz de acarretar prejuízo à prestação 
de serviços públicos. 
 
É possível a decretação da indisponibilidade de bens de terceiro? 
SIM. Mas desde que demonstrada a sua efetiva concorrência para os atos ilícitos apurados ou se tiver havido 
desconsideração da personalidade jurídica: 
Art. 16 (...) 
§ 7º A indisponibilidade de bens de terceiro dependerá da demonstração da sua efetiva concorrência para 
os atos ilícitos apurados ou, quando se tratar de pessoa jurídica, da instauração de incidente de 
desconsideração da personalidade jurídica, a ser processado na forma da lei processual. 
 
Recurso 
Da decisão que deferir ou indeferir a medida relativa à indisponibilidade de bens caberá agravo de 
instrumento (§ 9º do art. 16). 
 
Qual é o prazo prescricional para a propositura de ações de improbidade administrativa? 
• Antes da Lei nº 14.230/2021: 
I - 5 anos após o término do mandato, cargo em comissão ou função de confiança; 
II - prazo prescricional previsto na lei para faltas disciplinares puníveis com demissão, nos casos de exercício 
de cargo efetivo ou emprego. 
III - 5 anos da data da apresentação à administração pública da prestação de contas final. 
 
 
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• Depois da Lei nº 14.230/2021: 8 anos, contados a partir da ocorrência do fato ou, no caso de infrações 
permanentes, do dia em que cessou a permanência. 
Existe prescrição intercorrente na ação de improbidade administrativa? Se houver uma demora excessiva 
para que a sentença seja proferida é possível que se reconheça a prescrição? 
• Antes da Lei nº 14.230/2021: NÃO 
Era a posição consolidada do STJ: 
O STJ firmou entendimento de inaplicabilidade da prescrição intercorrente às ações de improbidade 
administrativa. 
STJ. 1ª Turma. AgInt no REsp 1872310/PR, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 05/10/2021. 
 
• Depois da Lei nº 14.230/2021: SIM 
É o que prevê o § 8º do art. 23, da LIA, inserido pela Lei nº 14.230/2021: 
Art. 23 (...) 
§ 8º O juiz ou o tribunal, depois de ouvido o Ministério Público, deverá, de ofício ou a requerimento da parte 
interessada, reconhecer a prescrição intercorrente da pretensão sancionadora e decretá-la de imediato, 
caso, entre os marcos interruptivos referidos no § 4º, transcorra o prazo previsto no § 5º deste artigo 
 
Suspensão do prazo prescricional 
A instauração de inquérito civil ou de processo administrativo para apuração de atos de improbidade 
administrativa suspende o curso do prazo prescricional. Essa suspensão dura até o inquérito ou processo ser 
concluído. 
Ocorre que se o inquérito ou processo demorar mais que 180 dias para ser concluído, o prazo prescricional 
volta a correr. Assim, a suspensão do prazo prescricional não poderá ser superior a 180 dias. 
Trata-se de novidade da Lei nº 14.230/2021 prevista no novo § 1º do art. 23 da LIA. 
 
Interrupção do prazo prescricional 
O novo § 4º do art. 23 da LIA, incluído pela Lei nº 14.230/2021, traz hipóteses de interrupção da prescrição: 
Art. 23 (...) § 4º O prazo da prescrição referido no caput deste artigo interrompe-se: 
I - pelo ajuizamento da ação de improbidade administrativa; 
II - pela publicação da sentença condenatória;III - pela publicação de decisão ou acórdão de Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal que confirma 
sentença condenatória ou que reforma sentença de improcedência; 
IV - pela publicação de decisão ou acórdão do Superior Tribunal de Justiça que confirma acórdão 
condenatório ou que reforma acórdão de improcedência; 
V - pela publicação de decisão ou acórdão do Supremo Tribunal Federal que confirma acórdão condenatório 
ou que reforma acórdão de improcedência. 
 
Com a interrupção, o prazo não se reinicia por inteiro, mas sim pela metade 
A Lei nº 14.230/2021 determinou que, após a interrupção, o prazo prescricional recomeça do zero, mas agora 
não será mais de 8 e sim de 4 anos: 
Art. 23 (...) § 5º Interrompida a prescrição, o prazo recomeça a correr do dia da interrupção, pela metade do 
prazo previsto no caput deste artigo. 
 
Comunicabilidade das causas interruptivas da prescrição 
Art. 23 (...) § 6º A suspensão e a interrupção da prescrição produzem efeitos relativamente a todos os que 
concorreram para a prática do ato de improbidade. 
§ 7º Nos atos de improbidade conexos que sejam objeto do mesmo processo, a suspensão e a interrupção 
relativas a qualquer deles estendem-se aos demais. 
 
 
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SANÇÕES 
Vejamos como ficou o novo panorama das sanções aplicáveis aos atos de improbidade administrativa após 
a Lei nº 14.230/2021: 
SANÇÕES 
ENRIQUECIMENTO ILÍCITO 
(art. 9º) 
DANO AO ERÁRIO 
(art. 10) 
VIOLAÇÃO AOS 
PRINCÍPIOS (art. 11) 
Perda dos bens ou 
valores acrescidos 
ilicitamente ao 
patrimônio 
Pode ser aplicada 
Pode ser aplicada, se 
concorrer esta 
circunstância 
NÃO se aplica 
Perda da função 
pública 
Pode ser aplicada Pode ser aplicada NÃO se aplica 
Suspensão dos 
direitos políticos 
Até 14 anos Até 12 anos NÃO se aplica 
Multa civil 
Equivalente ao valor do 
acréscimo patrimonial 
Equivalente ao 
valor do dano 
Multa civil de até 
24 vezes a remuneração 
Proibição de 
contratar com o 
poder público ou de 
receber benefícios 
Pelo prazo não superior a 14 
anos 
Pelo prazo não 
superior a 12 anos 
Pelo prazo não superior a 
4 anos 
 
Obs: a multa civil pode ser aumentada até o dobro, se o juiz considerar que, em virtude da situação 
econômica do réu, o valor calculado é ineficaz para reprovação e prevenção do ato de improbidade. 
 
Obs2: a requerimento do réu, na fase de cumprimento da sentença, o juiz unificará eventuais sanções 
aplicadas com outras já impostas em outros processos, tendo em vista a eventual continuidade de ilícito ou 
a prática de diversas ilicitudes, observado o seguinte: 
I - no caso de continuidade de ilícito, o juiz promoverá a maior sanção aplicada, aumentada de 1/3 (um terço), 
ou a soma das penas, o que for mais benéfico ao réu; 
II - no caso de prática de novos atos ilícitos pelo mesmo sujeito, o juiz somará as sanções. 
As sanções de suspensão de direitos políticos e de proibição de contratar ou de receber incentivos fiscais ou 
creditícios do poder público observarão o limite máximo de 20 anos. 
 
Obs3: a concessão ou aplicação indevida de benefício financeiro ou tributário, prevista no antigo art. 10-A, 
foi reenquadrada no inciso XXII do art. 10 da LIA, ou seja, passou a receber o mesmo tratamento dos atos 
que causam dano ao erário. 
 
As mudanças promovidas pela Lei 14.230/2021 no elemento subjetivo e na prescrição da improbidade 
administrativa retroagem? 
A partir do advento da Lei 14.230/2021 (nova Lei de Improbidade Administrativa – LIA) — cuja publicação e 
entrada em vigor ocorreu em 26/10/2021 —, deixou de existir, no ordenamento jurídico, a tipificação para 
atos culposos de improbidade administrativa. 
Por força do art. 5º, XXXVI, da CF/88, a revogação da modalidade culposa do ato de improbidade 
administrativa, promovida pela Lei 14.230/2021, é irretroativa, de modo que os seus efeitos não têm 
incidência em relação à eficácia da coisa julgada, nem durante o processo de execução das penas e seus 
incidentes. 
Incide a Lei 14.230/2021 em relação aos atos de improbidade administrativa culposos praticados na vigência 
da Lei 8.429/92, desde que não exista condenação transitada em julgado, cabendo ao juízo competente o 
exame da ocorrência de eventual dolo por parte do agente. 
 
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Os prazos prescricionais previstos na Lei 14.230/2021 não retroagem, sendo aplicáveis a partir da publicação 
do novo texto legal (26.10.2021). 
Tese fixada pelo STF: 
1) É necessária a comprovação de responsabilidade subjetiva para a tipificação dos atos de improbidade 
administrativa, exigindo-se — nos artigos 9º, 10 e 11 da LIA — a presença do elemento subjetivo — DOLO; 
2) A norma benéfica da Lei 14.230/2021 — revogação da modalidade culposa do ato de improbidade 
administrativa —, é IRRETROATIVA, em virtude do artigo 5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal, não tendo 
incidência em relação à eficácia da coisa julgada; nem tampouco durante o processo de execução das penas 
e seus incidentes; 
3) A nova Lei 14.230/2021 aplica-se aos atos de improbidade administrativa culposos praticados na vigência 
do texto anterior da lei, porém sem condenação transitada em julgado, em virtude da revogação expressa 
do texto anterior; devendo o juízo competente analisar eventual dolo por parte do agente; 
4) O novo regime prescricional previsto na Lei 14.230/2021 é IRRETROATIVO, aplicando-se os novos marcos 
temporais a partir da publicação da lei. 
STF. Plenário. ARE 843989/PR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 18/8/2022 (Repercussão Geral – 
Tema 1.199) (Info 1065). 
 
O art. 200 do CC/2002 assegura que o prazo prescricional não comece a fluir antes do trânsito em julgado 
da sentença penal, independentemente do resultado da ação na esfera criminal 
Art. 200. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição 
antes da respectiva sentença definitiva. 
Exemplo hipotético: em 2010, “P” praticou estupro, sem violência real, contra “T”. Em 2012, o Ministério 
Público ofereceu denúncia contra “P”. Em 2014, o processo penal foi extinto sob o argumento de que o MP 
seria parte ilegítima porque não houve representação, conforme se exigia antes da Lei nº 13.718/2018. Logo 
em seguida, “T” (a vítima) ajuizou ação de indenização por danos morais contra “P”. 
Mesmo já tendo passado três anos do fato (art. 206, § 3º V, do CC), não houve prescrição. Isso porque o 
prazo prescricional somente se iniciou com o trânsito em julgado da sentença do processo penal. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1987108-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 29/03/2022 (Info 732). 
 
São cabíveis medidas executivas atípicas, de cunho não patrimonial, no cumprimento de sentença 
proferida em ação de improbidade administrativa 
É cabível a apreensão de passaporte e a suspensão da CNH no bojo do cumprimento de sentença proferida 
em ação de improbidade administrativa. 
Em regra, a jurisprudência do STJ entende ser possível a aplicação de medidas executivas atípicas na execução 
e no cumprimento de sentença comum, desde que, verificando-se a existência de indícios de que o devedor 
possua patrimônio expropriável, tais medidas sejam adotadas de modo subsidiário, por meio de decisão que 
contenha fundamentação adequada às especificidades da hipótese concreta, com observância do 
contraditório substancial e do postulado da proporcionalidade. 
Na ação de improbidade administrativa, com ainda mais razão, há a possibilidade de aplicação das medidas 
executivas atípicas, pois se tutela a moralidade e o patrimônio público. No que diz respeito à 
proporcionalidade, o fato de se tratar de uma ação de improbidade administrativa deve ser levado em 
consideração na análise do cabimento da medida aflitiva não pessoal no caso concreto, já que envolve maior 
interesse público. 
STJ. 2ª Turma, REsp 1.929.230-MT, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 04/05/2021 (Info 695). 
 
Pessoa jurídica interessada continua com legitimidade para propor açãode improbidade e para celebrar 
acordo; não existe obrigatoriedade de a assessoria jurídica fazer a defesa do agente público acusado de 
improbidade 
Inconstitucionalidade da restrição da legitimidade para ajuizamento da ação e para a realização de acordo 
 
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Segundo a Lei nº 14.230/2021, somente o Ministério Público teria legitimidade para propor ação de 
improbidade e para celebrar acordo de não persecução cível. A Lei buscou excluir essa possibilidade da 
pessoa jurídica interessada. 
O STF, contudo, decidiu que essa alteração foi inconstitucional. 
Os entes públicos que sofreram prejuízos em razão de atos de improbidade também estão autorizados, de 
forma concorrente com o Ministério Público, a propor ação e a celebrar acordos de não persecução civil em 
relação a esses atos. 
Desse modo, fica restabelecida a existência de legitimidade ativa concorrente e disjuntiva entre o Ministério 
Público e as pessoas jurídicas interessadas para a propositura da ação por ato de improbidade administrativa 
e para a celebração de acordos de não persecução civil. 
 
Inexistência de obrigatoriedade de a assessoria jurídica fazer a defesa do agente público 
A Lei 14.230/2021 inseriu o § 20 no art. 17 da Lei nº 8.429/92 prevendo que “A assessoria jurídica que emitiu 
o parecer atestando a legalidade prévia dos atos administrativos praticados pelo administrador público ficará 
obrigada a defendê-lo judicialmente, caso este venha a responder ação por improbidade administrativa, até 
que a decisão transite em julgado.” 
O STF declarou a inconstitucionalidade parcial, com redução de texto, desse dispositivo para dizer que não 
existe “obrigatoriedade de defesa judicial”. 
Não deve existir obrigatoriedade de defesa judicial do agente público que cometeu ato de improbidade por 
parte da Advocacia Pública, pois a sua predestinação constitucional, enquanto função essencial à Justiça, 
identifica-se com a representação judicial e extrajudicial dos entes públicos. Contudo, permite-se essa 
atuação em caráter extraordinário e desde que norma local assim disponha. 
STF. Plenário. ADI 7042/DF e ADI 7043/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgados em 31/8/2022 (Info 
1066). 
 
INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE PRIVADA 
É cabível a avaliação pericial provisória como condição à imissão na posse nas ações regidas pelo DL 
3.365/41, quando não observados os requisitos previstos no art. 15, § 1º, do referido diploma 
Em regra, nos termos do caput do art. 15 do DL 3.365/1941, para haver a imissão provisória na posse o ente 
público interventor deve cumulativamente: 
a) alegar urgência; e 
b) depositar a quantia apurada, mediante contraditório, em avaliação prévia, da qual pode resultar inclusive 
a complementação da oferta inicial. 
A imissão provisória na posse pode ser feita, sem a oitiva do proprietário, e sem a avaliação prévia, desde 
que: 
a) seja depositado o preço oferecido, sendo este superior a vinte vezes o valor locativo do imóvel sujeito a 
IPTU; 
b) seja depositada a quantia correspondente a vinte vezes o valor locativo do imóvel sujeito a IPTU, se o 
preço for menor; 
c) seja depositado o valor cadastral do imóvel, para fins de lançamento do IPTU, caso tenha havido 
atualização no ano fiscal imediatamente anterior; ou 
d) se não tiver havido essa atualização, o juiz fixará o valor a ser depositado tendo em conta a época em que 
houver sido fixado originalmente o valor cadastral e a valorização ou desvalorização posterior do imóvel. 
STJ. 2ª Turma. AREsp 1674697-RJ, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 08/11/2022 (Info 756). 
 
Um dos requisitos específicos da petição inicial da ação de desapropriação de imóveis urbanos é a 
demonstração do impacto orçamentário-financeiro da medida e da compatibilidade da indenização a ser 
paga com as leis orçamentárias 
Para cumprimento dos requisitos arrolados no art. 16, caput, I e II, e § 4º, II, da LRF é necessário instruir a 
petição inicial da ação expropriatória de imóveis com a estimativa do impacto orçamentário-financeiro e 
 
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apresentar declaração a respeito da compatibilidade das despesas necessárias ao pagamento das 
indenizações ao disposto no plano plurianual, na lei de diretrizes orçamentárias e na lei orçamentária anual. 
STJ. 1ª Turma. REsp 1930735-TO, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 28/2/2023 (Info 767). 
 
Se o autor da ação de desapropriação não faz o depósito da quantia arbitrada, o juiz deverá negar a 
imissão provisória na posse, mas não pode, por essa razão, extinguir o processo 
A ausência do depósito previsto no art. 15 do Decreto-Lei nº 3.365/41 para o deferimento de pedido de 
imissão provisória na posse veiculado em ação de desapropriação por utilidade pública não implica a extinção 
do processo sem resolução do mérito, mas, tão somente, o indeferimento da tutela provisória. 
STJ. 1ª Turma. REsp 1930735-TO, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 28/2/2023 (Info 767). 
 
É possível que o expropriante desista da ação de desapropriação? 
SIM, é possível a desistência da desapropriação a qualquer tempo, mesmo após o trânsito em julgado, desde 
que: 
a) ainda não tenha havido o pagamento integral do preço (pois nessa hipótese já terá se consolidado a 
transferência da propriedade do expropriado para o expropriante); e 
b) o imóvel possa ser devolvido sem que ele tenha sido alterado de forma substancial (que impeça sua 
utilização como antes era possível). 
É ônus do expropriado provar a existência de fato impeditivo do direito de desistência da desapropriação. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1368773-MS, Rel. Min. Og Fernandes, Rel. para acórdão Min. Herman Benjamin, julgado 
em 6/12/2016 (Info 596). 
 
TEMAS DIVERSOS 
O fato gerador do laudêmio é o registro do imóvel em Cartório de Registro de Imóveis, que é o momento 
em que ocorre a transferência do domínio útil do aludido direito real 
O contrato de transferência do domínio útil foi firmado em 2014, mas o registro do imóvel só ocorreu em 
2016. Qual foi o problema? Em 30/12/2015, foi publicada a Lei nº 13.240/2015, que trouxe uma mudança na 
cobrança do laudêmio. O laudêmio devido em razão dessa venda será calculado com base na Lei nº 
13.240/2015? Sim. 
Deve-se aplicar a lei vigente no momento do registro do título translativo no Registro de Imóveis, ainda que 
outra fosse a lei vigente na época da realização do negócio jurídico. Isso porque o fato gerador do laudêmio 
não ocorre na celebração do contrato de compra e venda, nem no dia de sua quitação, mas sim na data do 
registro do imóvel no cartório de Registro de Imóveis (art. 1.227 do CC/2002), que é o momento em que 
ocorre a transferência do domínio útil do aludido direito real. 
STJ. 1ª Turma. REsp 1833609-PE, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 08/11/2022 (Info 757). 
 
No exercício de direito sancionador, a negativa da prova técnica requerida pelo acusado pode afrontar o 
devido processo administrativo 
Caso concreto: determinada empresa estava respondendo processo administrativo no CADE por suposta 
infração da ordem econômica. A empresa requereu a produção de perícia de natureza econômica, que foi 
indeferida. 
O STJ entendeu que essa negativa afrontou o devido processo administrativo, por violação aos arts. 2º, X, e 
50, caput e inciso I, da Lei nº 9.784/99. Consequentemente, o Tribunal determinou a anulação do julgamento 
do processo administrativo pelo CADE, o qual deverá ser reiniciado a partir da produção da prova pericial de 
natureza econômica requerida. 
STJ. 1ª Turma. REsp 1979138-DF, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 8/11/2022 (Info Especial 8). 
 
É possível o compartilhamento das provas obtidas no acordo de leniência, desde que sejam respeitados os 
limites estabelecidos no acordo em relação aos aderentes 
É possível o compartilhamento, para outros órgãos e autoridades públicas, das provas obtidas no acordo de 
leniência, desde que sejam respeitados os limites estabelecidos no acordo em relaçãoaos aderentes. 
 
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Assim, por exemplo, se uma empresa celebra acordo de leniência com o MPF aceitando fornecer provas 
contra si, estas provas somente poderão ser utilizadas para as sanções que foram ajustadas no acordo. 
No entanto, nada impede que tais provas sejam fornecidas (compartilhadas) para os órgãos de apuração para 
que sejam propostas medidas contra as outras pessoas envolvidas nos ilícitos e que não fizeram parte do 
acordo. 
STF. 2ª Turma. Inq 4420/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 28/8/2018 (Info 913) 
 
A prestação pecuniária decorrente do contrato de concessão de direito real uso é receita patrimonial e, por 
se tratar de cobrança de dívida de natureza real, aplica-se o prazo prescricional de 10 anos (art. 205 do CC) 
Aplica-se o prazo prescricional de 10 anos, nos termos do art. 205 do Código Civil/2002, na cobrança de taxa 
de ocupação do particular no contrato administrativo de concessão de direito real de uso para a utilização 
privativa de bem público. 
STJ. 1ª Turma. REsp 1675985-DF, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 15/12/2022 (Info 763). 
 
São inadmissíveis, em processos administrativos de qualquer espécie, provas consideradas ilícitas pelo 
Poder Judiciário 
As provas declaradas ilícitas pelo Poder Judiciário não podem ser utilizadas, valoradas ou aproveitadas em 
processos administrativos de qualquer espécie. 
Caso concreto: o CADE, em processo administrativo, condenou uma empresa pela prática de cartel. Essa 
condenação se baseou em provas obtidas a partir de interceptação telefônica decretada em investigação 
criminal. Ocorre que essa interceptação foi declarada ilegal porque autorizada unicamente com base em 
denúncia anônima. Logo, o processo administrativo também deve ser declarado nulo porque fundamentado 
em prova ilícita. 
STF. Plenário. ARE 1316369/DF, Rel. Min. Edson Fachin, redator do acórdão Min. Gilmar Mendes, julgado em 
9/12/2022 (Repercussão Geral – Tema 1238) (Info 1079). 
 
Ainda que celebrado no exterior, ato de cooperação para o desenvolvimento de novas sementes de milho 
geneticamente modificadas impacta mercado relevante de abrangência mundial, impondo-se sua 
submissão ao CADE 
É obrigatória a submissão de acordo de cooperação para o desenvolvimento de novas tecnologias de 
sementes de milho às autoridades antitruste brasileiras, ainda que firmado e executado em território 
estrangeiro, quando as implicações concorrenciais possam impactar mercados relevantes situados, no todo 
ou em parte, no território nacional. 
STJ. 1ª Turma. REsp 1975739-DF, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 15/12/2022 (Info 762). 
 
