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DISCIPLINA: DIREITO AMBIENTAL I Profª Esp. Ronildes Rodrigues da Costa Email: ronildescosta2013@gmail.com WhatsApp: (98) 99128-9420 EMENTA Noções Preliminares. Aspectos Jurídico- Constitucionais: o tema nas Constituições Brasileiras. A legislação federal e estadual. A Ação Civil Pública. Sistema nacional do Meio Ambiente. Urbanismo e Meio Ambiente. Instrumentos de Participação da Comunidade na Defesa Ambiental. Responsabilidade e Reparação pelo dano Ambiental. Jurisprudência. Histórico do Direito Ambiental Internacional. Direito Comparado. As conferências internacionais sobre meio-ambiente. BIBLIOGRAFIA BÁSICA • ARAUJO, Gisele Ferreira de. Direito ambiental. São Paulo: Atlas, 2008. • CANOTILHO, José Joaquim Gomes; LEITE, José Rubens Morato. Direito constitucional ambiental brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2007. • SIRVINSKAS. Luiz Paulo. Manual de direito ambiental. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR • DERANI, Cristiane. Direito ambiental econômico. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. FIGUEIREDO, Guilherme José Purvin. A propriedade no direito ambiental. 3. ed. São Paulo: RT, 2008. • FIORILLO, Celso Antonio Pacheco; FERREIRA, Renata Marques. Direito ambiental tributário. São Paulo: Saraiva, 2005. • ________. Princípios do direito processual ambiental. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2007. SISTEMA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE SEMAM Lei nº 1.081/2009 Política Municipal de Meio Ambiente Lei nº 1.194/2014 Conselho Municipal de Meio Ambiente – CONDEMA Lei nº1.182/2013 Fiscalização ambiental Lei nº 1.194/2014 Sistema Municipal de Meio ambiente Lei nº 1.194/2014 Licenciamento Municipal Lei nº 1.194/2014 Fundo Municipal de Meio Ambiente – FMMA Educação ambiental Lei nº Monitoramento ambiental Lei nº 1.194/2014 SISTEMA MUNICIPAL DE MEIO AMBEINTE • A partir do ano de 2014, o Município de Chapadinha/MA, que já contava com um Conselho Municipal de Meio Ambiente - CONDEMA, e um Fundo Municipal de Meio Ambiente – FMMA, para subsidiarem as ações ambientais, passou a dispor de um Sistema Municipal de Meio Ambiente- SISMUMA, nos termos do art. 1º, da Lei nº 1.194/2014 (CHAPADINHA, 2014). • Art. 1º- Esta Lei, com fundamento na Constituição Federal, na Lei Nº 6.938/81, na Lei Nº 12.651/12, na Lei Complementar Nº 140/11, na Lei Nº 9.605/98, no Decreto nº 6.514/08, na Resolução Conama n° 237/97, na Constituição do Estado do Maranhão, na Lei Orgânica do Município de Chapadinha, no Plano Diretor de Chapadinha e demais dispositivos legais, tem como objetivo principal, instituir a Política Municipal do Meio Ambiente e o Sistema Municipal do Meio Ambiente (SISMUMA). (CHAPADINHA, 2014). • LEI MUNICIPAL Nº 1.194 • Art. 3º A Política Municipal do Meio Ambiente tem por finalidade a preservação, conservação, defesa, recuperação, fiscalização e melhoria do meio ambiente, como bem de uso comum do povo e essencial à qualidade de vida, no âmbito de interesse local, observados os princípios que regem o ambiente. LEI MUNICIPAL Nº 1.194 • A lei ainda trata sobre a criação de áreas de preservação ambiental e reservas no § 1º, incisos IX, X, do art. 74: • § 1o - Para assegurar a efetividade do direito a que se refere este artigo, incumbe ao Município: • (...) • IX - Criar as áreas de preservação ambiental do Xororó, Bica, Bacabalzinho, Quebra Cabeça e Aldeias; • X- Destinar a região da Chapada Limpa como reserva ambiental, sendo esta regulamentada através do Código Municipal do Meio Ambiente; (...) • Contudo, cabe ressaltar que a região da Chapada Limpa, destinada a ser reserva ambiental municipal pelo presente Plano Diretor, foi transformada em reserva extrativista federal, pelo Decreto s/n, de 26 de setembro de 2007 ficando a reserva sob o controle do Instituto Chico Mendes de Conservação da biodiversidade – ICMBio. LEI MUNICIPAL Nº 1.182 DE 09 DE DEZEMBRO DE 2013 Art. 1º Fica criado o Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente - COMDEMA, integrante do Sistema Nacional e Estadual do Meio Ambiente, com o objetivo de manter o meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê- lo, preservá-lo e recuperá-lo para a presente e futuras gerações. LEI MUNICIPAL Nº 1.182 DE 09 DE DEZEMBRO DE 2013. • O COMDEMA é o órgão colegiado autônomo, consultivo, deliberativo e de assessoramento do Poder Executivo, no âmbito de sua competência, sobre as questões ambientais propostas nesta e demais leis correlatas do município, que terá como objetivo, assessorar a gestão da Política Municipal do Meio Ambiente, com o apoio dos serviços administrativos da Prefeitura Municipal. LEI MUNICIPAL Nº 1.180 DE 09 DE DEZEMBRO DE 2013. DO FUNDO MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE • Art. 1º