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LAG BAÔMER
o Rabi Shimon 
bar Iochai e o 
ZÔHAR
Lag Baômer, 
o raBi Shimon Bar iochai 
e o Zôhar
 
Extraído de MEDITaÇÃO E CaBaLÁ, de aryeh Kaplan, Editora Sêfer.
 
Dentre os discípulos do Rabi Akiva, o mais proeminente 
místico foi o Rabi Shimon bar Iochai, mais conhecido como 
o autor do Zôhar. Embora o Rabi Shimon obviamente tenha 
recebido boa parte da tradição mística do Rabi Akiva, ele 
não foi considerado seu principal discípulo nesta área. Esta 
honra foi reservada para um colega do Rabi Shimon: o Rabi 
Chanania ben Chanichai.27
Entretanto, uma nova escola foi desenvolvida pelo Rabi 
Shimon. O relato dos treze anos que o Rabi Shimon ficou 
numa caverna com seu filho, escondendo-se dos oficiais 
romanos, é bem conhecido. O Rabi Shimon havia criticado 
os romanos e foi sentenciado à morte, escapando por pouco 
para esta caverna. Durante sua estada lá, o Rabi Shimon 
empenhou-se em meditações esotéricas e orações, até se 
tornar digno de uma revelação mística do profeta Elias. Este 
ensinou-lhe os mais profundos mistérios, os quais vieram 
mais tarde a fazer parte do corpo central do Zôhar.
O Rabi Shimon deixou a caverna por volta do ano 
138 da e.c., pouco depois da morte do Imperador Adriano, 
e estabeleceu uma nova escola de misticismo. Esta escola 
continuaria depois de sua morte e, mais ou menos setenta 
anos mais tarde, seus discípulos registraram seus principais 
ensinamentos, formando a parte central do Zôhar. Esses 
últimos escritos foram diferenciados da “Primeira Mishná” 
escrita pelo próprio Rabi Shimon.28 A escola do Rabi Shimon 
sobreviveu por muitos anos, durante os quais adições 
menores foram feitas à literatura zohárica. Por cerca de mil 
anos, este corpo de literatura consistia de volumes de notas, 
restritas a uma ínfima sociedade secreta. Com a dissolução 
final desta sociedade, os manuscritos foram escondidos em 
uma cova, e não foram descobertos até o século 13. Eles 
finalmente chegaram às mãos do Rabino Moshe de Leon, 
um dos mais proeminentes cabalistas de seu tempo, que os 
editou e publicou em 1290. Os cabalistas de sua geração 
os reconheceram como autênticos e ele foram aceitos 
virtualmente sem nenhuma controvérsia.
Pairam algumas questões sobre a autenticidade do 
Zôhar, especialmente dentre historiadores seculares e 
adversários da Cabalá. Alguns presumem que o Rabino 
Moshe de Leon foi seu verdadeiro autor. O fundamento 
principal desta alegação é um relato feito por outro 
proeminente cabalista daquela época, o Rabino Isaac de 
Aco. Ele escreve que foi visitar o Rabino Moshe para ver os 
manuscritos originais do Zôhar, mas quando ele chegou, 
o Rabino Moshe tinha morrido. Então foi informado que 
os manuscritos nunca existiram e que o Rabino Moshe era 
o verdadeiro autor do Zôhar. É calcado neste relato que 
se baseia toda especulação relativa à autoria medieval do 
Zôhar.
Entretanto, há consideráveis interrogações a respeito da 
veracidade da história relatada ao Rabi Isaac. Por exemplo, é 
notório que, no passado, pessoas ignorantes frequentemente 
destruíam ou vendiam manuscritos para que o pergaminho 
pudesse ser reutilizado. É perfeitamente plausível que a esposa 
do Rabino Moshe tenha feito isto, e então, embaraçada por 
não tê-los mais, afirmou que eles nunca existiram. O mais 
importante, porém, é que o Rabi Isaac de Aco investigou 
o assunto a fundo, determinado a esclarecer a verdade dos 
fatos. Embora os resultados exatos de sua investigação não 
sejam conhecidos, é fato incontestável que, posteriormente, 
ele aceitou a autenticidade do Zôhar. Isto será discutido 
longamente no capítulo sobre o Rabino Isaac de Aco.
Aparentemente, o Zôhar não contém nada que diz 
respeito aos métodos de meditação mística. Ele contém 
muitas alusões a Nomes e permutações de letras, mas não 
fornece uma chave de como eles deveriam ser utilizados. 