SITUAÇÃO PRESCRIÇÃO 
Ação de reparação por danos causados à Fazenda Pública 
em razão da prática de ILÍCITO CIVIL 
Ex: particular, dirigindo seu veículo, por imprudência, colide com o carro de um 
órgão público estadual em serviço. Estado terá o prazo de 5 anos para buscar o 
ressarcimento. 
é PRESCRITÍVEL 
(STF RE 669069/MG) 
Tema 666 
Pretensão de ressarcimento ao erário 
fundada em decisão do Tribunal de Contas 
é PRESCRITÍVEL 
(STF RE 636886/AL) 
Tema 899 
Ação de ressarcimento decorrente de é PRESCRITÍVEL 
 
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ato de improbidade administrativa praticado com CULPA (devem ser propostas no 
prazo do art. 23 da LIA) 
Ação de ressarcimento decorrente de 
ato de improbidade administrativa praticado com DOLO 
é IMPRESCRITÍVEL 
(§ 5º do art. 37 da 
CF/88) 
STF RE 852475/SP 
Tema 897 
Ação pedindo a reparação civil decorrente de 
DANOS AMBIENTAIS 
É imprescritível a pretensão de reparação civil de dano ambiental. 
Ex: não há prazo para ACP ajuizada pelo MP objetivando a reparação de danos 
decorrentes de degradação ao meio ambiente. 
Embora a Constituição e as leis ordinárias não tratem sobre prazo prescricional 
para a reparação de danos civis ambientais, a reparação do meio ambiente é 
direito fundamental indisponível, devendo, portanto, ser reconhecida a 
imprescritibilidade dessa pretensão. 
é IMPRESCRITÍVEL 
(STF RE 654833) 
Tema 999 
 
Petrobrás pode criar subsidiárias e, em seguida, alienar o controle acionário delas sem licitação e sem 
autorização legislativa específica 
Caso concreto: a Petrobrás elaborou um plano de desinvestimento por meio do qual ela decidiu vender 8 
refinarias. Para isso, a Petrobrás criou subsidiárias que passaram a ser as proprietárias dessas refinarias e, 
em seguida, o controle acionário dessas subsidiárias será alienado, sem licitação e sem prévia autorização 
legislativa. Desse modo, na prática, é como se a Petrobrás estivesse alienando as refinarias. 
O STF afirmou que essa prática é legítima. 
A específica autorização legislativa somente é obrigatória na hipótese de alienação do controle acionário de 
sociedade de economia mista (empresa-mãe). Não há necessidade dessa prévia e específica anuência para a 
criação e posterior alienação de ativos da empresa subsidiária, dentro de um elaborado plano de gestão de 
desinvestimento, voltado para garantir maiores investimentos e, consequentemente, maior eficiência e 
eficácia da empresa-mãe. 
Isso porque a inexistência de expressa proibição ou limitação de alienação societária em relação à 
autorização legislativa genérica para a criação de subsidiárias corresponde à concessão, pelo Congresso 
Nacional ao Poder Executivo, de um importante instrumento de gestão empresarial, para garantir a eficiência 
e a eficácia da sociedade de economia mista no cumprimento de suas finalidades societárias. Portanto, na 
criação ou extinção de subsidiárias, o preceito maior de gestão empresarial que deve ser seguido é garantir 
a melhor atuação, eficiência e eficácia da empresa-mãe. 
STF. Plenário. Rcl 42576 MC/DF, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado 
em 30/9 e 1º/10/2020 (Info 993). 
 
É constitucional a transferência da concessão e do controle societário das concessionárias de serviços 
públicos, mediante anuência do poder concedente prevista no art. 27 da Lei 8.987/95 
O art. 27 da Lei nº 8.987/95 permite que se transfira a concessão ou o controle societário da concessionária 
para uma outra pessoa, desde que o poder público concorde e sejam respeitados os requisitos legais. 
Art. 27. A transferência de concessão ou do controle societário da concessionária sem prévia anuência do 
poder concedente implicará a caducidade da concessão. 
Parágrafo único. Para fins de obtenção da anuência de que trata o caput deste artigo o pretendente deverá: 
I - atender às exigências de capacidade técnica, idoneidade financeira e regularidade jurídica e fiscal 
necessárias à assunção do serviço; e 
 
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II - comprometer-se a cumprir todas as cláusulas do contrato em vigor. 
O STF decidiu que esse dispositivo é constitucional. 
O parágrafo único do art. 27 prevê que, mesmo com essa transferência, a base objetiva do contrato 
continuará intacta. Permanecem o mesmo objeto contratual, as mesmas obrigações contratuais e a mesma 
equação econômico-financeira. O que ocorre é apenas a sua modificação subjetiva, seja pela substituição do 
contratado, seja em razão da sua reorganização empresarial. 
Em nosso sistema jurídico, o que interessa à Administração é, sobretudo, a seleção da proposta mais 
vantajosa, independentemente da identidade do particular contratado, ou dos atributos psicológicos ou 
subjetivos de que disponha. 
STF. Plenário. ADI 2946/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 8/3/2022 (Info 1046). 
 
A demora da Administração para apreciar o pedido de autorização para funcionamento de rádio 
comunitária não legitima o Poder Judiciário a conceder, ainda que em caráter precário, o direito de 
continuidade das atividades 
A competência para outorgar e renovar concessão, permissão e autorização de rádios e TVs é do Poder 
Executivo, com posterior referendo do Poder Legislativo, nos termos do caput e § 1º do art. 223 da CF/88. 
Não há espaço, portanto, para o Poder Judiciáriointerferir em tal questão, sob pena de ofensa ao princípio 
da separação dos Poderes. 
STJ. 1ª Seção. EDv nos EREsp 1797663-CE, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 10/08/2022 (Info 748). 
 
Em regra, a imposição de sigilo a processos administrativos sancionadores, instaurados por agências 
reguladoras contra concessionárias de serviço público, é incompatível com a Constituição 
Os processos administrativos sancionadores instaurados por agências reguladoras contra concessionárias de 
serviço público devem obedecer ao princípio da publicidade durante toda a sua tramitação, ressalvados 
eventuais atos que se enquadrem nas hipóteses de sigilo previstas em lei e na Constituição. 
STF. Plenário. ADI 5371/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 25/2/2022 (Info 1045). 
 
Não se exige contraditório prévio à decretação de intervenção em contrato de concessão com 
concessionária de serviço público 
O art. 33 da Lei nº 8.987/95 afirma que, depois de ter sido declarada a intervenção, o poder concedente 
deverá, no prazo de 30 dias, instaurar procedimento administrativo para comprovar as causas determinantes 
da medida e apurar responsabilidades, assegurado o direito de ampla defesa. 
Desse modo, verifica-se claramente que, em se tratando de intervenção, o direito de defesa do 
concessionário só é propiciado após a decretação da intervenção, a partir do momento em que for instaurado 
o procedimento administrativo para apuração das irregularidades. Isso porque a intervenção possui 
finalidades investigatória e fiscalizatória, e não punitiva. 
STJ. 2ª Turma. RMS 66794-AM, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 22/02/2022 (Info 727). 
 
Em regra, não cabe ao Poder Judiciário anular cláusula de contrato de concessão de serviço público que 
autoriza o reajuste de tarifa telefônica em percentual superior ao índice inflacionário 
Afronta o princípio da separação dos Poderes a anulação judicial de cláusula de contrato de concessão 
firmado por Agência Reguladora e prestadora de serviço de telefonia que, em observância aos marcos 
regulatórios estabelecidos pelo Legislador, autoriza a incidência de reajuste de alguns itens tarifários em 
percentual superior ao do índice inflacionário fixado, quando este não é superado pela média ponderada de 
todos os itens. 
STF. Plenário. RE 1059819/PE, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes, 
julgado em 18/2/2022 (Repercussão Geral – Tema 991) (Info 1044). 
 
 
Conselhos profissionais não estão sujeitos ao regime de precatórios 
 
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Os pagamentos devidos, em razão de pronunciamento judicial, pelos Conselhos de Fiscalização (exs: CREA, 
CRM, COREN, CRO) não se submetem ao regime de precatórios. 
STF. Plenário. RE 938837/SP, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgado em 
19/4/2017 (repercussão geral) (Info 861). 
 
Poder de polícia de trânsito e guardas municipais 
As guardas municipais podem realizar a fiscalização de trânsito? 
SIM. As guardas municipais, desde que autorizadas por lei municipal, têm competência para fiscalizar o 
trânsito, lavrar auto de infração de trânsito e impor multas. 
O STF definiu a tese de que é constitucional a atribuição às guardas municipais do exercício do poder de 
polícia de trânsito, inclusive para a imposição de sanções administrativas legalmente previstas (ex: multas de 
trânsito). 
STF. Plenário. RE 658570/MG, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, julgado 
em 6/8/2015 (repercussão geral) (Info 793). 
 
É possível a delegação do poder de polícia – inclusive da possibilidade de aplicação de multas – para 
pessoas jurídicas de direito privado? 
É constitucional a delegação do poder de polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito privado 
integrantes da Administração Pública indireta de capital social majoritariamente público que prestem 
exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em regime não concorrencial. 
STF. Plenário. RE 633782/MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 23/10/2020 (Repercussão Geral – Tema 532) 
(Info 996). 
 
Não é possível a manutenção de quiosques e trailers instalados sobre calçadas sem a regular aprovação 
estatal 
Se o apossamento do espaço urbano público ocorre ilegalmente, incumbe ao administrador, sob risco de 
cometimento de improbidade e infração disciplinar, fazer a imediata demolição de eventuais construções 
irregulares e a desocupação de bem turbado ou esbulhado. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.846.075-DF, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 03/03/2020 (Info 671). 
 
É válida a interrupção do serviço público por razões de ordem técnica se houve prévio aviso por meio de 
rádio 
A divulgação da suspensão no fornecimento de serviço de energia elétrica por meio de emissoras de rádio, 
dias antes da interrupção, satisfaz a exigência de aviso prévio, prevista no art. 6º, § 3º, da Lei nº 8.987/95. 
STJ. 1ª Turma. REsp 1.270.339-SC, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 15/12/2016 (Info 598). 
 
É possível cobrar um valor da concessionária de serviço público pelo fato de ela estar utilizando faixas de 
domínio de uma rodovia? 
É indevida a cobrança promovida por concessionária de rodovia, em face de autarquia prestadora de serviços 
de saneamento básico, pelo uso da faixa de domínio da via pública concedida. 
STJ. 1ª Seção.REsp 1.817.302-SP, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 08/06/2022 (Tema IAC 8) (Info 
740). 
 
Não confundir: 
1) Ente público cobrar da concessionária de serviço público pelo fato de ela estar utilizando as faixas de 
domínio: NÃO pode. 
STF. Plenário. RE 581947, Rel. Min. Eros Grau, julgado em 27/05/2010 (Repercussão Geral – Tema 261). 
2) Concessionária de serviço público cobrando de concessionária de serviço público pelo fato de ela estar 
utilizando faixas de domínio de uma rodovia: PODE. 
STJ. 1ª Seção. EREsp 985695-RJ, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 26/11/2014 (Info 554). 
 
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3) Concessionária de serviço público cobrando de autarquia prestadora de serviço de saneamento básico 
pelo uso da faixa de domínio: NÃO pode. 
STJ. 1ª Seção.REsp 1817302-SP, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 08/06/2022 (Tema IAC 8) (Info 
740). 
 
A estabilidade especial do art. 19 do ADCT não se aplica para empregados das fundações públicas de direito 
privado (abrange apenas os servidores das pessoas jurídicas de direito público) 
A estabilidade especial do art. 19 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) não se estende 
aos empregados das fundações públicas de direito privado, aplicando-se tão somente aos servidores das 
pessoas jurídicas de direito público. 
O termo “fundações públicas”, utilizado pelo art. 19 do ADCT, deve ser compreendido como fundações 
autárquicas, sujeitas ao regime jurídico de direito público. 
Ex: empregados da Fundação Padre Anchieta não gozam dessa estabilidade do art. 19 do ADCT em razão de 
se tratar de uma fundação pública de direito privado. 
STF. Plenário. RE 716378/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 1º e 7/8/2019 (repercussão geral) (Info 946). 
 
Não é ilegal a terceirização de serviços jurídicos pela Caixa Econômica Federal 
A Caixa Econômica Federal, embora vinculada como empresa pública ao Estado, executa uma atividade 
econômica em ambiente de concorrência. 
A terceirização pela Caixa Econômica Federal dos serviços jurídicos não se revela ilegal, considerando que 
esses serviços não estão relacionados com a atividade-fim da empresa. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.318.740-PR, Rel. Min. Herman Benjamin, Rel. Acd. Min. Og Fernandes, julgado em 
16/10/2018 (Info 659). 
 
Agência de turismo que faça câmbio é equiparada a instituição financeira e está sujeita à fiscalização do 
BACEN 
A agência de turismo devidamente credenciada para efetuar operações de câmbio é equiparada a instituição 
financeira e subordina-se à regular intervenção fiscalizatória do Banco Central. 
Consideram-se instituições financeiras as pessoas jurídicaspúblicas ou privadas que tenham como atividade 
principal ou acessória a coleta, intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, 
em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros (art. 17 da Lei nº 
4.595/64). 
STJ. 1ª Turma. REsp 1.434.625-CE, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 09/04/2019 (Info 647). 
Obs: esse mesmo entendimento pode ser aplicado para a seara dos crimes contra o Sistema Financeiro 
Nacional (art. 1º, I, da Lei nº 7.492/86): STJ. 5ª Turma. RHC 9.281/PR, Rel. Min. Gilson Dipp, DJe 30/10/2000. 
 
Competência do DNIT para fiscalizar trânsito nas rodovias e estradas federais 
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT detém competência para a fiscalização do 
trânsito nas rodovias e estradas federais, podendo aplicar, em caráter não exclusivo, penalidade por infração 
ao Código de Trânsito Brasileiro, consoante se extrai da conjugada exegese dos arts. 82, § 3º, da Lei n. 
10.233/2001 e 21 da Lei n. 9.503/1997 (Código de Trânsito Brasileiro). 
STJ. 1ª Seção. REsp 1.588.969-RS, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em 28/02/2018 (recurso repetitivo) 
(Info 623). 
 
Continuam pertencendo à União os terrenos de marinha situados em ilha costeira que seja sede de 
Município 
A EC 46/2005 não interferiu na propriedade da União, nos moldes do art. 20, VII, da Constituição Federal, 
sobre os terrenos de marinha e seus acrescidos situados em ilhas costeiras sede de Municípios. 
STF. Plenário. RE 636199/ES, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 27/4/2017 (repercussão geral) (Info 862). 
 
 
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Independentemente da regularidade contratual, há que se considerar que a efetiva utilização da terra 
pública por particular gera o dever de ressarcimento ao Estado 
A interpretação de que a taxa de ocupação de imóvel público só é devida caso haja prévia formalização de 
ato ou negócio jurídico administrativo contraria o princípio da boa-fé objetiva. Isto porque, o ocupante 
irregular de bem público não pode se beneficiar da sua própria ilegalidade para deixar de cumprir obrigação 
a todos imposta: o pagamento da taxa de ocupação. 
Assim, dispensar o detentor irregular de imóvel público de pagar taxa de ocupação, modalidade de 
ressarcimento mínimo (e não de lucro), é ferir duplamente o interesse coletivo, pois, não obstante a situação 
de apropriação ilícita, alça o já infrator à injusta posição de privilégio anti-isonômico em relação aos outros 
cidadãos, cumpridores dos requisitos e formalidades exigidos para a fruição do patrimônio coletivo. 
STJ. 2ªTurma. REsp 1.986.143; Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 06/12/2022; DJE 19/12/2022. 
 
PODERES ADMINISTRATIVOS 
Ao Poder Judiciário não cabe se imiscuir na decisão administrativa da ANAC acerca da realocação de slots 
e hotrans, mesmo que a empresa aérea que perdeu esse direito esteja em recuperação judicial 
Ao Poder Judiciário não cabe se imiscuir na decisão administrativa da ANAC acerca da realocação de slots e 
hotrans (horários de transporte), serviço prestado por empresa aérea em recuperação judicial, a ponto de 
impor a observação absoluta do princípio da preservação da empresa, quando inexistirem vícios objetivos na 
decisão, mesmo em prejuízos à concorrência do setor e aos usuários do serviço público concedido. 
Caso adaptado: a Pantanal Linhas Aéreas S/A encontrava-se em processo de recuperação judicial. Ela possuía 
slots e hotrans relacionadas com o Aeroporto de Congonhas. Segundo a ANAC, a companhia não estaria 
utilizando os slots e hotrans com regularidade. Diante disso, a ANAC decidiu disponibilizá-los para nova 
alocação (para nova companhia aérea). 
Não havendo vícios objetivos na decisão administrativa, deve-se preservar o ato da Agência. 
Compete à ANAC a gestão dos slots, não sendo passíveis de incorporação, ainda que tangencial, aos direitos 
da empresa aérea em recuperação, sob pena de grave violação da legislação federal do setor produtivo 
concedido e altamente regulado, em função de sua natureza estratégica na economia nacional. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1287461-SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 21/06/2022 (Info 745). 
 
ATOS ADMINISTRATIVOS 
Quando o interessado poderá ser notificado por edital no processo administrativo? 
Em processo administrativo, a notificação por edital reserva-se exclusivamente para as hipóteses de: 
a) interessado indeterminado; 
b) interessado desconhecido; ou 
c) interessado com domicílio indefinido. 
STJ. 1ª Seção. MS 27227-DF, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 27/01/2021 (Info 716). 
 
AÇÃO POPULAR 
STF não possui competência originária para julgar ação popular 
Determinado cidadão propôs “ação popular” contra a Presidente da República pedindo que ela fosse 
condenada à perda da função pública e à privação dos direitos políticos. A competência para julgar essa ação 
é do STF? 
NÃO. Em regra, o STF não possui competência originária para processar e julgar ação popular, ainda que 
ajuizada contra atos e/ou omissões do Presidente da República. 
A competência para julgar ação popular contra ato de qualquer autoridade, até mesmo do Presidente da 
República, é, via de regra, do juízo de 1º grau. 
STF. Plenário. Pet 5856 AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 25/11/2015 (Info 811). 
STF. Plenário. AO 2489 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 29/06/2020. 
 
Não é da competência originária do STF conhecer de ações populares, ainda que o réu seja autoridade que 
tenha na Corte o seu foro por prerrogativa de função para os processos previstos na Constituição. 
 
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STF. Plenário. Pet 8504 AgR, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 19/12/2019. 
 
EXCEÇÕES: 
É possível apontar quatro exceções a essa regra. 
Assim, compete ao STF julgar: 
1) ação popular que envolva conflito federativo entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou 
entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta (art. 102, I, “f”, da CF/88); 
2) ação popular em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e 
aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou 
indiretamente interessados (art. 102, I, “n”, da CF/88); 
3) ação popular proposta contra o Conselho Nacional de Justiça ou contra o Conselho Nacional do Ministério 
Público (art. 102, I, “r”, da CF/88). 
4) ação popular cujo pedido seja próprio de mandado de segurança coletivo contra ato de Presidente da 
República, por força do art. 102, I, “d”, da CF/88 (STF. Plenário. Pet 8104 AgR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 
06/12/2019). 
 
LEI COMPLEMENTAR Nº 73, DE 10 DE FEVEREIRO DE 19931 
Principais artigos 
Art. 1º - A Advocacia-Geral da União é a instituição que representa a União judicial e 
extrajudicialmente. 
 
Parágrafo único. À Advocacia-Geral da União cabem as atividades de consultoria e assessoramento 
jurídicos ao Poder Executivo, nos termos desta Lei Complementar. 
 
Capítulo II 
Da Composição 
 
Art. 2º - A Advocacia-Geral da União compreende: 
 
I - órgãos de direção superior: 
a) o Advogado-Geral da União; 
b) a Procuradoria-Geral da União e a da Fazenda Nacional; 
c) Consultoria-Geral da União; 
d) o Conselho Superior da Advocacia-Geral da União; e 
e) a Corregedoria-Geral da Advocacia da União; 
 
II - órgãos de execução: 
a) as Procuradorias Regionais da União e as da Fazenda Nacional e as Procuradorias da União e as da 
Fazenda Nacional nos Estados e no Distrito Federal e as Procuradorias Seccionais destas; (Vide Lei nº 
9.028, de 1996) 
b) a Consultoria da União, as Consultorias Jurídicas dos Ministérios, da Secretaria-Geral e das demais 
Secretarias da Presidência da República e do Estado-Maior das Forças Armadas; 
 
III - órgão de assistência direta e imediata ao Advogado-Geral da União: o Gabinete do Advogado-
Geral da União; 
 
IV - (VETADO) 
 
 
1 Orientações do material do @raioxdoedital (Acesse: Instragram Raio-X do Edital) , disponível emhttps://raioxdoedital.com.br/ 
https://www.instagram.com/raioxdoedital/
https://raioxdoedital.com.br/
 
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§ 1º - Subordinam-se diretamente ao Advogado-Geral da União, além do seu gabinete, a 
Procuradoria-Geral da União, a Consultoria-Geral da União, a Corregedoria-Geral da Advocacia-Geral 
da União, a Secretaria de Controle Interno e, técnica e juridicamente, a Procuradoria-Geral da 
Fazenda Nacional. 
 
§ 2º - As Procuradorias Seccionais, subordinadas às Procuradorias da União e da Fazenda Nacional 
nos Estados e no Distrito Federal, serão criadas, no interesse do serviço, por proposta do Advogado-
Geral da União. 
 
§ 3º - As Procuradorias e Departamentos Jurídicos das autarquias e fundações públicas são órgãos 
vinculados à Advocacia-Geral da União. 
 
§ 4º - O Advogado-Geral da União é auxiliado por dois Secretários-Gerais: o de Contencioso e o de 
Consultoria. 
 
§ 5º - São membros da Advocacia-Geral da União: o Advogado-Geral da União, o Procurador-Geral 
da União, o Procurador-Geral da Fazenda Nacional, o Consultor-Geral da União, o Corregedor-Geral 
da Advocacia da União, os Secretários-Gerais de Contencioso e de Consultoria, os Procuradores 
Regionais, os Consultores da União, os Corregedores-Auxiliares, os Procuradores-Chefes, os 
Consultores Jurídicos, os Procuradores Seccionais, os Advogados da União, os Procuradores da 
Fazenda Nacional e os Assistentes Jurídicos. 
 
TÍTULO II 
DOS ÓRGÃOS DA ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO 
 
Capítulo I 
Do Advogado-Geral da União 
 
Art. 3º - A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre nomeação 
pelo Presidente da República, dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber 
jurídico e reputação ilibada. 
 
§ 1º - O Advogado-Geral da União é o mais elevado órgão de assessoramento jurídico do Poder 
Executivo, submetido à direta, pessoal e imediata supervisão do Presidente da República. 
 
§ 2º - O Advogado-Geral da União terá substituto eventual nomeado pelo Presidente da República, 
atendidas as condições deste artigo. 
 
