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Prévia do material em texto

HISTÓRIA
ECONÔMICA GERAL
Professor(a) Dra. Ariane Maria Machado de Oliveira
2024 by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2024. Os autores. Copyright C Edição 2024 Editora Edufatecie.
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva
dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permitido o download da 
obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la 
de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
 REITORIA Prof. Me. Gilmar de Oliveira
 DIREÇÃO ADMINISTRATIVA Prof. Me. Renato Valença 
 DIREÇÃO DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Me. Daniel de Lima
 DIREÇÃO DE ENSINO EAD Profa. Dra. Giani Andrea Linde Colauto 
 DIREÇÃO FINANCEIRA Eduardo Luiz Campano Santini
 DIREÇÃO FINANCEIRA EAD Guilherme Esquivel
 COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Profa. Ma. Luciana Moraes
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Profa. Ma. Luciana Moraes
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Me. Jeferson de Souza Sá
 COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
 COORDENAÇÃO DE PLANEJAMENTO E PROCESSOS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento
 COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA EAD Profa. Ma. Sônia Maria Crivelli Mataruco
 COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS Luiz Fernando Freitas
 REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling 
 Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
 Caroline da Silva Marques 
 Eduardo Alves de Oliveira
 Isabelly Oliveira Fernandes de Souza
 Jéssica Eugênio Azevedo
 Louise Ribeiro 
 Marcelino Fernando Rodrigues Santos
 Vinicius Rovedo Bratfisch
 PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Bruna de Lima Ramos
 Carlos Firmino de Oliveira
 Hugo Batalhoti Morangueira
 Giovane Jasper 
 Vitor Amaral Poltronieri
 ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO André Oliveira Vaz 
 DE VÍDEO Carlos Henrique Moraes dos Anjos
 Pedro Vinícius de Lima Machado
 Thassiane da Silva Jacinto
 FICHA CATALOGRÁFICA
 
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP
 O48h Oliveira, Ariane Maria Machado de
 História econômica geral / Ariane Maria Machado de Oliveira.
 Paranavaí: EduFatecie, 2024.
 92 p.: il. Color.
 
 1. História econômica. 2. Brasil – Condições econômicas.
 3. Brasil - Política econômica. I. Centro Universitário UniFatecie.
 II. Núcleo de Educação a Distância. III. Título. 
 
 CDD: 23. ed. 330.9
 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577
As imagens utilizadas neste material didático 
são oriundas do banco de imagens 
Shutterstock .
3
AUTORA
• Doutora em Administração Estratégica pela PUC/PR (2018). 
• Mestre em Teoria Econômica pela Universidade Estadual de Maringá (2005).
• Graduada em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual de Londrina 
(2002). 
Atua como docente de Economia/Finanças há 13 anos. Atuou durante 5 anos 
como coordenadora de cursos a distância na Kroton Educacional S/A. Foi Professora 
Colaboradora na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (Campus CP). Por dois anos 
foi coordenadora dos Cursos Superiores de Tecnologia em Gestão Pública e Negócios 
Imobiliários no NEAD - UniCesumar. Atuou como Coordenadora Geral e Coordenadora 
do Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais e Coordenadora do projeto de 
pesquisa Consultoria Júnior na Faculdade de Tecnologia e Ciências do Norte do Paraná - 
UniFatecie (2008 - 2011). 
Área acadêmica de atuação: Economia e todas as subáreas e Administração 
Financeira/Empresarial.
Informações e contato:
 Currículo Plataforma Lattes: http://lattes.cnpq.br/7783844445395674
Professor(a) Dra. Ariane Maria Machado de Oliveira
http://lattes.cnpq.br/7783844445395674
4
APRESENTAÇÃO
Seja muito bem-vindo(a)! Prezado(a) aluno(a), é com imenso prazer que lhe 
apresento nosso material de estudos da disciplina de História Econômica Geral, que tem 
como objetivo apresentar a evolução da ciência econômica ao longo dos séculos, desde que 
esta se tornou uma área de estudo. A apostila apresenta, no início, uma contextualização 
sobre a importância do estudo da economia e como ela faz parte da nossa vida. A 
preocupação quanto ao uso racional dos recursos produtivos apresenta-se então como a 
cerne da ciência econômica, sendo que seu estudo abrange justamente a observação sobre 
como as sociedades tomam decisões quanto à utilização correta dos recursos produtivos. 
Ou seja, a preocupação com a utilização correta dos fatores de produção ou recursos 
produtivos sempre esteve no centro das decisões governamentais e de toda a sociedade, e 
por isso a importante relação existente entre a economia e a história das nações. 
Neste sentido, a primeira unidade da apostila apresentará características 
do mercantilismo, prática comum na Europa do século XVI ao XVIII, onde se defendia 
a acumulação de metais preciosos como fonte de riqueza das nações. Em seguida 
abordaremos a teoria econômica desenvolvida pelos fisiocratas, que acreditavam que a 
riqueza das nações era oriunda exclusivamente do valor da agricultura. Quanto à Escola 
Clássica, destaca-se a importância do economista escocês Adam Smith, considerado por 
muitos como o pai da economia. A Unidade I apresenta também aspectos relacionados ao 
capitalismo e ao socialismo, com destaque para a teoria marxista e críticas inerentes ao 
capitalismo. Ainda na primeira unidade, serão abordados conceitos gerais relacionados à 
história econômica, bem como suas etapas ao longo da história, com ênfase na história das 
economias agrícolas, abordando o conceito de modo de produção e as diferentes formações 
econômico-sociais: asiática, escravista, feudal, capitalista e socialista. Por fim, a primeira 
unidade abordará o feudalismo e sua transição para o capitalismo, bem como a origem do 
imperialismo e o capitalismo periférico, com a formação do Terceiro Mundo. 
A segunda unidade da disciplina de História Econômica Geral vai além dos conceitos 
abordados na primeira unidade, para que você possa conhecer o processo de superação do 
“antigo regime”, a partir das revoluções burguesas. Em seguida, apresentamos um pouco 
sobre as mudanças políticas e a formação dos Estados Nacionais, bem como as mudanças 
nos padrões de comércio e no sistema colonial. Ainda na Unidade II, falaremos sobre 
as revoluções burguesas, sobre a crise do Regime Absolutista a partir das Revoluções 
5
Francesa e Inglesa, bem como sobre a Revolução Industrial, com ênfase às mudanças 
quanto à posição do trabalho enquanto força produtiva. Para finalizarmos a Unidade II, 
apresentaremos como se deu o surgimento dos países comunistas, a trajetória do socialismo 
e o fim da URSS, até chegarmos às principais crises econômicas até os anos 30 e seus 
impactos para a economia mundial.
Na Unidade III começamos falando sobre a Guerra Fria, período de tensão geopolítica 
entre Estados Unidos e União Soviética, ou seja, entre o capitalismo e o comunismo. EmE REVOLUÇÕESUNIDADE 2
47
Da Década de 1920 à de 1930: Transição Rumo à Crise e à Industrialização no Brasil
Resumo
O artigo discute a transição econômica e social pela qual passa o Brasil na década 
de 1920, quando prevalecia o modelo primário exportador em direção a novo padrão de 
acumulação, com a industrialização e a urbanização, iniciado após a “Crise de 1929” e 
da Revolução de 1930. A análise das principais transformações econômicas e sociais é 
acompanhada por um tópico que trata da importante – e controversa – questão teórica de 
Base e Superestrutura, expondo algumas das limitações deste enfoque teórico. Palavras-
chave: 1920s, Industrialização, Urbanização, Base e Superestrutura, Brasil, São Paulo.
Fonte: CANO, W. Da década de 1920 à de 1930: Transição Rumo à Crise e à 
Industrialização no Brasil. Artigo da Sessão Especial “80 anos da Revolução de 1930: seu 
significado para a Economia brasileira. 38º Encontro Anual da ANPEC, 2012. Disponível 
em: https://anpec.org.br/revista/vol13/vol13n3bp897_916.pdf. Acesso em: 23 nov. 2020.
LEITURA COMPLEMENTAR
TRANSIÇÃO, CRISES E REVOLUÇÕESUNIDADE 2
https://anpec.org.br/revista/vol13/vol13n3bp897_916.pdf
48
MATERIAL COMPLEMENTAR
FILME/VÍDEO
• Título: Tempos Modernos
• Ano: 1936
• Sinopse: Um operário de uma linha de montagem, que testou uma 
“máquina revolucionária” para evitar a hora do almoço, é levado à 
loucura pela “monotonia frenética” do seu trabalho. Após um longo 
período em um sanatório, ele fica curado de sua crise nervosa, mas 
desempregado. Ele deixa o hospital para começar sua nova vida, 
mas encontra uma crise generalizada e é equivocadamente preso 
como um agitador comunista, que liderava uma marcha de operários 
em protesto. Simultaneamente, uma jovem rouba comida para salvar 
suas irmãs famintas, que ainda são bem garotas. Elas não têm mãe 
e o pai del as está desempregado, mas o pior ainda está por vir, pois 
ele é morto em um conflito. A lei vai cuidar das órfãs, mas enquanto 
as menores são levadas a jovem consegue escapar.
• Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=Bv1sdRGRb8k
LIVRO
• Título: As Revoluções Burguesas
• Autor: Paulo Miceli
• Editora: Atual; 22ª edição (1994)
• Sinopse: Por que a Revolução Francesa é considerada o modelo 
clássico de revolução democrático-burguesa? Por que a Revolução 
Inglesa, após atingir um ponto máximo de radicalismo, recuou e não 
avançou mais? O autor analisa a ascensão burguesa e seu significado 
para as sociedades contemporâneas, estabelecendo a relação 
histórica entre a revolução burguesa e a revolução socialista.
TRANSIÇÃO, CRISES E REVOLUÇÕESUNIDADE 2
https://www.youtube.com/watch?v=Bv1sdRGRb8k
Professor(a) Dra. Ariane Maria Machado de Oliveira
IMPACTOS 
ECONÔMICOS3UNIDADEUNIDADE
PLANO DE ESTUDO
50
Plano de Estudos
• O período da Guerra Fria.
• Economia Mundial no Pós-Guerra.
• A crise do capitalismo nas décadas de 70 e 80.
• A decadência dos países comunistas.
• A onda do neoliberalismo econômico entre as nações no final do século XX.
• Alternativas ao capitalismo, a globalização e o governo mundial de fato.
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar o período da Guerra Fria.
• Compreender aspectos relacionados à economia mundial no Pós-guerra.
• Analisar como se deu a decadência dos países comunistas.
• Abordar aspectos da onda neoliberal do final do século XX e as alternativas ao 
capitalismo.
IMPACTOS ECONÔMICOSUNIDADE 3
51
Olá, caro(a) aluno(a)! Continuamos nossa jornada de estudos sobre História 
Econômica Geral. Nesta terceira unidade iniciaremos trazendo aspectos importantes de 
serem destacados acerca do período de tensão geopolítica entre Estados Unidos e União 
Soviética, conhecido como Guerra Fria, que iniciou após a Segunda Guerra Mundial, tendo 
durado até 1991. Cabe destacar aqui que o lado comunista do mundo teria emergido dos 
escombros da Segunda Guerra Mundial, e terminaria em 1989 com a queda do muro de 
Berlim e em seguida com a dissolução da União Soviética.
Em seguida falaremos sobre a economia mundial no Pós-Guerra, período de 
prosperidade conhecido como Era de Ouro do capitalismo, que ocorreu em meados do século 
XX, principalmente em países ocidentais. A crise do capitalismo nas décadas de 70 e 80 
será abordada em seguida, com destaque para a desregulamentação do sistema monetário 
internacional e dois choques do petróleo, que contribuíram com a crise econômica que freou 
o crescimento econômico dos países industrializados. Partiremos, então, para um debate 
acerca da decadência dos países comunistas, em que poderemos analisar um cronograma dos 
principais fatos e acontecimentos que acompanharam os 100 anos de comunismo no mundo.
Por fim, abordaremos a onda do neoliberalismo entre as nações no final do século 
XX. Considerado uma nova fase do capitalismo, o neoliberalismo ressurge com os antigos 
ideais do liberalismo clássico, defendendo a mínima intervenção do estado na economia. E, 
assim, chegamos ao encerramento da unidade, apresentando alternativas ao capitalismo e 
aspectos da globalização mundial.
INTRODUÇÃO
IMPACTOS ECONÔMICOSUNIDADE 3
52
Caro(a) aluno(a), você já deve ter estudado algo sobre a Guerra Fria ao longo de sua 
vida acadêmica. Nesta unidade, começaremos inicialmente relembrando um pouco sobre esse 
importante confronto político, econômico e militar entre o capitalismo e o comunismo que durou 
de 1945 a 1991, dando ênfase principalmente aos seus impactos econômicos. Primeiramente, 
vale lembrar que os países envolvidos foram os Estados Unidos da América e a maioria das 
nações localizadas na Europa Ocidental, contra a União Soviética, China e seus aliados.
Segundo Saes e Saes (2013), ao final da Segunda Guerra Mundial, a Europa 
apresentava sinais de declínio econômico e o Japão sofria com os efeitos da derrota, sendo 
assim, a nova ordem mundial se estruturou em um sistema bipolar: de um lado, Estados 
Unidos, beneficiário da segunda guerra; de outro, União Soviética.
Foi após a Segunda Guerra Mundial que a União Soviética estabeleceu regimes 
pró-comunistas em seis países fronteiriços da Europa Oriental (Albânia, Bulgária, 
Checoslováquia, Hungria, Polônia e Romênia). Países que foram usados como uma 
proteção contra os aliados americanos da França, Alemanha Ocidental, Itália e Grécia, 
que se tornarem seus inimigos não combatentes. Pode-se dizer que a Guerra Fria dividiu a 
Europa em países de mercado livre e países comunistas.
A China tornou-se comunista em 1949, tendo apoiado a Coreia do Norte, que invadiu 
a Coreia do Sul, aliada dos EUA, em 1950, desencadeando a guerra da Coreia. Mais tarde, 
a Guerra do Vietnã também foi travada pelas forças dos EUA para conter o comunismo, 
mas foi vencida em 1975 pelo comunista norte-vietnamita.
O PERÍODO DA 
GUERRA FRIA1
TÓPICO
IMPACTOS ECONÔMICOSUNIDADE 3
53
O artigo intitulado A Guerra Fria Como “Sistema” Organizador das Relações Internacionais, 
em vez de narrar a sequência dos principais momentos da Guerra Fria, tenciona, justamente, examinar o 
significado do bi polarismo (URSS x EUA), buscando entender os seis traços sistêmicos. O artigo reconstitui 
um modelo simplificador da realidade. 
Fonte: FONSECA JUNIOR, G. O Sistema Internacional durante a Guerra Fria. Revista USP, n. 26, 
1995. Disponível em: http://revistageopolitica.com.br/index.php/revistageopolitica/article/download/91/90. 
Acesso em: 03 dez. 2020.
SAIBA
MAIS
IMPACTOS ECONÔMICOSUNIDADE 3
A Guerra Fria teve suas raízes na Segunda Guerra Mundial. No final da guerra, em 
1945, a Conferência de Potsdam dividiu a Alemanha e sua capital, Berlim, bem como a Áustria 
e sua capital, Viena. As partes interessadas foram a União Soviética, os EUA, o Reino Unido e a 
França. Durante a conferência, o presidente Harry Truman mencionou ao líder soviético Joseph 
Stalin que os EUA haviam testado com sucesso uma bomba atômica. Sua ameaça implícita 
esfriou as relações entre os dois ex-aliados da Segunda GuerraMundial e deu início a décadas 
de animosidade e espionagem da Guerra Fria entre os dois lados.
Mesmo 75 anos após seu início, os impactos da Guerra Fria ainda podem ser vistos 
em todo o mundo. Muitos dos efeitos da Guerra Fria estão tão arraigados na experiência 
americana que simplesmente os consideramos naturais. Aprendemos a conviver com 
a ameaça de aniquilação nuclear e conflitos contínuos em pontos críticos mundiais. Ao 
mesmo tempo, nos beneficiamos das inovações tecnológicas desencadeadas pela NASA 
e outros avanços da época. 
Segundo Amadeo (2020), entre as instituições e infraestrutura que formam o legado 
da Guerra Fria estão a NASA, o comércio expandido com a China, ameaças nucleares 
onipresentes, organizações de ajuda multilateral como o Banco Mundial e o Fundo Monetário 
http://revistageopolitica.com.br/index.php/revistageopolitica/article/download/91/90
54IMPACTOS ECONÔMICOSUNIDADE 3
Internacional (FMI) e o extenso sistema de rodovias interestaduais dos EUA. Falaremos a 
seguir sobre alguns desses aspectos. 
A Corrida Espacial começou em 1957, quando a União Soviética lançou o Sputnik I, 
o primeiro satélite espacial do mundo, que alimentou a competição com a NASA dos EUA, 
criada em 1958 para avançar na liderança dos EUA em foguetes, satélites e exploração 
espacial. Nesse mesmo ano, os americanos lançaram o satélite Explorer I. A NASA fez 
mais do que pousar um homem na lua. Em 2020, por exemplo, financiou 23 conceitos de 
pesquisa com US $7 milhões para novas tecnologias espaciais.
Quanto à expansão do comércio com a China, Amadeo (2020) cita que a Guerra Fria 
começou a perder força em 1969, com a Doutrina Nixon. Os EUA não enviaram mais suas 
tropas para a Ásia, exceto para ameaças nucleares. A Doutrina permitiu que o presidente 
Richard Nixon diminuísse os gastos com defesa e abrisse relações com a China. Isso levou 
a um aumento do comércio bilateral (EUA x China) com a superpotência em ascensão, que 
totalizou US $ 558 bilhões em 2019.
Com relação às armas nucleares, a pesquisadora descreve que um componente 
assustador da Guerra Fria bipolar foi sua dependência de ameaças nucleares. As 
preocupações com a aniquilação nuclear levaram à corrida espacial e à construção do 
sistema de rodovias interestaduais dos EUA. Como tanto os EUA quanto a União Soviética 
tinham armas nucleares, outros países sentiram que precisavam estar armados de forma 
semelhante. O Reino Unido, França, Israel, Paquistão, China, Índia e Coréia do Norte 
acabaram adquirindo competências nucleares.
Amadeo (2020) destaca também como legado da Guerra Fria a cooperação e 
ajuda multilateral. O Plano Marshall de 1948, lançado pelos EUA após a Segunda Guerra 
Mundial, acabou despejando US$ 12 bilhões para ajudar a Europa Ocidental a reconstruir 
suas economias e prevenir a infiltração comunista. Esse tipo de cooperação multinacional 
e ajuda impulsionada pelos EUA foi uma marca dos esforços feitos pelo Ocidente durante 
anos para evitar uma perda de influência “efeito dominó” para os comunistas.
O acordo de Bretton Woods de 1944 estabeleceu o dólar americano como a nova 
moeda de reserva mundial e criou o Banco Mundial e o FMI para ajudar na reconstrução 
do pós-guerra e prevenir crises financeiras. Os EUA também apoiaram a formação das 
Nações Unidas em 1945 para evitar outra guerra mundial. Em 1949, a Organização do 
Tratado do Atlântico Norte (OTAN) foi criada para defender as nações aliadas europeias 
contra a União Soviética.
