Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO FABRÍCIO BASTOS SANTOS CUNICULTURA: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE GERAR UMA EMPRESA VOLTADA PARA CRIAÇÃO DE 500 COELHOS POR MÊS EM FEIRA DE SANTANA, BAHIA. FEIRA DE SANTANA 2010 FABRÍCIO BASTOS SANTOS CUNICULTURA: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE GERAR UMA EMPRESA VOLTADA PARA CRIAÇÃO DE 500 COELHOS POR MÊS EM FEIRA DE SANTANA, BAHIA. Monografia apresentada à Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS, como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Administração. Orientador: Prof. Djalma Boaventura de Sousa FEIRA DE SANTANA 2010 FABRÍCIO BASTOS SANTOS CUNICULTURA: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE GERAR UMA EMPRESA VOLTADA PARA CRIAÇÃO DE 500 COELHOS POR MÊS EM FEIRA DE SANTANA, BAHIA. Monografia apresentada à Universidade Estadual de Feira de Santana, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração. Feira de Santana-BA, dezembro de 2010. BANCA EXAMINADORA: ___________________________________________ Hélio Ponce Cunha Universidade Estadual de Feira de Santana ____________________________________________ Sandra Maria C. da Silva Mattos Universidade Estadual de Feira de Santana ______________________________________________ Djalma Boaventura de Sousa Universidade Estadual de Feira de Santana Sumário 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11 1.1 O Contexto .......................................................................................................... 13 1.2 O Projeto ............................................................................................................. 19 2 DESENVOLVIMENTO............................................................................................ 21 2.1 Perfis Desejáveis da Empresa, dos Empreendedores e Dirigentes .................... 21 2.1.1 Da empresa ...................................................................................................... 21 2.1.2 Dos sócios ........................................................................................................ 21 3 ANÁLISE DE MERCADO E COMPETIVIDADE ..................................................... 23 3.1 Macro Ambiente do Empreendimento ................................................................. 23 4 PLANO DE MARKETING E COMERCIALIZAÇÃO ................................................ 25 4.1 Atuação ............................................................................................................... 25 4.2 Relacionamentos com Clientes, Fornecedores, Concorrentes e Sociedade. ...... 25 4.3 Diferenciais .......................................................................................................... 25 4.3.1 Atendimento ..................................................................................................... 25 4.4 Os quatro “Ps” de Marketing ............................................................................... 26 4.4.1 Preço ................................................................................................................ 26 4.4.2 Produto e serviço.............................................................................................. 26 4.4.3 Ponto de venda ................................................................................................ 26 4.4.4 Promoção ......................................................................................................... 27 4.5 Veículos Mercadológicos ..................................................................................... 27 4.6 Assistência pós-venda......................................................................................... 28 4.7 Comercialização .................................................................................................. 28 4.7.1 Descrição do produto ....................................................................................... 28 4.7.2 Estudo dos clientes .......................................................................................... 29 4.7.3 Interesses e comportamento dos clientes ........................................................ 29 4.7.4 Motivação de compra ....................................................................................... 30 4.7.5 Localização da clientela ................................................................................... 31 4.8 Estudo dos concorrentes ..................................................................................... 32 4.9 Comparação entre a organização e concorrentes ............................................... 32 5 ANÁLISE DE MERCADO E COMPETITIVIDADE .................................................. 34 5.1 Ambiente do empreendimento ............................................................................ 34 5.2 Análise do mercado ............................................................................................. 35 5.2.1 Definição do mercado ....................................................................................... 36 5.2.2 Atratividade do segmento ................................................................................. 37 5.2.3 Disposição do consumidor pela compra ........................................................... 38 5.2.4 Potencial do mercado ....................................................................................... 39 5.2.5 Análise setorial do mercado ............................................................................. 40 5.2.6 Atratividade do mercado (síntese) .................................................................... 41 5.2.7 Estratégia competitiva ...................................................................................... 41 5.2.8 Influências Cíclicas ........................................................................................... 42 5.2.9 Ciclo de vida ..................................................................................................... 43 5.3.10 O consumidor final.......................................................................................... 45 5.4 Fornecedores ...................................................................................................... 46 6 PROJETO TÉCNICO (INVESTIMENTO) ............................................................... 50 6.1 Localização e dimensionamento básico .............................................................. 50 6.2 Recursos Humanos ............................................................................................. 51 6.3 Produção ............................................................................................................. 54 6.3.1 Sistema de produção........................................................................................ 54 6.3.2 Descrição do processo ..................................................................................... 54 7 PLANO FINANCEIRO ............................................................................................ 59 7.1 Estimativa do investimento total .......................................................................... 59 7.1.1Estimativa dos investimentos fixos .................................................................... 59 7.1.2 Estimativa dos investimentos financeiros .........................................................60 7.1.2.1 Estimativa do estoque inicial ......................................................................... 61 7.1.3 Estimativa do investimento total (resumo), fontes de usos e fontes ................. 62 7.2 Projeção do faturamento ..................................................................................... 64 7.3 Estimativas dos custos e despesas totais da empresa ....................................... 65 7.4 Estimativa dos custos com depreciação .............................................................. 66 7.5 Demonstrativo de resultados ............................................................................... 67 7.6 Indicadores de viabilidade ................................................................................... 69 7.6.1 Ponto de equilíbrio............................................................................................ 69 7.6.2 Margem de contribuição ................................................................................... 71 7.6.3 Lucratividade operacional ................................................................................. 72 7.6.4 Lucratividade Líquida ....................................................................................... 73 7.6.5 Rentabilidade ................................................................................................... 74 7.6.6 Prazo de retorno do investimento ..................................................................... 75 Conclusão ................................................................................................................. 76 Referências Bibliograficas ......................................................................................... 