Art. 4º - São atribuições do Advogado-Geral da União: 
 
I - dirigir a Advocacia-Geral da União, superintender e coordenar suas atividades e orientar-lhe a 
atuação; 
 
II - despachar com o Presidente da República; 
 
III - representar a União junto ao Supremo Tribunal Federal; 
 
IV - defender, nas ações diretas de inconstitucionalidade, a norma legal ou ato normativo, objeto de 
impugnação; 
 
V - apresentar as informações a serem prestadas pelo Presidente da República, relativas a medidas 
impugnadoras de ato ou omissão presidencial; 
 
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VI - desistir, transigir, acordar e firmar compromisso nas ações de interesse da União, nos termos da 
legislação vigente; (Regulamento) 
 
VII - assessorar o Presidente da República em assuntos de natureza jurídica, elaborando pareceres e 
estudos ou propondo normas, medidas e diretrizes; 
 
VIII - assistir o Presidente da República no controle interno da legalidade dos atos da Administração; 
 
IX - sugerir ao Presidente da República medidas de caráter jurídico reclamadas pelo interesse público; 
 
X - fixar a interpretação da Constituição, das leis, dos tratados e demais atos normativos, a ser 
uniformemente seguida pelos órgãos e entidades da Administração Federal; 
 
XI - unificar a jurisprudência administrativa, garantir a correta aplicação das leis, prevenir e dirimir as 
controvérsias entre os órgãos jurídicos da Administração Federal; 
 
XII - editar enunciados de súmula administrativa, resultantes de jurisprudência iterativa dos 
Tribunais; (Vide Lei 9.469, 10/07/97) 
 
XIII - exercer orientação normativa e supervisão técnica quanto aos órgãos jurídicos das entidades a 
que alude o Capítulo IX do Título II desta Lei Complementar; 
 
XIV - baixar o Regimento Interno da Advocacia-Geral da União; 
 
XV - proferir decisão nas sindicâncias e nos processos administrativos disciplinares promovidos pela 
Corregedoria-Geral e aplicar penalidades, salvo a de demissão; 
 
XVI - homologar os concursos públicos de ingresso nas Carreiras da Advocacia-Geral da União; 
 
XVII - promover a lotação e a distribuição dos Membros e servidores, no âmbito da Advocacia-Geral 
da União; 
 
XVIII - editar e praticar os atos normativos ou não, inerentes a suas atribuições; 
 
XIX - propor, ao Presidente da República, as alterações a esta Lei Complementar; 
 
§ 1º - O Advogado-Geral da União pode representá-la junto a qualquer juízo ou Tribunal. 
 
§ 2º - O Advogado-Geral da União pode avocar quaisquer matérias jurídicas de interesse desta, 
inclusive no que concerne a sua representação extrajudicial. 
 
§ 3º - É permitida a delegação das atribuições previstas no inciso VI ao Procurador-Geral da União, 
bem como a daquelas objeto do inciso XVII deste artigo, relativamente a servidores. 
 
Do Conselho Superior da Advocacia-Geral da União 
 
Art. 7º - O Conselho Superior da Advocacia-Geral da União tem as seguintes atribuições: 
 
I - propor, organizar e dirigir os concursos de ingresso nas Carreiras da Advocacia-Geral da União; 
 
 
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II - organizar as listas de promoção e de remoção, julgar reclamações e recursos contra a inclusão, 
exclusão e classificação em tais listas, e encaminhá-las ao Advogado-Geral da União; 
 
III - decidir, com base no parecer previsto no art. 5º, inciso V desta Lei Complementar, sobre a 
confirmação no cargo ou exoneração dos Membros das Carreiras da Advocacia-Geral da União 
submetidos à estágio confirmatório; 
 
IV - editar o respectivo Regimento Interno. 
 
Parágrafo único. Os critérios disciplinadores dos concursos a que se refere o inciso I deste artigo são 
integralmente fixados pelo Conselho Superior da Advocacia-Geral da União. 
 
Art. 28. Além das proibições decorrentes do exercício de cargo público, aos membros efetivos da 
Advocacia-Geral da União é vedado: 
 
I - exercer advocacia fora das atribuições institucionais; 
 
II - contrariar súmula, parecer normativo ou orientação técnica adotada pelo Advogado-Geral da 
União; 
 
III - manifestar-se, por qualquer meio de divulgação, sobre assunto pertinente às suas funções, salvo 
ordem, ou autorização expressa do Advogado-Geral da União. 
 
Art. 29. É defeso aos membros efetivos da Advocacia-Geral da União exercer suas funções em 
processo judicial ou administrativo: 
 
I - em que sejam parte; 
 
II - em que hajam atuado como advogado de qualquer das partes; 
 
III - em que seja interessado parente consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o segundo 
grau, bem como cônjuge ou companheiro; 
 
 
IV - nas hipóteses da legislação processual. 
 
Art. 30. Os membros efetivos da Advocacia-Geral da União devem dar-se por impedidos: 
I - quando hajam proferido parecer favorável à pretensão deduzida em juízo pela parte adversa; 
 
II - nas hipóteses da legislação processual. 
 
Parágrafo único. Nas situações previstas neste artigo, cumpre seja dada ciência, ao superior 
hierárquico imediato, em expediente reservado, dos motivos do impedimento, objetivando a 
designação de substituto. 
 
Art. 35. A União é citada nas causas em que seja interessada, na condição de autora, ré, assistente, 
oponente, recorrente ou recorrida, na pessoa: 
 
I - do Advogado-Geral da União, privativamente, nas hipóteses de competência do Supremo Tribunal 
Federal; 
 
II - do Procurador-Geral da União, nas hipóteses de competência dos tribunais superiores; 
 
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III - do Procurador-Regional da União, nas hipóteses de competência dos demais tribunais; 
 
IV - do Procurador-Chefe ou do Procurador-Seccional da União, nas hipóteses de competência dos 
juízos de primeiro grau. 
 
Art. 40. Os pareceres do Advogado-Geral da União são por este submetidos à aprovação do 
Presidente da República. 
 
§ 1º O parecer aprovado e publicado juntamente com o despacho presidencial vincula a 
Administração Federal, cujos órgãos e entidadesficam obrigados a lhe dar fiel cumprimento. 
 
§ 2º O parecer aprovado, mas não publicado, obriga apenas as repartições interessadas, a partir do 
momento em que dele tenham ciência. 
 
Súmula 651-STJ: Compete à autoridade administrativa aplicar a servidor público a pena de demissão em 
razão da prática de improbidade administrativa, independentemente de prévia condenação, por autoridade 
judicial, à perda da função pública. 
• Aprovada em 21/10/2021. 
• Importante 
 
Súmula 633-STJ: A Lei nº 9.784/99, especialmente no que diz respeito ao prazo decadencial para a revisão 
de atos administrativos no âmbito da Administração Pública federal, pode ser aplicada, de forma subsidiária, 
aos estados e municípios, se inexistente norma local e específica que regule a matéria. 
• Aprovada em 12/06/2019, DJe 17/06/2019. 
• Importante. 
 
Súmula 552-STJ: O portador de surdez unilateral não se qualifica como pessoa com deficiência para o fim de 
disputar as vagas reservadas em concursos públicos. 
• Aprovada em 04/11/2015, DJe 09/11/2015. 
• Importante. 
• Vide também a Súmula 377-STJ: O portador de visão monocular tem direito de concorrer, em concurso 
público, às vagas reservadas aos deficientes. 
 
JURISPRUDÊNCIA EM TESES 
Improbidade Administrativa 
É lícita a cumulação de pedidos de natureza condenatória, declaratória e constitutiva na ação civil pública 
por ato de improbidade administrativa. 
 
Na ação civil pública por ato de improbidade administrativa, é cabível a compensação por danos morais na 
defesa de interesse difuso ou coletivo. 
 
É viável o prosseguimento de ação de improbidade administrativa exclusivamente contra particular quando 
há pretensão de responsabilizar agentes públicos pelos mesmos fatos em outra demanda conexa. 
 
Processo Administrativo Disciplinar 
Na via do mandado de segurança, é possível valorar a congruência entre a conduta apurada e a capitulação 
da pena de demissão aplicada no processo administrativo disciplinar. 
 
 
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Em regra, a instauração de processo administrativo disciplinar contra servidor efetivo cedido dar-se-á no 
órgão em que tenha sido praticada a suposta irregularidade (cessionário), devendo o julgamento e a eventual 
aplicação de sanção ocorrer no órgão ao qual o servidor efetivo estiver vinculado (cedente). 
 
Reconhecida a nulidade de PAD pela existência de vício insanável, antes do seu julgamento, não há que se 
falar em reformatio in pejus quando a segunda comissão processante opina por penalidade mais gravosa 
 
O indeferimento de produção de provas pela comissão processante, não causa nulidade do Processo 
Administrativo Disciplinar - PAD, desde que motivado nos termos do art. 156, §§ 1º e 2º, da Lei n. 8.112/1990. 
Art. 156 (...) § 1º O presidente da comissão poderá denegar pedidos considerados impertinentes, meramente 
protelatórios, ou de nenhum interesse para o esclarecimento dos fatos. 
§ 2º Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a comprovação do fato independer de conhecimento 
especial de perito. 
 
É dispensável a transcrição integral de diálogos colhidos em interceptação telefônica no âmbito do PAD, pois 
tal obrigatoriedade não encontra amparo legal. 
 
Conselhos de Fiscalização Profissional 
Os conselhos profissionais têm poder de polícia para fiscalizar as profissões regulamentadas, inclusive no que 
concerne à cobrança de anuidades e à aplicação de sanções. 
 
A partir da vigência da Lei nº 12.514/2011, o fato gerador para a cobrança de anuidades de órgão de 
fiscalização profissional é o registro no conselho e não mais o efetivo exercício da profissão. 
 
As anuidades devidas aos conselhos profissionais constituem contribuição de interesse das categorias 
profissionais, de natureza tributária, sujeita a lançamento de ofício. 
 
Não se aplica o art. 20 da Lei nº 10.522/2002, que determina o arquivamento provisório das execuções de 
pequeno valor, às execuções fiscais propostas pelos conselhos regionais de fiscalização profissional. 
 
Em execução fiscal ajuizada por conselho de fiscalização profissional, seu representante judicial possui a 
prerrogativa de ser pessoalmente intimado. (Recurso Repetitivo - Tema 580) 
 
Intervenção do Estado na Propriedade 
O ato de tombamento geral não precisa individualizar os bens abarcados pelo tombo, pois as restrições 
impostas pelo Decreto-Lei n. 25/1937 se estendem à totalidade dos imóveis pertencentes à área tombada. 
 
É indevido o direito à indenização se o imóvel expropriado foi adquirido após a imposição de limitação 
administrativa, porque se supõe que as restrições de uso e gozo da propriedade já foram consideradas na 
fixação do preço do imóvel. 
 
Construção ou atividade irregular em bem de uso comum do povo revela dano presumido à coletividade, 
dispensada prova de prejuízo em concreto. 
 
DIREITO FINANCEIRO 
 
Princípio da intranscendência e entidade integrante de consórcio público com pendência no CAUC 
Se um consórcio público celebrou convênio com a União por meio do qual estão previstos repasses federais, 
o fato de um dos entes integrantes do consórcio possuir pendência inscrita no CAUC não pode impedir que 
 
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o consórcio receba os valores prometidos. Isso porque o consórcio público é uma pessoa jurídica distinta dos 
entes federativos que o integram e, segundo o princípio da intranscendência das sanções, as punições 
impostas não podem superar a dimensão estritamente pessoal do infrator, ou seja, não podem prejudicar 
outras pessoas jurídicas que não sejam aquelas que praticaram o ato. 
Assim, o fato de ente integrante de consórcio público possuir pendência no Serviço Auxiliar de Informações 
para Transferências Voluntárias (CAUC) não impede que o consórcio faça jus, após a celebração de convênio, 
à transferência voluntária a que se refere o art. 25 da LC 101/2000. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.463.921-PR, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 10/11/2015 (Info 577). 
 
Inconstitucionalidade de lei estadual que amplia os limites máximos de gastos com pessoal fixados pela LRF 
A Lei de Responsabilidade Fiscal, cumprindo o que determina o art. 169 da CF/88, estabelece, em seus arts. 
19 e 20, valores máximos que a União, os Estados/DF e os Municípios poderão gastar com despesas de 
pessoal. 
É inconstitucional lei estadual que amplia os limites máximos de gastos com pessoal fixados pelos arts. 19 e 
20 da Lei de Responsabilidade (LC 101/2000). 
O art. 169 da CF/88 determina que a despesa com pessoal da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar. Esta lei complementar de que 
trata a Constituição é uma lei complementar nacional que, no caso, é a LC 101/2000. 
A legislação estadual, ao fixar limites de gastos mais generosos, viola os parâmetros normativos contidos na 
LRF, e, com isso, usurpa a competência da União para dispor sobre o tema. 
STF. Plenário. ADI 5449 MC-Referendo/RR, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 10/3/2016 (Info 817). 
 
Pavimentação e drenagem também não são consideradas como ação social 
A restrição para transferência de recursos federais a Município que possui pendências no Cadastro Único de 
Exigências para Transferências Voluntárias (CAUC) não pode ser suspensa sob a justificativa de que os 
recursos destinam-se à pavimentação e drenagem de vias públicas. Essas atividades (pavimentação e 
drenagem) não podem ser enquadradas no conceito de ação social previsto no art. 26 da Lei 10.522/2002. 
STJ. 1ª Turma. REsp 1.372.942-AL, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 1º/4/2014 (Info 539). 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.527.308-CE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 16/6/2015 (Info 566). 
 
Inconstitucionalidade e lei estadual que permita que Estado utilize verbas dos depósitos judiciais 
Diversos Estados têm editado leis complementares estaduais prevendo que o Poder Executivo pode utilizar 
os valores constantes dos depósitos judiciais não apenasrelacionados com processos em que os Estados 
fossem parte, mas também oriundos de outros feitos em que estivessem litigando somente particulares. Tais 
leis estão sendo questionadas por meio de ADIs propostas pelo Procurador Geral da República. É o caso, por 
exemplo, da LC 42/2015, do Estado da Bahia. 
O STF tem entendido, ainda em um juízo sumário e provisório, que tais leis estaduais são inconstitucionais 
por violarem: 
1) O princípio da separação dos poderes. 
2) A iniciativa privativa legislativa da União (art. 22, I, da CF/88). 
3) A LC federal 151/2015 apenas autoriza o levantamento de 70% dos valores que sejam objeto de depósitos 
vinculados a processos em que os entes federados sejam parte. 
STF. Plenário. ADI 5409 MC-Referendo/BA, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 25/11/2015 (Info 809). 
 
É indispensável a efetiva participação do Poder Judiciário e do Ministério Público no ciclo orçamentário, 
não podendo ser imposta limitação de despesas na folha complementar desses órgãos sem a sua 
participação nessa estipulação 
É indispensável a efetiva participação do Poder Judiciário e do Ministério Público no ciclo orçamentário, sob 
pena da respectiva norma incidir em inconstitucionalidade por afronta à sistemática orçamentária e 
financeira prevista na Constituição Federal (art. 99, § 1º; art. 127, §§ 3º a 6º; e art. 168, caput). 
 
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STF. Plenário. ADI 7340 MC-Ref/CE, Rel. Min. André Mendonça, julgado em 20/03/2023 (Info 1087). 
 
É constitucional o art. 1º, § 8º da LC 156/2016; o dispositivo exige dos Estados/DF a desistência de ações 
judiciais para a concessão de prazo adicional de até 240 meses para o pagamento de dívidas refinanciadas 
com a União 
É constitucional — por ausência de ofensa aos princípios da inafastabilidade da jurisdição e aos postulados 
da razoabilidade e da proporcionalidade — dispositivo legal que, nos contratos de refinanciamento das 
dívidas dos estados e do Distrito Federal com a União, impõe como condição para a concessão e a 
manutenção dos benefícios previstos na lei a desistência e o não ajuizamento de ações judiciais que tenham 
por objeto a dívida ou o contrato renegociado. 
STF. Plenário. ADI 7168/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 17/02/2023 (Info 1083). 
 
O chamado orçamento secreto é inconstitucional 
É vedada a utilização das emendas do relator-geral do orçamento com a finalidade de criar novas despesas 
ou de ampliar as programações previstas no projeto de lei orçamentária anual, uma vez que elas se destinam, 
exclusivamente, a corrigir erros e omissões (art. 166, § 3º, III, alínea “a”, da CF/88). 
STF. Plenário. ADPF 850/DF, ADPF 851/DF, ADPF 854/DF e ADPF 1.014/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgados 
em 19/12/2022 (Info 1080). 
 
São inconstitucionais as decisões judiciais que determinam a constrição de receitas públicas da saúde 
vinculadas ao pagamento de contratos de gestão firmados entre o Estado e uma organização social 
São inconstitucionais — por violarem os princípios da separação de Poderes, da legalidade orçamentária, da 
eficiência administrativa e da continuidade dos serviços públicos — decisões judiciais que determinam a 
penhora ou o bloqueio de receitas públicas destinadas à execução de contratos de gestão para o pagamento 
de despesas estranhas aos seus objetos. 
STF. Plenário. ADPF 1012/PA, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 12/12/2022 (Info 1079). 
 
É constitucional a indenização por incapacidade ou morte de profissionais da saúde em razão da pandemia 
da Covid-19, instituída pela Lei 14.128/2021 
É constitucional norma federal que prevê compensação financeira de caráter indenizatório a ser paga pela 
União por incapacidade permanente para o trabalho ou morte de profissionais da saúde decorrentes do 
atendimento direto a pacientes acometidos pela Covid-19. 
STF. Plenário. ADI 6970/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 15/8/2022 (Info 1065). 
 
É inconstitucional norma estadual que dispõe sobre valores correspondentes a depósitos judiciais e 
extrajudiciais de terceiros, ou seja, em que o ente federado não é parte interessada 
Lei do Estado de Pernambuco determinou que os depósitos judiciais e extrajudiciais, em dinheiro, à 
disposição do poder judiciário estadual ou da Secretaria da Fazenda, deveriam ser efetuados em Conta 
Central de Depósitos Procedimentais. 
Ao fazer isso, o legislador estadual usurpou a competência da União para legislar sobre: a) o Sistema 
Financeiro Nacional (art. 21, VIII); b) a política de crédito e transferência de valores (arts. 22, VII, e 192); c) 
direito civil e processual (art. 22, I); e d) normas gerais de direito financeiro (art. 24, I), atuando, neste último 
caso, além dos limites de sua competência suplementar, pois previu hipóteses e finalidades não estabelecidas 
em normas gerais editadas pela União. 
Quanto ao aspecto material, a lei violou a separação dos poderes ao possibilitar o uso e administração, pelo 
Poder Executivo, de numerário de terceiros, cujo depositário é o Judiciário. O tratamento legal impugnado 
ainda afronta o direito de propriedade dos jurisdicionados ─ pois configura expropriação de recursos a eles 
pertencentes ─; caracteriza empréstimo compulsório não previsto no art. 148 da CF/88; bem como cria 
endividamento fora das hipóteses de dívida pública permitidas pela Constituição. 
 
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STF. Plenário. ADI 6660/PE, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 20/6/2022 (Info 1060). 
 
A progressão funcional não está elencada no rol de proibições do art. 22, parágrafo único, da LRF (limite 
prudencial) 
É ilegal o ato de não concessão de progressão funcional de servidor público, quando atendidos todos os 
requisitos legais, a despeito de superados os limites orçamentários previstos na Lei de Responsabilidade 
Fiscal, referentes a gastos com pessoal de ente público, tendo em vista que a progressão é direito subjetivo 
do servidor público, decorrente de determinação legal, estando compreendida na exceção prevista no inciso 
I do parágrafo único do art. 22 da Lei Complementar n. 101/2000. 
STJ. 1ª Seção. REsp 1878849-TO, Rel. Min. Manoel Erhardt (Desembargador Convocado do TRF da 5ª região), 
julgado em 24/02/2022 (Recurso Repetitivo – Tema 1075) (Info 726). 
 
São inconstitucionais atos de constrição, por decisão judicial, do patrimônio de estatais prestadoras de 
serviço público essencial, em regime não concorrencial e sem intuito lucrativo primário, para fins de 
quitação de suas dívidas 
Os recursos públicos vinculados ao orçamento de estatais prestadoras de serviço público essencial, em 
regime não concorrencial e sem intuito lucrativo primário, não podem ser bloqueados ou sequestrados por 
decisão judicial para pagamento de suas dívidas, em virtude do disposto no art. 100 da CF/88, e dos princípios 
da legalidade orçamentária (art. 167, VI, da CF/88), da separação dos poderes (arts. 2º, 60, § 4º, III, da CF/88) 
e da eficiência da administração pública (art. 37, caput, da CF/88). 
STF. Plenário. ADPF 789/MA, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 20/8/2021 (Info 1026). 
 
Constituição Estadual não pode impor tratar sobre as emendas parlamentares impositivas com percentuais 
diferentes daquilo que está previsto na Constituição Federal 
É inconstitucional norma estadual que estabeleça limite para aprovação de emendas parlamentares 
impositivas em patamar diferente do imposto pelo art. 166 da Constituição Federal. 
STF. Plenário. ADI 6670 MC/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 30/4/2021 (Info 1015). 
 
Análise da constitucionalidade da Lei de Responsabilidade Fiscal 
A Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF (Lei Complementar nº 101/2000) é formalmente constitucional, não 
houve qualquer vício na tramitação do projeto, tendo sido respeitado o devido processo legislativo. 
No que tange ao aspecto material, o STF declarou a constitucionalidade dos arts. 4º, § 2º, II, e § 4º; 7º, caput 
e § 1º; 11, parágrafo único; 14, II; 17, §§ 1º a 7º; 18, § 1º; 20; 24; 26, § 1º; 28,§ 2º; 29, I, e § 2º; 39; 59, § 1º, 
IV; 60; e 68, caput, da LRF. 
Por outro lado, o STF julgou inconstitucionais o art. 9º, § 3º, o caput dos arts. 56 e 57 e o § 2º do art. 23. 
Quanto ao § 1º do art. 23, da LRF, o STF declarou a inconstitucionalidade parcial, sem redução de texto, de 
modo a obstar interpretação segundo a qual é possível reduzir valores de função ou cargo que estiver 
provido. 
 
