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Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais I Índice Analítico 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................................... 1 1.1 EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DE AUTOMAÇÃO ................................................................................................................... 1 2. REDES DE COMUNICAÇÃO ................................................................................................................................... 6 2.1 PROCESSO DE COMUNICAÇÃO ..................................................................................................................................... 6 2.2 SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO ...................................................................................................................................... 7 2.3 MEIOS DE TRANSMISSÃO ........................................................................................................................................... 8 2.4 TOPOLOGIA ............................................................................................................................................................. 8 2.5 PROTOCOLO ............................................................................................................................................................ 9 2.6 CONTROLE DE ACESSO AO MEIO ................................................................................................................................ 10 2.6.1 Polling ........................................................................................................................................................ 11 2.6.2 Token passing ............................................................................................................................................ 11 2.6.3 CSMA/CD ................................................................................................................................................... 12 2.6.4 CSMA/CA ................................................................................................................................................... 12 3. MODELO OSI ...................................................................................................................................................... 13 3.1 CAMADA 1 - FÍSICA ................................................................................................................................................ 14 3.2 CAMADA 2 - ENLACE .............................................................................................................................................. 14 3.3 CAMADA 3 - REDE .................................................................................................................................................. 15 3.4 CAMADA 4 - TRANSPORTE ....................................................................................................................................... 16 3.5 CAMADA 5 - SESSÃO ............................................................................................................................................... 16 3.6 CAMADA 6 - APRESENTAÇÃO .................................................................................................................................... 17 3.7 CAMADA 7 - APLICAÇÃO .......................................................................................................................................... 17 4. REDES INDUSTRIAIS ........................................................................................................................................... 18 4.1 CLASSIFICAÇÃO DAS REDES INDUSTRIAIS ...................................................................................................................... 20 4.1.1 Sensorbus (Rede de Sensores) ................................................................................................................... 21 4.1.2 DeviceBus (Redes de Dispositivos) ............................................................................................................. 21 4.1.3 Fieldbus (Redes de Processo) ..................................................................................................................... 22 5. REDES INDUSTRIAIS CABEADAS ......................................................................................................................... 23 5.1 HART (HIGHWAY ADDRESSABLE REMOTE TRANSDUCER ) .............................................................................................. 23 5.1.1 Modulação ................................................................................................................................................ 23 5.1.2 Taxa de transmissão .................................................................................................................................. 24 5.1.3 O protocolo ................................................................................................................................................ 24 5.1.4 Topologia ................................................................................................................................................... 25 5.1.5 A rede de comunicação ............................................................................................................................. 26 5.1.6 Comandos HART ........................................................................................................................................ 29 5.2 FOUNDATION FIELDBUS ........................................................................................................................................... 30 5.2.1 Histórico .................................................................................................................................................... 30 5.2.2 Princípio de funcionamento....................................................................................................................... 31 5.2.3 O protocolo ................................................................................................................................................ 32 5.2.4 Meio físico ................................................................................................................................................. 34 5.2.5 Topologia ................................................................................................................................................... 36 5.2.6 Finalidade da Aplicação ............................................................................................................................ 39 5.3 PROFIBUS PA ........................................................................................................................................................ 41 5.3.1 Funcionamento.......................................................................................................................................... 42 5.3.2 Protocolo e Comunicação .......................................................................................................................... 44 5.3.3 Topologia ................................................................................................................................................... 46 5.3.4 Meio Físico ................................................................................................................................................. 48 Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais II 5.3.5 Aplicação ................................................................................................................................................... 50 5.4 DEVICENET ...........................................................................................................................................................51 5.4.1 Protocolo ................................................................................................................................................... 51 5.4.2 Topologia ................................................................................................................................................... 58 5.4.3 Meio Físico ................................................................................................................................................. 59 5.4.4 Aplicação ................................................................................................................................................... 64 5.5 PROFIBUS DP ........................................................................................................................................................ 65 5.5.1 Histórico .................................................................................................................................................... 65 5.5.2 Princípio de Funcionamento ...................................................................................................................... 