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Sistem� Respiratóri� aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa�
Beatriz Ignacio Carvalho - @beasroutine
1. VIAS AÉREAS SUPERIORES
………….NARIZ…………..
Órgão especializado no sistema respiratório
que consiste em uma parte externa visível e
uma externa, chamada de cavidade nasal.
Estrutura óssea: frontal, ossos nasais e
maxilas.
Estrutura cartilaginosa: cartilagem do septo
nasal, cartilagens nasais acessórias e
cartilagens alares.
As estruturas internas do nariz possuem três
funções:
1. Aquecimento, umidificação e
filtragem do influxo de ar;
2. Detecção de estímulos olfatórios;
3. Modificação das vibrações da fala à
medida que elas passam pelas
grandes e ocas câmaras de
ressonância.
O septo nasal divide a cavidade nasal nos
lados direito e esquerdo.
A parte anterior é composta por cartilagem
hialina.
O restante é formado pelos ossos vômer,
lâmina perpendicular do etmóide, maxila e
palatinos.
Cavidade nasal:
Anteriormente: cavidade nasal se funde ao
nariz.
Posteriormente: comunica-se com a faringe
pelas duas aberturas (coános).
- Ductos dos seios paranasais -
drenam muco
- Ductos lacrimonasais - drenam
lágrimas
Ossos do crânio que contém os seios
paranasais:
- Frontal
- Esfenoide
- Etmoide
- Maxila
As paredes laterais da cavidade nasal são
formadas por:
- Etmoide
- Maxila
- Lacrimal
- Palatino
- Concha nasal inferior
OBS: Palatino e processos palatinos da maxila
formam o palato duro e constituem o
assoalho da cavidade nasal.
Circulação do ar pelas narinas:
O ar entra pelas narinas, passa pelo vestíbulo
do nariz que contém pêlos grossos (filtram as
grandes partículas de poeira).
Depois, passa pelas conchas nasais superior,
inferior e média e pelos meatos.
O arranjo das conchas aumenta a área de
superfície da cavidade nasal e evita a
desidratação por aprisionamento de
gotículas de água durante a expiração.
Além disso, também ajuda no aquecimento
do ar pelo sangue dos capilares presentes ali.
O muco secretado pelas células caliciformes
umedece o ar e retém partículas de poeira.
A drenagem do ducto lacrimonasal também
ajuda a umedecer o ar e às vezes é assistida
por secreções dos seios paranasais.
Os cílios movem o muco e as partículas de
poeira retidas em direção à faringe, onde
podem ser engolidas ou cuspidas,
As células receptoras olfatórias, as células
de sustentação e as células basais se
encontram na região respiratória, que está
perto da concha nasal superior e septo
adjacente. Essas células formam o epitélio
olfatório. Este contém cílios, mas não há
células caliciformes.
……. FARINGE … ….
Tubo em forma de funil. Começa nos coános
e se estende para o nível da cartilagem
cricóidea, a cartilagem mais inferior da
laringe.
Encontra-se discretamente posterior às
cavidades nasais e oral, superior à laringe e
anterior às vértebras cervicais.
Parede constituída por músculos esqueléticos
e revestida por túnica mucosa. A contração
desses músculos ajuda na deglutição e o
relaxamento ajuda a manter a faringe
patente.
Atua como passagem para ar, comida,
fornece câmara de ressonância para os sons
e abriga as tonsilas (participam das reações
imunológicas).
Regiões anatômicas:
1. Nasofaringe: encontra-se posterior à
cavidade nasal e vai até o palato mole.
O palato mole forma a porção
posterior do céu da boca. É uma
partição muscular em forma de arco
entre as partes nasal e oral da faringe
que é revestida por túnica mucosa.
Há cinco aberturas na sua parede:
dois cóanos, dois óstios que
conduzem às tubas auditivas e a
abertura para a parte oral da faringe.
A parede posterior também contém a
tonsila faríngea.
Por meio dos cóanos, a parte nasal da
faringe recebe o ar da cavidade
nasal, juntamente com o muco com
pó.
A parte nasal da faringe é revestida
por epitélio colunar
pseudoestratificado ciliado, e os
cílios movem o muco para baixo em
direção à parte mais inferior da
faringe.
A nasofaringe também troca
pequenos volumes de ar com as
tubas auditivas para equalizar a
pressão do ar entre a orelha média e
a atmosfera.
2. Orofaringe: posterior à cavidade oral
e se estende desde o palato mole
inferiormente até o nível do hioide.
Ela tem apenas uma abertura, a
fauce (abertura da boca).
Esta porção tem funções
respiratórias e digestórias, servindo
como uma via comum para o ar, a
comida e a bebida.
É revestida por epitélio escamoso
estratificado não queratinizado.