Fica criado o Fundo Municipal de Meio Ambiente - FMMA, com a finalidade de mobilizar e gerir recursos para o financiamento de planos, programas e projetos que visem o uso racional dos recursos ambientais, à melhoria da qualidade do ambiente, à prevenção de danos ambientais e à promoção da educação ambiental. • § 1º O FMMA possui natureza contábil e financeira, é vinculado à Secretaria Municipal do Meio Ambiente – SEMAM, e tem como gestor financeiro, o Secretário Municipal do Meio Ambiente. LEI MUNICIPAL Nº 1.180 DE 09 DE DEZEMBRO DE 2013 DA APLICAÇÃO DOS RECURSOS DO FUNDO Art. 5º Os recursos do Fundo Municipal do Meio Ambiente serão aplicados na execução de projetos e atividades que visem: • custear e financiar as ações de controle, fiscalização e defesa do meio ambiente, exercidas pelo Poder Público Municipal; • financiar planos, programas, projetos e ações, governamentais ou não governamentais que visem: • a) a proteção, recuperação ou estímulo ao uso sustentado dos recursos naturais no Município; • b) o desenvolvimento de pesquisas de interesse ambiental; • c) o treinamento e a capacitação de recursos humanos para a gestão ambiental; • d) o desenvolvimento de projetos de educação e de conscientização ambiental; • e) o desenvolvimento e aperfeiçoamento de instrumentos de gestão, planejamento, administração e controle das ações constantes na Política Municipal do Meio Ambiente; • f) outras atividades, relacionadas a preservação e conservação ambiental, previstas em resolução do Conselho Municipal do Meio Ambiente. Direito Ambiental: Conceito • Mas, o que seria, então, o direito ao meio ambiente? • O direito ambiental pode ser conceituado como: o conjunto de normas jurídicas que regem a preservação, melhoria ou recuperação de um ambiente sempre que este for meio para garantir a sadia qualidade de vida humana e a manutenção da vida em todas as suas formas. Direito Ambiental • Para parte da doutrina, o Direito Ambiental é um conjunto de normas e institutos jurídicos pertencentes a vários ramos do direito, os quais se encontram reunidos em decorrência de sua função instrumental para disciplinar o comportamento humano em relação ao meio ambiente Evolução Histórica da Proteção do Meio Ambiente • O direito ao meio ambiente constitui-se como um direito fundamental do homem, uma vez que sua existência se justifica em razão da proteção do direito à vida, saúde, qualidade de vida e, consequentemente, dignidade da pessoa humana. Contudo, somente no século passado começou a ser implementada uma política efetiva de proteção em relação a esse direito. Carmem Lúcia Silveira Ramos evidencia que após o fim da Segunda Guerra Mundial passou-se a ter uma real preocupação com o meio ambiente e a qualidade de vida da população. • Fazendo-se uma retrospectiva histórica, observa-se que a preocupação em se tutelar o direito ao meio ambiente é relativamente recente. Durante séculos o homem tem agredido a natureza e o meio ambiente em que vive na busca de melhores condições de vida e, também, com o objetivo de obter maiores lucros em suas atividades. Não raro, inexistia a consciência dessa agressão, predominando a ideia de que a natureza produziria inesgotavelmente. Fasesda Proteção Ambiental no Brasil • A proteção do meio ambiente no Brasil observou três fases, a saber: • 1ª fase - individualista -> Inicia-se com o descobrimento do Brasil e vai até a segunda metade do século XX. • Orientações Afonsinas e Manuelinas. Praticamente não havia proteção ao meio ambiente – exploração desregrada dos recursos ambientais. Priorizavam-se os interesses do reino; • 2ª fase – fragmentária -> Da segunda metade do século XX e até por volta de 1980. A proteção ao meio ambiente era esparsa (FRAGMENTÁRIA) e preocupada com a atividade econômica (fins econômicos). • Não estabelecia uma polícia ambiental integrada e não reconhecia a natureza difusa do meio ambiente; => Diz-se que o sistema é fragmentário porque vigoravam vários diplomas legislativos que, cada um, em sua disciplina, era direcionada para um determinado tema. Diplomas dispersos que tinham vigência na 2ª fase: • Código de Águas (Decreto n. 24.643/34): algumas normas ainda estão em vigência; • Estatuto da Terra (Lei n. 4.504/64): tem grande importância nas tratativas referentes à fixação da função socioambiental da propriedade; • Código Florestal (Lei n. 4.771/65): revogado pelo atual Código Florestal (Lei n. 12.651/2012); • Lei de Proteção à Fauna (Lei n. 5.197/67): é lei vigente, mas com algumas disposições revogadas; • Código de Pesca (Decreto-Lei n. 221/67): é lei vigente, mas com algumas disposições revogadas; • Código de Mineração (Decreto-Lei n. 227/67): sofreu várias alterações decorrentes de Medidas provisórias. • 3ª fase – holística -> Inicia-se em 1981. Foi concebida a partir da Política Nacional do Meio Ambiente - PNMA (Lei n. 6.938/81). Há uma proteção do meio ambiente como um TODO, de maneira integrada. • Na fase holística de evolução histórica da legislação ambiental, é marcada pela compreensão do meio ambiente como um todo integrado, em que cada uma das suas partes é interdependente das outras e não fragmentada. A Lei n. 