77 APÊNDICE A – Dados Mensais do Primeiro ano de Funcionamento ....................... 79 APÊNDICE B – Dados Anuais dos Primeiros Cinco Anos de Funcionamento .......... 88 Lista de Tabelas Tabela 1 - Veículos Mercadológicos ......................................................................... 27 Tabela 2 - Localização da Clientela .......................................................................... 31 Tabela 3 - Coelhos para Corte .................................................................................. 43 Tabela 4 - Coelhos para Laboratórios ....................................................................... 44 Tabela 5 - Esterco de Coelho .................................................................................... 44 Tabela 6 - Custo da Mão-de-obra Direta ................................................................... 51 Tabela 7 - Custo da Mão-de-obra Indireta................................................................. 52 Tabela 8 - Planilha de Mão-de-obra (Resumo) ......................................................... 53 Tabela 9 - Máquinas, Equipamentos e Animais ........................................................ 59 Tabela 10 - Móveis e Utensílios ................................................................................ 60 Tabela 11 - Estimativa dos Investimentos Financeiros ............................................. 60 Tabela 12 - Estimativa do Estoque Inicial.................................................................. 61 Tabela 13 - Estimativa do Investimento Total (Resumo) ........................................... 63 Tabela 14 - Orçamento - Depreciação Anual ............................................................ 67 Lista de gráficos Gráfico 1 – Necessidade de Capital de Giro Mensal ................................................. 62 Gráfico 2 – Necessidade de Capital de Giro Anual ................................................... 62 Gráfico 3 – Previsão de Faturamento Mensal ........................................................... 64 Gráfico 4 - Previsão de Faturamento Anual .............................................................. 65 Gráfico 5 - Previsão de Custos Mensais ................................................................... 66 Gráfico 6 - Previsão de Custos Anual........................................................................ 66 Gráfico 7 - Previsão do Lucro Mensal ....................................................................... 68 Gráfico 8 - Previsão do Lucro Anual .......................................................................... 68 Gráfico 9 - Previsão do Ponto de Equilíbrio Mensal .................................................. 69 Gráfico 10 – Previsão do Ponto de Equilíbrio Anual .................................................. 70 Gráfico 11 – Margem de Contribuição Unitária Mensal ............................................. 71 Gráfico 12 – Margem de Contribuição Unitária Anual ............................................... 71 Gráfico 13 – Lucratividae Opeacional Líquida Mensal .............................................. 72 Gráfico 14 – Lucratividae Opeacional Líquida Anual ................................................. 73 Gráfico 15 – Lucratividade Líquida Mensal ............................................................... 73 Gráfico 16 – Lucratividade Líquida Anual .................................................................. 74 Gráfico 17 – Taxa de Rentabilidade Anual ................................................................ 75 Resumo A Cunicultura é uma atividade que oferece ao produtor diversas oportunidades dentro do aproveitamento que se faz dos produtos oriundos desta cultura de criação de coelhos. Este ramo de agronegócio, a cunicultura, é pouco aproveitado no Brasil, possibilitando grande potencial de crescimento. Para enveredar em qualquer negócio o empreendedor precisa de mecanismos que o ajude a tomar decisões a tempo de perceber as mudanças ambientais, a forma como se integra ao ambiente e o seu dinamismo e velocidade para responder aos estímulos e variações do mercado. O empreendedor deve fazer diversas análises para atestar a viabilidade do negócio. Neste quesito o Plano de Negócio pode suprir os gestores de forma racional, identificando possíveis cenários futuros. Diante do contexto vislumbrado, a criação, na cidade de Feira de Santana, de uma organização para a produção mensal de quinhentos coelhos adultos é analisada em sua viabilidade econômico-financeira. Buscando os elementos que darão suporte analítico ao processo de tomada de decisões sobre a possibilidade de implementação e constituição da futura empresa. Palavras-chave: Cunicultura, coelhos, plano de negócio. Abstract The Rabbit is an activity that offers several opportunities within the producer who makes use of the products from this culture of rabbit breeding. This branch of agribusiness, the rabbit, it is little used in Brazil, enabling great potential for growth. To engage in any business the entrepreneur needs mechanisms to help you make decisions in time to see the changing environment, how it integrates with the environment and its dynamism and speed to react to stimuli and changes in the market. The entrepreneur must do several tests to demonstrate the viability of the business. In this variable the Business Plan can supply managers in a rational manner, identifying possible future scenarios. Given the context envisioned the creation, in the city of Feira de Santana, an Organization for the monthly production of five hundred adult rabbits is analyzed in its economic and financial viability. Searching the elements that will support the analytical process of making decisions about the possibility of setting up and implementation of future business. Keywords: Rabbit creation, rabbit, business plan. 11 1 INTRODUÇÃO ApresentaçãoO presente trabalho monográfico relativo ao tema “análise de viabilidade de gerar uma empresa voltada para criação de 500 coelhos em Feira de Santana, Bahia”, com a função de identificar informações e dados estatísticos e quantitativos que evidenciem sua importância e atualidade para a economia e para a empresa, bem como a problemática em que está inserido o tema a ser estudado. Para consubstanciar esta pesquisa, será preparado e analisado um estudo de natureza bibliográfica buscando aplicar um enfoque gerencial levando em consideração o processo de criação de coelhos, os aspectos mercadológicos e a composição dos aspectos financeiros. Problematização Empreender uma pequena empresa é uma atividade que requer conhecimento do produto, do mercado, dos aspectos técnicos e financeiros para a implementação do negócio no momento oportuno. É de fundamental importância, como instrumento para a análise dos gestores, a tomada de decisões baseada nos fatores citados acima. Desta forma surge a necessidade de saber se há viabilidade técnica e econômica para a criação de 500 coelhos por mês em Feira de Santana? Objetivo Geral Elaborar um Plano de Negócio para Análise de Viabilidade de Gerar uma Empresa Voltada para Criação e Abate de 500 coelhos em Feira de Santana, Bahia. Objetivos Específicos Descrever o processo produtivo da criação de Coelhos Realizar um Plano de Negócio de Criação de Coelhos 12 Justificativa A validade desta pesquisa esta em conhecer a viabilidade técnica e econômica da geração de uma empresa para criação de coelhos em Feira de Santana – Bahia, gerando emprego e renda aos envolvidos direta ou indiretamente ao projeto. O tema tem correlação com os aspectos teóricos e da realidade concreta vinculada com a Ciência da Administração, no sentido da criação e gestão de uma empresa e de processo produtivo oriundo da mesma. O tema é atual, pois trata de um nicho de mercado crescente e de amplo potencial de crescimento. A relevância desta pesquisa está em conhecer a criação de coelhos, propor um modelo e apresentar um estudo de viabilidade sobre o tema. Há ainda o interesse pessoal em adquirir mais conhecimento, aperfeiçoar e empreender o negócio da cunicultura de forma profissional em detrimento da atual forma artesanal. 