Coube ao Ari abrir as portas do Zôhar e demonstrar como 
seus métodos deviam ser utilizados.
 
excertos do Zôhar
[Depois a morte do Rabi Shimon bar Iochai,] o Rabi 
Chiya prostrou-se sobre a terra e beijou o chão. Chorando, 
disse: “Poeira, poeira, quão inflexível és tu! Quão teimosa 
és tu! As coisas mais desejáveis decaem em ti. Tu consomes 
e pulverizas todos os pilares de luz do mundo. Quão 
impertinente és tu! A luz sagrada que iluminava o mundo, 
o grande líder que governa o mundo inteiro e cujo mérito 
sustenta o mundo, está consumido por ti! Ó Rabi Shimon, 
lâmpada brilhante, luz do mundo, tu estás decaindo na 
poeira. Mas tu ainda vives, direcionando a comunidade.”
Ele foi surpreendido por um instante. Então ele disse: 
“Poeira, poeira, não sejas orgulhosa! O pilar do mundo não 
será dado a ti. O Rabi Shimon não está reduzido ao pó em 
teu seio.”
Quando o Rabi Chiya levantou, estava chorando. Ele 
foi embora e o Rabi Iossi o acompanhou. Ele jejuou por 
quarenta dias a fim de poder ser capaz de ver o Rabi Shimon, 
mas disseram: “Tu não és digno de vê-lo.” Ele chorou e então 
jejuou outros quarenta dias.
Ele teve uma visão. Ele viu o Rabi Shimon e seu filho 
Eliezer estudando um conceito que ele havia discutido com 
o Rabi Iossi. Muitos milhares [de pessoas] escutavam suas 
palavras.
Naquele momento, ele viu muitas asas grandes. O Rabi 
Shimon e seu filho Eliezer estavam montados nelas; eles 
ascenderam à Academia dos Céus. Enquanto estiveram lá, as 
asas esperaram por eles.
Ele então viu [o Rabi Shimon e seu filho Eliezer] 
voltando. Eles brilhavam com uma glória renovada, mais 
brilhante que o sol.
O Rabi Shimon revelou-se e disse: “Deixe o Rabi Chiya 
entrar. Deixe que ele veja com que grandeza o Santíssimo – 
abençoado seja! – renova a face dos justos no Mundo Vindouro. 
Feliz é ele, que vem aqui sem envergonhar-se. Feliz é ele, que 
pode estar neste mundo como um pilar poderoso.” [O Rabi 
Chiya então] viu [a si mesmo] entrar. O Rabi Eliezer estava 
ereto e todos os outros, que estavam sentados, [levantaram-
se ante o Rabi Chiya]. Ele estava muito envergonhado, mas 
entrou e sentou-se aos pés do Rabi Shimon.
(N.T.: Em meditações profundas, é muito comum a 
pessoa ter a vívida sensação de que está em outro lugar com 
personagens poderosos e interagindo com eles. Na chamada 
projeção astral, existe uma dissociação, tem-se a nítida visão 
de si mesmo como se fosse num filme de cinema, sendo que o 
observador vivencia a experiência do observado.)
Uma Voz foi escutada, proclamando: “Abaixa teus 
olhos. Não levantes tua cabeça. Não olhes fixamente.” Ele 
abaixou seus olhos, mas viu uma luz brilhando a uma grande 
distância.
A Voz voltou como antes, e disse: “Ó tu, no alto, que estás 
oculto e escondido, abre teus olhos! Ó tu, que voas através de 
todos os mundos, olha fixamente e vê! Ó tu, que dormes com 
os olhos selados para baixo, desperta!”
“Quem dentre vós tem transformado escuridão em luz 
ou amargura em doçura antes de vir aqui? Que dentre vós 
esperou cada dia pela luz que brilha quando o Rei visita sua 
gazela? Para este, esse é o tempo em que a Glória é aumentada, 
e Ele é chamado de Rei acima de todos os reis do mundo. 
Aquele que não espera por isso a cada dia no mundo de baixo 
não tem nenhuma porção aqui.”
