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Tártaro Dental: O que é, como surge e como prevenir O que é o tártaro? O tártaro dental, também conhecido como cálculo dental, é uma massa endurecida que se forma nos dentes a partir da placa bacteriana que não foi removida adequadamente. Quando a placa — um biofilme composto por bactérias, resíduos alimentares e saliva — permanece na superfície dos dentes por muito tempo, ela sofre um processo de mineralização, tornando-se dura, aderente e de difícil remoção por meios convencionais, como escovação e uso do fio dental. O tártaro pode se formar acima da gengiva (supragengival), sendo visível a olho nu, ou abaixo da linha gengival (subgengival), onde é mais difícil de ser detectado e extremamente perigoso, pois favorece o desenvolvimento de doenças periodontais. Como o tártaro se forma? A formação do tártaro ocorre em um processo progressivo: 1. Formação da placa bacteriana Após cada refeição, resíduos alimentares e bactérias se acumulam nos dentes e formam uma película chamada película adquirida, que serve de base para a aderência das bactérias. Em poucas horas, essa película se transforma em placa bacteriana. 2. Ausência de higienização adequada Se a placa não for removida corretamente com escovação e uso de fio dental, ela começa a se acumular nas superfícies dentárias, especialmente perto da gengiva, entre os dentes e em áreas de difícil acesso. 3. Mineralização Com o tempo (entre 24 a 72 horas), essa placa bacteriana pode se mineralizar em presença de íons de cálcio e fosfato presentes na saliva, transformando-se em tártaro. O tempo e a rapidez dessa mineralização variam de pessoa para pessoa, dependendo da composição salivar, dieta, fluxo salivar, entre outros fatores. Características do tártaro ● Cor: Pode variar de amarelo-claro a marrom-escuro ou até mesmo preto, especialmente se estiver associado ao uso de tabaco ou consumo de café, vinho tinto ou chá. ● Textura: É uma estrutura dura, semelhante a uma pedra, aderida ao esmalte dental. ● Localização: Comum nas regiões próximas à saída dos ductos salivares — como a parte interna dos incisivos inferiores e a parte externa dos molares superiores. ● Subgengival: Quando se forma abaixo da linha gengival, pode não ser visível, mas é ainda mais agressivo, pois entra em contato direto com o tecido periodontal. Riscos do tártaro para a saúde bucal O tártaro não é apenas uma questão estética. Sua presença constante pode trazer sérias consequências para a saúde bucal e, em alguns casos, para a saúde geral. 1. Gengivite A presença do tártaro facilita a proliferação bacteriana e causa uma inflamação na gengiva conhecida como gengivite. Os principais sinais são: ● Gengiva vermelha e inchada ● Sangramento ao escovar ou usar fio dental ● Mau hálito 2. Periodontite Se a gengivite não for tratada, pode evoluir para periodontite, uma inflamação mais profunda que atinge o osso de suporte dos dentes. Isso pode levar a: ● Retração gengival ● Mobilidade dental ● Formação de bolsas periodontais (espaços entre o dente e a gengiva) ● Perda dos dentes 3. Mau hálito (halitose) O tártaro serve como reservatório de bactérias anaeróbias, que liberam compostos sulfurados voláteis — responsáveis pelo mau hálito persistente. 4. Estética comprometida O acúmulo de tártaro pode causar manchas amareladas ou escuras nos dentes, que não são removidas com escovação comum, afetando a aparência do sorriso. 5. Risco para a saúde geral Doenças periodontais associadas ao tártaro estão relacionadas a problemas sistêmicos, como: ● Doenças cardiovasculares ● Diabetes mellitus descompensada ● Partos prematuros em gestantes ● Agravamento de doenças respiratórias Fatores que favorecem o acúmulo de tártaro ● Má higiene bucal: escovação insuficiente e ausência de uso de fio dental. ● Dieta rica em açúcar e amido: favorece o crescimento da placa. ● Fluxo salivar alterado: pessoas com boca seca têm menor capacidade de “limpeza natural” da boca. ● Tabagismo: além de aumentar o acúmulo de tártaro, interfere na saúde gengival. ● Falta de visitas ao dentista: impede o diagnóstico precoce e a remoção profissional. ● Uso de aparelhos ortodônticos, próteses ou coroas mal adaptadas: dificultam a higienização. Diagnóstico do tártaro O diagnóstico é clínico e realizado pelo dentista durante uma consulta de rotina. Com o uso de espelhos e sondas periodontais, o profissional pode identificar: ● Presença de tártaro supragengival visível ● Presença de cálculo subgengival através de sondagem ● Sinais de inflamação gengival ● Bolsas periodontais Em casos avançados, radiografias podem ser utilizadas para avaliar a perda óssea associada à periodontite. Tratamento: como remover o tártaro? Diferentemente da placa bacteriana, o tártaro não pode ser removido com escova de dentes comum ou fio dental. O tratamento requer a intervenção de um profissional, por meio de procedimentos como: 1. Profilaxia profissional É a limpeza feita no consultório odontológico, com a utilização de instrumentos manuais ou ultrassônicos para remoção do tártaro supragengival. Também pode envolver jato de bicarbonato e polimento dos dentes. 2. Raspagem e alisamento radicular Em casos de periodontite com tártaro subgengival, é necessária a raspagem periodontal, que remove os depósitos duros abaixo da gengiva. O alisamento radicular visa suavizar a superfície da raiz para dificultar nova aderência bacteriana. 3. Cirurgias periodontais Em casos avançados, pode ser necessário realizar cirurgias gengivais para acessar áreas profundas e remover o tártaro e o tecido inflamado. Prevenção do tártaro dental A melhor forma de combater o tártaro é prevenir sua formação, mantendo a placa bacteriana sob controle. As principais medidas preventivas incluem: 1. Escovação adequada ● Escove os dentes pelo menos duas vezes ao dia, especialmente antes de dormir. ● Utilize escova com cerdas macias e cabeça pequena. ● Dê atenção especial à linha da gengiva e superfícies internas dos dentes. 2. Uso do fio dental ● Use o fio dental diariamente para remover resíduos entre os dentes e evitar acúmulo de placa nos espaços interdentais. 3. Escolha de cremes dentais ● Dê preferência a pastas dentais com flúor e, se indicado pelo dentista, com agentes antitártaro (como pirofosfato ou zinco). 4. Alimentação equilibrada ● Evite alimentos ricos em açúcar e com alto potencial de aderência aos dentes. ● Aumente o consumo de alimentos fibrosos e crocantes (como maçã, cenoura crua), que estimulam a salivação e ajudam na limpeza bucal. 5. Visitas regulares ao dentista ● Consulte o dentista a cada 6 meses (ou conforme orientação) para avaliação e remoção profissional da placa e tártaro. O tártaro volta a se formar? Sim. Mesmo após a remoção completa do tártaro, ele pode voltar a se formar se os hábitos de higiene bucal e alimentação não forem corrigidos. Por isso, o acompanhamento contínuo com o dentista é essencial. Além disso, pessoas com maior predisposição (como salivação densa ou uso de próteses) devem redobrar os cuidados preventivos. Considerações finais O tártaro é mais do que uma simples mancha nos dentes — ele é um sinal de que a saúde bucal não está sendo bem cuidada. Seu acúmulo constante representa risco para gengivas, dentes e até para a saúde geral. A boa notícia é que ele é completamente evitável com medidas simples e diárias. A conscientização sobre o impacto do tártaro deve começar desde a infância, com a educação em saúde bucal e o incentivo a visitas periódicas ao dentista. Quanto mais cedo forem adotados os cuidados, maiores são as chances de manter uma boca saudável, livre de inflamações, dores e tratamentos complexos. Tártaro Dental: O que é, como surge e como prevenir O que é o tártaro? Como o tártaro se forma? 1. Formação da placa bacteriana2. Ausência de higienização adequada 3. Mineralização Características do tártaro Riscos do tártaro para a saúde bucal 1. Gengivite 2. Periodontite 3. Mau hálito (halitose) 4. Estética comprometida 5. Risco para a saúde geral Fatores que favorecem o acúmulo de tártaro Diagnóstico do tártaro Tratamento: como remover o tártaro? 1. Profilaxia profissional 2. Raspagem e alisamento radicular 3. Cirurgias periodontais Prevenção do tártaro dental 1. Escovação adequada 2. Uso do fio dental 3. Escolha de cremes dentais 4. Alimentação equilibrada 5. Visitas regulares ao dentista O tártaro volta a se formar? Considerações finais