13 1.1 O Contexto A zootecnia é uma ciência que desenvolve o melhor do animal em um período reduzido de tempo fazendo com que o criador obtenha mais lucros. Dentro desta ciência encontra-se a Cunicutura “que trata da criação racional de coelhos”, seja ela para a produção doméstica, comercial ou industrial.” (VIEIRA, 1980, p. 27) O conceito de coelho pode ser dado por TVARDOVSKAS e SATURNINO (2007, p. 03 apud RODRIGUES, 2007, p. 10), segundo o qual “coelho é classificado como um mamífero da ordem dos Lagomorfos, família dos Leporídeos e gênero Oryctolagus, sendo o mais comum Oryctolagus cuniculus, fonte de todas as raças domésticas”. A alimentação do coelho é bem variada, por ser um animal herbívoro, se alimenta principalmente de talos de vegetais e grãos. Já quando é criado em escala comercial consome uma ração peletizada1 específica para coelhos, para melhor bem estar do mesmo. Nesse sentido, publicação da Fundação de Desenvolvimento, Assistência Técnica e Extensão Rural de Goiás (FUNDATER): A ração deve ser adquirida em firmas idôneas ou, no caso de grandes criações, produzida na própria granja. Deve-se dar preferência a rações peletizadas, pois o pó da ração farelada pode provocar problemas respiratórios nos coelhos. As feitas na propriedade normalmente são fareladas e por isto deve-se tomar precaução de não fazer a mistura muito final. Geralmente a ração é fornecida uma vez por dia, sempre no mesmo horário. (FUNDATER. Disponível em: http://www.fundater.org.br. Acesso em 25 de novembro de 2009). Há ainda outro hábito dos coelhos que merece ser mencionado conforme afirmação abaixo: 1 Processo industrial usado na fabricação de rações e que envolve a aglomeração dos ingredientes por compressão, o qual pode ser feito a frio ou com auxilio de vapor no condicionador da mistura a ser peletizada (EMBRAPA. Disponível em: <http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br>. Acesso em 17 de outubro de 2010). 14 O coelho apresenta algumas peculiaridades como a cecotrofia. A cecotrofia é um processo que se dá no ato digestivo do coelho que consiste na ingestão pelo animal de uma modalidade de fezes denominada cecotrofos (partícula ou até mesmo porção contendo material do cólon em forma de esfera rodeada por uma película de muco). Fenômeno este que é de vital importância para a espécie. O coelho não consome as fezes propriamente ditas, mas um produto intestinal de características muito diferente. (TVARDOVSKAS e SATURNINO, 2007, p. 03 apud RODRIGUES, 2007, p. 11). O produtor de coelhos tem com a Cunicultura diversas alternativas para proveito do animal, sendo possível comercializá-lo, praticamente, em sua totalidade. Segundo a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (SEAB): Além da carne (de primeira qualidade, branca, macia, saborosa e com elevado conteúdo proteico e baixo teor de colesterol), a rentabilidade da cunicultura comercial é resultado da comercialização da pele (casacos, golas, punhos, artesanatos e cola), pêlo (feltros e artesanato), cérebro (medicamentos – teste do pezinho de bebês), orelhas (fabricação de gelatinas), carcaça (farinha), esterco (adubos e rações para outros animais) e sangue (soro). (SEAB. Disponível em: <http://www.seab.pr.gov.br>. Acesso em 06 de setembro de 2010). De acordo com Rodrigues (2007) a carne de coelho é considerada mais magra e mais saudável quando comparada às carnes bovina, ovina e suína. Além disso, é altamente digerível, saborosa, baixa em calorias, gorduras e colesterol, sendo frequentemente recomendada por nutricionistas. Quando comparada com outros tipos de carne, a carne de coelho é considerada mais rica, principalmente em proteínas, além de ser nutritiva e saborosa (EMATER. Disponível em: <http://www.emater.mg.gov.br>. Acesso em 12 de dezembro de 2009). Além do aproveitamento da carne, o cérebro do coelho é utilizado pela indústria farmacêutica, em testes de coagulação sanguínea que utilizam a tromboplastina, sustância produzida pelo cérebro deste animal. (PÁGINA RURAL. Disponível em: <http://www.paginarural.com.br>. Acesso em 05 de setembro de 2009). 15 A beleza da pele e sua boa qualidade fazem com que ela seja utilizada na confecção de agasalhos, casacos, etc. Ressalte-se que as maiores são mais valorizadas quando comercializadas em grandes lotes, o que só é obtido com a criação de raças puras, selecionadas. No que se refere ao couro, quando curtido, pode ser na produção de luvas, bolsas e calçados, substituindo a camurça. E, os couros defeituosos são aproveitados na fabricação de cola. Já com relação aos pêlos estes podem ter duas utilidades, os longos podem ser utilizados em tecidos, e os curtos podem ser empregados na fabricação de feltros e tecidos especiais, quando misturados com outros pêlos ou fibras. Com relação as vísceras, estas podem ser utilizadas na fabricação de farinha e o esterco, que tem maior quantidade de nutrientes quando comparado ao do boi, cavalo ou galinha, podendo ser empregado em qualquer plantação, pomar, horta ou jardim. (EMATER. Disponível em: <http://www.emater.mg.gov.br>. Acesso em 12 de dezembro de 2009). Ainda, conforme informação do SEBRAE-SC (Disponível em: <http://www.sebrae-sc.com.br>.Acesso em 18/05/2010) grifes internacionais de perfumes utilizam a urina do animal na fixação de perfumes. De acordo com Vieira (1980, p. 329), “desde que inspire confiança, o cunicultor poderá fornecer a laboratórios”, este é um bom negócio uma vez que os coelhos podem ser “utilizados para estudos de anatomia, fisiologia, farmacologia, toxicologia, medicina legal, diagnósticos clínicos e bacteriológicos, etc.” (VIEIRA, 1980, p. 329). Os coelhos também são usados para testar vacinas veterinárias e para a produção de vacina contra a febre aftosa. Os testes são feitos para avaliar a qualidade de lotes de vacinas veterinárias produzidas pelos laboratórios. A vacina contra febre aftosa utiliza coelhos devido ao menor custo e maior facilidade de manejo em relação ao uso de bovinos em ambiente laboratorial controlado. Ressalte-se que o produtor deve se ater às peculiaridades de cada tipo de trabalho laboratorial, esse é o entendimento observado por Vieira: 16 Naturalmente, o cunicultor deverá fornecer os coelhos aos laboratórios, rigorosamente dentro das especificações ou exigências feitas, pois cada tipo de trabalho, produção e experiência, é necessário que os animais satisfaçam a determinadas condições (VIEIRA, 1980, p. 329). Segundo Rodrigues (2007) a comercialização do animal, em sua integridade, depende da finalidade de sua venda, ou melhor, qual será o destino do produto. De acordo com informação da FUNDATER “o coelho é comercializado quando atinge 2 quilos de peso, ou seja, por volta dos setenta dias de idade.” (Disponível em: http://www.fundater.org.br. Acesso em 25 de novembro de 2009). De acordo com os ensinamentos de Vieira (1980, p.88-89) as raças podem ser classificadas quanto: à comercialização, ao tamanho ou peso, às orelhas, à produção, ao comprimento dos pêlos e à cor. Para o presente estudo restou mais importante as classificações quanto à comercialização e ao tamanho e peso. Quanto à comercialização, podem ser esportivas ou industriais. Quanto ao tamanho e peso, divide-as em gigantes, médias, pequenas e anãs. Nas raças médias, o peso pode chegar de 3,5 a 5 quilos, por isso são as mais usadas comercialmente, sendo mais precoces, rústicas, resistentes e produtoras. Rodrigues (2007) cita as raças mais utilizadas no Brasil: Hoje, existem mais de sessenta raças no mundo. No Brasil, as principais são: Angorá, Azul-de-viena, Califórnia, Chinchila, Fulvo de Borgonha, Gigante-borboleta-francês, Gigante-de-bouscat, Gigante-deflandes, Holandês, Negro-e-fogo, Nova-zelândia-branca, Nova-zelândia-vermelha e Prateadode- champagne (RODRIGUES, 2007, p.15). Prossegue o referido autor afirmando que: Os coelhos Nova-Zelândia-branca, são originários dos Estados Unidos e têm considerados níveis de criação comercial brasileira. São animais de dupla aptidão, pois servem para produzir carne e pele. Caracterizam-se pela pelagem branca, são de porte médio e pesam em média de 4 a 5 quilos. (RODRIGUES, 2007, p.16) Por conta dessas características, para manter o plantel com raça pura e homogênea, a raça Nova-Zelândia foi escolhida para a execução do projeto ao qual se propõe o presente trabalho. 17 Segundo informação do Correio Gourmand (Disponível em: <http://www.correiogourmand.com.br> Acesso em 22/05/2010), o homem passou a consumir carne de coelho há mais de 2.000 anos, tendo atualmente a França como o país que mais consome carne de coelho no mundo. Ainda conforme o citado Correio: Os monges espanhóis foram os pioneiros a domesticar coelhos, durante a Idade Média. Eles retiravam os animais dos túneis cavados na terra e os abrigavam nos mosteiros. Dessa primeira forma de criação às instalações e tecnologias da cunicultura de hoje, o animal percorreu um longo caminho que redundou em novas raças, diversas variedades e numa capacidade espantosa de proliferação. Na culinária de vários países, a carne do coelho foi aproveitada para o preparo de uma diversidade de iguarias. Na França, onde é mais apreciado, o consumo per capita chega a oito animais por ano. Tanto que o país não consegue suprir sua demanda e importa animais da China. Rodrigues (2007, p. 10) citando Tvardovskas e Saturnino (2007) aduz o que segue abaixo: Fator relevante que incentivou a prática da cunicultura foi a 2ª Guerra Mundial, pois, muitos países tinham dificuldades em adquirir carne para o mercado interno, e um caminho alternativo foi o incentivo à população a fazer criação de coelhos para suprirem a sua alimentação. No Brasil, a criação de coelhos bem organizada e com finalidade comercial, surgiu a partir de 1957 no Estado de São Paulo e, em 1970, neste mesmo Estado, foi criada a primeira unidade industrial. (TVARDOVSKAS e SATURNINO, 2007, p. 02 apud RODRIGUES, 2007, p.10). De acordo com informações da Fazenda Angolana “no Brasil, a