Art. 9º, § 3º 
Veja o que diz o § 3º do art. 9º: 
Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o 
cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os 
Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias 
subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de 
diretrizes orçamentárias. (...) § 3º No caso de os Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministério Público não 
promoverem a limitação no prazo estabelecido no caput, é o Poder Executivo autorizado a limitar os valores 
financeiros segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias. 
Com relação ao § 3º do art. 9º, o STF entendeu que a norma prevista não guarda pertinência com o modelo 
de freios e contrapesos estabelecido constitucionalmente para assegurar o exercício responsável da 
 
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autonomia financeira por parte dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público. Isso porque o 
dispositivo estabelece inconstitucional hierarquização subserviente em relação ao Executivo, permitindo 
que, unilateralmente, limite os valores financeiros segundo os critérios fixados pela Lei de Diretrizes 
Orçamentárias no caso daqueles outros dois Poderes e instituição não promoverem a limitação no prazo 
fixado no caput. 
 
Caput dos arts. 56 e 57 
Esses dispositivos preveem o seguinte: 
Art. 56. As contas prestadas pelos Chefes do Poder Executivo incluirão, além das suas próprias, as dos 
Presidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Chefe do Ministério Público, referidos no 
art. 20, as quais receberão parecer prévio, separadamente, do respectivo Tribunal de Contas. 
Art. 57. Os Tribunais de Contas emitirão parecer prévio conclusivo sobre as contas no prazo de sessenta dias 
do recebimento, se outro não estiver estabelecido nas constituições estaduais ou nas leis orgânicas 
municipais. 
 
O STF considerou que houve um desvirtuamento do modelo previsto nos arts. 71 e seguintes da CF/88. 
A Constituição determina que as contas do Poder Executivo englobarão todas as contas, receberão um 
parecer conjunto do Tribunal de Contas, e serão julgadas pelo Congresso. 
No caso do Judiciário, do Ministério Público e do Legislativo, o Tribunal de Contas julga as contas, e não 
apenas dá um parecer prévio. 
 
Art. 23, § 1º e art. 23, § 2º 
Veja a redação dos dispositivos: 
Art. 23. Se a despesa total com pessoal, do Poder ou órgão referido no art. 20, ultrapassar os limites definidos 
no mesmo artigo, sem prejuízo das medidas previstas no art. 22, o percentual excedente terá de ser 
eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos um terço no primeiro, adotando-se, entre 
outras, as providências previstas nos §§ 3º e 4º do art. 169 da Constituição. 
§ 1º No caso do inciso I do § 3º do art. 169 da Constituição, o objetivo poderá ser alcançado tanto pela 
extinção de cargos e funções quanto pela redução dos valores a eles atribuídos. 
§ 2º É facultada a redução temporária da jornada de trabalho com adequação dos vencimentos à nova carga 
horária. 
 
Quanto ao § 1º do art. 23, da LRF, o STF declarou a inconstitucionalidade parcial, sem redução de texto, de 
modo a obstar interpretação segundo a qual é possível reduzir valores de função ou cargo que estiver 
provido. 
Quanto ao § 2º do art. 23, declarou a sua inconstitucionalidade. 
 
É inconstitucional qualquer interpretação de dispositivos da Lei de Responsabilidade Fiscal que permita a 
redução de vencimentos de servidores públicos para a adequação de despesas com pessoal. 
É inconstitucional o § 2º do art. 23 da LRF, que faculta a redução temporária da jornada de trabalho com 
adequação dos vencimentos à nova carga horária, caso sejam ultrapassados os limites definidos na lei para 
despesas com pessoal nas diversas esferas do poder público. Essa possibilidade de redução fere o princípio 
constitucional da irredutibilidade de vencimentos (art. 37, XV, da CF/88). 
STF. Plenário. ADI 2238/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 24/6/2020 (Info 983). 
 
Os Estados podem legislar sobre índices de correção monetária e taxas de juros incidentes sobre créditos 
fiscais, desde que não seja superior ao índice estabelecido pela União. 
Os estados-membros e o Distrito Federal podem legislar sobre índices de correção monetária e taxas de juros 
de mora incidentes sobre seus créditos fiscais, limitando-se, porém, aos percentuais estabelecidos pela União 
para os mesmos fins 
 
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STF. Plenário. ARE 1216078 RG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 29/08/2019 - Repercussão Geral – Tema 
1062. 
 
Os Estados, DF e Municípios possuem direito à arrecadação do IR retido na fonte, incidente sobre 
rendimentos pagos por eles, suas autarquias e fundações a pessoas físicas ou jurídicas contratadas para a 
prestação de bens ou serviços 
Pertence ao Município, aos Estados e ao Distrito Federal a titularidade das receitas arrecadadas a título de 
imposto de renda retido na fonte incidente sobre valores pagos por eles, suas autarquias e fundações a 
pessoas físicas ou jurídicas contratadas para a prestação de bens ou serviços, conforme disposto nos arts. 
158, I, e 157, I, da Constituição Federal. 
STF. Plenário. RE 1293453/RS, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 8/10/2021 (Repercussão Geral – 
Tema 1130) (Info 1033). 
 
É inconstitucional o bloqueio de recursos públicos federais transferidos às Associações de Pais e Professores 
(APPs) pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para a implementação do Programa 
Dinheiro Direto na Escola (PDDE) 
Ofendem os princípios da legalidade orçamentária, da separação dos Poderes e da continuidade da prestação 
dos serviços públicos as decisões judiciais que, com o objetivo de satisfazer créditos trabalhistas, determinam 
o bloqueio de recursos públicos federais transferidos às Associações de Pais e Professores (APPs) pelo Fundo 
Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para a implementação do Programa Dinheiro Direto na 
Escola (PDDE). 
STF. Plenário. ADPF 988/SC, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 17/10/2022 (Info 1072). 
 
É constitucional norma estadual que prevê a assunção de obrigações financeiras resultantes de sentença 
judicial proferida após a privatização de sociedade de economia mista prestadora de serviço público pelo 
respectivo estado 
A Lei Estadual 7.514/2000, do Maranhão, autorizou que o governo do Estado assumisse as obrigações 
financeiras resultantes de sentença judicial proferida após a privatização da Companhia Energética do 
Maranhão S.A. – CEMAR, sociedade de economia mista prestadora de serviço público. 
A assunção excepcional de despesas extraordinárias, ocorrida no contexto do processo de desestatização, 
traduz matéria pertinente ao direito administrativo, não caracterizando hipótese de competência legislativa 
da União em matéria de direito civil. 
As vedações indicadas nos incisos II, V e VII do art. 167 da CF/88 referem-se às condutas do administrador 
público quanto à execução orçamentária, e não do legislador, responsável pela elaboração da lei impugnada. 
O Estado não assumiu obrigações futuras da empresa, pois o âmbito de aplicação da lei estadual questionada 
restringe-se às obrigações anteriores à privatização e decorrentes de decisões transitadas em julgado. 
STF. Plenário. ADI 5271/MA, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 26/8/2022 (Info 1065). 
 
Se o Estado-membro utiliza em outras áreas determinadasverbas que deveriam aplicadas na saúde, ele 
deverá ser condenado a aplicar agora a integralidade da quantia na saúde 
O Estado-membro que desrespeita o mínimo constitucional que deve ser aplicado na saúde, realocando 
recurso em programa diverso, deve devolvê-lo à sua área de origem em sua totalidade. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.752.162/RJ, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 13/04/2021 (Info 692). 
 
LC federal deve fixar os valores mínimos a serem aplicados anualmente pelos Estados, Distrito Federal e 
Municípios em ações e serviços públicos de saúde, não podendo norma de Constituição estadual ou lei 
orgânica prever esses percentuais 
A LC federal 141/2012 fixa os valores mínimos a serem aplicados anualmente pela União, Estados, Distrito 
Federal e Municípios em ações e serviços públicos de saúde. 
 
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O art. 11 desta Lei estabelece que as Constituições dos Estados ou as Leis Orgânicas dos Municípios podem 
fixar valores mais altos do que o previsto na LC 141/2012 de repasses em prol da saúde. 
O STF julgou inconstitucional esse art. 11 da LC 141/2012 porque, segundo o art. 198, § 3º, I, da CF/88, os 
percentuais mínimos que os Estados, DF e Municípios são obrigados a aplicar na saúde devem estar previstos 
em lei complementar federal editada pelo Congresso Nacional, não podendo isso ser delegado para os 
Estados/DF e Municípios. 
Além disso, o STF afirmou que são inconstitucionais normas da Constituição Estadual que prevejam 
percentuais de aplicação mínima na saúde em patamares diferentes daquele fixado pela Lei complementar 
federal. 
STF. Plenário. ADI 5897/SC, Rel. Min. Luz Fux, julgado em 24/4/2019 (Info 938). 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Regra da anterioridade nonagesimal e lei de conversão da MP 
Nos casos em que a majoração de alíquota tenha sido estabelecida somente na lei de conversão, o termo 
inicial da contagem é a data da conversão da medida provisória em lei. 
STF. Plenário. RE 568503/RS, rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 12/2/2014 (Info 735). 
 
Norma que altera o prazo de pagamento do tributo 
Súmula vinculante 50-STF: Norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigação tributária não se 
sujeita ao princípio da anterioridade. 
 
A revogação de benefício fiscal deverá obedecer ao princípio da anterioridade tributária 
O ato normativo que revoga um benefício fiscal anteriormente concedido configura aumento indireto do 
tributo e, portanto, está sujeito ao princípio da anterioridade tributária. 
A jurisprudência do STF concebe que não apenas a majoração direta de tributos atrai a eficácia da 
anterioridade nonagesimal, mas também a majoração indireta decorrente de revogação de benefícios fiscais. 
Assim, a alteração em programa fiscal, quando acarretar indiretamente a majoração de tributos, deve 
respeitar o princípio da anterioridade nonagesimal. 
É a posição que prevalece. 
STF. 1ª Turma. RE 1053254 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 26/10/2018. 
STF. 1ª Turma. RE 983821 AgR, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 03/04/2018. 
STF. 2ª Turma. RE 1091378 AgR, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 31/08/2018. 
 
Obs: a redução ou a extinção de desconto para pagamento de tributo sob determinadas condições previstas 
em lei, como o pagamento antecipado em parcela única, não pode ser equiparada à majoração do tributo 
(STF. Plenário. ADI 4016 MC, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 01/08/2008). 
 
A imunidade tributária do art. 149, § 2º, I, da CF/88 abrange o PIS/Cofins que incidiria sobre o frete 
contratado por trading companies 
Não incide a contribuição para o PIS e a COFINS sobre as receitas auferidas pelo operador de transporte com 
o serviço de frete contratado por trading companies. 
STF. Plenário. RE 1367071 AgR-EDv/PR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, redator do acórdão Min. Alexandre 
de Moraes, julgado em 17/02/2023 (Info 1083). 
 
Incide a imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, “a”, da Constituição Federal), no caso de contrato de 
alienação fiduciária em que pessoa jurídica de direito público figure como devedora 
Não incide IPVA sobre veículo automotor adquirido, mediante alienação fiduciária, por pessoa jurídica de 
direito público. 
 
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STF. Plenário. RE 727851, Rel. Marco Aurélio, julgado em 22/06/2020 (Repercussão Geral – Tema 685) (Info 
985). 
 
As Caixas de Assistência de Advogados gozam de imunidade tributária recíproca 
As Caixas de Assistência de Advogados encontram-se tuteladas pela imunidade recíproca prevista no art. 150, 
VI, “a”, da Constituição Federal. 
A Caixa de Assistência dos Advogados é um “órgão” integrante da estrutura da OAB, mas que possui 
personalidade jurídica própria. Sua finalidade principal é prestar assistência aos inscritos no respectivo no 
Conselho Seccional (art. 62 da Lei nº 8.906/94). 
As Caixas de Assistências prestam serviço público delegado e possuem status jurídico de ente público. Vale 
ressaltar ainda que elas não exploram atividades econômicas em sentido estrito com intuito lucrativo. Diante 
disso, devem gozar da imunidade recíproca, tendo em vista a impossibilidade de se conceder tratamento 
tributário diferenciado a órgãos integrantes da estrutura da OAB. 
STF. Plenário. RE 405267/MG, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 6/9/2018 (Info 914). 
 
Os imóveis vinculados ao Programa de Arrendamento Residencial (PAR) estão sujeitos ao regime de 
imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, “a”, da CF/88) 
Os bens e direitos que integram o patrimônio do fundo vinculado ao Programa de Arrendamento Residencial 
(PAR), criado pela Lei nº 10.188/2001, beneficiam-se da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, “a”, da 
Constituição Federal. 
STF. 1ª Turma. RE 928902/SP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 17/10/2018 (Info 920). 
 
As organizações assistenciais religiosas podem ser abrangidas pela imunidade tributária prevista no art. 
150, VI, “c”, da CF/88 
As entidades religiosas podem se caracterizar como instituições de assistência social a fim de se beneficiarem 
da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, ‘c’, da Constituição, que abrangerá não só os impostos sobre 
o seu patrimônio, renda e serviços, mas também os impostos sobre a importação de bens a serem utilizados 
na consecução de seus objetivos estatutários. 
STF. Plenário. RE 630790/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 18/3/2022 (Repercussão Geral – Tema 
336) (Info 1047). 
 
CEBAS possui natureza declaratória, retroagindo seus efeitos 
Súmula 612-STJ: O certificado de entidade beneficente de assistência social (CEBAS), no prazo de sua 
validade, possui natureza declaratória para fins tributários, retroagindo seus efeitos à data em que 
demonstrado o cumprimento dos requisitos estabelecidos por lei complementar para a fruição da 
imunidade. 
STJ. 1ª Seção. Aprovada em 09/05/2018, DJe 14/05/2018 (Info 624). 
 
A imunidade tributária estabelecida no art. 150, VI, “c”, da CF/88 abrange o IOF incidente inclusive sobre 
operações financeiras praticadas pelas entidades mencionadas no dispositivo, desde que vinculadas às 
finalidades essenciais dessas instituições 
A imunidade assegurada pelo art. 150, VI, “c”, da Constituição da República aos partidos políticos, inclusive 
suas fundações, às entidades sindicais dos trabalhadores e às instituições de educação e de assistência social, 
sem fins lucrativos, que atendam aos requisitos da lei, alcança o IOF, inclusive o incidente sobre aplicações 
financeiras. 
STF. Plenário. RE 611510/SP, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 12/4/2021 (Repercussão Geral – Tema 328) 
(Info 1012). 
 
Empresas públicas e sociedades de economia mista 
 
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Embora a CF/88 reconheça a imunidade recíproca apenas às pessoas políticas (Administração direta), 
autarquias e fundações, a jurisprudência estende o benefício também às empresas públicas e às sociedades 
de economia mista, desde que prestadoras de serviço público. 
Assim, as empresas públicas e sociedadesde economia mista que desempenham serviços públicos também 
desfrutam da referida imunidade. 
Por outro lado, se a empresa pública ou sociedade de economia mista explorar atividade econômica, não irá 
gozar do benefício, porque a ela deve ser aplicado o mesmo regime jurídico da iniciativa privada (art. 173, § 
1º, II, da CF/88). 
 
Correios e IPVA 
Os veículos automotores pertencentes aos Correios são imunes à incidência do IPVA por força da imunidade 
tributária recíproca (art. 150, VI, “a”, da CF/88). 
STF. Plenário. ACO 879/PB, Rel. Min. Marco Aurélio, Red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, 26/11/2014 
(Info 769). 
 
Correios e Imunidade nos serviços de transporte de bens e mercadorias 
Como vimos acima, os Correios gozam de imunidade tributária porque são uma empresa pública que 
desempenha serviços públicos. Até aqui, tudo bem. 
Ocorre que os Correios, além das atividades que desenvolvem de forma exclusiva, como é o caso da entrega 
de cartas, também realizam alguns serviços em concorrência com a iniciativa privada (ex.: entrega de 
encomendas). 
 
Quando os Correios realizam o serviço de transporte de bens e mercadorias, concorrendo, portanto, com a 
iniciativa privada, ainda assim gozam de imunidade? Ficam livres de pagar ICMS? 
SIM. O STF decidiu que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos — ECT goza de imunidade tributária 
recíproca mesmo quando realiza o transporte de bens e mercadorias. 
Assim, não incide o ICMS sobre o serviço de transporte de bens e mercadorias realizado pelos Correios. 
STF. Plenário. RE 627051/PE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 12/11/2014 (Info 767). 
 
Correios, IPTU e presunção de que o imóvel é utilizado para as suas finalidades essenciais 
Imagine que o Município cobrou IPTU dos Correios relativo a um imóvel pertence à empresa. Os Correios 
invocaram sua imunidade tributária. O Município respondeu argumentando que a imunidade não poderia 
ser aplicada em relação àquele imóvel porque ele não estaria relacionado às finalidades essenciais da 
empresa. 
 
Para que a entidade goze de imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, “a”), ela terá que provar que o seu 
imóvel está relacionado às suas finalidades essenciais ou existe uma presunção nesse sentido? 
Existe uma presunção nesse sentido. Assim, o ônus de provar que o imóvel não está afetado a destinação 
compatível com os objetivos e finalidades institucionais de entidade autárquica recai sobre o ente tributante. 
Em palavras mais simples, se o Município quer tributar o imóvel pertencente à autarquia, fundação, empresa 
pública ou sociedade de economia mista, ele é quem deverá provar que o referido bem não merece gozar da 
imunidade. 
Há uma presunção de que o imóvel da entidade está vinculado às suas finalidades essenciais STJ. 1ª Turma. 
AgRg no AREsp 304.126-RJ, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 13/8/2013 (Info 527). 
 
Sociedade de economia mista, cujas ações são negociadas na Bolsa, e que está voltada à remuneração do 
capital de seus controladores ou acionistas, não tem direito à imunidade tributária recíproca, mesmo que 
preste serviço público 
Sociedade de economia mista, cuja participação acionária é negociada em Bolsas de Valores, e que, 
inequivocamente, está voltada à remuneração do capital de seus controladores ou acionistas, não está 
 
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abrangida pela regra de imunidade tributária prevista no art. 150, VI, “a”, da Constituição, unicamente em 
razão das atividades desempenhadas. 
STF. Plenário. RE 600867, Rel. Joaquim Barbosa, Relator p/ Acórdão Luiz Fux, julgado em 29/06/2020 
(Repercussão Geral – Tema 508) (Info 993 – clipping). 
 
Sociedade de economia mista estadual prestadora exclusiva do serviço público de abastecimento de água 
potável e coleta e tratamento de esgotos sanitários faz jus à imunidade tributária recíproca 
Sociedade de economia mista estadual prestadora exclusiva do serviço público de abastecimento de água 
potável e coleta e tratamento de esgotos sanitários faz jus à imunidade tributária recíproca sobre impostos 
federais incidentes sobre patrimônio, renda e serviços. 
Para a extensão da imunidade tributária recíproca da Fazenda Pública a sociedades de economia mista e 
empresas públicas, é necessário preencher 3 (três) requisitos: 
a) a prestação de um serviço público; 
b) a ausência do intuito de lucro e 
c) a atuação em regime de exclusividade, ou seja, sem concorrência. 
STF. Plenário. ACO 3410/SE, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 20/4/2022 (Info 1051). 
 
Empresa privada com finalidade lucrativa e que for arrendatária de imóvel público não goza de imunidade 
tributária 
A imunidade recíproca, prevista no art. 150, VI, “a”, da Constituição Federal, não se estende a empresa 
privada arrendatária de imóvel público, quando seja ela exploradora de atividade econômica com fins 
lucrativos. Nessa hipótese é constitucional a cobrança do IPTU pelo Município. 
Ex: a União, proprietária de um grande terreno localizado no Porto de Santos, arrendou este imóvel para a 
Petrobrás (sociedade de economia mista), que utiliza o local para armazenar combustíveis. Antes do 
arrendamento, a União não pagava IPTU com relação a este imóvel em virtude da imunidade tributária 
recíproca. Depois que houve o arrendamento, a Petrobrás passa a ter que pagar o imposto. 
STF. Plenário. RE 594015/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 6/4/2017 (repercussão geral) (Info 860). 
 
Isenção de imposto de renda sobre proventos oriundos de previdência privada complementar para 
portadores de doenças graves 
São isentos do imposto de renda os proventos percebidos de fundo de previdência privada a título de 
complementação da aposentadoria por pessoa física acometida de uma das doenças arroladas no art. 6º, 
XIV, da Lei 7.713/1988. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.507.320-RS, Rel. Min. Humberto Martins, j. em 10/2/2015 (Info 556). 
 
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RELIGIOSA 
Se a entidade religiosa possui um imóvel e o aluga a um terceiro, esse bem é imune (estará livre do 
pagamento de IPTU)? 
SIM, desde que o dinheiro seja utilizado nas atividades essenciais da Igreja. 
Súmula vinculante 52-STF: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel 
pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da CF, desde que o valor dos aluguéis seja 
aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas. 
 
Obs.: apesar da súmula referir-se à imunidade do art. 150, VI, c, seu enunciado também se aplica à imunidade 
religiosa prevista no art. 150, VI, b. 
 
A entidade religiosa goza de imunidade tributária sobre o cemitério utilizado em suas celebrações? 
Sim, desde que este cemitério seja uma extensão da entidade religiosa (STF. Plenário. RE 578.562, Rel. Min. 
Eros Grau, julgado em 21/5/2008). 
No caso julgado pelo STF, o cemitério analisado era uma extensão da capela destinada ao culto da religião 
anglicana, situada no mesmo imóvel. 
 
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Maçonaria e imunidade religiosa 
A maçonaria goza da imunidade religiosa? 
NÃO. A 1ª Turma do STF decidiu que as organizações maçônicas não estão incluídas no conceito de “templos 
de qualquer culto” ou de “instituições de assistência social” para fins de concessão da imunidade tributária 
prevista no art. 150, VI, b e c, da CF. 
Segundo entendeu o STF, a maçonaria seria uma ideologia de vida e não uma religião. 
Logo, as organizações maçônicas devem pagar IPTU e os demais impostos. 
STF. 1ª Turma. RE 562351/RS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 4/9/2012 (Info 678). 
 
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA DE ENTIDADES EDUCACIONAIS E ASSISTENCIAIS 
Súmula vinculante 52-STF: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel 
pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da CF, desde que o valor dos aluguéis seja 
aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas. 
 
O fato de o imóvel estar vago ou sem edificação não é suficiente, por si só, para retirar a imunidade 
tributáriaE se o imóvel da instituição de ensino estiver vago ou não edificado, ele, mesmo assim, gozará da imunidade? 
SIM. O fato de o imóvel estar vago ou sem edificação não é suficiente, por si só, para retirar a garantia 
constitucional da imunidade tributária. Não é possível considerar que determinado imóvel está voltado a 
finalidade diversa da exigida pelo interesse público apenas pelo fato de, momentaneamente, estar sem 
edificação ou ocupação. 
Em suma, essa imunidade tributária é aplicada aos bens imóveis, temporariamente ociosos, de propriedade 
das instituições de educação e de assistência social sem fins lucrativos que atendam os requisitos legais. 
STF. 1ª Turma. RE 385091/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 6/8/2013 (Info 714). 
STF. Plenário. RE 767332/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 31/10/2013. 
 