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, é marco do começo da fase holística, pois somente a partir daí a defesa do meio ambiente começou a ser considerada uma finalidade em si mesma. A PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL O Meio Ambiente na CF/1988 • A Constituição Federal de 1988 representa um marco na defesa dos recursos ambientais e naturais ao trazer diferentes seções e capítulos dedicados a falar sobre a necessidade de preservação do meio ambiente, a fim de garantir o seu equilíbrio ecológico para as presentes e futuras gerações. • Ademais, foi na Carta de 1988 que a expressão “meio ambiente” apareceu pela primeira vez em uma Constituição Federal do Brasil. • O Capítulo VI traz uma série de princípios e conceitos inovadores que serviram de base para nortear o direito ambiental brasileiro dali por diante. Além disto, outro ponto de inovação trazido pelo texto constitucional de 1988 é a repartição da responsabilidade ambiental, onde o poder público e a coletividade passaram a atuar coletivamente. Neste sentido, perceba que o ideal da participação popular preconizado pela “Constituição Cidadã” também teve suas prerrogativas ampliadas, uma vez que a sociedade civil é chamada para atuar também na defesa do meio ambiente. CONSTITUIÇÃO FEDERAL • Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações. • O que concede a todos os indivíduos o direito ao meio ambiente equilibrado. Desta maneira, cria-se um direito subjetivo ao individualizar tal direito, ao mesmo passo em que o garante a todos os cidadãos, de forma indefinida. O resultado da realização desse direito é uma indivisibilidade, ou seja, a satisfação do direito para uma pessoa beneficia a coletividade, ao passo que a supressão do mesmo também a prejudica em igual proporção. CONSTITUIÇÃO FEDERAL • § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: • I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; • II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; • III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; • IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; • V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; • VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente; • VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. • VIII - manter regime fiscal favorecido para os biocombustíveis e para o hidrogênio de baixa emissão de carbono, na forma de lei complementar, a fim de assegurar-lhes tributação inferior à incidente sobre os combustíveis fósseis, capaz de garantir diferencial competitivo em relação a estes, especialmente em relação às contribuições de que tratam o art. 195, I, "b", IV e V, e o art. 239 e aos impostos a que se referem os arts. 155, II, e 156-A. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 132, de 2023) • § 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. • § 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. • § 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far- se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais. • § 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas. • § 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 96, de 2017) • Outro elemento constitucional de fundamental importância no direito ambiental brasileiro é o da responsabilização pelos danos causados ao meio ambiente. • O texto constitucional desenvolveu um sistema de responsabilidade disposto em três esferas: administrativa, civil e criminal. • O artigo 225 da CF/1988 determina que: • (...) as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. Classificação das Competências: • Competência legislativa • Competência material Competência Legislativa • 1) Competência exclusiva: quando é atribuída a um ente federado, com exclusão dos demais. • 2) Privativa: quando caracterizada como própriade um ente federado, com possibilidade, no entanto, de delegação e de competência suplementar. Competência Legislativa • 3) Concorrente: dois elementos fundamentais: (I) possibilidade de disposição sobre o mesmo assunto por mais de uma entidade federativa; (II) primazia da União no que tange à fixação de normas gerais; ( art.24 CF) • 4)Suplementar: poder de formular normas que especifiquem o conteúdo genérico das normas gerais ou que supram a ausência ou omissão destas. Competência legislativa em matéria ambiental • Competência concorrente: • Artigo 24, VI da CF/88: • “ Compete concorrentemente à União, Estados e Distrito Federal