criação de coelho bem orientada, organizada e com fins comerciais começou a aparecer a partir de 1957 no Estado de São Paulo”, a partir desta data um grande número de granjas que exploram carne e pelo de coelho se desenvolveu neste Estado. (Disponível em: <http://www.fazendaangolana.com.br>. Acesso em: 03 de agosto de 2010). O consumo brasileiro ainda é muito pequeno, cerca de 120 gramas per capita/ano, segundo a Associação Paulista dos Criadores de Coelhos (GLOBO RURAL, 2006. Disponível em: <http://globorural.globo.com>. Acesso em: 10 de março de 2010). O baixo consumo se deve ao desconhecimento do produto, ao preço da carne, ainda alto e, também à cultural regional. O coelho é mais conhecido 18 como animal de estimação em detrimento ao fornecimento de carne para a alimentação humana. Marcio Infante Vieira, citando as qualidades da carne de coelho afirma que a mesma: [...] é macia, saborosa, tem mais proteínas que a do frango, boi, carneiro ou porco, e menos colesterol do que todas elas. Seu consumo é apropriado para a prevenção de doenças cardiovasculares. É também um alimento de fácil digestão, ideal para a alimentação de crianças, idosos e convalescentes. (VIEIRA, 2003, Carne de coelho, 2003. Disponível em: <http://www.drashirleydecampos.com.br>. Acesso em: 15 de maio de 2010). O consumo de carne de coelhos é indicado por médicos e nutricionistas para alimentação devido as suas características peculiares. Praticamente, segundo a matéria supra, “a carne de coelho não apresenta colesterol em sua composição, pois nela encontramos apenas leves traços desse elemento considerado tão pernicioso à saúde” (VIEIRA, 2003, Carne de coelho, 2003. Disponível em: <http://www.drashirleydecampos.com.br>. Acesso em: 15 de maio de 2010). Em 31 de dezembro de 2008, o IBGE divulgou, em sua pesquisa da produção da pecuária municipal, o efetivo de coelhos dos 20 municípios maiores produtores desta carne do Brasil e Feira de Santana-BA apresentou-se entre os maiores produtores desta carne, estando posicionada em 4º, com 4.811 cabeças de coelho, atrás dos três primeiros: Sorocaba-SP, Mogi das Cruzes-SP e Tapiraí-SP, com 11.150, 6.771 e 5.820, respectivamente.(IBGE. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/ppm/2009/tabelas_pdf/tab22.pdf >. Acesso em: 12 de maio de 2010) 19 1.2 O Projeto O projeto consiste na análise de viabilidade técnica e econômica de criação de uma empresa para exploração do agronegócio da Cunicultura na cidade de Feira de Santana, Bahia, com o objetivo de produzir quinhentos animais adultos por mês para corte e fornecimento a laboratórios veterinários, bem como o aproveitamento do subproduto, o esterco, produzido para comercialização como adubo. A despeitoda carne de coelho não compor o cardápio brasileiro, Vieira (1980, p. 28) assegura que: [...] a cunicultura vem se expandindo de maneira rápida e segura e a motivação principal desse fenômeno são os elevados lucros e os mercados interno e externo com capacidade para absorverem muitas vezes mais o volume da atual produção cunícula de nosso país. Dessa forma, a cunicultura é uma atividade possivelmente viável, pois o mercado possui capacidade de absorver a produção, uma vez que existe demanda reprimida à ser atendida. Quanto aos produtores, a FUNDATER salienta que: Em pequenas criações, o abate é feito para consumo próprio e venda direta para consumidores da região. Já no caso de criações de porte médio, devido à necessidade de inspeção sanitária da carne, o abate na propriedade fica bastante difícil. Em grandes criações, que abatem mais de 20.000 animais por mês, compensa montar um abatedouro, desde que haja inspeção federal. (FUNDATER. Disponível em: <http://www.fundater.org.br>. Acesso em: 25 de novembro de 2009). Conforme Rodrigues (2007, p. 27) “no Brasil, existem poucos abatedouros de grande porte, o que dificulta uma distribuição uniforme e constante da carne no mercado. Os coelhos são comprados vivos pelos abatedouros”. No que se refere aos subprodutos que a cunicltura oferece, tem-se o esterco. A moderna de agricultura faz uso de diversas técnicas para aumentar a produtividade e qualidade das lavouras. Uma dessas técnicas é a adubação do 20 terreno com adubos químicos ou os orgânicos, conhecidos como esterco. O esterco de coelho, como fertilizante tem grande valor no emprego que pode ser dado em qualquer cultura agrícola. Ele é muito rico em nitrogênio, fósforo e potássio (VIEIRA, 1980). Referente à produção de esterco: 100 coelhos, em um só ano, podem produzir de 5 a 6.000 kg. Essa quantidade é suficiente para adubar 1 hectare de terra. Se este esterco for adicionado a palhas, restos e outros materiais, pode atingir a muitas toneladas, dando assim para adubar área bem maior (VIEIRA, 1980, p. 327). Quanto aos dados numéricos do projeto convém lembrar, inicialmente, que durante os três primeiros meses, a organização apresentará prejuízos líquidos decrescentes. O que é compreensível uma vez que a empresa está em implantação. O prejuízo acumulado será de 32.576,88, mas a partir do quarto período o lucro líquido ficará estável em torno de R$ 10.022,49. Essa análise sugere que seja feita uma reserva de liquidez embutida no possível financiamento do capital. O retorno do investimento está previsto para 18 meses, um período curto que propõe que o negócio pode ser um ótimo empreendimento. O exposto sobre o retorno do investimento é ratificado: A Cunicultura é uma atividade pouco desenvolvida no Brasil se comparada aos demais países. Esta atividade proporciona um retorno financeiro rápido ao investidor, tendo em vista possuir um curto ciclo financeiro, e possibilita o aproveitamento de diversos produtos oriundos do processo produtivo (RODRIGUES, 2007, p.04). 21 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 Perfis Desejáveis da Empresa, dos Empreendedores e Dirigentes 2.1.1 Da empresa É recomendável que a organização seja guiada sob o formato jurídico de responsabilidade limitada sob o signo, inicial, de pequena empresa. Tal concepção ofereceria duas vantagens: a) Junto ao fisco – enquadramento no regime tributário Supersimples estabelecido pela Lei Complementar 123/2006; b) Maior teto creditício junto a bancos e fornecedores se comparado a firmas individuais. Por seu turno, o capital social deverá guardar coerência com o nível dos investimentos diretos dos seus empreendedores. 2.1.2 Dos sócios Para o desenvolvimento do negócio é essencial que os gestores englobem em seus perfis características como respeito ao meio ambiente, capacidade estratégica e de articulação, conhecimentos de técnicas de gestão, e habilidade de negociação, dentre outras. 22 Os elementos acima enfocados completam um quadro desejável para toda organização uma vez que representam valores que o mercado está a exigir, e são necessidades básicas para qualquer empreendimento atual. 23 3 ANÁLISE DE MERCADO E COMPETIVIDADE 3.1 Macro Ambiente do Empreendimento A grande maioria das empresas bem sucedidas reconhece e responde efetivamente às necessidades não atendidas e às tendências do seu macro ambiente. Tais organizações entendem que o ambiente mercadológico sofre mudanças contínuas, oferecendo oportunidades e apresentando ameaças. Mas isso não é o suficiente. É preciso reconhecer também a importância vital do monitoramento e da adaptação contínua às alterações ambientais. Conhecer os ambientes de consumidores, concorrentes e fornecedores, analisar sistematicamente as tendências macroeconômicas, são fatores importantes para revisar e adaptar as estratégias no atender aos novos desafios e chances que o mercado proporciona. Muitas oportunidades são encontradas pela identificação de tendências. Essas tendências deverão merecer rigoroso cuidado por parte da organização para se detectar uma nova oportunidade. O cenário mundial mostra perspectivas promissoras, com crescimento após a crise financeira mundial do primeiro semestre de 2009. O Brasil resistiu à crise e saiu na vanguarda da recuperação mundial. Como resultado há a expansão da expectativa de crescimento do PIB, aumento do consumo, redução do índice de desemprego. Esta conjuntura favorece o negócio da cunicultura, no sentido de oferecer novas oportunidades onde a economia cresce como um todo e consequentemente levando ao crescimento deste setor e dos setores periféricos. Porém, como ameaça a ignorância acerca do produto e as dúvidas sobre sua qualidade irão exigir atenção do trabalho de marketing, seja em feiras, exposições, 24 ou pelos meios convencionais com o intuito de esclarecer e criar uma imagem favorável do produto. Segundo reportagem publicada na Página Rural: Para que o consumidor aprenda a incluir essa carne nas refeições é preciso que programas educativos e de marketing sejam criados. Apontar o alto nível nutricional desse produto pode ser a saída. É uma carne branca, nobre, com baixo teor de gordura e de sódio e alto valor nutricional. Características essas que vão de encontro às necessidades do brasileiro, que procura qualidade de vida e alimentação saudável. (PÁGINA RURAL. Disponível em: <http://www.paginarural.com.br>. Acesso em: 05 de setembro de 2009). 