Entidade de assistência social que exerce atividade econômica 
Determinada entidade de assistência social sem fins lucrativos que atende pessoas com deficiência explora 
uma agência franqueada dos Correios. Em outras palavras, ela é proprietária de uma agência franqueada dos 
Correios. A renda obtida com essa atividade é revertida integralmente aos fins institucionais dessa entidade. 
A venda das mercadorias nessa agência franqueada será imune de ICMS? 
NÃO. O STJ decidiu que não há imunidade nesse caso. Isso porque a atividade econômica fraqueada dos 
Correios não está relacionada com as finalidades institucionais da entidade de assistência social, ou seja, o 
serviço prestado não possui relação com seus trabalhos na área de assistência social, ainda que o resultado 
das vendas seja revertido em prol das suas atividades essenciais. Logo, não se pode conceder a imunidade 
porque não está preenchido o requisito exposto no ar. 150, § 4º da CF/88 e art. 14, § 2º do CTN. 
STJ. 2ª Turma. RMS 46.170-MS, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 23/10/2014 (Info 551). 
 
LEI COMPLEMENTAR 187/2021: REGULAMENTA A IMUNIDADE TRIBUTÁRIA DO § 7º DO ART. 195 DA CF/88 
A Lei Complementar nº 187/2021: 
• regula os procedimentos referentes à imunidade de contribuições à seguridade social de que trata o § 7º 
do art. 195 da Constituição Federal; 
• dispõe sobre a certificação das entidades beneficentes. 
 
A Constituição Federal conferiu imunidade para as entidades beneficentes de assistência social afirmando 
que elas estão dispensadas de pagar contribuições para a seguridade social. Veja: 
Art. 195 (...) 
§ 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social 
que atendam às exigências estabelecidas em lei. 
 
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A lei a que se refere o § 7º é lei complementar ou ordinária? 
Lei complementar. 
 
Existe alguma lei que preveja os requisitos que deverão ser atendidos pela entidade para gozar da 
imunidade de que trata o § 7º do art. 195 da CF/88? 
• Antes da LC 187/2021: utilizava-se o art. 14 do CTN. 
• Depois da LC 197/2021: os requisitos legais exigidos na parte final do § 7º do art. 195 passaram a ser aqueles 
previstos na LC 197/2021, que foi editada para regulamentar esse dispositivo constitucional. 
 
Os livros eletrônicos gozam de imunidade tributária 
A imunidade tributária constante do art. 150, VI, “d”, da Constituição Federal (CF), aplica-se ao livro 
eletrônico (“e-book”), inclusive aos suportes exclusivamente utilizados para fixá-lo. 
STF. Plenário. RE 330817/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 8/3/2017 (repercussão geral) (Info 856). 
 
Os componentes eletrônicos que fazem parte de curso em fascículos de montagem de placas gozam de 
imunidade tributária 
A imunidade da alínea “d” do inciso VI do art. 150 da CF/88 alcança componentes eletrônicos destinados, 
exclusivamente, a integrar unidade didática com fascículos. 
STF. Plenário. RE 595676/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 8/3/2017 (repercussão geral) (Info 856). 
 
 
O maquinário para impressão de livros não goza de imunidade tributária 
A imunidade tributária prevista no art. 150, VI, “d”, da Constituição Federal, não abarca o maquinário 
utilizado no processo de produção de livros, jornais e periódicos. 
A imunidade tributária visa à garantia e efetivação da livre manifestação do pensamento, da cultura e da 
produção cultural, científica e artística. Assim, é extensível a qualquer material assimilável a papel utilizado 
no processo de impressão e à própria tinta especial para jornal, mas não é aplicável aos equipamentos do 
parque gráfico, que não são assimiláveis ao papel de impressão, por não guardarem relação direta com a 
finalidade constitucional do art. 150, VI, “d”, da CF/88. 
STF. 1ª Turma. ARE 1100204/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado 
em 29/5/2018 (Info 904). 
 
A imunidade tributária subjetiva é aplicada se a entidade imune for contribuinte de fato? 
A imunidade tributária subjetiva aplica-se a seus beneficiários na posição de contribuinte de direito, mas não 
na de simples contribuinte de fato, sendo irrelevante, para a verificação da existência do beneplácito 
constitucional, a repercussão econômica do tributo envolvido. 
• Se a entidade imune for contribuinte de direito: incide a imunidade subjetiva. 
• Se a entidade imune for contribuinte de fato: não incide a imunidade subjetiva. 
STF. Plenário. RE 608872/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, j. em 22 e 23/2/2017 (repercussão geral) (Info 855). 
 
Os requisitos para o gozo de imunidade devem estar previstos em lei complementar 
A lei complementar é forma exigível para a definição do modo beneficente de atuação das entidades de 
assistência social contempladas pelo art. 195, § 7º, da CF, especialmente no que se refere à instituição de 
contrapartidas a serem por elas observadas. 
STF. Plenário. ADI 2028/DF, ADI 2036/DF, ADI 2228/DF, rel. orig. Min. Joaquim Barbosa, red. p/ o ac. Min. 
Rosa Weber, julgados em 23/2 e 2/3/2017 (Info 855). 
STF. Plenário. RE 566622/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 23/2/2017 (Info 855). 
 
Imunidade tributária e obrigações acessórias 
 
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A entidade que goza de imunidade tributária tem o dever de cumprir as obrigações acessórias, dentre elas a 
de manter os livros fiscais. 
STF. 1ª Turma. RE 250844/SP, rel. Min. Marco Aurélio, 29/5/2012. 
 
É vedado que a base de cálculo da taxa seja idêntica à do imposto 
Súmula vinculante 29-STF: É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos 
da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base 
e outra. 
 
Princípio da legalidade tributária e lei que delega a fixação do valor da taxa para ato infralegal, desde que 
respeitados os parâmetros máximos 
Não viola a legalidade tributária a lei que, prescrevendo o teto, possibilita o ato normativo infralegal fixar o 
valor de taxa em proporção razoável com os custos da atuação estatal, valor esse que não pode ser atualizado 
por ato do próprio conselho de fiscalização em percentual superior aos índices de correção monetária 
legalmente previstos. 
STF. Plenário. RE 838284/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 06/10/2016 (repercussão geral) (Info 842). 
 
TEMAS DIVERSOS 
Responsabilidade da sucessora em caso de sucessão empresarial 
Súmula 554-STJ: Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da sucessora abrange não apenas 
os tributos devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias ou punitivas referentes a fatos 
geradores ocorridos até a data da sucessão. 
Ausência de declaração do débito e início do prazo para constituição do crédito tributário 
Súmula 555-STJ: Quando não houver declaração do débito, o prazo decadencial quinquenal para o Fisco 
constituir o crédito tributário conta-se exclusivamente na forma do art. 173, I, do CTN, nos casos em que a 
legislação atribui ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade 
administrativa. 
 
O concurso de preferência entre pessoas jurídicas de direitopúblico previsto no parágrafo único do art. 187 
do CTN e o parágrafo único do art. 29 da LEF não é compatível com a CF/88 
O concurso de preferência entre os entes federados na cobrança judicial dos créditos tributários e não 
tributários, previsto no parágrafo único do art. 187 da Lei nº 5.172/66 (Código Tributário Nacional) e no 
parágrafo único do art. 29 da Lei nº 6.830/80 (Lei de Execuções Fiscais), não foi recepcionado pela 
Constituição Federal de 1988. 
A Súmula 563 do STF foi cancelada. 
O entendimento contido na Súmula 497 do STJ está superado. 
STF. Plenário. ADPF 357/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 24/6/2021 (Info 1023). 
 
Notificação do auto de infração 
Súmula 622-STJ: A notificação do auto de infração faz cessar a contagem da decadência para a constituição 
do crédito tributário; exaurida a instância administrativa com o decurso do prazo para a impugnação ou com 
a notificação de seu julgamento definitivo e esgotado o prazo concedido pela Administração para o 
pagamento voluntário, inicia-se o prazo prescricional para a cobrança judicial. 
 
Art. 170-A do CTN 
O disposto no art. 170-A do CTN, que exige o trânsito em julgado para fins de compensação de crédito 
tributário, somente se aplica às demandas ajuizadas após a vigência da LC 104/2001, a qual acrescentou o 
referido artigo ao CTN. 
STJ. 1ª Turma. AgRg no REsp 1.240.038-PR, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 8/4/2014 (Info 541). 
 
 
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Prazo para a restituição do valor pago indevidamente e tributo lançado por homologação 
Qual é o prazo prescricional para obter a restituição do valor pago indevidamente no caso de tributos sujeitos 
a lançamento por homologação? 
• Para ações de repetição de indébito ajuizadas até 8/6/2005: 10 anos. 
• Para ações de repetição de indébito ajuizadas a partir de 9/6/2005: 5 anos. 
No dia 09/06/2005 entrou em vigor a LC 118/2005, que estabeleceu que, para efeito de repetição de 
indébito, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, 
no momento do pagamento antecipado. 
Obs: não importa se o pagamento indevido foi feito antes da LC 118/2005 (09/06/2005). O que interessa 
saber é se a ação foi ajuizada antes da LC 118/2005 entrar em vigor. 
STJ. 1ª Seção. REsp 1.269.570-MG, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 23/5/2012. 
 
Pagamento indevido e restituição de tributos indiretos 
1) O consumidor final de energia elétrica tem legitimidade ativa para propor ação declaratória cumulada com 
repetição de indébito que tenha por escopo afastar a incidência de ICMS sobre a demanda contratada e não 
utilizada de energia elétrica. 
2) O usuário do serviço de energia elétrica (consumidor em operação interna), na condição de contribuinte 
de fato, é parte legítima para discutir pedido de compensação do ICMS supostamente pago a maior no regime 
de substituição tributária. 
STJ. 1ª Turma. AgRg nos EDcl no REsp 1.269.424-SC, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 23/10/2012. 
STJ. 2ª Turma. AgRg no RMS 28.044-ES, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 13/11/2012. 
 
Pedido de compensação ou de restituição e prazo prescricional 
Súmula 625-STJ: O pedido administrativo de compensação ou de restituição não interrompe o prazo 
prescricional para a ação de repetição de indébito tributário de que trata o art. 168 do CTN nem o da 
execução de título judicial contra a Fazenda Pública. 
 
Comprovação necessária para o MS impetrado objetivando a declaração do direito à compensação 
tributária 
Tratando-se de Mandado de Segurança impetrado com vistas a declarar o direito à compensação tributária, 
em virtude do reconhecimento da ilegalidade ou inconstitucionalidade da exigência da exação, 
independentemente da apuração dos respectivos valores, é suficiente, para esse efeito, a comprovação de 
que o impetrante ocupa a posição de credor tributário, visto que os comprovantes de recolhimento indevido 
serão exigidos posteriormente, na esfera administrativa, quando o procedimento de compensação for 
submetido à verificação pelo Fisco. 
De outro lado, tratando-se de Mandado de Segurança com vistas a obter juízo específico sobre as parcelas a 
serem compensadas, com efetiva investigação da liquidez e certeza dos créditos, ou, ainda, na hipótese em 
que os efeitos da sentença supõem a efetiva homologação da compensação a ser realizada, o crédito do 
contribuinte depende de quantificação, de modo que a inexistência de comprovação cabal dos valores 
indevidamente recolhidos representa a ausência de prova pré-constituída indispensável à propositura da 
ação. 
STJ. 1ª Seção. REsp 1.715.256-SP, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 13/02/2019 (recurso 
repetitivo) (Info 643). 
 
É constitucional o protesto de CDA 
O protesto das certidões de dívida ativa constitui mecanismo constitucional e legítimo por não restringir de 
forma desproporcional quaisquer direitos fundamentais garantidos aos contribuintes e, assim, não constituir 
sanção política. 
STF. Plenário. ADI 5135/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 3 e 9/11/2016 (Info 846). 
 
É possível o protesto de CDA 
 
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A Fazenda Pública possui interesse e pode efetivar o protesto da CDA, documento de dívida, na forma do art. 
1º, parágrafo único, da Lei n. 9.492/1997, com a redação dada pela Lei nº 12.767/2012. 
STJ. 1ª Seção. REsp 1.686.659-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 28/11/2018 (recurso repetitivo) 
(Info 643). 
 
Fazendas Públicas estadual ou municipal podem fazer o protesto de CDA mesmo que não exista lei local 
autorizando 
A validade do protesto de CDA emitida por Fazenda Pública Estadual ou Fazenda Municipal não está 
condicionada à previa existência de lei local que autorize a adoção dessa modalidade de cobrança 
extrajudicial. 
STJ. 1ª Turma. REsp 1895557-SP, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 22/06/2021 (Info 702). 
 
A adesão a programa de parcelamento tributário é causa de suspensão da exigibilidade do crédito e 
interrompe o prazo prescricional 
A adesão a programa de parcelamento tributário é causa de suspensão da exigibilidade do crédito e 
interrompe o prazo prescricional, por constituir reconhecimento inequívoco do débito, nos termos do art. 
174, IV, do CTN, voltando a correr o prazo, por inteiro, a partir do inadimplemento da última parcela pelo 
contribuinte. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1922063-PR, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 18/10/2022 (Info 754). 
Obs: em verdade, o simples requerimento de parcelamento do crédito tributário já interrompe o prazo 
prescricional. Nesse sentido: Súmula 653-STJ: O pedido de parcelamento fiscal, ainda que indeferido, 
interrompe o prazo prescricional, pois caracteriza confissão extrajudicial do débito. 
 
Fisco não pode aproveitar lançamento que tenha utilizado critério de base de cálculo inconstitucional, 
mesmo que corrija o critério com uma base de cálculo válida, sendo necessário um novo lançamento 
Se houve o pagamento do crédito tributário, mas, posteriormente, há declaração de nulidade do lançamento 
em razão da inconstitucionalidade da base de cálculo utilizada pelo fisco, o contribuinte tem direito à 
restituição do que pagou indevidamente; e o fisco, se não decaído o direito de lançar e houver norma legal 
embasadora, deve constituir novo crédito tributário, por meio de outro lançamento, não se podendo 
aproveitar o anterior, uma vez que não se admite a correção do critério jurídico anterior. 
STJ. 1ª Turma. AgInt no REsp 2001298-PR, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 29/8/2022 (Info Especial 
8). 
 
O parágrafo único do art. 116 do CTN, incluído pela LC 104/2001, é constitucional 
Art. 116 (…) Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos 
praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos 
elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em leiordinária. 
A previsão contida no parágrafo único do art. 116 do CTN não viola o texto constitucional. 
Esse dispositivo não ofende os princípios constitucionais da legalidade, da estrita legalidade e da tipicidade 
tributária, e da separação dos Poderes. 
Em verdade, ele confere máxima efetividade a esses preceitos, objetivando, primordialmente, combater a 
evasão fiscal, sem que isso represente permissão para a autoridade fiscal de cobrar tributo por analogia ou 
fora das hipóteses descritas em lei, mediante interpretação econômica. 
O dispositivo apenas viabiliza que a autoridade tributária aplique base de cálculo e alíquota a uma hipótese 
de incidência estabelecida em lei e que tenha efetivamente se realizado. 
STF. Plenário. ADI 2446/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 8/4/2022 (Info 1050). 
 
Não é possível conceder, por via judicial, a suspensão da exigibilidade de parcelamento tributário sob o 
argumento dos efeitos deletérios da Covid-19 
 
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Na ausência de legislação estadual específica que conceda o direito à postergação do vencimento ou à 
suspensão da exigibilidade das prestações dos parcelamentos de tributos estaduais, não há como se estender 
os efeitos de normas aplicáveis no âmbito dos tributos federais ou do Simples Nacional, ou mesmo benefícios 
concedidos por outro Estado da Federação, aos tributos devidos em razão da pandemia (Covid-19). 
STJ. 2ª Turma. RMS 67443-ES, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em 15/03/2022 (Info 729). 
 
O concurso de preferência entre pessoas jurídicas de direito público previsto no parágrafo único do art. 187 
do CTN e o parágrafo único do art. 29 da LEF não é compatível com a CF/88 
O concurso de preferência entre os entes federados na cobrança judicial dos créditos tributários e não 
tributários, previsto no parágrafo único do art. 187 da Lei nº 5.172/66 (Código Tributário Nacional) e no 
parágrafo único do art. 29 da Lei nº 6.830/80 (Lei de Execuções Fiscais), não foi recepcionado pela 
Constituição Federal de 1988. 
A Súmula 563 do STF foi cancelada. 
O entendimento contido na Súmula 497 do STJ está superado. 
STF. Plenário. ADPF 357/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 24/6/2021 (Info 1023). 
 
É possível condicionar o desembaraço aduaneiro de bens importados ao pagamento de diferenças 
apuradas por arbitramento da autoridade fiscal, sem que isso afronte a Súmula 323 do STF, não 
configurando sanção política 
É constitucional vincular o despacho aduaneiro ao recolhimento de diferença tributária apurada mediante 
arbitramento da autoridade fiscal. 
STF. Plenário. RE 1090591, Rel. Marco Aurélio, julgado em 16/09/2020 (Repercussão Geral – Tema 1042) 
(Info 994 – clipping). 
 
As empresas nacionais que vendem mercadorias para a Zona Franca de Manaus possuem direito ao 
benefício fiscal do REINTEGRA 
Súmula 640-STJ: O benefício fiscal que trata do Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para 
as Empresas Exportadoras (REINTEGRA) alcança as operações de venda de mercadorias de origem nacional 
para a Zona Franca de Manaus, para consumo, industrialização ou reexportação para o estrangeiro. 
STJ. 1ª Seção. Aprovada em 18/02/2020, DJe 19/02/2020. 
 
É inconstitucional lei estadual que verse sobre a responsabilidade de terceiros por infrações de forma 
diversa das regras gerais estabelecidas pelo CTN 
É formalmente inconstitucional norma estadual que atribui ao contabilista a responsabilidade solidária, 
quanto ao pagamento de impostos e de penalidades pecuniárias, no caso de suas ações ou omissões 
concorrerem para a prática de infração à legislação tributária. 
Tese fixada pelo STF: “É inconstitucional lei estadual que verse sobre a responsabilidade de terceiros por 
infrações de forma diversa das regras gerais estabelecidas pelo Código Tributário Nacional”. 
STF. Plenário. ADI 6284/GO, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 14/9/2021 (Info 1029). 
 
ESPÉCIES DE TRIBUTOS 
Não incidência de IPTU sobre imóvel com destinação rural localizado em área urbana 
Não incide IPTU, mas ITR, sobre imóvel localizado na área urbana do Município, desde que 
comprovadamente utilizado em exploração extrativa, vegetal, agrícola, pecuária ou agroindustrial (art. 15 do 
DL 57/1966). 
STJ. 1ª Seção. REsp 1.112.646/SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 26/08/2009 (Recurso Repetitivo - 
Tema 174). 
 
Incidência de IR sobre adicional de 1/3 de férias gozadas 
Incide imposto de renda sobre o adicional de 1/3 (um terço) de férias gozadas. 
 
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Essa verba tem natureza remuneratória (e não indenizatória) e configura acréscimo patrimonial. 
STJ. 1ª Seção. REsp 1459779-MA, Rel. para acórdão Min. Benedito Gonçalves, julgado em 22/04/2015 
(recurso repetitivo) (Info 573). 
 
Incide imposto de renda sobre juros de mora? 
Incide imposto de renda sobre juros de mora? 
REGRA: sim. Isso porque os juros de mora possuem natureza de lucros cessantes e, como vimos acima, incide 
imposto de renda sobre lucros cessantes. 
EXCEÇÃO 1: não incide IR sobre juros de mora relacionados com o pagamento em atraso de verbas 
alimentares. 
Os juros de mora decorrentes do pagamento em atraso de verbas alimentares a pessoas físicas escapam à 
regra geral da incidência do Imposto de Renda, posto que, excepcionalmente, configuram indenização por 
danos emergentes. 
EXCEÇÃO 2: não incide IR sobre juros de mora se a verba principal é isenta ou fora do campo de incidência 
do IR. 
Escapam à regra geral de incidência do Imposto de Renda sobre juros de mora aqueles cuja verba principal 
seja isenta ou fora do campo de incidência do IR. 
STJ. 1ª Seção. REsp 1.470.443-PR, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 25/08/2021 (Recurso 
Repetitivo – Tema 878) (Info 706). 
 
Portador de HIV, mesmo sem sintomas de Aids, goza da isenção do imposto de renda prevista no art. 6º, 
XIV, da Lei 7.713/88 
Independentemente de a pessoa diagnosticada como soropositiva para HIV ostentar sintomas da Síndrome 
de Imunodeficiência Adquirida - SIDA/AIDS, deve o contribuinte ser abrangido pela isenção do Imposto sobre 
a Renda da Pessoa Física - IRPF. 
A isenção de imposto de renda sobre proventos de aposentadoria/reforma em razão de moléstia grave tem 
por objetivo desonerar quem se encontra em desvantagem face ao aumento de despesas com o tratamento 
da doença. No que diz respeito à contaminação pelo HIV, a literatura médica evidencia que o tempo de 
tratamento é vitalício (até surgimento de cura futura e incerta), com uso contínuo de antirretrovirais e/ou 
medicações profiláticas de acordo com a situação virológica (carga viral do HIV) e imunológica do paciente. 
Logo, não deve haver diferença de tratamento jurídico entre a pessoas que possuem a SIDA/AIDS e aquelas 
soropositivas para HIV que não manifestam os sintomas da SIDA/AIDS. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.808.546-DF, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 17/05/2022 (Info 737). 
 
Princípio da não-cumulatividade e redução da base de cálculo equiparada a isenção parcial 
A redução da base de cálculo de ICMS equivale à hipótese de isenção parcial, a acarretar a anulação proporcional 
de crédito desse mesmo imposto, relativo às operações anteriores, salvo disposição em lei estadual em sentido 
contrário. Assim, reduzida a base de cálculo, tem-se impossibilitado o creditamento integral, sem que se possa 
falar em ofensa ao princípio da não-cumulatividade (art. 155, § 2º, II, “b”, da CF/88). 
Para o STF, a redução de base de cálculo deve ser considerada como se fosse uma “isenção parcial”. Logo, 
também acarreta a anulação proporcional do crédito do ICMS relativo às operações anteriores, salvo 
disposição em lei estadual em sentido contrário. 
Assim, se foi reduzida a base de cálculo do ICMS, não será permitido que a empresa faça o creditamento 
integral, sem que se possa falar em ofensa ao princípio da não-cumulatividade (CF, art. 155, § 2º, II, “b”). 
Em outras palavras, se houver redução na base de cálculo em uma das operações da cadeia de circulaçãode 
mercadorias, aplica-se a regra do art. 155, § 2º, II, “b”, da CF/88. 
STF. Plenário. RE 635688/RS, Min. Gilmar Mendes, julgado em 16/10/2014 (repercussão geral) (Info 763). 
STF. Plenário. RE 477323/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 16/10/2014 (Info 763). 
 