Naquele instante, [o Rabi Chiya] viu um número do 
grupo circundando todo o pilar ereto, e ele os viu serem 
elevados à Academia Divina. Alguns ascendiam enquanto 
outros descendiam. E acima de todos eles, estava o Mestre 
das Asas.29
Ele fez um juramento de que escutou atrás da barreira 
(Paróchet, o véu – N.T.) que, a cada dia, o Rei recorda sua 
Gazela, (uma alusão à Terra de Israel, também conhecida 
como a Terra do Cervo – N.T.) que dorme na poeira, e a 
visita.30 E neste tempo, Ele golpeia 390 firmamentos e todos 
eles são confundidos e tremem ante Ele. Ele derrama lágrimas 
por causa dela, e aquelas lágrimas, fervendo como fogo, caem 
dentro do grande oceano. As lágrimas permanecem lá, e 
como resultado de seu Poder, o Mestre do Oceano é capaz de 
santificar o Nome do Rei Sagrado. Ele aceita sobre ele mesmo 
para engolir todas as águas da Criaçãoe as reúne dentro de 
si. Então, todas as pessoas virão juntamente para o Povo 
Sagrado, e as águas serão drenadas para cima de modo que 
eles serão capazes de andar sobre a terra seca.
Enquanto isto aconteceu, ele escutou uma voz 
proclamando: “Abri caminho, abri caminho para o Rei, o 
Messias, que está vindo à academia do Rabi Shimon!”
(Todos os justos estão dirigindo as academias no alto, 
e todas as academias terrestres têm suas contrapartidas lá. 
Todo os companheiros de cada academia ascendem de suas 
próprias escolas à academia Divina. O Messias vem em todas 
essas academias, autenticando a Torá dos lábios dos Sábios.)
Naquele momento, o Messias veio para [a academia do 
Rabi Shimon]. Ele estava usando as mais altas coroas, dadas 
a ele pelos dirigentes das academias.
Todo os companheiros ficaram de pé e o Rabi Shimon 
também levantou-se, e com ele uma luz ascendeu às alturas 
do Firmamento. [O Messias] disse para ele: “Ó Rabi, feliz és 
tu. Teus ensinamentos da Torá ascendem com 370 luzes, e 
cada luz está separada em 613 significados.31 Estas ascendem 
e são imergidas em um rio de puro bálsamo. O Santíssimo 
– abençoado seja! – autentica a Torá de tua academia, assim 
como a da academia de Ezequias, rei de Judá, e da academia 
de Achiya, o Shilonita.” 32
“Eu não vim para autenticar a Torá de tua academia, 
mas unicamente porque o Mestre das Asas veio aqui. Eu sei 
que ele não entra em qualquer academia que não a tua.”
O Rabi Shimon então disse a ele do juramento emitido 
pelo Mestre das Asas. O Messias levantou sua voz e tremeu. Os 
firmamentos, o grande oceano e o Leviatã, todos tremeram, e 
isto pareceu como se o mundo pudesse ser destruído.
Naquele momento [o Messias] viu Chiya sentando aos 
pés do Rabi Shimon. Ele disse: “Quem permitiu que uma 
pessoa, usando as vestes do mundo físico, viesse aqui?” O 
Rabi Shimon respondeu: “Ele é Chiya, a luz brilhante da 
Torá.” [O Messias] disse: “Deixai ele e seus filhos morrerem 
para que possam entrar em tua academia.”32
E o Rabi Shimon respondeu: “Que lhe seja dado mais 
tempo [na terra].” A ele foi então dado tempo adicional. Ele 
deixou aquele lugar, tremendo, com lágrimas escorrendo de 
seus olhos. Chiya tremeu, chorou e disse: “Feliz é a porção 
dos justos naquele mundo! E feliz é a porção do filho de 
Iochai, que é digno de tudo isto!”
Zôhar 1:4a
* * *
 
O Rabi Aba disse:
Certa vez, eu vim para uma cidade das pessoas do Oriente 
e eles revelaram alguma sabedoria que tinham herdado dos 
tempos antigos. Eles também tinham livros explicando esta 
sabedoria e eles me trouxeram um desses livros.
Naquele livro estava escrito que, quando uma pessoa 
medita neste mundo, um espírito (rúach) é transmitido para 
ele do alto. O tipo de espírito depende do desejo ligado a ele. 
Se sua mente se liga a alguma coisa sublime e sagrada, então 
é isto que ele transmite abaixo para si mesmo. Mas se sua 
mente se liga ao Outro Lado, e ele medita sobre isto, então 
será isso o que ele transmitirá abaixo para ele mesmo (ou 
seja, se você meditar em saúde, virá o espírito ligado à saúde 
– N.T.). Eles disseram: “Tudo isto conta com palavra, ato e 
desejo do indivíduo para ligar-se a ele mesmo. Através disso, 
ele transmite para baixo (ou seja, ao mundo material – N.T.), 
para si mesmo, aquele lado para o qual se ligou.”
Naquele livro eu encontrei todos os ritos e práticas 
[idólatras] envolvidas na adoração das estrelas e constelações. 