25 4 PLANO DE MARKETING E COMERCIALIZAÇÃO O adequado planejamento do marketing proporcionará à organização uma ciência realista dos custos adaptando e otimizando seus recursos visando o melhor posicionamento possível para seus produtos no mercado. 4.1 Atuação Deverá ser adotada uma abordagem da comunicação e marketing contínua e sistemática, considerando-se as oscilações da demanda. Serão evitadas ações isoladas que não estejam vinculadas a um planejamento inicial uma vez que estas exigem volume de investimentos elevados e que nem sempre proporcionam o retorno esperado. 4.2 Relacionamentos com Clientes, Fornecedores, Concorrentes e Sociedade. A postura da organização pautará pela transparência, respeito, e por formação de redes de compromissos de longo prazo de forma a proporcionar benefícios a toda à cadeia envolvida. 4.3 Diferenciais 4.3.1 Atendimento Um nível de atendimento personalizadoe rápido. Para tanto, a organização investirá em treinamento de toda a sua equipe de profissionais com destaque àqueles envolvidos diretamente com o cliente. 26 4.4 Os quatro “Ps” de Marketing 4.4.1 Preço Será adotada uma política de preços baseada na formação do preço dos produtos considerando-se os custos e objetivos de lucros. Porém nos preços deverão acompanhar os mesmos praticados no mercado. Tendo assim, como diferencial em relação aos concorrentes, o menor dispêndio de capital por parte do cliente para arcar com as despesas de transporte com a importação dos produtos de fornecedores geograficamente distantes. 4.4.2 Produto e serviço Os bens serão produzidos seguindo um bom padrão de qualidade em consonância com as demais empresas do setor e as especificações exigidas pelo cliente. 4.4.3 Ponto de venda A organização deverá adotar a modalidade de vendas por telemarketing, com representantes comerciais bem treinados, como forma de atingir, expandir e assessorar sua clientela. 27 4.4.4 Promoção Para definir a intensidade e natureza das atividades de marketing, a organização analisará a viabilidade de, num horizonte próximo, contratar uma empresa do ramo que contribuirá para o estabelecimento das diretrizes que atendam ao objetivo previamente traçado. 4.5 Veículos Mercadológicos A organização pretende vender coelhos através do repasse direto ao consumidor final por meio de relacionamento interpessoal. Isto proporcionará melhor foco no produto e na qualidade do mesmo. Para atingir seus objetivos, utilizará como veículo mercadológico os instrumentos abaixo: Tabela 1 - Veículos Mercadológicos Veículo Freqüência Custo Anual(R$) Agências de Publicidade não Consultorias não Folders ocasionalmente R$ 800,00 Exposições anual R$ 3.000,00 Amostras/Brindes ocasionalmente R$ 1.500,00 Jornais/Revistas não Rádio/TV não Outdoors/Displays não Outros não Custo Total R$ 5.300,00 Fonte: Elaboração própria. 28 4.6 Assistência pós-venda A assistência pós-venda inclui serviços de pesquisa de satisfação, manutenção, treinamentos e atividades semelhantes. Para estruturação a organização criará seu próprio setor de serviços focado nas atividades de telemarketing. 4.7 Comercialização Para sustentar suas atividades de vendas a organização estará dotada de uma estrutura de comercialização baseado em vendedores internos, externos com remuneração variável correspondente a um percentual sobre as vendas. 4.7.1 Descrição do produto Descrevem-se abaixo os produtos a serem produzidos pela organização: a) Coelhos adultos para corte – Animais adultos de aproximadamente 70 dias de vida e cerca de 3,0 kg de peso bruto, destinados ao abate em abatedouro. b) Coelhos adultos para teste veterinários - Animais adultos 60-75 dias de vida e cerca de 3,0 kg de peso bruto, destinados à testes de antígenos e produção de vacina contra febre aftosa bovina. c) Esterco – É usado como adubo e na alimentação de porcos. 29 4.7.2 Estudo dos clientes Esta é uma das etapas mais importantes do processo. Afinal, sem clientes não há negócios. Os clientes não compram apenas produtos, mas soluções para algo que precisam ou desejam. Uma empresa é viável quando tem um número suficiente de clientes com poder de compra necessário para gerar vendas que cubram todas as despesas, e mais o lucro. Características gerais dos clientes: a) Coelhos adultos para corte – Os clientes de animais para corte são abatedouros legalizados para a atividade, devidamente registrados e fiscalizados pelos órgãos competentes. b) Coelhos adultos para teste veterinários – Os clientes deste enfoque são Laboratórios Veterinários e Instituições de ensino que possuam biotérios. c) Esterco – Lojas produtos agropecuários e de jardinagem. 4.7.3 Interesses e comportamento dos clientes Há um ciclo permanente de compras realizadas por esses clientes que, em sua maioria, optam por manter um estoque reduzido para limitar seus custos. a) Coelhos adultos para corte – As organizações oferecem diversos cortes de carne congelada, que fornecem tanto para o mercado interno como para o externo por meio das exportações. 30 b) Coelhos adultos para teste veterinários – Os Laboratórios utilizam os coelhos para produzir vacinas e testá-las. As instituições de ensino com biotérios utilizam os animais para estudos de anatomia, fisiologia, farmacologia, toxicologia, medicina legal, diagnósticos clínicos e bacteriológicos, etc. c) Esterco – Pequenas empresas que vendem ferramentas, medicamentos veterinários, e diversos produtos agropecuários. 4.7.4 Motivação de compra A maior proximidade física com a clientela enseja menor custo com logística, o que pode refletir nos preços finais do produto favorecendo, também a uma melhor presteza no atendimento. a) Coelhos adultos para corte – A otimização logística e melhor aproveitamento das rotas de distribuição reduzem o custo logístico. A disponibilidade do produto no trajeto de retorno da frota de distribuição reduz o custo de transporte e consequentemente do produto. b) Coelhos adultos para teste veterinários – A possibilidade de acompanhar de perto o desenvolvimento e a qualidade do produto proporciona maior confiança entre as partes deste nicho. Bem como a motivação de compra aumenta quando adquirir de fornecedores próximos seja mais confiável e barato que importar os produtos de outros estados. c) Esterco – Por ser de origem natural ou orgânica, mostra-se como ótima alternativa, a um custo menor com relação ao adubo químico, pela proximidade do fornecedor, pela alta qualidade. 31 4.7.5 Localização da clientela O mercado de coelhos é pouco explorado, possibilitando a expansão gradual deste e evolução do ciclo produtivo. A procura por coelhos e seus subprodutos aumentará na medida em que o conhecimento sobre o produto seja disseminado. A organização terá como foco os seguintes mercados: I. Abatedouro – Parte da produção será destinada a abatedouros especializados em carne de coelhos na Bahia. II. Laboratórios Veterinários – Outra parte da produção irá atender a demanda de biotérios e laboratórios que fazem uso de pequenos animais, no caso, coelhos. O foco será o mercado da cidade de Feira de Santana. III. Lojas de produtos agropecuários e jardinagem – Focado também na cidade de feira de Santana, as empresas desse setor atendem amplamente a região. Abaixo, na Tabela 02, seguem algumas empresas que servem de opção de venda aos produtos listados acima. Tabela 2 - Localização da Clientela Nome da Empresa Localização Telefone Cidade Estado DDD Número Palmares Abatedouro de Coelhos Bonito Ba 71 3206-1111 Labovet Produtos Veterinários Feira de Santana Ba 75 3612-4700 Sertaneja Produtos Agropecuários Feira de Santana Ba 75 3625-4405 Proagro Produtos Agropecuários Feira de Santana Ba 75 3625-5267 Faculdade Anísio Teixeira Feira de Santana Ba 75 3616-9451 Fonte: Elaboração própria. 32 4.8 Estudo dos concorrentes O exame da atuação da concorrência pode oferecer importantes subsídios de análise e de delimitação da forma como a organização poderá se diferenciar dos concorrentes.Daí a necessidade de identificá-los e comparar seus produtos. Atualmente na Bahia não há empresas constituídas para a criação de coelhos. Existem pequenos criadores, com número reduzido de animais que os criam para consumo próprio e comercialização do excedente. São pequenas criações em pequenas propriedades rurais com modo de produção familiar e completamente rústico. Porém, alguns laboratórios produzem animais para consumo próprio. Suprindo total ou parcialmente suas necessidades. No Brasil, os concorrentes se concentram nas regiões Sudeste e Sul do país, representados por associações de produtores, empresas de médio porte nacional e de grande porte de origem estrangeira. Entretanto, nenhuma opera na região Nordeste, deixando amplo espaço para o desenvolvimento da organização na Bahia. 