55
Há 75 anos, Stalin, Truman e Attlee se reuniram para definir a pena da Alemanha pós-guerra. A 
Conferência de Potsdam foi um dos episódios mais marcantes do século XX, e buscava dar um ponto final ao 
sangrento — e triste — capítulo da história da humanidade. Marcada na história pela crueldade e brutalidade 
dos campos de extermínio nazistas, os alemães foram derrotados pela Aliança durante a Segunda Guerra 
Mundial. Após o tenebroso conflito, a nova ordem europeia deveria ser restabelecida. 
Saiba mais lendo o artigo na íntegra: TORTOMANO, C. Há 75 anos, Stalin, Truman e Attlee se 
reuniam para definir a pena da Alemanha pós-guerra. Aventuras na História. 2020. Disponível em: https://
aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/ha-75-anos-stalin-churchill-e-attlee-se-reuniam-para-
definir-a-pena-da-alemanha-pos-guerra.phtml. Acesso em: 27 nov. 2020.
SAIBA
MAIS
IMPACTOS ECONÔMICOSUNIDADE 3
https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/ha-75-anos-stalin-churchill-e-attlee-se-reuniam-para-definir-a-pena-da-alemanha-pos-guerra.phtml
https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/ha-75-anos-stalin-churchill-e-attlee-se-reuniam-para-definir-a-pena-da-alemanha-pos-guerra.phtml
https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/ha-75-anos-stalin-churchill-e-attlee-se-reuniam-para-definir-a-pena-da-alemanha-pos-guerra.phtml
56
A economia capitalista passou por um longo período de crescimento econômico 
entre o fim da Segunda Guerra Mundial e a crise do petróleo (1946 - 1973), período que 
ficou conhecido como a Era de Ouro, ou anos dourados do capitalismo. Primeiramente 
faz-se necessário destacar a situação oposta em que se encontravam as economias norte-
americana e europeia ao final da guerra. Na Europa (palco das operações de guerra) havia, 
segundo Saes (2013), uma situação caótica devido às perdas humanas em grande número, 
instalações industriais e de serviços destruídas e a população passando por grandes 
dificuldades. Já a economia norte-americana havia sido fortemente estimulada pela demanda 
por produtos bélicos, tendo recuperado os níveis de produção anteriores à crise de 1929. 
Neste sentido, cabia a cada governo adotar políticas próprias, de acordo com suas 
condições. Na Europa, o governo precisava reconstruir a economia, dando atenção para as 
pessoas mais atingidas pela guerra. Já o governo dos Estados Unidos estava preocupado em 
manter a prosperidade dos anos de guerra, pois havia o receio de volta da recessão à medida 
que a produção bélica diminuísse com o fim da guerra. Segundo Saes (2013) isso não ocorreu 
e por um período de cerca de um quarto de século houve um crescimento acelerado tanto da 
economia americana como da economia mundial, com estabilidade de preços e sem grandes 
flutuações. Por esta razão, tal período ficou conhecido por anos dourados do capitalismo. Porém, 
cabe destacar que as economias socialistas também cresceram neste período, principalmente 
a União Soviética. Saes (2013) destaca que inclusive países subdesenvolvidos, do terceiro 
mundo, também passaram por profundas transformações nesse período, como o avanço 
industrial ocorrido no Brasil entre os anos de 1950 e 1960.
ECONOMIA MUNDIAL
NO PÓS-GUERRA2
TÓPICO
IMPACTOS ECONÔMICOSUNIDADE 3
57
A crise do capitalismo nos anos 70 teve seu início ou aprofundamento no ano de 
1973, com o fim do Tratado de Bretton Woods e a crise do petróleo. A partir dos anos 
70 várias economias pelo mundo passaram a ter números menores de crescimento de 
PIB, soma-se a isso altas taxas de desemprego e inflação. Ao contrário do que defendia 
a teoria econômica keynesiana clássica, que afirmava que a inflação seria mais alta com 
níveis baixos de desemprego e meios de produção próximos ao seu limite de produção, 
nesse período tivemos capacidade de produção ociosa e a combinação de altas taxas de 
desemprego e inflação.
Boa parte disso se deve à grande crise do petróleo de 1973. Após a Segunda 
Grande Guerra, o petróleo do Oriente fomentou o desenvolvimento europeu, e de certa 
forma, também dos Estados Unidos. No entanto, os grandes produtores de petróleo, como 
Arábia Saudita, Irã, Iraque, Venezuela, Kuwait, fundaram a OPEP, em 1960. Em 1973, 
após tentativas frustradas de negociação com países importadores, a OPEP decidiu elevar 
os preços do petróleo e simultaneamente, reduzir os volumes de produção. Isso elevou o 
preço do barril que girava em torno de US$ 2 para quase12 dólares no final de 1973.
As crises do petróleo atingiram em cheio os países importadores, e pressionaram os 
índices de inflação nesses países e, por consequência, as taxas de desemprego. Mas não 
podem ser totalmente responsabilizadas pela crise dos anos 70, com níveis de produção 
extremamente baixos, as indústrias aumentaram suas margens de lucro e, com isso, 
inverteram a lógica da era de ouro do capitalismo em que o nível de produção alto gerava 
A CRISE DO CAPITALISMO 
NAS DÉCADAS DE 70 E 803
TÓPICO
IMPACTOS ECONÔMICOSUNIDADE 3
58IMPACTOS ECONÔMICOSUNIDADE 3
bons salários para o empregado e bons lucros para as empresas. Com a produtividade 
baixa, desemprego e inflação altos, a crise se aprofundou.
O fim do Tratado de Bretton Woods que indexava o dólar ao ouro, que desvalorizou a 
moeda americana, teve também impacto no comércio internacional, pois ao desvalorizar o dólar 
os produtos americanos ficavam mais baratos para a exportação, o que atingia a economia 
de países exportadores, como Alemanha e Japão. Essa queda do dólar foi de tal monta que o 
governo de Washington teve que intervir, a partir dos anos 80, para recuperar o seu poder de 
compra e não perder a sua importância como moeda reguladora do mercado internacional.
Todos esses problemas causaram a “estagflação” dos anos 70, em que níveis de 
emprego e produção baixos geraram altos níveis de inflação. Toda esta crise do sistema 
capitalista deu início ao processo de mudança que o capitalismo passou no final do século XX. 
Quais as causas e consequências das crises do petróleo? 
A crise do petróleo ocorreu justamente em momentos em que os países exportadores e membros 
da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e do Golfo Pérsico impediram a distribuição da 
matéria-prima para os EUA e países europeus – isso ocorreu três vezes desde a Segunda Guerra Mundial. 
Leia mais em Panorama Offshore. 
Disponível em: https://www.panoramaoffshore.com.br/entenda-o-que-foi-a-crise-do-petroleo/
REFLITA
https://www.panoramaoffshore.com.br/entenda-o-que-foi-a-crise-do-petroleo/
59
Cerca de um século se passou desde que os comunistas chegaram ao poder. 
Aconteceu na Rússia, depois de três anos de guerra mundial. Poucos fora da Rússia 
pensaram que o governo comunista poderia durar tanto. Mas, na verdade, aquela “Revolução 
de Outubro” foi a vanguarda de um movimento mundial, que inspirou milhões ao redor do 
globo e repeliu outros milhões.
O comunismo puro implicaria, em teoria, a propriedade comum dos meios de 
produção e o declínio do Estado. Sem surpresa, isso nunca foi alcançado. Mas uma 
ideologia que prometia derrubar o poder do capital, e as distorções que a acumulação de 
capital causou na sociedade, atraiu seguidores da Coreia, no Leste, até Cuba, no oeste. 
Seus adeptos acreditavam que a construção do comunismo exigia o desenraizamento 
das crenças capitalistas e a purificação daqueles que se apegavam aos modos de pensar 
burgueses ou contrarrevolucionários. 
O comunismo mundial foi o inimigo mais temível da América nas décadas de 
meados do século XX. Mas desde 1989, um país após outro, ou se livrou totalmente do 
comunismo, ou o afastou discretamente na busca de negócios. Hoje ele vive apenas nas 
formas mais atenuadas. A Coreia do Norte é a única resistência feroz entre as nações 
comunistas restantes, mas mesmo lá os mercados estão mudando a natureza da economia.
O jornal estadunidense The Washington Post desenvolveu uma linha do tempo dos 
momentos marcantes na história de 100 anos do comunismo no poder. Um registro de um 
movimento que buscou a revolução mundial, a industrialização em uma escala épica e a 
criação de uma nova forma de sociedade, tendo crescido a partir de um levante urbano no 
noroeste da Rússia, que se espalhou pelo globo. A seguir serão apresentados alguns dos 
principais fatos destacados pelo jornal.
A DECADÊNCIA DOS PAÍSES 
COMUNISTAS4
TÓPICO
IMPACTOS ECONÔMICOSUNIDADE 3
60IMPACTOS ECONÔMICOSUNIDADE 3
4.1 NOV. 1917
• A GRANDE REVOLUÇÃO DE OUTUBRO - Uma facção marxista revolucionária 
chamada Bolchevique tomou o poder na Rússia, liderada por Vladimir Lenin. 
Depois de uma guerra civil brutal, os bolcheviques estabeleceram o que se 
tornou a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Foi o primeiro governo 
comunista do mundo. Os soviéticos pretendiam exportar o comunismo para as 
outras grandes nações industriais, o que os tornava párias entre os capitalistas.
4.2 MAIO 1945
• VITÓRIA SOBRE A ALEMANHA NAZISTA - Os soviéticos sofreram o impacto 
da Segunda Guerra Mundial na Europa. Seu triunfo final foi explorado desde 
então como um evento justificativo, que confere glória e legitimidade aos EUA - e 
seu sucessor russo. No final da guerra, Moscou estabeleceu regimes comunistas 
amigáveis em toda a Europa Oriental, criando o que Winston Churchill chamou 
de Cortina de Ferro, uma metáfora sobre a influência soviética na região e a 
separação econômica existente entre o leste europeu e a Europa capitalista.
4.3 OUT. 1949
• MAO DECLARA VITÓRIA COMUNISTA NA CHINA - O conflito de longa 
duração entre nacionalistas e comunistas terminou finalmente com uma vitória 
comunista quase total. Mao Zedong, o líder do Partido Comunista, foi recebido 
em Moscou como a tribuna do comunismo asiático. Mas não demorou muito para 
as tensões levarem a uma ruptura, rompendo os dois países mais importantes do 
comunismo. Nas décadas seguintes, milhões de chineses morreram em campos 
de trabalho forçado e de fome.
4.4 JAN. 1959
• FIDEL CASTRO TOMA O PODER EM CUBA - Castro e seus revolucionários 
vieram das montanhas para derrubar o regime corrupto de Fulgencio Batista, 
que tinha fortes ligações com o crime organizado americano. A princípio disposto 
a negociar com os Estados Unidos, Castro voltou-se para Moscou em busca de 
apoio dentro de um ano, em face da hostilidade dos EUA. Os líderes americanos 
ficaram chocados ao ver o comunismo se firmar no hemisfério ocidental.
4.5 ABRIL. 1975
• A QUEDA DE SAIGON - A guerra sangrenta e prolongada no Vietnã, que 
destruiu a administração de Lyndon Johnson e contribuiu para a queda de Richard 
61IMPACTOS ECONÔMICOSUNIDADE 3
Nixon, terminou com uma vitória comunista. Saigon foi renomeada como Ho Chi 
Minh City. Isso estava perto da marca da maré alta do comunismo global, embora 
poucos suspeitassem disso na época.
4.6 JUN. 1989
• PROTESTOS DA PRAÇA DA PAZ CELESTIAL (CHINA) - Manifestantes pró-
democracia ocuparam a praça central de Pequim, inspirados por um programa de 
mudanças que os líderes chineses vinham perseguindo com cautela. O desafio 
era grande demais para o governo comunista, que enviou tropas e tanques 
para varrer a praça. Centenas, talvez milhares, perderam suas vidas. A lição foi 
aprendida e nada parecido aconteceu novamente na China.
4.7 NOV. 1989
• QUEDA DO MURO DE BERLIM - O líder soviético Mikhail Gorbachev sinalizou ao 
governo comunista da Alemanha Oriental que Moscou - preocupada com o declínio 
econômico e o esvaziamento do fervor ideológico - não viria em sua ajuda diante dos 
crescentes protestos populares. O Solidariedade já havia conquistado assento no 
governo polonês e os húngaros cruzavam a fronteira com a Áustria. Mas quando o 
Muro caiu e os berlinenses se reuniram novamente em alegres manifestações, ficou 
claro para o mundo que a era comunista na Europa Oriental havia acabado.
4.8 AGO. 1991
• GOLPE FRUSTRADO SINALIZA O FIM DA URSS - Os linha-dura soviéticos 
tentaram derrubar Mikhail Gorbachev com medo de que suas políticas de glasnost 
e perestroika - abertura e reestruturação - estivessem colocando seu país em risco 
de desintegração. Seu fracasso deu um grande impulso ao principal anticomunista 
da Rússia, Boris Yeltsin, e levou, em vez disso, à ilegalidade do Partido Comunista 
apenas algumas semanas depois. A União Soviética desmoronou e deixou de 
existir em 25 de dezembro de 1991.
Saes (2013) destaca que a Rússia foi o núcleo da mais importante experiência 
socialista doséculo XX, em pouco mais de dez anos concluiu uma transição rápida e 
radical para uma economia de mercado nos padrões típicos das sociedades capitalistas. O 
mesmo teria ocorrido com pequenas variações, nos demais países da “Cortina de Ferro”. 
Se na Europa houve a transformação simultânea do regime político (com o fim do sistema 
de partido único) e da economia (com a introdução da economia de mercado e o fim da 
exclusiva propriedade estatal dos meios de produção), na China o Partido comunista 
manteve-se como partido único e ele mesmo promoveu profundas reformas econômicas 
desde a morte de Mao Tsé-Tung, em 1976 (SAES, 2013).
62
O Neoliberalismo é uma ideologia e modelo de política econômica que valoriza a 
competição e o livre mercado. Embora haja um debate considerável quanto às características 
definidoras do pensamento e da prática neoliberais, ele é mais comumente associado à 
economia laissez faire. Em particular, o neoliberalismo é frequentemente caracterizado em 
termos de sua crença no crescimento econômico sustentado como o meio para alcançar o 
progresso humano, sua confiança nos mercados livres como a alocação mais eficiente de 
recursos, sua ênfase na intervenção mínima do Estado nos assuntos econômicos e sociais, 
e seu compromisso com a liberdade de comércio e capital.
Embora os termos sejam semelhantes, o neoliberalismo é diferente do liberalismo 
moderno. Ambos têm suas raízes ideológicas no liberalismo clássico do século XIX, que 
defendia o laissez faire econômico e a liberdade (ou liberdade) dos indivíduos contra o 
poder excessivo do governo. Essa variante do liberalismo é frequentemente associada 
ao economista Adam Smith, que argumentou, em A Riqueza das Nações (1776), que os 
mercados são governados por uma “mão invisível” e, portanto, deveriam estar sujeitos a 
uma interferência mínima do governo. Mas o liberalismo evoluiu com o tempo para uma 
série de tradições diferentes (e frequentemente concorrentes). 
O liberalismo moderno se desenvolveu a partir da tradição social-liberal, que se 
concentrava nos impedimentos à liberdade individual – incluindo pobreza e desigualdade, 
doença, discriminação e ignorância – que havia sido criada ou exacerbada pelo capitalismo 
irrestrito e só poderia ser amenizada por meio da intervenção direta do Estado. Essas medidas 
começaram no final do século XIX, com esquemas de compensação dos trabalhadores, o 
financiamento público de escolas e hospitais, e regulamentos sobre horários e condições 
de trabalho e, eventualmente, em meados do século XX, abrangeram uma ampla gama de 
serviços e benefícios sociais característicos do chamado estado de bem-estar.
A ONDA DO NEOLIBERALISMO 
ECONÔMICO ENTRE AS NAÇÕES 
NO FINAL DO SÉCULO XX5
TÓPICO
IMPACTOS ECONÔMICOSUNIDADE 3
63
Nos últimos anos, uma expansão no volume de políticas protecionistas e guerras 
comerciais, fez com que especialistas começassem a abordar um tema que se usou 
chamar de “desglobalização”. Bulla (2020) destaca que após atingir o pico no início dos 
anos 2000, o comércio global e o volume de investimento direto estrangeiro diminuíram, 
proporcionalmente ao PIB mundial, significativamente a partir da crise de 2008. Segundo 
Amorim Neto (2017), o comércio internacional estancou e as finanças se renacionalizaram 
depois da crise de 2008.
Segundo Saes (2013), as intensas transformações observadas na economia mundial 
no início do século XXI e a turbulência que afetou o final da primeira década do século, dificulta a 
previsão do futuro da economia mundial capitalista. O autor cita que há uma profunda incerteza 
sobre os rumos da economia mundial, não só diante das turbulências enfrentadas, mas também 
devido a novos problemas que se colocam num horizonte cada vez mais próximo. 
Estudiosos consideram que atualmente mais pessoas estão se conscientizando de que 
o capitalismo transformou nossas vidas e nosso planeta em uma mercadoria. Um sistema que 
se mostrou ambientalmente insustentável e socialmente injusto, não sendo capaz de garantir 
felicidade e condições de vida dignas a todas as pessoas em qualquer lugar do planeta. Neste 
sentido, destaca-se a Economia Solidária, que a partir de uma crítica ao modelo de produção 
capitalista, defende os princípios da solidariedade, da cooperação e autogestão. 
Neste contexto, as iniciativas econômicas solidárias de base emergiram 
redescobrindo práticas atemporais e traços culturais, renovando-os e adaptando-os ao 
contexto atual através do uso de novas tecnologias e outros recursos contemporâneos, 
regenerativos e resilientes.
ALTERNATIVAS AO CAPITALISMO, 
A GLOBALIZAÇÃO E O GOVERNO 
MUNDIAL DE FATO6
TÓPICO
IMPACTOS ECONÔMICOSUNIDADE 3
64
Existe uma alternativa para o capitalismo?
Para refletir sobre isso, leia o artigo do nosso ex Ministro da Fazenda Bresser-Pereira.
Fonte: BRESSER-PEREIRA, L. C. Uma alternativa para o capitalismo? Estudos avançados, 
São Paulo, v. 28, n. 80, jan./abr. 2014. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S0103-40142014000100024. Acesso em: 13 dez. 2020.
REFLITA
IMPACTOS ECONÔMICOSUNIDADE 3
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142014000100024
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142014000100024
65
Caro(a) aluno(a), chegamos ao fim da terceira unidade da disciplina de História 
Econômica Geral. Aspectos importantes foram destacados sobre a Guerra Fria, período 
de tensão geopolítica entre EUA e União Soviética. Destacamos também aspectos 
relacionados com a economia mundial no Pós-guerra e o período conhecido como Era de 
Ouro do Capitalismo, que durou até o início da década de 70.