legislar sobre proteção do meio ambiente e controle da poluição.” • E o Município? Competência Legislativa em matéria ambiental • Competência suplementar do Município: • Artigo 30, I,II, da CF/88 • Art.30. Compete aos Municípios: • I – Legislar sobre assuntos de interesse local; • II – Suplementar a legislação federal e estadual no que couber; Competência material ( administrativa) • 1) Exclusiva: quando é atribuída a uma entidade com exclusão das demais; ( art. 21, da CF) • 2)Comum: consiste na atuação conjunta de entes federados para a prática de determinados atos, sem que a iniciativa de um venha macular a competência do outro. Competência material (administrativa) em matéria ambiental • Competência comum: • Artigo 23, VI, VII da CF/88 • É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: • VI – Proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; • VII – Preservar as florestas, a fauna e a flora; Competência material (administrativa) em matéria ambiental • Trata-se de competência material comum repartida entre os entes da federação para o cumprimento de tarefas em forma de cooperação. • Federalismo cooperativo Competência material (administrativa) em matéria ambiental • Artigo 23, parágrafo único da CF/88: • Leis Complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. Competência material (administrativa) em matéria ambiental • Artigo 23, parágrafo único da CF/88: • LEI COMPLEMENTAR Nº 140, DE 8 DE DEZEMBRO DE 2011, que fixa normas, nos termos dos incisos III, VI e VII do caput e do parágrafo único do art. 23 da Constituição Federal, para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência comum relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à preservação das florestas, da fauna e da flora; e altera a Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981. Objeto da ADI • Objeto - Em regra, é a Lei ou Ato Normativo Estadual ou Federal. • ATENÇÃO! Normas MUNICIPAIS NÃO podem ser objeto de ADI. • Em relação aos atos normativos que podem ser objeto de fiscalização concentrada perante o STF por meio de ADI, temos o seguinte panorama: i. Todas as espécies normativas do art. 59 da CF podem ser objeto de ADI: Lei Complementar; Lei Ordinária; Lei Delegada; Medida Provisória; Decretos Legislativos e Resoluções podem ser objeto de controle de constitucionalidade, pois derivam direto da Constituição. ADI • Normas Originárias da CF: prevalece no STF o entendimento de que não cabe controle de constitucionalidade do poder originário. ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL (ADPF) • Segundo a jurisprudência do STF e a doutrina, cabem os seguintes apontamentos: • 1) Direito pré-constitucional: é cabível ADPF para sindicar a compatibilidade das normas anteriores à CF/88 com o texto Constitucional, inclusive de âmbito estadual e municipal. É o que dispõe expressamente a Lei nº 9.882/99. • 2) Lei pré-constitucional e alteração de competência: a teoria da recepção adotada pelo STF indica que basta que haja compatibilidade material com a Constituição para que uma norma seja recepcionada. ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL (ADPF) • Direito Municipal: deve-se ter atenção em relação à possibilidade de questionamento de Lei Municipal no STF via ADPF. • São recorrentes questões que afirmam a impossibilidade de controle concentrado no STF tendo como objeto leis municipais. • Errado!! Não cabe ADI, porém será cabível ADPF. 4) Norma revogada: diferente do que ocorre na ADI/ADC, é possível questionar lei já revogada perante o STF. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO (ADO) • O art. 103, § 2º, fala em “omissão de medida” para tornar efetiva norma constitucional em razão de omissão de qualquer dos Poderes ou de órgão administrativo. • Segundo o Min. Celso de Melo, na ADI 1484, a omissão do poder público pode gerar o fenômeno da “erosão da consciência constitucional”, ou seja, o comprometimento da credibilidade da Constituição e da crença em sua efetividade. AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE (ADC) • Objetivo - Sua função é declarar constitucional lei ou ato normativo federal (art. 102, I, “a” da CF). As leis, como se sabe, são presumidamente constitucionais. Ocorre que se trata de presunção relativa de constitucionalidade, que pode ser levada à apreciação do judiciário, tanto na via concentrada como difusa, nos casos concretos. • ATENÇÃO! Lei estadual, distrital ou municipal NÃO PODEM SER OBJETO DE ADC. Poluição • A Poluição é considerada um fator externo introduzido no meio ambiente. Através dela, são depositadas substâncias consideradas prejudiciais à qualidade ambiental e às formas de vida existentes no meio ambiente, causando efeitos negativos em seu equilíbrio. Ela ocorre naturalmente ou por meio da ação humana, e é capaz de gerar danos