4.9 Comparação entre a organização e concorrentes Com o intuito de analisar a capacidade da organização em relação ao mercado. Os fatores que conferem alguma vantagem assim como fraquezas dos concorrentes deverão ser aproveitados para estabelecer diferenciais competitivos A velocidade com que as organizações se adaptam às mudanças é fator preponderante para o sucesso e sobrevivência desta no mercado. Sendo assim, não são as grandes empresas que vencem o desafio da concorrência, são os mais ágeis, os mais flexíveis e, com a leveza de sua estrutura administrativa. Essa é a melhor das vantagens das pequenas empresas em relação às grandes. 33 No contexto da organização pretendida, a atuação estará restrita ao estado da Bahia, e, sendo a única empresa no Nordeste, não há que se falar em concorrência entre empresas, apenas de produtos. 34 5 ANÁLISE DE MERCADO E COMPETITIVIDADE 5.1 Ambiente do empreendimento Para a que a organização obtenha o sucesso almejado é necessário que esteja preparada para reconhecer e responder efetivamente às necessidades não atendidas e ás tendências do seu macro-ambiente. É imperativo que se tenha a visão de que o espaço mercadológico está constantemente em mudanças, oferecendo oportunidades e apresentando ameaças. Daí a importância vital de um monitoramento para uma sistemática adaptação às alterações ambientais. Assim, conhecer os ambientes dos futuros clientes, concorrentes e fornecedores aliado a uma análise sistêmica do cenário macroeconômico são fatores de fundamental importância para revisar e adaptar as estratégias pelos novos desafios e oportunidades do mercado. O contexto atual mostra o seguinte quadro: a) Oportunidades: I. Perspectiva de crescimento do PIB; II. Tendência do consumidor em buscar uma alimentação mais saudável; III. Grande demanda reprimida no mercado de coelhos; IV. Falta de concorrentes diretos no estado; V. Localização privilegiada, pois a organização está próxima dos clientes e fornecedores. 35 b) Ameaças: I. Barreira cultural - provável resistência do mercado consumidor em adquirir um produto praticamente desconhecido como alimento; II. Possibilidade de abertura de novas empresas e inserção de novos concorrentes no mercado; Por outro lado, um diagnóstico estratégico no processo interno da futura organização apresentará os seguintes componentes de análise: a) Pontos Fortes: I. Equipe de dirigentes bem focada e com boa visão administrativa; II. Equipe bem preparada e largamente experiente na Cunicultura; III. Investimento inicial relativamente baixo devido as instalações já existirem e serem próprias; b) Pontos Fracos: I. Recursos financeiros limitados; 5.2 Análise do mercado As organizações e seus fornecedores, concorrentes, clientes, etc., operam num macro-ambiente no qual as forças e tendências moldam oportunidades e 36 apresentam ameaças. Estas forças são, em verdade, fatores não controláveis que a nova organização deve responder. Uma visão de fora para dentro em seus negócios, ou seja, uma análise do próprio mercado em que a organização está inserida é um importante instrumento estratégico na busca de seus objetivos. 5.2.1 Definição do mercado Ao visualizar o mercado corre-se o risco de vê-lo de uma maneira otimista superdimensionando-o, ou visualizá-lo de uma forma pessimista não enquadrando outros nichos de importância. Cuidados por traduzir uma visão realista identificando os segmentos de mercado específicos que a empresa deseja conquistar dentro dos critérios abaixo. Na identificação das variáveis de segmentação a nova empresa pretende atingir os seguintes nichos de mercado: a) Coelhos adultos para corte: Abatedouro de coelhos que comercialize cortes diversos de carne de coelho no estado da Bahia. b) Coelhos adultos para teste veterinários: Laboratórios veterinários e Instituições de ensino que possuam biotérios para estudos de anatomia, fisiologia, farmacologia, toxicologia, medicina legal, diagnósticos clínicos e bacteriológicos, etc. na cidade Feira de Santana, Bahia. 37 c) Esterco: Empresas de pequeno porte que comercializam produtos e serviços agropecuários e de jardinagem localizadas prioritariamente na cidade Feira de Santana, Bahia. 5.2.2 Atratividade do segmento a) Coelhos adultos para corte O mercado de coelhos ainda é pouco conhecido pela população brasileira, o que inclui a Bahia que produziu em 2008, 9.398 animais ou o equivalente a 28.194 kg de carne de coelho. O consumo estimado é de 120 gramas per capita ao ano, então essa produção alimentaria 234.950 pessoas anualmente. A população do estado da Bahia em 2009 era de 14.637.364 habitantes (IBGE. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/estadosat/perfil.php?sigla=ba>. Acesso em: 12 de maio de 2010). Percebe-se que há um déficit de abastecimento muito grande no estado. A atratividade é expressiva considerando que no estado, o projeto é pioneiro e o mercado abre um grande leque para o produto na região. b) Coelhos adultos para teste veterinários O mercado mostra grande interesse pelo produto em razão da Bahia ser um dos maiores produtores de bovinos do país. Essa produção animal deve ser acompanhada dos devidos contra doenças infecciosas, em foco a febre aftosa, torna-se inevitável a grande demanda pela vacina desta doença. Não obstante, cresce o número de instituições de ensino que incluem coelhos em dissecações e pesquisas. 38 c) Esterco A atratividade deste produto reside na origem orgânica e na qualidade e versatilidade do uso que pode ser feito em lavouras e jardins. 5.2.3 Disposição do consumidor pela compra Três fatores são essenciais: Qualidade – Qualidade está relacionada à percepção de cada indivíduo. O conceito é formado por fatores subjetivos. Segundo David Garden (1997), três fases conduziram ao conceito moderno de qualidade. No primeiro, a qualidade era vista sob a ótica de inspeção. Logo após foi a busca por meio de dados e técnicas estatísticas. Por último, na terceira etapa sua preocupação era com a garantia do produto até o mercado consumidor. Atualmente a preocupação em participar de determinado mercado e satisfazer tanto o consumidor quanto o mercado é o foco do gerenciamento estratégico da qualidade. O planejamento estratégico dará sustentação a essa metodologia, proporcionando a participação de todos como agentes influenciadores da qualidade. Para Philip Kotler & Gary Amstrong (2007),qualidade do produto significa atender aos critérios: durabilidade, confiabilidade, precisão, facilidade de operação, dentre outros, demostrando alto desempenho, sob o ponto de vista do consumidor. Conforme Falconi (1992, p. 02) qualidade é atender às necessidades do cliente. Satisfazendo-o em aspectos como preço, prazo, flexibilidade, qualidade, segurança, garantia etc. Tais considerações são importantes para regular as atitudes da organização. 39 Preço – A competitividade nos fatores preço/prazo depende de um eficiente mecanismo de custo, com foco na produtividade, além de capital de giro que permita margem de manobra tanto na aquisição da matéria prima como no relacionamento com clientes. O acompanhamento sistemático e a adoção de um programa de redução de custos são ferramentas que a organização não pode prescindir mesmo porque sabe-se que é o mercado que regula os preços. Prazo de entrega – Este é um instrumento de enorme importância no nível de satisfação da clientela. Apesar disso, é muitas vezes, relegado. O cumprimento do prazo de entrega depende de fatores ligados à capacidade produtiva, mas também, às bases de distribuição como canais e logística. Isto implica que a nova organização adotará um processo de planejamento, implementação e controle do fluxo e armazenamento eficiente e eficaz de matérias primas, estoque de produtos em processamento, produtos acabados desde o ponto de origem até ao consumidor final como forma de satisfazê-lo. 5.2.4 Potencial do mercado Trata-se de um elemento fundamental na análise do mercado. A quantificação da capacidade de consumo, ou seja, da análise das possibilidades de vendas é a base de orientação no dimensionamento do investimento e na avaliação da viabilidade do empreendimento Considerando-se que o mercado é constituído de pessoas físicas e jurídicas com capacidade e disposição para comprar, as variáveis população e renda são fundamentais para se analisar o potencial de um determinado mercado. Não foram encontrados números referentes ao consumo de coelhos em relação à outros animais no Brasil. Mas, em 2008 a produção de coelhos no Brasil foi de 262.514 animais, desse total a Bahia representou 3,6% com 9.392 animais, sendo o sétimo maior produtor nacional. 40 5.2.5 Análise setorial do mercado a) Coelho O consumo deste item no Brasil ainda é relativamente baixo, isto implica entender a existência de dificuldades culturais na comercialização da carne de coelho. Trata-se de um mercado em condições de evoluir bastante se voltado para o abastecimento de abatedouros voltados tanto para a distribuição de carne no mercado interno quanto no externo por meio de exportações. b) Cobaia Dois setores se interessam por cobaias: Laboratórios Veterinários Estes utilizam os animais para a produção de antígenos virais que são usados em larga escala em diversos ramos da pecuária. Trata-se de um mercado de enorme abrangência, pois proporciona aos laboratórios melhor qualidade e confiabilidade ao produto, e menor custo em relação ao uso de animais de maior porte. Instituições de Ensino e Pesquisa Diversas instituições de ensino necessitam de cobaias de pequeno porte para ministrar aulas práticas de dissecação e realizar pesquisas experimentais. c) Adubo O setor interessado é o de pequenas empresas de produtos agropecuários e jardinagem que revendem para pequenos produtores rurais, pessoas físicas e paisagistas. Possui grande atratividade por ser um produto orgânico de alta qualidade e baixo custo. 