Outro ponto importante apresentado foi quanto a crise do capitalismo na segunda 
metade do século XX, quando o fim do padrão-ouro e as crises do petróleo levaram a 
uma queda no crescimento econômico mundial. Em seguida abordamos a crise dos países 
comunistas, onde uma onda revolucionária varreu a Europa Central e Oriental no final de 
1989, levando à queda do modelo soviético dos estados comunistas, em um período de 
poucos meses. Por fim, abordamos um pouco acerca do neoliberalismo, doutrina econômica 
que defende a absoluta liberdade do mercado, com uma mínima intervenção estatal, e a 
economia solidária, nova via considerada uma alternativa ao sistema capitalista.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
IMPACTOS ECONÔMICOSUNIDADE 3
66
Reflexões sobre a crise dos regimes comunistas
Ralph Miuband - Professor de Ciência Política da London School of 
Economics da Universidade de Londres
É improvável que o massacre de junho passado na Praça da Paz Celestial seja a 
última manifestação violenta das profundas e múltiplas crises - econômica, social, política, 
étnica, ideológica e moral - que se generalizaram em vários regimes comunistas e que, no 
devido tempo, muito provavelmente se generalizarão a todos eles. Uma ampla “mutação” está 
se efetuando em todas as partes do mundo comunista, e ela indubitavelmente constitui um dos 
grandes momentos decisivos na história do século XX. O resultado dessa crise ainda é uma 
questão aberta, embora as alternativas, falando de modo geral, não sejam difíceis de relacionar: 
na melhor das hipóteses, uma forma de regime assemelhada à democracia socialista, que 
o movimento de reforma iniciado por Mikhail Gorbatchev na União Soviética pode conseguir 
produzir; alguma forma de democracia capitalista, com um substancial setor público; ou um 
autoritarismo consolidado com uma expansão da economia de mercado - o que Boris Kagarlitsky 
convenientemente denominou de “stalinismo de mercado” - do qual a China é o exemplo mais 
conspícuo a registrar. De qualquer maneira, parece claro que a forma de regime que dominou 
a União Soviética desde o final dos anos 20 até bem poucos anos atrás, e todos os outros 
regimes comunistas dos anos pós-guerra em diante, agora está descartada em muitos deles e, 
mais cedo ou mais tarde, muito provavelmente o será em todos eles.Fonte: MIUBAND, R. Reflexões sobre a crise dos regimes comunistas. Lua Nova: 
Revista de Cultura e Política, São Paulo, n. 21, 1990. Disponível em: https://www.scielo.br/
pdf/ln/n21/a09n21.pdf. Acesso em: 26 nov. 2020.
LEITURA COMPLEMENTAR
IMPACTOS ECONÔMICOSUNIDADE 3
https://www.scielo.br/pdf/ln/n21/a09n21.pdf
https://www.scielo.br/pdf/ln/n21/a09n21.pdf
67
MATERIAL COMPLEMENTAR
FILME/VÍDEO
• Título: Adeus, Lênin
• Ano: 2004
• Sinopse: Em 1989, pouco antes da queda do muro de Berlim, a Sr.ᵃ 
Kerner (Katrin Sab) passa mal, entra em coma e fica desacordada 
durante os dias que marcaram o triunfo do regime capitalista. Quando 
ela desperta, em meados de 1990, sua cidade, Berlim Oriental, 
está sensivelmente modificada. Seu filho Alexander (Daniel Brühl), 
temendo que a excitação causada pelas drásticas mudanças possa 
lhe prejudicar a saúde, decide esconder-lhe os acontecimentos. 
Enquanto a Sr.ᵃ Kerner permanece acamada, Alex não tem muitos 
problemas, mas quando ela deseja assistir à televisão ele precisa 
contar com a ajuda de um amigo diretor de vídeos
• Assista o trailer em: https://abre.ai/lft9
LIVRO
• Título: Da Guerra Fria à Nova Ordem Mundial
• Autor: Ricardo de Moura Faria, Mônica Liz Miranda 
• Editora: Contexto
• Sinopse: “Da Guerra Fria à Nova Ordem Mundial” foge do lugar-
comum à maior parte das interpretações sobre a “paz armada” que 
marcou, a partir do final da Segunda Guerra Mundial, a relação 
entre os EUA e a ex-URSS. O assunto tem sido até aqui alvo de 
extensa bibliografia que, contudo, costuma pecar exatamente pelo 
mesmo maniqueísmo que caracterizou o conflito entre as duas 
superpotências. Os autores deste livro não buscam identificar 
mocinhos e vilões, mas compreender e desnudar os discursos em 
confronto. Mostram que, para além das espionagens, boicotes e 
intimidações diplomáticas típicas do período, aquela foi uma guerra 
travada também no cotidiano dos cidadãos comuns, submetidos 
à maciça propaganda ideológica veiculada pelos dois lados em 
disputa. Além disso, o livro faz uma pertinente reflexão sobre os 
rumos da humanidade, em um mundo no qual os inimigos não são 
mais tão visíveis e em que as antigas certezas se dissiparam.
IMPACTOS ECONÔMICOSUNIDADE 3
https://abre.ai/lft9
https://www.amazon.com.br/s/ref=dp_byline_sr_book_2?ie=UTF8&field-author=M%C3%B4nica+Liz+Miranda&text=M%C3%B4nica+Liz+Miranda&sort=relevancerank&search-alias=stripbooks
Professor(a) Dra. Ariane Maria Machado de Oliveira
HISTÓRIA 
ECONÔMICA
E BRASIL4UNIDADEUNIDADE
PLANO DE ESTUDO
69
Plano de Estudos
• A História Econômica do Brasil
• Economia Brasileira e Desenvolvimento Econômico e Social
• Globalização e relações econômicas
• Desenvolvimento agrícola e contribuições brasileiras
• Capitalismo Financeiro vigente e seus impactos
• Perspectivas Brasileiras
Objetivos da Aprendizagem
• Contextualizar acerca da história econômica do Brasil
• Abordar como se deu em linhas gerais o desenvolvimento econômico e social 
brasileiro a partir do século XX
• Compreender os aspectos relacionados à globalização e a economia brasileira
• Estabelecer a importância do desenvolvimento agrícola e as contribuições 
brasileiras
• Contextualizar o Brasil diante do capitalismo financeiro vigente, apresentando 
também seus impactos
• Apresentar perspectivas para a economia brasileira no cenário atual
HISTÓRIA ECONÔMICA E BRASILUNIDADE 4
70
Caro(a) aluno(a), chegamos à última unidade da disciplina de História Econômica 
Geral. Nesta unidade, trataremos temas específicos, relacionados ao Brasil diante do 
mundo. Primeiramente abordaremos um pouco sobre a participação do Brasil na Primeira 
Guerra Mundial, que teria sido modesta por não possuirmos recursos bélicos, e na Segunda 
Guerra Mundial, um pouco mais expressiva. 
Em seguida veremos, em linhas gerais, como se deu o desenvolvimento econômico 
e social do Brasil desde o período colonial, para chegarmos até o período chamado de 
globalização, quando os fluxos comerciais, financeiros e de produção se intensificaram por 
todo o mundo. A importância da agricultura para a história econômica do Brasil também 
será vista nesta unidade.
Por fim, trataremos sobre o capitalismo vigente e seus impactos para a economia 
mundial, focando por último em algumas perspectivas para a economia brasileira.
INTRODUÇÃO
HISTÓRIA ECONÔMICA E BRASILUNIDADE 4
71
Para compreendermos um pouco sobre a relação do Brasil com o mundo, na história 
econômica geral, começaremos resgatando alguns pontos importantes sobre a participação 
do Brasil nas grandes guerras mundiais. Quando o Brasil vivia sua fase imperial, fazendo parte 
do Reino Unido de Portugal e Algarve, estávamos diplomaticamente atrelados à Inglaterra. 
Com a proclamação da República, em 1889, houve um deslocamento do eixo diplomático 
de Londres para Washington, aderindo aos preceitos da Doutrina Monroe, defendida pelos 
Estados Unidos, que se colocava contra o colonialismo em terras americanas. 
Após um navio brasileiro ser atingido por um submarino alemão, em outubro de 
1917, o Brasil rompe relações diplomáticas com o Império Alemão. O então presidente 
Venceslau Brás assinou uma declaração de Guerra contra a Tríplice Aliança (Alemanha, 
Áustria-Hungria e Itália), após outros navios brasileiros serem atacados novamente na costa 
do Mar Mediterrâneo. As contribuições do Brasil na primeira guerra envolveram o envio de 
sete navios de combate e, além da frente marítima, no ar, em auxílio à aviação de guerra 
britânica e aos feridos em combate (MAGNOLI, 2013). Os brasileiros teriam permanecido 
na Europa até o início do ano de 1919, tendo sua Divisão Naval de Operações de Guerra 
sido dissolvida em junho do mesmo ano.
Pamplona (2014) destaca que ao final do conflito o Brasil teve um saldo de quase 
200 mortes e nove navios afundados. A pesquisadora descreve que a participação do 
Brasil na Primeira Guerra Mundial contribuiu para que fossemos convidados a participar da 
Conferência da Paz em Paris no ano de 1919, onde foi assinado o Tratado de Versalhes, 
que selou a paz entre as nações europeias e pôs fim à Primeira Guerra.
PRINCIPAIS RELAÇÕES DO BRASIL 
NA HISTÓRIA ECONÔMICA1
TÓPICO
HISTÓRIA ECONÔMICA E BRASILUNIDADE 4
72HISTÓRIA ECONÔMICA E BRASILUNIDADE 4
A Segunda Guerra Mundial iniciou-se quando as forças nazistas alemãs 
coordenadas por Adolf Hitler invadiram a Polônia, no ano de 1939. Segundo historiadores, 
o segundo grande conflito mundial apresenta muitas semelhanças com o primeiro, devido 
aos bloqueios navais e torpedeamentos de navios brasileiros por submarinos alemães. 
O Brasil, sob o comando de Getúlio Vargas, começou a participar do conflito a partir de 
1942, primeiramente de forma neutra. Porém, após alguns ataques a navios brasileiros, 
o presidente brasileiro decide participar da guerra, entrando em acordo com Roosevelt, o 
então presidente norte-americano.
Estudiosos afirmam que a participação do Brasil foi muito importante e reconhecida 
pelos aliados, especialmente os norte-americanos, além da Inglaterra e França. Carrion 
(2010) destaca que o Brasil enviou, em 1944, a Força Expedicionária Brasileira (FEB) para, 
junto com as forças aliadas, combater os países do eixo nos campos de batalha europeus.
Com a vitória dos grupos aliados, os soldados brasileiros voltaram à sua pátria em 
agosto de 1945. Porém, havia um questionamento importante por parte dos soldados sobre 
a incoerência de se lutar contra a ditadura nazista, sendo que o Brasil vivia um momento de 
privação das liberdades civis, devido ao regime ditatorial vigente.
Nos anos seguintes à segunda guerra, o Brasil começou a passar por uma profunda 
transformação. Entre 1950 e 1980 o país deixou de ser predominantemente rural e agrícola 
e passou a se industrializar. Veremos mais sobre isso nas próximas seções.
Como vimos na unidade anterior, após o término da Segunda Guerra Mundial iniciou-
se a Guerra Fria. Cabe destacar aqui que o Brasil passou a fazerparte do bloco capitalista, 
mas, a partir de 1961, o então presidente João Goulart (Jango) deu início a uma política externa 
independente do apoio das superpotências, Estados Unidos e União Soviética.
João Goulart anunciou em fevereiro de 1964 as reformas de base, ou seja, 
reformas sociais que incluíam a reforma agrária. A classe burguesa e os investidores 
americanos preocupados com a reforma, com o apoio da elite conservadora brasileira 
e da Agência de Inteligência dos Estados Unidos (CIA), colocaram em prática um golpe 
militar onde Jango foi deposto.
Foi então que se instalou no Brasil uma ditadura militar, que durou de 1964 a 1985, 
sendo um período caracterizado por censura, repressão e tortura. A partir de 1985 foi 
restituída a democracia no Brasil, tendo José Sarney como o primeiro presidente da “Nova 
República”, período da história do Brasil posterior ao fim da ditadura militar. Nas próximas 
seções falaremos sobre o desenvolvimento da economia brasileira ao longo do século XX, 
enfatizando posteriormente o processo de globalização, a importância da agricultura, o 
capitalismo financeiro e algumas perspectivas pós-pandemia.
73
ECONOMIA BRASILEIRA 
E DESENVOLVIMENTO 
ECONÔMICO E SOCIAL2
TÓPICO
HISTÓRIA ECONÔMICA E BRASILUNIDADE 4
A história econômica do Brasil pode ser amplamente caracterizada como um ciclo de 
altos e baixos. Do século XVI a meados do século XX, o país foi fortemente dependente de 
um ou dois produtos agrícolas importantes, cujos preços flutuavam amplamente nos mercados 
internacionais. O aspecto cíclico da economia começou com a exportação de pau-brasil no 
início dos tempos coloniais e continuou com um boom do açúcar, um boom mineral no século 
XVIII (impulsionado especialmente pela mineração de ouro e diamantes), um boom do café 
em meados do século XIX, e um boom da borracha no final do século XIX e início do século 
XX. O governo brasileiro no século XX tentou diversificar a produção do país e reduzir sua 
dependência das exportações agrícolas por meio do forte incentivo à manufatura.
O governo, na esperança de garantir o controle interno das principais indústrias, 
liderou uma série de políticas nacionalistas após a Grande Depressão dos anos 1930. 
Ela assumiu a propriedade de algumas das maiores empresas do país, geralmente em 
parceria com uma ou mais corporações locais, ou estrangeiras e, posteriormente, vendeu 
ações para investidores privados. O envolvimento crescente do governo no setor industrial 
foi criticado por promover objetivos políticos e sociais em vez de econômicos e por sua 
burocracia pesada e ineficiente; no entanto, alguns setores atribuíram seu sucesso a 
medidas governamentais, que incluíam investimentos diretos, incentivos fiscais, tarifas 
protecionistas e restrições à importação. O governo iniciou várias indústrias importantes, 
incluindo um moderno programa de construção naval, um setor petroquímico liderado pela 
enorme empresa Petrobrás (criada em 1953), uma florescente indústria de microeletrônica 
e computadores pessoais e fabricação de aeronaves pela corporação Embraer, incluindo 
jatos comerciais, aviação e equipamentos de vigilância e aeronaves para a Força Aérea 
74HISTÓRIA ECONÔMICA E BRASILUNIDADE 4
Brasileira. Ela estabeleceu uma indústria de veículos motorizados na década de 1950 para 
substituir as importações e montadoras dos EUA e da Alemanha. Por um período durante 
o final do século XX, a manufatura representou o maior segmento do Produto Interno Bruto 
(PIB) antes de ser ultrapassada pelo setor de serviços.
 As contínuas altas taxas de inflação do final do século XX afetaram todos os 
aspectos da vida econômica do Brasil. A inflação veio em parte das políticas do governo 
de gastos deficitários, financiando pesadamente a expansão industrial e subsidiando 
empréstimos comerciais, bem como a prática entre os brasileiros de obter empréstimos 
de bancos estrangeiros quando o crédito interno era restrito. Na última parte do século 
XX, o Brasil indexou quase todas as transações pela inflação, de acordo com o valor 
constantemente corrigido dos títulos do governo. Essa prática institucionalizou virtualmente 
a inflação e levou à aceitação pública de sua inevitabilidade. Como resultado, os programas 
anti-inflação do Brasil foram apenas fugazmente bem sucedidos até meados da década de 
1990, quando o governo deu início ao Plano Real, um programa que limitava estritamente 
os gastos do governo, introduziu uma nova moeda e fez outras reformas fiscais.
O lançamento do Plano Real em 1994 provaria ser uma mudança de direção para 
a economia brasileira. Esse plano, desenhado por Fernando Henrique Cardoso, que mais 
tarde se tornaria presidente do Brasil, previa a introdução de uma nova moeda, restringia 
os gastos públicos e acabava com a indexação da economia. A nova moeda, o real, 
estava indexado ao dólar como uma âncora nominal e estava um tanto supervalorizada, 
o que tornou as importações baratas, limitando o espaço para os produtores domésticos 
aumentarem os preços. Enquanto isso, o Brasil no final dos anos 80 e 90 também embarcou 
na liberalização e privatização do comércio em grande escala.
O governo privatizou dezenas de instituições financeiras, fabricantes e empresas de 
mineração na década de 1990, incluindo vários grandes produtores de aço e a Companhia 
Vale do Rio Doce (CVRD). A CVRD, o conglomerado gigante de mineração e transporte 
do Brasil, foi dividido em unidades de mineração e transporte separadas (mas ainda 
economicamente formidáveis). O governo também vendeu parte de suas ações da Petrobrás 
para investidores privados e abriu parcialmente a indústria do petróleo à concorrência. 
Em 1999, o Brasil foi forçado a fazer grandes mudanças de política. O câmbio se 
tornou flutuante e, em vez de um regime de metas para a taxa de câmbio, o país adotou um 
regime de metas para a inflação. A política monetária foi reforçada e a política fiscal também. 
A introdução de uma Lei de Responsabilidade Fiscal em 2000 ajudou a controlar os gastos 
públicos. Para evitar um calote, o Brasil também recebeu um pacote de empréstimos do 
FMI. A eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, gerou novas tensões econômicas, pois 
os investidores estrangeiros de repente se afastaram do país temendo que o presidente 
75HISTÓRIA ECONÔMICA E BRASILUNIDADE 4
Lula não pagasse a dívida do Brasil, já que seu Partido dos Trabalhadores tinha raízes 
muito radicais e Lula fora muito crítico em relação ao Plano Real durante os anos 90. No 
entanto, uma vez no cargo, Lula optou por manter as políticas macroeconômicas do Brasil.
Enquanto isso, o ambiente externo se tornou muito mais amigável para o Brasil. O alto 
crescimento na China e de outros mercados emergentes alimentou a demanda por muitos tipos 
diferentes de commodities. Como principal produtor de minério de ferro, açúcar, café, carne, 
soja e muitas outras commodities, o Brasil estava muito bem posicionado para se beneficiar 
dessa tendência. Ao mesmo tempo, a economia doméstica também se tornou mais dinâmica. 
As transferências de renda, o aumento do salário mínimo e o crescimento do crédito resultaram 
em um forte crescimento do consumo. Os bons anos serviram também para formar um grande 
estoque de reservas externas, enquanto o governo manteve um grande superavit primário, o 
que, associado ao crescimento mais elevado, levou à queda da relação dívida pública/PIB. No 
início de 2008, as agências de classificação reconheceram que a macroeconomia havia se 
estabilizado ao conceder ao país uma classificação de grau de investimento.