67 5.5.3 Descrição do Protocolo .............................................................................................................................. 70 5.5.4 Topologia ................................................................................................................................................... 72 5.5.5 Meio Físico e Transmissão ......................................................................................................................... 73 5.5.6 Finalidade de aplicação ............................................................................................................................. 75 5.6 MODBUS .............................................................................................................................................................. 76 5.6.1 Descrição do protocolo .............................................................................................................................. 77 5.6.2 Princípios de funcionamento ..................................................................................................................... 78 5.6.3 Topologia ................................................................................................................................................... 84 5.6.4 Meio físico ................................................................................................................................................. 85 5.6.5 Aplicação ................................................................................................................................................... 86 5.7 AS-INTERFACE (AS-I) ............................................................................................................................................. 86 5.7.1 Princípio de funcionamento....................................................................................................................... 87 5.7.2 Descrição do protocolo .............................................................................................................................. 88 5.7.3 Topologia ................................................................................................................................................... 90 5.7.4 Meios físicos .............................................................................................................................................. 91 5.7.5 Aplicação ................................................................................................................................................... 94 6. REDES INDUSTRIAIS SEM FIO (WIRELESS) .......................................................................................................... 95 6.1 ISA-SP100 .......................................................................................................................................................... 95 6.2 WIRELESS HART ................................................................................................................................................. 97 7. OLE FOR PROCESS CONTROL - OPC .................................................................................................................. 100 7.1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................................... 100 7.2 CONCEITOS BÁSICOS ............................................................................................................................................. 102 7.2.1 Arquitetura .............................................................................................................................................. 104 7.2.2 Configuração dos dados do cliente OPC .................................................................................................. 107 7.2.3 Implementação de clientes e servidores OPC .......................................................................................... 108 7.2.4 Especificações atuais do padrão OPC ...................................................................................................... 109 7.2.5 OPC e sistemas corpartivos ..................................................................................................................... 111 7.2.6 Exemplo Comparativo (OPC x driver Proprietário) .................................................................................. 112 8. REFERÊNCIAS ................................................................................................................................................... 117 Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais III Índice de Figuras Figura 1.1: Classificação do controle quanto a sua localização ................................................................. 2 Figura 1.2: Exemplo de um processo ............................................................................................................ 3 Figura 1.3: Pirâmide da Automação ............................................................................................................. 4 Figura 1.4: Rede de automação e corporativa em uma empresa .............................................................. 5 Figura 2.1: Exemplo de uma comunicação .................................................................................................. 7 Figura 2.2: Exemplo de comunicação Simplex ............................................................................................ 7 Figura 2.3: Exemplo de comunicação Half-Duplex .................................................................................... 7 Figura 2.4: Exemplo de comunicação Full-Duplex ..................................................................................... 8 Figura 2.5: Exemplo de topologias de redes ................................................................................................ 9 Figura 3.1: Camadas do modelo OSI .......................................................................................................... 13 Figura 3.2: Organização das camadas em um pacote de dados.............................................................. 14 Figura 4.1: Histórico da evolução tecnológica sem sistemas de controle ............................................. 18 Figura 4.2: Comparativo entre sistemas convencionais e baseados em redes industriais .................. 19 Figura 4.3: Relação entre barramento de campo ....................................................................................... 20 Figura 5.1: Representação do sinal em comunicação Hart ..............................................................................24 Figura 5.2: Conexão de uma entrada analógica a um instrumento HART ...................................................... 26 Figura 5.3: Conexão de uma saída analógica a um instrumento HART ............................................... 26 Figura 5.4: Comunicação HART em modo mestre escravo (default)..................................................... 28 Figura 5.5: Comunicação HART em modo burst, suportada por alguns dispositivos ........................ 28 Figura 5.6: Rede HART em topologia multidrop ...................................................................................... 29 Figura 5.7: Exemplo de uma rede Foundation Fieldbus .......................................................................... 32 Figura 5.8: Exemplo da codificação utilizando a técnica Mancheste ..................................................... 33 Figura 5.9: Topologia de barramento com Spur ........................................................................................ 37 Figura 5.10: Topologia Ponto a Ponto ......................................................................................................... 37 Figura 5.11: Topologia Árvore ..................................................................................................................... 38 Figura 5.12: Topologia End-to-End ............................................................................................................. 38 Figura 5.13: Topologia Mista........................................................................................................................ 39 Figura 5.14 Representação Real da Rede Profibus .................................................................................... 42 Figura 5.15: Configuração básica da rede Profibus PA ............................................................................ 43 Figura 5.16: Relação Modelo OSI x Profibus ............................................................................................. 44 Figura 5.17: Nível de Saída da Rede Profibus PA com Codificação Manchester ................................. 45 Figura 5.18: Rede Profibus PA-DP com Acoplador .................................................................................. 46 Figura 5.19: Topologias Rede Profibus-PA ................................................................................................ 46 Figura 5.20 – CAN Data Frame ................................................................................................................... 