As tonsilas palatina e lingual, são
encontradas na orofaringe.
3. Laringofaringe: começa no nível
hióide.
Em sua extremidade inferior, se abre
posteriormente no esôfago e
anteriormente na laringe.
……… LARINGE ………
Pequena conexão entre a parte laríngea da
faringe e a traqueia. Encontra- se na linha
média do pescoço anteriormente ao esôfago
e às vértebras cervicais IV a VI
A parede da laringe é composta por nove
fragmentos de cartilagem.
Três ocorrem isoladamente
- Cartilagem tireóidea: ligada à
cartilagem cricóidea pelo ligamento
cricotireóideo.
- Epiglote: cartilagem elástica coberta
por epitélio que pode fechar a glote.
- Cartilagem cricóidea: anel de
cartilagem hialina que forma a
parede inferior da laringe. Marco para
fazer a traqueotomia.
Três ocorrem em pares
- Cartilagem aritenóidea: formada por
cartilagem hialina e localizada na
margem posterior superior da
cartilagem cricóidea. Formam as
articulações sinoviais e têm ampla
gama de mobilidade.
- Cartilagem cuneiforme: Anteriores
às corniculadas. Apoia as pregas
vocais e as faces laterais da epiglote.
- Cartilagem corniculada: localizadas
no ápice de cada aritenóidea.
Das cartilagens pares, as aritenóideas são as
mais importantes porque influenciam as
mudanças na posição e na tensão das
pregas vocais (cordas vocais verdadeiras).
Os músculos extrínsecos da laringe
conectam as cartilagens a outras estruturas
na garganta e os músculos intrínsecos
conectam as cartilagens entre si.
A cavidade da laringe é o espaço que se
estende desde a entrada da laringe até a
margem inferior da cartilagem cricóidea.
A parte da cavidade da laringe acima das
pregas vestibulares (cordas vocais falsas) é
chamada de vestíbulo da laringe.
A parte da cavidade da laringe abaixo das
pregas vocais é chamada de cavidade
infraglótica.
A cartilagem tireóidea (pomo de Adão)
consiste em duas lâminas fundidas de
cartilagem hialina que formam a parede
anterior da laringe e conferem a ela um
formato triangular. Maior em homens por
influência dos hormônios sexuais masculinos
em seu crescimento durante a puberdade.
O ligamento que liga a cartilagem tireóidea
ao hioide é chamado membrana
tíreo hióidea.
A epiglote é um segmento grande de
cartilagem elástica em forma de folha que é
recoberta por epitélio. Existe uma parte
inferior afilada (pecíolo epiglótico) que está
conectada à margem anterior da cartilagem
tireóidea. A parte superior ampla em forma
de “folha” da epiglote (cartilagem epiglótica)
não está presa a nenhuma estrutura e se
move para cima e para baixo como um
alçapão.
Durante a deglutição, a faringe e a laringe se
movem para cima. A elevação da faringe
amplia- a para receber alimentos ou bebidas;
a elevação da laringe faz com que a
epiglote se mova para baixo e cubra a glote,
fechando -a.
A glote é composta por um par de pregas de
túnica mucosa, as pregas vocais (cordas
vocais verdadeiras) na laringe, e o espaço
entre elas é chamado de rima da glote. O
fechamento da laringe desta maneira durante
a deglutição desvia líquidos e alimentos para
o esôfago e os mantêm fora da laringe e das
vias respiratórias.
Quando pequenas partículas de poeira,
fumaça, alimentos ou líquidos passam para a
laringe, ocorre um reflexo de tosse,
geralmente expelindo o material.
…….. PRODUÇÃO DOS SONS …….
As pregas vocais são as principais estruturas
envolvidas na produção da voz.
Profundamente à túnica mucosa das pregas
vocais, estão faixas de ligamentos elásticos
entre as rígidas cartilagens da laringe.
Músculos intrínsecos da laringe se inserem
tanto às cartilagens rígidas quanto às pregas
vocais. Quando os músculos se contraem,
eles movem as cartilagens, que tensionam
os ligamentos elásticos, e issodistende as
pregas vocais para fora para as vias
respiratórias, de modo que a rima da glote é
estreitada.
Contrair e relaxar os músculos varia a tensão
nas pregas vocais, de modo semelhante a
soltar ou apertar uma corda de violão. O ar
que passa pela laringe vibra as pregas e
produz som (fonação) pela criação de
ondas de som na coluna de ar na faringe,
no nariz e na boca. A variação do tom do
som está relacionada com a tensão nas
pregas vocais.
Quanto maior a pressão do ar, mais alto o
som produzido pela vibração das pregas
vocais.