A resiliência do Brasil foi demonstrada quando a crise financeira global de 2008 
atingiu o país, que sofreu com a rápida queda dos preços das commodities e a pressão 
sobre os mercados financeiros. Pela primeira vez em sua história, o Brasil foi capaz de 
implementar políticas anticíclicas durante uma crise (global). Em vez de ter de apertar as 
políticasfiscal e monetária, o que era necessário no passado para preservar a confiança, 
o Brasil teve reservas suficientes para conter a crise, aumentando os gastos públicos e 
reduzindo as taxas de juros.
Como resultado dessas medidas de estímulo, e também devido a uma forte 
recuperação dos preços das commodities, a economia brasileira se recuperou com vigor 
em 2010, com o crescimento do PIB oscilando de menos 0,9% em 2009 para 7,5% em 
2010. Enquanto isso, foram encontradas grandes reservas de petróleo no Oceano Atlântico. 
Isso significa que o Brasil, que já havia experimentado um forte crescimento da produção 
de petróleo na primeira década do século XXI, poderia se tornar um grande produtor de 
petróleo, com a Petrobras parcialmente estatal desempenhando um papel central. Em 2010, 
a Petrobras levantou US$ 70 bilhões no maior IPO do mundo. No entanto, o crescimento 
caiu decepcionantemente para 2,7% em 2011 e 0,9% em 2012.
E foi justamente a partir de 2012 que analistas de mercado começaram a apontar 
dificuldades na administração financeira da companhia. Os problemas envolviam uma 
rápida elevação do endividamento e dos prejuízos com a comercialização de combustíveis. 
A Petrobras sofreu um forte abalo financeiro a partir do final de 2014, quando foi revelada 
a existência de amplo esquema de desvios de recursos na companhia (MORAIS, 2017). 
Desde que tais problemas surgiram, a Petrobras teve que começar um profundo processo 
76HISTÓRIA ECONÔMICA E BRASILUNIDADE 4
de ajuste para demonstrar capacidade de pagamento e levar para frente os investimentos 
que seriam necessários aos novos campos descobertos no pré-sal. 
Em 2018 a empresa voltou a lucrar e obteve o melhor resultado desde 2011. É uma 
volta por cima ao se considerar a situação da empresa no ano de 2015. Porém, no ano de 
2020, a pandemia da COVID-19, que afetou o mundo todo, também trouxe alguns impactos 
para a companhia, tendo todo o setor de petróleo e gás sido impactado pelas medidas 
restritivas adotadas pelos governantes.
Desde o ano de 2015, a partir da crise política enfrentada pelo Brasil, a economia 
patina a passos lentos. Por meio de votação democrática, em 2018 a maioria do povo 
brasileiro escolheu o presidente considerado de extrema direita, Jair Messias Bolsonaro. 
Com uma agenda de privatizações e liberalismo econômico presentes na figura do 
Ministro da Economia Paulo Guedes, o Governo Bolsonaro conseguiu aprovar a Reforma 
da Previdência, com uma economia aos cofres públicos estimada em R$ 800 bilhões em 
10 anos. Outra conquista do governo no ano de 2019, e que está de acordo com sua 
agenda liberal, foi a aprovação da Lei da Liberdade Econômica, que reduz a burocracia nas 
atividades econômicas e reforça os princípios do livre mercado.
Porém, com a pandemia da COVID-19 que passou a assombrar a economia mundial 
desde o início do ano de 2020, volta a ganhar destaque um problema recorrente no Brasil, 
o da má distribuição de renda. O Brasil possui a segunda maior concentração de renda 
do mundo, o que se agravou com a pandemia. Veremos mais sobre perspectivas para a 
economia brasileira no último tópico desta unidade.
Com a descoberta do pré-sal, o setor brasileiro de petróleo e gás ganhou crescente importância 
para a economia brasileira, tornando o país um ator potencialmente relevante tanto na posição de produtor 
como exportador mundial. Essa descoberta, atrelada às políticas governamentais dos governos do PT, 
impulsionaram a retomada do nacionalismo energético brasileiro que ampliou a apropriação, pelo Estado 
brasileiro, do excedente econômico do petróleo e adotou políticas industriais voltadas à expansão nacional 
de bens e serviços destinados ao processo de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo. 
Leia o artigo na íntegra: PINTO, E. C. Nacionalismo energético, Petrobras e desenvolvimento 
brasileiro: a retomada interditada. Revista OIKOS, Rio de Janeiro, v. 19, n. 1, 2020. Acesso em: 11 dez. 2020. 
SAIBA
MAIS
77
GLOBALIZAÇÃO E RELAÇÕES 
ECONÔMICAS3
TÓPICO
HISTÓRIA ECONÔMICA E BRASILUNIDADE 4
Existem divergências no mundo acadêmico sobre quando o processo de globalização 
surgiu de fato. Alguns pesquisadores consideram que a globalização começou apenas 
a partir do momento em que avanço tecnológico permitiu que as informações fluíssem 
livremente por todo o mundo. Enquanto outros estudiosos do tema consideram que a 
globalização teve início com as grandes navegações do final do século XV. 
O termo globalização apareceu primeiramente nas escolas norte-americanas de 
administração de empresas nos anos 80 e abrange a significativa expansão do comércio 
internacional e dos fluxos de capitais, bem como o avanço tecnológico que ocorreu com 
maior intensidade nesta mesma década. 
Lacerda (2000) destaca aspectos da globalização dos pontos de vista comercial, 
financeiro e produtivo. Quando falamos em globalização comercial, estamos nos referindo 
ao aumento dos fluxos de comércio em âmbito internacional. Quanto ao aspecto financeiro 
da globalização, refere-se à expansão dos fluxos financeiros internacionais. E, por fim, 
a globalização na esfera produtiva que está relacionada com o aumento dos fluxos de 
investimentos diretos estrangeiros, às estratégias de empresas multinacionais e ao processo 
de reestruturação empresarial na busca por maior competitividade. 
A década de 80, considerada por muitos estudiosos como o início de uma outra fase do 
processo de globalização, foi um período crítico para a economia brasileira. A chamada “década 
perdida” trouxe consigo estagnação econômica, com baixo crescimento do PIB e inflação 
elevadíssima. Basicamente, toda a América Latina carregava dívidas externas impagáveis, 
déficits fiscais enormes e muita volatilidade do câmbio e nível de preços. Na busca pela 
superação desse período crítico, instituições do sistema financeiro internacional sugeriram ao 
Brasil que adotassem políticas ortodoxas de controle monetário. Entre as principais propostas 
78HISTÓRIA ECONÔMICA E BRASILUNIDADE 4
estavam o aprofundamento da abertura econômica, que seria obtida a partir de uma drástica 
redução dos tributos sobre importação e exportação, corte nos subsídios, eliminação de medidas 
protecionistas e o fim de restrições à livre circulação de capitais. 
Kliass e Salama (2008) destacam que tais medidas levaram a um significativo 
aumento no grau de abertura econômica do país, e que a exemplo do que ocorreu na 
maioria das economias em desenvolvimento, a mundialização financeira cresceu mais 
rapidamente do que a globalização comercial. Para os autores, a estrutura produtiva do 
Brasil passou por profundas transformações a partir do momento que passamos a exportar 
produtos industrializados, porém com baixa e média tecnologia. Neste caso, o valor agregado 
derivado das exportações é menor e produz menos efeitos em cadeia para a economia do 
país, diferente dos países asiáticos, por exemplo, que exportam alta tecnologia. 
Existem diversas correntes teóricas e muita divergência quando se trata do tema 
“globalização”. Uma coisa que se sabe é que a mundialização do capital e produtiva foi um 
enorme desafio principalmente para os países emergentes, redefinindo o papel do Estado 
à medida que as empresas multinacionais passaram a ser grandes influenciadores do 
processo (LACERDA, 2000).
A partir do ano de 2020, com a pandemia do coronavírus, analistas de mercado 
passaram a acreditar em um processo de maior desaceleração da globalização, que se 
convencionou chamar de “slowbalization”. Alguns estudiosos têm destacado que estamos 
passando por uma metamorfose no processo de globalização. Marcos Troyjo, presidente 
do Banco do Brics, cita que desde o ano de 1989 (com a queda do Muro de Berlim), até 
a quebra do banco Lehman Brothers, no ano de 2008, o mundo teria vivido uma fase de 
globalização profunda, com o fortalecimento da integração regional, incluindo a criação 
da União Europeia. Agora, segundo Troyjo, vivemos umafase de “desglobalização”, com o 
aumento do protecionismo e das restrições ao fluxo de mercadorias e capitais.
Razões da estagnação da globalização 
As razões subjacentes à estagnação da globalização são múltiplas. Em primeiro lugar, há que se 
destacar a crise financeira global iniciada em 2008. Ela levou ao que os economistas hoje chamam de “a 
grande recessão”. Com essa expressão, procura-se diferenciar os problemas econômicos do mundo atual 
daqueles vividos na década de 1930, quando o capitalismo mundial experimentou uma profunda depressão. 
Ainda que, hoje, os Estados Unidos e a Europa já tenham se recuperado da crise, esta deixou marcas 
profundas nas economias e nos eleitorados nacionais. A grande recessão acabou intensificando os piores 
efeitos da globalização nos países desenvolvidos.
Fonte: Amorim Neto (2017). 
SAIBA
MAIS
79
DESENVOLVIMENTO AGRÍCOLA 
E CONTRIBUIÇÕES BRASILEIRAS4
TÓPICO
HISTÓRIA ECONÔMICA E BRASILUNIDADE 4
Segundo a EMBRAPA1(2018), nos últimos 40 anos, o Brasil saiu da condição de 
importador de alimentos para se tornar um grande provedor para o mundo, sendo que 
muitas das conquistas estão relacionadas ao aumento da produção e da produtividade 
agropecuárias, resultado de novas tecnologias, insumos modernos, profissionalização dos 
produtores, melhores canais de comercialização entre outros. 
Quanto ao retrato do Brasil rural dos anos de 1950 e 1960, o estudo destaca que a 
agricultura brasileira era rudimentar, com predomínio do trabalho braçal sendo que menos 
de 2% das propriedades rurais contavam com máquinas agrícolas. A soja ainda era um 
produto inexpressivo para os mercados doméstico e internacional. 
Como o resultado do rendimento por hectare era baixo, não se produzia o suficiente 
para o atendimento da demanda interna. O Governo teve que adotar políticas específicas 
para aumentar a produção, investindo em pesquisa e desenvolvimento, extensão rural e 
aumento do volume de crédito para o setor. Esse foi o início do processo de modernização 
da agricultura brasileira.
1. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária é uma Empresa Pública de Pesquisa vinculada ao Ministério da 
Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil.
80
Para compreender o Brasil do presente, a Embrapa divulgou um estudo que volta 50 anos no 
tempo e viaja pela trajetória da agricultura brasileira, apresentando alguns fatos e números que nos ajudam 
a identificar os acertos, a enxergar problemas como oportunidades e a pensar em ações futuras rumo à 
sustentabilidade.
Fonte: EMBRAPA. Visão 2030: o futuro da agricultura brasileira. Brasília: Embrapa, 2018. 
Disponível em: https://www.embrapa.br/visao/o-futuro-da-agricultura-brasileira. Acesso em: 11 dez. 2020.
SAIBA
MAIS
HISTÓRIA ECONÔMICA E BRASILUNIDADE 4
Segundo a Embrapa (2018), entre 1975 e 2017, a produção de grãos, que era de 
38 milhões de toneladas, cresceu mais de seis vezes, atingindo 236 milhões, enquanto a 
área plantada apenas dobrou, indicando uma forte elevação de produtividade. Em 2018, o 
setor agropecuário brasileiro apresentou crescimento de 0,1% quando comparado com o 
ano anterior, tendo em 2019 apresentado um crescimento de 3,81% comparado com 2018. 
Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, 
o PIB do agronegócio representou 21,4% do PIB brasileiro total no ano de 2019.
Quanto ao ano de 2020, a chegada da pandemia da COVID-19 trouxe consigo 
consequências para toda a economia global, e inclusive para o setor agrícola. O aumento 
significativo do dólar frente ao real afetou a agropecuária à medida que encareceu insumos 
importados, mas, por outro lado, favoreceu as exportações e tornou os nossos produtos 
mais competitivos no comércio internacional.
https://www.embrapa.br/visao/o-futuro-da-agricultura-brasileira
81
CAPITALISMO FINANCEIRO 
VIGENTE E SEUS IMPACTOS5
TÓPICO
HISTÓRIA ECONÔMICA E BRASILUNIDADE 4
O capitalismo financeiro tem suas origens no final do século XIX quando a propriedade 
de empresas passou a ser dividida em ações, criando, assim, um novo mercado baseado 
no comércio de ações. Nesse novo modelo, os agentes financeiros, como os bancos, 
passaram a ter um novo papel dentro do sistema capitalista quando através da compra de 
ações de empresas passaram a ter interferência direta no setor industrial. A partir desse 
momento, os lucros passaram a ser em maior parte proveniente de ganhos financeiros do 
que da produção industrial em si.
O termo “capital financeiro” vem de Rudolf Hilferding, teórico marxista austro-alemão. 
Hilferding (1981) categorizou uma crescente concentração e centralização de capital em 
grandes corporações, cartéis, trustes e bancos. Para o autor, no seu início, o “capitalismo 
liberal” competitivo, oposto à intervenção do estado mercantilista, foi transformado na 
virada do século em “capitalismo financeiro” monopolista e que foi integrado a um “estado 
centralizado e alocador de privilégios”. Ele achava que os fluxos de capital de investimento 
serviam para integrar a economia global nascente, que operava predominantemente sob 
o controle de Londres no fim do século XIX, então o principal centro de poder. Hilferding 
(1981) viu o capital financeiro empenhado em expansão vigorosa, em busca constante de 
novas oportunidades de investimento e mercados. Neste sentido, as semelhanças entre a 
virada do século XIX e a virada do século XX são impressionantes.
Mais recentemente, Harvey (2005) argumentou que os proprietários (acionistas) e a 
administração (CEOs) de empresas capitalistas se fundiram, uma vez que a alta administração 
82HISTÓRIA ECONÔMICA E BRASILUNIDADE 4
é cada vez mais paga com opções de ações. Aumentar o preço de suas ações torna-se o 
principal objetivo das operações corporativas. Corporações produtivas competem gerando 
aumentos rápidos no preço das ações da empresa, por meio de manobras financeiras, mas 
mais especificamente por meio da demissão de trabalhadores, movimentação de produção 
para locais de custo mais baixo e economias com fundos de pensão. 
As bolsas de valores são a característica mais marcante do Capitalismo Financeiro, 
dentro delas a negociação das ações e outros papéis fez com que uma nova dinâmica 
surgisse a partir da valorização e desvalorização destas ações. O mercado de ações 
canalizou para si todo o investimento do mercado e da atividade produtiva. Isso deu aos 
bancos um protagonismo inédito, seja financiando tais investimentos ou mesmo controlando 
grandes empresas. 
Essa concentração dos recursos fez nascer as grandes corporações que, infladas 
pela grande capacidade de investimento proveniente do mercado, foram dominando setores 
do mercado e criando monopólios. Estes grandes conglomerados em busca de mão-de-
obra mais barata começaram a se instalar em países mais pobres e assim deram início 
ao processo que culminou com a globalização. Processo esse que vem se acelerando 
sobretudo por conta do desenvolvimento tecnológico e dos canais de logística.
Os impactos causados por essas megacorporações são muitos, um dos principais 
efeitos é a concentração de renda, a capacidade maior de investimento gera lucros maiores 
e esse ciclo virtuoso deixa os mais ricos cada vez mais ricos e os mais pobres cada vez 
mais pobres. Outro problema dentro do Capitalismo Financeiro são as grandes crises do 
mercado financeiro como em 1929 e 2007. A crise financeira que começou em 2007 teve 
os seguintes aspectos: mercado imobiliário inflacionado, especialmente perto de centros 
financeiros em expansão; competição entre instituições financeiras para oferecer crédito 
fácil tão fácil que acaba por tornar todos extremamente endividados; o agrupamento 
de hipotecas residenciais e outras dívidas em papéis negociáveis; níveis muito altos de 
alavancagem; e o uso de ativos cujo valor pode desaparecer em uma instância para 
securitizar outros investimentos ainda mais arriscados. 
Não é apenas que a crise se espalha deuma área para outra. A crise, em um 
caso como o fim estouro da bolha dos preços imobiliários, não só atingiu outros setores, 
mas teve efeitos exponenciais sobre eles (os bancos de investimento afundaram-se em 
especulações de alto risco) ao ponto de as perdas acumuladas representarem um desafio 
83HISTÓRIA ECONÔMICA E BRASILUNIDADE 4
para resgate até mesmo para estados e instituições de controle. Portanto, a desigualdade 
social não é apenas antiética – é perigosa do ponto de vista econômico.
Outras consequências da redução da importância da industrialização é o aumento 
do desemprego. Meios de produção mais efetivos e lucrativos são empregados, causando 
forte impacto no mercado de trabalho. Outro ponto a ser observado é a crise do meio-
ambiente na busca frenética por lucros e resultados; os recursos naturais estão se esgotando 
e colocando em risco toda a vida humana na terra.
Como o capitalismo financeiro está relacionado à concentração de renda e maior desigualdade 
social?
Para refletir sobre isso, leia o artigo: BRESSER-PEREIRA, L. C. Capitalismo financeiro-rentista. 
Estud. av., São Paulo, v. 32, n. 92, 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-
40142018000100017&script=sci_arttext. Acesso em: 11 dez. 2020.
REFLITA
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40142018000100017&script=sci_arttext
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40142018000100017&script=sci_arttext
84
PERSPECTIVAS 
BRASILEIRAS7
TÓPICO
HISTÓRIA ECONÔMICA E BRASILUNIDADE 4
A economia brasileira, que já vinha de um período difícil de recessão desde o ano 
de 2014, foi duramente atingida pela pandemia do coronavírus no ano de 2020. Tal crise 
paralisou as atividades econômicas, causando desemprego e queda na renda da população. 
Entre os impactos mais significativos para a economia como um todo, está a possibilidade 
de volta do Brasil para o mapa da fome. 
Um estudo desenvolvido pela PUC/RS e pelo Observatório da Dívida Social na 
América Latina (RedODSAL) aponta que, desde 2015, vem ocorrendo um processo de 
aumento das desigualdades sociais do país, em que os ricos ficaram mais ricos e os pobres 
ficaram mais pobres. Segundo o estudo, houve um aumento da distância entre o topo e a 
base da pirâmide no interior das metrópoles ao longo dos últimos anos, com aceleração 
desse crescimento no ano de 2020. 
O Brasil apresenta a segunda maior concentração e renda do mundo, segundo o 
Relatório Anual de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas desenvolvido em 2019. 
Ou seja, o 1% mais rico concentra 28,3% da renda total do país (no Catar essa proporção 
é de 29%). Ou seja, quase um terço da renda está nas mãos dos mais ricos. Já os 10% 
mais ricos no Brasil concentram 41,9% da renda total. Sem dúvidas esse é um dos maiores 
desafios que a economia brasileira enfrentará nos próximos anos, buscando diminuir a 
desigualdade e tornando o Brasil um país justo para todos.