à saúde, além de afetar a vida dos animais, das plantas e de todo o ecossistema. POLUIÇÃO POR RESÍDUOS SÓLIDOS E POR REJEITOS PERIGOSOS: • Esta modalidade de poluição resulta do lançamento de substâncias sólidas danosas na camada mais superficial da terra. Ou seja, é a poluição do solo por meio dos chamados Rejeitos Perigosos, que são um tipo de lixo urbano ou rural resultante das atividades domésticas e comerciais produzido nas cidades. Esse lixo é classificado como Matérias Orgânicas (restos de comida) e Inorgânicas (plástico, vidro, papel, metais, materiais têxteis e afins). Há também outros tipos de resíduos sólidos bastante danosos, a exemplo do lixo eletrônico e radioativo, chamado de Resíduo Sólido Perigoso, para o qual existe destinação específica contida na Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal n. 12.305/2010) e se chama Logística Reversa. Logística Reversa • É um instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada. Poluição Sonora • Instituto amplamente estudado graças ao aumento das populações urbanas, é o conjunto de ruídos resultantes de uma ou mais fontes sonoras que são manifestadas ao mesmo tempo em um mesmo ambiente, que normalmente conta com uma grande concentração de pessoas. A audição é um dos principais canais de informação de todos os seres, e é justamente por isso que a referida poluição precisa ser controlada. • Para que a poluição sonora se configure, é necessária a presença de um laudo técnico que comprove os possíveis prejuízos que estão associados ao excessivo ruído apresentado. Assim, caso o mesmo esteja fora dos padrões determinados pela lei, há o enquadramento do crime ambiental. De acordo com as normativas emitidas pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) e pelos Ministérios Públicos, a intensidade sonora emitida deve ser medida com base na grandeza conhecida como Decibel (Db), que deve ser auferida através de um aparelho específico chamado Decibelímetro.POLUIÇÃO HÍDRICA • Essa forma de poluição ocorre com a presença de substâncias tóxicas na água que causam prejuízos não somente para os seres marítimos, mas também para todas as formas de vida terrestre. Os rejeitos de fábricas e esgotos não tratados são as principais substâncias depositadas nas águas que afetam a qualidade da vida, responsáveis por desencadear uma série de doenças, inclusive nos seres humanos. Os grupos sociais que dependem da água para sobreviver, como as populações de pescadores artesanais, são muito afetados pela poluição hídrica, não somente na questão da saúde, mas também em suas rendas, que ficam comprometidas pela má qualidade da água. POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA • Se dá mediante o lançamento de gases tóxicos e partículas resultantes das produções industriais, como nas fábricas, lojas de carros, queimadas das florestas, dentre outras ações que comprometem a qualidade do ar e causam a poluição da atmosfera. Vale destacar que essa modalidade de poluição não afeta apenas o local onde o material for lançado, tendo em vista que a ação dos ventos possibilita o espalhamento da poluição, comprometendo até mesmo os locais que são extremamente distantes do posto poluidor. OBJETIVOS DOS ENTES PÚBLICOS EM RELAÇÃO À PROTEÇÃO AMBIENTAL • Segundo estabelece o art. 3º da LC n. 140/2011, constituem objetivos fundamentais da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, no exercício da competência comum a que se refere a lei complementar. • I – proteger, defender e conservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado, promovendo gestão descentralizada, democrática e eficiente; • II – garantir o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico com a proteção do meio ambiente, observando a dignidade da pessoa humana, a erradicação da pobreza e a redução das desigualdades sociais e regionais; • III – harmonizar as políticas e ações administrativas para evitar a sobreposição de atuação entre os entes federativos, de forma a evitar conflitos de atribuições e garantir uma atuação administrativa eficiente; • IV – garantir a uniformidade da política ambiental para todo o País, respeitadas as peculiaridades regionais e locais. Do Código Florestal Brasileiro • O novo código florestal (Lei n. 12.651, de 25 de maio de 2012) estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação, as áreas de Preservação Permanente9 e as áreas de Reserva Legal, a exploração florestal, o suprimento de matéria-prima florestal, o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenção dos incêndios florestais. Além disso, prevê instrumentos econômicos e financeiros para o alcance de seus objetivos. Princípios elencados no Código Florestal • Do mesmo modo, tendo como objetivo o desenvolvimento sustentável, a referida Lei estabelece que atenderá a diversos