Isto incluiu as coisas necessárias para tais ritos, assim como 
instruções de como alguém deve meditar para transmitir sua 
[influência] para ele mesmo.
Do mesmo modo, aquele que deseja ligar-se no alto 
através do rúach hacodesh, deve fazer também com ato, 
palavra e desejo do coração, meditando naquela área. É isto 
que conta quando deseja unir-se a alguma coisa e transmitir 
sua influência para ele mesmo...
Eu disse para eles: “Minhas crianças, as coisas neste 
livro são muito próximas aos ensinamentos da Torá. (N.T.: 
Certamente, se não houvesse uma ligação muito grande 
entre esse conhecimento com a Torá, isto não estaria citado 
no Zôhar!) Mas vocês deve guardar-se destes livros a fim de 
que seus corações não sejam levados para práticas [idólatras] 
e todas as [outras] facetas mencionadas lá, para que vocês 
não sejam desviados de servir ao Santíssimo.”
Todos esses livros podem confundir uma pessoa. Isto se 
dá porque as pessoas do Oriente foram grandes sábios, que 
herdaram esta sabedoria de Abrahão. Ele a deu aos filhos de 
suas concubinas, como está escrito: “Aos filhos das concubinas, 
que Abrahão tinha tomado, Abrahão deu presentes” (Gênesis 
25:6).33 [Originalmente, isto era sabedoria verdadeira] que, 
mais tarde, misturou-se a muitos lados [idólatras].
Zôhar 1:99b
* * *
 
Feliz é aquele que eleva sua fé em Deus, tomando a 
Presença Divina, que consiste de Dez Ditos, e coloca-os 
em um único pensamento, um único desejo, sem qualquer 
mistura de nenhum modo. Toda e cada Sefirá (Emanação 
Divina) está plantada nela, e este é o Jardim em que todas as 
Sefirot são Um...34
Quando uma pessoa deseja unificar o Santíssimo e 
Sua Divina Presença (os aspectos masculino e feminino do 
Divino), ele deve banir todos os outros pensamentos. [Tais 
pensamentos] são as Klipót (cascas), sobre as quais está 
escrito: “Há muitos pensamentos no coração do homem” 
(Provérbios 19:21). Então, ele deve trazer a Presença Divina 
dentro de sua mente, como o verso continua: “Mas o conselho 
de Deus continuará.”
Quando um homem vem juntar-se com sua esposa, ele 
deve remover todo o vestuário para estar juntamente com 
ela como um, como está escrito: “Eles serão uma só carne” 
(Gênesis 2:24). De forma similar, ele deve remover todos os 
outros [pensamentos, que servem como almas] vestuários ao 
fazer a Unificação duas vezes ao dia, declarando: “Ouve, Israel! 
O Eterno é nosso Deus! O Eterno é Um!” (Deuteronômio 
6:4).35
 
Ticunê Zôhar 66 (98a)
* * *
 
Este é o mistério da Unificação (Yichud). (N.T.: A 
natureza material é fecundada pelo espírito. As diferentes 
alusões amorosas encontradas no Cânticos dos Cânticos 
estão relacionadas a este pensamento.) O indivíduo que é 
digno do Mundo Futuro deve unificar o nome do Santíssimo. 
Ele deve unificar os níveis superior, inferior e os membros, 
unindo-os e trazendo-os ao lugar necessário, onde o nó pode 
ser ligado.36
Este é o mistério de “Ouve, Israel! O Eterno é nosso 
Deus! O Eterno é Um!” O mistério do “Ouve” (Shemá) é o 
Nome (Shem) que se torna setenta (Áyin) nomes.
Esta é a categoria unificada, Israel. E é chamada Israel 
Ancião (Yisrael Saba), como há também uma menor [Israel]. 
Com relação a [este último] está escrito: “Israel é uma criança 
e Eu o amarei” (Oseias 11:1). Mas [o que é aludido em “Ouve, 
Israel”] é o Israel Ancião.
[Este Israel Ancião é] um mistério único e uma categoria 
unificada. Assim, “Ouve, Israel” inclui a [arquétipo supremo] 
Fêmea e seu Macho.
Depois que os dois estão entrelaçados, em categoria 
unificada [que é o Israel Ancião], a pessoa deve unificar seus 
membros. Deve combinar o dois Tabernáculos, fazendo-os 
um único corpo.