85
Vimos ao longo da quarta e última unidade um pouco sobre o desenvolvimento 
econômico e social do Brasil ao longo de sua história. Vimos um pouco dos eventos 
econômicos que abrangem a história do Brasil, que envolvem a colonização portuguesa 
no século XVI, o Pacto colonial e uma política mercantil imperial que impulsionou o 
desenvolvimento do país nos três séculos seguintes. A independência alcançada em 1822 
e a escravidão abolida em 1888. A partir de 1930 importantes passos foram dados para 
transformar o Brasil em uma economia moderna e industrializada.
A Unidade IV apresentou também um pouco sobre a importância da agricultura para 
a economia brasileira, bem como o posicionamento do Brasil durante a intensificação do 
processo de globalização mundial. Falamos também sobre o capitalismo financeiro e seus 
impactos para as economias dos países emergentes, bem como as perspectivas para a 
economia brasileira diante da Pandemia da COVID-19, que assolou o mundo no ano de 2020.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
HISTÓRIA ECONÔMICA E BRASILUNIDADE 4
86
MATERIAL COMPLEMENTAR
FILME/VÍDEO
• Título: Encontro com Milton Santos ou: O Mundo Global Visto do 
Lado de Cá
• Ano: 2006
• Sinopse: Os problemas da globalização sob a perspectiva das 
periferias. Acompanhe uma entrevista com o geógrafo e intelectual 
baiano Milton Santos, gravada quatro meses antes de sua morte. 
Milton Santos é um intelectual que, por suas ideias e práticas, 
inspira o debate sobre a sociedade brasileira e a construção de um 
novo mundo.
• Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=ifZ7PNTazgY
LIVRO
• Título: História da riqueza no Brasil
• Ano: 2017
• Autor: Jorge Caldeira
• Editora: Estação Brasil
• Sinopse: “História da riqueza no Brasil” é ao mesmo tempo, 
tão monumental quanto síntese. Há algumas definitivas, como as 
do trio Gilberto Freyre- Sérgio Buarque de Holanda-Caio Prado. 
A diferença? São mais de quinhentos anos relidos e explicados 
em nova chave. Pois para realizar a sua, Caldeira serviu-se de 
disciplinas vizinhas, a antropologia e a econometria, enriquecendo 
interpretações que já vinha consolidando em obras anteriores.
HISTÓRIA ECONÔMICA E BRASILUNIDADE 4
https://www.youtube.com/watch?v=ifZ7PNTazgY
87
CONCLUSÃO GERAL
Caro(a) aluno(a)! Chegamos ao fim da nossa disciplina de História Econômica 
Geral. Vimos primeiramente um pouco a respeito dos conceitos que envolvem a história 
econômica, apontando características importantes das principais linhas de pensamento 
que fizeram parte de sua evolução. Vimos que o conceito de modo de produção se destaca 
quando abordamos a evolução da história econômica. Foi a partir do conceito de modo de 
produção que pudemos conhecer um pouco acerca dos principais estudos desenvolvidos 
por Karl Marx. Em seguida, discutimos como se deram as relações entre forças produtivas 
e sociedade, analisando as formações econômico-sociais, mais especificamente a asiática, 
escravista, feudal, capitalista e socialista. 
Ainda na primeira unidade pudemos analisar o surgimento do capitalismo, a partir 
do colapso do sistema feudal. Vimos que, de forma geral, o feudalismo terminou com o 
renascimento da Europa, época em que houve um grande destaque da arte, ciência, literatura 
e liberdade humana. Mas, destacamos também que vários outros fatores contribuíram para 
a transição do feudalismo para o capitalismo, tal como as falhas existentes no sistema 
feudal. Finalizamos, então, a Unidade I abordando a origem do capitalismo e a importância 
do imperialismo na formação do terceiro mundo.
No início da Unidade II abordamos o processo de superação do Antigo Regime, que 
iniciou na França e se estendeu a quase toda a Europa, entre os séculos XVI e XVIII. Para 
tal análise, demos ênfase às chamadas Revoluções Burguesas, consideradas revoluções 
sociais que visavam destruir o sistema feudal ou seus vestígios, estabelecer o domínio da 
burguesia e criar um estado burguês. Na sequência discutimos como se deu o processo de 
mudança política e a formação dos Estados-nacionais, que levou a divergências entre reis 
e imperadores, igreja e nação, e inclusive senhores feudais e o estado. 
Ainda na Unidade II analisamos as mudanças nos padrões de comércio, com a 
expansão comercial e o sistema colonial, bem como as revoluções burguesas e a crise do 
Regime Absolutista. Em seguida abordamos aspectos importantes da Revolução Industrial, 
que introduziu novas técnicas de produção em alguns ramos da manufatura britânica 
na segunda metade do século XVIII. Vimos que o estabelecimento da grande indústria 
caracteriza a forma típica de produção do capitalismo, a partir do surgimento da máquina 
e da substituição da energia humana pela hidráulica e a vapor. Finalizando a Unidade II, 
88
falamos sobre o surgimento do comunismo, bem como sobre a trajetória do socialismo e a 
queda da URSS. 
A terceira unidade da disciplina de História Econômica geral teve como foco os 
impactos econômicos dos períodos citados nas unidades anteriores. O primeiro assunto 
abordadofoi a Guerra Fria, importante confronto político, econômico e militar entre o 
capitalismo e o comunismo, que durou de 1945 a 1991. Em seguida foram tratados aspectos 
relacionados ao período conhecido como Era de Ouro do Capitalismo, que durou basicamente 
entre o fim da Segunda Guerra Mundial e a crise do petróleo (1946 - 1973). Vimos então 
que tal período foi marcado por um crescimento acelerado tanto da economia americana 
como da economia mundial, com estabilidade de preços e sem grandes flutuações.
Ainda na terceira unidade abordamos a crise do capitalismo ocorrida na segunda 
metade do século XX, quando o fim do padrão-ouro e as crises do petróleo levaram a uma 
queda no crescimento econômico mundial. A crise dos países comunistas, que se deu a 
partir da onda revolucionária que varreu a Europa Central e Oriental no final de 1989, 
também foi discutida na Unidade III, onde vimos a origem da queda do modelo soviético de 
sistema econômico. Finalizando tal unidade, falamos sobre o surgimento do neoliberalismo, 
que tem como foco a liberdade do mercado, com uma mínima intervenção estatal.
Por fim, na Unidade IV vimos um pouco sobre o desenvolvimento econômico e 
social do Brasil ao longo de sua história. Abordamos eventos econômicos que fazem parte 
da história do Brasil, desde a colonização portuguesa no século XVI, o Pacto colonial e 
uma política mercantil imperial que impulsionou o desenvolvimento do país nos três séculos 
seguintes. A importância da agricultura para a economia brasileira ganhou destaque no 
decorrer da última unidade, bem como o posicionamento do Brasil durante o processo 
de mundialização do capital. Caminhando ao final do nosso material, falamos sobre o 
capitalismo financeiro e seus impactos para países como o Brasil, bem como algumas 
perspectivas para a economia brasileira a partir de 2020. 
Desejo-lhe sucesso em sua jornada acadêmica e profissional!
89
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org.br/revista/vol13/vol13n3bp897_916.pdf. Acesso em: 23 nov. 2020.
CARRION, A. L. M. Participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial: consequências e 
contribuições para a evolução do exército brasileiro. 2010. 97 f. Monografia (Especialização 
em História Militar) - Universidade do Sul de Santa Catarina. Palhoça, 2010. Disponível 
em: https://www.riuni.unisul.br/bitstream/handle/12345/4579/106268_Alexandre.
pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 12 dez. 2020.
COLAO, M. M. O Modo de Produção: Categoria do Materialismo Histórico. Revista 
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Desigualdade social cresce nas metrópoles brasileiras durante a pandemia. Observatório 
das Metrópoles e pelo Observatório da Dívida Social na América Latina (RedODSAL) - PUC/
RS. Disponível em: https://www.pucrs.br/blog/desigualdade-social-cresce-nas-metropoles-
brasileiras-durante-a-pandemia/
EMBRAPA. Visão 2030: o futuro da agricultura brasileira. Brasília: Embrapa, 2018. 
Disponível em: https://www.embrapa.br/visao/o-futuro-da-agricultura-brasileira. Acesso em: 
11 dez. 2020.
https://economia.uol.com.br/noticias/estadao-conteudo/2020/05/31/pandemia-faz-acelerar-rejeicao-a-globalizacao.htm
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https://www.riuni.unisul.br/bitstream/handle/12345/4579/106268_Alexandre.pdf?sequence=1&isAllowed=y
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https://www.pucrs.br/blog/desigualdade-social-cresce-nas-metropoles-brasileiras-durante-a-pandemia/
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91
FONSECA JUNIOR, G. O Sistema Internacional durante a Guerra Fria. Revista USP, n. 26, 
1995. Disponível em: http://revistageopolitica.com.br/index.php/revistageopolitica/article/
download/91/90. Acesso em: 03 dez. 2020.
FONSECA, H. R. Geografia Política. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A: 
2017.
GROPPO, B. O comunismo na história do século XX. Lua Nova [online], n. 75, p. 115-141, 
2008. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/ln/n75/07.pdf. Acesso em: 23 nov. 2020.
HARVEY, D. A Brief History of Neoliberalism. Oxford: University Press, 2005.
HILFERDIDNG, R. Finance Capital. London: Routledge & Kegan Paul, 1981.
KLIASS, P.; SALAMA,seguida, abordamos o período chamado de Era de Ouro do capitalismo, ocorrido em meados 
do século XX, até sua crise nas décadas de 70 e 80, com ênfase na desregulamentação do 
sistema monetário internacional e aos dois choques do petróleo, que contribuíram com a 
crise econômica que freou o crescimento econômico dos países industrializados. Ainda na 
Unidade III, abordamos a queda dos países comunistas, com destaque para os principais 
acontecimentos que acompanharam o período. Chegando ao fim da Unidade III, veremos 
aspectos importantes acerca da onda do neoliberalismo entre as nações no final do século 
XX, bem como alternativas ao capitalismo e aspectos da globalização mundial. 
Na última unidade da disciplina de História Econômica Geral, daremos destaque 
à situação do Brasil diante do mundo, como, por exemplo, quanto a sua participação na 
Primeira Guerra Mundial. Em seguida, falaremos sobre o desenvolvimento econômico e 
social do Brasil, desde o período colonial até o período chamado de globalização, dando 
destaque para a importância da agricultura na história econômica do Brasil. Por fim, 
abordaremos aspectos do capitalismo vigente e seus impactos para a economia mundial, 
com foco em algumas perspectivas para a economia brasileira. 
Bons estudos!
6
SUMÁRIO
História econômica e brasil
Impactos econômicos
Transição, crises e revoluções
Conceitos gerais
Professor(a) Dra. Ariane Maria Machado de Oliveira
CONCEITOS 
GERAIS1UNIDADEUNIDADE
PLANO DE ESTUDO
8
Plano de Estudos
• Conceitos gerais.
• Etapas ao longo da história.
• As Economias Agrícolas na Antiguidade.
• O conceito de modo de produção.
• As formações econômico-sociais: asiática, escravista, feudal, capitalista e 
socialista.
• O feudalismo; A transição do feudalismo para o capitalismo.
• As origens do capitalismo e o imperialismo.
• O capitalismo periférico e a formação do Terceiro Mundo
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar o estudo da história econômica.
• Conhecer as etapas da história econômica ao longo dos anos.
• Analisar o conceito de modo de produção e as diferentes formações econômico-
sociais até o capitalismo.
• Breve histórico do processo de transição do feudalismo para o capitalismo.
• Compreender o conceito de capitalismo periférico e aspectos relacionados à 
formação do chamado Terceiro Mundo.
CONCEITOS GERAISUNIDADE 1
9
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a)! Seja muito bem-vindo(a) à nossa primeira unidade da 
disciplina de História Econômica Geral. 
Certamente você já conhece um pouco sobre a economia, pois precisa tomar 
inúmeras decisões econômicas diariamente. A economia está no nosso dia a dia, desde o 
momento em que recebemos salário, pagamos contas, fazemos investimentos e poupamos. 
Mas, de fato, o que é economia? A economia é uma ciência que se preocupa com o uso 
dos recursos (fatores de produção) escassos, na tentativa de satisfazer as necessidades 
humanas, que são ilimitadas. 
A preocupação com a utilização correta dos fatores de produção ou recursos 
produtivos sempre esteve no centro das decisões governamentais e de toda a sociedade, 
e, por isso, a importante relação existente entre a economia e a história das nações. Por 
exemplo, o mercantilismo, que é considerado uma teoria econômica e prática comum na 
Europa do século XVI ao XVIII, em que se defendia a acumulação de metais preciosos 
como fonte de riqueza das nações. Já a teoria econômica desenvolvida pelos fisiocratas, 
era composta por um grupo de economistas que acreditava que a riqueza das nações 
era oriunda exclusivamente do valor da agricultura. Quanto à Escola Clássica, escola de 
pensamento dominante dos séculos XVIII e XIX, é considerada pela maioria dos estudiosos 
como a mais sólida teoria econômica, e teve como progenitor o economista escocês Adam 
Smith, considerado o pai do liberalismo econômico. Com os rumos tomados pelo capitalismo 
no início do século XIX, e com o socialismo também em ascensão, destaca-se a teoria 
marxista, com críticas inerentes ao capitalismo.
Como você deve ter percebido, a teoria econômica passou por diversas mudanças 
ao longo dos anos, com ideias que partem de antigas teorias, buscando desenvolvê-las e 
transformá-las. Neste sentido, a presente unidade abordará conceitos gerais relacionados 
à história da economia, passando por suas etapas ao longo dos anos. Daremos ênfase 
à história das economias agrícolas, abordando o conceito de modo de produção e as 
diferentes formações econômico-sociais: asiática, escravista, feudal, capitalista e socialista.
O feudalismo, organização econômica e social que predominou na Europa Ocidental 
desde a idade média até a formação dos estados modernos, e sua transição para o capitalismo, 
sistema em que os meios de produção são privados e sua operação se dá com fins lucrativos, 
será um dos aspectos mais importantes a serem tratados nesta unidade. Falaremos também 
sobre as origens do capitalismo e o imperialismo, onde nações mais poderosas procuram 
ampliar suas influências com o domínio territorial, cultural e econômico sobre as nações mais 
pobres. Por fim, abordaremos o capitalismo periférico e a formação do Terceiro Mundo.
CONCEITOS GERAISUNIDADE 1
10
Caro(a) aluno(a), para que você possa entender como se deu o avanço do estudo 
da economia ao longo dos anos, inicialmente se faz necessário que você compreenda 
alguns conceitos importantes. Primeiramente cabe destacar que a história econômica é o 
estudo acadêmico de economias ou eventos econômicos do passado. As pesquisas são 
conduzidas usando combinações de métodos históricos, métodos estatísticos e a aplicação 
da teoria econômica a situações históricas. 
A história econômica geral é uma disciplina que enfatiza a historicização da própria 
economia, ou seja, estuda nosso desenvolvimento passado, particularmente ao que diz 
respeito à economia, analisando-a como uma força dinâmica e buscando compreender como 
a economia é estruturada e concebida. Usando dados quantitativos e fontes qualitativas, 
os historiadores econômicos enfatizam a compreensão do contexto histórico em que os 
principais eventos econômicos ocorrem. Inclui, por exemplo, o desenvolvimento econômico 
das nações, o crescimento das empresas e a organização do trabalho, ou seja, enfoca a 
dinâmica institucional dos sistemas de produção, trabalho e capital, bem como o impacto 
da economia na sociedade. 
Portanto, os estudiosos da história econômica podem embasar suas análises sob 
diferentes perspectivas, de diferentes escolas de pensamento econômico, como a economia 
clássica, marxista, da escola de Chicago, bem como a economia Keynesiana. Na próxima 
seção estudaremos as etapas da história econômica.
CONCEITOS 
GERAIS1
TÓPICO
CONCEITOS GERAISUNIDADE 1
11
É preciso pensar a História Econômica enquanto linha de pesquisa unificadora de duas disciplinas 
que guardam suas especificidades: História e Economia; surgindo, assim, a necessidade de entender a relação 
e o diálogo que esses dois campos possuem entre si. Para saber mais sobre as questões metodológicas da 
história econômica, leia o artigo: 
Fonte: PEREIRA, L. L. História Econômica: algumas questões metodológicas. ANPUH – XXIII 
SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA – Londrina, 2005. Disponível em: https://anpuh.org.br/uploads/anais-
simposios/pdf/2019-01/1548206369_3be6a0a0bbcc555958194da64a18d92c.pdf
SAIBA
MAIS
Qual a importância de estudarmos a história da economia?
REFLITA
CONCEITOS GERAISUNIDADE 1
https://anpuh.org.br/uploads/anais-simposios/pdf/2019-01/1548206369_3be6a0a0bbcc555958194da64a18d92c.pdf
https://anpuh.org.br/uploads/anais-simposios/pdf/2019-01/1548206369_3be6a0a0bbcc555958194da64a18d92c.pdf
12
Como vimos no início desta unidade, a economia é a ciência que estuda como as 
sociedades produzem bens e serviços e como os consomem. Tal área de estudo influencia 
as finanças das economias mundiais, sendo parte vital da nossa vida cotidiana. Devido 
à tamanha importância, pesquisadoresP. A globalização no Brasil: responsável ou bode expiatório? Revista 
de Economia Política, v. 28, n. 3, p. 371-391, jul./set. 2008.
LACERDA, A. C. de. O Impacto da Globalização na Economia Brasileira. São Paulo. 
Editora Contexto, 2000.
LIMA, C. A. de S. Revoluções Burguesas: Contribuições para a Conquista da Cidadania e 
dos Direitos Fundamentais. Revista Jurídica da Universidade do Sul de Santa Catarina. 
Santa Catarina: Unisul, 2016.
MAGNOLI, D. História das Guerras. São Paulo: Contexto, 2013. 
MIUBAND, R. Reflexões sobre a crise dos regimes comunistas. Lua Nova: Revista de 
Cultura e Política, São Paulo, n. 21, 1990. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/ln/n21/
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PAMPLONA, I. O dia em que o Brasil declarou guerra ao Império Alemão. Revista DW, 
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PINTO, E. C. Nacionalismo energético, Petrobras e desenvolvimento brasileiro: a retomada 
interditada. Revista OIKOS, Rio de Janeiro, v. 19, n. 1, 2020. Disponível em: http://
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Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - Relatório anual 2019. Disponível 
em: https://www.br.undp.org/content/dam/brazil/docs/VFINAL%20Relatorio%20Anual%20
2019.pdf. Acesso em: 10 dez. 2020.
SAES, F. A. M.; SAES, A. M. História Econômica Geral. São Paulo: Saraiva, 2013.