princípios nela elencados. O primeiro princípio refere-se ao compromisso do Brasil com a preservação das suas florestas e demais formas de vegetação nativa, bem como da biodiversidade, do solo, dos recursos hídricos e da integridade do sistema climático, para o bem-estar das gerações presentes e futuras. • O segundo destaca a importância da função estratégica da atividade agropecuária e do papel das florestas e demais formas de vegetação nativa na sustentabilidade, no crescimento econômico, na melhoria da qualidade de vida da população brasileira e na presença do País nos mercados nacional e internacional de alimentos e bioenergia. Com relação ao Estado, destaque-se a ação governamental de proteção e uso sustentável de florestas (de modo a possibilitar o uso produtivo da terra e a preservação da água, do solo e da vegetação), bem como a responsabilidade comum da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em colaboração com a sociedade civil, na criação de políticas para a preservação e restauração da vegetação nativa e de suas funções ecológicas e sociais nas áreas urbanas e rurais. Conceitos Preliminares • Art. 3º Para os efeitos desta Lei, entende-se por: • I – Amazônia Legal: os Estados do Acre, Pará, Amazonas, Roraima, Rondônia, Amapá e Mato Grosso e as regiões situadas ao norte do paralelo 13º S, dos Estados de Tocantins e Goiás, e ao oeste do meridiano de 44º W, do Estado do Maranhão; • II – Área de Preservação Permanente – APP: área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas; • III – Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada nos termos do art. 12, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa; • IV – área rural consolidada: área de imóvel rural com ocupação antrópica preexistente a 22 de julho de 2008, com edificações, benfeitorias ou atividades agrossilvipastoris, admitida, neste último caso, a adoção do regime de pousio; • V – pequena propriedade ou posse rural familiar: aquela explorada mediante o trabalho pessoal do agricultor familiar e empreendedor familiar rural, incluindo os assentamentos e projetos de reforma agrária, e que atenda ao disposto no art. 3º da Lei n. 11.326, de 24 de julho de 2006; • VI – uso alternativo do solo: substituição de vegetação nativa e formações sucessoras por outras coberturas do solo, como atividades agropecuárias, industriais, de geração e transmissão de energia, de mineração e de transporte, assentamentos urbanos ou outras formas de ocupação humana; • VII – manejo sustentável: administração da vegetação natural para a obtenção de benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando-se os mecanismos de sustentação do ecossistema objeto do manejo e considerando-se, cumulativa ou alternativamente, a utilização de múltiplas espécies madeireiras ou não, de múltiplos produtos e subprodutos da flora, bem como a utilização de outros bens e serviços; Áreas de Preservação Permanente APP e Reserva Legal • Tema dos mais relevantes em relação ao código florestal refere-se às diferenças entre áreas de preservação permanente e reserva legal. Segundo estabelece o art. 4º da Lei n. 12.651/2012, considera- se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os efeitos desta Lei: • I – as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de: a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura; • b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura; • c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura; d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura; • e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros; • II – as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de: • a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d’água com até 20 (vinte) hectares de superfície, cuja faixa marginal será de 50 (cinquenta) metros; • b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas; • III – as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de barramento ou represamento de cursos d’água naturais, na faixa definida na licença ambiental do empreendimento; Recomposição da Vegetação Tendo ocorrido supressão de vegetação situada em Área de Preservação Permanente, o proprietário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título é obrigado a promover a recomposição da vegetação, ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei. • A recomposição da vegetação constitui-se comoobrigação propter rem, de natureza real e é transmitida ao sucessor no caso de transferência de domínio ou posse do imóvel rural. Área de Reserva Legal • Considera-se Reserva Legal a área com cobertura de vegetação nativa que deve ser mantida em todo imóvel rural. Do mesmo modo que as áreas de preservação permanente, a Reserva Legal deve ser conservada com cobertura de vegetação nativa pelo proprietário do imóvel rural, possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado. Código Florestal • Art. 12. Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a título de Reserva Legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação Permanente, observados os seguintes percentuais mínimos em relação à área do imóvel, excetuados os casos previstos no art. 68 desta Lei: (Redação dada pela Lei n. 12.727, de 2012). • I – localizado na Amazônia Legal: • a) 80% (oitenta por cento), no imóvel situado em área de florestas; • b) 35% (trinta e cinco por cento), no imóvel situado em área de cerrado; • c) 20% (vinte por cento), no imóvel situado em área de campos gerais; • II – localizado nas demais regiões do País: 20% (vinte por cento). Do Controle do Desmatamento – Código Florestal • Art. 51. O órgão ambiental competente, ao tomar conhecimento do desmatamento em desacordo com o disposto nesta Lei, deverá embargar a obra ou atividade que deu causa ao uso alternativo do solo, como medida administrativa voltada a impedir a continuidade do dano ambiental, propiciar a regeneração do meio ambiente e dar viabilidade à recuperação da área degradada. • § 1º O embargo restringe-se aos locais onde efetivamente ocorreu o desmatamento ilegal, não alcançando as atividades de subsistência ou as demais atividades realizadas no imóvel não relacionadas com a infração. Inquérito civil ambiental CF Art. 129. funções institucionais do MP: III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; - Lei 7.347/1985 Art. 8º, § 1º O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer organismo público ou particular, certidões, informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a 10 dias úteis Inquérito civil ambiental - objetivo Res. 23 CNMP Art. 1º O inquérito civil, de natureza unilateral e facultativa, será instaurado para apurar fato que possa autorizar a tutela dos interesses ou direitos a cargo do Ministério Público nos termos da legislação aplicável, servindo como preparação para o exercício das atribuições inerentes às suas funções institucionais. Inquérito civil – atribuição p/ instaurar • Em regra, do local do dano ambiental. Res. 23 CNMP • Art. 3º Caberá ao membro do Ministério Público investido da atribuição para propositura da ação civil pública a responsabilidade pela instauração de inquérito civil. • LACP, Art. 2º As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde ocorrer o dano, cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar a causa. Inquérito civil – hipóteses de instauração • Art. 2º O inquérito civil poderá ser instaurado: • I – de ofício; • II – em face de requerimento ou representação formulada por qualquer pessoa ou comunicação de outro órgão do Ministério Público, ou qualquer autoridade, desde que forneça, por qualquer meio legalmente permitido, informações sobre o fato e seu provável autor, bem como a qualificação mínima que permita sua identificação e localização; • III – por designação do Procurador-Geral de Justiça, do Conselho Superior do Ministério Público, Câmaras de Coordenação e Revisão e demais órgãos superiores da Instituição, nos casos cabíveis. • § 1º O Ministério Público atuará, independentemente de provocação, em caso de conhecimento, por qualquer forma, de fatos que, em tese, constituam lesão aos interesses ou direitos mencionados no artigo 1º desta Resolução, devendo cientificar o membro do Ministério Público que possua atribuição para tomar as providências respectivas, no caso de não a possuir. Procedimento preparatório ao IC• § 4º O Ministério Público, de posse de informações previstas nos artigos 6º e 7º da Lei n° 7.347/85 que possam autorizar a tutela dos interesses ou direitos mencionados no artigo 1º desta Resolução, poderá complementá-las antes de instaurar o inquérito civil, visando apurar elementos para identificação dos investigados ou do objeto, instaurando procedimento preparatório. • § 6º O procedimento preparatório deverá ser concluído no prazo de 90 (noventa) dias, prorrogável por igual prazo, uma única vez, em caso de motivo justificável. • § 7º Vencido este prazo, o membro do Ministério Público promoverá seu arquivamento, ajuizará a respectiva ação civil pública ou o converterá em inquérito civil Inquérito civil ambiental – características • Privativo do MP • ▪ Facultativo • ▪ Aplicação subsidiária do CPC • ▪ Finalidade: colheita de provas para tutela de direito/interesse difuso (via TAC, ACP…). • ▪ Procedimento investigatório e não sancionatório (não se aplica contraditório). Inquérito civil ambiental - princípios ▪ legalidade (fundamentação e pressupostos – indícios de autoria e prova da materialidade; ▪ obrigatoriedade — é dever do MP a instauração se presentes pressupostos (salvo ACP ) ▪ publicidade (em regra) Inquérito civil ambiental - prazo • Art. 9º O inquérito