41 5.2.6 Atratividade do mercado (síntese) A avaliação da atratividade do mercado ajuda a justificar o investimento. Como, diante do exposto acima, percebe-se que o nível de atratividade do mercado é alto e existe pouca competitividade na região onde a organização pretende atuar. Entende-se que para um alto nível de competitividade entre concorrentes, o nível de atratividade logicamente será baixo, pois dificultará a conquista e manutenção dos clientes. Por outro lado, se for detectado um alto potencial de mercado para os produtos da organização, o nível de atratividade também será alto, pois significa que existem possibilidades de aproveitamento da demanda em potencial, com realização de vendas. 5.2.7 Estratégia competitiva Ao definir uma estratégia competitiva se está orientando a condução do negócio à busca e consecução de objetivos. Consiste na análise e escolha de três estratégias genéricas: a) Liderança em Custo: Ao fazer tal opção será necessário construir uma estrutura de custo mais vantajosa que a de seus concorrentes. Liderar com base em custos baixos significa obter economias de escalas, ter acesso facilitado a fontes de suprimentos, tecnologia apropriada e, sobretudo, alta produtividade para baixar os custos e manter preços de venda competitivos; b) Diferenciação: Nesta alternativa busca-se uma estratégia de diferenciação, ou seja, torna-se o único em algum fator que o mercado consumidor considera importante. Ser o único em seu mercado significa ser singular, ser diferenciado na qualidade do produto, no atendimento ao cliente, no marketing ou 42 em muitos outros fatores que o tornem diferente dos seus concorrentes. Esta estratégia diferencia-se da estratégia de liderança em custo, pois neste último dá-se ênfase a uma série de outros atributos além do custo e do preço de venda. c) Enfoque: Ao escolher uma estratégia de enfoque, o empresário estará optando por focalizar o seu negócio num determinado ambiente de mercado. Ou seja, concentra seus esforços em atender um específico segmento-alvo, deixando de atender aos demais. Esta estratégia tanto pode procurar uma vantagem no custo quanto na diferenciação. A estratégia a ser adotada para a comercialização dos animais será a liderança em custo, pois o produto apesar de acompanhar os preços do mercado, torna-se mais vantajoso que a aquisição por meio da importação de outros estados, o que exigirá dispêndios de capital com logística. A estratégia a ser adotada para a comercialização esterco será a diferenciação, pois o produto é único em sua composição, qualidade e versatilidade. 5.2.8 Influências Cíclicas Ocasionalmente, o setor é afetado por mudanças decorrentes de redução de tendências consumistas verificadas fim do quarto trimestre devido aos recessos de fim de ano aumento da tendência consumista na metade do primeiro trimestre de cada ano ou em decorrência de ações governamentais que influenciam no desempenho da economia. Tais ciclos econômicos, externos à organização, causam impacto nos negócios. Um planejamento adequado no ciclo de caixa de médio prazo se faz imperioso para prevenir eventual escassez de recursos. 43 5.2.9 Ciclo de vida O segmento de mercado em que se pretende atuar possui ciclos de vida cuja análise é importante tanto para a formulação de suas estratégias quanto para a avaliação de barreiras que podem dificultar seu acesso. Para melhor percepção, descreveremos, abaixo, as características de cada fase do ciclo de vida conforme Oliveira (2003): I. Introdução: É a fase que proporciona excelentes oportunidades de negócios. Entretanto, o mercado ainda é limitado pelo desconhecimento dos clientes em relação aos produtos oferecidos e os lucros são reduzidos devido às despesas de lançamento no mercado. II. Crescimento: Na medida em que os clientes sentem a necessidade peloproduto e serviço, a demanda se expande e a concorrência torna-se acirrada. III. Maturidade: Nesta fase a taxa de crescimento é mais baixa, os clientes são mais fiéis aos produtos e serviços existentes, dificultando a entrada de novos concorrentes. Os lucros são mais estáveis. IV. Declínio: A luta pela sobrevivência é a principal característica desta fase, onde as vendas diminuem bastante e o lucro desaparece. A seguir, Tabelas 03, 04 e 05 demonstram a fase de cada produto: Tabela 3 - Coelhos para Corte Segmento Características Introdução Crescimento Maturidade Declínio C oe lh os pa ra c or te Taxa de Crescimento X Concorrência X Padrão Mercado X Continua 44 Tabela 3 - Coelhos para Corte Segmento Características Introdução Crescimento Maturidade Declínio C oe lh os pa ra c or te Particip. Mercado X Alcance do Produto X Fidelidade do Cliente X Metas de Marketing X Conclusão Fonte: Elaboração própria. Tabela 4 - Coelhos para Laboratórios Segmento Características Introdução Crescimento Maturidade Declínio C oe lh os p ar a La bo ra tó rio s Taxa de Crescimento X Concorrência x Padrão Mercado x Particip. Mercado x Alcance do Produto x Fidelidade do Cliente x Metas de Marketing x Fonte: Elaboração própria. Tabela 4 - Esterco de Coelho Segmento Características Introdução Crescimento Maturidade Declínio Es te rc o de C oe lh o Taxa de Crescimento x Concorrência x Continua. 45 Tabela 5 - Esterco de Coelho Segmento Características Introdução Crescimento Maturidade Declínio Es te rc o de C oe lh o Padrão Mercado x Particip. Mercado x Alcance do Produto x Fidelidade do Cliente x Metas de Marketing x Conclusão Fonte: Elaboração própria. 5.3.10 O consumidor final É importante, no estudo das variáveis, conhecerem aquelas que afetam o mercado consumidor tais como tendências, percepções e preferências. São dados que formam a base para o desenvolvimento de novos produtos, alteração de preços, canais de distribuição, imagem do produto e forma de divulgação, entre outros elementos mercadológicos. Quem constitui o mercado: a) Coelho para corte – Mercado constituído por abatedouros que revende em cortes diversos à restaurantes e supermercados, e ainda podem exportar para outros países. b) Coelho para Laboratórios – Mercado constituído por Laboratórios veterinário e instituições de ensino e pesquisa. c) Esterco – Mercado formado por revendedores de produtos agropecuários e de jardinagem. 46 O que o mercado compra: a) Coelhos vivos – O mercado compra coelhos vivos, adultos, de acordo com a destinação: abate testes laboratoriais ou pesquisa. b) Adubo – É comprado o adubo de coelho para manejo de terras para plantação, lavouras e jardins. Onde o mercado compra: a) Coelhos para corte – Na Bahia é comprado por todo o estado, de pequenos produtores b) Coelhos para Laboratórios – Compram de pequenos produtores ou produzem o necessário para consumo próprio. c) Adubo – Não há conhecimento da comercialização na Bahia. 5.4 Fornecedores Trata-se de um elemento de fundamental importância da análise de mercado. O estudo das fontes de fornecimento de matérias-primas, insumos, etc., pode facilitar a formulação da estratégia de compras da Organização. Daí torna-se importante analisar criteriosamente, não apenas suas respectivas capacidades técnicas como, também suas competências em suprir o material desejado, na qualidade exigida, dentro do prazo estipulado e com preço combinado. Diante de um assunto de extrema abrangência, vale tecer alguns comentários esclarecedores. 