TORTOMANO, C. Há 75 anos, Stalin, Truman e Attlee se reuniam para definir a 
pena da Alemanha pós-guerra. Aventuras na História. 2020. Disponível em: https://
aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/ha-75-anos-stalin-churchill-e-attlee-se-
reuniam-para-definir-a-pena-da-alemanha-pos-guerra.phtml. Acesso em: 27 nov. 2020.
http://www.ipea.gov.br/radar/temas/industria/678-petrobras-crise-financeira-e-de-credibilidade-e-recuperacao-recente
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http://revistaoikos.org/seer/index.php/oikos/article/viewArticle/639
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https://www.br.undp.org/content/dam/brazil/docs/VFINAL Relatorio Anual 2019.pdf
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https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/ha-75-anos-stalin-churchill-e-attlee-se-reuniam-para-definir-a-pena-da-alemanha-pos-guerra.phtml
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	Botão 17: 
	Botão 16:buscaram, ao longo da história da humanidade, 
compreender os fenômenos econômicos e como estes evoluem.
 O pensamento econômico remonta aos tempos da Grécia antiga, tendo sido também 
bastante discutido no antigo Oriente Médio. Apesar disso, credita-se ao pensador escocês 
Adam Smith a origem da Economia (Política), cabendo destacar que Smith era herdeiro de 
uma corrente de pensamento chamada de “escola escocesa” que mantinha uma perspectiva 
histórica em suas reflexões. Adam Smith costumava chamar de “ordem natural” uma sequência 
de formas de atividade econômica (caça e coleta, pastoreio, agricultura e comércio), que estaria 
associada à história da economia e deveria ocorrer em toda sociedade.
Segundo Saes (2013), a História Econômica, enquanto disciplina, é relativamente 
recente, adquirindo progressivamente status de ciência depois da publicação do livro A 
Riqueza das Nações, de Adam Smith (1776). No século XIX diversas produções consolidaram 
a área de estudos chamada Economia Política. Pesquisadores como Thomas Malthus, 
David Ricardo, Jean-Baptiste Say, John Stuart Mill, entre outros, são alguns dos chamados 
economistas clássicos, além de Karl Marx, mesmo que em vertente distinta (SAES, 2013).
ETAPAS AO LONGO
DA HISTÓRIA2
TÓPICO
CONCEITOS GERAISUNIDADE 1
13
Uma mudança significativa aconteceu a partir de 1870 com a chamada revolução 
marginalista, que alterou o foco da análise econômica, o que levou à troca do nome das 
disciplinas de economia política para economia. O austríaco Carl Menger, o suíço Leon 
Walras e o inglês William Stanley Jevons foram pioneiros dessa nova corrente, que se 
consolidou como um dos principais paradigmas da teoria econômica.
Sem desmerecer a importância de Adam Smith, cabe citar que o primeiro estudo metódico de como 
funcionam as economias foi realizado por fisiocratas franceses, tendo Smith absorvido algumas de suas ideias, as 
expandindo em uma tese sobre como as economias deveriam funcionar, em oposição a como funcionam. 
A Escola Fisiocrata surgiu basicamente com um artigo escrito por François Quesnay (1694 - 
1774), em 1756, com críticas ao mercantilismo. Os fisiocratas discordavam da minuciosa regulamentação da 
produção pelo governo, que chegou a definir o número exato de fios necessários por metro de tecidos, o que 
poderia até garantir a qualidade, mas aumentava consideravelmente o preço dos bens, além de não permitir 
mudanças dos métodos de produção ou na preferência dos consumidores.
Fonte: Brue (2013).
SAIBA
MAIS
CONCEITOS GERAISUNIDADE 1
14
Caro(a) aluno(a), para compreendermos como chegamos ao período chamado de 
feudalismo, é preciso voltarmos no tempo, abordando as economias agrícolas da antiguidade, 
em específico as agriculturas romanas e gregas. A agricultura romana remonta às práticas 
agrícolas da Roma Antiga, durante um período de mais e 1000 anos. A República Romana 
(509 a.C. a 27 a.C.) e o Império Romano (27 a.C. a 476 d.C.) se expandiram para governar 
grande parte da Europa, norte da África e Oriente Médio, abrangendo muitos ambientes 
agrícolas, com clima mediterrâneo predominantemente seco, verões quentes e invernos 
frios na maior parte das vezes. Na área do Mediterrâneo, uma tríade de culturas era mais 
importante: grãos, azeitonas e uvas (BAKERS, 2020).
A agricultura era a principal atividade da grande maioria das pessoas governadas 
por Roma. No início, a atividade agrícola era composta por pequenos proprietários de terras 
autossuficientes, que acabou evoluindo para uma sociedade rural dominada pelo latifúndio, 
com grandes propriedades que pertenciam aos ricos e utilizavam trabalho escravo.
Ainda segundo Bakers (2020), o crescimento da população urbana, especialmente 
da cidade de Roma, exigiu o desenvolvimento de mercados comerciais e do comércio de 
longa distância de produtos agrícolas, especialmente grãos, para abastecer as pessoas 
nas cidades com alimentos.
Na Grécia Antiga a agricultura também era a base da atividade econômica, abrangendo 
cerca de 80% da população. Como citado anteriormente, o clima mediterrâneo é caracterizado 
por basicamente duas estações: a primeira seca e quente, de abril a setembro, quando os leitos 
AS ECONOMIAS AGRÍCOLAS 
NA ANTIGUIDADE3
TÓPICO
CONCEITOS GERAISUNIDADE 1
15
dos rios tendem a secar; e o segundo é úmido e marcado por violentas tempestades de chuva 
trazidas pelos ventos de oeste, com temperaturas mais amenas.
A seguir apresentam-se alguns pontos que merecem destaque quanto ao modo de 
produção na antiga Grécia e Roma.
• Atenas: 
 ◦ Aparece a divisão do trabalho
 ◦ Surge a pequena propriedade agrária 
 ◦ Despontam ofícios
 ◦ Nascem os mercadores 
 ◦ Constituição comum para as tribos
 ◦ Divisão de classes: nobres, agricultores e artesãos.
• Roma:
 ◦ Mais desenvolvido que o ateniense
 ◦ Pessoas possuem terras públicas e são proprietárias de parte das terras
 ◦ Indivíduo ligado à comunidade, estando disponível para o exército
 ◦ Democracia militar 
 ◦ Surgimento de uma plebe sem direito político, que era o núcleo do exército 
romano.
CONCEITOS GERAISUNIDADE 1
16
Cabe grande destaque no desenvolvimento da história econômica, o conceito de modo 
de produção. Tal termo deriva da obra de Karl Marx (1818 - 1883), tendo um papel de destaque 
na teoria marxista subsequente. O modo de produção pode ser compreendido como as diversas 
maneiras que os seres humanos utilizam para produzir coletivamente os meios de subsistência 
para sua sobrevivência e bem-estar social. Para Marx, os modos de produção dominantes, 
relacionados a um sistema econômico específico, caracterizariam a história humana.
De acordo com Colao (2006), o modo de produção é a fonte do materialismo histórico, 
que é uma abordagem metodológica elaborada por Marx e Engels (1829 - 1895) para o estudo 
da sociedade, da economia e da história. A autora destaca que as categorias dessa ciência 
social são as forças produtivas (ser humano, ferramentas, máquinas, tecnologia) e as relações 
de produção (entre assalariados e empresários, entre assalariados e entre empresários).
Neste sentido, qualquer modo particular de produção seria resultado da articulação 
entre um sistema que envolve relações específicas de produção e forças de produção. 
Segundo Barros (2017), as relações de produção definem relações sociais específicas 
baseadas no modo de apropriação do trabalho excedente e em uma prática institucionalizada 
específica preocupada com a distribuição dos meios de produção. Tais relações sociais 
seriam definidas, então, em termos de classes sociais, que formam a base do sistema 
estrutural que regula as relações humanas. 
Cabe destacar que, para Marx, as forças de produção definem o próprio processo 
de trabalho em que as matérias-primas são transformadas em determinados produtos. 
Os fatores que afetam as forças de produção incluem as matérias-primas, o trabalho e os 
O CONCEITO DE MODO
DE PRODUÇÃO4
TÓPICO
CONCEITOS GERAISUNIDADE 1
17
instrumentos usados para transformar as matérias-primas em produtos. O que determinaria o 
nível de desenvolvimento das forças de produção seria a natureza das tecnologias, máquinas e 
avanços científicos sendo implantados no processo produtivo. Portanto, o conceito de modo de 
produção foi utilizado por Marx como uma ferramenta classificatória para descrever e diferenciar 
diferentes sistemas econômicos em termos históricos. 
Marx empregava diferentes terminologias para designar os modos de produção 
que poderiam ser encontrados ao longo da história humana. Segundo Colao (2006), Marx 
foi chamado de evolucionista ao descrever que na história da sociedade há uma sucessiva 
história de modo de produção, desde o primitivo até o modo de produção capitalista, 
passando pelos modos escravista e feudal, e até mesmo um modo de produção asiático que 
mostrava características diferentes dos outros modos de produção existentesna história.
CONCEITOS GERAISUNIDADE 1
18
Marx descreve os diferentes tipos de modos de produção em várias de suas 
obras. Segundo ele, quanto mais tradicional for o modo de produção, menos mudanças 
ocorreriam nas velhas formas de propriedade e, consequentemente, menos mudanças 
na comunidade como um todo. Colao (2006) destaca a esse respeito que, para Marx, 
um modo de produção baseado no campo da agricultura, se manteria em sua forma 
tradicional por muito tempo, e que um modo de produção embasado no desenvolvimento 
industrial estaria mais disposto a mudanças. 
Quanto ao modo de produção da comunidade primitiva, Marx destaca que a própria 
comunidade se apresentava como a primeira grande força produtiva, fosse nas atividades de 
criação ou agricultura, e o relacionamento de indivíduos uns com os outros ocorreriam como um 
comportamento cotidiano específico, entre si e com a natureza (COLAO, 2006). Outro fator de 
destaque colocado pela autora é que neste modo de produção primitivo, não havia excedente, 
pois o resultado da produção agrícola era distribuído entre toda a comunidade. 
O modo de produção antigo, advindo da dissolução da comunidade primitiva, teria 
originado o modo de produção asiático, e quanto ao modo de produção Europeu, teria 
se originado de um modelo diferenciado que prevaleceu em Atenas e Roma. Quanto ao 
modo de produção escravista, os proprietários do solo eram latifundiários que mantinham 
o escravo como um instrumento de trabalho, ou seja, como a principal forma de produção. 
Quanto ao modo de produção asiático, cabe destacar que não apenas se encontrava 
geograficamente separado dos outros tipos de modo de produção identificados como etapas 
da história europeia, mas também como uma civilização distinta. No modo de produção 
AS FORMAÇÕES ECONÔMICO-
SOCIAIS: ASIÁTICA, ESCRAVISTA, 
FEUDAL, CAPITALISTA E 
SOCIALISTA5
TÓPICO
CONCEITOS GERAISUNIDADE 1
19
asiático, surge a incipiente figura do estado, pois um grupo de comunidade fica sob o poder 
de uma comunidade superior, que se apropria do solo (COLAO, 2006). Marx acreditava 
que o modo asiático existia em sociedades historicamente estáticas, sem a consciência de 
classe e o conflito necessário para o desenvolvimento ocorrer.
A era do feudalismo se estendeu por um longo período. Na China, o sistema feudal 
existiu por mais de dois mil anos. Na Europa Ocidental, o feudalismo abrange desde a 
queda do Império Romano (século V) até a Revolução Burguesa na Inglaterra (século XVII) 
e na França (século XVIII). Na Rússia, o sistema feudal prevaleceu desde o século IX até a 
revolução proletária na Rússia.
O feudalismo se origina essencialmente do sistema escravista, na forma de sistema 
colonial, em que os colonos eram obrigados a trabalhar nas terras de seu senhor, o grande 
proprietário, para lhe fazer um pagamento em dinheiro ou entregar uma parte considerável 
da colheita e cumprir vários tipos de obrigações. No entanto, os colonos tinham mais 
interesse em seu trabalho do que os escravos, já que possuíam terras cedidas pelo senhor 
feudal, a serem cultivadas.
 O feudalismo foi uma etapa essencial para o desenvolvimento histórico da 
sociedade. O desenvolvimento das forças produtivas pós escravidão só foi possível com 
base no trabalho da massa de camponeses dependentes, com um pedaço de terra, seus 
próprios instrumentos de produção e o interesse no trabalho. Os equipamentos agrícolas 
no período inicial do feudalismo eram rústicos, com arados de madeira, foice e pá, servindo 
de instrumentos de trabalho. A moagem de grãos foi por muito tempo feita manualmente, 
até que os moinhos de vento e água se espalharam.
Quanto ao modelo de produção capitalista citado por Marx, destaca a existência da 
propriedade privada dos meios de produção, e, por outro lado, uma classe de trabalhadores 
que vendem sua força de trabalho por um salário ao capitalista. Ou seja, nesse modo de 
produção, a força de trabalho passa a ser considerada uma mercadoria, apropriada pelo 
capitalista, que vem a ser chamada de mais-valia, e que permite ao capitalista ampliar seus 
lucros. Para Colao (2006), a propriedade privada dos meios de produção contrasta com o 
processo de produção que é de natureza social. 
Por fim, o modo socialista de produção, apresentado por Marx, se constitui como a 
negação do capitalismo, em que prevalece a luta de classes entre proletariado e burguesia, ou 
seja, o sistema socialista se caracteriza especialmente pela existência da propriedade social 
dos meios de produção (COLAO, 2006). Todos os membros da sociedade poderiam desfrutar 
dos bens necessários à sua existência, desaparecendo a separação de classes sociais.
CONCEITOS GERAISUNIDADE 1
20
Cabe destacar que, em primeiro lugar, Marx foi chamado de evolucionista, quando 
descreveu que na história da sociedade há uma sucessiva história de modos de produção, 
desde o modo de produção primitivo até chegar ao modo de produção capitalista, passando 
pelos modos escravista e feudal, e inclusive um modo de produção asiático que mostrava 
características diferenciadas aos outros modos de produção existentes na história. E anunciava 
Marx que o modo capitalista de produção seria substituído pelo modo socialista de produção.
Para saber mais sobre os estudos de Marx e Engels, leia o artigo que aborda o entendimento de 
ambos acerca do significado de “modo de produção”, recuperando as pistas deixadas pelos dois alemães, 
mas apenas após se expor uma crítica que lhes é dirigida a propósito (por Patnaik), para que no fim se 
confronte esta com aquelas. Palavras-chave: Capitalismo; Forças produtivas; Formação econômica da 
sociedade; relações de produção; sistema fechado.
Fonte: ANTUNES, P. F. R. Marx, Engels e a Concepção de Modo(s) de produção: Uma resposta 
ao paradoxo no centro da teoria Marxista. Problemata: Revista Internacional de Filosofia, v. 11, n. 1, 2020. 
Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/problemata/article/download/48454/30338/. Acesso 
em: 10 nov. 2020.
SAIBA
MAIS
CONCEITOS GERAISUNIDADE 1
https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/problemata/article/download/48454/30338/
21
O feudalismo existiu na Europa por volta de 300 a 1400 d.C., quando o conceito 
de capitalismo começou a ganhar forma. De forma geral, acredita-se que o feudalismo 
terminou com o renascimento da Europa, época em que houve um grande destaque da 
arte, ciência, literatura e liberdade humana. Embora o renascimento tenha desempenhado 
um papel fundamental na transição do feudalismo para o capitalismo, vários outros fatores 
contribuíram para tal transição, tal como as falhas existentes no sistema feudal, bem como 
forças externas que criaram um impacto duradouro nas sociedades medievais. 
Alguns dos fatores internos que levaram ao colapso do feudalismo incluem guerras 
internas, rebeliões dos colonos e a ineficiência do sistema como um todo. O sistema feudal 
colocava chefes de grupos entre o monarca e os habitantes, aumentando a tensão entre os 
colonos e os senhores feudais. No século XIV uma grande revolta camponesa se espalhou por 
toda Europa, resultando na quebra do antigo sistema e dando início a economia social moderna.
As cruzadas e as viagens durante a Idade Média abriram novas oportunidades de 
comércio para a Inglaterra, o que levou ao crescimento de novas cidades e maior número 
de comerciantes. As vilas e cidades forneciam oportunidades alternativas de emprego, 
melhorando os meios de subsistência dos camponeses, incentivando a migração rural para 
as cidades, contribuindo para o fim do feudalismo.
Segundo Saes (2013), um dos temas mais controversos entre os historiadores 
diz respeito ao impacto do comércio sobre a sociedade feudal. O autor destaca que no 
feudalismo prevalecia a produção para a subsistência dos trabalhadores e a extração do 
excedente (em trabalho ou espécie), sendo que nessa forma de organização o comércio 
TRANSIÇÃO DO FEUDALISMO 
PARA O CAPITALISMO6TÓPICO
CONCEITOS GERAISUNIDADE 1
22
ou circulação monetária seriam dispensáveis. Por essa razão, o renascimento comercial 
e a reativação da circulação monetária teriam provocado alguma mudança na forma de 
organização da sociedade feudal.
Portanto, um dos principais fatores externos que levou à transição do feudalismo 
para o capitalismo, segundo a maioria dos pesquisadores, foi a expansão do comércio. 
Os comerciantes, formados por uma classe única de indivíduos que não estavam sujeitos 
a obrigações, conduziam o comércio de acordo com seus interesses, transformando uma 
sociedade de subsistência em uma sociedade econômica, que prosperava à medida que 
a Europa se tornava mais estável. Essa nova classe de comerciantes também fornecia 
dinheiro aos reis, que tinham muito a ganhar com o incremento do comércio.
Portanto, a plataforma que mantinha o feudalismo em vigor não foi estável o 
suficiente para afastar o conceito de capitalismo, relacionado com a liberdade econômica. 
Ou seja, o renascimento na Europa fez com que o povo abraçasse a arte, as tecnologias e 
a mudança, marcando o fim dos tempos medievais e a transição para o mundo moderno.
CONCEITOS GERAISUNIDADE 1
23
Uma etapa crucial no desenvolvimento do capitalismo foi o surgimento do trabalho 
assalariado. Pode-se dizer que o primeiro estágio de evolução do capitalismo se deu a partir 
do momento em que os comerciantes ganhavam dinheiro com o comércio e os capitalistas 
obtinham suas riquezas a partir da propriedade e controle dos meios de produção. Estágio 
em que se originou a nova classe de capitalistas primitivos exercendo poder sobre a classe 
de trabalhadores assalariados. 
Os novos capitalistas tinham que ser capazes de exercer cada vez mais pressão 
sobre seus produtores para produzir mais por menos, de modo que os capitalistas 
pudessem manter os preços do comércio e aumentar os lucros. Eles procuravam o Estado 
para garantir a pressão exercida sobre os trabalhadores que, agora, eram obrigados a 
vender sua mão-de-obra em ambientes cada vez mais competitivos, agravados pelas filas 
de novos trabalhadores desempregados. 
Leis foram aprovadas, estabelecendo uma taxa para o salário máximo a ser pago 
aos camponeses com o objetivo de transformar os desprovidos de posse em uma classe 
obediente e disciplinada de trabalhadores assalariados, que ofereciam por uma ninharia 
seu trabalho ao novo capitalismo. 
