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AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM PROFOP – ATIVIDADES RECREATIVAS
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O fenômeno do lazer na modernidade, tal como delineado por autores como Adorno, Horkheimer e Werneck, é permeado por uma profunda ambivalência: ao
mesmo tempo em que constitui um campo potencial de emancipação e de construção de subjetividades, também é apropriado pelas lógicas do capital e
transformado em mercadoria cultural, submetido à lógica do consumo e da alienação. Essa contradição reflete-se também nas práticas educativas que
envolvem o lazer e a recreação, especialmente na escola. A Educação Física, nesse contexto, encontra-se em constante tensão entre sua função pedagógica
e a instrumentalização das atividades lúdicas como simples válvulas de escape ou elementos de apaziguamento disciplinar. Assim, é preciso refletir
criticamente sobre o lugar que o lazer ocupa no currículo escolar e sobre o papel que a escola desempenha na formação cultural e cidadã dos alunos por
meio da pedagogia do tempo livre.
Considerando essas problemáticas, analise as proposições e assinale a alternativa correta:
Resposta Marcada :
A escola deve assumir o compromisso de educar para o lazer e pelo lazer, promovendo experiências significativas no tempo livre e possibilitando aos alunos a
apropriação crítica de uma cultura lúdica emancipadora, criativa e ética.
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A inclusão social no campo da recreação envolve muito mais do que a presença física de pessoas com deficiência, limitações cognitivas ou dificuldades
sociais nas atividades. Exige o reconhecimento da diversidade humana como valor pedagógico e o rompimento com práticas normativas que naturalizam
padrões de corpo, movimento e comportamento. No contexto da Educação Física e da recreação escolar, esse desafio implica na construção de
metodologias que respeitem diferentes tempos de aprendizagem, formas de comunicação, interesses culturais e possibilidades de participação. Autoras
como Santos e Gaio (2012) ressaltam que a recreação inclusiva requer a adoção de princípios como acessibilidade, escuta ativa, adaptação de materiais e
regras, bem como uma postura docente ética, sensível e crítica. É fundamental reconhecer que a exclusão pode ocorrer de forma sutil, por meio da
invisibilização simbólica, da padronização de atividades e da ausência de mediação. Portanto, planejar a recreação com intencionalidade inclusiva significa
garantir a todas as pessoas o direito de brincar, expressar-se, conviver e aprender em espaços seguros, acolhedores e socialmente significativos. Assim, é
correto afirmar que a recreação inclusiva demanda o abandono das práticas tradicionais e a criação de estratégias pedagógicas específicas que respeitem a
pluralidade dos sujeitos e promovam a justiça social.
Resposta Marcada :
Verdadeiro.
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A história da recreação apresenta um percurso de significações que ultrapassam os limites da ludicidade espontânea e do mero entretenimento. De práticas
religiosas na Antiguidade às políticas públicas do século XX, a recreação foi moldada por valores morais, sociais, econômicos e culturais. No contexto
brasileiro, projetos como o RECOM (Recreação Educação Comunicação) refletiram esforços governamentais em integrar lazer, cultura e cidadania em
espaços públicos, reconhecendo a recreação como meio de transformação social e comunitária. A construção histórica da recreação revela que sua
intencionalidade, estruturação e vinculação à educação perpassam diversas formas de apropriação institucional e simbólica. À luz dessas reflexões e do
material teórico apresentado, analise as proposições a seguir e assinale a alternativa correta.
Resposta Marcada :
A trajetória da recreação evidencia que, embora sua prática esteja relacionada ao prazer e à espontaneidade, sua organização histórica esteve sempre permeada por
intencionalidades políticas, pedagógicas e sociais, como se observa no RECOM, cuja proposta articulava cultura, lazer e transformação comunitária.
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No ambiente escolar, a recreação é frequentemente tratada como um tempo livre de obrigações pedagógicas, destinado ao relaxamento, à espontaneidade e
à livre escolha dos alunos. Por essa razão, alguns educadores acreditam que ela deva ser isenta de conteúdos escolares, de discussões socioculturais e de
posicionamentos éticos ou políticos. Tal perspectiva sustenta que a função da recreação na escola é preservar um espaço neutro, apolítico e
descomprometido, onde o aluno possa apenas descansar, brincar ou se movimentar livremente, sem qualquer interferência intencional do professor. Sob
essa ótica, propor atividades recreativas com objetivos formativos, temas transversais ou debates sobre valores e cidadania configuraria uma politização
indevida de um momento que deveria ser espontâneo e “livre de doutrinas”. Dessa forma, é correto afirmar que, no contexto da escola pública brasileira, a
recreação deve ser mantida como uma prática neutra, desprovida de orientação pedagógica crítica, de modo a garantir a imparcialidade do espaço
educativo e o respeito à liberdade dos alunos durante o tempo de brincar.