52 Figura 5.21 – Identificador de 11 bits CAN................................................................................................ 55 Figura 5.22 – O modelo OSI dos objetos do CIP ....................................................................................... 56 Figura 5.23 – Possíveis topologias com a rede DeviceNet ....................................................................... 59 Figura 5.24: Forma construtiva dos cabos padrão DeviceNet ................................................................. 61 Figura 5.25 - Conector aberto ....................................................................................................................... 62 Figura 5.26 – Conector selado ...................................................................................................................... 62 Figura 5.27 – Resistor de terminação .......................................................................................................... 62 Figura 5.28 – Terminador Estilo Mini ......................................................................................................... 63 Figura 5.29 – Terminador Estilo Micro ....................................................................................................... 63 Figura 5.30 – T-Port TAP .............................................................................................................................. 63 Figura 5.31 – Device-Port ............................................................................................................................. 64 Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais IV Figura 5.32 – DeviceBox ................................................................................................................................ 64 Figura 5.33 – PowerTap ................................................................................................................................ 64 Figura 5.34: Comunicação Industrial usando Profibus ............................................................................ 67 Figura 5.35: Estrutura da tecnologia PROFIBUS ....................................................................................... 67 Figura 5.36: Versões do Profibus – DP ....................................................................................................... 68 Figura 5.37: Comunicação Mono mestre. ................................................................................................... 69 Figura 5.38: Comunicação Multimestre. .................................................................................................... 69 Figura 5.39: Camadas do PROFIBUS-DP segundo modelo OSI ............................................................ 72 Figura 5.40: Exemplo de Topologia em Profibus DP ................................................................................ 73 Figura 5.41: Terminador ativo de barramento PROFIBUS DP ................................................................ 74 Figura 5.42: Protocolo Modbus no Modelo OSI ........................................................................................ 79 Figura 5.43: Sequência de bits no modo RTU com paridade................................................................... 80 Figura 5.44: Sequência de bits no modo RTU sem paridade ................................................................... 80 Figura 5.45: Mensagem (frame) do RTU .................................................................................................... 81 Figura 5.46: Diagrama de temporização entre mensagens ...................................................................... 81 Figura 5.47: Mensagem (frame) do ASCII .................................................................................................. 83 Figura 5.48: Topologia em barramento para Modbus .............................................................................. 85 Figura 5.49: Exemplo de topologias em AS-I ............................................................................................. 91 Figura 5.50: Exemplo do cabo com conexão vampiro .............................................................................. 93 Figura 6.1: Elementos de uma Instalação Wireless HART ...................................................................... 98 Figura 7.1: Falta de conectividade com os sistemas tradicionais .......................................................... 100 Figura 7.2: Camada de comunicação padronizada OPC ....................................................................... 101 Figura 7.3: Utilização de drives proprietário de comunicação ............................................................ 103 Figura 7.4: Arquitetura cliente-servidor do OPC .................................................................................... 103 Figura 7.5: Utilização do OPC como meio de interface entre hardware e software .......................... 104 Figura 7.6: Arquitetura OPC (DUARTE, 2006)........................................................................................ 105 Figura 7.7: Interfaces OPC (OPC FOUNDATION, 1998) ....................................................................... 109 Figura 7.8: aplicações e equipamentos .....................................................................................................112 Figura 7.9: Drivers para uma aplicação requisitar dados na solução Proprietária ............................ 113 Figura 7.10: Nove drivers utilizados na solução Proprietária ............................................................... 114 Figura 7.11 - sobrecarga de requisições na solução Proprietária .......................................................... 114 Figura 7.12: Três drivers utilizados na solução OPC ............................................................................. 115 Figura 7.13: Requisições aos diferentes equipamentos na solução OPC ............................................. 116 Figura 7.14: Requisições á um mesmo equipamento na solução OPC ................................................ 116 Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais V Índice de Tabelas Tabela 5.1: Relação entre distância e bitola de cabos usados em Hart ................................................... 27 Tabela 5.2: Comprimento máximo do cabo em função da capacitância do cabo ................................. 27 Tabela 5.3: Comandos HART ...................................................................................................................... 29 Tabela 5.4: Taxa de transmissão da Rede Foundation Fieldbus ............................................................. 35 Tabela 5.5: Numero do dispositivo em rede Foundation Fieldbus ........................................................ 36 Tabela 5.6: Fontes de alimentação padrão para transmissão IEC 1158-2 .............................................. 47 Tabela 5.7: Comprimento máximo do cabo para transmissão IEC 1158-2 ............................................ 47 Tabela 5.8: Especificação dos cabos para Profibus-PA ............................................................................. 49 Tabela 5.9: Especificação do cabo para a IEC 61158 ................................................................................. 50 Tabela 5.10: Comprimentos permitidos para os cabos DeviceNet ......................................................... 59 Tabela 5.11: Comparação das características entre os meios de transmissão ....................................... 75 Créditos: Este material é a união de vários assuntos sobre redes industriais coletados em livros, sites diversos (escolas, entidades e fornecedores), opiniões pessoais de professores e profissionais da área, sendo organizado pelo professor Silvano Fonseca Paganoto. Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais 1 1. INTRODUÇÃO Em uma planta industrial automatizada é possível encontrar as mais diversas tecnologias coexistindo e compartilhando informações a fim de melhorar a qualidade do produto final e maximizar a produção. Neste cenário, fica evidente o intercâmbio de dados entre: CLPs (controladores Lógicos Programáveis), sistemas supervisórios, sistemas de controle de produção, sistemas de gestão corporativa, dentre outros. Este intercâmbio de informações é estabelecido por meio de redes de comunicação podendo ser cabeadas ou não cabeadas (sem fio - wireless). Devido às características dos processos e ambientes industriais (tipo de dados, taxa de atualização, interferências eletromagnéticas, etc.) se fazem necessários sistemas de comunicação com maior robustez, nascendo assim diversas tecnologias de redes, as quais podem ser chamadas de “Redes Industriais”. 1.1 Evolução dos sistemas de automação Com a necessidade de manipular volume de informações em processos produtivos cada vez maiores é possível relacionar basicamente três situações distintas onde o controle da planta/processo é localizado, sendo elas: Controle Centralizado: onde toda a estratégia de controle (programas, rotinas, etc.) estão localizado em um único dispositivo de controle, o qual possui interface convencional (analógico/discreto) com dispositivos de campo no próprio hardware. Geralmente este tipo de controle é adotado em pequenas plantas fabris; Controle descentralizado: a estratégia de controle está localizada em um conjunto de dispositivos de controle que se comunicam por meio de uma rede. No entanto estes dispositivos de controle possuem interface convencional (analógico/discreto) com dispositivos de campo no próprio hardware. Geralmente esta solução é adotada em plantas industriais de médio e grande porte. Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais 2 Controle distribuído: a estratégia de controle está distribuída em todos os dispositivos de campo os quais estão compartilham suas informações por meio de uma rede de comunicação. Esta estrutura de controle é amplamente utilizada em automóveis e está em crescente adesão nos ambientes industriais. Trata-se de uma solução voltada para médias e grandes indústrias. A Figura 1.1 relaciona um esquemático estes três tipos de controle. Figura 1.1: Classificação do controle quanto a sua localização É importante notar que os dados provenientes da planta geram possibilidades gigantescas na tomada de decisão, seja em controle quanto em gestão da produção e/ou manutenção. Neste caso, sistemas compartilham dados em diversas direções a fim de tornar a empresa mais competitiva no mercado e com melhores rendimentos. A Figura 1.2 exemplifica um processo onde vários dispositivos estão interligados por meio de redes de comunicação, formando assim um complexo sistema de automação. Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais 3 Figura 1.2: Exemplo de um processo Segundo MORAES e CASTRUCCI (2007) o sistema de automação industrial pode ser divididos em cinco níveis (camadas), são eles: Nível 1: Dispositivos de campo - composta por todos os elementos físicos do chão de fábrica, dentre os quais se destacam: sensores, atuadores, cabos, motores, válvulas; Nível 2: Controle – composta pelos dispositivos que executam o controle diretamente do processo. Exemplo: PLCs e SDCDs. Nível 3: Supervisão – composta por sistemas supervisórios cuja finalidade é permitir uma interface amigável entre o ser humano e a máquina, contendo recursos de visualização e capacidade manipulação do processo. Exemplos: IHMs, SCADA, painéis sinóticos instrumentados. Nível 4: Gestão da planta/ processo – contempla as ferramentas que permitem manipular a produção e obter melhores resultados do parque fabril, garantindo uma gestão efetiva a partir de cruzamento de informações provenientes da planta e coorporativa. Exemplos: MES (sistema de execução da manufatura), PIMS (sistema de gerenciamento de informação da planta), APC (controle avançado de processo), RTOS (sistema de otimização em tempo real); Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais 4 Nível 5: Gestão corporativa – composta pelas ferramentas administrativas, financeiras, recursos humanos relacionadas desde a aquisição de insumos a entrega do produto ao cliente. Exemplo: ERP (Sistema integrado de gestão empresarial); Estes cinco níveis estão organizados em uma hierarquia conhecida como Pirâmide da Automação, a qual e exemplificada na Figura 1.3. Figura 1.3: Pirâmide da Automação Pela pirâmide da automação nota-se que os níveis devem ser interligados a fim de produzir um fluxo de informação ente eles, sendo este realizado por redes específicas a interligar dispositivos presente no mesmo nível e dispositivos de níveis distintos. Do ponto de vista sobre gestão das tecnologiasempregadas e por questões de segurança, faz-se necessário uma segmentação e criação de mecanismo de intercambio de informações entre rede corporativa e de automação. Com este propósito, surgem dispositivos, protocolos de comunicação bem como ferramentas especificas para gerir cada Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais 5 especificidade em questão. A Figura 1.4 representa um diagrama contendo os elementos envolvidos nesta segmentação. Figura 1.4: Rede de automação e corporativa em uma empresa Fica evidente que a implantação de vários sistemas é necessária para obter um melhor desempenho no parque fabril e, a interligação destes é realizada por diversas tecnologias de redes. Com a finalidade de explorar a utilização de redes industriais, este material visa fornecer um conhecimento básico sobre redes e apresentar vários protocolos de comunicação com padrão aberto aplicado nos mais diversos tipos de processos produtivos. Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais 6 2. REDES DE COMUNICAÇÃO A inexistência de memória compartilhada nos dispositivos e com a necessidade de compartilhar suas informações a outros é o que motivou o desenvolvimento das redes de comunicação. No entanto obriga a que toda comunicação ocorra por recebimento e envio de mensagens de baixo nível, codificadas em níveis de tensões, correntes, luz, ondas de rádios, etc. 2.1 Processo de comunicação O processo de comunicação pode ser entendido como: o processo no qual um interlocutor (emissor) envia uma mensagem a outro interlocutor (receptor) usando padrões convencionados entre eles de forma que a mensagem possa ser interpretada corretamente. Podem-se destacar neste processo os seguintes elementos: Mensagem: o conteúdo a ser compartilhado; Emissor: interlocutor que emite a mensagem; Receptor: interlocutor que recebe a mensagem; Canal: é o meio pelo qual será trafegada a mensagem; Codificação: padrão adotado pelo emissor e pelo receptor que permitem interpretar a mensagem sobre um canal. Na Figura 2.1 é possível visualizar um exemplo deste processo. Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais 7 Figura 2.1: Exemplo de uma comunicação 2.2 Sistemas de comunicação De acordo com as funcionalidades dispostas no interlocutor o sistema de comunicação pode ser: Simplex: Um interlocutor semente transmite dados e o outro somente recebe; Figura 2.2: Exemplo de comunicação Simplex Half-Duplex: Os interlocutores podem transmitir e receber dados, porem não ao mesmo tempo; Figura 2.3: Exemplo de comunicação Half-Duplex Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais 8 Full-Duplex: Os interlocutores podem transmitir e receber dados ao mesmo tempo; Figura 2.4: Exemplo de comunicação Full-Duplex 2.3 Meios de Transmissão Os meios de transmissão são responsáveis por assegurar a ligação física entre o emissor e o receptor (dispositivos). Estes meios de transmissão se dividem em: Meios Guiados – aqueles que possuem um condutor entre os interlocutores. Exemplo: par de cobre entrançado, cabo coaxial, fibra óptica; Meios Não guiados – não possuem interligação física entre os interlocutores, permitido que um sinal enviado por um interlocutor possa ser recebido por um interlocutor que não pertence a mesma rede. Exemplo: radio frequência, infravermelho, ultrassom. As características e a qualidade da transmissão são determinadas pelo meio e pelo sinal a serem utilizados, sendo possível afirmar: Em meios guiados as características do meio são mais importantes; Em meios não guiados as características do sinal são mais importantes; 2.4 Topologia A Topologia é o layout ou forma em que os dispositivos estão conectados entre si em uma rede, e também o caminho por onde transcorre o tráfego de informações. Ela pode ser dividida em: Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais 9 Topologia em Barramento: onde os dispositivos (interlocutores) estão conectados por meio de um único condutor; Topologia em Estrela: todos os dispositivos estão conectados a um concentrador e todo do fluxo de informação entre os dispositivos passam por este; Topologia em Anel: geralmente o dispositivo possui duas portas de comunicação onde se conecta aos seus vizinhos diretamente mantendo um laço fechado entre os mesmos; Topologia em Árvore ou Mista: constituída pela interligação dos dispositivos usando a junção das topologias anteriores. A Figura 2.5 apresenta um exemplo destas topologias; Figura 2.5: Exemplo de topologias de redes 2.5 Protocolo O protocolo é uma convenção que estabelece regras para possibilitar uma conexão, comunicação ou transferência de dados entre sistemas computacionais. Vários acordos de comunicação são necessários, exemplos: Quantos volts significa um bit 0 e quantos um bit 1? Como o receptor sabe qual é o último bit da mensagem? Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais 10 Como é possível detectar que uma mensagem foi danificada ou perdida? O que fazer quando um problema é detectado? Forma com que cada dispositivo compartilhará o mesmo meio físico; Controle de acesso ao meio; 2.6 Controle de acesso ao meio Em uma rede todos os diapositivos compartilham o mesmo meio transmissão, sendo assim necessário técnica específica para este propósito, a qual é chamada de Controle de Acesso ao Meio. Dentre as técnicas de controle de acesso ao meio, pode-se destacar as seguintes características: Capacidade: vazão máxima, em porcentagem da banda passante disponível; Justiça ou equidade: permite que as estações venham a ter acesso aos recursos compartilhados; Prioridade: desejável principalmente nas aplicações de tempo real; Estabilidade em sobrecarga: característica desejável com carregamento pesado da rede; Retardo de transferência: soma dos retardos de acesso e transmissão. Embora, no geral, se apresente como variável aleatória, em alguns protocolos tem valor máximo limitado; Especificidade: são desenvolvidos para uma topologia particular de rede, embora possam ser usados em qualquer topologia; Para atender este propósito, diversas técnicas (métodos) de acesso ao meio foram desenvolvidas, nas quais se destacam: Polling, Token passing, CSMA/CD e CSMA/CA amplamente utilizadas em meios guiados. Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais 11 2.6.1 Polling Método de acesso ao meio em que o dispositivo aguarda pela solicitação do controlador da rede; Possui as seguintes características: O dispositivo somente transmite quando solicitado pelo controlador da rede; Um defeito no dispositivo não necessariamente paralisa a rede, mas um defeito no controlador paralisa a rede; Geralmente usado em topologia de barramento; 2.6.2 Token passing Método de acesso ao meio em que um sinal (chamado “token”) é passado entre os nós (dispositivos) para autorizar a transmissão; Possui as seguintes características: Usa um símbolo (em inglês, “token”) que circula numa rede (topologia em anel); As estações devem aguardar a recepção do token para transmitir; Somente quem está com o token é que pode transmitir; Usa Round-robin schedulingpara agendamento de pacotes; É inexistente a colisão, mas apresenta latência; A colisão é ocasionada pela tentativa de dois ou mais diapositivos tentarem transmitir dados ao mesmo tempo, ou seja, quando acessam o meio físico simultaneamente gerando deformação do sinal a ser transmitido, impossibilitando a interpretação do dado pelo receptor. Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais 12 2.6.3 CSMA/CD Método que permite o acesso múltiplo com verificação de portadora com detecção de colisão do inglês “Carrier Sense Multiple Access with Collision Detection - CSMA/CD” Possui as seguintes características: CS (Carrier Sense) - Identifica se está ocorrendo transmissão; MA (Multiple Access) - Múltiplos nós concorrerem pela utilização da mídia física; CD (Collision Detection) - Identifica colisões na rede; Neste método de acesso ao meio, quanto ocorre uma colisão, todos os dispositivos que tentaram transmitir um dado, aguardam um tempo aleatório para acessar novamente o meio físico. 2.6.4 CSMA/CA Método de acesso ao meio com possibilidade de acesso múltiplo e verificação de portadora com anulação/prevenção de colisão, do inglês: “Carrier sense multiple access with collision avoidance – CSMA/CA”. Possui as seguintes características: Apresenta um grau de ordenação maior que o seu antecessor (CSMA/CD); Contribui para a redução da ocorrência de colisões em uma rede; Antes de transmitir efetivamente um pacote, a estação avisa sobre a transmissão e em quanto tempo a mesma irá realizar a tarefa; Neste método, se caso dois ou mais dispositivos tentarem acessar o meio físico simultaneamente, somente o que possuir maior prioridade é o quem prosseguirá com a transmissão de dados, evitando assim a colisão. Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais 13 3. MODELO OSI Desenvolvido pela ISO (International Organization for Standardization), o modelo OSI (Open Systems Interconnection – Interconexão de Sistemas Abertos) trata-se de uma definição das funcionalidades específicas que estão presentes em um protocolo de forma a segmentá-las e classificá-las. Esta segmentação é dividida em sete camadas cujas características podem ser agrupadas a nível de aplicação ou a nível rede conforme a Figura 3.1. Figura 3.1: Camadas do modelo OSI Durante o processo de transmissão de uma mensagem, o emissor encapsula a mensagem na camada sete e associa um cabeçalho que identifica esta camada. A medida em que esta informação é passada para as camadas abaixo, um novo cabeçalho é anexado, ate que um pacote esteja pronto para ser transmitido pela camada física. A Figura 3.2 representa esta constituição. No receptor, o processo de sentido inverso, o pacote é recebido pela camada física e a medida que percorre as camadas superiores, é identificado cada camada e retirados os cabeçalhos até que a mensagem é disposta na camada de aplicação. Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais 14 Figura 3.2: Organização das camadas em um pacote de dados De forma a tornar mais evidente a funcionalidade de cada camada, suas características são apresentadas nos próximos itens. 3.1 Camada 1 - Física Trata-se da padronização das interfaces elétrica, mecânica e de sinalização, sendo responsável pelo envio da mensagem bit a bit codificada em tensão, corrente, luz, rádio frequência, infravermelho, etc. É por meio desta que os protocolos identificam a presença de conexão física (meio físico) entre os dispositivos em uma rede. 3.2 Camada 2 - Enlace Também conhecida como camada de ligação de dados ou link de dados. Esta camada detecta e, opcionalmente, corrige erros que possam acontecer no nível físico. É responsável por controlar o fluxo (recepção, delimitação e transmissão de quadros) e também estabelece um protocolo de comunicação entre sistemas diretamente conectados. Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais 15 Uma Característica importante é que um datagrama pode ser manipulado por diferentes tipos de protocolos da camada de enlace, exemplo: Ethernet (CSMA/CD), PPP. Diferenças entre camada 1 e 2 - Exemplo para o Ethernet Hubs São dispositivos “burros”, que operam na camada 1. Eles não entendem pacotes nem endereços de rede, simplesmente pegam os uns e zeros que recebem em uma porta e os retransmitem para todas as outras. Atua simplesmente como um centralizador e repetidor, não é mais inteligente que um pedaço de cabo. Ao usar um hub, as colisões continuam ocorrendo, exatamente como aconteceria se você estivesse usando uma rede antiga, com cabo coaxial. O endereço MAC (do inglês Media Access Control) é o endereço físico da estação, ou melhor, da interface de rede. É um endereço de 48 bits, representado em hexadecimal. O protocolo é responsável pelo controle de acesso de cada estação à rede Ethernet. Este endereço é o utilizado na camada 2 (Enlace) do Modelo OSI. Switches Trabalham na camada 2, assim como as próprias placas de rede. Eles entendem frames e endereços MAC e por isso são capazes de "fechar circuitos", transmitindo os frames apenas para o micro ligado na placa correta. Cada porta é ligada a um circuito separado, que são coordenados por um controlador central, que mantém uma tabela com os endereços MAC das estações ligadas a cada porta e pode assim checar o conteúdo de cada frame e encaminhá-lo à porta correta. Apesar disso, os switches não entendem TCP/IP. Isso é trabalho para os roteadores, que trabalham na camada 3 e tomam suas decisões baseadas nos endereços IP dos emissores e destinatários dos pacotes, tentando sempre usar a rota mais curta. 3.3 Camada 3 - Rede As redes de longa distância são constituídas de muitos nós com diferente possibilidade de caminhos entre eles. Surge então a necessidade de definir um caminho entre um par origem-destino de forma mais adequada, sendo esta a finalidade desta camada. Neste contexto o roteamento é a principal tarefa da camada de rede, permitindo assim que varias redes lógicas possam coexistir em uma mesma rede físicas mantendo Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais 16 independência e segurança do sistema. Assim, mesmo que os dispositivos possam estar fisicamente interligados, uma mensagem somente poderá ser transmitida entre dispositivos de rede lógicas distintas ser for configurada para que isto ocorra, ou seja, roteada de uma rede para outra. 3.4 Camada 4 - Transporte É responsável pela comunicação lógica entre diferentes processos, sendo executados em diferentes dispositivos. Isso inclui controle de fluxo, ordenação dos pacotes e a correção de erros, tipicamente enviando para o transmissor uma informação de recebimento, garantindo que as mensagens sejam entregues sem erros na sequência, sem perdas e duplicações. Pode fornecer os seguintes serviços: Multiplexação/demultiplexação; Transmissão confiável; Garantias de banda, retardo; A ISO define o protocolo de transporte para operar em dois modos: Orientado a conexão (ex.: TCP- Transmission Control Protocol) Não-Orientado a conexão (ex.: UDP – Universal Datagram Protocol) 3.5 Camada 5 - Sessão A camada de Sessão permite que duas aplicações em dispositivos diferentes estabeleçam uma sessão de comunicação. Definindo como será feita a transmissão de dados, pondo marcações nos dados que serão transmitidos.Se porventura a rede falhar, os Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais 17 computadores reiniciam a transmissão dos dados a partir da última marcação recebida pelo computador receptor. Isto proporciona controle de diálogo para monitorar qual é a parte que está faltando em um dado momento e fornece facilidades de sincronização. 3.6 Camada 6 - Apresentação Distintamente das outras camadas que essencialmente desejam levar bits do remetente ao receptor preocupando-se como confiabilidade e eficiência, a camada de apresentação preocupa-se com o significado dos bits. A intenção original dessa camada no modelo OSI era conter um conjunto de aplicações padronizadas de rede, como correio eletrônico, transferência de arquivos e emulação de terminal. Na prática essa camada se tornou o repositório para todas as aplicações e protocolos que não se encaixam em outras camadas. 