Esta unificação é efetuada quando a pessoa medita e 
ascende, ligando-se à Existência Infinita (Ên Sof). E é aqui 
que todas as coisas, altas e baixas, são unidas juntamente em 
um único desejo. Este é o mistério de “Será” (YiHYeH), no 
verso “Deus será (Yihie) Um” (Zacarias 14:9). Isto significa 
que [Ele “será Um”] no mistério de YiHYeH.
A letra Yod deve ser ligada à letra hê para fazer YH. 
Esta é a Câmara Interior [pois essas são as primeiras duas 
letras do Tetragramaton, YHVH]. Este é o lugar que esconde 
o ponto mais alto, que é o Yod.
Este é o mistério de “O Eterno é nosso Deus!”. Os dois 
Nomes Divinos representam as letras Yod e hê.
A pessoa deve então juntar todos os corpos no lugar 
do qual eles emanam – esta é a Câmara Interior. Ela os traz 
de volta para seu lugar em sua essência, fundação e raiz, 
elevando-os ao lugar que é a Raiz da Aliança (do Pacto).
Então deve se concentrarno segundo par de letras [no 
YiHYeH]. Ele deve unir [o segundo] Yod com [o segundo] 
hê.
Yod é o mistério da Aliança Sagrada. hê é a Câmara, 
o lugar no qual a Aliança/Pacto Sagrado, que é o Yod, está 
escondido. E ainda que nós tenhamos declarado [em qualquer 
outra parte] que este é o Vav [no Tetragramaton, YHVH,] 
aqui ele é um Yod. O mistério é que os dois são unidos como 
um.
“[O Eterno é] Um.” Isto indica que a pessoa deve tomar 
tudo de lá (de cima) e unificá-los como um.
A pessoa deve elevar a mente a fim de uni-los todos em 
um nó, e então deve elevar a mente com temor e amor até 
alcançar a Existência Infinita (Ên Sof). Ao mesmo tempo, 
entretanto, não deve permitir que a mente abandone todos 
os outros níveis e membros. Mas a mente deveria ascender 
com todos eles, ligando-os de modo que todos eles sejam um 
nó único na Existência Infinita (Ên Sof). Esta é a Unificação 
(Yichud) de Rav Amnúna, o Ancião. Ele aprendeu isto de seu 
pai, e seu pai aprendeu do mestre dele, que recebeu a tradição 
dos lábios do Profeta Elias.
Zôhar 2:216a
* * *
notas 
27. Chaguigá 146.
28. O Chabura Cadinaa, mencionado no Zôhar 3:219b. Veja Kissê 
Melech em Ticunê Zôhar (Jerusalém, 5723) #7, “Beagada” pág. 7b; 
Sichot Haran 278. A edição final do Zôhar foi escrita aparentemente 
pelo Rabi Aba, veja Rabino David Luria, Cadmut Sêfer Hazohar 5:2.
29. Este é o anjo Metatron.
30. A Corça é a Divina Presença (Shechiná).
31. O número 613 é o número de Mandamentos na Torá. Também é o 
número de partes no corpo, que consiste de 248 membros e 365 veias. 
Veja Macot 24a. Targum Ionatan sobre Gênesis 1:27. O Ari discutiu as 
370 luzes em detalhes, veja Shaar Hahacdamot (Ashlag Ed., Tel Aviv, 
1961) pág. 235, Ets Chayim, Shaar Klipat Nogá 4. Em geral, o valor 
numérico da palavra Chashmal é 378, e isto está associado às 370 Luzes.
32. Achiyá o Shilonita é mencionado em 1 Reis 11:29, 14:2. Dizem que 
ele era da geração do Êxodo e que foi o predecessor de Elias, veja Baba 
Batra 121b, Introdução para Iad, Zôhar 3:309a, Zôhar Chadash 19a. Foi 
dito que Achiyá fora o mestre do Baal Shem Tov, veja capítulo 7, nota 
15.
33. O verso continua: “e ele os enviou ao leste”. Veja San’hedrin 916, 
Beer Sheva ad. loc., Rabino Iehudá de Barcelona em Sêfer Ietsirá 
(Berlim, 1885) pág. 159; Zôhar 1:133b, 1:233a.
34. As Sefirot são as Divinas Emanações que Deus criou para dirigir o 
universo. Todas elas entram unidas na mais baixa Malchut-reino, que 
está associada à Divina Presença (Shechiná).
35. Veja Zôhar 3:25a. Vela também Toledot Iaacov Iossef, Shelach 
(Korets, 1780), pág. 138c.
36. Veja Shaarê Orá 3, 4 (Varsóvia, 1883) pág. 376. Isto é citado abaixo, 
págs. 147-148.

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