civil deverá ser concluído no prazo de um ano, prorrogável pelo mesmo prazo e quantas vezes forem necessárias, por decisão fundamentada de seu presidente, à vista da imprescindibilidade da realização ou conclusão de diligências, dando-se ciência ao Conselho Superior do Ministério Público, à Câmara de Coordenação e Revisão ou à Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão. Inquérito civil ambiental - arquivamento • LACP, Art. 9º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, se convencer da inexistência de fundamento para a propositura da ação civil, promoverá o arquivamento dos autos do inquérito civil ou das peças informativas, fazendo-o fundamentadamente. § 1º Os autos do inquérito civil ou das peças de informação arquivadas serão remetidos, sob pena de se incorrer em falta grave, no prazo de 3 (três) dias, ao Conselho Superior do Ministério Público. • § 2º Até que, em sessão do Conselho Superior do Ministério Público, seja homologada ou rejeitada a promoção de arquivamento, poderão as associações legitimadas apresentar razões escritas ou documentos, que serão juntados aos autos do inquérito ou anexados às peças de informação. • § 3º A promoção de arquivamento será submetida a exame e deliberação do Conselho Superior do Ministério Público, conforme dispuser o seu Regimento. • § 4º Deixando o Conselho Superior de homologar a promoção de arquivamento, designará, desde logo, outro órgão do Ministério Público para o ajuizamento da ação. Desarquivamento: novas provas ou fato novo relevante (art 12 Res 23 CNMP) Termo de ajustamento de conduta (TAC) • LACP Art. 5º, § 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante cominações, que terá eficácia de título executivo extrajudicial. TAC - conceito da Res. 179 CNMP • Regulamenta o § 6º do art. 5º da Lei nº 7.347/1985, disciplinando, no âmbito do Ministério Público, a tomada do compromisso de ajustamento de conduta. Art. 1º O compromisso de ajustamento de conduta é instrumento de garantia dos direitos e interesses difusos e coletivos, individuais homogêneos e outros direitos de cuja defesa está incumbido o Ministério Público, com natureza de negócio jurídico que tem por finalidade a adequação da conduta às exigências legais e constitucionais, com eficácia de título executivo extrajudicial a partir da celebração. Momento de celebração • Res. 179 CNMP, Art. 3º O compromisso de ajustamentode conduta será tomado em qualquer fase da investigação, nos autos de inquérito civil ou procedimento correlato, ou no curso da ação judicial, devendo conter obrigações certas, líquidas e exigíveis, salvo peculiaridades do caso concreto (…) Conteúdo do TAC ▪ qualificação das partes; ▪ identificação precisa do seu objeto; ▪ estabelecimento de prazos de cumprimento; ▪ aviso de que é celebrado com força de título executivo extrajudicial ou judicial, conforme o caso; ▪ cláusula penal para casos de seu descumprimento; ▪ obrigação de dar publicidade ao instrumento. TAC tomado por outro legitimado que não o MP • Necessita de ratificação por parte do Ministério Público? • Art. 5º. § 1º O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará obrigatoriamente como fiscal da lei. • Predomina que não é necessária aquiescência ministerial. LEI Nº 4.717, DE 29 DE JUNHO DE 1965. Regula a ação popular. • Art. 1º Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou a declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Municípios, ... (+ ADM INDIRETA)... haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita ânua, de empresas incorporadas ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, e de quaisquer pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas pelos cofres públicos. Conceito de patrimônio público • § 1º - Consideram-se patrimônio público para os fins referidos neste artigo, os bens e direitos de valor econômico, artístico, estético, histórico ou turístico. • MENOS DE 50%? • § 2º Em se tratando de instituições ou fundações, para cuja criação ou custeio o tesouro público concorra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita ânua, bem como de pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas, as conseqüências patrimoniais da invalidez dos atos lesivos terão por limite a repercussão deles sobre a contribuição dos cofres públicos. • CIDADÃO? • § 3º A prova da cidadania, para ingresso em juízo, será feita com o título eleitoral, ou com documento que a ele corresponda. OBJETO • O objeto da ação popular é anular atos comissivos ou omissivos que sejam lesivos ao patrimônio público e condenar os responsáveis pelo mesmo a restituir o bem ou indenizar por perdas e danos. • Na ação popular pleiteia-se a anulação do ato lesivo e a condenação dos responsáveis ao pagamento d perdas e danos ou à restituição de bens e valores, conforme a letra da lei.