Quando os músculos intrínsecos da laringe se
contraem, eles puxam as cartilagens
aritenóideas, o que faz com que as cartilagens
girem e deslizem. A contração dos músculos
cricoaritenóideos posteriores, por exemplo,
afasta as pregas vocais (abdução), abrindo
assim a rima da glote. Por outro lado, a
contração dos músculos cricoaritenóideos
laterais aproximas as pregas vocais uma da
outra (adução), fechando assim a rima da
glote. Outros músculos intrínsecos podem
alongar (e colocar tensão sobre) ou encurtar
(e relaxar) as pregas vocais.
A produção dos sons das vogais é feita pela
constrição e relaxamento dos músculos da
parede da faringe. Já os músculos da face,
língua e lábios nos ajudam a pronunciar a
palavra, possibilitando a fala das consoantes.
Além disso, há a diferença de tom do som,
que é controlado pelas pregas vocais. Se
estas estiverem esticadas pelos músculos,
vibram mais rápido (frequência maior) e
resultam em um tom maior (mais agudo). Se
houver a diminuição dessa tensão muscular,
elas vibram mais lentamente (menor
frequência) e produzem tons mais baixos
(mais graves).
O que diferencia a fala dos homens e das
mulheres?
Essa diferença, basicamente, consiste no fato
do homem ter a voz mais grave e, a mulher,
mais aguda. Isso ocorre por causa da
influência de andrógenos (hormônios sexuais
masculinos), os quais atuam na laringe dos
homens durante a adolescência, fazendo com
que as pregas vocais fiquem mais espessas
e maiores e, por isso, vibrem mais
lentamente e produzem o som mais grave,
além de ter menor variação do tom do que
nas mulheres.
…….. TRAQUEIA …….
Via tubular para o ar. Localizada
anteriormente ao esôfago e se estende
desde a laringe até a margem da vértebra T
V, onde se divide em brônquios primários
direito e esquerdo.
As camadas da parede:
- Túnica mucosa (camada de epitélio
colunar pseudoestratificado ciliado e
uma camada de lâmina própria que
contém fibras elásticas e reticulares).
- Tela submucosa
- Cartilagem hialina
- Túnica adventícia (tecido conjuntivo
areolar)
……. BRÔNQUIOS ……
No ponto em que a traqueia se divide em
brônquios principais direito e esquerdo, uma
crista interna chamada de carina é formada
por uma projeção posterior e um pouco
inferior da última cartilagem traqueal.
A túnica mucosa da carina é uma das áreas
mais sensíveis de toda a laringe e traqueia
para desencadear um reflexo da tosse.
OBS: O alargamento e distorção da carina é
um sinal grave, pois geralmente indica um
carcinoma dos linfonodos ao redor da região
onde a traqueia se divide.
Ao entrar nos pulmões, o brônquio principal
se divide formando brônquios menores – os
brônquios lobares, uma para cada lobo do
pulmão.
OBS 2: O pulmão direito tem três lobos, o
pulmão esquerdo tem dois.
Os brônquios lobares continuam
ramificando -se, formando brônquios ainda
menores, chamados brônquios
segmentares, que irrigam segmentos
broncopulmonares específicos dentro dos
lobos.
Os brônquios segmentares então se dividem
em bronquíolos. Os bronquíolos também se
ramificam repetidamente e o menor dos
ramos ramifica se em tubos ainda menores
chamados bronquíolos terminais. Estes
bronquíolos contêm células exócrinas
bronquiolares, células colunares não ciliadas
intercaladas entre as células epiteliais.
As células exócrinas bronquiolares podem
proteger contra os efeitos nocivos de
toxinas inaladas e substâncias
cancerígenas, produzem surfactante
(discutido em breve) e funcionam como
células tronco (células estaminais), que dão
origem a várias células do epitélio.
Os bronquíolos terminais representam o fim
da zona de condução do sistema
respiratório. Esta extensa ramificação da
traqueia até os bronquíolos terminais se
assemelha a uma árvore invertida e é
comumente chamada de árvore bronquial.
À medida que a ramificação se torna mais
extensa na árvore bronquial, várias mudanças
estruturais podem ser observadas.
1. A túnica mucosa na árvore bronquial
muda de epitélio colunar
pseudoestratificado ciliado nos
brônquios principais, lobares e
segmentares para epitélio colunar
simples ciliado com algumas células
caliciformes nos bronquíolos maiores.
Nos bronquíolos menores, muda para
epitélio cúbico simples ciliado sem
células caliciformes.
Nos terminais muda para epitélio
cúbico simples não ciliado.
OBS 3: Em regiões com epitélio cúbico
simples não ciliado, as partículas inaladas
são removidas por macrófagos.
2. As lâminas de cartilagem
gradualmente substituem os anéis
incompletos de cartilagem nos
brônquios principais e desaparecem
nos bronquíolos distais.