Cabe aqui abordarmos o conceito de imperialismo. O imperialismo é considerado 
uma prática ou defesa da extensão do poder e domínio, especialmente pela aquisição 
territorial direta ou pela obtenção de controle político e econômico de outras áreas. 
AS ORIGENS DO CAPITALISMO
E O IMPERIALISMO7
TÓPICO
CONCEITOS GERAISUNIDADE 1
24
Pode-se considerar que o imperialismo foi originado de problemas econômicos na 
Europa, característicos do final do século XIX, em particular pela necessidade de garantir 
escoamento das matérias-primas para os países industrializados e a proteção dos mercados 
ultramarinos para a comercialização de seus produtos industriais.
Considerado na maioria das vezes moralmente repreensível, o imperialismo sempre 
envolveu o uso do poder, seja militar ou econômico, ou de maneira mais sutil, é o termo 
frequentemente empregado na propaganda internacional para denunciar e desacreditar a 
política externa de um oponente.
CONCEITOS GERAISUNIDADE 1
25
O efeito do imperialismo no desenvolvimento econômico dos países do Terceiro 
Mundo há muito é assunto de interesse dos estudiosos marxistas. A expansão internacional 
dos estados capitalistas levou à criação de um mercado mundial e à integração dos países 
pré-capitalistas a este mercado, anunciando uma nova fase do capitalismo cujas implicações 
continuam sendo debatidas. 
Na visão de tais teóricos, o imperialismo criou e perpetuou o subdesenvolvimento 
no Terceiro Mundo. Esses países, conceitualmente situados na periferia do sistema 
capitalista mundial, tiveram seu desenvolvimento bloqueado em decorrência de suas 
relações econômicas com os países imperialistas capitalistas, ao mesmo tempo, em que 
conseguiram desenvolver as forças produtivas nos países hoje centrais do mundo capitalista. 
Pesquisadores do tema consideram que o mercado não seria capaz de desempenhar o 
mesmo papel na periferia. 
O termo Terceiro Mundo tem sido então utilizado em sua maioria para descrever 
países da África, Ásia e América Latina que compartilham rendas per capita relativamente 
baixas, altas taxas de analfabetismo, desenvolvimento limitado da indústria, economias 
baseadas na agricultura, com baixa expectativa de vida, baixos graus de mobilidade social 
e estruturas políticas instáveis. 
A solução para o terceiro mundo, segundo alguns teóricos, envolve o desligamento 
da economia mundial, da autossuficiência e do socialismo, embora essa tenha sido a visão 
dominante na análise marxista do pós-guerra, e que não deixou de ser questionada. Alguns 
estudiosos, trabalhando dentro da tradição marxista, argumentaram que o imperialismo 
teve, de fato, um impacto muito favorável no Terceiro Mundo em termos de estímulo ao 
desenvolvimento das forças produtivas.
O CAPITALISMO PERIFÉRICO E A 
FORMAÇÃO DO TERCEIRO MUNDO8
TÓPICO
CONCEITOS GERAISUNIDADE 1
26
Nesta primeira unidade pudemos conhecer um pouco sobre os conceitos que 
envolvem a história econômica, abordando as principais linhas de pensamento que fizeram 
parte de sua evolução. Apresentamos também características importantes sobre a evolução 
da história econômica, bem como o conceito de modo de produção, que permeou grande 
parte dos debates a esse respeito.
A partir do conceito de modo de produção, pudemos conhecer um pouco acerca 
dos principais estudos desenvolvidos por Marx, e como tal conceito delimitou as linhas de 
pensamento quanto à evolução da história econômica ao longo do tempo. As formações 
econômico-sociais foram discutidas, apresentando essencialmente como se deram as 
relações entre forças produtivas e sociedade ao longo dos anos.
Um breve olhar sobre a história das condições econômicas e sociais anteriores à 
revolução industrial mostra que o capitalismo não surgiu dos esforços de alguns inventores, 
mas sim do colapso sistemático do feudalismo como sistema social e econômico e da 
imposição de um sistema de trabalho assalariado em seu lugar. 
A transição do feudalismo para o capitalismo foi então abordada de maneira clara, 
para que pudéssemos compreender como se deu a origem do capitalismo, bem como a 
importância do imperialismo na formação do terceiro mundo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
CONCEITOS GERAISUNIDADE 1
27
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
• Título: História da Riqueza do Homem
• Autor: Leo Huberman
• Ano: 2010
• Editora: LTC
• Sinopse: Uma visão dupla: a história pela teoria econômica e 
a teoria econômica pela história. Uma inter-relação importante 
e necessária. Assim, Leo Huberman traz o desenvolvimento da 
sociedade humana impulsionado por sangue, revoluções, traições 
e pactos selados. Um clássico de Economia que não causa bocejos, 
o livro História da Riqueza do Homem - Do Feudalismo ao Século 
XXI cobre a Idade Média até o nascimento do nazifascismo, a saga 
da economia mundial, e apresenta dois capítulos assinados pela 
historiadora Marcia Guerra sobre a nova era iniciada pela Segunda 
Guerra Mundial. Dessa forma, Huberman tenta explicar, em termos 
de desenvolvimento das instituições econômicas, por que certas 
doutrinas surgiram em determinado momento, como se originaram 
na própria estrutura da vida social e como se desenvolveram, 
modificaram e foram ultrapassadas ao mudarem os padrões 
daquela estrutura. Com temas que envolvem estado de bem-estar 
social, capitalismo e indústria, este livro provoca uma visão ampla 
e profunda da história e da economia?
FILME/VÍDEO
• Título: Capitalism, a Love Story (Capitalismo, uma História de 
Amor)
• Ano: 2009
• Sinopse: Michael Moore apresenta uma análise de como 
o capitalismocorrompeu os ideais de liberdade previstos na 
Constituição dos Estados Unidos, visando gerar lucros cada vez 
maiores para um grupo seleto da sociedade, enquanto a maioria 
perde cada vez mais direitos.
• Link do trailer: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-143892/
trailer-18929724/
CONCEITOS GERAISUNIDADE 1
http://www.adorocinema.com/filmes/filme-143892/trailer-18929724/
http://www.adorocinema.com/filmes/filme-143892/trailer-18929724/
Professor(a) Dra. Ariane Maria Machado de Oliveira
TRANSIÇÃO, 
CRISES E 
REVOLUÇÕES2UNIDADEUNIDADE
PLANO DE ESTUDO
29
Plano de Estudos
• A superação do Antigo Regime - as revoluções burguesas.
• Mudanças Políticas e dos Estados Nacionais.
• Expansão comercial e Sistema Colonial.
• As Revoluções Burguesas e a crise do Regime Absolutista.
• A revolução industrial.
• O surgimento dos países comunistas.
• A trajetória do socialismo e o fim da URSS.
• Principais crises econômicas mundiais.
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar a superação do antigo regime.
• Compreender as mudanças políticas e dos Estados Nacionais.
• Estabelecer a importância da expansão comercial e do sistema colonial.
• Abordar as revoluções burguesas e a crise do regime absolutista.
• Contextualizar a revolução industrial e o surgimento dos países comunistas.
• Demonstrar como ocorreu a trajetória do socialismo e o fim da URSS.
• Apresentar as principais crises econômicas mundiais.
TRANSIÇÃO, CRISES E REVOLUÇÕESUNIDADE 2
30
Como vimos na Unidade I, a História Econômica é a disciplina cujo objetivo é 
estudar os diferentes processos de produção desenvolvidos pela sociedade na busca 
pela sobrevivência. Na Unidade II iremos um pouco além para que você possa conhecer o 
processo de superação do “antigo regime” (sistema social e político aristocrático estabelecido 
na França e se estendeu por quase toda a Europa), a partir das revoluções burguesas. 
Em seguida, apresentamos um pouco sobre as mudanças políticas e a formação dos 
Estados Nacionais, tendo como princípio realizar a soberania política e militar dentro de um 
determinado território delimitado por fronteiras que os definiam.
As mudanças nos padrões de comércio serão abordadas na seção que apresentará 
aspectos relacionados à expansão comercial e ao sistema colonial. Em seguida, falaremos 
sobre as revoluções burguesas, revoltas protagonizadas pela burguesia contra o absolutismo, 
que tinha como característica o poder concentrado na mão de uma pessoa, na maioria das 
vezes, um rei. Em seguida abordaremos a crise do Regime Absolutista até seu fim, com 
as Revoluções Francesa e Inglesa. A Revolução Industrial, conjunto de mudanças que 
aconteceram na Europa nos séculos XVIII e XIX, também será abordada, com destaque 
para as mudanças quanto à posição do trabalho enquanto força produtiva. 
Por fim, falaremos sobre o surgimento dos países comunistas, cuja ideologia tem 
como foco promover o estabelecimento de uma sociedade igualitária, sem a existência de 
classes sociais. Na sequência será apresentada a trajetória do socialismo e o fim da URSS, 
até chegarmos às principais crises econômicas até os anos 30 e seus impactos para a 
economia mundial.
INTRODUÇÃO
TRANSIÇÃO, CRISES E REVOLUÇÕESUNIDADE 2
31
O antigo regime é um período histórico situado entre os séculos XVI e XVIII. Tal 
regime iniciou na França, se estendendo a quase toda a Europa. Suas características 
políticas envolviam o absolutismo régio, ou seja, o rei era a figura central, que detinha 
os poderes Judiciário, Executivo e Legislativo de uma só vez. Com relação à economia, 
prevalecia o capitalismo comercial e havia uma divisão social em três classes, que será 
vista nos próximos parágrafos.
Para compreendermos como as revoluções burguesas romperam com o Antigo 
Regime, vamos nos aprofundar sobre o tema. Revolução burguesa é um termo usado na 
teoria marxista para se referir a uma revolução social que visava destruir o sistema feudal ou 
seus vestígios, estabelecer o domínio da burguesia e criar um estado burguês. Nos países 
dependentes e coloniais, as revoluções burguesas assumem frequentemente a forma de 
uma guerra de independência nacional. Historiadores destacam que em um determinado 
estágio, uma revolução burguesa é historicamente necessária e progressiva, pois expressa 
as necessidades de desenvolvimento da sociedade.
A grande diversidade das forças de classe que participavam de uma revolução 
burguesa, os problemas a serem resolvidos e os métodos de luta dependiam das 
circunstâncias específicas de cada país e, sobretudo, pelas transformações que ocorreram 
na sociedade ao longo dos séculos. No período do capitalismo ascendente, as revoluções 
burguesas (a inglesa no século XVII e a francesa e americana no século XVIII) romperam 
as algemas do sistema feudal e abriram caminho para o capitalismo. A principal causa da 
revolução burguesa era um conflito entre as novas forças produtivas que se desenvolvem 
A SUPERAÇÃO DO ANTIGO 
REGIME - AS REVOLUÇÕES 
BURGUESAS1
TÓPICO
TRANSIÇÃO, CRISES E REVOLUÇÕESUNIDADE 2
32
no seio do sistema feudal e as relações produtivas feudais (ou seus vestígios), bem como 
as instituições feudais. Conflito frequentemente mascarado por contradições políticas e 
ideológicas. Porém, mesmo nos casos em que a revolução burguesa era causada pela 
opressão estrangeira ou pelo desejo de unificar o país, a necessidade urgente de eliminar 
o sistema feudal ou seus vestígios desempenhava papel decisivo.
Portanto, nas primeiras revoluções burguesas e em várias revoluções do século 
XIX, as forças em movimento eram a burguesia, os camponeses oprimidos pelo feudalismo, 
os artesãos, e a classe trabalhadora emergente. A burguesia, que, então, desempenhava 
um papel revolucionário, era a guia e dirigente das massas populares. O quadro a seguir 
apresenta informações sobre as ordens sociais na França, do Antigo Regime.
QUADRO 1: ORDENS SOCIAIS NA FRANÇA DO ANTIGO REGIME
Classes sociais (%) Situação na França Pré-revolucionária
Clero (1%) Terras, cargos, prestígio, privilégios e isenção fiscal
Nobreza (2%) Terras, cargos, prestígio, privilégios e isenção fiscal
Camponeses, burgueses e artesãos (97%) Obrigações e impostos
Fonte: Lima (2016).
Nos países coloniais e dependentes, a burguesia nacional ainda podia desempenhar 
um papel progressista e até revolucionário, mesmo na época do imperialismo, especialmente 
se uma luta contra o imperialismo estrangeiro estava em andamento. Mas a força mais 
revolucionária era dos trabalhadores – o proletariado mais ou menos numeroso e o 
campesinato, que constituíam a maioria da população. A profundidade das transformações 
sociais e democráticas da sociedade dependiam da capacidade da classe trabalhadora 
de alcançar a hegemonia em momentos decisivos e de estabelecer uma aliança com o 
campesinato e outras forças progressistas.
Diferentes classes e grupos usavam diferentes métodos e formas de luta nas 
revoluções burguesas. Assim, a burguesia liberal recorria com mais frequência aos métodos 
da luta ideológica e parlamentar e o campesinato às revoltas antifeudais com a tomada de 
domínios nobres, a divisão de terras e assim por diante. Os métodos de luta característicos 
do proletariado foram as greves, manifestações, revoltas urbanas e rebelião armada. Por 
exemplo, Lenin caracterizou a Revolução de 1905 - 1907 na Rússia como uma revolução 
proletária em seus métodos de luta. No entanto, as formas e métodos de luta dependem 
não apenas das forças revolucionárias, mas também da ação das classes dominantes, que 
geralmente são as primeiras a usar a violência e, assim, desencadear guerras civis.
TRANSIÇÃO, CRISES E REVOLUÇÕESUNIDADE 2
33
Com o desenvolvimento do capitalismo, especialmente depois que ele entrou na 
fase imperialista, outro conflito surge além do mencionado anteriormente – a saber, o conflito 
entre os interesses do desenvolvimento independente da economia nacional (especialmentenos países coloniais e dependentes) e a regra do capital estrangeiro. Este conflito dá origem 
à luta anti-imperialista, que normalmente se confunde com a luta antifeudal.
Diante do exposto, pode-se dizer que as revoluções burguesas, cada uma de sua 
maneira, contribuíram para a conquista da cidadania e dos direitos fundamentais (LIMA, 
2016). Para a autora, os ideais das revoluções burguesas eram fundamentalmente os 
valores de liberdade, contudo tais revoluções também carregam, em especial na Revolução 
Francesa, a origem dos direitos de igualdade, que trouxeram a partir do século XIX as 
reivindicações de caráter social.
Atualmente, a preservação dos vestígios feudais em vários países e especialmente 
o fortalecimento das tendências antidemocráticas reacionárias criam um terreno fértil para 
novos movimentos e revoluções democráticas comuns dirigidas principalmente contra 
a opressão dos monopólios capitalistas. Cabe aqui destacar que práticas democráticas 
comuns também eram o foco das revoluções socialistas.
TRANSIÇÃO, CRISES E REVOLUÇÕESUNIDADE 2
34
Os países europeus passaram a se estruturar como estados nacionais, governados 
por uma monarquia absolutista, à medida que abandonaram o regime feudal. Segundo Saes 
(2013), uma das colocações mais frequentes sobre o tema é de que a burguesia comercial 
se aliou aos monarcas para promover a constituição dos Estados nacionais e tal aliança se 
justificava pela oposição que existiria entre burguesia comercial e nobreza feudal.
 Portanto, caro aluno, para que você compreenda este processo de mudança política 
e o desenvolvimento dos Estados Nacionais, vamos relembrar alguns conceitos. Segundo 
Fonseca (2017), um estado nacional consiste em uma unidade político-territorial soberana, 
ou seja, um conjunto formado por uma nação, um Estado e um território. Conforme a autora,
O termo nasceu na Europa no final do século XVIII e início do século XIX, 
atrelado aos ideais da Revolução Francesa e correspondendo a fase 
nacionalista do Ocidente. Dessa forma, o conceito de Estado-Nação está 
diretamente ligado à formação dos Estados Modernos, advindos da Revolução 
Industrial e seguindo os preceitos da lógica do modo de produção capitalista 
(FONSECA, 2017, p.18).
 Portanto, Estado-nação é considerado uma política soberana territorialmente 
limitada – ou seja, um estado –, governado em nome de uma comunidade de cidadãos 
que se identificam como uma nação. Atrelado aos ideais da Revolução Francesa, o tema 
teria nascido na Europa no final do século XVIII e início do século XIX, estando diretamente 
ligado à formação dos Estados Modernos, provenientes da Revolução Industrial e seguindo 
os pressupostos da essência do modo de produção capitalista (FONSECA, 2017).
MUDANÇAS POLÍTICAS E 
DOS ESTADOS NACIONAIS2
TÓPICO
TRANSIÇÃO, CRISES E REVOLUÇÕESUNIDADE 2
35
 Como modelo político, o Estado-nação funde dois princípios: o princípio da soberania 
do Estado, articulado pela primeira vez no tratado chamado de Paz de Vestfália (1648), que 
reconhece o direito dos Estados de governar seus territórios sem interferência externa; e 
o princípio da soberania nacional, por sua vez, baseada no princípio moral-filosófico da 
soberania popular, segundo o qual os Estados pertencem a seus povos. O último princípio 
implica que o governo legítimo de um estado requer algum tipo de consentimento do povo. 
Esse requisito não significa, no entanto, que todos os Estados-nação sejam democráticos. 
De fato, muitos governantes autoritários têm se apresentado – tanto para o mundo externo 
dos Estados, quanto internamente para as pessoas do seu governo – como governando em 
nome de uma nação soberana. 
 Embora a França, após a Revolução Francesa (1787 - 99), seja frequentemente 
citada como o primeiro estado-nação, alguns estudiosos consideram o estabelecimento da 
Comunidade Britânica em 1649 como o primeiro exemplo de criação do estado-nação. 
Desde o final do século XVIII, o estado-nação gradualmente se tornou o veículo dominante 
de governo sobre territórios geográficos, substituindo políticas que eram governadas por 
outros princípios de legitimidade.
TRANSIÇÃO, CRISES E REVOLUÇÕESUNIDADE 2
36
A expansão global da Europa Ocidental entre as décadas de 1760 e 1870 diferiu em 
vários aspectos importantes do expansionismo e colonialismo dos séculos anteriores. Junto 
com a ascensão da revolução industrial, que os historiadores econômicos atribuem geralmente 
a década de 1760, e a expansão contínua da industrialização nos países construtores de 
impérios, ocorreu uma mudança na estratégia de comércio com o mundo colonial. Ao invés 
de serem principalmente compradores de produtos coloniais (e frequentemente sob pressão 
para oferecer bens vendáveis suficientes para equilibrar a troca), como no passado, as nações 
em industrialização tornaram-se cada vez mais ofertantes em busca de mercados para o 
volume crescente de seus bens produzidos por máquinas. Além disso, ao longo dos anos, 
ocorreu uma mudança decisiva na composição da demanda por bens produzidos nas áreas 
coloniais. Especiarias, açúcar e escravos tornaram-se relativamente menos importantes 
com o avanço da industrialização, concomitante com uma demanda crescente por matérias-
primas para indústria (por exemplo, algodão, lã, óleos vegetais, corantes) e alimentos para 
as áreas industriais cada vez maiores (trigo, chá, café, cacau, carne, manteiga).