3.7 Camada 7 - Aplicação A camada de aplicação corresponde às aplicações (programas) no topo da camada OSI que serão utilizados para promover uma interação entre a máquina-usuário (máquina destinatária e o usuário da aplicação). Assim distingue aplicação para mensagem trafegadas na rede e protocolos utilizados, exemplo: Aplicação WEB → protocolo HTTP Aplicação Email → protocolo SMTP, POP3. Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais 18 4. REDES INDUSTRIAIS Dentre a evolução dos sistemas de automação é possível relacionar as tecnologias utilizadas, desde a comunicação pneumática até os recentes avanços em sistemas de redes sem fio (wireless) aplicado ao ambiente industrial, ver Figura 4.1. Figura 4.1: Histórico da evolução tecnológica sem sistemas de controle Desta evolução, surgem as redes industriais, também chamadas de Barramento de Campo, as quais são utilizadas na interligação de dispositivos de campo, ou seja, no chão de fábrica. Suas características advêm da necessidade de uma rede com capacidade de suportar o ambiente industrial, o qual comparado com o ambiente comercial ou residencial (doméstico) prevalece à influência de: Interferência eletromagnética; Condições de operação críticas; Tolerância à falha; Operação em tempo real; Menor volume de informação, porém dinâmicas; Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais 19 Para atender tais caraterísticas, se fazem necessárias redes confiáveis que venham suprir principalmente os requisitos de operação em controle de processo. Além disto, as redes industriais visam também aumentar as informações de não controle. As informações de não controle podem ser caracterizadas como a utilização de dados que não estão relacionados com a variável do processo que está sendo controlada, mas sim com os dispositivos que as controlam. As informações sobre a “saúde” de um dispositivo pode ser utilizada em diversas situações, tais como: Definir o momento correte de realizar uma manutenção; Otimizar estoque de sobressalentes; Identificar preciosamente possíveis falhas; Diagnosticar problemas de controle em função do estado o dispositivo; A Figura 4.2 compara aos sistemas convencionais de controle e um sistema de automação baseado em redes. Figura 4.2: Comparativo entre sistemas convencionais e baseados em redes industriais Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais 20 4.1 Classificação das redes industriais Focado nas características de operação de uma determinada classe de dispositivos de campo e finalidade de controle, as redes industriais podem ser classificadas em: Sensorbus (Rede de Sensores); DeviceBus (Redes de Dispositivos); Fieldbus (Redes de Processo); A Figura 4.3 relaciona as classes de redes e algumas tecnologias comerciais utilizadas para atender os mais diversos requisitos de controle/equipamento. Figura 4.3: Relação entre barramento de campo Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais 21 Diante destas necessidades podem-se enumerar as características de cada classe de rede: 4.1.1 Sensorbus (Rede de Sensores) Trafego de dados em formato de bits; Conexão: Poucos equipamentos; Equipamentos simples; Ligação direta; Características: Comunicação rápida em níveis discretos; Sensores de baixo custo; Pequenas distâncias; Objetivos principais: Controle lógico; Minimizar custo; 4.1.2 DeviceBus (Redes de Dispositivos) Trafego de dados em formato de bytes Podem cobrir distâncias de até 500 m. Equipamentos Predominantemente de variáveis discretas. Algumas redes permitem a transferência de blocos de dados com prioridade menor aos dados em formato de bytes. Possuem os mesmos requisitos temporais das redes Sensorbus, porém podem manipular mais equipamentos e dados. Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais 22 4.1.3 Fieldbus (Redes de Processo) Redes mais inteligentes: Podem conectar mais equipamentos a distâncias mais longas. Os equipamentos conectados a rede possuem inteligência para executar funções específicas: Sensor, atuador, controle. As taxas de transferência de dados podem ser menores que as anteriores, porém estas são capazes de trafegar vários tipos de dados: discretos, analógicos, parâmetros, programas e informações de usuário. Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais 23 5. REDES INDUSTRIAIS CABEADAS 5.1 HART (Highway Addressable Remote Transducer ) O protocolo HART foi desenvolvido em 1980 por Rosenmount, que mais tarde fez dele um padrão aberto. Posteriormente o protocolo foi organizado pela HART Communication Foundation com mais de 114 companhias membros. Provê comunicação digital para microprocessador provendo o controle de processos analógicos e controle de instrumentos. Possibilita então a utilização de dispositivos inteligentes onde anteriormente não era possível. O protocolo é 100% compatível com o sistema 4-20mA podendo utilizar toda a estrutura de cabeamento e de rede já instalado, bastando apenas à substituição do dispositivo antigo, pelo dispositivo ”inteligente”. Originalmente foi projetado para prover calibração e ajuste de variáveis, foi o primeiro esquema digital, bi–direcional para processos sem degradar ou eliminar a parte do sinal analógico, assim o processo pode continuar normalmente durante a comunicação. 5.1.1 Modulação A comunicação estabelecida com o protocolo HART faz uso de comunicação com chaveamento FSK (chaveamento por deslocamento de frequência), a frequência de 1200hz representa o nível lógico 1 e a frequência de 2200hz representa o nível lógico 0. Assim os sinais digitais e analógicos podem ser transmitidos simultaneamente, como exibido a Figura 5.1. Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais 24 Figura 5.1: Representação do sinal em comunicação Hart 5.1.2 Taxa de transmissão A taxa de transmissão é de 1200 bps, sendo considerada uma taxa muito baixa quando comparada a outras formas de transmissão de dados em sistemas computacionais. Porém deve-se ter em mente que em 1980, ano em que o HART foi elaborado, 300bps para um computador pessoal era umataxa considerada muito boa, e modems de 1200 bps custavam cerca de 500 a 600 dólares. 5.1.3 O protocolo A comunicação entre dispositivos que utilizam o protocolo HART é do tipo Mestre– Escravo, neste caso o dispositivo escravo só transmite quando o mestre requisitar, em geral os dispositivos de campo é escravos. Neste caso o protocolo permite a inserção de ate dois mestres, onde um fica em Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais 25 standby, assim, caso haja algum problema na comunicação do mestre com o campo, o outro assume a comunicação imediatamente. Assim tem-se a seguinte situação: O mestre envia um comando e espera uma resposta; Um escravo espera um comando e envia uma resposta; O comando e a resposta associada são chamados de Transação, um escravo normalmente tem um único endereço, este endereço é inserido na mensagem pelo mestre. O endereço pode ter de 4 bits ate 38 bits. Os escravos também podem ser endereçados através de tags (identificador associados pelo usuário). Existem três tipos de comandos: Universal Comum Proprietário Onde os dois primeiros dizem respeitos a implementações já encontradas no próprio protocolo e os comandos proprietários são criados pela própria empresa que utiliza o protocolo. 5.1.4 Topologia A topologia pode ser ponto a ponto ou multidrop. O protocolo permite o uso de até dois mestres. O mestre primário é um computador ou CLP ou multiplexador. O mestre secundário é geralmente representado por terminais handheld de configuração e calibração. Deve haver uma resistência de no mínimo 230 ohms entre a fonte de alimentação e o instrumento para a rede funcionar. O terminal handheld deve ser inserido sempre entre o resistor e o dispositivo de campo conforme mostrado na Figura 5.2. Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais 26 Figura 5.2: Conexão de uma entrada analógica a um instrumento HART O resistor em série em geral já é parte integral de cartões de entrada de controladores single loop e cartões de entrada de remotas e, portanto não necessita ser adicionado. Outros dispositivos de medição são inseridos em série no loop de corrente, o que causa uma queda de tensão em cada dispositivo. Para a ligação de dispositivos de saída a uma saída analógica, não é necessário um resistor de shunt, Figura 5.3. Figura 5.3: Conexão de uma saída analógica a um instrumento HART 5.1.5 A rede de comunicação O tipo mais comum de rede utilizado nas redes que utilizam o protocolo HART é do tipo ponto a ponto. Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais 27 Algumas vezes as redes são configuradas de forma que a não usar o sinal analógico, utilizam exclusivamente o protocolo HART, neste caso torna-se possível a ligação de vários dispositivos no mesmo par de fios, neste caso a interligação dos instrumentos é chamada de multidrop. As redes HART podem ser construídas utilizando-se cabos pares trancados, porem o mesmo deve atenuar no máximo -3dB na frequência de 2,5kHz, e a constante RC do cabo deve ser menor do que 65 µs. Assim, para um cabo com resistência de 500 ohms têm um máximo valor de capacitância de 0,26µF. Isto permite que protocolo HART seja utiliza o mesmo cabeamento para instrumentação de campo convencional, porém com algumas restrições de distancias e bitola, Tabela 5.1. Tabela 5.1: Relação entre distância e bitola de cabos usados em Hart O fator mais limitante do comprimento do cabo é sua capacitância. Quanto maior a capacitância e o número de dispositivos, menor a distância máxima permitida, Tabela 5.2. Tabela 5.2: Comprimento máximo do cabo em função da capacitância do cabo Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais 28 O protocolo HART pode utilizar diversos modos de comunicação. O modo básico é o mecanismo mestre-escravo. Cada ciclo de pedido e recebimento de valor dura cerca de 500 ms, Figura 5.4, o que implica na leitura de dois valores por segundo. Figura 5.4: Comunicação HART em modo mestre escravo (default) Na topologia ponto a ponto um segundo mecanismo de transferência de dados é possível. O instrumento pode enviar de forma autônoma e periódica o valor de uma variável, por exemplo, a PV. No intervalo entre estes envios o mestre pode executar um ciclo de pergunta e resposta. A taxa de transmissão neste caso se eleva para 3 ou 4 por segundo. Este modo é denominado burst ou broadcast mode, Figura 5.5. O mestre pode enviar uma mensagem para interromper este envio contínuo de mensagens de reply, segundo sua conveniência. Cada mensagem pode comunicar o valor de até quatro variáveis e cada dispositivo HART pode ter até 256 variáveis. Figura 5.5: Comunicação HART em modo burst, suportada por alguns dispositivos Quando usando uma topologia do tipo multidrop, a rede HART suporta até 15 instrumentos de campo. Apenas o modo mestre-escravo pode ser utilizado. Neste caso o valor da corrente é mantido no seu nível mínimo de 4 mA e o valor da PV deve ser lido através de uma mensagem explícita, Figura 5.6. Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais 29 Figura 5.6: Rede HART em topologia multidrop A grande deficiência da topologia multidrop é que o tempo de ciclo para leitura de cada device é de cerca de 0,5 (meio) segundo podendo alcançar 01 (um) segundo. Neste caso para 15 dispositivos o tempo será de 7,5 a 15 segundos, o que é muito lento para grande parte das aplicações. 5.1.6 Comandos HART Todo dispositivo HART deve aceitar um repertório mínimo de comandos denominados comandos universal ou common practice commands. Para cada dispositivo existirão comandos particulares denominados device specific commands. Os comandos universais asseguram a interoperabilidade entre os dispositivos de campo e os comandos partículas (específicos) permitem maior liberdade por parte do fabricante. Todos os comandos específicos são opcionais, mas se existentes devem ser implementados segundo a especificação. A Tabela 5.3 exibe alguns comandos HART. Tabela 5.3: Comandos HART Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais 30 5.2 Foundation Fieldbus Foundation Fieldbus é uma arquitetura aberta para integrar informação, cujo objetivo principal é interconectar equipamentos de controle e automação industrial, distribuindo as funções de controle pela rede e fornecendo informação a todas as camadas do sistema. A tecnologia Foundation Fieldbus substitui com vantagens a tradicional tecnologia 4- 20mA +HART, possibilitando a comunicação bidirecional entre os equipamentos de forma mais eficiente. Esta tecnologia vai muito além de um protocolo de comunicação digital ou uma rede local para instrumentos de campo. Ela engloba diversas tecnologias, tais como processamento distribuído, diagnóstico avançado e redundância. Um sistema Foundation Fieldbus é heterogêneo e distribuído, composto por equipamentos de campo, softwares de configuração e supervisão, interfaces de comunicação, fontes de alimentação e pela própria rede física que os interconecta. 5.2.1 Histórico Os sistemas de controle de dispositivos de campo evoluíram com decorrer do tempo, foram usados desde sinais de pressão, bem como níveis de tensão. Em meados de 1960 surge o padrão analógico 4-20mA para controle de dispositivosde campo. O desenvolvimento de processadores digitais possibilitou a utilização de computadores no monitoramento e controle de processos de um ponto central. Na década de 80 surgem os chamados sensores inteligentes onde são implementados tecnologia digital. A partir de todo esse ambiente surge a tentativa de otimizar e padronizar os sistemas de supervisão e controle de processos. Ainda na década de 80 um grupo formado pela ISA (Instrument Society of America), IEC (International Electrotechnical Commission), Profibus (German national standard) e a FIP (French national standard) tentam definir um padrão no comitê IEC/ISA SP50 Fieldbus. Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais 31 O padrão a ser desenvolvido deveria integrar toda a gama de instrumentos de controle prover uma interface para operar vários dispositivos simultaneamente. O trabalho foi desenvolvido de uma forma bastante lenta devido à diversidade de ideias das companhias que gostariam de ter as especificações dos seus produtos incluídos no padrão. Em 1992 dois grandes grupos o ISP (Interoperable Systems Project) e a WorldFIP (Factory Instrumentation Protocol) se interessam pela ideia. Em setembro de 1994 as os dois juntos formam Fieldbus Foundation e agilizam o desenvolvimento do padrão. 5.2.2 Princípio de funcionamento Conceitualmente a rede Foundation Fieldbus pode ser definida como um barramento de comunicação digital bidirecional que interliga os instrumentos de campo inteligentes com o sistema de controle. O Foudation Fieldbus pode ser utilizado indiscriminadamente por qualquer rede de comunicação digital que interliga instrumentos de campo com sistema de controle. Todos os instrumentos Foundation Fieldbus conectados à rede estarão enviando e recebendo informações do sistema de controle, assim como trocando dados entre si. Neste ponto vale verificar que a capacidade dos instrumentos mudou muito. Cada transmissor ou posicionador de válvula terá capacidade de mandar, receber e trocar informações. A Figura 5.7 ilustra uma rede Foundation Fieldbus interligando diversos tipos de dispositivos. Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais 32 Figura 5.7: Exemplo de uma rede Foundation Fieldbus 5.2.3 O protocolo O protocolo desenvolvido pra o padrão Fieldbus foi baseado no modelo ISO/OSI embora não seja composto por todas suas camadas, o protocolo utilizado no sistema fieldbus possui três camadas: Camada de física: Diz respeito a informações elétricas, ou melhor, aos níveis de tensão e de corrente que gerados devido à transmissão de dados. Essa camada faz a retirada dos dados do barramento passando para a camada seguinte, a camada de enlace de dados. Recebe mensagens da pilha de comunicação e converte para sinais elétricos e vice-versa. A transmissão se dá de forma half-duplex serial, de forma que pode ser simultânea, ou seja, em ambos os sentidos: do campo para os sistemas de controle e do sistema de controle para o campo. Os sinais são sinais são codificados utilizando a técnica Mancheste Bipolar-L com a informação de clock já agregada no fluxo serial de dados, mostrado na Figura 5.8. Além disto, tem-se também um preâmbulo que é composto por caracteres Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais 33 especiais e ainda por delimitadores de início e de fim que compõem o sinal enviado pela camada física. Figura 5.8: Exemplo da codificação utilizando a técnica Mancheste Camada de enlace de dados: Camada de enlace de dados ou DLL controla a transmissão de mensagens no barramento através de um agendador determinístico centralizado de barramento chamado LAS. O LAS permite dois tipos de comunicação entre dispositivos, agendada e não agendada. No modo agendado o LAS tem o conhecimento prévio dos tempos em que cada dispositivo deve enviar dados fazendo o gerenciamento do envio dos dados informando a vez de cada dispositivo enviar os dados. Na comunicação não agendada é usado o conceito de passagem de ficha, de forma que quando o barramento está ocioso o LAS envia uma mensagem para um dispositivo, habilitanda o mesmo para o envio da mensagem. A camada de enlace de dados controla a transmissão de mensagens, as quais podem ser agendadas (envio periódico) ou não agendadas (passagem de ficha). Assim, nesse nível é implementado também o controle de acesso ao meio determinando quem pode transmitir e quando. Existem três formas de acesso ao meio: Passagem por ficha Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais 34 Resposta imediata Requisição de ficha Camada de aplicação: É a última camada do modelo utilizado, essa camada promove a interface entre o usuário e o sistema em níveis de configuração e monitoramento do sistema. Em síntese o este nível define a forma de ler, escrever ou dispara uma tarefa numa estação remota. É onde se define o modo pelo qual a mensagem é transmitida. Fornece uma interface para o software aplicativo do equipamento, basicamente, a principal tarefa é a definição de sintaxe para as mensagens, são utilizadas para ler, escrever variáveis ou disparar uma tarefa numa estação remota. Ela também controla a rede com levantamento estatísticos de definição de falhas e de adição de um novo elemento ou remoção de uma estação. 