3. À medida que a quantidade de
cartilagem diminui, a quantidade de
músculo liso aumenta. Este circunda
o lúmen em faixas espiraladas e ajuda
a manter a permeabilidade
OBS 4: Como não há cartilagem no suporte,
espasmos musculares podem fechar as vias
respiratórias. Isso ocorre na asma brônquica.
OBS 5: durante o exercício, a atividade na
parte simpática da divisão autônoma do
sistema nervoso (SNA) aumenta e a medula
da glândula suprarrenal libera os hormônios
epinefrina e norepinefrina; estes dois
eventos causam o relaxamento do músculo
liso nos bronquíolos, que dilata as vias
respiratórias. Como o ar chega aos alvéolos
mais rapidamente, a ventilação pulmonar
melhora.
A parte parassimpática do SNA e os
mediadores de reações alérgicas, como a
histamina, têm efeito oposto, causando
contração do músculo liso brônquico, o que
resulta em constrição dos brônquios distais.
2. VIAS AÉREAS INFERIORES
……. PULMÕES ……
Órgãos cônicos, separados um do outro pelo
coração e por outras estruturas do
mediastino.
Pleura: camada dupla serosa que protege
cada pulmão.
Pleura parietal: camada superficial que
reveste a parede da cavidade torácica
Pleura visceral: camada profunda que
recobre os pulmões propriamente ditos.
Cavidade pleural: entre as duas pleuras.
Contém um pequeno volume de líquido
lubrificante que é secretado pelas
membranas. Este líquido reduz o atrito entre
as membranas. O líquido pleural também faz
com que as duas membranas adiram uma à
outra, um fenômeno chamado de tensão
superficial.
Histologia dos pulmões
➔ Pleura
Temos a visceral e a parietal. Ambos os
folhetos são formados por mesotélio e uma
fina camada de tecido conjuntivo, com fibras
colágenas e elásticas.
➔ Brônquios
A mucosa que reveste os brônquios é do tipo
pseudo-estratificado cilíndrico ciliado com
células caliciformes.
A lâmina própria é constituída de tecido
conjuntivo frouxo rico em fibras elásticas.
Abaixo da mucosa há uma camada muscular
lisa que circunda completamente os
brônquios, ela é constituída por feixes
musculares dispostos em espiral.
Externamente a essa camada muscular
encontram-se a submucosa constituída de
tecido conjuntivo frouxo, e com a presença
das glândulas seromucosas.
Externamente observa-se a túnica adventícia
constituída por tecido conjuntivo frouxo
contendo placas cartilaginosas que
diminuem de tamanho com a diminuição do
calibre dos brônquios.
➔ Bronquíolos
Não há a presença de cartilagem nas suas
paredes.
Epitélio é cilíndrico simples ciliado nas
porções iniciais, e nas finais é cúbico simples.
As células caliciformes diminuem em
número, podendo estar ausentes no final.
A lâmina própria da mucosa dos bronquíolos
é delgada e rica em fibras elásticas.
Em torno da mucosa, há uma camada de
músculo liso cujas células se entrelaçam com
as fibras elásticas.
➔ Bronquíolos terminais
Última parte da porção condutora.
Sua estrutura é semelhante à dos
bronquíolos, tendo, porém, parede mais
delgada, revestidainternamente por epitélio
colunar baixo ou cúbico, com células
ciliadas e não ciliadas.
O epitélio dos bronquíolos terminais
apresenta células bronquiolares secretoras
não ciliadas.
PARTE RESPIRATÓRIA
➔ Bronquíolos respiratórios e ductos
alveolares
O bronquíolo respiratório é um tubo curto, às
vezes ramificado, com estrutura semelhante à
do bronquíolo terminal.
A diferença é as várias descontinuidades na
parede do bronquíolo respiratório, pelas quais
seu lúmen se comunica diretamente com os
alvéolos.
A superfície interna dos bronquíolos
respiratórios é revestida por epitélio simples,
que varia de colunar baixo a cuboide,
podendo apresentar cílios na porção inicial.
Esse epitélio simples não apresenta células
caliciformes.
Quando a parede passa a ser constituída
quase só de saídas de alvéolos, o tubo passa a
ser considerado um ducto alveolar.
➔ Ductos alveolares
Os ductos alveolares são revestidos por
epitélio simples cúbico, mas um epitélio
simples pavimentoso pode ser observado em
suas extremidades.
Uma matriz rica em fibras elásticas e
contendo também fibras reticulares constitui
o suporte para os ductos e os alvéolos.
➔ Sacos alveolares e alvéolos
O ducto alveolar termina em um alvéolo
único, ou mais comumente em sacos
alveolares, que são espaços nos quais se
abrem diversos alvéolos
Os alvéolos são pequenas bolsas semelhantes
aos favos de uma colmeia e apresentam uma
abertura. Assim como os sacos alveolares,
quase sempre a parede de um alvéolo é
comum a dois alvéolos adjacentes, sendo
denominada parede alveolar ou septo
interalveolar.