Essa mudança nos padrões de comércio acarretou a longo prazo mudanças na 
política e prática colonial, bem como na natureza das aquisições coloniais. A urgência de criar 
mercados e a pressão incessante por novos materiais e alimentos acabaram se refletindo 
nas práticas coloniais, que buscavam adaptar as áreas coloniais às novas propriedades 
das nações em industrialização. 
Essa adaptação envolveu grandes interrupções nos sistemas sociais existentes em 
amplas áreas do globo. Antes do impacto da revolução industrial, as atividades europeias 
EXPANSÃO COMERCIAL E 
SISTEMA COLONIAL3
TÓPICO
TRANSIÇÃO, CRISES E REVOLUÇÕESUNIDADE 2
37
no resto do mundo estavam na maioria limitadas à ocupação de áreas que forneciam 
metais preciosos, escravos e produtos tropicais, estabelecimento de colônias de colonos 
brancos ao longo da Costa da América do Norte; e estabelecimento de feitorias e fortes 
e, por meio da força militar, conseguir a transferência para os mercadores europeus de 
tanto comércio mundial quanto possível. 
Por mais perturbadoras que essas mudanças possam ter sido para a sociedades 
da África e América do Sul, os sistemas sociais, na maior parte da terra, fora da Europa, 
permaneceram praticamente os mesmos por séculos (em alguns lugares por milênios). Essas 
sociedades, com suas pequenas comunidades amplamente autossuficientes, baseadas na 
agricultura de subsistência e na indústria doméstica, forneciam pouco mercado para os bens 
produzidos em massa que fluíam das fábricas dos países em desenvolvimento tecnológico. 
Numa primeira aproximação, o sistema colonial apresenta-se como o conjunto das relações entre 
as metrópoles e suas respectivas colônias, num dado período da história da colonização: na época moderna, 
entre o Renascimento e a Revolução Francesa; parece-nos conveniente chamar essas relações, seguindo a 
tradição de vários historiadores, de antigo sistema colonial da era mercantilista.
Para saber mais acesse: NOVAIS, F. A. Estrutura e dinâmica do Antigo Sistema Colonial (séculos 
XVI - XVIII). 7. ed. - São Paulo: Brasiliense, 2007. Disponível em: https://www.eco.unicamp.br/images/
publicacoes/Livros/30anos/Estruturaedinamicadoantigosistemacolonial.pdf
SAIBA
MAIS
TRANSIÇÃO, CRISES E REVOLUÇÕESUNIDADE 2
https://www.eco.unicamp.br/images/publicacoes/Livros/30anos/Estruturaedinamicadoantigosistemacolonial.pdf
https://www.eco.unicamp.br/images/publicacoes/Livros/30anos/Estruturaedinamicadoantigosistemacolonial.pdf
38
Durante o séc. XVIII, as ideias iluministas de liberalismopolítico e econômico 
se propagaram pela Europa, colocando em xeque os princípios absolutistas. Como 
vimos anteriormente, o crescimento do poder econômico da burguesia se contrastava 
com a falta de influência política, tendo em vista que o poder da realeza no absolutismo 
estava teoricamente ligado a uma origem divina. O filósofo francês Voltaire era um dos 
que questionava esse poder “divino”, que supostamente possuía a realeza e, com isso, 
questionava os poderes absolutos dos monarcas e do clero.
Querendo ampliar os mercados para os seus produtos, os interesses da burguesia 
chocavam-se diretamente com o monopólio comercial comum a todos os regimes absolutistas. 
O mercantilismo tornou-se um empecilho para o crescimento das atividades comerciais 
e consequentemente das nações. Um dos grandes influenciadores dos movimentos de 
revolta foi Montesquieu que, em sua obra Espírito das Leis, defendia a independência dos 
poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e foi, pela primeira vez, implementado pelos 
Estados Unidos na sua independência.
As crises econômicas atravessadas pela França durante o séc. XVIII causaram 
o aumento de impostos para a população e serviu para aumentar o descontentamento e 
medo. A burguesia se aproveitou dessa insatisfação para impor o seu modelo. Desta forma, 
o regime absolutista baseado no mercantilismo foi entrando em crise até que no fim do séc. 
XVIII acabou dando lugar ao liberalismo político e econômico.
Pode-se dizer que as revoluções burguesas estabeleceram o domínio econômico 
e político da burguesia e tiveram maior importância ao abalar as estruturas do sistema 
imperialista mundial, do que efetivamente abrir o caminho para o capitalismo.
AS REVOLUÇÕES 
BURGUESAS E A CRISE
DO REGIME ABSOLUTISTA4
TÓPICO
TRANSIÇÃO, CRISES E REVOLUÇÕESUNIDADE 2
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A primeira imagem que temos da revolução industrial – a das fábricas - se refere 
às novas técnicas de produção introduzidas em alguns ramos da manufatura britânica na 
segunda metade do século XVIII. Em síntese, pode-se dizer que foram duas as mudanças 
fundamentais: a introdução da máquina e a substituição da energia humana (ou animal) por 
outras formas de energia (energia hidráulica e a vapor). Em termos conceituais, trata-se do 
estabelecimento da grande indústria como a forma típica de produção do capitalismo, em 
que a máquina assume posição central.
Portanto, na perspectiva da transformação da esfera de produção, o aspecto 
tecnológico da Revolução Industrial é fundamental para entender o que é peculiar à definição 
da máquina. Vamos partir da concepção do artesanato e observar seu contraste com a 
produção fabril. Um artesão – seja na época das corporações de ofício medievais, seja nos 
dias de hoje – tem como característica fundamental realizar seu trabalho empunhando as 
ferramentas e dando forma à matéria-prima, sendo que o resultado da produção depende 
de sua habilidade no manuseio dessas ferramentas e também de sua energia (que define 
a força e a velocidade com que realiza as operações). No limite, pode-se dizer que cada 
produto do artesão é uma obra única, pois depende de características subjetivas que não 
se repetem em todo momento, nem pelas mãos do próprio artesão, nem de outro artesão. 
O produto artesanal é, portanto, o resultado da combinação da habilidade e da energia do 
artesão com as ferramentas específicas do seu ofício. 
A REVOLUÇÃO 
INDUSTRIAL5
TÓPICO
TRANSIÇÃO, CRISES E REVOLUÇÕESUNIDADE 2
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A imagem física de algumas máquinas nos ajuda a entender seu significado: trata-se 
de transferir as ferramentas das mãos do artesão para um mecanismo que procura reproduzir 
seus movimentos de forma automática e padronizada. Essa é a noção essencial da máquina. 
Esse mecanismo pode, em alguns casos, ser movido pela energia humana, embora, com 
a Revolução Industrial, seja mais típico o uso de energia não humana e não animal. Uma 
máquina de costura doméstica nos serve de exemplo: a agulha, antes empunhada pela 
costureira, foi transferida para um mecanismo; este procura reproduzir o movimento de uma 
mão da costureira, ao mesmo tempo, em que outra parte da máquina segura o pano que está 
sendo costurado (fazendo o papel da outra mão da costureira).
Antes, o trabalho dependia da habilidade e da energia da costureira (a regularidade 
do ponto, o volume de costura realizado); e agora, a costureira apenas coloca o pano na 
máquina de costura e aciona a sua fonte de energia. O funcionamento automático da máquina 
garante a regularidade da costura e o volume de produção (pontos sempre com as mesmas 
características, velocidade definida pelo motor acoplado à máquina). 
Percebe-se, assim, que a posição do trabalhador no processo de trabalho 
mudou radicalmente. Antes, a qualidade do produto e o volume de produção dependiam 
fundamentalmente do trabalhador: de sua habilidade (em geral, fruto de um longo 
aprendizado), de sua força e de seu empenho. Ou seja, o trabalhador estava no centro do 
processo produtivo (SAES, 2013). Agora, o trabalhador apenas aciona a máquina e a supre 
de matéria-prima. Mais do que isso: nas máquinas propriamente industriais (muito mais do 
que numa máquina de costura doméstica em que o resultado ainda depende de alguma ação 
da costureira), o próprio ritmo de trabalho é imposto pela máquina ou pelo motor (acionado 
pela fonte de energia). Em muitas delas, se o trabalhador não respeitar o ritmo da máquina, 
ele poderá ser punido na forma de um acidente de trabalho. Por exemplo: o trabalhador que 
coloca a matéria-prima para ser moldado em uma prensa deve seguir o ritmo da máquina, 
caso contrário sua mão poderá ser atingida pela prensa. Nesse sentido, Marx dizia que com 
a máquina se atinge o estágio da subordinação real do trabalho ao capital. 
O que é a máquina e qual a posição do trabalhador em relação à máquina?
Fonte: a autora.
REFLITA
TRANSIÇÃO, CRISES E REVOLUÇÕESUNIDADE 2
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Para darmos início à presente seção, que busca analisar o surgimento dos países 
comunistas, é importante que você, aluno(a), compreenda o significado e origem do 
termo comunismo. Comunismo é uma doutrina política e econômica que visa substituir 
a propriedade privada, em uma economia baseada no lucro, pela propriedade pública e 
controle comum de, pelo menos, os principais meios de produção e os recursos naturais de 
uma sociedade. Portanto, a história do comunismo envolve ampla variedade de ideologias 
e movimentos políticos que compartilham valores teóricos centrais da propriedade comum 
da riqueza da empresa econômica e da propriedade (CAMERON; PONS, 2014).
A maioria das formas modernas de comunismo são fundamentadas pelo menos 
nominalmente no marxismo, uma teoria e método concebidos por Karl Marx durante o século 
XIX. O marxismo posteriormente ganhou um amplo apoio em grande parte da Europa e ao 
longo do final de 1800 seus militantes apoiadores foram fundamentais em uma série de 
revoluções fracassadas naquele continente. Durante a mesma época, houve também uma 
proliferação de partidos comunistas que rejeitaram a revolução armada, mas abraçaram o 
ideal marxista de propriedade coletiva e uma sociedade sem classes. 
Segundo Groppo (2008), a história do comunismo como movimento revolucionário 
em escala mundial está estreitamente ligada à história da Rússia e, em seguida, à da União 
Soviética; e o sistema soviético, na configuração definitiva que lhe foi impressa pelo stalinismo, 
foi ao longo de muitas décadas o modelo de referência para o conjunto do mundo comunista.
A tomada de poder na Rússia em 1917 por parte dos bolcheviques (ala radical da 
social-democracia russa), ficou conhecida como Revolução de Outubro, e é considerado o 
O SURGIMENTO DOS
PAÍSES COMUNISTAS6
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TRANSIÇÃO, CRISES E REVOLUÇÕESUNIDADE 2
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evento fundador do comunismo do século XX. Tal movimento revolucionário, como sistema 
de poder, teria se expandido primeiramente na Rússia, e, em seguida, apósa Segunda 
Guerra Mundial, na Europa oriental, na China e em alguns países asiáticos, bem como em 
Cuba (GROPPO, 2008).
A Revolução de Outubro foi vista como o anúncio de um mundo novo e de uma nova era, que 
deveria ter sido a da igualdade, da justiça, do fim da exploração. Na Rússia e na União Soviética, o 7 de 
novembro tornou-se a principal data do novo calendário político, e como tal era comemorada solenemente 
todos os anos, até o desaparecimento da União Soviética.
Saiba mais sobre a Revolução de Outubro acessando o link: https://www.scielo.br/pdf/ln/n75/07.pdf
Fonte: Groppo (2008).
SAIBA
MAIS
TRANSIÇÃO, CRISES E REVOLUÇÕESUNIDADE 2
https://www.scielo.br/pdf/ln/n75/07.pdf
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Os movimentos socialistas tiveram origem nos ideais da Revolução Francesa, mas 
foi com as transformações ocorridas durante o séc. XIX com a Revolução Industrial que as 
suas ideias se difundiram e popularizaram. Nesse período a burguesia, dona dos meios 
de produção, e o proletariado, responsável pela força de trabalho, já começavam a ter 
os primeiros atritos. A classe operária recém surgida enfrentava problemas como baixos 
salários, insalubridade e jornadas de trabalho extremamente extenuantes. 
Vários pensadores como Robert Owen, Charles Fourier, Henri de Saint Simon entre 
outros ajudaram a criar os primeiros princípios do socialismo e acreditavam que a transição 
se daria de forma lenta e pacífica. Mas foi em 1848, quando Karl Marx e Friedrich Engels se 
distanciaram desta ideia de transformação pacífica e passaram a defender a luta de classes 
como única força capaz de realizar transformações, lançando O Capital, que o movimento 
ganhou força. Poucos dias após escreverem o livro eclodiram por toda Europa ocidental as 
Revoluções de 1848 ou a Primavera dos Povos.
A reação contra esta Revolução foi forte, mas não forte o suficiente para deter o 
aparecimento de partidos socialistas por todo o mundo. Foi, no entanto, em 1917, depois 
da Revolução Russa, que o país passou a adotar integralmente o sistema socialista 
como sistema de governo. Após a Primeira Guerra outros países, como a Inglaterra, 
também tiveram o primeiro governo formado pelo Partido Trabalhista em 1924, mas sem 
necessariamente adotar um regime socialista para o país.
Após a grande depressão de 1929 os socialistas acreditavam que seria a oportunidade 
perfeita para demonstrarem a falência do sistema capitalista, no entanto, a Crise não foi capaz 
A TRAJETÓRIA DO 
SOCIALISMO E O FIM DA URSS7
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TRANSIÇÃO, CRISES E REVOLUÇÕESUNIDADE 2
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de gerar nenhuma revolução. Outros países como Cuba e China também adotaram o regime 
socialista durante o século XX, mas todos eles acabaram enveredando por caminhos de 
autoritarismo e violência que se distanciavam das ideias originais de Marx e Engels.
O fim da União Soviética marca também o fim desses regimes e a diminuição de 
sua importância no cenário mundial com o fim da Guerra Fria. O líder soviético Mikhail 
Gorbachev esteve por trás dessas transformações. A primeira medida de impacto foi o 
Glasnost, que encerrava parte da repressão por parte do estado e devolvia à população 
russa parte de suas liberdades, passava a permitir que outros partidos e não só o Partido 
Comunista pudessem participar de eleições. A segunda medida e talvez a mais importante foi 
a Perestroika, que visava tirar do Estado o controle sobre os meios de produção e devolvê-
la à iniciativa privada. Gorbachev acreditava que isso era fundamental para inovação, no 
entanto, esse processo aconteceu desordenadamente levando ao desabastecimento e 
racionamento de itens básicos, o que gerou revolta na população.
Ao mesmo tempo, várias repúblicas soviéticas iam declarando sua independência 
de Moscou na mesma época. Em 1989 ocorre a queda do muro de Berlim, símbolo maior 
da Guerra Fria entre Americanos (capitalistas) e Soviéticos (socialistas), e a união das 
Alemanhas Ocidental (capitalista) e Oriental (socialista). Com todos esses acontecimentos, 
em 1991 Gorbachev, que já havia sido detido poucos dias antes por uma junta militar, 
decide renunciar em 25 de dezembro. Esse foi o último dia em que tremulou a bandeira da 
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas no Kremlin. Marcando assim o fim da Guerra 
Fria e do regime socialista. 
TRANSIÇÃO, CRISES E REVOLUÇÕESUNIDADE 2
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Caro(a) aluno(a), você ainda deve se lembrar do colapso do mercado imobiliário 
dos Estados Unidos, em 2006, e da crise financeira que se seguiu, que devastou os 
EUA e o mundo. As crises financeiras são, infelizmente, bastante comuns na história e 
frequentemente causam graves impactos econômicos nas economias afetadas. A seguir 
você encontrará uma breve descrição de duas crises econômicas mundiais que abalaram 
o mundo até os anos 30. 
Primeiramente abordaremos a crise de crédito ocorrida em 1772. Tal crise teve 
origem em Londres e espalhou-se rapidamente pelo resto da Europa. Em meados da 
década de 1760, o Império Britânico acumulou uma enorme riqueza por meio de suas 
possessões coloniais e do comércio. Isso criou um ambiente de otimismo exagerado, e um 
período de rápida expansão de crédito em muitos bancos britânicos. Tal situação chegou 
ao fim abruptamente, na década de 1770, quando Alexander Fordyce – um dos sócios da 
casa bancária britânica – fugiu para a França para escapar do pagamento de suas dívidas.
A notícia se espalhou rapidamente e desencadeou um pânico bancário na Inglaterra, 
à medida que os credores começaram a formar longas filas na frente dos bancos britânicos 
para exigir saques instantâneos de dinheiro. A crise que se seguiu, rapidamente se espalhou 
para a Escócia, a Holanda, outras partes da Europa e as colônias britânicas americanas.
Outra crise econômica de grande impacto para a economia mundial, foi a crise dos 
anos 30, conhecida como Grande Depressão, que foi considerada o pior desastre financeiro e 
econômico do século XX. Muitos acreditam que a Grande Depressão foi desencadeada pelo 
crash de Wall Street, em 1929 e mais tarde intensificada pelas más decisões políticas do governo 
dos EUA. A Depressão durou quase 10 anos e resultou em perda massiva de renda, taxas de 
desemprego recorde e perda de produção, especialmente nas nações industrializadas. Nos 
Estados Unidos, a taxa de desemprego atingiu quase 25% no pico da crise, em 1933.
PRINCIPAIS CRISES 
ECONÔMICAS MUNDIAIS8
TÓPICO
TRANSIÇÃO, CRISES E REVOLUÇÕESUNIDADE 2
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Caro(a) aluno(a), a Unidade II apresentou o processo de superação do chamado 
Antigo Regime, em que pudemos observar que tal sistema social e político estabelecido 
inicialmente na França, sofreu grande impacto a partir das revoluções burguesas. Em 
seguida vimos como se deu o processo de mudança política e a formação dos Estados-
nacionais, que levou a divergências entre reis e imperadores, nos séculos XVI e XVII, e no 
século XIX, entre igreja e nação, inclusive senhores feudais e o Estado. 
Na seção seguinte, pudemos analisar as mudanças nos padrões de comércio, com 
a expansão comercial e o sistema colonial. As revoluções burguesas e o Regime Absolutista, 
que sofreu forte crise em razão da ascensão dos ideais iluministas, principalmente com 
o liberalismo econômico, também foram discutidos ao longo da unidade. Em seguida 
abordamos aspectos importantes da Revolução Industrial, que apresentou como as relações 
homem x máquina foram sendo moldadas à luz dos avanços tecnológicos.
Por fim, abordamos o surgimento do comunismo, ideologia política considerada por 
alguns teóricos como a etapa final do socialismo, que consiste em um grupo amplo de filosofias 
econômicas ligadas a movimentos políticos e intelectuais, bem como a trabalhos relacionados 
com a Revolução Industrial e da Revolução Francesa. Em seguida foi apresentada a trajetória 
do socialismo e o fim da URSS, até abordarmos as crises econômicas dos anos de 1772 e 
de 1930, que tiveram grandes impactos na economia mundial.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
TRANSIÇÃO, CRISES

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