5.2.4 Meio físico É importante observar na implementação de um sistema fieldbus as características físicas do projeto, assim devem-se considerar alguns aspectos, tais como: Distância máxima entre equipamentos, assim deve-se estudar com cautela a melhor forma de disposição de equipamentos no ambiente físico de forma a minimizar o comprimento dos cabos envolvidos na instalação (barramento e derivação); Número máximo de equipamentos a serem interligados; Topologia a ser utilizada; Outro ponto a ser analisado diz respeito à utilização de barreiras de segurança intrínseca para a proteção da rede. Uma característica importante nas redes fieldbus é a taxa de transmissão de dados onde podemos encontrar taxas desde 31,25 Kbps até Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais 35 2.5Mbps dependo do tipo de cabeamento utilizado e da distância entre equipamentos, tal aspecto deverá ser discutido mais tarde na parte que trata sobre cabeamentos. De acordo com a norma ISA-S50.02 o cabo utilizado na rede fieldbus para a transmissão de na taxa de 31,25Kbps pode ser um cabo simples de par trançado que atenda aos seguintes requisitos: Impedância intrínseca Z0 em fr (31,25 KHz) = 1000 ± 20%; Atenuação máxima em 1,25 fr (39 KHz) = 3.0 dB/Km; Máxima capacitância não balanceada da blindagem = 2 nF/Km; Resistência DC máxima (por condutor) = 220/Km; Atraso máximo de propagação entre 0,25 fr e 1,25 fr = 1.7 ms/Km; Área seccional do condutor (bitola) = nominal 0,8 mm2; Cobertura mínima da blindagem devera ser maior ou igual a 90%. É importante salientar que quando do acoplamento de equipamentos no barramento ou nas derivações, deve-se respeitar a polaridade a qual o cabo está submetido. O comprimento máximo dos cabos é função da taxa de transmissão dos dados, como disposto na Tabela 5.4. Tabela 5.4: Taxa de transmissão da Rede Foundation Fieldbus No que se refere às derivações temos que o comprimento das mesmas depende do numero de equipamentos acoplados, de forma que em uma derivação deve-se ter não mais que 32 equipamentos.Para mais detalhes veja Tabela 5.5. Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais 36 Tabela 5.5: Numero do dispositivo em rede Foundation Fieldbus Em caso de utilização de segurança intrínseca a razão L/R deve ser menor do que o limite especificado pela agencia reguladora local. Cabos com outras especificações podem ser utilizados, cabos melhores podem representar um ganho no desempenho, e reciprocamente cabos piores podem representar uma pior desempenho, comprometendo também os comprimentos máximos utilizados. 5.2.5 Topologia Existem varias possibilidade de configuração física das redes fieldbus dentre elas pode-se citar: Barramento com Spur Nesta topologia utiliza-se um barramento único (trunk) onde equipamentos ou barramentos secundários (spurs) são conectados diretamente a ele. Podem-se ter ainda vários equipamentos diferentes em cada spur. A Figura 5.9 ilustra esse tipo de topologia. Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais 37 Figura 5.9: Topologia de barramento com Spur Ponto a Ponto Nesta topologia tem-se a ligação em série de todos os equipamentos utilizados na aplicação conforme ilustra a Figura 5.10. O cabo Fieldbus é roteado de equipamento para equipamento neste seguimento e é interconectado nos terminais de cada equipamento Fieldbus. As instalações que utilizam esta topologia devem usar conectores de forma que a desconexão de um simples equipamento não interrompa a continuidade do segmento. Figura 5.10: Topologia Ponto a Ponto Árvore A topologia em árvore concentra em acopladores/caixas de junção a ligação de vários equipamentos. Devido a sua distribuição, esta topologia é conhecida também como “Pé de Galinha”. A Figura 5.11 ilustra esse tipo de topologia. Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais 38 Figura 5.11: Topologia Árvore End-to-End Esta topologia é utilizada quando se conecta diretamente apenas dois equipamentos. Esta ligação pode estar inteiramente no campo (um transmissor e uma válvula sem nenhum outro equipamento conectado) ou pode ligar um equipamento de campo (um transmissor) ao “Device Host”. A Figura 5.12ilustra esse tipo de topologia. Figura 5.12: Topologia End-to-End Mista Nesta configuração encontram-se as três topologias mais comumente utilizadas ligadas entre si. Deve-se observar, no entanto, o comprimento máximo do segmento que deve incluir o comprimento dos spurs no comprimento total. A Figura 5.13 ilustra esse tipo de topologia. Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais 39 Figura 5.13: Topologia Mista 5.2.6 Finalidade da Aplicação A finalidade principal é interconectar equipamentos de controle e automação industrial, distribuindo as funções de controle pela rede e fornecendo informação a todas camadas do sistema. A interconexão desses equipamentos de controle e automação, quando utilizando protocolo Foudation Fieldbus, proporcionam vários benefícios ao sistema, entre eles pode-se citar: Interoperabilidade Com a interoperabilidade, um dispositivo Fieldbus pode ser substituído por um dispositivo similar com maior funcionalidade de um outro fornecedor na mesma rede do Fieldbus, mantendo as características originais. Isto permite aos usuários mesclar dispositivos de campo e sistemas de vários fornecedores. Dispositivos individuais Fieldbus podem também transmitir e receber a informação de multivariáveis, comunicando-se diretamente um com o outro sobre o barramento Fieldbus, permitindo que novos dispositivos sejam adicionados ao barramento sem interromper o controle. Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais 40 Dados de Processos mais completos Com o Foundation Fieldbus, as variáveis múltiplas de cada dispositivo podem ser trazidas ao sistema de controle da planta para a análise, arquivo, análise de tendência, estudos de otimização de processo e geração de relatórios. Este acesso aos dados mais exatos e de alta resolução, permite um ajuste fino do processo para melhor operação, reduzindo o tempo ocioso da planta. Estas características permitem um maior desempenho e lucratividade mais elevada da planta. Vista expandida do processo Dispositivos modernos Fieldbus, com comunicação poderosa microprocessada permitem que os erros de processo possam ser reconhecidos mais rapidamente e com uma maior certeza. Como conseqüência, os operadores de planta são notificados de condições anormais ou da necessidade de manutenção preventiva, e podem tomar melhores decisões sobre a produção. Os problemas que diminuem a eficiência operacional são corrigidos mais rapidamente, permitindo um aumento no rendimento enquanto que o custo de matéria prima e os problemas de emissões perigosas diminuem. Melhor segurança da planta A tecnologia Fieldbus ajuda as plantas a manter as exigências de segurança, cada vez mais restritas. Fornecendo operadores com notificação e aviso antecipados de circunstâncias perigosas pendentes e atuais, o Fieldbus permite a ação corretiva antes de uma parada não planejada. As potencialidades de diagnóstico ampliadas da planta reduzem também a necessidade do acesso freqüente às áreas perigosas, minimizando assim os riscos do pessoal no campo. Manutenção Proativa Mais Fácil As potencialidades ampliadas de diagnóstico dos dispositivos de campo possibilitam monitorar e registrar condições como o desgaste da válvula e entupimento do transmissor. Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais 41 O pessoal da planta pode executar a manutenção proativa sem esperar uma parada programada, evitando ou reduzindo assim o tempo ocioso da planta. Redução de custos de fiação e manutenção O Foundation Fieldbus usa a fiação existente e as conexões multi-drop fornecem economias significativas nos custos de instalação. Isto inclui reduções nos custos de barreira de segurança intrínseca e de cabos, particularmente nas áreas onde a fiação está já no lugar. Redução de custo adicional pode ser conseguida com a redução do tempo necessário para a construção e partida, bem como com a simplificação da programação das funções do controle e da lógica, usando os blocos de função embutidos nos dispositivos. De acordo com estimativas atuais, há agora sistemas Foundation Fieldbus em operação em mais de 25 países. Estima-se hoje que aproximadamente 80 por cento de todas as novas instalações de sistemas de controle de planta que utilizam a tecnologia fieldbus são compatíveis com o Foundation Fieldbus. 5.3 Profibus PA Profibus, acrônimo para Process Field Bus, é hoje um dos standards de rede mais empregados no mundo. Esta rede foi concebida a partir de 1987 em uma iniciativa conjunta de fabricantes, usuários e do governo alemão. A rede está padronizada através da norma DIN 19245 incorporada na norma européia Cenelec EN 50170. Na realidade, a rede Profibus é composta por três redes (ou communication profiles), que são: Profibus FMS (Field Message Specification) Profibus DP (Distributed Peripherals) Profibus PA (Process Automation) A Figura 5.14 apresenta a faixa de aplicação para diversas redes Profibus. Curso de Capacitação Introdução às Redes Industriais 42
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