Após a EC 33/2001, é constitucional o ICMS sobre a importação de bens 
 
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Após a EC 33/2001, é CONSTITUCIONAL a instituição do ICMS incidente sobre a importação de bens, sendo 
irrelevante a classificação jurídica do ramo de atividade da empresa importadora. Antes da EC 33/2001 essa 
prática era inconstitucional. 
As leis estaduais anteriores à EC 33/2001 que previam a cobrança de ICMS importação para pessoas que não 
fossem contribuintes habituais de imposto são inválidas, considerando que o sistema jurídico brasileiro não 
contempla a figura da constitucionalidade superveniente. 
Para ser constitucionalmente válida a incidência do ICMS sobre operações de importação de bens, as 
modificações no critério material na base de cálculo e no sujeito passivo da regra-matriz deveriam ter sido 
realizadas em lei posterior à EC 33/2001. 
A súmula 660 do STF está superada. 
STF. Plenário. RE 439796/PR; RE 474267/RS, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgados em 6/11/2013 (repercussão 
geral) (Info 727). 
 
ICMS e Leasing internacional 
Há incidência de ICMS no caso de leasing internacional? 
REGRA: NÃO. Em regra, não incide o ICMS importação na operação de arrendamento mercantil internacional, 
uma vez que no leasing não há, necessariamente, a transferência de titularidade do bem. Em outras palavras, 
pode haver ou não a compra. Assim, não incide o imposto se existe a possibilidade de o bem ser restituído 
ao proprietário e o arrendatário não efetuar a opção de compra. 
EXCEÇÃO: incidirá ICMS importação se ficar demonstrado que houve a antecipação da opção de compra. Isso 
ocorre quando não existe a possibilidade de o bem ser restituído ao proprietário, seja por circunstâncias 
naturais (físicas), seja porque se trata de insumo. 
STF. Plenário. RE 540829/SP, red. p/ o acórdão Min. Luiz Fux, julgado em 11/9/2014 (repercussão geral) (Info 
758). 
STF. Plenário. RE 226899/SP, rel. orig. Min. Ellen Gracie, red. p/ o acórdão Min. Cármen Lúcia, julgado em 
1º/10/2014 (Info 761). 
 
A isenção do art. 3º, II, da LC 87/96 alcança todo o processo de exportação, inclusive as operações e 
prestações parciais, como o transporte interestadual 
Súmula 649-STJ: Não incide ICMS sobre o serviço de transporte interestadual de mercadorias destinadas ao 
exterior. 
STJ. 1ª Seção. Aprovada em 28/04/2021, DJe 03/05/2021. 
 
Não cabe ICMS sobre a operação de extração de petróleo e sobre a operação de circulação de petróleo 
desde os poços de extração até a empresa concessionária 
São inconstitucionais leis estaduais que preveem a incidência do ICMS sobre a operação de extração de 
petróleo e sobre a operação de circulação de petróleo desde os poços de extração até a empresa 
concessionária. 
STF. Plenário. ADI 5481/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 26/3/2021 (Info 1011). 
 
Súmula 654-STJ 
Na apuração do ICMS/ST para medicamentos destinados exclusivamente para uso de hospitais e clínicas, 
não se aplicam os valores constantes da tabela de PMC publicada pela ABCFarma 
Súmula 654-STJ: A tabela de preços máximos ao consumidor (PMC) publicada pela ABCFarma, adotada pelo 
Fisco para a fixação da base de cálculo do ICMS na sistemática da substituição tributária, não se aplica aos 
medicamentos destinados exclusivamente para uso de hospitais e clínicas. 
STJ. 1ª Seção. Aprovada em 24/08/2022. 
 
Creditamento de ICMS e nota fiscal posteriormente declarada inidônea 
 
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Súmula 509-STJ: É lícito ao comerciante de boa-fé aproveitar os créditos de ICMS decorrentes de nota fiscal 
posteriormente declarada inidônea, quando demonstrada a veracidade da compra e venda. 
 
O valor pago a título de ICMS não deve ser incluído na base de cálculo do PIS/PASEP e COFINS 
O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) não compõe a base de cálculo para a incidência 
da contribuição para o PIS e da COFINS. 
STF. Plenário. RE 574706/PR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 15/3/2017 (repercussão geral) (Info 857). 
 
Não é possível que, por meio de simples decreto, a pretexto de fixar prazo de pagamento, se exija o 
recolhimento antecipado do ICMS na entrada da mercadoria no Estado-membro 
A antecipação, sem substituição tributária, do pagamento do ICMS para momento anterior à ocorrência do 
fato gerador necessita de lei em sentido estrito. 
A substituição tributária progressiva do ICMS reclama previsão em lei complementar federal. 
STF. Plenário. RE 598677/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 26/3/2021 (Repercussão Geral – Tema 456) 
(Info 1011). 
 
É simultânea a contagem dos prazos das garantias fundamentais a que se referem os princípios da 
anterioridade anual e nonagesimal tributárias, a partir da data da publicação da lei que institui ou majora 
o tributo 
I - No caso de um tributo sujeito duplamente à anterioridade de exercício e à noventena, a lei que institui ou 
majora a imposição somente será eficaz, de um lado, no exercício financeiro seguinte ao de sua publicação 
e, de outro, após decorridos noventa dias da data de sua divulgação em meio oficial. Logo, a contar da 
publicação da lei, os prazos transcorrem simultaneamente, e não sucessivamente. 
II - Não há desvio de finalidade no caso de lei ordinária alterar o aspecto temporal do IPVA para viabilizar, a 
um só tempo, o respeito à garantia da anterioridade, inclusive nonagesimal, e viabilizar a tributação dos 
veículos automotores pela alíquota majorada no exercício financeiro seguinte ao da publicação desse 
diploma legal. Afinal, a finalidade da legislação é lícita e explícita. 
III - O princípio da igualdade tributária não resta ofendido na hipótese de um veículo automotor novo 
submeter-se a alíquota distinta de IPVA em comparação a outro automóvel adquirido em anos anteriores no 
lapso referente aos 90 (noventa) dias da noventena, em certo exercício financeiro. Sendo assim, pela própria 
sistemática de tributação do IPVA posta na legislação infraconstitucional, não se cuida de tratamento 
desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente. 
STF. Plenário. ADI 5282/PR, Rel. Min. André Mendonça, julgado em 17/10/2022 (Info 1072). 
 
ICMS integra a base de cálculo da CPRBC 
É constitucional a inclusão do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS na base de cálculo 
da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta – CPRB. 
STJ. 1ª Seção. REsp 1638772-SC, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 27/04/2022 (Recurso Repetitivo 
– Tema 994) (Info 734). 
 
ITCMD pode ser progressivo 
A lei pode prever a técnica da progressividade tanto para os impostos pessoais como também para os reais. 
O § 1º do art. 145 da CF/88 não proíbe que os impostos reais sejam progressivos. 
O ITCMD (que é um imposto real) pode ser progressivo mesmo sem que esta progressividade esteja 
expressamente prevista na CF/88. 
Ao contrário do que ocorria com o IPTU (Súmula 668-STF), não é necessária a edição de uma EC para que o 
ITCMD seja progressivo. 
STF. Plenário. RE 562045/RS, rel. orig. Min. Ricardo Lewandowski, red. p/ o acórdão Min. Cármen Lúcia, 
6/2/2013 (Info 694). 
 
 
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Incide ISS no fornecimento de programa de computador mediante contrato de licenciamento ou cessão do 
direito de uso, tanto para os “softwares” padronizados quanto para aqueles produzidos por encomenda 
Incide apenas o imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISS), e não o imposto sobre circulação de 
mercadorias e serviços (ICMS), nas operações envolvendo o fornecimento de programas de computador 
mediante contrato de licenciamento ou cessão do direito de uso, tanto para os “softwares” padronizados 
quanto para aqueles produzidos por encomenda e independentementedo meio utilizado para a 
transferência, seja por meio de “download” ou por acesso em nuvem. 
STF. Plenário. ADI 5659/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 24/2/2021 (Info 1007). 
STF. Plenário. ADI 1945/MT, Rel. Min. Cármen Lúcia, redator do acórdão Min. Dias Toffoli, julgado em 
24/2/2021 (Info 1007). 
 
A lista de serviços que podem ser objeto de ISS (atualmente prevista na LC 116/2003) é uma lista taxativa, 
mas que comporta interpretação extensiva, para abarcar outros serviços correlatos (similares) àqueles ali 
expressamente previstos 
É taxativa a lista de serviços sujeitos ao ISS a que se refere o art. 156, III, da Constituição Federal, admitindo-
se, contudo, a incidência do tributo sobre as atividades inerentes aos serviços elencados em lei em razão da 
interpretação extensiva. 
STF. Plenário. RE 784439, Rel. Rosa Weber, julgado em 29/06/2020 (Repercussão Geral – Tema 296) (Info 
991 – clipping). 
 
ISS integra a base de cálculo da CPRB 
A receita bruta, para fins de determinação da base de cálculo da CPRB, compreende os tributos sobre ela 
incidentes. 
Tese fixada pelo STF: 
É constitucional a inclusão do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza–ISS na base de cálculo da 
Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta – CPRB. 
STF. Plenário. RE 1285845/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes, 
julgado em 18/6/2021 (Repercussão Geral – Tema 1135) (Info 1022). 
 
Se um imóvel é incluído dentro da abrangência de uma Estação Ecológica (Unidade de Conservação de 
Proteção Integral), deixa de ser devido o pagamento de IPTU 
A qualificação de imóvel como estação ecológica limita o direito de propriedade, o que afasta a incidência do 
IPTU. 
A inclusão do imóvel do particular em Estação Ecológica representa uma evidente limitação administrativa 
imposta pelo Estado, ocasionando o esvaziamento completo dos atributos inerentes à propriedade, 
retirando-lhe o domínio útil do imóvel. 
Além disso, o art. 49 da Lei nº 9.985/2000 estabelece que a área de uma unidade de conservação de proteção 
integral é considerada zona rural para efeitos legais, motivo pelo qual não incide IPTU, mas sim ITR, sendo 
este último tributo de competência tributária exclusiva da União. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.695.340-MG, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 17/09/2019 (Info 657). 
 
Parcelamento de ofício não interfere no curso do prazo prescricional 
O parcelamento de ofício da dívida tributária não configura causa interruptiva da contagem da prescrição, 
uma vez que o contribuinte não anuiu. 
STJ. 1ª Seção. REsp 1.658.517-PA, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 14/11/2018 (recurso 
repetitivo) (Info 638). 
 
É constitucional a taxação de IPI sobre recipientes de água mineral 
 
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Os produtos destinados ao acondicionamento de bens essenciais não precisam necessariamente ter as 
mesmas alíquotas dos produtos embalados. Assim, não fere o princípio da seletividade a taxação dos 
recipientes de água mineral, ainda que a água ali acondicionada seja considerada produto essencial. 
Tese fixada pelo STF: “É constitucional a fixação de alíquotas de IPI superiores a zero sobre garrafões, garrafas 
e tampas plásticas, ainda que utilizados para o acondicionamento de produtos essenciais”. 
STF. Plenário. RE 606314/PE, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 11/5/2021 (Repercussão Geral – Tema 
501) (Info 1016). 
 
O imposto de renda não incide sobre juros de mora por atraso no pagamento de verbas salariais 
Não incide imposto de renda sobre os juros de mora devidos pelo atraso no pagamento de remuneração por 
exercício de emprego, cargo ou função. 
STF. Plenário. RE 855091/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 13/3/2021 (Repercussão Geral – Tema 808) 
(Info 1009). 
 
Incide IPI sobre veículo importado para uso próprio, haja vista que tal cobrança não viola o princípio da 
não cumulatividade nem configura bitributação 
Incide o IPI em importação de veículos automotores por pessoa natural, ainda que não desempenhe 
atividade empresarial, e o faça para uso próprio. 
STF. Plenário. RE 723651/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 3 e 4/2/2016 (repercussão geral – Tema 
643) (Info 574). 
 
Incide IPI sobre veículo importado para uso próprio, haja vista que tal cobrança não viola o princípio da não 
cumulatividade nem configura bitributação. 
STJ. 1ª Seção. REsp 1396488-SC, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 25/09/2019 (recurso repetitivo – 
revisão do Tema 695) (Info 657). 
 
Comprovação de doença grave para fins de isenção de IR 
Súmula 598-STJ: É desnecessária a apresentação de laudo médico oficial para o reconhecimento judicial da 
isenção do Imposto de Renda, desde que o magistrado entenda suficientemente demonstrada a doença 
grave por outros meios de prova. 
STJ. 1ª Seção. Aprovada em 08/10/2017. 
 
O IR e a CSLL incidem sobre a correção monetária das aplicações financeiras 
O IR e a CSLL incidem sobre a correção monetária das aplicações financeiras, porquanto estas se caracterizam 
legal e contabilmente como Receita Bruta, na condição de Receitas Financeiras componentes do Lucro 
Operacional. 
STJ. 1ª Seção. REsp 1986304-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 8/3/2023 (Recurso 
Repetitivo – Tema 1160) (Info 766). 
 
A cobrança do IRRF e da CSLL de entidades fechadas de previdência complementar, não abrangidas por 
imunidades tributárias, é compatível com a Constituição Federal 
É constitucional a cobrança, em face das entidades fechadas de previdência complementar não imunes, do 
imposto de renda retido na fonte (IRRF) e da contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL). 
STF. Plenário. RE 612686/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 28/10/2022 (Repercussão Geral – Tema 699) 
(Info 1074). 
 
É inconstitucional norma que prevê a incidência do imposto de renda sobre valores percebidos pelo 
alimentado a título de alimentos ou pensão alimentícia 
A materialidade do imposto de renda está necessariamente ligada à existência de acréscimo patrimonial. 
Nesse contexto, os alimentos ou pensão alimentícia oriundos do direito de família representam, para os 
 
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alimentados, apenas entrada de valores, pois se revelam como montantes retirados dos acréscimos 
patrimoniais auferidos pelo alimentante. 
Assim, o recebimento de renda ou provento de qualquer natureza pelo alimentante ─ de onde ele retira a 
parcela a ser paga ao credor dos alimentos ─ já configura, por si só, fato gerador do IR. 
Por isso, submeter também os valores recebidos pelo alimentado representa nova incidência do mesmo 
tributo sobre a mesma realidade, configurando bis in idem camuflado e sem justificação legítima, em 
evidente violação ao texto constitucional. 
STF. Plenário. ADI 5422/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 3/6/2022 (Info 1057). 
 
Não deve incidir IPI sobre a venda de produtos, na hipótese de roubo ou furto da mercadoria antes da sua 
entrega ao comprador 
Na hipótese em que ocorrer roubo/furto da mercadoria após a sua saída do estabelecimento do fabricante 
não se configura o evento ensejador de incidência do IPI. 
Não deve incidir IPI sobre a venda de produtos, na hipótese de roubo ou furto da mercadoria, antes da sua 
entrega ao comprador. Isso porque, neste caso, como não foi concluída a operação mercantil, não ficou 
configurado o fato gerador. 
STJ. 1ª Seção. EREsp 734.403-RS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 14/11/2018 (Info 638). 
 
TRANSFERÊNCIA VOLUNTÁRIA DE RECURSOS FEDERAIS 
Restrição para transferência de recursos federais a município que possui pendências no CAUC 
A restrição para transferência de recursos federais a Município que possui pendências no Cadastro Único de 
Exigências para Transferências Voluntárias (CAUC) não pode ser suspensa sob a justificativa de que os 
recursos destinam-se à reforma de prédio público. Essa atividade (reforma) não pode ser enquadrada no 
conceito de ação social previsto no art. 26 da Lei 10.522/2002.STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1.439.326-PE, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, j. em 24/2/2015 (Info 556). 
 
O termo inicial para efeito de detração da penalidade prevista no art. 7º da Lei 10.520/2002 (impedimento 
de licitar e contratar com a União, bem como o descredenciamento do SICAF, pelo prazo de até 5 anos), 
aplicada por órgão federal, coincide com a data em que foi publicada a decisão administrativa no Diário 
Oficial da União – e não com a do registro no SICAF. 
STJ. MS 20.784-DF, Rel. para acórdão Min. Arnaldo Esteves Lima, j. em 9/4/2015 (Info 561). 
 
Município não pode criar taxa de fiscalização de torres e antenas de transmissão 
A instituição de taxa de fiscalização do funcionamento de torres e antenas de transmissão e recepção de 
dados e voz é de competência privativa da União, nos termos do art. 22, IV, da Constituição Federal, não 
competindo aos Municípios instituir referida taxa. 
STF. Plenário. RE 776594/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 2/12/2022 (Repercussão Geral – Tema 919) 
(Info 1078). 
 
É inconstitucional lei estadual que institua taxa de segurança para eventos a ser cobrada dos organizadores 
de eventos com fins lucrativos pelo fato de as polícias, os bombeiros e o DETRAN prestarem serviços no 
local 
Caso concreto: no Distrito Federal foi editada lei distrital instituindo taxa de segurança para eventos. O fato 
gerador dessa taxa seria a prestação, em eventos com fins lucrativos e promocionais, de serviços da Polícia 
Civil, da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros Militar ou do Departamento de Trânsito. 
O STF reputou inconstitucional essa previsão. 
É inconstitucional a cobrança de taxa de segurança para eventos, visto que a segurança pública deve ser 
remunerada por meio de impostos, já que constitui serviço geral e indivisível, devido a todos os cidadãos, 
independentemente de contraprestação. 
STF. Plenário. ADI 2692/DF, Rel. Min. Nunes Marques, julgado em 30/9/2022 (Info 1070). 
 
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É admissível o cálculo das custas judiciais com base no valor da causa, considerando que se respeita a 
correlação com o custo da atividade prestada, e desde que haja a definição de valores mínimo e máximo 
É legítima a cobrança das custas judiciais e das taxas judiciárias tendo por parâmetro o valor da causa, desde 
que fixados valores mínimos e máximos. 
A fixação desses valores mínimos e máximos deve ser feita para se atender ao entendimento sumulado do 
STF: 
Súmula 667-STF: Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite 
sobre o valor da causa. 
STF. Plenário. ADI 5688/PB, Rel. Min. Edson Fachin, redator do acórdão Min. Dias Toffoli, julgado em 
22/10/2021 (Info 1035). 
 
É inconstitucional a criação de taxa de combate a incêndios 
A atividade desenvolvida pelo Estado no âmbito da segurança pública é mantida ante impostos, sendo 
imprópria a substituição, para tal fim, de taxa. 
STF. Plenário. ADI 4411, Rel. Marco Aurélio, julgado em 18/08/2020 (Info 992 – clipping). 
 
CONTRIBUIÇÕES 
É inconstitucional norma estadual que institui contribuição compulsória a ser paga por bombeiros e 
policiais militares para custear serviços de saúde que serão prestados a eles 
É inconstitucional preceito de lei estadual que institui contribuição compulsória de bombeiros e policiais 
militares estaduais para compor fundo de assistência, com o objetivo de custear serviços de saúde a eles 
prestados. Contudo, o legislador estadual pode estabelecer contribuição facultativa com o aludido fim. 
STF. Plenário. ADI 5368/TO, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 28/10/2022 (Info 1074). 
 
É constitucional a aplicação dos recursos arrecadados por meio de contribuição para o custeio da 
iluminação pública na expansão e aprimoramento da rede 
É constitucional a aplicação dos recursos arrecadados por meio de contribuição para o custeio da iluminação 
pública na expansão e aprimoramento da rede. 
STF. Plenário. RE 666404, Rel. Marco Aurélio, Relator(a) p/ Acórdão: Alexandre de Moras, julgado em 
18/08/2020 (Repercussão Geral - Tema 696). 
 
Lei 13.988/20202 
 
NOÇÕES GERAIS 
O que é transação? 
Transação é um acordo entre duas partes que estão em posição contrária por meio do qual são feitas 
concessões mútuas (ou seja, cada um aceita abrir mão de parte daquilo que entende ter direito) e, com isso, 
concorda-se em evitar um litígio (transação preventiva) ou encerrar um que já exista (transação 
terminativa/resolutiva). 
O Código Civil possui algumas regras sobre transação, valendo a pena destacar essas duas: 
Art. 840. É lícito aos interessados prevenirem ou terminarem o litígio mediante concessões mútuas. 
Art. 841. Só quanto a direitos patrimoniais de caráter privado se permite a transação. 
 
Existe transação envolvendo créditos tributários? Um contribuinte que está devendo tributos poderá fazer 
uma transação com a Administração Tributária? 
SIM. É possível. O CTN prevê que a transação é uma forma de extinção do crédito tributário: 
 
2 Disponível em: https://www.dizerodireito.com.br/2020/04/lei-139882020-estabelece-os-
requisitos.html#:~:text=Foi%20publicada%20hoje%20a%20Lei,aprova%C3%A7%C3%A3o%20da%20MP%20899%2F20
19. 
https://www.dizerodireito.com.br/2020/04/lei-139882020-estabelece-os-requisitos.html#:~:text=Foi%20publicada%20hoje%20a%20Lei,aprova%C3%A7%C3%A3o%20da%20MP%20899%2F2019
https://www.dizerodireito.com.br/2020/04/lei-139882020-estabelece-os-requisitos.html#:~:text=Foi%20publicada%20hoje%20a%20Lei,aprova%C3%A7%C3%A3o%20da%20MP%20899%2F2019
https://www.dizerodireito.com.br/2020/04/lei-139882020-estabelece-os-requisitos.html#:~:text=Foi%20publicada%20hoje%20a%20Lei,aprova%C3%A7%C3%A3o%20da%20MP%20899%2F2019
 
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Art. 156. Extinguem o crédito tributário: 
(...) 
III - a transação; 
 
Desse modo, o Fisco (credor) e o devedor tributário, mediante concessões mútuas, resolvem ceder parcela 
de suas obrigações e realizarem a quitação do tributo em atraso. 
 