Resposta Marcada :
Falso.
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A atuação do profissional da Educação Física em contextos de lazer tem sido objeto de reflexões críticas, especialmente quando se analisa a formação
acadêmica recebida nas instituições de ensino superior. Conforme argumentam Pimentel (2006) e Maffei Junior (2004), ainda persiste uma visão limitada do
campo recreativo, associada a atividades eventuais ou de baixa complexidade, o que contribui para a sua marginalização nos currículos e a desvalorização
profissional frente a outras áreas. Além disso, há um distanciamento entre a prática cotidiana dos recreadores e os fundamentos teórico-metodológicos
necessários para uma atuação pedagógica consistente. Em muitas situações, o lazer é visto como mero “bico” ou atividade complementar, esvaziado de
sua potencialidade educativa, crítica e transformadora. Nesse contexto, questiona-se: como os profissionais da Educação Física têm lidado com o desafio
de articular uma prática qualificada e fundamentada no campo do lazer?
Considerando as contribuições dos autores e as demandas do campo de atuação, assinale a alternativa correta:
Resposta Marcada :
Muitos profissionais da área não se reconhecem como recreadores por receio de desvalorização social, preferindo ser identificados como professores ou técnicos,
mesmo quando atuam diretamente com práticas de lazer.
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Na organização de atividades recreativas escolares ou comunitárias, é comum a escolha de jogos, dinâmicas e brincadeiras sem análise crítica de seus
conteúdos simbólicos, históricos ou culturais. Acredita-se que, por se tratar de atividades lúdicas, todas as práticas recreativas são neutras, universais e
igualmente adequadas para qualquer público, independentemente de sua origem étnica, gênero, idade, classe ou religião. Sob essa ótica, o lazer é visto
como um espaço isento de conflitos, onde todos partem das mesmas condições de participação, bastando apenas que haja “vontade de brincar”. Essa
concepção ignora o fato de que toda prática cultural inclusive as recreativas carrega valores, normas, exclusões e representações. Jogos que reforçam
estereótipos, dinâmicas que reproduzem hierarquias de gênero ou atividades baseadas em padrões eurocêntricos podem excluir e constranger
determinados grupos. Assim, é correto afirmar que as práticas recreativas são neutras por natureza e não exigem mediação crítica, sendo suficientes para
promover inclusão apenas por seu caráter espontâneo e alegre.
Resposta Marcada :
Falso.
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A compreensão dos espaços públicos como loci privilegiados para o desenvolvimento da recreação e do lazer exige uma análise crítica que vá além da mera
observação das estruturas físicas disponíveis à população. É necessário considerar os aspectossimbólicos, políticos e sociais que permeiam o uso desses
espaços, incluindo fatores como acessibilidade, segurança, apropriação comunitária e planejamento urbano integrado. Conforme argumentam Saboya
(2007) e Jacobs (2000), a efetivação do direito ao lazer em ambientes urbanos está intrinsecamente relacionada à vitalidade das relações sociais e à
organicidade da ocupação humana dos espaços, sendo as praças, parques e áreas verdes elementos centrais na construção de uma cidade mais
democrática. Ao se discutir a função recreativa dos espaços públicos, cabe indagar: quais critérios devem ser considerados para garantir que esses
ambientes não se tornem apenas áreas vazias, mas sim catalisadores de interações culturais e comunitárias genuínas?
Com base nos autores mencionados e na concepção ampliada de espaço público, assinale a alternativa correta:
Resposta Marcada :
A adequada funcionalidade dos espaços públicos destinados à recreação depende da sua integração ao tecido urbano vivo e pulsante, de modo que sua localização,
dimensão e desenho atendam às demandas sociais reais, e não apenas a parâmetros técnicos descontextualizados.