47 A proximidade dos fornecedores favorece a economia logística, melhora o relacionamento com os fornecedores, bem como propicia a redução de estoques, pois o fornecimento pode ser realizado apenas no momento certo. A aquisição dos primeiros animais, matrizes e reprodutores, serão realizados de fornecedores relativamente distantes, porém que possuem um nível alto de confiabilidade. Todo o restante será obtido de fornecedores próximos, por meio de uma cadeia de relacionamento direto, sendo escolhido àqueles que tiverem o melhor custo/benefício, melhor preço, prazo de entrega, prazo de pagamento, confiabilidade, qualidade, flexibilidade. Visando oferecer subsídios de suporte gerencial na compra da matéria prima, descreve-se, abaixo, relação de fornecedores: Fazenda Angolana Endereço: Estrada da Angolana, 257 Cidade: São Roque – SP CEP: 18130-970 Caixa Postal: 235 Telefone(s): (11) 4711-1640 / 9878-2660 E-mail: fazendaangolana@uol.com.br Produtos: Fêmeas Matrizes, Machos Reprodutores, Comedouros de chapa, Bebedouros automáticos, Cumbucas, Ninho para coelho. Coelho Bela Vista Endereço: Rua das Laranjas, 73 - Bairro Marajoara. Cidade: Campo Limpo Paulista – SP CEP 13.233-000 Telefone(s): (11) 4039-2459 E-mail: coelhobv@terra.com.br 48 Produtos: Válvula automática de metal válvula automática de metal, gaiola de arame galvanizada para reprodução e engorda, gaiola tradicional com cocho metálico, lança chamas, cumbuca de barro, ninhos, apostila: curso de cunicultura. M & S Comércio e Serviços Agropecuários Ltda. Endereço: Avenida Presidente Dutra, 2593. Bairro: Brasília Cidade: Feira de Santana - Ba CEP: 44088-451 Telefone: 3223-6406 E-mail: contasinfo@contasnet.com.br Produtos: Rações. Primor Agropecuário do Nordeste Ltda Endereço: Rodovia Br 324, KM 103 Bairro: Centro Industrial Subaé Cidade: Feira de Santana – BA CEP: 44052-510 Telefone: (75) 2102-7322 / 08002847322 E-mail: sacfsa@racoesprimor.com.br Produtos: Rações. Proagro Produtos Agropecuários Endereço: Avenida Getúlio Vargas, 1348 Bairro: Ponto Central Feira de Santana - Ba CEP: 44075-425 Telefone: (75) 3625-5267 E-mail: proagrovet@bol.com.br Produtos: Medicamentos veterinários, gaiolas, rações. Sertaneja Comercial de Produtos Agropecuarios Endereço: Avenida Getúlio Vargas 2536 Bairro: Parque Getúlio Vargas 49 Feira de Santana - Ba CEP: 44076-684 Telefone: (75) 3625-4098 E-mail: proagrovet@bol.com.br Produtos: Medicamentos veterinários, gaiolas, rações. Deve-se levar em consideração que todos os fornecedores entregam os produtos na sede do cliente, não importando assim, custo algum de transporte à Organização. 50 6 PROJETO TÉCNICO (INVESTIMENTO) 6.1 Localização e dimensionamento básico O local e espaço físico devem oferecer uma infra-estrutura necessária ao negócio e ainda propiciar o seu crescimento, ter acesso facilitado aos clientes e fornecedores e permitir o escoamento de sua produção. O projeto deverá ser implantado em Feira de Santana, Bahia, em imóvel com 3,05 hectares de terra (30.492 m2), de propriedade dos sócios, localizado na zona rural da cidade, no distrito de Jaíba. É recomendável a disposição de uma área construída de 1.200 m2 em perfeita consonância com a ambição que o plano requer. É mister salientar que, no local, os sócios já desempenham a atividade proposta neste projeto há pelo menos três anos, porém utilizando apenas umterço da capacidade produtiva instalada e de forma artesanal e com pouco uso de tecnologias gerenciais e de produção. Com isso, dimensiona-se a capacidade produtiva em termos de materiais, atendimento, número de funcionários, numa visão de curto, médio e longo prazo. O local possui toda a infraestrutura de acesso, estacionamento, comunicação e de funcionamento, telefone, água, energia elétrica, etc. 51 6.2 Recursos Humanos Um dos pilares para o sucesso do empreendimento é o treinamento de todo o pessoal. Para tanto, os gestores deverão buscar orientações precisas que possam respaldar os trabalhos, mantendo contato com instituições e empresas que possam fornecer apoio técnico. O quadro de mão de obra será composto por um assistente administrativo- financeiro, três ajudantes e um gerente, percebendo o valor R$ 1020,00 o gerente e R$ 510,00 os demais cargos. Para a mão-de-obra direta os encargos trabalhistas e sociais, ou seja, com registro em carteira profissional, direito a férias, 1/3 sobre férias, 13º salário, encargos sociais que incluem INSS (20% parte empregador), FGTS (8%), SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural 2,5%), Salário Educação (2,5%), INCRA (0,2%), SAT (Seguro de Acidente de Trabalho 3%) e Provisão de Multa do FGTS por rescisão contratual (4%). Somando um acréscimo ao empregador, o valor de 59,64% a mais que o valor bruto pago em salários. Tabela 5 - Custo da Mão-de-obra Direta Custo da Mão-de-Obra Direta Salários 100% R$ 2.550,00 13º salário 8,33% R$ 212,42 Férias 11,11% R$ 283,31 INSS 20,00% R$ 510,00 SAT 3,00% R$ 76,50 Sal.Educação 2,50% R$ 63,75 INCRA 0,20% R$ 5,10 SENAR 2,50% R$ 63,75 Continua. 52 Tabela 6 - Custo da Mão-de-obra Direta Custo da Mão-de-Obra Direta FGTS 8,00% R$ 204,00 FGTS/Provisão de Multa - Rescisão 4% R$ 102,00 SOMA BÁSICO 159,64% R$ 4.070,82 Conclusão Fonte: Elaboração própria. Para a mão-de-obra indireta não incidirão os encargos: SAT, SENAR, Salário Educação e INCRA. Somando um acréscimo ao empregador, o valor de 51,44% a mais que o valor bruto pago em salário. Tabela 6 - Custo da Mão-de-obra Indireta Custo da Mão-de-obra Indireta Salários 100,00% R$ 510,00 13º salário 8,33% R$ 212,42 Férias 11,11% R$ 283,31 INSS 20,00% R$ 510,00 SAT R$ - Sal.Educação R$ - INCRA R$ - SENAR R$ - FGTS 8,00% R$ 204,00 FGTS/Provisão de Multa - Rescisão 4,00% R$ 102,00 Pró-labore* 100,00% R$ 4.000,00 SOMA BÁSICO 151,44% R$ 5.821,72 *Não incidem os encargo sociais sobre pró-labore Fonte: Elaboração própria 53 Para melhor visualização dos dados segue o resumo do custo de mão-de- obra: Tabela 7 - Planilha de Mão-de-obra (Resumo) PLANILHA DE MÃO-DE-OBRA (RESUMO) Mão-de-obra Indireta Função Qtde Valor Atual Valor Projetado Assistente Adm-financeiro 1 R$ 510,00 R$ 510,00 Encargos 51,44% R$ 262,34 Subtotal A R$ 772,34 Pró-labore 2 R$ 2.000,00 R$ 4.000,00 Subtotal B R$ 4.000,00 Total A + B 3 R$ 4.772,34 Mão-de-obra Direta Função Qtde Valor Atual Valor Projetado Ajudante 3 R$ 510,00 R$ 1.530,00 Gerente 1 R$ 1.020,00 R$ 1.020,00 Encargos 59,64% R$ 1.520,82 Subtotal C 4 R$ 2.550,00 Total C R$ 2.550,00 TOTAL MÃO-DE-OBRA R$ 7.322,34 Fonte: Elaboração própria. 54 6.3 Produção 6.3.1 Sistema de produção Tal análise permite definir o planejamento de produção estabelecendo cada etapa do processo produtivo vinculado às quantidades de materiais, a utilização dos recursos operacionais e os tempos necessários em cada etapa. Será utilizado o sistema de criação intensiva, pois neste é possível à eficácia de controle genético e sanitário do rebanho. E por ser a mais propícia à obtenção de lucros. No sistema intensivo de criação os animais ficam confinados em gaiolas individuais ou coletivas, onde recebem ração peletizada e volumoso verde (folhas) apropriado para o crescimento e engorda de coelhos. Na medida em que os animais atingem a idade e o peso esperados, estão prontos para a comercialização. Ao serem retirados, darão lugar aos próximos animais na linha de crescimento. 6.3.2 Descrição do processo O funcionamento operacional da criação de coelhos depende de fatores que influenciam diretamente na qualidade do produto, nos custos e consequentemente nos resultados. “Para que haja Cunicultura, é necessário que a criação seja bem orientada dentro de normas técnicas, com seleção de reprodutores, instalações e alimentação adequadas e um bom manejo. ” (VIEIRA,1980, p. 27). Então, para o bom desempenho das atividades, a produção e produtividade devem ser acompanhadas por controle contínuo no tocante ao manejo, reprodução, alimentação, vacinação, limpeza e desinfecção das instalações. 55 Orientando-se pelos ensinamentos de Vieira, o método que se adequa aos objetivos do presente trabalho é o sistema de criação intensivo ou celular, onde os animais são criados em gaiolas individuais ou coletivas sob o abrigo de galpões, pois “somente ele permite uma criação racional e lucrativa”. (VIEIRA,1980, p. 137). Sendo assim, a produção em sua totalidade será destinada à venda, caracterizando a criação do tipo comercial. (VIEIRA,1980, p. 140). No que se refere à reprodução dos coelhos, citando Tvardovskas e Saturnino, Rodrigues (2007, p. 21) afirma que: Os coelhos reproduzem durante todo o ano, a cobertura pode ser natural ou forçada. Na cobertura natural a fêmea é levada à gaiola do macho, nas horas mais frescas do dia, este procedimento é rápido, em poucos segundos, devendo ser feita na presença do criador. Este deve comprovar a cobertura através da umidade da vulva da fêmea e caso positivo, fazer as anotações necessárias. E, quando ocorre a cobertura o macho dá um pulo para frente e cai para um dos lados, dando algumas vezes gritos ou gemidos, posteriormente, a fêmea deverá ser retirada da gaiola do macho e levada para a gaiola de origem. Quando é feito a cobertura forçada, o criador auxilia, elevando o quarto posterior da fêmea com uma mão e segurando as orelhas e o dorso com a outra, colocando a fêmea em posição na qual o macho possa cobri-la. Caso a fêmea urine logo após o acasalamento, deverá recobrí-la em seguida. (TVARDOVSKAS e SATURNINO, 2007, p. 40 apud RODRIGUES, 2007, p. 21). A organização adotará a reprodução natural, pois essa reduz o grau de estresse do animal durante o manejo, visto que o animal é manuseado o mínimo possível. Segundo Vieira (1980, p. 183-184) “a gestação das coelhas é de 30 a 31 dias[...]. Pode no entanto varias com a precocidade, raça, idade dos reprodutores, e número de fetos, pois quanto mais láparos2, menor sua duração, ocorrendo o inverso, quando o número de fetos é menor.” Aproximadamente três dias antes do parto são colocados na gaiola da fêmea os ninhos, eles consistem em caixas feitas de madeira destinadas ao parto das fêmeas, onde é colocada uma pequena quantidade de palha ou capim para que a 2 Filhotes de coelho 56 coelha complete a construção do seu ninho arrancando os pêlos do peito e da barriga.(VIEIRA, 1980, p.299) Segundo informações da FUNDATER: Os filhotes, denominados de láparos, quando do nascimento pesam
Compartilhar