Como ocorre essa transação? O administrador público poderá livremente fazer a transação envolvendo 
créditos tributários? 
NÃO. Para que seja possível a transação é necessário que o respectivo ente federativo edite uma lei 
disciplinando os requisitos e as condições para que isso ocorra: 
Art. 171. A lei pode facultar, nas condições que estabeleça, aos sujeitos ativo e passivo da obrigação tributária 
celebrar transação que, mediante concessões mútuas, importe em determinação de litígio e consequente 
extinção de crédito tributário. 
Parágrafo único. A lei indicará a autoridade competente para autorizar a transação em cada caso. 
 
O que faz a Lei nº 13.988/2020? 
Estabelece os requisitos e as condições para que a União, as suas autarquias e fundações e os devedores ou 
as partes adversas realizem transação resolutiva de litígio, nos termos do art. 171 do CTN. 
Art. 1º Esta Lei estabelece os requisitos e as condições para que a União, as suas autarquias e fundações, e 
os devedores ou as partes adversas realizem transação resolutiva de litígio relativo à cobrança de créditos da 
Fazenda Pública, de natureza tributária ou não tributária. 
 
A Lei nº 13.988/2020 disciplina a transação envolvendo Estados, Distrito Federal e Municípios? 
NÃO. Isso porque cada ente federativo é quem deve editar a sua própria lei, não podendo ser uma lei 
nacional. 
 
A União, as autarquias e fundações federais são obrigadas a realizar a transação? 
NÃO. A realização ou não da transação é um juízo de oportunidade e conveniência. 
O art. 1º, § 1º da Lei afirma que “a União, em juízo de oportunidade e conveniência, poderá celebrar 
transação em quaisquer das modalidades de que trata esta Lei, sempre que, motivadamente, entender que 
a medida atende ao interesse público.” 
Apesar de o dispositivo falar apenas na “União”, as autarquias e fundações federais também realizam esse 
juízo de oportunidade e conveniência tendo em vista que estamos aqui tratando o princípio da supremacia 
do interesse público.Princípios que deverão ser observados 
Na regulamentação e aplicação da transação de que trata a Lei nº 13.988/2020 deverão ser observados, 
dentre outros, os princípios da: 
• isonomia; 
• capacidade contributiva; 
• transparência; 
• moralidade; 
• razoável duração dos processos; 
• eficiência; 
• publicidade (resguardadas as informações protegidas por sigilo). 
 
Divulgação na internet das transações realizadas 
A observância do princípio da transparência será efetivada, entre outras ações, pela divulgação em meio 
eletrônico de todos os termos de transação celebrados, com informações que viabilizem o atendimento do 
princípio da isonomia, resguardadas as legalmente protegidas por sigilo. 
 
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Agentes públicos que participarem da transação, em regra, estão apenas cumprindo seu dever, não podendo 
ser responsabilizados 
Segundo o art. 29 da Lei: 
Art. 29. Os agentes públicos que participarem do processo de composição do conflito, judicial ou 
extrajudicialmente, com o objetivo de celebração de transação nos termos desta Lei somente poderão ser 
responsabilizados, inclusive perante os órgãos públicos de controle interno e externo, quando agirem com 
dolo ou fraude para obter vantagem indevida para si ou para outrem. 
 
Compromissos mínimos que o devedor deverá assumir 
A proposta de transação deverá expor os meios para a extinção dos créditos nela contemplados e estará 
condicionada, no mínimo, à assunção pelo devedor dos compromissos de: 
1) não utilizar a transação de forma abusiva, com a finalidade de limitar, de falsear ou de prejudicar, de 
qualquer forma, a livre concorrência ou a livre iniciativa econômica; 
2) não utilizar pessoa natural ou jurídica interposta para ocultar ou dissimular a origem ou a destinação de 
bens, de direitos e de valores, os seus reais interesses ou a identidade dos beneficiários de seus atos, em 
prejuízo da Fazenda Pública federal; 
3) não alienar nem onerar bens ou direitos sem a devida comunicação ao órgão da Fazenda Pública 
competente, quando exigido em lei; 
4) desistir das impugnações ou dos recursos administrativos que tenham por objeto os créditos incluídos na 
transação e renunciar a quaisquer alegações de direito sobre as quais se fundem as referidas impugnações 
ou recursos; e 
5) renunciar a quaisquer alegações de direito, atuais ou futuras, sobre as quais se fundem ações judiciais, 
incluídas as coletivas, ou recursos que tenham por objeto os créditos incluídos na transação, por meio de 
requerimento de extinção do respectivo processo com resolução de mérito, nos termos do art. 487, III, “c”, 
do CPC/2015: 
Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz: 
(...) 
III - homologar: 
(...) 
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção. 
 
Confissão por parte do devedor 
A proposta de transação deferida importa em aceitação plena e irretratável de todas as condições 
estabelecidas na Lei nº 13.988/2020 e em sua regulamentação, de modo a constituir confissão irrevogável e 
irretratável dos créditos abrangidos pela transação, nos termos dos arts. 389 a 395 do CPC/2015. 
Em outras palavras, o devedor confessa, de modo irretratável e irrevogável, a dívida. 
 
Transação que envolva moratória ou parcelamento 
A transação pode acabar envolvendo também moratória ou parcelamento. Neste caso, a exigibilidade do 
crédito ficará suspensa, na forma do art. 151, I e VI do CTN: 
Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: 
I - moratória; 
(...) 
VI – o parcelamento. 
 
Quando os créditos abrangidos pela transação são considerados extintos? 
Os créditos abrangidos pela transação somente serão extintos quando integralmente cumpridas as condições 
previstas no respectivo termo. 
 
Causas de rescisão da transação 
 
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Implicará a rescisão da transação: 
I - o descumprimento das condições, das cláusulas ou dos compromissos assumidos; 
II - a constatação, pelo credor, de ato tendente ao esvaziamento patrimonial do devedor como forma de 
fraudar o cumprimento da transação, ainda que realizado anteriormente à sua celebração; 
III - a decretação de falência ou de extinção, pela liquidação, da pessoa jurídica transigente; 
IV - a comprovação de prevaricação, de concussão ou de corrupção passiva na sua formação; 
V - a ocorrência de dolo, de fraude, de simulação ou de erro essencial quanto à pessoa ou quanto ao objeto 
do conflito; 
VI - a ocorrência de alguma das hipóteses rescisórias adicionalmente previstas no respectivo termo de 
transação; ou 
VII - a inobservância de quaisquer disposições da Lei ou do edital. 
 
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
Direito à revisão de benefício previdenciário cujo mérito não foi apreciado na concessão também decai em 
dez anos 
Aplica-se o prazo decadencial de dez anos estabelecido no art. 103, caput, da Lei nº 8.213/1991 às hipóteses 
em que a questão controvertida não foi apreciada no ato administrativo de análise de concessão de benefício 
previdenciário. 
STJ. 1ª Seção. REsp 1.644.191-RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 11/12/2019 (Recurso Repetitivo – 
Tema 975) (Info 676). 
 
Se a parte recebeu benefício previdenciário ou assistencial por força de decisão judicial precária que, 
posteriormente, foi revogada, ela terá que devolver as quantias 
A reforma da decisão que antecipa os efeitos da tutela final obriga o autor da ação a devolver os valores dos 
benefícios previdenciários ou assistenciais recebidos, o que pode ser feito por meio de desconto em valor 
que não exceda 30% (trinta por cento) da importância de eventual benefício que ainda lhe estiver sendo 
pago. 
STJ. 1ª Seção. Pet 12.482-DF, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 11/05/2022 (Recurso Repetitivo – Tema 
692) (Info 737). 
 
Reconhecido o direito de opção pelo benefício mais vantajoso concedido administrativamente, no curso de 
ação judicial em que se reconheceu benefício menos vantajoso, é possível a execução das parcelas do 
benefício postulado na via judicial 
O segurado tem direito de opção pelo benefício mais vantajoso concedido administrativamente, no curso de 
ação judicial em que se reconheceu benefício menos vantajoso. 
Em cumprimento de sentença, o segurado possui o direito à manutenção do benefício previdenciário 
concedido administrativamente no curso da ação judicial e, concomitantemente, à execução das parcelas do 
benefício reconhecido na via judicial, limitadas à data de implantação daquele conferido na via 
administrativa. 
STJ. 1ª Seção. REsp 1.767.789-PR, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 08/06/2022 (Recurso Repetitivo – 
Tema 1018) (Info 740). 
 
Direito à aposentadoria híbrida mesmo que o último vínculo tenha sido urbano 
Para ter direito à aposentadoria híbrida, a última atividade exercida pela pessoa deve ser a agrícola? Exige-
se que a pessoa tenha saído da atividade urbana para a agrícola? 
NÃO. O reconhecimento do direito à aposentadoria híbrida por idade não está condicionado ao exercício de 
atividade rurícola no período imediatamente anterior ao requerimento administrativo. 
Em outras palavras, a aposentadoria híbrida pode ser concedida ainda que a última atividade do segurado tenha 
sido a urbana, ou seja, ainda que ele tenha começado na atividade rural e depois migrado para a urbana. 
 
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Não faz diferença se ele está exercendo atividade urbana ou rural no momento em que completa a idade ou 
apresenta o requerimento administrativo. 
Quem sai do campo para cidade tem direito à aposentadoria híbrida, assim como quem sai da cidade e vai 
para o campo. 
STJ. 1ª Turma. REsp 1.476.383-PR, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 1º/10/2015 (Info 570). 
 
Direito à aposentadoria híbrida mesmo que o trabalho preponderante tenha sido urbano 
Para ter direito à aposentadoria híbrida, a pessoa tem que ter trabalhado mais tempo na agricultora do que 
em atividades urbanas? A agricultura tem que ser a atividade preponderante? Existe essa exigência? 
NÃO. Sejaqual for a predominância do labor misto no período de carência ou o tipo de trabalho exercido no 
momento do implemento do requisito etário ou do requerimento administrativo, o trabalhador tem direito à 
aposentadoria híbrida, desde que cumprida a carência com a utilização de labor urbano ou rural. 
STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1.497.086/PR, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe de 06/04/2015. 
 
O trabalho rural prestado por menor de 12 anos, apesar de ser proibido, caso seja desempenhado, deve 
ser computado para fins previdenciários 
Apesar da proibição do trabalho infantil, o tempo de labor rural prestado por menor de 12 anos deve ser 
computado para fins previdenciários. 
STJ. 1ª Turma. AgInt no AREsp 956.558-SP, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 02/06/2020 
(Info 674). 
 
O tempo que o segurado fica afastado do trabalho gozando de auxílio-doença pode ser considerado 
“tempo especial” para fins de aposentadoria especial 
O segurado que exerce atividades em condições especiais, quando em gozo de auxílio-doença, seja 
acidentário ou previdenciário, faz jus ao cômputo desse mesmo período como tempo de serviço especial. 
Ex: João trabalhou, de 2000 a 2015, em atividades permanentes no subsolo de minerações subterrâneas. 
Segundo o Anexo IV do Decreto nº 3.048/99, se o segurado trabalhar durante 15 anos nessa atividade, ele 
terá direito a aposentadoria especial. João requereu, então, a sua aposentadoria especial. Ocorre que o INSS 
negou o pedido sob o argumento de que em 2012, João ficou 6 meses sem trabalhar porque estava gozando 
de auxílio-doença previdenciário em razão de uma diverticulite. Essa argumentação da autarquia não é aceita 
pela STJ que considera ser possível o cômputo desse período como serviço especial. 
STJ. 1ª Seção. REsp 1.759.098-RS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 26/06/2019 (recurso 
repetitivo) (Info 652). 
 
É legítima a incidência de contribuição social, a cargo do empregador, sobre os valores pagos ao 
empregado a título de terço constitucional de férias gozadas 
É legítima a incidência de contribuição social, a cargo do empregador, sobre os valores pagos ao empregado 
a título de terço constitucional de férias gozadas. 
STF. Plenário. RE 1072485, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 31/08/2020 (Repercussão Geral – Tema 985) 
(Info 993 – clipping). 
 
Não é legítima a incidência de contribuição social, a cargo do empregador, sobre os valores pagos a título 
de salário-maternidade 
É inconstitucional a incidência de contribuição previdenciária a cargo do empregador sobre o salário- 
maternidade. 
STF. Plenário. RE 576967, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 05/08/2020 (Repercussão Geral – Tema 72) 
(Info 996 – clipping). 
 
É constitucional a exclusão do 13º salário da base de cálculo de benefício previdenciário 
 
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É constitucional a exclusão da gratificação natalina (13º salário) da base de cálculo de benefício 
previdenciário, notadamente diante da inexistência de ofensa à garantia constitucional da irredutibilidade 
do valor dos benefícios da seguridade social. 
É constitucional, em especial diante da ausência de violação ao direito adquirido, a eliminação do abono de 
permanência em serviço do rol dos benefícios previdenciários sujeitos à carência de 180 contribuições 
mensais, já que mantido esse período de carência para as demais prestações pecuniárias previstas 
(aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de serviço e aposentadoria especial). 
STF. Plenário. ADI 1049/DF, Rel. Min. Nunes Marques, julgado em 6/3/2023 (Info 1085). 
 
É constitucional a regra do art. 57, § 8º da Lei 8.213/91, que proíbe o titular da aposentadoria especial de 
continuar ou voltar a trabalhar com atividades que o exponham a agentes nocivos 
I – É constitucional a vedação de continuidade da percepção de aposentadoria especial se o beneficiário 
permanece laborando em atividade especial ou a ela retorna, seja essa atividade especial aquela que ensejou 
a aposentação precoce ou não. 
II – Nas hipóteses em que o segurado solicitar a aposentadoria e continuar a exercer o labor especial, a data 
de início do benefício será a data de entrada do requerimento, remontando a esse marco, inclusive, os efeitos 
financeiros; efetivada, contudo, seja na via administrativa, seja na judicial, a implantação do benefício, uma 
vez verificada a continuidade ou o retorno ao labor nocivo, cessará o pagamento do benefício previdenciário 
em questão. 
STF. Plenário. RE 791961 ED, Rel. Dias Toffoli, julgado em 24/02/2021. 
 
O acréscimo de 25% previsto no art. 45 da Lei 8.213/91 (grande invalidez) só se aplica para a aposentadoria 
por invalidez (aposentadoria por incapacidade permanente), não podendo ser estendido para outras 
espécies de aposentadoria 
Não é possível a extensão do auxílio contido no art. 45 da lei 8.213/1991, também chamado de auxílio de 
grande invalidez ou auxílio-acompanhante, para todos os segurados aposentados que necessitem de ajuda 
permanente para o desempenho de atividades básicas da vida diária. 
Tese fixada pelo STF: 
No âmbito do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), somente lei pode criar ou ampliar benefícios e 
vantagens previdenciárias, não havendo, por ora, previsão de extensão do auxílio da grande invalidez a todas 
as espécies de aposentadoria. 
STF. Plenário. Plenário. RE 1221446/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 18/6/2021 (Repercussão Geral – 
Tema 1095) (Info 1022). 
 
A falta de estudo atuarial específico e prévio não inviabiliza o aumento da alíquota da contribuição 
previdenciária dos servidores, não sendo irrazoável o aumento de 11% para 13,25% 
1. A ausência de estudo atuarial específico e prévio à edição de lei que aumente a contribuição previdenciária 
dos servidores públicos não implica vício de inconstitucionalidade, mas mera irregularidade que pode ser 
sanada pela demonstração do déficit financeiro ou atuarial que justificava a medida. 
2. A majoração da alíquota da contribuição previdenciária do servidor público para 13,25% não afronta os 
princípios da razoabilidade e da vedação ao confisco. 
STF. Plenário. ARE 875958/GO, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 18/10/2021 (Repercussão Geral – 
Tema 933) (Info 1034). 
 
O pagamento indevido feito ao segurado e que decorreu de erro administrativo é repetível e está sujeito 
a desconto, salvo se o segurado, no caso concreto, comprovar a sua boa-fé objetiva 
Os pagamentos indevidos aos segurados decorrentes de erro administrativo (material ou operacional), não 
embasado em interpretação errônea ou equivocada da lei pela Administração, são repetíveis, sendo legítimo 
o desconto no percentual de até 30% (trinta por cento) de valor do benefício pago ao segurado/beneficiário, 
ressalvada a hipótese em que o segurado, diante do caso concreto, comprova sua boa-fé objetiva, sobretudo 
com demonstração de que não lhe era possível constatar o pagamento indevido. 
 
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STJ. 1ª Seção. REsp 1.381.734/RN, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 10/03/2021 (Recurso Repetitivo 
– Tema 979) (Info 688). 
 
O art. 115, II, da Lei 8.213/91 pode ser aplicado para cobrança de valores pagos pelo INSS por força de 
decisão judicial posteriormente revogada? 
• Antes da Lei 13.846/2019: NÃO 
O STJ entendia que: 
O art. 115, II, da Lei nº 8.213/91 não autorizava o INSS a descontar, na via administrativa, valores concedidos 
a título de tutela antecipada (tutela provisória de urgência), posteriormente cassada com a improcedência 
do pedido. 
STJ. 1ª Turma. REsp 1.338.912-SE, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 23/5/2017 (Info 605). 
 
O inciso II do art. 115 aplicava-se apenas para a recuperação de pagamentos feitos pelo INSS na via 
administrativa, não podendo ser utilizado caso o pagamento tenha sido determinado por decisão judicial. 
Quando o valor pago ao segurado ou beneficiário ocorreu por força de decisão judicial, o STJ afirmava que o 
INSS deveria se valer dos instrumentosjudiciais para ter de volta essa quantia. 
Assim, o art. 115, II, não autorizava a Administração Previdenciária a cobrar, administrativamente, valores 
pagos a título de tutela judicial, sob pena de afronta ao princípio da segurança jurídica. 
 
• Depois da Lei 13.846/2019: a Lei afirma que SIM 
O inciso II do art. 115 da Lei nº 8.213/91 foi alterado e passou a prever expressamente essa possibilidade. 
Veja a redação do dispositivo: 
Art. 115. Podem ser descontados dos benefícios: 
(...) 
II - pagamento administrativo ou judicial de benefício previdenciário ou assistencial indevido, ou além do 
devido, inclusive na hipótese de cessação do benefício pela revogação de decisão judicial, em valor que não 
exceda 30% (trinta por cento) da sua importância, nos termos do regulamento; 
 
Súmula Vinculante 53: A competência da Justiça do Trabalho prevista no art. 114, VIII, da Constituição 
Federal alcança a execução de ofício das contribuições previdenciárias relativas ao objeto da condenação 
constante das sentenças que proferir e acordos por ela homologados. 
 
O termo inicial da aposentadoria especial será a data do requerimento administrativo mesmo que o 
segurado tenha continuado trabalhando após o pedido, não incidindo, até a concessão do benefício, a 
regra do art. 57, § 8º da Lei 8.213/91 
O art. 57, § 8º, da Lei nº 8.213/91 não impede o reconhecimento judicial do direito do segurado ao benefício 
aposentadoria especial com efeitos financeiros desde a data do requerimento administrativo, se preenchidos 
nessa data todos os requisitos legais, mesmo que ainda não tenha havido o afastamento das atividades 
especiais. 
Não é possível condicionar o reconhecimento do direito à implementação da aposentadoria especial ao 
prévio desligamento do vínculo laboral em que exercida atividade em condições especiais, uma vez que, 
dessa forma, estar-se-ia impondo ao segurado que deixasse de exercer a atividade que lhe garante a 
subsistência antes da concessão definitiva do benefício substitutivo de sua renda. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1764559/SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 23/03/2021 (Info 690). 
 
Ficha de cadastro de trabalhadores emitida em nome de trabalhador rural em data anterior ao 
ajuizamento de demanda com pedido de aposentadoria rural configura documento novo apto a 
demonstrar o início de prova material 
Caso concreto: segurado pediu aposentadoria rural. Houve sentença de improcedência transitada em 
julgado. Segurado ajuizou ação rescisória, com fundamento no art. 966, VII do CPC/2015, alegando “prova 
 
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nova”. Essa prova nova foi uma ficha de cadastro de trabalhadores emitida em nome de trabalhador rural 
em data anterior ao ajuizamento de demanda com pedido de aposentadoria rural. 
O STJ aceitou e julgou procedente a ação rescisória. 
O documento novo apto a aparelhar a ação rescisória, fundada no art. 966, VII, do CPC/2015, é aquele que, 
já existente à época da decisão rescindenda, era ignorado pelo autor ou do qual não pôde fazer uso, capaz 
de assegurar, por si só, a procedência do pedido. 
Em se tratando de trabalhadores rurais, deve ser mitigado o rigor conceitual impingido ao “documento 
novo”, pois não se pode desconsiderar as precárias condições de vida que envolvem o universo social desses 
trabalhadores. 
Diante da dificuldade probatória atinente ao exercício de atividade rural pelos chamados trabalhadores 
“boias-frias”, a apresentação de prova material relativa apenas à parte do lapso temporal pretendido, não 
implica violação ao enunciado da Súmula 149/STJ (Tema 554/STJ). 
STJ. 1ª Seção. AR 6081-PR, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 25/05/2021 (Info 738). 
 
É possível receber o benefício por incapacidade, concedido judicialmente, mesmo que o período coincida 
com àquele em que o segurado estava trabalhando e aguardava o deferimento do benefício 
Caso concreto: o segurado teve indeferido pelo INSS benefício por incapacidade (auxílio-doença ou 
aposentadoria por invalidez) na via administrativa. Para conseguir se sustentar, teve que trabalhar após o 
indeferimento e entrou com ação judicial para a concessão do benefício. O pedido foi julgado procedente 
para conceder o benefício desde o requerimento administrativo, o que acabou por abranger o período em 
que o segurado trabalhou. O INSS alegava que o benefício por incapacidade concedido judicialmente não 
poderia ser pago no período em que o segurado estava trabalhando. Isso porque o benefício por 
incapacidade não pode ser cumulado com salário. O STJ não concordou com a tese da autarquia. 
O segurado foi obrigado a trabalhar, mesmo estando incapacitado, por culpa do INSS, que indeferiu o 
benefício indevidamente. Esse trabalho realizado para o sustento, mesmo diante de uma situação de 
incapacidade é chamado de “sobre-esforço”. 
Tese fixada pelo STJ: 
No período entre o indeferimento administrativo e a efetiva implantação de auxílio-doença ou de 
aposentadoria por invalidez, mediante decisão judicial, o segurado do RPGS tem direito ao recebimento 
conjunto das rendas do trabalho exercido, ainda que incompatível com sua incapacidade laboral, e do 
respectivo benefício previdenciário pago retroativamente. 
STJ. 1ª Seção. REsp 1788700-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 24/06/2020 (Recurso Repetitivo – 
Tema 1013) (Info 675). 
 