O septo interalveolar é composto por duas
camadas de células epiteliais separadas por
uma delgada lâmina de tecido conjuntivo
formado de fibras reticulares e elásticas,
substância fundamental e células do
conjuntivo.
➔ Septos interalveolares
Revestidos por dois tipos de células:
pneumócitos tipo I e II.
Tipo I: célula pavimentosa, com citoplasma
muito delgado e núcleo achatado. Facilita a
passagem dos gases.
Tipo II: células arredondadas frequentemente
vistas em grupos de duas ou três células nos
pontos em que as paredes alveolares se
tocam, e o núcleo esférico é maior e mais
claro em relação às demais células da parede
interalveolar. Produzem surfactante.
OBS: Surfactantes - diminuir a tensão
superficial ar- líquido, manter a estabilidade
alveolar impedindo o seu colapso no final da
expiração, diminuir a vasoconstrição do leito
sanguíneo pulmonar, diminuir a resistência
vascular pulmonar aumentando assim a
perfusão pulmonar.
Posição anatômica dos pulmões
Os pulmões se estendem desde o diafragma
até a região discretamente superior às
clavículas e encontra -se contra as costelas
anterior e posteriormente.
A larga parte inferior do pulmão, a base, é
côncava e se encaixa sobre a zona convexa do
diafragma.
A parte superior estreita do pulmão é o ápice.
A superfície do pulmão apoiada sobre as
costelas, a face costal, coincide com a
curvatura arredondada das costelas.
A face mediastinal (medial) de cada pulmão
contém uma região, o hilo do pulmão, por
meio da qual os brônquios, os vasos
sanguíneos pulmonares, os vasos linfáticos e
os nervos entram e saem. Estas estruturas são
mantidas unidas pela pleura e tecido
conjuntivo e constituem a raiz do pulmão.
Medialmente, o pulmão esquerdo também
contém uma concavidade, a incisura
cardíaca, em que o vértice do coração se
encontra.
Em razão do espaço ocupado pelo coração, o
pulmão esquerdo é aproximadamente 10%
menor do que o pulmão direito. Embora o
pulmão direito seja mais espesso e mais largo,
é também um pouco mais curto do que o
pulmão esquerdo, porque o diafragma é
maior no lado direito, acomodando o fígado
que se encontra inferiormente a ele.
Curiosidade: A remoção do excesso de
líquido na cavidade pleural pode ser feita
sem lesionar o tecido pulmonar por meio da
inserção de uma agulha anteriormente
através do 7o espaço intercostal, em um
procedimento chamado de toracocentese. A
agulha é passada ao longo da margem
superior da costela inferior para evitar danos
aos nervos intercostais e vasos sanguíneos.
Inferiormente ao 7o espaço intercostal há o
perigo de penetrar o diafragma.
Lobos, fissuras e lóbulos
Uma ou duas fissuras dividem cada pulmão
em lobos.
Cada lobo recebe seu próprio brônquio lobar.
Assim, o brônquio principal direito dá origem
a três brônquios lobares chamados brônquios
lobares superior, médio e inferior; o brônquio
principal esquerdo dá origem aos brônquios
lobares superior e inferior.
No pulmão, os brônquios lobares dão origem
aos brônquios segmentares, que são
constantes tanto em origem quanto em
distribuição.
O segmento de tecido pulmonar que cada
brônquio segmentar supre é chamado
segmento broncopulmonar.
Cada segmento broncopulmonar dos
pulmões tem muitos pequenos
compartimentos, chamados lóbulos, e cada
lóbulo é envolvido por tecido conjuntivo
elástico e contém um vaso linfático, uma
arteríola, uma vênula e uma ramificação de
um bronquíolo terminal.
Os bronquíolos terminais subdividem- se em
bronquíolos respiratórios.
Eles também têm alvéolos ramificando- se de
suas paredes. Os alvéolos participam das
trocas gasosas, portanto, os bronquíolos
respiratórios iniciam a zona respiratória do
sistema respiratório.
Conforme os bronquíolos respiratórios
penetram mais profundamente nos pulmões,
o revestimento epitelial passa de cúbico
simples para escamoso simples. Os
bronquíolos respiratórios por sua vez se
subdividem em vários ductos alveolares, que
consistem em epitélio escamoso simples.
Alvéolos
Alvéolo: bolsa revestida por epitélio
escamoso simples e apoiada por uma
membrana basal fina e elástica.
Saco alveolar: constituído por dois ou mais
alvéolos que compartilham uma abertura
comum
Presença de pneumócitos tipos I e II, já
explicados na parte de Histologia acima.