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As práticas recreativas inseridas no ambiente escolar devem ultrapassar a lógica da espontaneidade descompromissada e se constituir como experiências
pedagógicas planejadas, mediadas e transformadoras. Isso implica compreender a recreação como linguagem, como produção cultural e como espaço de
vivência ética, estética e social. O papel do professor, nesse processo, vai além da condução técnica: ele precisa assumir uma postura reflexiva e crítica,
capaz de propor atividades que estimulem o diálogo, a criatividade, o respeito à diversidade e o protagonismo dos estudantes. Nesse sentido, a recreação
escolar deve estar articulada ao projeto político-pedagógico da instituição, evitando reproduções mecânicas de jogos e dinâmicas sem vínculo com a
realidade dos sujeitos.
A seguir, avalie as proposições:
I – O planejamento da recreação no contexto escolar deve partir das vivências dos alunos, valorizando seus repertórios culturais e respeitando a pluralidade
de saberes, de forma a promover uma educação democrática e participativa.
II – A função pedagógica da recreação é garantir ordem e disciplina, sendo seu principal objetivo a organização do tempo e do comportamento dos alunos
entre os momentos de ensino formal.
III – O educador deve evitar interferir no conteúdo das atividades recreativas, respeitando a espontaneidade como princípio absoluto, o que o desobriga de
planejar intencionalmente as vivências lúdicas.
IV – A mediação do professor nas práticas recreativas deve ser criativa e sensível, estimulando a ressignificação das atividades e possibilitando a
construção de experiências coletivas que articulem ludicidade, criticidade e pertencimento.
Assinale a alternativa correta:
Resposta Marcada :
Estão corretas apenas as afirmativas I e IV.
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O debate sobre a pedagogia do lazer apresenta-se como uma das mais relevantes vertentes na discussão sobre a democratização do acesso à cultura e à
educação integral. Autores como Haag (1981), Opachowski (apud Vaz, 2003) e Requixa (1980) argumentam que a pedagogia do lazer deve ser fundamentada
em princípios críticos e libertadores, promovendo uma relação consciente e reflexiva do sujeito com seu tempo livre. Nesse sentido, a escola assume o
papel de mediar experiências lúdicas que sejam significativas, criativas e respeitosas às diversidades culturais. Isso exige do educador físico não apenas
domínio técnico, mas também sensibilidade pedagógica e compromisso ético com a formação de cidadãos conscientes e ativos em sua realidade social. A
escola deve, portanto, formar para o trabalho, sim, mas também para a fruição estética, para a convivência democrática e para o prazer de viver.
Considerando os pressupostos da pedagogia do lazer, assinale a alternativa correta:
Resposta Marcada :
A pedagogia do lazer deve ser pautada na maximização da produtividade e na otimização do tempo ocioso, orientando o aluno a transformar o lazer em ferramenta de
aprimoramento profissional.
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O lazer, embora constitucionalmente reconhecido como um direito social, não é vivenciado de maneira igualitária entre os diferentes grupos sociais. O
acesso ao tempo livre, aos espaços públicos de qualidade e às práticas culturais diversificadas é mediado por fatores como classe social, raça, gênero,
localização geográfica e escolaridade. Estudos de Marcellino (2000), Gomes (2003) e Bittencourt (2010) apontam que a organização do lazer nas sociedades
capitalistas contemporâneas frequentemente se dá de forma excludente, com a mercantilização de práticas culturais, a privatização de espaços públicos e a
imposição de padrões culturais dominantes. Isso faz com que os sujeitos em situação de vulnerabilidade social tenham seus repertórios de lazer restritos,
limitados à televisão, ao consumo passivo de mídias e a atividades esporádicas em condições precárias de infraestrutura. Nesse cenário, cabe ao poder
público e às instituições educativas, sobretudo a escola, atuar de forma propositiva para democratizar o acesso ao lazer, reconhecendo-o como instrumento
de emancipação e de justiça social. É necessário romper com a ideia de que o lazer é neutro ou despolitizado, e assumir sua dimensão sociológica, cultural
e pedagógica. Assim, é correto afirmar que o lazer, embora garantido legalmente como direito universal, continua sendo vivenciado de forma desigual na
prática cotidiana, refletindo e reproduzindo as estruturas sociais de exclusão e privilégio.
Resposta Marcada :
Verdadeiro.
Total