Não há, por ora, previsão legal do direito à 'desaposentação' ou à ‘reaposentação’, sendo constitucional a 
regra do art. 18, § 2º, da Lei nº 8.213/91 
Em 2016, o STF decidiu que não há previsão legal do direito à “desaposentação”. 
Depois da decisão do STF começaram a ser propostas ações alegando que o Supremo havia decidido apenas 
sobre a desaposentação, mas não sobre a reaposentação. 
• Desaposentação: o segurado, mesmo depois de se aposentar, continua trabalhando e pagando 
contribuições previdenciárias. Depois de algum tempo nessa situação, ele renuncia à aposentadoria que 
recebe e pede para somar o tempo que contribuiu antes e depois da aposentadoria com o objetivo de 
requerer uma nova aposentadoria, desta vez mais vantajosa. 
• Reaposentação: o segurado, mesmo depois de se aposentar, continua trabalhando e pagando contribuições 
previdenciárias. Depois de algum tempo nessa situação, ele renuncia à aposentadoria que recebe e pede 
para que seja concedida uma nova aposentadoria utilizando unicamente o tempo de contribuição posterior 
à primeira aposentadoria. 
Os Ministros entenderam que o STF já rejeitou a hipótese de reaposentação no primeiro julgamento ocorrido 
em 2016. No entanto, para evitar dúvidas, o STF resolveu alterar a tese anterior para deixar isso mais claro: 
 
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Tese original: No âmbito do Regime Geral de Previdência Social - RGPS, somente lei pode criar benefícios e 
vantagens previdenciárias, não havendo, por ora, previsão legal do direito à “desaposentação”, sendo 
constitucional a regra do art. 18, § 2º, da Lei 8.213/1991. 
Tese modificada: No âmbito do Regime Geral de Previdência Social - RGPS, somente lei pode criar benefícios 
e vantagens previdenciárias, não havendo, por ora, previsão legal do direito à 'desaposentação' ou à 
‘reaposentação’, sendo constitucional a regra do art. 18, § 2º, da Lei nº 8.213/1991. 
Por outro lado, o STF deu parcial provimento aos embargos declaratórios para: 
• dizer que são irrepetíveis os valores alimentares recebidos de boa-fé por segurados beneficiados com 
desaposentação ou reaposentação, até a proclamação do resultado. 
• garantir o direito daqueles que usufruem de “desaposentação” ou de “reaposentação” em decorrência de 
decisão transitada em julgado, até a proclamação do resultado do julgamento dos embargos de declaração 
(06/02/2020). 
STF. Plenário. RE 381367 ED/RS e RE 827833 ED/SC, rel. orig. Min. Dias Toffoli, red. p/ o ac. Min. Alexandre 
de Moraes, julgado em 6/2/2020 (repercussão geral) (Info 965). 
 
Para fins de aposentadoria híbrida, o tempo rural pode ser remoto, descontínuo, não predominante,sem 
contribuições, não concomitante ao implemento das condições ou à data do requerimento administrativo 
O tempo de serviço rural, ainda que remoto e descontínuo, anterior ao advento da Lei nº 8.213/91, pode ser 
computado para fins da carência necessária à obtenção da aposentadoria híbrida por idade, ainda que não 
tenha sido efetivado o recolhimento das contribuições, nos termos do art. 48, § 3º, da Lei nº 8.213/91, seja 
qual for a predominância do labor misto exercido no período de carência ou o tipo de trabalho exercido no 
momento do implemento do requisito etário ou do requerimento administrativo. 
STJ. 1ª Seção. REsp 1788404-PR, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 14/08/2019 (recurso 
repetitivo - Tema 1007) (Info 655). 
 
É constitucional a contribuição previdenciária devida por aposentado pelo RGPS que permaneça em 
atividade ou a essa retorne 
É constitucional a contribuição previdenciária devida por aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social 
(RGPS) que permaneça em atividade ou a essa retorne. 
STF. Plenário virtual. ARE 1224327/ES, Min. Presidente Dias Toffoli, julgado em 27/09/2019 (repercussão 
geral – Tema 1065) 
Benefício de prestação continuada 
Não se exige incapacidade absoluta para conceder o benefício de prestação continuada 
A Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) não exige incapacidade absoluta de pessoa com deficiência para 
concessão do Benefício de Prestação Continuada. 
STJ. 1ª Turma. REsp 1404019-SP, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 27/6/2017 (Info 608). 
 
OUTROS TEMAS 
Nos pedidos de revisão do benefício formulados com base em sentença trabalhista, o termo inicial do prazo 
decadencial é a data do trânsito em julgado da sentença trabalhista 
O marco inicial da fluência do prazo decadencial, previsto no caput do art. 103 da Lei nº 8.213/91, quando 
houver pedido de revisão da renda mensal inicial (RMI) para incluir verbas remuneratórias recebidas em ação 
trabalhista nos salários de contribuição que integraram o período básico de cálculo (PBC) do benefício, deve 
ser o trânsito em julgado da sentença na respectiva reclamatória. 
STJ. 1ª Seção. REsp 1947419-RS, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 24/08/2022 (Recurso Repetitivo – 
Tema 1117) (Info 746). 
 
Revisão da vida toda é constitucional 
É possível a aplicação da regra mais vantajosa à revisão da aposentadoria de segurados que tenham 
ingressado no Regime Geral de Previdência Social (RGPS) até o dia anterior à publicação da Lei nº 9.876/99, 
 
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que criou o fator previdenciário e alterou a forma de apuração dos salários de contribuição para efeitos do 
cálculo de benefício, dele excluindo as contribuições anteriores a julho de 1994. 
Tese fixada pelo STF: 
“O segurado que implementou as condições para o benefício previdenciário após a vigência da Lei nº 9.876, 
de 26.11.1999, e antes da vigência das novas regras constitucionais, introduzidas pela EC 103/2019, tem o 
direito de optar pela regra definitiva, caso esta lhe seja mais favorável”. 
STF. Plenário. RE 1276977/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes, 
julgado em 1/12/2022 (Repercussão Geral – Tema 1102) (Info 1078). 
 
Nas ações de acidente do trabalho, se o INSS for vencedor da demanda, os honorários periciais que foram 
adiantados pela autarquia previdenciária serão pagos pelo Estado-membro onde tramitou o processo 
Nas ações de acidente do trabalho, os honorários periciais, adiantados pelo INSS, constituirão despesa a 
cargo do Estado, nos casos em que sucumbente a parte autora, beneficiária da isenção de ônus 
sucumbenciais, prevista no parágrafo único do art. 129 da Lei nº 8.213/91. 
Nas ações propostas contra o INSS pedindo benefício previdenciário decorrente de acidente de trabalho, o 
INSS deverá adiantar os honorários periciais por força do art. 8º, § 2º da Lei nº 8.620/93. 
Se o INSS, ao final, for sucumbente (perder a demanda): neste caso, ele perderá o valor que foi adiantado a 
título de honorários periciais. Aquilo que era só um “adiantamento”, torna-se definitivo. 
Se o INSS, ao final, for vencedor (se o autor perder a demanda): os honorários periciais, adiantados pela 
autarquia, constituirão despesa a cargo do Estado-membro em que tramitou a ação. 
STJ. 1ª Seção. REsp 1824823-PR, Rel. Min. Assusete Magalhães, Primeira Seção, por unanimidade, julgado 
em 21/10/2021 (Recurso Repetitivo – Tema 1044) (Info 715). 
 
A sentença trabalhista meramente homologatória de acordo serve como início de prova material, na forma 
do art. 55, § 3º, da Lei 8.213/91? 
A sentença trabalhista homologatória de acordo somente será considerada início válido de prova material, 
para os fins do art. 55, § 3º, da Lei nº 8.213/91, quando fundada em elementos probatórios contemporâneos 
dos fatos alegados, aptos a evidenciar o exercício da atividade laboral, o trabalho desempenhado e o 
respectivo período que se pretende ter reconhecido, em ação previdenciária. 
STJ. 1ª Seção. PUIL 293-PR, Rel. Min. Og Fernandes, Rel. para acórdão Min. Assusete Magalhães, julgado em 
14/12/2022 (Info 762). 
 
DIREITO AMBIENTAL 
 
Responsabilidade civil por dano ambiental 
Súmula 629-STJ: Quanto ao dano ambiental, é admitida a condenação do réu à obrigação de fazer ou à de 
não fazer cumulada com a de indenizar. 
 
O cumprimento da obrigação de reparar integralmente o dano ambiental (in natura ou pecuniariamente) 
não afasta a obrigação de indenizar os danos ambientais interinos 
Os danos ambientais interinos (também chamados de intercorrentes, transitórios, temporários, provisórios 
ou intermediários) não se confundem com os danos ambientais definitivos (residuais, perenes ou 
permanentes). 
Os danos definitivos somente se verificam, e são indenizáveis em pecúnia, se a reparação integral da área 
degradada não for possível em tempo razoável, após o cumprimento das obrigações de fazer. Seu marco 
inicial, portanto, é o término das ações de restauração do meio ambiente. 
O marco inicial do dano intercorrente, por sua vez, é a própria lesão ambiental. Seu marco final é o da 
reparação da área, seja por restauração in natura, seja por compensação indenizatória do dano residual, se 
a restauração não for viável. 
O dano residual compensa a natureza pela impossibilidade de retorná-la ao estado anterior à lesão. 
 
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O dano intercorrente compensa a natureza pelos prejuízos causados entre o ato degradante e sua reparação. 
O poluidor deve não só devolver a natureza a seu estado anterior, mas reparar os prejuízos experimentados 
no interregno, pela indisponibilidade dos serviços e recursos ambientais nesse período. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1845200-SC, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 16/8/2022 (Info Especial 8). 
 
A indenização de dano ambiental deve abranger a totalidade dos danos causados, não sendo possível ser 
decotadas em seu cálculo despesas referentes à atividade empresarial (impostos e outras) 
Caso concreto: ACP ajuizada pela União objetivando condenação dos réus na obrigação de restauração de 
área degradada e ao pagamento de valor total do lucro obtido com a extração ilegal de areia e argila. O TRF 
fixou a indenização no montante de 50% do faturamento total da empresa proveniente da extração irregular 
do minério, por ter descontado as despesas referentes à atividade empresarial (impostos e outras). 
O STJ não concordou com o TRF. A indenização deve abranger a totalidade dos danos causados ao ente 
federal, sob pena de frustrar o caráter pedagógico-punitivo da sanção e incentivar a impunidade de empresa 
infratora, que praticou conduta grave com a extração mineral irregular. 
STJ. 2ª Turma.REsp 1923855-SC, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 26/04/2022 (Info 734). 
 
Constituição Federal 
Art. 20. São bens da União: 
I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos; 
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construçõesmilitares, das 
vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei; 
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um 
Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, 
bem como os terrenos marginais e as praias fluviais; 
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas 
e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao 
serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 46, de 2005) 
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva; 
VI - o mar territorial; 
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos; 
VIII - os potenciais de energia hidráulica; 
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo; 
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos; 
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. 
§ 1º É assegurada, nos termos da lei, à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a participação 
no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia 
elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona 
econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 102, de 2019) 
§ 2º A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada 
como faixa de fronteira, é considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e 
utilização serão reguladas em lei. 
 
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e 
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e 
preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: 
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e 
ecossistemas; 
 
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II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas 
à pesquisa e manipulação de material genético; 
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem 
especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada 
qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; 
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa 
degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; 
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem 
risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; 
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a 
preservação do meio ambiente; 
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função 
ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. 
VIII - manter regime fiscal favorecido para os biocombustíveis destinados ao consumo final, na forma de 
lei complementar, a fim de assegurar-lhes tributação inferior à incidente sobre os combustíveis fósseis, 
capaz de garantir diferencial competitivo em relação a estes, especialmente em relação às contribuições 
de que tratam a alínea "b" do inciso I e o inciso IV do caput do art. 195 e o art. 239 e ao imposto a que se 
refere o inciso II do caput do art. 155 desta Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 123, de 
2022) 
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo 
com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. 
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas 
ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos 
causados. 
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona 
Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que 
assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais. 
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, 
necessárias à proteção dos ecossistemas naturais. 
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que 
não poderão ser instaladas. 
§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se consideram cruéis as práticas 
desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta 
Constituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural 
brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos. 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 96, de 2017) 
 
Inaplicabilidade do fato consumado 
Súmula 613-STJ: Não se admite a aplicação da teoria do fato consumado em tema de Direito Ambiental. 
 
O erro na concessão de licença ambiental não configura fato de terceiro capaz de interromper o nexo causal 
na reparação por lesão ao meio ambiente 
Os danos ambientais são regidos pela teoria do risco integral. A pessoa que explora a atividade econômica 
ocupa a posição de garantidor da preservação ambiental, sendo sempre considerado responsável pelos 
danos vinculados à atividade. Logo, não se pode admitir a exclusão da responsabilidade pelo fato exclusivo 
de terceiro ou força maior. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.612.887-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 28/04/2020 (Info 671). 
 
É inconstitucional a redução de unidade de conservação por meio de MP 
É inconstitucional a redução ou a supressão de espaços territoriais especialmente protegidos, como é o caso 
das unidades de conservação, por meio de medida provisória. Isso viola o art. 225, § 1º, III, da CF/88. 
 
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Assim, a redução ou supressão de unidade de conservação somente é permitida mediante lei em sentido 
formal. 
A medida provisória possui força de lei, mas o art. 225, § 1º, III, da CF/88 exige lei em sentido estrito. 
A proteção ao meio ambiente é um limite material implícito à edição de medida provisória, ainda que não 
conste expressamente do elenco das limitações previstas no art. 62, § 1º, da CF/88. 
STF. Plenário. ADI 4717/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 5/4/2018 (Info 896). 
 
É inconstitucional a revogação de Resolução do Conama que protegia o meio ambiente sem que ela seja 
substituída ou atualizada por outra que também garanta proteção 
O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado se configura como direito fundamental da pessoa 
humana. 
A mera revogação de normas operacionais fixadoras de parâmetros mensuráveis necessários ao 
cumprimento da legislação ambiental, sem sua substituição ou atualização, aparenta comprometer a 
observância da Constituição Federal, da legislação vigente e de compromissos internacionais. 
STF. Plenário. ADPF 747 MC-Ref/DF, ADPF 748 MC-Ref/DF e ADPF 749 MC-Ref/DF, Rel. Min. Rosa Weber, 
julgados em 27/11/2020 (Info 1000). 
 
É inconstitucional lei estadual que remete o regramento do cultivo comercial e das atividades com 
organismos geneticamente modificados à regência da legislação federal 
A competência para legislar sobre as atividades que envolvam organismosgeneticamente modificados 
(OGM) é concorrente (art. 24, V, VIII e XII, da CF/88). 
No âmbito das competências concorrentes, cabe à União estabelecer normas gerais e aos Estados-membros 
editar leis para suplementar essas normas gerais (art. 24, §§ 1º e 2º). 
Determinado Estado-membro editou lei estabelecendo que toda e qualquer atividade relacionada com os 
OGMs naquele Estado deveria observar “estritamente à legislação federal específica”. 
O STF entendeu que essa lei estadual é inconstitucional porque significou uma verdadeira “renúncia” ao 
exercício da competência legislativa concorrente prevista no art. 24, V, VIII e XII, da CF/88. Em outras 
palavras, o Estado abriu mão de sua competência suplementar prevista no art. 24, § 2º da CF/88. 
Essa norma estadual remissiva fragiliza a estrutura federativa descentralizada, e consagra o monopólio da 
União, sem atentar para nuances locais. 
STF. Plenário. ADI 2303/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 5/9/2018 (Info 914). 
 
É constitucional lei estadual que proíba a utilização de animais para desenvolvimento, experimentos e 
testes de produtos cosméticos 
É constitucional lei estadual que proíba a utilização de animais para desenvolvimento, experimentos e testes 
de produtos cosméticos, de higiene pessoal, perfumes e seus componentes. 
A proteção da fauna é matéria de competência legislativa concorrente (art. 24, VI, da CF/88). 
A Lei federal nº 11.794/2008 possui uma natureza permissiva, autorizando, a utilização de animais em 
atividades de ensino e pesquisas científicas, desde que sejam observadas algumas condições relacionadas 
aos procedimentos adotados, que visam a evitar e/ou atenuar o sofrimento dos animais. 
Mesmo que o tema tenha sido tratado de forma mais restrita pela lei estadual, isso não se mostra 
inconstitucional porque, em princípio, é possível que os Estados editem normas mais protetivas ao meio 
ambiente, com fundamento em suas peculiaridades regionais e na preponderância de seu interesse, 
conforme o caso. 
STF. Plenário. ADI 5996, Rel. Alexandre de Moraes, julgado em 15/04/2020 (Info 975). 
 
Os Municípios detêm competência para legislar sobre assuntos de interesse local, ainda que, de modo 
reflexo, tratem de direito comercial ou do consumidor 
É constitucional lei municipal que proíbe a conferência de mercadorias realizada na saída de 
estabelecimentos comerciais localizados na cidade. A Lei prevê que, após o cliente efetuar o pagamento nas 
caixas registradoras da empresa instaladas, não é possível nova conferência na saída. 
 
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Os Municípios detêm competência para legislar sobre assuntos de interesse local (art. 30, I, da CF/88), ainda 
que, de modo reflexo, tratem de direito comercial ou do consumidor. 
STF. 2ª Turma. RE 1.052.719 AgR/PB, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 25/9/2018 (Info 917). 
 
É constitucional lei municipal que estabelece que os supermercados ficam obrigados a colocar à disposição 
dos consumidores pessoal suficiente nos caixas, de forma que a espera na fila não seja superior a 15 
minutos 
É constitucional lei municipal que estabelece que os supermercados e hipermercados do Município ficam 
obrigados a colocar à disposição dos consumidores pessoal suficiente no setor de caixas, de forma que a 
espera na fila para o atendimento seja de, no máximo, 15 minutos. Isso porque compete aos Municípios 
legislar sobre assuntos de interesse local, notadamente sobre a definição do tempo máximo de espera de 
clientes em filas de estabelecimentos empresariais. 
Vale ressaltar que essa lei municipal não obriga a contratação de pessoal, e sim sua colocação suficiente no 
setor de caixas para o atendimento aos consumidores. 
STF. 1ª Turma. ARE 809489 AgR/SP, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 28/5/2019 (Info 942). 
 
Os estados-membros detêm competência administrativa para explorar loterias 
A competência da União para legislar exclusivamente sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive 
loterias, não obsta a competência material (administrativa) para a exploração dessas atividades pelos entes 
estaduais ou municipais, nem a competência regulamentar dessa exploração. 
Os arts. 1º e 32, caput e § 1º, do Decreto-Lei 204/1967 não foram recepcionados pela Constituição Federal 
de 1988. 
STF. Plenário. ADPF 492/RJ, ADPF 493/DF e ADI 4986/MT, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgados em 30/9/2020 
(Info 993). 
 
Compete aos Municípios legislar sobre meio ambiente em assuntos de interesse local 
O Município tem competência para legislar sobre meio ambiente e controle da poluição, quando se tratar de 
interesse local. 
Ex: é constitucional lei municipal, regulamentada por decreto, que preveja a aplicação de multas para os 
proprietários de veículos automotores que emitem fumaça acima de padrões considerados aceitáveis. 
STF. Plenário. RE 194704/MG, rel. orig. Min. Carlos Velloso, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 
29/6/2017 (Info 870). 
 
Viola a CF/88 lei municipal que proíbe o transporte de animais vivos no Município 
Viola a Constituição Federal lei municipal que proíbe o trânsito de veículos, sejam eles motorizados ou não, 
transportando cargas vivas nas áreas urbanas e de expansão urbana do Município. 
Essa lei municipal invade a competência da União. 
O Município, ao inviabilizar o transporte de gado vivo na área urbana e de expansão urbana de seu território, 
transgrediu a competência da União, que já estabeleceu, à exaustão, diretrizes para a política agropecuária, 
o que inclui o transporte de animais vivos e sua fiscalização. 
Além disso, sob a justificativa de criar mecanismo legislativo de proteção aos animais, o legislador municipal 
impôs restrição desproporcional. 
Esta desproporcionalidade fica evidente quando se verifica que a legislação federal já prevê uma série de 
instrumentos para garantir, de um lado, a qualidade dos produtos destinados ao consumo pela população e, 
de outro, a existência digna e a ausência de sofrimento dos animais, tanto no transporte quanto no seu abate. 
STF. Plenário. ADPF 514 e ADPF 516 MC-REF/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgados em 11/10/2018 (Info 919). 
 
Inconstitucionalidade de lei municipal que proíbe a queima da cana 
O Município é competente para legislar sobre o meio ambiente, juntamente com a União e o Estado-
membro/DF, no limite do seu interesse local e desde que esse regramento seja harmônico com a disciplina 
estabelecida pelos demais entes federados (art. 24, VI, c/c o art. 30, I e II, da CF/88). 
 
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O STF julgou inconstitucional lei municipal que proíbe, sob qualquer forma, o emprego de fogo para fins de 
limpeza e preparo do solo no referido município, inclusive para o preparo do plantio e para a colheita de 
cana-de-açúcar e de outras culturas. 
Entendeu-se que seria necessário ponderar, de um lado, a proteção do meio ambiente obtida com a 
proibição imediata da queima da cana e, de outro, a preservação dos empregos dos trabalhadores que atuem 
neste setor. No caso, o STF entendeu que deveria prevalecer a garantia dos empregos dos trabalhadores 
canavieiros, que merecem proteção diante do chamado progresso tecnológico e da respectiva mecanização, 
ambos trazidos pela pretensão de proibição imediata da colheita da cana mediante uso de fogo. 
Além disso, as normas federais que tratam sobre o assunto apontam para a necessidade de se traçar um 
planejamento com o intuito de se extinguir gradativamente o uso do fogo como método despalhador e 
facilitador para o corte da cana. Nesse sentido: Lei 12.651/2012 (art. 40) e Decreto 2.661/98. 
STF. Plenário. RE 586224/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 5/3/2015 (repercussão geral) (Info 776). 
 
Análise da constitucionalidade da LC 140/2011 
A LC 140/2011 foi declarada constitucional. 
 
Vale ressaltar, no entanto, que dois dispositivos da Lei merecem interpretação conforme. 
§ 4º do art. 14 da LC 140/2011: 
§ 4o A renovação de licenças ambientais deve ser requerida com antecedência mínima

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