Associados à parede alveolar estão os
macrófagos alveolares, que removem
partículas finas de poeira e outros detritos dos
espaços alveolares.
Também são encontrados fibroblastos, que
produzem fibras reticulares e elásticas.
Subjacente à camada de células alveolares do
tipo I está uma membrana basal elástica. Na
face externa dos alvéolos, as arteríolas e
vênulas do lóbulo se dispersam em uma rede
de capilares sanguíneos que consistem em
uma camada única de células endoteliais e
membrana basal.
A troca de O2 e CO2 entre os alvéolos nos
pulmões e o sangue se dá por difusão
através das paredes alveolares e capilares,
que juntos formam a membrana respiratória.
Estendendo se do alvéolo ao plasma
sanguíneo, a membrana respiratória é
composta por quatro camadas:
1. Camada de células alveolares dos
tipos I e II e macrófagos alveolares
2. Membrana basal epitelial
3. Membrana basal capilar
4. Endotélio capilar
Irrigação sanguínea dos pulmões
Os pulmões são irrigados por dois conjuntos
de artérias:
● Artérias pulmonares
● Ramos bronquiais da parte torácica
da aorta.
O sangue venoso passa pelo tronco
pulmonar, que se divide em uma artéria
pulmonar esquerda que entra no pulmão
esquerdo e uma artéria pulmonar direita
que entra no pulmão direito.
OBS: As artérias pulmonares são as únicas
artérias do corpo que transportam sangue
desoxigenado.
O retorno do sangue oxigenado para o
coração ocorre pelas quatro veias
pulmonares, que drenam para o átrio
esquerdo.
Uma característica única dos vasos
sanguíneos pulmonares é a sua constrição
em resposta à hipoxia (baixo nível de O2)
localizada. Em todos os outros tecidos do
corpo, a hipoxia provoca a dilatação dos
vasos sanguíneos para aumentar o fluxo
sanguíneo.
Nos pulmões, no entanto, a vasoconstrição
em resposta à hipoxia desvia sangue
pulmonar de áreas dos pulmões com pouca
ventilação para regiões bem ventiladas para
possibilitar trocas gasosas mais eficientes.
Este fenômeno é conhecido como equilíbrio
ventilação perfusão, porque a perfusão (fluxo
sanguíneo) para cada área dos pulmões
corresponde à extensão da ventilação (fluxo
de ar) para os alvéolos nessa área.
Os ramos bronquiais da parte torácica da
aorta levam sangue oxigenado aos pulmões.
Estesangue perfunde principalmente as
paredes musculares dos brônquios e
bronquíolos. No entanto, existem conexões
entre os ramos bronquiais e os ramos das
artérias pulmonares; a maior parte do sangue
retorna ao coração por meio das veias
pulmonares. Um pouco de sangue drena para
as veias bronquiais, ramos do sistema ázigo, e
retorna ao coração por meio da veia cava
superior.
Ventilação pulmonar
A ventilação pulmonar, ou respiração, é a
inspiração (inalação) e expiração (exalação) do
ar e envolve a troca de ar entre a atmosfera
e os alvéolos dos pulmões.
A respiração externa (pulmonar) é a troca
de gases entre os alvéolos dos pulmões e o
sangue nos capilares pulmonares através da
membrana respiratória. Neste processo, o
sangue capilar pulmonar ganha O2 e perde
CO2.
A respiração interna (tecidual) é a troca de
gases entre o sangue nos capilares
sistêmicos e as células teciduais. Nesta
etapa, o sangue perde O2 e ganha CO2.
Dentro das células, as reações metabólicas
que consomem O2 e liberam CO2 durante a
produção de ATP são denominadas
respiração celular.
Na ventilação pulmonar, o ar flui entre a
atmosfera e os alvéolos dos pulmões em
decorrência das diferenças de pressão
alternadas produzidas pela contração e pelo
relaxamento dos músculos respiratórios.
➔ Inspiração
Para o ar fluir para os pulmões, a pressão
intra -alveolar tem que se tornar mais baixa do
que a pressão atmosférica. Essa condição é
alcançada ao aumentar o tamanho dos
pulmões.
Diferenças de pressão causadas por
alterações no volume do pulmão forçam o ar
para dentro dos pulmões quando inspiramos
e expiramos. Para que a inspiração ocorra, os
pulmões precisam se expandir, o que
aumenta o volume pulmonar e, assim,
diminui a pressão nos pulmões para níveis
inferiores aos da pressão atmosférica. O
primeiro passo na expansão dos pulmões
durante a inspiração tranquila normal envolve
a contração do principal músculo inspiratório,
o diafragma, com a resistência dos
intercostais externos.
➔ Expiração
Ocorre quando a pressão dos pulmões a
pressão nos pulmões é maior do que a
pressão atmosférica.
A expiração resulta da retração elástica da
parede torácica e dos pulmões, sendo que
ambos têm uma tendência natural de
retornar à posição inicial depois de terem sido
distendidos.
Duas forças dirigidas para dentro contribuem
para a retração elástica:
1. A retração das fibras elásticas que
foram distendidas durante a
inspiração
2. A força para dentro da tensão
superficial decorrente da película de
líquido alveolar.
A expiração começa quando a musculatura
inspiratória relaxa. À medida que o diafragma
relaxa, sua cúpula se move superiormente,
graças a sua elasticidade.
Fatores que influenciam na ventilação
pulmonar
1. Tensão superficial do líquido alveolar
2. Complacência pulmonar - esforço
necessário para distender os pulmões
e a parede torácica.
3. Resistência das vias respiratórias
VOLUMES E CAPACIDADES
PULMONARES …. .
O volume de uma respiração é chamado
volume corrente (VC). A ventilação minuto
(VM) – o volume total de ar inspirado e
expirado a cada minuto – é dada pela
frequência respiratória multiplicada pelo
volume corrente:
VM = 12 ciclos/min × 500 ml/respiração = 6
l/min
OBS: O aparelho utilizado para medir o
volume de ar trocado durante a respiração e a
frequência respiratória é o espirômetro.
- Volume de reserva inspiratório: ar
adicional inspirado.
- Volume de reserva expiratório:
expirar com o máximo de força
possível faz expirar mais ar do que o
normal.
- Volume expiratório forçado no
primeiro segundo (VEF1): volume de
ar que pode ser expirado pelos
pulmões em 1 s, ao esforço máximo
depois de uma inspiração máxima.
- Volume residual: ar que permanece
nas vias respiratórias não colabáveis
A capacidade inspiratória é a soma do
volume corrente e do volume de reserva
inspiratório.
A capacidade residual funcional é a soma do
volume residual e do volume de reserva
expiratório.
A capacidade vital é a soma do volume de
reserva inspiratório, volume corrente e
volume de reserva expiratório.
A capacidade pulmonar total é a soma da
capacidade vital e do volume residual.
…….. TROCA DE O2 E CO2 …….
A troca de oxigênio e dióxido de carbono
entre o ar alveolar e o sangue pulmonar
ocorre por meio da difusão passiva, regida
pelo comportamento dos gases, como
descrito por duas leis dos gases, a lei de
Dalton e a lei de Henry.
Lei de Dalton: cada gás em uma mistura de
gases exerce a sua própria pressão como se
não houvesse outros gases.
Lei de Henry: afirma que o volume de um gás
que se dissolve em um líquido é proporcional
à pressão parcial do gás e à sua solubilidade.
A taxa de trocas gasosas pulmonar e
sistêmica depende de vários fatores:
1. Diferença de pressão parcial dos
gases.
2. Área de superfície disponível para as
trocas gasosas.
3. Distância de difusão.
4. Peso molecular e solubilidade dos
gases.
Transporte de Oxigênio
O oxigênio, inspirado ao nível dos pulmões,
difunde-se para o interior dos capilares
pulmonares, para o sangue, onde irá ser
transportado até às células, sob duas formas:
dissolvido no plasma ou ligado à
hemoglobina, no interior dos glóbulos
vermelhos.
O principal modo de transporte deste gás
respiratório é concretizado através da sua
associação à hemoglobina, molécula com a
qual tem grande afinidade, estabelecendo
uma reação reversível, em que se forma
oxiemoglobina (hemoglobina associada ao
oxigénio). Cada molécula de hemoglobina é
capaz de transportar quatro moléculas de
oxigênio.
Nos capilares sanguíneos, junto às células
receptoras, o oxigénio desliga-se da
hemoglobina e liberta-se do plasma,
difundindo-se para as células dos tecidos e
órgãos, onde a sua concentração é mais baixa.
Relação entre a hemoglobina e a pressão
parcial de oxigênio:
O fator mais importante para determinar
quanto O2 que se liga à hemoglobina é a
PO2; quanto maior for a PO2, mais O2 se
combina à Hb.
Quando a hemoglobina reduzida (Hb) é
completamente convertida em
oxi- hemoglobina (Hb O2), diz -se que a
hemoglobina está totalmente saturada;
quando a hemoglobina é constituída por
uma mistura de Hb e Hb O2, está
parcialmente saturada.
Fatores que afetam a afinidade da
hemoglobina ao oxigênio:
1. Acidez (pH): Conforme a acidez
aumenta (pH diminui), a afinidade da
hemoglobina ao O2 diminui, e o O2 se
dissocia mais facilmente da
hemoglobina.
2. Pressão parcial de dióxido de
carbono: um aumento na PCO2
produz um ambiente mais ácido, o
que ajuda na liberação de O2 da
hemoglobina.
3. Temperatura: conforme a
temperatura aumenta, o mesmo
acontece com a quantidade de O2
liberado da hemoglobina.
4. BPG: Uma substância encontrada nos
eritrócitos chamada
2,3 bisfosfoglicerato (BPG) diminui a
afinidade da hemoglobina pelo O2 e,
assim, ajuda a descarregar o O2 da
hemoglobina.
Transporte de gás carbônico
1. CO2 dissolvido. Uma pequena
porcentagem está dissolvida no
plasma sanguíneo. Ao alcançar os
pulmões, o CO2 dissolvido se difunde
no ar alveolar e é expirado.
2. Íons bicarbonato. O maior
percentual de CO2 é transportado no
plasma sanguíneo como íons
bicarbonato (HCO3–). Conforme o
CO2 se difunde para os capilares
sistêmicos e entra nos eritrócitos, ele
reage com a água na presença da
enzima anidrase carbônica (AC) para
formar o ácido carbônico, que se
dissocia em H+ e HCO3–. O efeito
líquido destas reações é que o CO2 é
removido das células teciduais e
transportado para o plasma
sanguíneo como HCO3–. Conforme o
sangue passa pelos capilares
pulmonares nos pulmões, todas estas
reações se revertem e o CO2 é
expirado.
A quantidade de CO2 que pode ser
transportada no sangue é influenciada pela
porcentagem de saturação da hemoglobina
com oxigênio. Quanto menor a quantidade
de oxi hemoglobina (Hb O2), maior a
capacidade de transporte de CO2 do
sangue, uma relação conhecida como efeito
de Haldane.
3. DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA
RESPIRATÓRIO - EMBRIOLOGIA
4a semana de desenvolvimento: o sistema
respiratório começa como uma excrescência
do intestino anterior (precursor de alguns
órgãos digestórios) discretamenteinferior à
faringe. Esta excrescência é chamada de
divertículo respiratório ou broto pulmonar
A endoderme que reveste o divertículo
respiratório dá origem a epitélio e glândulas
da traqueia, brônquios e alvéolos. A
mesoderme que circunda o divertículo
respiratório dá origem a tecido conjuntivo,
cartilagem e músculo liso destas estruturas.
O epitélio que reveste a laringe se desenvolve
a partir da endoderme do divertículo
respiratório; as cartilagens e os músculos se
originam do 4o e 6o arcos faríngeos,
proeminências na superfície do embrião.
Conforme o divertículo respiratório se alonga,
sua extremidade distal se alarga para formar
um broto traqueal globular, que dá origem à
traqueia. Logo depois, o broto traqueal se
divide em gomos brônquicos, que se
ramificam repetidamente e se desenvolvem
em brônquios.
6a a 16a semanas após a fertilização: todos
os principais elementos dos pulmões já se
formaram, exceto aqueles envolvidos nas
trocas gasosas (bronquíolos respiratórios,
ductos alveolares e alvéolos). Como a
respiração não é possível nesta fase, os fetos
nascidos durante este período não são
capazes de sobreviver.
16a a 26a semanas após a fertilização: o
tecido pulmonar torna -se altamente
vascularizado e os bronquíolos
respiratórios, ductos alveolares e alguns
alvéolos primitivos se desenvolvem.
Por volta da 24a semana após a fertilização:
17 sequências de ramos se formaram e
bronquíolos respiratórios se desenvolveram.
A partir da 26a semana até o nascimento:
muitos outros alvéolos primitivos se
desenvolvem. Eles consistem em células do
tipo I alveolares e células do tipo II produtoras
de surfactante.
Os capilares sanguíneos também
estabelecem um contato estreito com os
alvéolos primitivos.
30a semana: desenvolvem -se alvéolos
maduros. No entanto, estima- se que apenas
aproximadamente um sexto do conjunto
completo de alvéolos se desenvolva antes do
nascimento, e o restante se desenvolve após o
nascimento, durante os primeiros 8 anos de
vida.
À medida que os pulmões se desenvolvem,
eles adquirem seus sacos pleurais. A pleura
visceral e a pleura parietal se desenvolvem a
partir da mesoderme. O espaço entre as
camadas pleurais é a cavidade pleural.
Durante o desenvolvimento, os movimentos
respiratórios do feto provocam a aspiração
de líquido para dentro dos pulmões. Este
líquido é uma mistura de líquido amniótico,
muco das glândulas brônquicas e
surfactante. Ao nascer, aproximadamente
metade dos pulmões estão preenchidos por
líquido. Quando a respiração se inicia no
momento do nascimento, a maior parte do
líquido é rapidamente reabsorvida pelos
capilares sanguíneos e linfáticos e uma
pequena quantidade é expelida pelo nariz e
boca durante o parto.

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